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Índice

1. Biografia de Francisco Cardoso (Chico Preto)


2. Como tudo começou
3. Sua família: pais e irmãos:
4. As mulheres de Chico Preto
5. Filhos, netos e bisnetos de Chico Preto
6. O Centro Espírita Estrela do Oriente: o primeiro, segundo e o terceiro
7. Os Ogãs de Chico Preto e seus depoimentos
8. Os motoristas de Chico Preto
9. Depoimento dos filhos de Chico Preto:
10. O que é Umbanda
11. O que é Quimbanda
12. O que é o Candomblé
13. Vodu
14. Os umbandistas contemporâneos de Chico Preto
15. Associação Espiritualista Umbandista e Folclórica dos Cultos Afro-brasileiros de
Montes Claros-MG
16. O Bode: Zé Bedeu
17. O Cemitério do Bonfim sua história
18. Seus Locais de rituais
19. Os Bens: Os Carros, as casas e as fazendas que Chico Preto teve
20. Esclarecimento sobre a morte de Daniela Perez e o envolvimento de Guilherme de
Pádua e Paula, em um suposto ritual em Montes Claros-MG.
21. Chico Preto e a Maçonaria
22. Os amigos e clientes influentes de Chico Preto
23. A morte de Chico Preto, anunciada pelo Jornal de Notícias, em 14 outubro de 1993
24. Rosa Ferreira dos Santos sobrinha substituta de Chico Preto: Sua vida e Entrevista
25. Chico Preto, sua relevância para a religião e cultura Afro descendentes de Montes
Claros
26. Entrevistas e depoimentos de vizinhos, parentes e amigos contemporâneos
27. Galeria Afrodescendente Arraial das Formigas: Homenagem a Chico Preto
28. Arley
28. Dicionário
29. Conclusão
1. Biografia de Francisco Cardoso (Chico Preto): Médium brasileiro, na linha da Umbanda,
Quimbanda e Vodu. Nascido em 03 de outubro de 1935 na cidade de Manga-MG, filho de Pio
José Cardoso e Marcionília Cardoso; faleceu precocemente, em 12 de outubro de 1993, na
cidade de Montes Claros-MG, dias após completar 60 anos. Chico Preto teve sete irmãos, muitas
mulheres e filhos, netos e bisnetos.
Francisco Cardoso tornou-se conhecido, internacionalmente, pela alcunha de "Chico
Preto". Ele fundou o Centro Espírita Estrela do Oriente, também chamado como Terreiro de
Umbanda de Chico Preto, em Montes Claros/MG; este centro foi fundado em 20 de abril de 1954.
O seu primeiro centro foi na casa de adobe alugada de dona Joaquina Saraiva de Oliveira, mãe
de Coquinha e Jaci Soares de Oliveira (Cici), localizada na Rua Santa Efigênia nº 935, Bairro
Morrinhos, Montes Claros-MG.
O segundo centro localizado na antiga BR 135, e prolongamento da rua Bonfim, que
chegava até na altura do cemitério do Bonfim; depois mudou o nome para Avenida Brasil, hoje
Avenida Leonel de Beirão de Jesus, nº 1855 no Bairro Antônio Pimenta; posteriormente foi
mudado a sua sede para a Rua Bahia, nº 80 no Bairro Doutor João Alves; hoje essa rua foi
rebatizada com o seu nome: Francisco Cardoso, em sua homenagem.
Muita gente acorria até ele, pela sua habilidade e o domínio que lhe dava com o
espiritismo, e os resultados dos trabalhos por ele obtidos junto a população local. Muitas vezes,
recebia ou incorporava os espíritos, de forma contundente e a transformação era notável em que
o seu corpo físico de maneira quem ali presenciava, ficava maravilhado e agradecido pelo que
assistia.
Foi assim que sua fama começou a crescer e, ali, atendeu e fez trabalhos para pessoas do
mundo inteiro e nomes de expressão no cenário brasileiro, notadamente do meio político. Três de
seus filhos de santo, seguiram sua inclinação: Rosa Ferreira dos Santos, sua sucessora; Dílson
Rabelo (In Memoriam) possuiu um terreiro em Belo Horizonte no bairro Céu Azul e Maria
Luzinete Oliveira (Zete) no Bairro Sagrada Família, na mesma cidade.
Chico Preto, uma lenda viva, faz parte da história de Montes Claros e do norte de Minas,
da cultura e da religião Afrodescendente. Com o seu falecimento o centro Espirita Estrela do
Oriente deu continuidade com a sua substituta Rosa Ferreira dos Santos, conhecida hoje como
mãe Rosa, que mesmo antes dele falecer, ela já estava sendo preparada para substituí-lo, cuidou
dele até o dia da sua morte. Hoje o centro Espirita Estrela do Oriente está orquestrado pelo
Médium Flávio Gomes (Pássaro Preto), genro de dona Rosa; o sacerdócio tem um tempo de
validade, quando a idade chega é necessário passar o cajado.
Chico Preto teve várias esposas, mulheres e filhos, aqui relacionamos algumas como:
Miraci mãe de Pio seu primogênito; teve como companheira a senhora Dalina com quem iniciou o
primeiro centro, depois foi casado com Maria de Lourdes (Branca) e teve quatro filhos registrados:
