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Eleotero, Ninha, Tia Lôra, Zequinha (José), Adalberto (Tio Veio), Gaza, Maria Viúva, Francisca,
Sebastiana, Vani, Marcionilha, Couto, Chico Preto (Francisco Cardoso, Manoel, Tertuliano, Rubens, Adelvando,
Augusta, João Damasceno, Paulo, Idalina, David, Marta.
A figura diabólica de Chico Preto surgiu quando assassinaram seu filho de criação, seu
poder surgiu aí. Na época, um policial chamado Elias, foi até o bar de Chico Preto à noite, que, na
época, tinha um comércio, na rua correia Machado nº 23, Bairro Morrinhos em Montes Claros-
MG. Ele queria matar Chico, mas como não o encontrou no bar, discutiu e atirou em Joaquim,
que era seu filho de criação. Joaquim, foi levado ao hospital com vida, vindo a falecer à noite do
mesmo dia, o soldado fugiu com o Jeep em direção a fazenda de João Canela, bateu na
cancela e entrou em sua casa, pediu para seu João Canela esconde-lo, porque tinha atirado no
filho de Chico Preto, e João Canela não o escondeu, ai ele saiu desesperado, pegou o carro
desceu na estrada velha de carreira e capotou o veículo e caiu no córrego e morreu, foi
encontrado morto depois de três dias, em estado de decomposição, foi necessário preparar um
caixão para o seu sepultamento, segundo o depoimento de Isac filho de dona Raquel.
Nessa época choveu tanto que deu três enchentes, Joaquim foi enterrado e o soldado
morreu na mesma noite, só foi achado três dias depois, seu chico Preto invocou o Zé do Toco
escora dele e o soldado morreu, conforme o depoimento de Isac e Carianha, que eram ogã de
seu Chico, eles relatam ainda que Chicão colocou a capa preta e disse: hoje vamos fazer um
trabalho pesado, este trabalho foi feito na cascalheira do Bairro Maracanã, o bode Zé Bedeu
estava presente e o ritual foi feito, e o militar morreu. Quando Chico Preto falava, aos ogãs: fala
coro, os tambores soavam, a gira da umbanda rodava para a direita e a quimbanda rodava para
esquerda e os espíritos baixavam e chegavam ao ápice do rito.
Chico Preto tinha uma garganta de ouro, cantava estridente, dava oportunidade os
médiuns e os ogãs, quando ele gritava: fala couro, os tambores rufavam e os médiuns
cantavam em sintonia.
Chico Preto se tornou um exímio flecheiro, um atirador de elite, um soldado experiente e
um sacerdote do terreiro, ele sabia a hora de lutar e a ora de parar.
Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa
temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas
não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá
também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo
nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...
Sun Tzu https://www.pensador.com/frase/MTQyNA/
Sua fama se espalhou pela cidade, circunvizinhança e Brasil afora, daí em diante
começaram a vir pessoas de todas as regiões procurá-lo para fazerem trabalhos espirituais com
ele.
Chico Preto tem um primo ainda vivo com 96 anos de idade o senhor Gilberto Ferreira de
Souza nascido em 20 de março de 1926 em Bom Jesus da Lapa, filho de Florentino Ferreira de
Souza e Angelina Maria de Jesus; residente em Manga-MG, hoje ainda lúcido em pleno vigor,
um arquivo vivo.
Chico Preto não fez muitos discípulos, tinha uma bagagem enorme de conhecimento, foi
ferido pelo tempo, a saúde o debilitou, seus diplomas e troféus foram baixados ao sheol, ninguém
nunca escreveu sobre os feitos de Chico Preto, seus feitos e mitos, foram passados oralmente.
Pais: Pio Lopes Cardoso e Marcionília Cardoso Irmãos: Adalberto, Zequinha, Chico Preto e Floriano
Chico Preto teve sete irmãos: Leocádio Cardoso, José Cardoso (Zequinha), Floriano
Cardoso, Augusta Cesária dos Santos, Emília Cardoso, Inocência Cardoso, Adalberto Lopes
Cardoso todos (In memoriam).
Seus irmãos
O primeiro irmão: Leocádio Cardoso, nascido na cidade de Manga-MG, o mais velho,
possui uma filha: Ana. Foram feitos contatos com os seus netos e familiares, mas sem
respostas.
O segundo irmão: José Cardoso (Zequinha): nascido em 19 de novembro de 1919, na
cidade de Manga-MG, faleceu com 63 anos, no dia 29 de agosto 1987 em Montes Claros-MG;
casou-se Pedrelina (In Memoriam), mas ele teve várias mulheres, e muitos filhos: Cleuza; João
(Pelezinho), Aninha, Edvaldo (Vá Preto), Zé Cardoso, Wilson, Aline, Claudio, Zé e Toca
(gêmeos).
Depois de muitos trabalhos, lutas pra vencer na vida, veio para Montes Claros-MG, ele
era uma pessoa muito alegre. Ele registrou todos os irmãos, e assumiu com pai. Zequinha
tomou dona Loira do seu esposo, ela que cuidou dos seus filhos, Loira era evangélica da
primeira igreja pentecostal Brasil para Cristo, no Bairro Vila Guilhermina, pastoreada pelo
sargento Otacílio Vieira de Moraes.
Cleuza sua filha teve lepra, procurou a cura para sua filha e não conseguiu, foi para
Bahia e conseguiu a cura para lá; aí ele aprendeu sobre cura, e a fazer garrafadas. Sei que
hospedava muita gente na sua casa.
Zequinha tinha um bar na rua Bonfim, tinha ainda duas casas, uma na rua Bonfim onde
morava e fazia os trabalhos de cartomante e de sua esposa Dete sua última mulher mãe de seu
filho Charles.
Ele prestava serviço para uma loja de artigos da Umbanda. Uma vez pai me disse que
não ia ler a minha mão, porque eu ia ser evangélica, disse Sirlene sua filha. Muitas vezes, meu
pai chorava, por aquela vida, ele tinha um arrependimento, ele não influenciou nenhum de seus
filhos seguisse o espiritismo; ele tinha um problema na perna, que mancava ao andar, isso
ocorreu ao domar um animal, caiu sobre a sua perna, causando uma deficiência na perna
direita.
Meu pai não influenciou ninguém ao espiritismo. Na hora da sua morte ele pediu para
chamar um pastor para ir lá no hospital orar por ele. Ele entregou a sua vida para Jesus.
Relato da sua filha Aparecida Silene Gonçalves Xavier, nascida em 14 de setembro de
1972 em Montes Claros-MG, hoje mora em Brasília-DF, e João Cardoso (Pelezinho), nascido
em 25 de outubro de 1948 em Manga-MG, casado com Jusciana de Oliveira Rocha Cardoso,
aposentado pela Policia Militar de Minas Gerais e possui filhos quatro filhos: Sheila, Rafael,
Maria Clara, Fernando e Giovane.
A quarta irmã: Augusta Cassimira dos Santos, nascida em 6 maio de 1927, na cidade de
Manga-MG, e faleceu em 6 de janeiro de 1988, na cidade de Montes Claros-MG, Filha de José
Pio Cardoso e Marcionília Cesária dos Santos; casada com Tertuliano Ferreira dos Santos e
teve dez filhos: Elias, Idalina, Raimundo, Rosa, Marta, João Damasceno, Adelvando, Paulo
Santana, Katia Regina e David, a maioria dos filhos nasceram em Manga, somente o último,
nasceu em Montes Claros-MG. Toda esta família veio de Manga para Montes Claros-MG. A
primeira casa que esta família de Augusta e Tertuliano moraram, foi no bairro maracanã depois
do córrego do Bicano, próximo a manga de seu Joaquim; depois mudaram para a rua Dr.
Tupiniquins, nas casas de seu Cleófo, depois nas casas de seu João Gonçalo, posterior na rua
Bahia, onde o caçula David nasceu; e a penúltima casa foi de tio Zequinha onde saíram e foram
para a casa cedida por Chicão seu irmão, na Vila Telma ao lado do segundo Centro Estrela do
Oriente.
Esta família inicialmente, a maioria eram evangélicos da igreja Brasil para Cristo, no
Bairro Vila Guilhermina; hoje esta igreja é pastoreada pelo pastor Deli, contemporâneo de Elias
o filho mais velho de Augusta com Tertuliano. Depois do nascimento do último filho este casal
Augusta e Tertuliano vieram a separar, apesar disso mantinham um bom relacionamento. Seu
Tertuliano, faziam suas refeições e tarefas diárias junto a família. Fato interessante que dona
Augusta e sua família, foram convidados a se retirar da casa de seu irmão Zequinha, por motivo
de briga entre dois de seus, que discutiram e jogaram uma pedra dentro da casa dele, ele ficou
nervoso discutiu com sua irmã Augusta e acabou ela abandonando a casa e colocando os
poucos moveis que tinha e os filhos na rua Bonfim, conforme relatou Marta.
Neste momento passa Chico Preto o seu irmão e socorre esta família levando para Vila
Telma na rua da poeira num cômodo ao lado do terreiro de baixo, e depois mudando para rua
Bahia ao lado do centro novo; Augusta e sua família morou em dois barracões e por último num
barracão feito por Chico Preto para sua irmã ao lado do terreiro de cima; hoje neste barracão
mora o seu filho Paulo Santana e sua família.
Segundo relatou o seu filho Raimundo, Augusta faleceu em 6 de janeiro de 1988, na
cidade de Montes Claros-MG, neste dia tinha uma festa promovida pelo seu irmão Chico Preto,
era a festa de Reis, quando o seu filho João Damasceno deu o recado do falecimento de
Augusta para seu tio Chico Preto.
Augusta Cesária dos Santos: ao centro Marta, David, Idalina, Paulo, Dema, Adelvando, Augusta e Tertuliano
A quinta irmã: Emília Cardoso nasceu em na cidade de Manga-MG, casou-se com Alfredo
e teve quatro filhos: Maria Olivia, Geraldo Cardoso (In Memoriam); Marlene que foi criada pelo
seu tio Adalberto em Araçatuba-SP; e Lindaura Cassimira Mendes, Emília teve 13 netos.
Lindaura sua última filha ajudou muito Chico Preto, hoje mora em Montes Claros-MG, tem
sete filhos: Luiz, Milton, Nilson, Zenilton, Ailson, Edson, Paulo César; possui dez netos e nove
bisnetos; viúva de Toni a quem era casada; se tornou é evangélica.
A sexta irmã Inocência Cardoso, não conseguimos contato e nem seus dados, apesar de
buscarmos informações, nas cidades de Manga, Paraná e São Paulo.
O sétimo Adalberto Cardoso nascido na cidade de Manga-MG, casado com Rosa
Cardoso e teve quatro filhos: Neide viúva, Carlos José Cardoso, Aparecida Ramos Cardoso
Anailton Lopes Cardoso.
Adalberto e família Rosa, Adalberto, Francisco Cardoso e Milton
Dalina mulher oriunda de Januária, chegou aqui com Chico Preto, e montaram o primeiro
e o segundo centro o da rua Santa Efigênia e o da rua da poeira, retornou para Januária onde
veio falecer no Rio São Francisco quando lavava vasilha.
Maria Lourdes (Branca): Primeira mulher com quem casou foi Conviveu com ele e teve
cinco filhos: Milton Cardoso, a segunda foi uma filha, Sebastiana Cardoso, Francisca Cardoso e
Kátia Cardoso; Branca ainda é viva, casou novamente em Montes Claros-MG, seu esposo era
construtor e teve com ele mais dois filhos e mora em São Paulo; na questão da herança Chico
Preto dividiu a parte dela no divórcio. Branca aparece de vez enquanto em Montes Claros-MG,
para visitar os seus filhos.