Milton, M. F, Sebastiana, Francisca e Kátia; Vani a qual teve um contrato de matrimonial, e teve
três filhas: Marcionilia, L. C e Karine; Fatima Araújo com quem teve três filhas: Luciene, Sandra,
Lucimar; Maria José a qual teve quatro filhos: Maria Aparecida, Liana, Floriano, Edilene, estes
estão em processo de reconhecimento de paternidade; Maria Viúva teve uma filha: Sonia, não
registrada; e por último Vera com quem teve três filhos que são registrados em seu nome:
Francisco Junior, Daiany e Fraciany.
Os filhos de Chico Preto mais conhecidos e considerados os herdeiros até o momento são:
Pio, Milton, Sebastiana, Francisca, Katia, Marcionilia, Luciana, Karine, Francisco Junior, Daiany
e Fraciany, não foram registrados: Célia (filha Eunice Durães) ( In Memoriam), Sonia, e os filhos
que entraram com processo de reconhecimento de paternidade: Lucimar, José Cardoso,
Floriano, Aparecida, Eliana, Edilene.
Chico Preto como pessoa era uma alma nobre. Várias pessoas chegavam ali no centro
endividadas e necessitadas, e ele acudia, levava ao médico, comprava remédios, pagava aluguel,
dava comida, tratava bem a todos, e a muitos religiosos de outras casas, católicos, evangélicos, o
pessoal da cidade de Manga e Bocaiuva. Chico Preto, recebeu em seu centro várias
personalidades, como: Leonel Beirão de Jesus, proprietário da funerária Socorro Social do Luto, e
considerado como irmão; ex-prefeitos da cidade de Montes Claros e região. Recebeu, também,
para consultas, os ex-presidentes JK e Tancredo Neves, ex-governador de Minas, Aureliano
Chaves. Conforme entrevista dada por dona Rosa sua sobrinha.
No esporte em Montes Claros, torcia para o Juventus, time de várzea que seu filho Milton
era diretor, Chico Preto era torcedor do Atlético Mineiro, e por várias vezes recebeu o Kalil pai,
conforme informou o Robson Roger.
Chico Preto foi maçom, recebeu seu diploma direto de Belo Horizonte e de São Paulo, foi
também conselheiro desta ordem não revelada, segundo informou sua sobrinha Rosa. Chico
Preto profetizou a sua morte; estava ele internado e neste dia pediu para sair do hospital São
Lucas e veio ao centro espírita Estrela do Oriente, chamou os seus médiuns emitiu suas ordens
aos seus subordinados, e fez a transferência da espiritualidade do centro para sua sobrinha.
Segundo relato de dona Maria Preta, que foi sua empregada, segundo ela ele mandou limpar
tudo no centro lavar com cachaça, e assim foi feito.
Chico Preto deixou uma fita gravada para sua sobrinha Rosa, que continha o seguinte
teor da gravação: “Rosa você é que vai ficar tomando conta desse terreiro, este terreiro é uma
continuação, este lote foi uma doação do senhor Rubens, dono da maioria das terras ao redor
do Centro. O Centro Espírita Estrela do Oriente, deverá dar continuidade como uma
Associação, você é a única da minha família que sabe trabalhar, pois eu nunca formei ou
ensinei meus filhos”, conforme relata Rosa em seu depoimento.
Chico Preto faleceu no dia 12 de outubro de 1993, por problemas renais e foi sepultado
por no dia 13 às por volta das 15 horas no cemitério do Bonfim; ele era devoto de Nossa Senhora
Aparecida. O seu enterro foi numa tarde ensolarada, uma multidão de pessoas, não vista outra
igual. O seu cortejo deu da seguinte forma: em cada esquina tinha um ogã (tamborista), seus
discípulos todos a caráter de um filho de santo, dançando e cantando, seguindo o ritual até o
cemitério do Bonfim, onde ele foi enterrado, na cidade de Montes Claros-MG.
No seu enterro, durante o seu sepultamento houve um discurso feito por José Maria
Padre: Disse em Montes Claros não teria homem como o velho Chico, de coração bom que
matou fome de muitas e muitas pessoas.
Um fato interessante é que Chico Preto conhecia os seus subordinados ele percebia
quando estavam moribundos e logo já revelava o problema da pessoa; depois das seções no
final de cada trabalho no centro espírita, ele sempre despedia o seu povo dizendo: Deus te faça
feliz.
Nos dias de hoje corre uma falácia, que Chico Preto morria e ressuscitava na quaresma e
que o seu bode de nome Ze Bedeu que dançava com a capa preta, entre os médiuns no escuro
e não trombava em ninguém e nem derrubava as garrafas no chão, velas e copos; fazia
peripécias na cidade e nos armazéns onde passava, comia milho, arroz etc, se tornando famoso
quanto ao seu Chico, sem contar as pessoas que ele corria atrás para chifrar, o bode era
temido.

Eleotero, Ninha, Tia Lôra, Zequinha (José), Adalberto (Tio Veio), Gaza, Maria Viúva, Francisca,
Sebastiana, Vani, Marcionilha, Couto, Chico Preto (Francisco Cardoso, Manoel, Tertuliano, Rubens, Adelvando,
Augusta, João Damasceno, Paulo, Idalina, David, Marta.

2. Como tudo começou


Oriundo da cidade de Manga-MG, Francisco Cardoso, Chico Preto de tez escura,
recebeu esta alcunha por dona Joaquina, mulher que alugara uma casa aonde começou o seu
primeiro Centro Espírita, Chico Preto teve uma infância muito difícil, segundo relatos de seus
familiares. Dona Marcionilia sua mãe dizia que Chico quando criança, contornava e dava um
ataque mais feio e sentia dores no corpo; então ela fez a promessa que o Senhor bom Jesus o
curasse, seria devoto de Nossa Senhora Aparecida, e assim aconteceu o menino foi curado, foi
tão devoto que comemorava sempre o dia de Senhora Aparecida, e que no dia da santa ele
faleceu, coisas que as pessoas atribuem a mediunidade.
Chico Preto ainda quando criança morou com sua irmã Augusta e Terto seu cunhado por
um bom período, no bairro Alto Boa Vista na cidade de Manga, ele não frequentou o estudo
formal, sendo assim autodidata, na sua juventude, ele e seus irmãos: Floriano e Adalberto,
foram para São Paulo e trabalharam na Fazenda Santa Maria, os dois irmãos permaneceram
por lá, Chico Preto ganhou dinheiro retornou para Montes Claros-MG.
Chico preto foi contemporâneo e trabalhou com o senhor candomblecista Terezino na Vila
Guilhermina, o qual recebeu muito apoio. O seu primeiro centro foi na casa de adobe alugada na
mão de dona Joaquina Saraiva de Oliveira mãe de Cici, localizada na Rua Santa Efigênia nº
935, bairro Morrinhos, Montes Claros-MG. Esta casa tinha quatro cômodos foi dividida dois
cômodos para ele; neste centro não tinha placa, não tinha nome, era conhecido como centro de
Chico Preto.
Segundo relatou o seu Cici ele chegou aqui da Bahia a setenta anos atrás, com uma
senhora chamada dona Dalina; o seu primeiro trabalho, foi braçal de chapa, na rua Lafaiete no
centro da cidade, próximo à estação ferroviária de Montes Claros-MG,
Trabalhou para o senhor Altamiro Parrela, que na época tinha um caso com dona Geralda
mãe de santo e ambos eram espíritas e muito respeitados na quimbanda; Altamiro era
empresário proprietário da Cerâmica no Bairro Maracanã e possuía um Centro Espirita neste
mesmo bairro; Chico Preto trabalhava para ele. Lembro que nesta época quando eles foram a
uma festa, Chico Preto era muito pobre e não tinha sapato para calçar e aí acharam um sapato
no lixo, pé de um e pé de outro e Chico Preto calçou e foi a festa neste centro, assim relata
Loloza no seu depoimento.
Nesse trabalho formal Chico Preto descarregava caminhão de verduras, frutas e outras
coisas mais, todo dia de manhã ele levantava e ia para o trabalho, quando era a tarde no seu
retorno, trazia as sobras das frutas e verduras que ganhava, dona Dalina sua mulher, e dona
Joaquina selecionava as melhores para alimentar.
Dona Dalina na época morava com ele nesta casa alugada, depois ela voltou para
Januária, e lá morreu afogada, quando foi lavar vasilha no Rio Francisco; conforme relatou
Rosa sobrinha de Chico Preto.
Chico Preto ainda muito jovem ficava rodando por aí pelo centro da cidade de Montes
Claros. Na época Chico Preto namorou uma menina chamada Branca, que ainda de menor,
fugiram para Bocaiuva e depois para outra cidade adiante com ela. Branca muito bonita, e de cor
clara chamava atenção daquele jovem cheio de vida e de virtude, ela era filha de gente simples
mais importante na cidade de Montes Claros-MG, família de situação equilibrada; ai o povo botou
em cima, e a polícia foi atrás, pegaram os dois e trouxeram para Montes Claros-MG, e realizaram
o casamento, naquela época, falava que a pessoa casou na polícia, por ter tirado a moça de
casa. Agora casados foram morar na rua Beira da linha, próximo a ponte preta no Bairro
Morrinhos, nesta época não tinham nada. 
Chico Preto viajava por estas cidades vizinhas todas, trabalhando para ganhar dinheiro,
para pagar o lote do segundo terreiro, localizado próximo a antiga barroca, comprou este lote na
mão do senhor Napoleão, que na última prestação seu Napoleão não queria mais vender, Chico
Preto ficou nervoso, pegou ele pelo pescoço e ele recuou. O terceiro terreiro foi doado por seu
Rubens que era dono da maioria das terras ao arredor, Bairro Dr. João Alves, conforme relata
Rosa.
Chico Preto tinha uma cachorra chamada Serea, tinha um gato preto chamado Gira-
mundo que era o Exu dele, tinha os Bodes Zé Bedeu e Pedro Bó; e o Carneiro Nero.
Chico Preto era Maçon, ele tinha o diploma Imperador dos maçônicos e a bandeira da
maçonaria; criou a Associação dos Umbandistas, no ano de 1983 e ele foi primeiro presidente
dos umbandistas, esta Associação está localizada na rua Pedra Azul, nr 38, Antônio Pimenta,
Montes Claros-MG, hoje está inoperante.
Chicão teve várias mulheres: a primeira aqui na cidade foi dona Dalina, a segunda foi dona
Tereza, terceira foi dona Maria costureira, a quarta foi branca, a quinta Vani, depois veio outras
várias mulheres que iremos discorrermos sobre elas. Segundo relato de dona Maria Cândida
Silvério (Maria Preta), empregada de Chicão na época.
Chico Preto chegando aqui na Vila Telma, começou a realizar os seus trabalhos
inicialmente na barroca, depois passou para o centro de baixo, construído com muita dificuldade
por ele, este centro ficou conhecido como terreirinho, que era localizado no bairro Antônio
Pimenta, que ficava entre a pedreira e o cemitério do Bonfim. A posteriori passaram para o
terreiro de cima conhecido como terreiro novo Estrela do Oriente, terreno que foi doado, na
época era feitos leilões para construção, o povo levava oferta de leilão e assim muitas obras
eram realizadas.
Outrora o velho Pio e dona Marcionilia e 08 filhos gerados na Manga-
MG, norte de Minas, terra que sempre exaltou e marcou nossa
ancestralidade, o peão, o caboclo, os escravos... Aprendemos cantar,
lições de vida e religiosidade, os abraços de alegria o choro em todas
as despedidas, lágrimas pensando n retorno ou talvez em não
encontra-lo... calor humano, desses que o cheiro nos acompanhada
por onde quer que andemos. Vá ao encontro d seus pais, seus irmãos:
Leocádio, Zequinha, Floriano, Francisco, Augusta, Emília, Inocência...
Nós aqui ficamos com o rosto coberto de prantos, um tanto mais
sozinho pois perdemos nosso esteio.
Autora: Eliana Cardoso

A figura diabólica de Chico Preto surgiu quando assassinaram seu filho de criação, seu
poder surgiu aí. Na época, um policial chamado Elias, foi até o bar de Chico Preto à noite, que, na
época, tinha um comércio, na rua correia Machado nº 23, Bairro Morrinhos em Montes Claros-
MG. Ele queria matar Chico, mas como não o encontrou no bar, discutiu e atirou em Joaquim,
que era seu filho de criação. Joaquim, foi levado ao hospital com vida, vindo a falecer à noite do
mesmo dia, o soldado fugiu com o Jeep em direção a fazenda de João Canela, bateu na
cancela e entrou em sua casa, pediu para seu João Canela esconde-lo, porque tinha atirado no
filho de Chico Preto, e João Canela não o escondeu, ai ele saiu desesperado, pegou o carro
desceu na estrada velha de carreira e capotou o veículo e caiu no córrego e morreu, foi
encontrado morto depois de três dias, em estado de decomposição, foi necessário preparar um
caixão para o seu sepultamento, segundo o depoimento de Isac filho de dona Raquel.
Nessa época choveu tanto que deu três enchentes, Joaquim foi enterrado e o soldado
morreu na mesma noite, só foi achado três dias depois, seu chico Preto invocou o Zé do Toco
escora dele e o soldado morreu, conforme o depoimento de Isac e Carianha, que eram ogã de
seu Chico, eles relatam ainda que Chicão colocou a capa preta e disse: hoje vamos fazer um
trabalho pesado, este trabalho foi feito na cascalheira do Bairro Maracanã, o bode Zé Bedeu
estava presente e o ritual foi feito, e o militar morreu. Quando Chico Preto falava, aos ogãs: fala
coro, os tambores soavam, a gira da umbanda rodava para a direita e a quimbanda rodava para
esquerda e os espíritos baixavam e chegavam ao ápice do rito.
Chico Preto tinha uma garganta de ouro, cantava estridente, dava oportunidade os
médiuns e os ogãs, quando ele gritava: fala couro, os tambores rufavam e os médiuns
cantavam em sintonia.
Chico Preto se tornou um exímio flecheiro, um atirador de elite, um soldado experiente e
um sacerdote do terreiro, ele sabia a hora de lutar e a ora de parar.
Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa
temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas
não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá
também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo
nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...
Sun Tzu https://www.pensador.com/frase/MTQyNA/