Vani a segunda esposa de Chico Preto, tinha contrato matrimonial, conviveu com Chico
Preto um bom tempo e teve três filhas: Marcionilha, Luciana e Karine, que por muitos anos
residiram na rua Dr. Tupiniquins, nº 265, no Bairro morrinhos, depois construíram na rua Padre
Feijó nr 373, no Bairro Santa Rita em Montes Claros-MG; ajudou criar os filhos de seu Chico do
com Branca, o seu irmão Zezinho, morou com eles muito tempo, o qual ajudou a criar seus
filhos, tornando depois seu motorista. Chicão ensinou Milton e Zezinho a dirigir.
Chico Preto e Vani Chico Preto, Francisca, Milton, Sebastiana e Vani
Maria José Cardoso, nascida em 25 de junho de 1955 em Itacarambi-MG, foi trazida por
Chico Preto para Montes Claros, para ser babá dos seus filhos, ela se tornou no espiritismo o
braço direito de Chico Preto, por muitos anos, logo após se tornou secretaria dele. Ela teve seis
filhos, sendo quatro com Chico Preto: Maria Aparecida Cardoso dos Santos, nascida em 18 de
setembro de 1967, Eliana Cardoso dos Santos, nascida em 12 maio de 1975, na cidade de
Montes Claros-MG, Floriano José Cardoso dos Santos, nascido em 17 de setembro de 1977,
Edilene Aparecida Cardoso dos Santos, nascida e m 27 de fevereiro de 1979. Os nomes que
recebemos da nossa mãe, em homenagem aos filhos de tio Floriano que morava em Paraná.
Teve 13 netos e 16 bisnetos.
Conviveu no centro de Chico Preto vários anos e era um do seu braço direito nos
trabalhos do centro e teve quatro filhos: Maria Aparecida, Liana, Floriano, Edilene; nove netos e
dezoito bisnetos. Morou na rua Juramento número 95F Vila Telma em Montes Claros-MG, hoje
nesta casa mora a sua filha Edilene.
Tereza Durães: Nascida em 1950 era esposa João Ferreira de Souza, na cidade de
Montes Claros-MG, ambos proprietários na época de uma empresa em Montes Claros e mãe de
Rute Ferreira de Souza, nascida em 27 de agosto de 1966 em Montes Claros-MG, ela teve um
relacionamento com Chico Preto e nasceu uma filha de nome Rute. Tereza faleceu em 25
agosto 2017.
Cessé: Teve um relacionamento com Chico Preto, mas não teve filhos.
Clarice: Era uma frequentadora do centro Estrela do Oriente, ao passar do tempo, há
relatos que ela passou a ser uma de sua namorada, conviveu com ele por vários anos.
5. Filhos, netos e bisnetos de Chico Preto: O primeiro filho foi Pio José Cardoso, o filho mais
velho, este não possuiu filhos; Milton Cardoso possui dois filhos Abraão e Fernanda, e tem três
netos: Lorraine, Francisco e Mariana Mariá; a terceira filha não quis fazer parte deste livro;
Sebastiana Cardoso possui dois filhos: Guilherme Luis e Lillian Michelline, e possui tres netos;
Francisca Cardoso possui duas filhas: Mariana e Maria Luiza, e um neto;
Kátia Cardoso possui dois filhos: Pablo e Lucas, e possui um neto;
Marcionilha Cardoso possui dois filhos: Hudson, Weslaine e Windson (In Memorian), e tem três
netos;
Luciana Cardoso possui dois filhos: Otacílio e Brenda;
Francisco Cardoso Junior possui duas filhas: Laisa e Lavina;
Dayany Cardoso possui dois filhos: Bernardo e Maria Alice;
Franciany Cardoso possui uma filha: Sofia;
Sonia, possui cinco filhos e oito netos;
Celia Cardoso (In memorian) não possuiu filhos;
Filhos que estão em processo de reconhecimento da paternidade são:
Rute Cardoso possui um filho: Junior.
Os filhos de Maria José Cardoso: Maria Aparecida Cardoso possui três filhos: Ana Paula,
Poliana e Marcelo, e sete netos: Paulo, David, Duda, Kerlon, Vitoria, Ane e Bernardo;
Eliana Cardoso possui três filhos: Luiz, Pedro e Marcos, e nove netos: Laisla, Ashia, Gabriele,
Nicole, Vivian, Braian, Enzo, Artur e Pedro;
Floriano Cardoso possui um filho: Rafael; e Edilene Cardoso possui dois filhos: Linton e Liliane,
e uma neta: Kauara.
Há relatos entre os irmãos que este número de filhos e netos poderão aumentar, por haver
indicio eminente de novos irmãos.
Jaci Soares de Oliveira: Cici Primeiro Centro de Chico Preto: Casa de Cici
O segundo Centro, era localizado na avenida Leonel Beirão de Jesus, nº 1855, no Bairro
Antônio Pimenta, ao lado da antiga barroca e fundo da antiga pedreira.
O Centro Espírita Estrela do Oriente, Terreiro de Umbanda ou Terreiro de Umbanda Chico
Preto, em Montes Claros/MG, foi fundado em 20 de abril de 1958. Através das suas viagens e
trabalhos, ganhou dinheiro, para comprar este lote, na mão do senhor Napoleão. Na última
prestação seu Napoleão não queria mais vender, Chico Preto ficou nervoso, pegou ele pelo
pescoço e ele recuou. Foi passado para os filhos como forma de herança; foi vendido para o
Senhor André detetive, e hoje se tornou casas de alugueis.
Eram vizinhos desse centro as famílias de dona Dinha, mãe de dez filhos que moravam de
frente ao centro, e esta família tomava quase o quarteirão inteiro, conforme está descrito no
depoimento de dona Lia esposa de Candido.
Visão externa do Terreiro velho: Estrela do Oriente Visão fundo do Terreiro velho: Estrela do Oriente
O terceiro centro era localizado na antiga rua Bahia nº 80, Vila Telma, hoje Rua Francisco
Cardoso em homenagem ao Chico Preto. Neste local inicia-se o Bairro Dr. João Alves, que fica
entre a rua Juramento e a rua Francisco Cardoso. Este terreiro foi doado por seu Rubens que
era dono da maioria das terras ao arredor do Bairro Dr. João Alves. Aqui neste Centro Chico
Preto trabalhou por muitos anos e teve muitas glórias, e foi aqui neste centro que o Velho Chico
foi velado.
Este centro era um ambiente que aceitava toadas as pessoas, tanto rico como pobres,
quem ali chegava, achava alguma coisa para matar a fome, tinha de manhã e pela tarde um café
feito pela dona Lucia, Maria Vieira e ou Maria Viúva, tinha também um almoço que servia os
médiuns, seus familiares e a todos que ali rodeavam, Chico Preto sempre foi um líder de mão
aberta para ajudar o próximo, não importava a religião, ele ajudava. Ele tinha uma casa ao lado
do centro um lugar para reclinar a cabeça, o recanto caseiro do Pai de Santo era ambiente
receptivo, quem cuidava e arrumava era a sua irmã Augustinha.
Obras em andamento do terceiro terreiro Carlim, Orlando Preto, Nagibe, Alzira e Natanael
Interior do terceiro centro: Estrela do Oriente Visão externa do terceiro centro: Estrela do Oriente
Menino, como é o seu nome pois se não você não entra pois senão
você não come, sou filho do meu pai boiadeiro dono sou do terreiro
do menino de angola olha lá saravá.
Ninguém era contra Chico Preto, todos gostavam dele, ajudava: católicos, protestantes
(crentes), maçons e todos que o procurava. Quando as pessoas chegavam ali doente para
participar da seção, Chico Preto não deixava, ficava num canto assentado até o fim do trabalho.
Os trabalhos realizados no centro eram muito bons, saímos com o corpo leve e com o Espirito
alegre. O meu tempo gasto no centro e com Chico Preto compensou, aprendemos muitas
coisas boas: aprendemos a viver.
Orlando Cardoso, Ogã de Chico Preto Orlando Cardoso e Fatinha
Sebastiana Cardoso Aragão (Tozinha) filha de Chico Preto: Sebastiana Cardoso Aragão,
nascida em 20 de janeiro de 1963, em Montes Claros-MG, casada com Wellington Aragão e
possui dois filhos: Guilherme e Michele e três netos. Sebastiana nascida no dia de São
Sebastião, por isso recebeu este nome e devido uma promessa, porque aos quatro meses
contraiu meningite, e foi curada pela fé em São Sebastião. Hoje é Professora de História
aposentada e reside em Montes Claros-MG.
Uma provável origem do sobrenome Cardoso, tenha sido de Matias Cardoso. Um
explorador de diamante da região onde hoje é a cidade de Matias Cardoso, nas margens do rio
São Francisco.
O município de Matias Cardoso é considerado o marco inicial da
colonização de Minas Gerais. Os chamados currais do São
Francisco começaram a ser ocupados por volta de 1660, antes
mesmo da descoberta de ouro em Mariana, que se deu em 1696.
segundo o antropólogo da Unimontes João Batista de Almeida
Costa.
https://onorte.net/minasdonorte/matias-cardoso-e-a-cidade-mais-
antiga-do-estado-1.499509
Meu avô Piu Cardoso era descendente de português. Minha vó era descendente de índio.
Em relação ao Centro Espirita, pai incorpora Erê, Zé do toco, o qual não tinha pernas. Pai não
queria que fossemos espirita, porque sofria muito. Minha mãe Branca, casou com pai com
dezesseis anos, ele a conheceu em Terezino. Pai casou com Branca na polícia na época.
Chico Preto cuidou de nós sozinho, transformou o bar da rua Correia Machado em uma
casa, pai gostava que estudássemos, ele era muito rigoroso na educação. Na época Maria
Preta foi nossa babá.
Meu pai não tinha escolaridade, ele no início não sabia ler e minha mãe Branca, o
ajudou.
A questão que morria ressuscitava e do bode também era tudo lenda. Ele era espírita
nato, ficou famoso.
Durante a construção do centro pai gastou muito, e nós passamos muitas necessidades,
faltava até mesmo sapatos e sandália para irmos na escola, tínhamos que remendar.
O centro novo foi construído com ajuda do construtor, senhor Jair, pai de Adejair. Pai
ajudou muitas igrejas católicas na época, o Padre Henrique, pároco da igreja Santa Rita, na
época era uma igrejinha na praça do Ferroviários, ajudou a igreja de Sebastião, onde nós
frequentávamos.
Dr. Ivan proprietário da Drogaria Minas Brasil, dava para pai um tanto de boletos ou
notas, autorizando pai, a dar ao povo pobre, principalmente os que vinham da roça, a pegar
remédio com assinatura de pai na receita do médico.
Célia Cardoso: filha de Chico Preto com dona Eunice Durães Freitas, que era uma filha
de santo e madrinha de Sebastiana (Tozinha).
Chico Preto, Neto e Rute Francisca e Célia
Depoimento dos filhos de Maria José Cardoso dos Santos, liderada por Eliana:
Eliana Cardoso dos Santos, nascida em 12 maio de 1975, na cidade de Montes Claros-
MG. Inicialmente quando aqui chegou, ela se relacionou com senhor Geraldo Preto e depois
com o senhor Domingos que era vaqueiro de Chico Preto.
Eliana, é considerada a líder da família, ela relata que neste momento os filhos estão em
processo de reconhecimento de paternidade, DNA de Francisco Cardoso, este processo foi
determinado pelo Juiz, e está em andamento para fazer os exames inicialmente meu e minha
irmã Aparecida Cardoso. Confesso que nós não queremos herança e sim o reconhecimento e o
direito de ter um pai no nosso registro.
Hoje somos quatro irmãos em busca do reconhecimento da paternidade:
Toda vida chamamos Chico Preto de vovô, desde quando nascemos, éramos apegadas a
ele. Minha mãe tinha um problema de coração, angina; ela foi internada e achando que ia
morrer, revelou para minha madrinha Rute, minhas irmãs Cida e Elisangela que Chicão era
nosso pai; mas na época acabou se recuperando e não morreu.
O local em que nós morávamos foi invadido e construído, este terreno ficava ao lado do
centro novo, Estrela do Oriente.
Chico preto deu um lote para dividir entre Fátima uma de suas mulheres e minha mãe
Maria José Cardoso, o qual não foi dividido e permanecemos no mesmo do local ao lado do
centro. Acho que Chico Preto não dividiu a herança porque ele achava que não ia morrer.
Neste período da minha adolescência, lembro que cooperaram no centro de chico Preto
como médiuns: Rosa, Maria José, Augusta, Jovita, Vani, Maria Viúva, Maria Vieira, Gaza, Ana,
Alagoana, Toni, Lindaura, Zé, Vitório, Jovita, Pereirinha, Maria de João, Clarice.
Chico Preto tinha três centros, o mais antigo na Avenida Leonel Beirão, o mais novo na
rua Bahia e outro no Belvedere. Ele tinha uma magia de parar o tempo: a chuva e cegar as
pessoas ao seu redor. Era famoso por vários acontecimentos envolvendo o seu nome e sua
família.
Chico Preto morreu muito novo, na sua morte levou toda sua magia e encantamento, não
fazendo discípulos que substituísse a sua altura, o conhecimento foi repassado em parte na
prática para sua substituta, mas não deixou nada escrito, achou que ia fazer uma viagem, mas
nunca mais voltou e boa parte dos seus seguidores ficaram à deriva.
Na nossa época participávamos das festas de Boiadeiro e de Cosme, Damião e Doum,
lembro que ele destacava os irmãos gêmeos: Cosme e Damião filho de Zezinho, as filhas de
Nair e os filhos trigêmeos de Marcia Preta, em homenagens aos eres.
O senhor Domingos considerado como nosso pai, a quem em parte nos criou era
vaqueiro de Chico Preto; Floriano meu irmão era seu filho de criação, com quem aprendeu a
profissão de vaqueiro, ele morava com Chico Preto na casa no Jaraguá, e tomava a posteriori
conta das vacas e do curral, achava ele que seria vaqueiro eterno.
Chicão na sua morte deixou alguns bens, como fazendas, casas, carros, e muita fama,
mas nós não participamos da partilha, agora que despertamos para essa realidade de participar
do que sobrou da herança, sendo todos nós reconhecidos como filhos dele. Na sua morte
também, Chico Preto passou a funcionabilidade do centro para Rosa, sua sobrinha filha de
dona Augusta sua irmã, ouvimos dizer que com este trabalho de macumba era pra ela cuidar de
todos nós, filhos reconhecidos e não reconhecidos, filhos de perto e filhos de longe.
Meus irmãos questionavam sempre pra mim, porque seu Chico, nos deixou abandonado,
desamparado, sem estudo, sem educação. Coisa que eu não tinha resposta e continuo não
tendo até hoje. Por isso que queremos ter um pai no nosso documento.
Cerimônias da Umbanda
Nestes locais realizam-se sessões de “passe”, no qual a entidade reorganiza o “campo
energético astral” da pessoa. Igualmente são feitas sessões de “descarrego”, quando é captada a
energia negativa da pessoa e transferida para os fundamentos do templo. Note que não é
permitido qualquer tipo de remuneração por esses trabalhos espirituais.
As vestes mais usadas nestas cerimônias são de cor branca porque é a cor neutra que
agrada todos os orixás e guias. Na Umbanda não se pratica o sacrifício de animais e se celebra
rituais de batizado, consagração e casamento.
Pontos de Umbanda
Os pontos de umbanda são cantigas para louvar, chamar e se despedir do orixá e as linhas
de entidades. Acompanhadas por instrumentos de percussão como o atabaque é importante
conhecer o ritmo de cada orixá/entidade. Este aprendizado começa na infância do iniciado.
Igualmente é preciso saber uma infinidade de canções.
Os pontos de umbanda e do candomblé influenciaram diretamente a música popular
brasileira. Hino da Umbanda. Apesar da Umbanda variar de acordo com cada região do Brasil e
de cada casa/terreiro, ao menos uma canção é muito popular: o Hino da Umbanda. Composta por
José Manoel Alves (letra) e Dalmo da Trindade Reis (música) foi oficializada como hino em 1961.
Oxalá
Xangô: é uma entidade (Orixá) bastante
cultuada pelas religiões afro-brasileiras,
considerado deus da justiça, dos raios, dos
trovões e do fogo, além de ser conhecido
como protetor dos intelectuais.
O santo de Cabeça de Chico Preto.
Xangô
Iemanjá
Ogum
Oxóssi: é ligado ao conhecimento e à
natureza. Ele sempre enaltece tudo o que ela
pode proporcionar, conforme a necessidade
humana. Na África antiga, Oxóssi era
considerado o guardião dos caçadores,
responsável por trazer o sustento para a tribo.
Oxossi
Oxum
Iansã
Obaluaê, como é conhecido nacionalmente, é o
senhor da terra, o Orixá da cura, da saúde e
também das doenças. Obaluaê na Umbanda é
um dos sete orixás maiores, e o sincretismo pode
variar de acordo com a região do Brasil, mas
comumente´é sincretizado com São Lázaro.
Omulú: é sistemático e perseverante. No
Candomblé é ligado ao sol, por isso usa o filá
(cobertura de palha da costa).
Na Umbanda, Omolu é o chefe da falange
das Almas ou Pretos Velhos.
Omulú
Caboclos
Pretos velhos: pessoas que foram trazidos da
África para serem escravos no Brasil. Apesar de
terem sofrido em vida, agora são espíritos ditos
evoluídos que dão ótimos conselhos a quem os
procuram. É comemorado no dia 13 de maio, dia
dos pretos velhos.
Pretos velhos
Baianos: pessoas que viveram na Bahia e que
escolheram serem guias e ajudar a quem precisa.
Trabalham com emprego, saúde, força moral.
Baianos
Marinheiros/Marujos
Erês
Pomba-gira
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O Candomblé é uma religião africana que chegou ao Brasil junto com os negros que
vieram em condição de escravos. A crença segue as leis da natureza e suas divindades são os
orixás, vistos como ancestrais divinos que cuidam e equilibram nossas energias.
Diferente da Umbanda, onde a comunicação dos orixás com a terra ocorre por meio da
incorporação, no Candomblé ela é feita por meio da leitura de búzios.
Candomblé Umbanda
Os espíritos que se manifestam na terra são Os espíritos que aparecem durante os trabalhos
os Egun, almas que foram iniciadas ou não são de pessoas que voltam para a terra para a
Espíritos nesta religião. prática da caridade.
É visto como um orixá, um guardião e Como todos os orixás, é mais um espírito que
Exu mensageiro entre o mundo material e espiritual. ensina os seres humanos como evoluir.
Abate animais Ocorre durante as festas dos orixás. Não há abate de animais nos rituais.
terreiros
Utilizam línguas de origem africana como Cantadas em português, mas podem apresentar
Cantigas o iorubá ou o kimbundu. palavras em idiomas africanos.
O que é macumba?
Macumba é o nome de um instrumento musical. Apesar de o termo ser usado
erroneamente por muitas pessoas, macumba é o nome de uma árvore e de um instrumento
musical de percussão utilizado em religiões afro-brasileiras. Deste modo, macumbeiro é o
indivíduo que toca tal instrumento. No Brasil, a palavra "macumba" designa de forma popular e
equivocada toda oferenda aos orixás. O termo correto para isto, no Candomblé, seria o "ebó" ou
"padê". Já na Umbanda seria "despacho". Ainda pode se referir a uma religião específica de
matriz africana.
Significado de Macumba é uma variação genérica atribuída aos cultos afro-brasileiros,
sincretizados com influências da religião católica, do ocultismo, de cultos ameríndios e
do espiritismo. Na "árvore genealógica" das religiões afro-brasileiras, a macumba é
uma ramificação do candomblé.
Antes de ser associada a um tipo de religião, a palavra "macumba" descrevia um
instrumento de percussão de origem africana, semelhante ao atual reco-reco. Um "macumbeiro"
era o indivíduo que tocava este instrumento.
A macumba também pode estar relacionada diretamente com os rituais que são praticados em
alguns cultos afro-brasileiros, característicos pela manifestação mediúnica.
Atabaque ou Tambor:
Atabaque é um instrumento musical de percussão afro-brasileiro. O nome se originou
do termo árabe al-Tabaq, que significa "prato".[1] Constitui-se de um tambor cilíndrico ou
ligeiramente cônico, com uma das bocas coberta de couro de boi, veado ou bode.
Pode haver três sistemas principais de tensionamento do couro: por cordas e cunhas,
por ferragens (à semelhança das congas cubanas) ou por birro (à semelhança
do Sabar senegalês, do Kpanlogo ganês, entre outros tipos de tambores africanos).
O tambor é tido como instrumento sagrado nos rituais da Umbanda e
dos cultos afro-brasileiros. É por meio do seu toque que se estabelece a
comunicação com os orixás, caboclos e pretos velhos.
http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2012/11/toque-do-
tambor-sauda-os-orixas-3940779.html
É tocado com as mãos, com duas baquetas, ou por vezes com uma mão e uma baqueta, dependendo
do ritmo e do tambor que está sendo tocado. A família da percussão é bem grande, é formada por:
tímpanos, tambor, bumbo, caixa, xilofone, triângulo, pratos e carrilhão, pandeiro, atabaque, timba,
bateria, entre outros.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atabaque
Espiritismo (Kardecismo)
O espiritismo é uma religião baseada na doutrina desenvolvida pelo pedagogo francês
Hippolyte Léon Denizard Rivail sob o pseudônimo de Allan Kardec
A doutrina de Allan Kardec foi publicada em cinco livros principais (O Livro dos Espíritos, O Livro
dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese).
A religião espírita acredita na reencarnação e evolução dos espíritos, bem como a
comunicação entre vivos e mortos através de médiuns e mensagens psicografadas.
https://www.diferenca.com/tipos-de-religiao/
No Brasil, a mesma matriz religiosa, trazida pelos negros da África Ocidental, misturou-se
com outras práticas religiosas, sobretudo o catolicismo, que ganhou expressões na Bahia. Em
território baiano, foi chamado de candomblé jeje e, no Maranhão e Amazonas, foi batizado
de tambor de mina. O vodu influenciou bastante a cultura brasileira.
Vodu
ESCOLA, Equipe Brasil. "Vodu"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/religiao/vodu.htm.
Acesso em 06 de fevereiro de 2022.
Chico Preto, trabalhava com o vodu uma vez por semana ou quando era necessário,
dependendo da demanda de trabalhos, conhecido como trabalho forte, resolviam problemas
imediatos através do trabalho, esta especialidade de trabalho lhe trouxe grande fama, que
quando o seu filho foi baleado pelo soldado Elias; há uma lenda que Chico Peto falou que o
soldado ia morrer antes do seu filho, e isso aconteceu. Conforme relatos dos filhos de santo e
tamboristas.