Sua fama se espalhou pela cidade, circunvizinhança e Brasil afora, daí em diante
começaram a vir pessoas de todas as regiões procurá-lo para fazerem trabalhos espirituais com
ele.
Chico Preto tem um primo ainda vivo com 96 anos de idade o senhor Gilberto Ferreira de
Souza nascido em 20 de março de 1926 em Bom Jesus da Lapa, filho de Florentino Ferreira de
Souza e Angelina Maria de Jesus; residente em Manga-MG, hoje ainda lúcido em pleno vigor,
um arquivo vivo.
Chico Preto não fez muitos discípulos, tinha uma bagagem enorme de conhecimento, foi
ferido pelo tempo, a saúde o debilitou, seus diplomas e troféus foram baixados ao sheol, ninguém
nunca escreveu sobre os feitos de Chico Preto, seus feitos e mitos, foram passados oralmente.

Colocar o mapa de sua trajetória


3. Sua família: pais e irmãos:
Seus pais, nasceram na cidade de Manga-MG, cidade localizada no Norte de Minas,
divisa com a Bahia: Pio Lopes Cardoso e Marcionilia Cardoso.

Pais: Pio Lopes Cardoso e Marcionília Cardoso Irmãos: Adalberto, Zequinha, Chico Preto e Floriano

Chico Preto teve sete irmãos: Leocádio Cardoso, José Cardoso (Zequinha), Floriano
Cardoso, Augusta Cesária dos Santos, Emília Cardoso, Inocência Cardoso, Adalberto Lopes
Cardoso todos (In memoriam).

Seus irmãos
O primeiro irmão: Leocádio Cardoso, nascido na cidade de Manga-MG, o mais velho,
possui uma filha: Ana. Foram feitos contatos com os seus netos e familiares, mas sem
respostas.
O segundo irmão: José Cardoso (Zequinha): nascido em 19 de novembro de 1919, na
cidade de Manga-MG, faleceu com 63 anos, no dia 29 de agosto 1987 em Montes Claros-MG;
casou-se Pedrelina (In Memoriam), mas ele teve várias mulheres, e muitos filhos: Cleuza; João
(Pelezinho), Aninha, Edvaldo (Vá Preto), Zé Cardoso, Wilson, Aline, Claudio, Zé e Toca
(gêmeos).
Depois de muitos trabalhos, lutas pra vencer na vida, veio para Montes Claros-MG, ele
era uma pessoa muito alegre. Ele registrou todos os irmãos, e assumiu com pai. Zequinha
tomou dona Loira do seu esposo, ela que cuidou dos seus filhos, Loira era evangélica da
primeira igreja pentecostal Brasil para Cristo, no Bairro Vila Guilhermina, pastoreada pelo
sargento Otacílio Vieira de Moraes.
Cleuza sua filha teve lepra, procurou a cura para sua filha e não conseguiu, foi para
Bahia e conseguiu a cura para lá; aí ele aprendeu sobre cura, e a fazer garrafadas. Sei que
hospedava muita gente na sua casa.
Zequinha tinha um bar na rua Bonfim, tinha ainda duas casas, uma na rua Bonfim onde
morava e fazia os trabalhos de cartomante e de sua esposa Dete sua última mulher mãe de seu
filho Charles.
Ele prestava serviço para uma loja de artigos da Umbanda. Uma vez pai me disse que
não ia ler a minha mão, porque eu ia ser evangélica, disse Sirlene sua filha. Muitas vezes, meu
pai chorava, por aquela vida, ele tinha um arrependimento, ele não influenciou nenhum de seus
filhos seguisse o espiritismo; ele tinha um problema na perna, que mancava ao andar, isso
ocorreu ao domar um animal, caiu sobre a sua perna, causando uma deficiência na perna
direita.
Meu pai não influenciou ninguém ao espiritismo. Na hora da sua morte ele pediu para
chamar um pastor para ir lá no hospital orar por ele. Ele entregou a sua vida para Jesus.
Relato da sua filha Aparecida Silene Gonçalves Xavier, nascida em 14 de setembro de
1972 em Montes Claros-MG, hoje mora em Brasília-DF, e João Cardoso (Pelezinho), nascido
em 25 de outubro de 1948 em Manga-MG, casado com Jusciana de Oliveira Rocha Cardoso,
aposentado pela Policia Militar de Minas Gerais e possui filhos quatro filhos: Sheila, Rafael,
Maria Clara, Fernando e Giovane.