2) Liberdade religiosa deriva da liberdade de pensamento, uma vez que quando é mantida
exteriorizada torna-se uma forma de manifestação do pensamento. Ela compreende outras
liberdades: liberdade de crença, liberdade de culto, liberdade de organização religiosa e
liberdade de expressão. Ela abrange a liberdade de escolha da religião, liberdade de mudar de
religião, liberdade de não aderir a religião alguma e liberdade de ser ateu. A liberdade de culto,
abrange a liberdade de orar e a de praticar atos próprios das manifestações exteriores em casa
ou em público.
3) E mais, durante a matança, os orixás são consultados por meio do jogo oracular para se saber
se estão satisfeitos com as oferendas, e podem pedir mais. De repente, então, é preciso parar
tudo e sair para providenciar mais um cabrito, mais galinhas, mais frutas, ou seja, lá o que for.
Em qualquer dos momentos, orixás podem ser manifestar e será preciso cantar para eles, se não
dançar com eles. Os orixás em transe podem, inclusive, impor alterações no ritual (PRANDI,
2001, p. 45). Destarte, o sacrifício de animais deve ser considerado elemento essencial da
religião propriamente dita e dos rituais religiosos africanos (POSSEBON, 2007), de modo que a
sua proibição representará a aniquilação da religião em si e profundo ato de intolerância
confessional e cultural em relação aos seus seguidores.
Augusto César Leite de Resende
https://www.indexlaw.org/index.php/rdb/article/view/3249/4001
Esta era a carteira da União das Associação Religiosas de Cultos Afro Brasileiro
(UNAFRO), liderada pelo Presidente Francisco Cardoso (Chico Preto), tendo como membro
Alzira Conceição (Alzirinha) médium do centro Espírita Estrela do Oriente.
Antônio de Souza: Pres. Associação Umbandista Associação dos Umbandistas Montes Claros-MG
Diz a lenda, Rafael, que geralmente o bode Zebedeu era de fato, intocável. Certa vez, querendo
mostrar serviços, um operário municipal da carrocinha da Prefeitura apreendeu o tal bode,
levando imediatamente para o depósito - este sitio na usina de reciclagem de lixo, perto da
ponte do rio Carrapato, na BR 365. Enquanto procurava acomodá-lo naquelas instalações, a
caminhonete necessitou ir até a cidade. Para surpresa do servidor, um colega mais experiente
alertou-o que aquele exemplar se tratava do Zebedeu de Chico Preto. Este, desesperado, saiu
gritando pelo motorista que já tinha esvaído de volta para a cidade. Num gesto de logística da
mais avançada - dado a ameaça de sofrer pelo resto da vida - o dito operário foi a pé até a
localidade de São Geraldo, onde tinha um orelhão, e requisitou um taxi que rapidamente
chegou, levando o operário no banco da frente e o bode no bando de trás, com a seguinte
instrução0: " - Motorista, toca bem rápido para perto do cemitério, antes que seja tarde.
https://www.ojornalmontesclaros.com/mural/default.asp?top=58338
Além bode Zebedeu, Pedro Bó e o carneiro Nero, Chico preto teve o primeiro bode
chamado Diamante, como relata dona Maria Preta.
Bode Zebedeu Bode Pedro Bó e o Carneiro Nero
Praça Cemitério do Bonfim, Montes Claros-MG quadra 02, quarteirão 01, sepultura 53, 13 out 93.
A casa da Rua Correia Machado, foi comprada, depois vendida e divido a herança. A casa
da rua Circular nº 198, foi comprada de dona Luciana mãe de Vani, onde Fatima sua filha morou
muito tempo, esta casa foi vendida para pagar os direitos de sua empregada.
A casa do Jaraguá: Ele comprou o terreno, fez todo planejamento e desenho, foi
construída, pelo construtor Pedro Dias, e o muro da casa foi feito pelo pedreiro Luizão que veio
da cidade de Gromogol e residia ao lado do centro.
Rua Padre Feijó 373 – Santa Rita Rua Solimões 680 - Guarujá
As fazendas que Chico Preto teve:
http://tudoissoetv.blogspot.com/2015/12/manchete-daniela-perez-n-2127-090193.html
Presidente JK e Leonel Beirão de Jesus Dr. Maurício e Pedro Santos ex prefeito Moc
https://www.facebook.com/664312950333021/posts/3393874254043530/
Ivan de Souza Guedes: Natural de Bocaiúva - MG, que se mudou para Jequitaí e de lá,
em 1947, para Coração de Jesus com o pai, a mãe e dez irmãos em dois carros de boi.
Conhecidos por sua integridade e visão, os seus pais decidiram mudar-se com os filhos para
Montes Claros, para que tivessem um futuro melhor. Assim, Ivan chegou na cidade em 1950, com
toda a sua família já com 12 anos de idade, e desde muito cedo teve de trabalhar para ajudar o
pai, o alfaiate autodidata Nino de Souza Guedes.
O seu primeiro emprego foi na Farmácia São José, do Sr. José Dias de Sá, hoje localizada
na rua Dr. Santos, nº 50, onde funciona a matriz do grupo Drogaria Minas-Brasil. Como
funcionário da farmácia, trabalhava durante todo o dia inclusive no horário de almoço, bem como
depois do expediente. Saía na sua bicicleta para aplicar injeções em domicílio para aumentar o
seu modesto orçamento, onde trabalhou por oito anos.
https://www.drogariaminasbrasil.com.br/nossa-historia
Luiz Tadeu Leite: Nascido em Montes Claros-MG, 19 de fevereiro de 1953) é um
advogado, empresário político, radialista e professor universitário brasileiro filiado ao Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Casado com a médica oftalmologista Dra. Stela
Gleide Martins Leite, tiveram dois filhos: o deputado estadual Luiz Tadeu Martins Leite e o
advogado André Luiz Martins Leite.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Tadeu_Leite
Coronel Georgino Jorge de Souza: O professor, escritor, jornalista, cartunista, artista plástico,
cronista, poeta e compositor Georgino Jorge de Souza Júnior. Ele também graduou-se em Direito
pela Faculdade de Direito (Fadir), uma das unidades da extinta Fundação Norte Mineira de
Ensino Superior (FUNM), atual Unimontes. Georgino Júnior foi um dos autores da música
“Montesclarou”, que tornou-se o “hino da cidade.
https://unimontes.br/comunicado/nota-de-pesar-georgino-jorge-de-souza-junior/
Moacir Lopes ex-prefeito de Montes Claros pai de cinco filhos: Moacir Júnior, Raquel, o ex-
vereador Paulo Lopes, José Alexandre e Ana Vitória. Ele era médico e governou a cidade entre os
anos de 1973 e 1976, além de exercer mandado de deputado federal na década de 80 e ocupar o
cargo de presidente na Ruralminas.
https://g1.globo.com/mg/grande-minas/noticia/2012/10/morre-moacir-lopes-ex-prefeito-
de-montes-claros.html
23. A morte de Chico Preto, anunciada pelo Jornal de Notícias, em 14 outubro de 1993
Cidade dá adeus a Chico Preto
Montes Claros perdeu nesta terça-feira o pai de santo, Francisco Cardoso, mais
conhecido como Chico Preto, 60 anos que era proprietário do centro Umbandista Estrela do
Oriente, no bairro Sumaré. Ele durante 42 anos se dedicou a umbanda, grande conhecido
naturalmente tendo inclusive seu nome citado pelo então ator da TV Globo, Guilherme de
Pádua, de ter recebido uma mensagem esperada de Chico Preto, para que em parceria com
sua mulher Paulo Thomaz, a atriz Daniela Perez, da novela de Corpo e Alma transmitida pela
TV Globo, Chico Preto negou a versão do ator, ao afirmar sequer a conhecia.
Chico Preto era natural de Pedra de Maria da Cruz no norte de Minas. Ele estava
acometido de problemas renais, acabando por sofrer uma parada cardíaca nesta terça-feira,
vindo a falecer. Após ter sido velado em Centro Umbandista Estrela do Oriente, Francisco
Cardoso foi sepultado ontem, no Cemitério do Bonfim, com acompanhamento de centenas de
pessoas, que foram dar o último adeus a um do mais famoso Umbandista do país.
Jornal de Notícias Montes Claros 14 de outubro de 1993.
24. Rosa Ferreira dos Santos sobrinha substituta de Chico Preto: Sua vida e Entrevista
Rosa Ferreira dos Santos, nascida em 1 de abril de 1952, na cidade de Manga-MG. Divorciada.
Mãe de seis filhos: Kátia, Jardel, Viviane (In Memorian), Roger, Jackson, Jaqueline. Hoje
diretora do centro Espírita Estrela do Oriente, juntamente com Pássaro Preto.
Chico Preto recebeu este apelido colocado por Dona Joaquina, mãe de Coquinha e Jaci,
onde seu Chico tinha alugado, neste quarto ele começou a benzer as pessoas, este apelido
surgiu quando uma mulher gravida que o seu neném não nascia e tinha passado da hora, ai
Dona Joaquina falou para esta mulher que o seu inquilino benzia e ele que ia resolver seu
problema. Ele chama Francisco, mas eu o chamo de Chico Preto. A mulher o procurou e ele
pegou na sua barriga e disse você está com parto amarrado, amanhã você traz um lençol
branco e uma esteira que vou fazer seu parto, no horário que ele marcou, ela chegou junto com
dona Joaquina, ele foi fazendo a oração e foi apertando a barriga dela, apertando e o menino
nasceu. Aí o apelido pegou e a fama também.
Dona Dalina sua mulher na época morava com ele nesta casa alugada, depois ela voltou
para Januária, e lá morreu afogada, quando foi lavar vasilha no Rio Francisco. Os locais dos
rituais fora do centro, eram nas mangueiras do Dr. João Alves, Cascalheira do Maracanã,
Gameleira no São Geraldo 2. Os trabalhos mais pesados de Chicão era eu que ia com ele, para
os rituais comprava bode e galinhas e todo material para o trabalho, nestes trabalhos
frequentavam pessoas mais ricas.
Chico Preto não deixou ninguém preparado a não ser eu: Rosa, a qual as pessoas me
chamam de Rosa Capeta, Rosa Diabo, Rosa de Satanás e mãe Rosa. Estes nomes me foram
dados, porque eu comecei a fazer a bruxaria pesada e começaram a dar certo, após a sua
morte.
Chico Preto deixou uma fita gravada para mim, a qual foi passada para o meu advogado
e ele não teve cuidado e fizeram uma faxina na casa dele e jogaram a fita fora. Mas o teor da
gravação que está na fita é: Rosa você é que vai ficar tomando conta desse terreiro, esse
terreiro não é para vender, este terreiro é uma continuação, este lote foi uma doação para o
Centro Espírita Estrela do Oriente, uma Associação, você é a única da minha família que sabe
trabalhar, pois eu nunca formei ou ensinei meus filhos.
Hoje eu mecho com Umbanda, Quimbanda, Vodu (boneco, nome e alfinete) e Ishiquibim
(é um tipo de vodu). Chico Preto ensinou pra mim o Vodu, mas o forte dele era magia negra. A
magia negra são os espíritos e Exu bravos, que lhe dá com coisas de matança e oferenda de
animal, que causam separação de casais, morte e muito mais.
Eu sou a única que sei tudo, os ensinamentos que ele deixou comigo, tudo o que presta
e o que não presta; sei tocar umbanda muito bem, sei tocar quimbanda muito bem, Exu de
Quimbanda, escora de Quimbanda e escora de favela. Chico preto recebia Pombo Gira era
sentado, mas era muito rápido, Pombo Gira rebola e esmunlheca e ele era muito machão e não
gostava muito, ela não demorava e ela ia embora.