Zequinha e Lôra sua esposa Famílias de Zequinha, Augusta, Chico e Adalberto

O terceiro irmão Floriano Cardoso nascido em 4 de julho de 1930, na cidade de Manga-MG, e


faleceu em 17 julho 1981, de acidente aéreo. Casou-se com Jandira Cardoso. E teve quatro
filhos: Vani, Nivaldo, Manoel e Elisangela Cardoso; e Sonia representada na foto pelos seus
netos e bisnetos. Fazendeiro no estado do Paraná, conheceu o Brasil já cedo, homem dinâmico
e responsável, visitava sempre os seus irmãos Augusta e Chico Preto em Montes Claros-MG.
Floriano, Jandira, Chico Preto Ednalva, Evanice, Evaldo, Laila, Gabriel, Alcina, João e Harley

A quarta irmã: Augusta Cassimira dos Santos, nascida em 6 maio de 1927, na cidade de
Manga-MG, e faleceu em 6 de janeiro de 1988, na cidade de Montes Claros-MG, Filha de José
Pio Cardoso e Marcionília Cesária dos Santos; casada com Tertuliano Ferreira dos Santos e
teve dez filhos: Elias, Idalina, Raimundo, Rosa, Marta, João Damasceno, Adelvando, Paulo
Santana, Katia Regina e David, a maioria dos filhos nasceram em Manga, somente o último,
nasceu em Montes Claros-MG. Toda esta família veio de Manga para Montes Claros-MG. A
primeira casa que esta família de Augusta e Tertuliano moraram, foi no bairro maracanã depois
do córrego do Bicano, próximo a manga de seu Joaquim; depois mudaram para a rua Dr.
Tupiniquins, nas casas de seu Cleófo, depois nas casas de seu João Gonçalo, posterior na rua
Bahia, onde o caçula David nasceu; e a penúltima casa foi de tio Zequinha onde saíram e foram
para a casa cedida por Chicão seu irmão, na Vila Telma ao lado do segundo Centro Estrela do
Oriente.
Esta família inicialmente, a maioria eram evangélicos da igreja Brasil para Cristo, no
Bairro Vila Guilhermina; hoje esta igreja é pastoreada pelo pastor Deli, contemporâneo de Elias
o filho mais velho de Augusta com Tertuliano. Depois do nascimento do último filho este casal
Augusta e Tertuliano vieram a separar, apesar disso mantinham um bom relacionamento. Seu
Tertuliano, faziam suas refeições e tarefas diárias junto a família. Fato interessante que dona
Augusta e sua família, foram convidados a se retirar da casa de seu irmão Zequinha, por motivo
de briga entre dois de seus, que discutiram e jogaram uma pedra dentro da casa dele, ele ficou
nervoso discutiu com sua irmã Augusta e acabou ela abandonando a casa e colocando os
poucos moveis que tinha e os filhos na rua Bonfim, conforme relatou Marta.
Neste momento passa Chico Preto o seu irmão e socorre esta família levando para Vila
Telma na rua da poeira num cômodo ao lado do terreiro de baixo, e depois mudando para rua
Bahia ao lado do centro novo; Augusta e sua família morou em dois barracões e por último num
barracão feito por Chico Preto para sua irmã ao lado do terreiro de cima; hoje neste barracão
mora o seu filho Paulo Santana e sua família.
Segundo relatou o seu filho Raimundo, Augusta faleceu em 6 de janeiro de 1988, na
cidade de Montes Claros-MG, neste dia tinha uma festa promovida pelo seu irmão Chico Preto,
era a festa de Reis, quando o seu filho João Damasceno deu o recado do falecimento de
Augusta para seu tio Chico Preto.

Augusta Cesária dos Santos: ao centro Marta, David, Idalina, Paulo, Dema, Adelvando, Augusta e Tertuliano

A quinta irmã: Emília Cardoso nasceu em na cidade de Manga-MG, casou-se com Alfredo
e teve quatro filhos: Maria Olivia, Geraldo Cardoso (In Memoriam); Marlene que foi criada pelo
seu tio Adalberto em Araçatuba-SP; e Lindaura Cassimira Mendes, Emília teve 13 netos.
Lindaura sua última filha ajudou muito Chico Preto, hoje mora em Montes Claros-MG, tem
sete filhos: Luiz, Milton, Nilson, Zenilton, Ailson, Edson, Paulo César; possui dez netos e nove
bisnetos; viúva de Toni a quem era casada; se tornou é evangélica.

Lindaura e família Lindaura e família

A sexta irmã Inocência Cardoso, não conseguimos contato e nem seus dados, apesar de
buscarmos informações, nas cidades de Manga, Paraná e São Paulo.
O sétimo Adalberto Cardoso nascido na cidade de Manga-MG, casado com Rosa
Cardoso e teve quatro filhos: Neide viúva, Carlos José Cardoso, Aparecida Ramos Cardoso
Anailton Lopes Cardoso.
Adalberto e família Rosa, Adalberto, Francisco Cardoso e Milton

4. As mulheres de Chico Preto:


Miraci foi seu primeiro relacionamento, conhecida por Chicão na cidade de Manga-MG e
desse primeiro amor nasce o primogênito Pio José Cardoso, que recebeu este nome em
homenagem ao seu avô, hoje não se sabe ao certo se faleceu ou está vivo.

Dalina mulher oriunda de Januária, chegou aqui com Chico Preto, e montaram o primeiro
e o segundo centro o da rua Santa Efigênia e o da rua da poeira, retornou para Januária onde
veio falecer no Rio São Francisco quando lavava vasilha.

Maria Lourdes (Branca): Primeira mulher com quem casou foi Conviveu com ele e teve
cinco filhos: Milton Cardoso, a segunda foi uma filha, Sebastiana Cardoso, Francisca Cardoso e
Kátia Cardoso; Branca ainda é viva, casou novamente em Montes Claros-MG, seu esposo era
construtor e teve com ele mais dois filhos e mora em São Paulo; na questão da herança Chico
Preto dividiu a parte dela no divórcio. Branca aparece de vez enquanto em Montes Claros-MG,
para visitar os seus filhos.

Vani a segunda esposa de Chico Preto, tinha contrato matrimonial, conviveu com Chico
Preto um bom tempo e teve três filhas: Marcionilha, Luciana e Karine, que por muitos anos
residiram na rua Dr. Tupiniquins, nº 265, no Bairro morrinhos, depois construíram na rua Padre
Feijó nr 373, no Bairro Santa Rita em Montes Claros-MG; ajudou criar os filhos de seu Chico do
com Branca, o seu irmão Zezinho, morou com eles muito tempo, o qual ajudou a criar seus
filhos, tornando depois seu motorista. Chicão ensinou Milton e Zezinho a dirigir.
Chico Preto e Vani Chico Preto, Francisca, Milton, Sebastiana e Vani

Fátima de Araújo, nasceu em 9 de julho de 1955, na cidade de Montes Claros-MG, Filha


do senhor Domingos, teve quatro filhas com Chico Preto: Luciene, Sandra, Lucimar e Daiane.
Ainda muito nova conheceu Chico Preto e o chamava de vô. convivi um bom tempo com
Chico Preto e tive quatro filhas. Recebi dele um lote e um barracão na rua 25 nº 459, bairro
Santo Amaro em Montes Claros-MG.
Chico preto deu um lote para dividir entre mim e Maria José, o qual não foi dividido, eu
fiquei com o lote e Maria permaneceu no mesmo do local ao lado do centro. Sou muito amiga
dos filhos de Chicão com Branca, sempre quando os vejo é uma alegria muito bom.
Lucimar em seu depoimento disse que seu pai é seu ídolo número um, independente o
que aconteceu se ele criou ou deixou de criar, ela foi a única da família de Fátima, que morou
um tempo na casa de Chicão, quando ele faleceu ela tinha dezesseis anos. Foi procurado as
demais filhas, mas não foram encontradas ou não responderam os contatos. Estas informações
foram passadas por Fátima de Araújo e sua filha Lucimar.

Luciene, Fatima Araújo e Lucimar Daiane e Fatima Araújo

Maria de Lourdes Moreira (Maria Viúva): nasceu em 10 abril de 1917 na cidade de


Montes Claros-MG, faleceu no dia 26 de maio de 2017. Viúva do senhor Moreira; ela teve oito
filhos: Beto, Carlos, Joaquina, Cocranes, Vando, Sonia, Natalia, Sueli. Logo após dona Maria
ficar viúva, conheceu Chico Preto através de Edite Preta que morava próximo ao Bonfim, após o
conhecer eles tiveram um relacionamento e nasceu uma filha: Sonia Moreira.
Na época dona Maria de Lourdes, viúva era bem de situação, montou dois açougues
para seu Chico Preto em Montes Claros. Quando ela conheceu Chico Preto já existia o centro
de baixo, e ela comprou uma casa ao lado e depois morou ali com toda a sua família ao seu
redor, esta casa era de parede e meia com o primeiro Centro.
Sonia Moreira, filha de Chico Preto, nasceu em 14 de setembro 1961, tem 8 filhos e 4
netos. Segundo o depoimento de sua irmã Natália, filha de Maria Viúva com o senhor Manoel,
relata que na época Chico Preto à ajudou muito, na infância com alimentação, educação
escolar, praticamente fui criada por ele, me adulava como filha, nos dava dinheiro, bala enfim
éramos considerados filhos, mas o chamava de vovô.
No dia da sua morte ele saiu do hospital e foi despedir de nós, estávamos todos reunidos:
Rosa, Carlinhos de Ladinha, eu, e mais pessoas para rezarmos o Terço em homenagem a
Nossa Senhora Aparecida, era 11 hs da manhã, quando ele chegou e falou para nós rezarmos,
e falou com a Rosa sua sobrinha acerca de sua morte, relatou como deveria ser o funeral e o
cortejo, disse ainda que as quatorze horas ele ia fazer passagem ou seja sua morte. Chica sua
filha estava com ele, ela tinha todas as notícias, ele morreu no hospital São Lucas. Ficamos no
velório dia e noite, muita gente o arrodeava, pessoas simples e famosas de Montes Claros,
políticos como: Pedro Santo e dona Neuza, Luiz Tadeu Leite, José Nardel, Moacir Lopes e
outros.
Conforme afirma a sua filha: Natalia Moreira Neves, nascida em 24 de dezembro de
1968, filha de dona Maria com o senhor Manoel, casada com Duzinho, e possui dois filhos:
Gilson e Mardem, duas netas: Maria Clara e Eloiza.

Maria Viuva Natalia e Duzinho

Maria José Cardoso, nascida em 25 de junho de 1955 em Itacarambi-MG, foi trazida por
Chico Preto para Montes Claros, para ser babá dos seus filhos, ela se tornou no espiritismo o
braço direito de Chico Preto, por muitos anos, logo após se tornou secretaria dele. Ela teve seis
filhos, sendo quatro com Chico Preto: Maria Aparecida Cardoso dos Santos, nascida em 18 de
setembro de 1967, Eliana Cardoso dos Santos, nascida em 12 maio de 1975, na cidade de
Montes Claros-MG, Floriano José Cardoso dos Santos, nascido em 17 de setembro de 1977,
Edilene Aparecida Cardoso dos Santos, nascida e m 27 de fevereiro de 1979. Os nomes que
recebemos da nossa mãe, em homenagem aos filhos de tio Floriano que morava em Paraná.
Teve 13 netos e 16 bisnetos.
Conviveu no centro de Chico Preto vários anos e era um do seu braço direito nos
trabalhos do centro e teve quatro filhos: Maria Aparecida, Liana, Floriano, Edilene; nove netos e
dezoito bisnetos. Morou na rua Juramento número 95F Vila Telma em Montes Claros-MG, hoje
nesta casa mora a sua filha Edilene.

Aparecida, Edilene e Eliana Floriano

Tereza Durães: Nascida em 1950 era esposa João Ferreira de Souza, na cidade de
Montes Claros-MG, ambos proprietários na época de uma empresa em Montes Claros e mãe de
Rute Ferreira de Souza, nascida em 27 de agosto de 1966 em Montes Claros-MG, ela teve um
relacionamento com Chico Preto e nasceu uma filha de nome Rute. Tereza faleceu em 25
agosto 2017.
Cessé: Teve um relacionamento com Chico Preto, mas não teve filhos.
Clarice: Era uma frequentadora do centro Estrela do Oriente, ao passar do tempo, há
relatos que ela passou a ser uma de sua namorada, conviveu com ele por vários anos.