Quando ele fez o documento desse terreiro, ele colocou lá no documento centro Estrela
do Oriente, o centro é uma Associação e que não é pra vender. Depois da morte de Chicão o
seu filho Milton fez uma reunião para direcionar o funcionamento do centro citando as novas
diretrizes para continuação do centro. Estiveram presentes nesta reunião muitos filhos de santo
como: Flor de Maia, Finado Zé Pereira, Mãe Duca, Lindaura e veio muita gente para ouvir seu
filho. Na reunião foi falado que não aceitaria homossexual e rapariga nos trabalhos. Depois teve
outra reunião com Milton que se declarou presidente do terreiro, e eu Rosa iria trabalhar só na
gira.
Chico Preto respeitava o ambiente de trabalho, em suas relações sexuais, praticamente
eram realizadas no cabaré de Afrânio, ele chegava e mandava fechar tudo e ficava no seu
domínio. Tudo que eu sei aprendi e executo até hoje foi com Chico Preto; eu trabalhava com
ele, eu nadava em dinheiro e no ouro, eu guardava o dinheiro e os ouros dele, mas nunca
peguei nada pra mim, uma coisa que aprendi, foi ser honesta.
Como secretária e braço direito dele, eu anotava todos os pedidos e os recados, Eu
praticamente era a mãe, o pé, a cabeça, só não era mulher, quando ele adoeceu era eu que
dava banho nele, dava comida, eu cuidava dele. Chico Preto morreu e deixou muitas riquezas.
Chico Preto tinha muitos amigos como: Tancredo Neves, Juscelino Kubstichek, Leonel
Beirão de Jesus, Dr. Crisantino Borém, Ivan de Souza Guedes, Luiz Tadeu Leite, Dr. Pedro
Santos, Coronel Georgino, Dr. Moacir Lopes seu primo, João Botelho.
Chico Preto viajava por estas cidades vizinhas todas, trabalhando para ganhar dinheiro,
para comprar o segundo terreiro, que era localizado próximo a antiga barroca, comprou este
lote na mão do senhor Napoleão, que na última prestação seu Napoleão não queria mais
vender, Chico Preto ficou nervoso, pegou ele pelo pescoço e ele recuou. O terceiro terreiro foi
doado por seu Rubens que era dono da maioria das terras ao arredor.
Chico Preto tinha uma cachorra chamada Serea, tinha um gato preto chamado Gira
mundo que era o Exu dele, os Bodes Zé Bedeu e Pedro Bó; e o Carneiro Nero.
Chico Preto era Maçon, ele tinha o diploma Imperador dos maçônicos e a bandeira da
maçonaria; criou a Associação dos Umbandistas, no ano de 1983 e ele foi primeiro presidente
dos umbandistas, está localizada na rua Pedra Azul, nr 38, Antônio Pimenta, Montes Claros-
MG, hoje está inoperante.
Chico Preto faleceu na data de seu aniversário ao meio dia, dia da Senhora Aparecida a
qual era devoto, ele saiu do hospital e veio ter comigo, me orientou como devia proceder depois
da sua morte; me passou todas as instruções, as quais procurei segui-las. Chico Preto mim
deixou como substituta para seguir a espiritualidade e os trabalhos.
Rosa Ferreira dos Santos: Sua vida e Entrevista
Rosa Ferreira dos Santos, nascida em 1 de abril de 1952, na cidade de Manga-MG. Em
entrevista, ela revela, entre outras coisas, se Chico Preto tinha ou não um pacto com o Diabo.
Aqui, ela também declara que ele não matou a filha de Glória Perez, autora de novelas da Globo,
em ritual macabro, como noticiaram na época.
Rosa, quanto tempo você trabalhou ao lado de Chico Preto? Rosa Diabo: Desde os 13 anos
de idade. Eu sou natural de Manga, comecei olhando os filhos dele, depois passei a trabalhar
com ele no terreiro. Ao todo foram 41 anos de convivência. Este terreiro existe desde a década de
50.
Dizem que Chico Preto morria toda sexta-feira, sendo enterrado no Cemitério do Bonfim,
ressuscitando, depois, na madrugada. É verdade? Ou é lenda? Rosa Diabo: Ele fazia uma
obrigação às sextas-feiras no Cemitério do Bonfim, um trabalho espiritual. Isto acabou virando
folclore, cultura popular e despertou a curiosidade de muita gente.
É verdade que Chico Preto tinha o pacto com o Diabo? Rosa Diabo: Bom, isso ele nunca me
revelou, se tinha esse pacto. Nem para mim nem para ninguém. Era o segredo profissional dele.
E você, Rosa, tem um pacto com o Diabo? Rosa Diabo: Não! Não fiz pacto com ninguém.
E porque, então, ganhou o nome de Rosa Capeta? Rosa Diabo: Porque a tradição virou mito.
Eu incorporava Exú e aí me colocaram esse apelido. Eu tenho vários apelidos: Rosa Capeta,
Rosa Diabo, Rosa de Satanás, Rosa Vodu ou Rosa de Chico Preto.
É verdade que a figura diabólica de Chico Preto surgiu quando assassinaram seu filho de
criação? Rosa Diabo: Seu poder surgiu aí. Na época, um policial chamado Elias, que eu não
conheci, pois não morava aqui, foi até o bar de Chico Preto, que, na época, tinha um comércio.
Ele queria matar Chico, mas como não o encontrou no bar, atirou em Joaquim, que era seu filho
de criação. Alguns minutos depois, o assassino morreu, caindo numa valeta do bicano. Por
incrível que pareça, ele acabou morrendo primeiro que o filho de Chico, que tentava socorro em
um hospital.
Em 1993, em reportagem do Fantástico, e das revistas Amiga e Manchete, na época,
surgiu o boato de que a filha de Glória Perez teria sido assassinada em um ritual macabro
orientado por Chico Preto, o que há de verdade nisto Rosa Diabo: É mentira. Realmente a
tevê noticiou esse fato, mas acabou desmentindo imediatamente. Isso não aconteceu de forma
alguma, ele sempre foi amigo dos artistas, muitos deles vinham do Rio de Janeiro para se
consultar com ele, inclusive Chico Anísio. Quem matou, de fato, Daniela Perez foi o Guilherme de
Pádua, que contracenava com ela na novela de sua mãe. Foi ele e sua esposa Paula Ferraz. Ele
ficou sete anos preso, pena muito curta pela barbaridade que cometeu e hoje, por incrível que
pareça, é pastor evangélico da Igreja Batista Lagoinha, em Belo Horizonte. Portanto, ela foi
assassinada barbaramente por um homem que hoje é um pastor evangélico.
Como era Chico Preto como pessoa? Rosa Diabo: Ele era uma alma nobre. Várias pessoas
chegavam aqui endividadas, ele mandava pagar o aluguel, dava comida, tratava bem a todos.
Quais políticos de expressão procuravam Chico Preto: Rosa Diabo: Ele chegou a receber
vários ex-prefeitos da cidade de Montes Claros e região. Recebeu, também, para consultas, os
ex-presidentes JK e Tancredo Neves (na época Tancredo era governador de Minas). O ex-
governador de Minas, Aureliano Chaves, sempre que vinha a Montes Claros, gostava de se
consultar com ele.
Você é de fato a herdeira espiritual de Chico Preto? Rosa Diabo: Sim, a única. Muitos se
dizem herdeiros espirituais dele, mas quem, realmente, possui essa força sou eu.
Rosa, existe amarração de amor? Rosa Diabo: Existe, com certeza. Olha, eu faço cada uma…
Quem mais procura, heterossexuais ou gays? Rosa Diabo: Faço amarração de homem com
homem. Mulher com mulher. Homem e mulher. E por aí vai. Hoje até que não tá precisando muito
porque os gays estão no auge e os homens estão correndo atrás deles (Risos).
O Brasil tem jeito? Rosa Diabo: O Brasil não tem futuro. Pobres e ricos estão roubando.
Montes Claros sempre foi marcada pelas crendices populares, principalmente pelo
espiritismo. Nas décadas de 60 e 70, vários Umbandistas marcaram a cidade norte mineira.
Quem não se lembra de nomes como: Terezino Nery de Santana, Zé Fernandes, Mãe Alcina,
Dona Geralda, Castelo, Dona Maria de Gregório, Messias Preto, Messias Catingueiro, Dona Ana,
Dona Rosa e Nelson Pinto, Chico Preto e tantos outros. Um destes nomes virou lenda e
comentário em todas as rodas, transcendeu barreiras e transformou-se em noticiário nacional
através do Programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, ou nas páginas das extintas
revistas Manchete e O cruzeiro. Trata-se do velho Chico Preto, que, segundo crendices da
Umbanda, morria toda sexta-feira, era enterrado no Cemitério do Bonfim e ressuscitava na
madrugada, reaparecendo em casa, como se nada tivesse acontecido. Você acredita nessas
histórias? Dúvida ou concorda que Chico Preto tinha mesmo pacto com o Diabo?
Nesta reportagem de João Jorge e Maicon Tavares, neste mês agosto, visto por muitos como
mês do desgosto e do cachorro louco, para muitos uma época fatalista e cheia de superstições
devido ao tempo quaresmal da quimbanda e magia negra, desvendamos o misterioso mundo de
Rosa Ferreira dos Santos, mais conhecida como Rosa Capeta ou Rosa Diabo, ícone da
Umbanda e da Quimbanda, que herdou os dons espirituais de Chico Preto, o mais temido
Umbandista de todos os tempos.
(https://geraisnews.com.br/2021/08/13/dia-de-muita-sorte-ou-de-muito-azar-sexta-feira-13-de-
agosto-o-mes-do-desgosto/)
25. Chico Preto, sua relevância para a religião e cultura Afro descendentes de Montes
Claros
Homem matuto, veio do interior da divisa da Bahia, criado na beira do São Francisco da
cidade de Manga-MG, para vencer na vida na cidade grande; com muito esforço e dedicação
alcançou alturas incontestáveis na sua formação espírita, seu carisma, seu jeito, a sua cor, o seu
andado de pernas tortas e cabelos espantados e as vezes de jaleco e sapato branco, calças com
os bolsos profundo, que sempre tinha um dinheiro para oferecer; conseguiu a admiração e o
respeito de seus pares e subordinados dentro da religião afro-brasileira, onde passava todos
falavam, chegou seu chico, ai quem estivesse perto, já tinha um cafezinho garantido, era
oferecido a ele o melhor tinha, um pão de queijo e uma boa proza; contador de causo, fechava os
olhos e todos diziam, agora sim, numa roda de amidos, conseguia usar as suas habilidades no
violão e na sanfona e jogava verso para tantos quantos ali estava. Formidável, simplesmente uma
lenda viva nos dias de hoje, deixou um bairro órfão; pessoas que questionam a sua partida e até
mesmo não acredita que se foi. Mas é uma realidade Chicão se foi, deixou filhos, netos, bisnetos,
amigos e alguns desafetos, mas numa carreira seja ela qual for terá uma disputa, afinal somos
humanos ocupamos espaço empurramos um e abraçamos outros, e as vezes queremos ser
deus, impossível comparação; Ele está no céu e nós aqui na terra como soldados aguardando
ordens Dele para prosseguir.
Como Chico Preto aprendeu sua profissão, ah, difícil não sabemos, não frequentou escola,
não fez o santo com ninguém, e ainda dizem que chorou na barriga de Marcionilia; entre mitos,
lenda e realidade, foi constituído esse homem, que viveu a maioria da sua vida no Bairro Dr. João
Alves em Montes Claros-MG, no centro Espirita Estrela do Oriente.