5. Filhos, netos e bisnetos de Chico Preto: O primeiro filho foi Pio José Cardoso, o filho mais
velho, este não possuiu filhos; Milton Cardoso possui dois filhos Abraão e Fernanda, e tem três
netos: Lorraine, Francisco e Mariana Mariá; a terceira filha não quis fazer parte deste livro;
Sebastiana Cardoso possui dois filhos: Guilherme Luis e Lillian Michelline, e possui tres netos;
Francisca Cardoso possui duas filhas: Mariana e Maria Luiza, e um neto;
Kátia Cardoso possui dois filhos: Pablo e Lucas, e possui um neto;
Marcionilha Cardoso possui dois filhos: Hudson, Weslaine e Windson (In Memorian), e tem três
netos;
Luciana Cardoso possui dois filhos: Otacílio e Brenda;
Francisco Cardoso Junior possui duas filhas: Laisa e Lavina;
Dayany Cardoso possui dois filhos: Bernardo e Maria Alice;
Franciany Cardoso possui uma filha: Sofia;
Sonia, possui cinco filhos e oito netos;
Celia Cardoso (In memorian) não possuiu filhos;
Filhos que estão em processo de reconhecimento da paternidade são:
Rute Cardoso possui um filho: Junior.
Os filhos de Maria José Cardoso: Maria Aparecida Cardoso possui três filhos: Ana Paula,
Poliana e Marcelo, e sete netos: Paulo, David, Duda, Kerlon, Vitoria, Ane e Bernardo;
Eliana Cardoso possui três filhos: Luiz, Pedro e Marcos, e nove netos: Laisla, Ashia, Gabriele,
Nicole, Vivian, Braian, Enzo, Artur e Pedro;
Floriano Cardoso possui um filho: Rafael; e Edilene Cardoso possui dois filhos: Linton e Liliane,
e uma neta: Kauara.
Há relatos entre os irmãos que este número de filhos e netos poderão aumentar, por haver
indicio eminente de novos irmãos.

6. O Centro Espírita Estrela do Oriente: o primeiro, segundo e o terceiro


O seu primeiro centro foi na casa de adobe alugada na mão de dona Joaquina Saraiva de
Oliveira mãe Jaci Soares de Oliveira (Cici), localizada na Rua Santa Efigênia nº 935, bairro
Morrinhos, Montes Claros-MG.

Depoimento Jaci Soares de Oliveira (Cici):


Jaci Soares de Oliveira, nascido em 21 de março de 1950, casado, teve três filhos e duas
netas; morador desta casa 1952, localizada na Rua Santa Efigênia nº 935, bairro Morrinhos,
Montes Claros-MG.
. O seu primeiro centro foi na casa de adobe que tínhamos, esta casa tinha quatro
cômodos e minha mãe dividiu, dois cômodos para ele, neste centro não tinha placa, não tinha
nome, era conhecido como centro de Chico Preto.
Chegou aqui da Bahia a setenta anos atrás, com uma senhora chamada dona Dalina,
seu primeiro trabalho, foi braçal de chapa, na rua Lafaiete no centro da cidade, na praça da
estação; descarregava caminhão de verduras, frutas e outras coisas mais, todo dia de manha
ele levantava e ia para o trabalho.
Minha mãe Joaquina Saraiva de Oliveira, alugou os dois primeiros cômodos para ele,
onde ele começou mexer com espiritismo, naquela época ele trabalhava nos dois serviços na
estação e com espiritismo, era muito trabalhador. Sua mudança de residência foi da rua
Efigênia para o primeiro centro, com dona Dalina, para a rua da poeira, um terreno depois do
cemitério do Bonfim.
Nesta mesma época veio um irmão dele da cidade de Manga, de nome Zequinha. Chico
Preto tinha vários amigos como Leonel Beirão, que na época tinha o bloco de carnaval, e uma
boneca publicitária conhecida como Boneca de Leonel Beirão; ele era proprietário da funerária,
e publicitário.
Chico Preto tinha um bode famoso chamado Zé Bedeu, entrava nas mercearias e comia
as coisas, ele também corria atrás das pessoas.
Nesse centro ele arrumou muita gente para ajuda-lo, ele foi crescendo e ficando muito
famoso, com os acontecimentos e resultados de seus trabalhos. Sobre seu Chico nunca
tivemos nada de ruim contra ele, só coisas boas. Chico tinha um sonho e revelou para minha
mãe Joaquina Saraiva de Oliveira que no final de sua vida ele queria cuidar dela, mas
infelizmente ele foi antes.

Jaci Soares de Oliveira: Cici Primeiro Centro de Chico Preto: Casa de Cici

O segundo Centro, era localizado na avenida Leonel Beirão de Jesus, nº 1855, no Bairro
Antônio Pimenta, ao lado da antiga barroca e fundo da antiga pedreira.
O Centro Espírita Estrela do Oriente, Terreiro de Umbanda ou Terreiro de Umbanda Chico
Preto, em Montes Claros/MG, foi fundado em 20 de abril de 1958. Através das suas viagens e
trabalhos, ganhou dinheiro, para comprar este lote, na mão do senhor Napoleão. Na última
prestação seu Napoleão não queria mais vender, Chico Preto ficou nervoso, pegou ele pelo
pescoço e ele recuou. Foi passado para os filhos como forma de herança; foi vendido para o
Senhor André detetive, e hoje se tornou casas de alugueis.
Eram vizinhos desse centro as famílias de dona Dinha, mãe de dez filhos que moravam de
frente ao centro, e esta família tomava quase o quarteirão inteiro, conforme está descrito no
depoimento de dona Lia esposa de Candido.
Visão externa do Terreiro velho: Estrela do Oriente Visão fundo do Terreiro velho: Estrela do Oriente

O terceiro centro era localizado na antiga rua Bahia nº 80, Vila Telma, hoje Rua Francisco
Cardoso em homenagem ao Chico Preto. Neste local inicia-se o Bairro Dr. João Alves, que fica
entre a rua Juramento e a rua Francisco Cardoso. Este terreiro foi doado por seu Rubens que
era dono da maioria das terras ao arredor do Bairro Dr. João Alves. Aqui neste Centro Chico
Preto trabalhou por muitos anos e teve muitas glórias, e foi aqui neste centro que o Velho Chico
foi velado.
Este centro era um ambiente que aceitava toadas as pessoas, tanto rico como pobres,
quem ali chegava, achava alguma coisa para matar a fome, tinha de manhã e pela tarde um café
feito pela dona Lucia, Maria Vieira e ou Maria Viúva, tinha também um almoço que servia os
médiuns, seus familiares e a todos que ali rodeavam, Chico Preto sempre foi um líder de mão
aberta para ajudar o próximo, não importava a religião, ele ajudava. Ele tinha uma casa ao lado
do centro um lugar para reclinar a cabeça, o recanto caseiro do Pai de Santo era ambiente
receptivo, quem cuidava e arrumava era a sua irmã Augustinha.