As religiões afro-brasileiras são aquelas originadas na cultura
de diversos povos africanos trazidos como escravos ao
Brasil entre os séculos XVI e XIX. Tendo um importante papel
na preservação das tradições culturais dos diferentes grupos
étnicos negros (afro-brasileiros), há também, atualmente, um
grande número de brancos e outros grupos étnicos que
aderem a tais religiões, em especial o candomblé e
a umbanda.
Chico Preto congregava praticamente todas religiões, conversava com padre, pastor,
maçon, umbandistas e até mesmo o ateu, todos que achegava a ele era suprido de alguma
forma, uma palavra, um conselho e até mesmo ajuda financeira.
Tem pessoas que até hoje vão ao tumulo dele no cemitério do Bonfim, e conversa com ele,
pedindo orientação e alcançando a graça. Foi um dos fundadores da Associação dos
Umbandistas; foi ele cuidou de seu amigo Messias Preto no momento da sua dor, foi ele que
ajudou Augusta sua irmã no momento de desespero, foi ele que alimentou uma multidão de
pessoas sem rumo e condições financeiras; e as festas de Boiadeiro e Cosme e Damião, lotavam
de gente e todos eram alimentados. Apesar de seguir uma religião Vodunista ele conseguia
separar o cuidado com as pessoas e o seu trabalho, não aconselhou ninguém a seguir sua
profissão, achava um pouco pesada.
A sua importância na Religião Afro-Brasileira, foi de grande irrelevância, ele era líder
puxava o vagão e todos outros pares o seguiam, afinal era Chico Preto, famoso por ter feito
trabalho que matou o soldado que matou seu filho de criação, famoso pelo resultados que
apresentava seus trabalhos e famoso pelos níveis de pessoas que o procuravam tudo isso que
ele fez, ele sabia das dificuldades de lhe dar com os demônios por isso não deixou ou ensinou
nenhum filho a prosseguir na carreira, na cultura e na matriz.
Hoje o número de centro e pai de santo na região foram reduzidos quase a metade,
segundo a Associação dos umbandistas, quase não se fala, muitos faleceram ou desapareceram
ou mudaram de religião. A Associação praticamente inoperante, abandonada e sem condições de
uso. Lá se foi Chicão e deixou muito órfãos, como disse José Maria Padre na hora de seu
sepultamento que disse: em Montes Claros não teria homem como o velho Chico, de coração
bom que matou fome de muitas e muitas pessoas.
Maria Cândida Silvério (Maria Preta): Convivi com Chico preto muito tempo, fui empregada
dele e conheçi bem a sua história, o Centro, o bode Diamante o primeiro e depois o bode Zé
Bedeu. Tudo começou aqui em Montes Claros, Chico Preto trabalhava com o Sr. Altamiro
Parrela, que era empresário e se tornou dono de muitas propriedades na região do Mercado Sul
na praça da Estação Ferroviária, carregando e descarregando caminhão, era muito saco pesado
carregando na cabeça. Aí ele disse eu vou sair dessa, e foi trabalhar com seu Terezino.
Ainda muito jovem ficava rodando aí pro centro da cidade. Na época Chico Preto pegou
uma menina chamada Branca ainda de menor e sumiu, fugiu para Bocaiuva e depois para outra
cidade adiante com ela. Branca muito bonita, era filha de gente muito bem de situação, ai o povo
botou em cima, e a polícia foi atrás, pegaram os dois e trouxeram para Montes Claros, e
realizaram o casamento, naquela época, falava que a pessoa casou na polícia. Agora casados
foram morar de aluguel na rua na beira da linha, próximo a ponte preta no Bairro Morrinhos, nesta
época não tinham casa, não tinha nada.
Neste período, o senhor Terezino candomblecista deu a mão para ele. Chicão teve várias
mulheres: a primeira Miraci, a segunda mulher dona Dalina, e a terceira, dona Tereza, a quarta
dona Maria costureira, a quinta foi Branca a sexta foi Vani, depois veio várias mulheres.
Com Vani foi feito um contrato, pois na época ele ainda era casado com Branca, de pois de
muito tempo, veio o divórcio com ela, neste meio tempo ele arrumou Vani o qual teve três filhas
com ela. Depois veio Fátima Araújo do Vicentinho paralela com outras como mulheres.
O primeiro terreiro que eu conheci foi na rua da poeira, mas fiquei sabendo que tinha outro
antes do terreirinho debaixo; que foi ganhado pelo pai de Branca sua ex-esposa. Para que eles
saíssem do aluguel.
Neste Terreirinho, tem coisa lá, tem cabeça de polícia, tem um cachorro chamado
tubarão. E tem o bode diamante, que era o primeiro bode dele.
Chico Preto não fez o santo ele já nasceu com espírito pronto, ele não foi formado por
ninguém. Quando chegou pra em Montes Claros, aqui encontrou com o senhor Terezino que era
do Candomblé, hoje falecido. Chico Preto, só tinha uma calça e uma roupa de muda enrolado
num lençol. Aí ele começou o trabalho com num cômodo pequeno.
Para realizar os trabalhos a gente tirava as cadeiras, as camas jogavam tudo lá pra fora,
pra ele trabalhar. As seções de umbanda e na quimbanda, era tudo misturado. Depois passou a
dividir os dias, na sexta-feira era a quimbanda, e na segunda-feira era umbanda.
Chico Preto fazia seus trabalhos de despacho nas encruzilhadas, sempre sozinho,
dificilmente levava alguém, somente o motorista; os locais de despachos eram na encruzilhada na
praça do Bairro Dr. João Alves, nas mangueiras e na cascalheira do Maracanã.
Zé Bedeu foi ganhado, o seu pai era o bode diamante, que está enterrado no terreiro de
baixo. Zé Bedeu comia nas vendas dos comerciantes, que depois eles mandavam a conta e o
seu Chico pagava. O bode toda sexta fira santa, morria e ressuscitava, o veio Chico o colocava
num buracão fundo toda quaresma no centro, alimentava de cachaça e galinha que eram jogados
no buraco fundo. O bode as vezes dançava na gíria.
Chico Preto trabalhava direto, praticamente de segunda a domingo. Ele sempre respeitava
o centro, as mulheres que ele tinha, saiam com elas fora do ambiente de trabalho.
Chico Preto me ajudou muito e continua me ajudando, só precisar eu vou lá na sepultura
dele e ele resolve. Na época não tinha pastor ou igreja no bairro, só a igreja São Judas que era a
mais próxima.
Edite preta era uma das mulheres de confiança de Chicão, quando pegava um trabalho ele
a chamava para ajudar. A polícia sempre aparecia no centro, e ele sempre dava um dinheiro uma
ajuda. Chico Peto ajudava muita gente, dava café, leite, dinheiro, e até trabalho de graça para os
pobres ele fazia. Depoimento de Maria Preto. Ela faleceu dia 4 de março de 2022.
Flor de Maia: Flor de Maia, nascida em 10 de maio de 1949, na cidade de Montes Claros-MG,
casada com Joel e tem duas filhas oito netos. Na época que conheceu Chico Preto, era
professora Primária.
Conheci Chico Preto através de Edna Fé, irmã de Maria Bezerra que já frequentava o
centro, juntas lecionávamos na escola municipal João Eusébio ao lado do centro espírita de
Messias na Vila Telma.
Passávamos sempre na frente do centro, o terreirinho de baixo, quando resolvemos visitar,
neste dia ele estava trabalhando na linha de caboclo, ele veio ao meu encontro de lá incorporado
de boiadeiro, colocou a mão na minha cabeça e eu não vi mais nada, depois ele disse que eu
tinha que desenvolver, ai passei a frequentar o centro, eu fui muito nova para o centro.
Teve um dia que dois senhores foram pregar para o seu Chico Preto no centro Estrela do
oriente, na hora da pregação um dos irmãos disse: seu Chico eu vou orar no senhor para Deus te
libertar dos demônios; Chicão ficou nervoso, acabou agredindo e expulsando os irmãos; estes
irmãos eram da igreja Deus é Amor, a relato que o nome de um é Marcolino esposo de Marcolina,
que depois tornaram membros da igreja Assembleia de Deus.
Quando o velho Chico faleceu vieram muita gente da alta sociedade e da comunidade
local. Chico Preto além de espirita era Maçom, não me lembro da loja maçônica que ele
frequentava, lembro que no seu funeral, a sua urna foi coberta pela bandeira acho que era da
maçonaria.
Quando a sua urna foi fechada para deslocar para o cemitério, Dílson gritou para os Ogã
(tamboristas) fala couro e eles respondia com o batuque e nós cantávamos:
A Deus a gira, a gira não choram, eu não se fico ou se vou
Embora, e toda vez que ele vem girar, vem trazendo as
forças dos orixás.
Lucia (Gaza) nascida em 15 setembro de 1950, na cidade de Ilhéus: foi uma média de Chico
Preto: Eu conheci Chico Preto aqui neste centro de baixo, onde tudo começou pra mim, conheci
a sua esposa Branca, a qual se separou de Chico Preto, por motivo de desconforto familiar.
Quando Branca largou Chico Preto ela foi embora para Bocaiuva e por lá casou-se e de
vez enquanto ela vinha à Montes Claros-MG. Quando conheci Chicão ele já tinha o centro de
baixo, onde tinha um curral, e umas vacas, antes ele tinha os bodes e o José Maria (Índio)
tamborista da época que cuidava dos animais.
Chico Preto começou primeiro no centro de baixo, e juntamente no mesmo terreno tinha
um curral, com as vacas e cavalo de Chicão, que se chamava Estrela.
Benedita trouxe um serviço para Chicão fazer e ele pegou o serviço dela que entrou como
pagamento o bode que era pequeno, só que na hora do trabalho da firmeza ele ficou vivo, ele fez
um preparo no bode e não morreu, o bode era pequeno, ele falava uma linguagem que todos
entendiam, como eu era mais nova de vez em quando eu vacilava e abria os olhos, e Chicão
gritava firma menina. Senhor Chico colocou o nome dele de Zebedeu. Esse primeiro serviço com
o bode era para reconstruir uma coisa perdida, foi feito o primeiro trabalho na quaresma que na
época tinha duas; a do mês de abril e agosto. Sendo que a quaresma de abril era mais forte.
Nesta época tínhamos que ficar separado e as vezes dormia no centro, não podendo misturar
com a família, ou vim em casa.
Zé Bedeu o bode, foi crescendo, e todo ano, era feito serviço com ele; quando o bode ficou
adulto, ele fez um serviço pesado para matar uma pessoa. A Cambono era Maria José, seu braço
direito, a que conversava e dava pinga e encostava próximo dele, e nós entravamos também.
Luizão o pedreiro de seu Chico, fez o ABACÊ ou IABASÉ: (local que a cozinheira que
prepara as comidas de santo). No trabalho, ele deu ao bode uma garrafa de cachaça; e neste dia
participou duas mulheres e dois homens: Vitório, Toni de Lindaura, Gaza, Maria José. Este dia ele
enfiou a faca no sangrador do bode, que era para matar uma pessoa. Neste dia eles pegaram o
bode morto, saímos de costa, passamos um salão e passamos outro. Chicão recebido de Lúcifer,
cantava é maioral, é maioral, e de costa batia o tridente no chão, nesta hora Maria José entrou de
costas, ela preparou um arroz, e Lucífer perguntou, tem o que come: aí ele comeu arroz, e depois
comeu três bocada de folha verde, tanto Chico Preto como bode estavam recebidos de Maioral.
Aí ele ficou batizado e conhecido como Zebedeu. Depois deste ritual, não precisou matar mais o
bode.
Segundo me contou Maria Viúva, Chico Preto ia para o cemitério por volta da meia noite,
ele recebia o espirito e era colocado numa sepultura aberta e enterrado, quando as mulheres
voltavam para o centro que passava pelo meio do salão e do vodu, Chicão já encontrava , no
centro e vestido de Pai Boiadeiro.
Sobre o terreiro novo, foi comprado, e eu no início da construção pegava água no Chafariz
de seu João da Copasa e na casa de dona Terezinha, ambos no São Judas próximo ao novo
cemitério, para a construção do centro, o pedreiro era Luizão, era rápido na massa.
Chico Preto ajudava muita gente inclusive a sua irmã Augusta, que tinha sido despejada
pelo seu irmão Zequinha. Foi quando Chicão passou na Avenida Brasil e encontrou sua irmã,
naquela situação; de imediato ele pegou toda a sua família e conduziu para o lado do centro no
Bairro Vila Telma, conhecido como bairro da poeira. Estes trabalhos nas encruzilhadas, ele
costumava ir sozinho. Ele trabalhava na umbanda, quimbanda e vodu, este último era mais
pesado e debaixo do chão. No centro antigo era separado em dois umbanda e quimbanda que
trabalhava na segunda, quarta e sexta.
Pessoas importantes como Paulo Maluf de São Paulo, Chico Preto trabalhou, e muitos
traziam agrado para os médiuns. Eu Gaza era primeira que chegava para fazer o café e a última
que saia, o café era dado nas mãos de Chicão.
Mulheres de Chico Preto: Marcionilia, Branca, Vani que trabalhava na Corby, as xodó
eram Fátima do Vicentin, Maria Viúva que era do centro, Maria José do centro, e as mulheres que
ele interessava ele corria atrás. Quando Chicão tinha relação com as mulheres não eram todas
elas, em algumas ele recebia o espirito como exu.
Chicão não gostava de se envolver com homossexualismo na gíria e nem de receber as
escoras como pomba gíria. Zé do toco um de seus espiritos, perdeu a perna no acidente e
quando morreu, virou espirito, como tinha na canção: “Tá no toco, tá toco, tá no gaio, segura a
pemba exu não cai”. Tinha o som do tambor e a voz nossa. Ele tinha três boiadeiros, que curava,
tomava passo.
No centro as coisas eram muito organizadas, local das roupas de umbanda e quimbanda,
Chico Preto foi declarado pelo Jornal de Montes Claros, como rei dos macumbeiros.
Sobre o local do centro localizava na Vila da poeira, depois avenida Brasil e agora Leonel
Beirão. Chico Preto ajudava muitas igrejas, inclusive a de São Sebastião, local onde casou uma
de sua filha.
Chico Preto tinha um bar na rua Correia Machado, seu filho de criação tomava conta. A
morte do filho de criação de Chico Preto, foi da seguinte forma, o soldado Elias discutiu com o
filho de Chico Preto num barzinho, o Elias atirou nele, aí deram a notícia para Chico Preto.
Pegaram o filho de Chico e o levou para o hospital, Chico Preto falou de voz alta, meu filho vai
morrer, mas o soldado Elias vai morrer primeiro que meu filho e o soldado morreu.
O médico de Chico Preto era Dr. Crisantino Borém. Seu Chico era devoto de nossa
Senhora Aparecida; ele tinha diabetes, por muito tempo tomou café com adoçante ele gostava do
Assugrin.
Passagem do centro para Rosa sua sobrinha, ele me chamou e disse que eu era
importante para ajudar Rosa. As vezes numa noite, Chico Preto recebia dois ou três espíritos
numa noite só. Maioral era só para a consulta.
Filhas de santo nos extremos: Alzira e Lucia (Gaza) Chico Preto, Alzira e Augusta
Lucia Gaza Alzira Alzirinha
Marta Ferreira dos Santos: Nascida 1 de julho de 1956, na cidade de Manga-MG, Filha de
Augusta Cesária dos Santos e Tertuliano Ferreira dos Santos, sobrinha de Chico Preto; Viúva
de Gregório Ramos, teve cinco filhos: Elba, Diogo, Elvis, Diele e Diego, possui quatro netos:
Vinicius, Daniel, Julia e Enzo.
Reside na Avenida Leonel Beirão de Jesus nº Bairro Dr. João Alves
Eu convivi com Chico Preto muito tempo e seus filhos. Chico Preto morou na Beira Linha, tinha
um lote com dois barracões, morava num barracão com sua esposa Branca, e alugava o outro
barracão; com a separação depois mudou para rua Tupiniquins e por último a rua Padre Feijó.
Na época sua esposa Branca contraiu uma enfermidade e neste interim logo se separaram.
Na rua Correia Machado ele tinha um bar em que seu filho de criação tomava conta e
onde também foi morto pelo policial, nesta rua ele tinha uma mulher Tereza que era amante
dele e ela tinha uma casa de encontro, próxima a sua casa.
Chico Preto nasceu em Manga-MG, e morou muito tempo com Tertuliano nosso, não
frequentou a escola, tudo que aprendeu foi no mundo. As vezes pai o chamava para roça
trabalhar e ele cantava: “Trabalhar eu não, eu não, trabalho não é para mim, me fez calo na
mão”.
Chico teve cinco filhos com Branca, depois veio a separação, os filhos foram morar com a
segunda esposa Vani, moraram um bom tempo e depois, foram morar na rua correia Machado
onde era o bar e transformou numa casa.
Na época a minha família frequentava a igreja Brasil para Cristo, na Vila Guilhermina, hoje esta
igreja tem como o pastor local o Pr. Deli.
Chico Preto nos ajudou muito. Na época morávamos na casa de tio Zequinha, e houve
uma briga de criança entre dois e Rosa meus irmãos, eles jogaram uma pedra dentro da sua
casa e meu tio reclamou para minha mãe Augusta e ela saiu da casa e colocou os móveis na
rua; Chico Preto passando, viu a situação, minha mãe o relatou ele pegou as pequenas coisas
colocou no Jeep, e depois mandou pegar o resto, nos trouxe para Vila Telma no centro de baixo
e depois construiu um barracão pra mãe no centro de cima, no bairro Dr. João Alves na rua
Bahia, ao lado do novo centro.
Chico Preto não tinha concorrente, ele era considerado como Rei Roberto Carlos, ele era o rei
dos macumbeiros. Muitos pegavam trabalhos pesados e traziam para ele resolver, ele resolvia.
Marta Ferreira, sobrinha de Chico Preto Elvis, Diele, Elba, Diogo, Marta e Diego
Cosme Damião
Menino, como é o seu nome pois se não você não entra pois
senão você não come, sou filho do meu pai boiadeiro dono sou
do terreiro do menino de angola olha lá saravá.
Com o passar dos tempos eu e Dílson nos separamos, divorciamos, eu montei um centro
no bairro Sagrada Família e Dílson no céu azul.
Uma vez estava no centro de seu Chico pegando agua para socar o chão do terreiro e
veio um pessoal e discutiu com ele, ele bateu neste povo, ai eles chamaram a polícia; seu Chico
chegou no centro no meio do altar e sentou em frente e me disse: fala que eu não estou aqui,
fiquei atônita e falei com ele, como vou falar que o senhor não está aqui? O senhor está aqui,
no meio do centro. Ele retrucou pode falar que não estou, ele firmou a cabeça a polícia entrou
passou de frente a ele e não achou.
Chico Preto, tinha um bode chamado Zé Bedeu, que descia pra centro da cidade entrava
nas lojas de bicicleta e derrubava e ninguém fazia nada.
Hoje pela graça de Deus sou uma das pessoas mais conhecidas, e reconhecida em Belo
Horizonte-MG, Dílson também foi muito reconhecido em seus trabalhos, somos muitos
conhecidos na Federação Espirita de BH.
Gilberto Ferreira de Souza nascido em 20 de março de 1926 em Bom Jesus da Lapa, filho de
Florentino Ferreira de Souza e Angelina Maria de Jesus; hoje com 96 anos em pleno vigor.
Conheci Chico Preto aqui em Manga e toda a sua família; desde menino, era brigador, corria
atrás do que queria, brincávamos muito jogava e enrolava o pião no meio do quintal, eu, ele e
Véio. Leocádio e Zequinha eram os mais velhos. Chico Preto nasceu aqui em Manga, na ilha.
Sou primo deles, Augusta e os demais irmãos. Dona Marcionilia sua mãe batia muito e corrigia
os meninos naquela época o pau comia, na hora que ela queria bater, ela chamava vem comer
menino, eles vinham, e aí trancava a porta só ouvia os gritos. Hoje estou com 96 anos, lucido e
em pleno vigor, lembro de tudo.
Walder Souza Silva (Gonha): Nascido 5 de setembro 1946, casado, possui quatro filhos:
Juliano, Walsandra, Warley e Andréia, possui onze netos e um bisneto. Trabalhei muito tempo na
umbanda, fui dono do Centro Ogum Beira Mar, no bairro Santo Inácio; este centro foi vendido
para Messias Preto. Sou devoto de São Jorge Guerreiro, recebi muitos benefícios, inclusive a
recuperação de um acidente, eu já nasci com o dom de ser espírita.
Chico Preto era muito meu amigo, pessoa boa, gostava de fazer as festas de boiadeiro,
São Cosme e Damião, festa no Parque Municipal, na praça de Esportes e muitas outras; pessoa
que ajudava o próximo, naquela época ele não cobrava, só pedia os materiais, depois que os
trabalhos davam certo as pessoas vinham trazia um dinheiro e reconhecia o trabalho.
Na época ele andava com o seu Altamiro Parrela. Ele era uma pessoa humilde, bem pobre,
depois ficou estabilizado, cresceu muito e ficou famoso. Acredito que Chico Preto foi maior dos
macumbeiros, porque além dos trabalhos terem êxito, ele ajudava muito as pessoas, era uma
pessoa carismática, era um líder.
Macumbeiros contemporâneos de Chico Preto: Neco Baiano, pai Pedro, Bené, Isaura,
Ricardo, Velho Pedro, dona Araudi, Altamiro Parrela, dona Geralda, Couto, Isabel, Rosa e muitos
outros.
Chico Preto fazia seus despachos a região da ponte Branca, Gameleira no São Geraldo na
estrada de Pirapora e nas encruzilhadas. O despacho é um trabalho feito para pessoa, depois
coloca na encruzilhada, na agua correte e cachoeira, despacho é a consumação do trabalho.
Sobre o assentamento do santo é o local de concentração é um memorial.
Fui eu que fiz as gavetas do seu sepultamento cemitério do Bonfim, no túmulo dele, mas
ele mandou fazer em vida ele já tinha preparado o terreno. Eu acho que na hora da sua morte ele
aceitou a palavra de Deus, porque na hora da morte não tem outro. Hoje eu sou católico, e
também espírita eu não tenho centro mais. Assisto a missa e acompanho as procissões. Faço as
minhas viagens. A umbanda gira para direita e a quimbanda gira para a esquerda.
Chico Preto era torcedor aguerrido do povo Juventus e do Atlético Mineiro, gostava muito; ele era
uma pessoa pública, se envolvia no meio do.
Depoimento do Pastor Arley Neves, nascido em 21 de abril 1971 em Montes Claros-MG, filho
de Vandinho Padeirinho e Dona Maria da Cruz, casado com Clarete Neves, possui três filhos:
Augusto Otávio, Larissa e Luiz Fernando e possui quatro irmãos. Hoje é pastor da igreja
Evangélica Missão Aprisco, situado na avenida Floriano Neiva, 313, Alto São João em Montes
Claros-MG.
Conheci o seu Chico Preto desde menino, pois o meu pai, nesta época tinha um centro
espírita ou Conga, um terreiro de terra batida, uma casa de caboclo no bairro Morrinhos, onde
era realizada trabalhos e rituais pesados para os espíritos caídos ou entidades demoníacas.
Foi neste local que juntos eles realizavam muitos rituais da umbanda, Quimbanda e magia
negra, pois tanto o Vandinho Padeirinho quanto Chico Preto tinham acesso ao mundo espiritual.
Eram verdadeiros mestres nesta arte do ocultismo.
Na época tive que fugir de casa pois o meu pai ia oferecer a minha vida em sacrifício ao
satanás, fugi de casa e fui embora para BH, lá passei a condição de morador em situação de
rua, e ali no hospital da Baleia comia os restos de comida, misturado com lixo hospitalar, até ser
chamado por Deus para luz.
Fui consagrado pastor muito novo em Belo Horizonte-MG, na época estava em pleno
vigor e coloquei no meu coração de só evangelizar terreiro de macumba, tive algumas
experiencias: numa noite ao sair de um restaurante percebi que o meu carro havia sido roubado
e encontrado no pátio do cemitério Bonfim, o meu carro foi encontrado as 3 hs da manhã, todo
aberto com um gato morto dentro e cheio de vela preta, e vela acessa ao redor do carro, foi
levada a minha agenda e minha bíblia e deixaram um bilhete dentro do carro dizendo: você está
incomodando muito agente, para de incomodar: assinado Satanás. Um dos desafios para mim
foi pregar a palavra para Chico Preto.
Trabalhei no hospital São Lucas, no plano de saúde, aonde eu era funcionário, um certo
dia chegou o médico Dr. Eudes, fazendo um comentário lá dentro, que Chico Preto estava
internado no hospital, que ele havia falado que na sexta feira, não era para ninguém entrar no
quarto, porque vai um exu da morte lá. Vanda minha chefe falou para ele que tinha um rapaz
evangélico ele que era muito novo, mas é pastor ele pode ir lá no quarto dele, e orar. O desafio
foi aceito e eu disse eu vou:
https://omatogrosso.com/opiniao/meu-reveilon-num-terreiro-de-candomble-em-montes-claros/
https://semma.montesclaros.mg.gov.br/noticia/meio-ambiente/galeria-afrodescendente-
arraial-das-formigas-montes-claros-homenageia-os-negros-que-fizeram-a-historia-da-
cidade
28. Dicionário:
Abacê ou Iabasé: Cozinheira que prepara as comidas de santo.
Àdúrà: É a reza de súplicas, dos pedidos.
Agô: Pedido de Licença.
Akué: Dinheiro.
Alguidar: Vasilha de barro.
Amaci: Líquido preparado de ervas sagradas. É destinado a banhar a cabeça dos médiuns.
Atibaia: Água.
Axé: Força mágica, representa a “cobertura espiritual ou “egrégora”.
Axogum: Literalmente, o possuidor do axé de Ogum.
Azudo: Anjo da guarda.
Babalorixá: Pai de santo, babaloxá ou babá é o sacerdote das religiões afro-brasileiras.
Bater cabeça: É um ato de profundo respeito, uma forma de saudação que se faz ao pé do
Gongá.
Cambono: Nome dado a pessoa que atende as entidades incorporadas. Pode ser chamado
também de Cambondo.
Campo santo ou Casa santa: Cemitério.
Capangueiro: Termo usado no sentido de companheiro.
Cavalo: Pessoa que serve de suporte para os orixás ou entidades. É o médium.
Coco: Cabeça.
Cambono” ou “cambone: De origem angolana: “Kambono” pessoas que não entram em transe
mediúnico, exercendo diversas atividades e responsabilidades dentro de um ritual sagrado.
Cultura: cultura é um conjunto de conhecimentos crenças, artes, leis, costumes e várias outras
aptidão e hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.
Demanda: Disputa, questão, briga, desentendimento.
Descarregar: Livrar alguém de vibrações maléficas ou negativas.
Egun: Nome genérico que se dá aos espíritos desencarnados. Isto é, espirito dos mortos.
Entidades: em número incalculável, subordinados a um guia chefe.
Falácia: Engano ou falsidade. Normalmente, é uma ideia errada que é transmitida como
verdadeira, enganando outras pessoas.
Fechar a Gira: O mesmo que encerrar os trabalhos em um terreiro. Encerrar a sessão.
Feitiço: Feitiço é o mesmo que encantamento.
Firmar Ponto: É o ato de um Guia ou Entidade riscar seu ponto.
Fundamento: Base, razão de ser.
Gira ou Engira: Sessão religiosa.
Gongá: Altar de Umbanda.
Hard case: “caso difícil” ou “caso problemático”
Ialorixá ou Ialaorixá: Chefe espiritual feminino e administrador da casa, responsável pelo culto
aos orixás.
Linha Preta: Quimbanda
Lúcifer: O maior, ou o primeiro, de todos os demônios; diabo, denominação do planeta Vênus,
como uma estrela matutina ou vespertina.
Macumba: Instrumento músico de percussão dos negros.
Macumbeiro: Aquele que pratica a macumba, ou seja, que toca o instrumento ou aprecia seu
toque.
Marafo/Marafa: cachaça
Menga: Sangue.
Mito: consiste em narrativas criadas pelos povos da antiguidade que têm por intuito explicar
acontecimentos reais, porém que não possuem uma explicação lógica.
Obaluaê, ou Omolu, é o orixá da cura e da doença. Deus da varíola e das pragas, Obaluaê é
relacionado com todo tipo de doença física e com as suas respectivas curas.
Ofò: Rezas de encantamento.
Ogan ou Ogã: é o que toca para o santo (seja orixá, preto velho, caboclo, Exu, Erê, Pombagira,
Boiadeiro etc.)
Ori: Cabeça.
Oríkì: frases ou poemas que são formados para saudar(homenagear) o orixá referindo-se a sua
origem, sua ancestralidade, suas histórias.
Orin: Cânticos, cantos ou mesmo as cantigas.
Oxalá: Jesus
Pataco: Dinheiro.
Patuá: Amuleto. Antigamente eram saquinhos de couro ou de pano, com boca amarrada com
cordão metálico, junto a uma conta de vidro da cor da divindade protetora. Pavio: Vela.
Pemba: Pedaço de giz usado para riscar os pontos das entidades.
Pito: Cigarro, cachimbo.
Ponto riscado: Desenho formado por um conjunto de sinais cabalísticos, que riscado com pemba
ajuda a chamar a entidade ao mundo terreno. Quando riscado pelo médium incorporado identifica
a entidade.
Sebo: Vela.
Terço católico: Dividido em três partes iguais, com cinquenta contas, foram chamadas de Terço.
Cada Terço compreende três Mistérios: Mistérios Gozosos, Mistérios Dolorosos e os Mistérios
Gloriosos.
Tez escura: Cútis; epiderme que se refere à pele do rosto: tez bronzeada, cor escura.
Toco: Banco.
Trabucadô: Trabalhador.
https://aumopa.org/pequeno-dicionario-da-umbanda/
29. Conclusão
Certamente este livro terá uma segunda edição, para atualização de dados ou informações
de pessoas que não foram ouvidas ou que pelas circunstâncias, não puderam falar no momento,
mas com certeza despertará um sentimento de gratidão e nostalgia, poderá ocorrer algum
complemento ou correção por parte daqueles que falaram, deram seus depoimento ou das
pessoas que ainda falarão.
Este livro procurou tratar da veracidade sobre a vida de Chico Preto: O Maior Babalorixá do
Brasil, maior porque fez mais, seus trabalhos tinham resultados extraordinários, e poderá este
livro ser transformado em um filme, e muitas publicações e divulgação nas redes socias, tv,
rádios, revistas por conter tantas informações, sobre suas notícias que entre mitos e lendas, o
transformou como um dos maiores babalorixá do Brasil.
Chico Preto, uma lenda viva, tem sua relevância na história de Montes Claros e do norte de
Minas e do Brasil, da cultura e da religião Afrodescendente.
Chico Preto homem bondoso e caridoso, procurado por muitos para saciar a sua fome,
seus problemas, suas nuances, seus asseclas, sua comunidade, seus filhos, parentes e amigos;
tanto de Montes Claros, com das cidades circunvizinhas de Minas e do Brasil.
Morreu precocemente, profetizou sua morte, pagou a todos, teve um funeral digno de
homem, um sacerdote, um maçom, um pedreiro construtor um pai de santo, um pai de família, e
um amigo.
Chico Preto deixou um legado, que é possível estender sua mão ao próximo, não
importando a sua religião, sexo, cor e posição social, era chamado por muitos de Chicão ou seu
Chico, não ignorava o ignorante, instruía e ensinava, era líder preocupado; o bom samaritano.
Não fez discípulos, pois achava ser muito sacrificial servir ao espiritismo, e aos demônios,
ele sabia das dificuldades de lhe dar com as entidades, por isso não deixou ou ensinou nenhum
filho a prosseguir na carreira, na cultura e na matriz, somente a sua sobrinha Rosa. Hoje o
número de centro e pai de santo na região foram reduzidos quase a metade, a Associação dos
umbandistas, quase não tem reuniões, praticamente inoperante e abandonada, muitos de seus
médiuns faleceram ou desapareceram ou mudaram de religião.
Chico preto tinha o conhecimento pleno do Deus vivo, conhecia a palavra de Deus e
também tinha o conhecimento pleno dos demônios: Lúcifer. Devoto de Nossa Senhora Aparecida,
todos os anos seguia o ritual, rezava o Terço e todas as vezes que terminava seus trabalhos
espirituais, despediam seus discípulos dizendo: Deus te faça feliz.
Por várias vezes quando Chico Preto baixou ao hospital, pastores e capelães da igreja
despertar da fé, próximo ao Hospital São lucas, foram até o seu leito e ali faziam orações. Chico
Preto gostava das orações e ficava bravo quando as pessoas não os deixavam entrar em seu
quarto, no seu leito no momento de enfermidade, o seu filho Milton afirma que ele aceitou a fé
Cristã, esta confissão foi feita por um pastor capelão. Aqui temos um paradoxo, que por outro
lado no dia de sua morte, foi ao centro Estrela do Oriente e fez a transferência da espiritualidade
para Rosa sua sobrinha, para dar prosseguimento aos trabalhos, permanecendo até os dias de
hoje.
Como está escrito em Romanos 10.9: A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor
Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. E, como
aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,
Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá
segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação. Hebreus 9:27,28
Encontrei aqui um texto que define bem a vida e a morte, e as nossas obras na terra. Ora,
para aquele que está na companhia dos vivos há esperança; porque melhor é o cão vivo do que o
leão morto. Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem
tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao
esquecimento. Eclesiastes 9.4-5
Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei
da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na
guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei
da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. Salmos
24:7-10
https://www.bibliaonline.com.br/acf
FOTOS EXTRAS
Lugares Visitados para pesquisa sobre o Livro Chico Preto o Maior Babalorixá do Brasil
Centro Cultural Hermes de Paula e Museu Regional do Norte de Minas/Unimontes, Centro Estrela
do Oriente: o primeiro, segundo e o terceiro, Trevo da Lagoa Pampulha, suas casas onde Chico
Preto morou, suas fazendas: Bananeira em Pentáurea e Lagoa Seca em Rebentão, casas dos
amigos e vizinhos de Chico Preto, lugares onde ele realizou os seus trabalhos: Praça Dr. João
Alves, Ponte Branca, Cascalheira no Maracanã, Gameleira no São Geraldo 2, Cemitério do
Bonfim.
Quilometragem rodada
500 Km rodados em Montes Claros-MG, para ouvir os depoimentos; incluindo a visita nas
Fazendas Bananeira em Pentáurea, e a Fazenda Lagoa Seca em Rebentão.
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