Obras em andamento do terceiro terreiro Carlim, Orlando Preto, Nagibe, Alzira e Natanael
Interior do terceiro centro: Estrela do Oriente Visão externa do terceiro centro: Estrela do Oriente

Brasão do Centro Espirita Estrela do Oriente O Brasão: Boiadeiro

7. Os Ogãs (tamboristas) de Chico Preto e seus depoimento: Finado Zé Preto, Betim,


Koque, Vando, Zé Pedro, todos (In Memorian); Carianha, Gerinha, Isac, José Maria (Índio),
Carlinhos de Ladinha, Orlando, Paulo Santana. Dias de trabalhos na Umbanda e quimbanda
quarta e sexta, conforme descrição nos depoimentos de Carianha, Gerinha, Isac, Orlando, Índio
e Paulo Santana.

Depoimento de José da Silva Carianha tamborista de Chico Preto:


José da Silva Carianha, nascido em 21 de junho de 1939, filho de Anália Maria de Souza
Meira e Júlio da Silva Carianha; casado com dona Florinda Abreu Santos Carinhanha, nasceu 8
de novembro de 1940; teve onze filhos e quinze netos e quatorze bisnetos, hoje reside na rua K,
nº 252, Vila Campos, Montes Claros-MG.
Conheci Pai Chico quando ele morava na rua Beira Linha, próximo a ponte Preta, essa
casa era dele. Quando ele me chamou e disse: Carinhanha você quer ser meu tamborista, logo
respondi eu quero, mas o senhor tem que me ensinar, ai ele me ensinou; na época fui
contemporâneo de finados: Zé Preto, Betim, Koque, Vando; eu aprendi a tocar o tambor com
Chico Preto e fui aprimorando com estes companheiros.
Eu trabalhava no cemitério do Bonfim aqui na cidade, eu era guarda noturno neste local,
era eu que abria o portão do cemitério, pra ele e seus médiuns adentrarem, ele começava os
trabalhos de meia noite a uma hora e terminava as cinco horas da manhã.
Quando comecei foi no terreirinho de baixo, ele tinha vários lugares de fazer os trabalhos,
fazia seus trabalhos nas mangueiras do bairro Dr. João Alves, no fundo dos motel Sands e no
Bairro Maracanã, numa cascalheira, hoje próximo ao Kaique, neste local eram feitos os
trabalhos pesados aqui ele levava bode, galinhas, punhal, durante a matança dos animais, os
guias tomavam o sangue da galinha e seu Chico tomava sangue do bode Zé Bedeu que era
tirado com o punhal.
Na época nós trazíamos Zé Bedeu, os animais e todo material dos trabalhos no carro de
Chico Preto, ele levava e trazia. Foi aqui no Maracanã que fizemos o trabalho para vingar a
morte do filho de Pai Chico, pegamos o retrato do policial e invocamos tranca rua e o soldado
morreu, na altura do rio bicano, na chácara dos Canelas.
Na época Pai Chico era muito namorador, por isso sua esposa a qual era casado o
abandonou, devido aos vários confrontos com as mulheradas. Pai Chico era macumbeiro e
também católico, era devoto de Nossa Senhora Aparecida. Com a morte de Pai Chico, ficamos
todos órfãos, ele era muito bom.

Carianha: Ogã Carianha: Ogã

Depoimento de Geraldo Eustáquio de Oliveira (Gerinha tamborista):


Geraldo Eustáquio de Oliveira, nascido em 1 de abril de 1950 na cidade de Montes
Claros-MG, filho de dona Tiana e irmão de Maria Luzinete (Zete), Verinha e Valmir. Comecei a
tocar no centro de baixo o terreirinho, juntamente com Joaquim, Zé Pedro, Naná, Betim.
Depois que passou para o centro novo, eu já havia afastado. Joaquim um dos tamborista
era filho adotivo de Chico Preto, que também trabalhava no bar de Chico Preto, na Rua Correia
Machado nº 23, quando ele ia chegando com a janta o policial atirou nele enganado, achou que
era Chico Preto. O policial Elias fugiu, mas depois de quatro dias achou ele morto através dos
urubus.
No aglomerado do primeiro centro, Dona Maria Viúva que era minha sogra mãe de
Quininha, tinha no local uma loja de bateria que carregava para luminar; naquele tempo as
festas no centro duravam três dias.
Chico Preto tinha um bar na casa de dona Maria Branca, este bar vendia algumas coisas,
mas o que prevalecia naquela época era cachaça, e eu tomava conta do bar.
A preparação dos tambores ocorria da seguinte forma; pegava o couro e deixava três
dias na água e depois pegava a gilete e ia raspando o cabelo do couro; terminado colocava o
couro em cima do tambor e apertava com a chave de boca; a barrica era pregando com taxa ou
preguinho, depois levava ao fogo para esticar e dar um melhor som, a Barrica tinha um som tipo
de marcação, tipo baixo, diferente do tambor que era menor que tinha tarraxa e o seu som batia
mais fino. A Barrica tocava passagem era duas por uma.
Eu já nasci sabendo tocar o tambor, toquei com Messias e Maria Luzinete (Zete) minha
irmã, eu sei cantar, tocar; dancei catopé como porta Bandeira, cinquenta e três anos. Depois de
mim ficaram no centro Naná, Betim, Zé Pedro, eu parei depois chegaram muitos tocadores
como: Zé Pedro que continuou, Paulo, tocava na semana depois dos trabalhos Chico Preto nos
dava uma gorjeta.
Sobre o Bode Zebedeu, era bravo, batia mesmo, derrubou muita mulher de barriga. No
bairro São Judas tinha uma padaria no fundo da igreja, o rapaz do pão colocava o saco de pão
no gancho e o bode pegava e comia todo o pão e depois eles mandavam a conta pra Chico
Preto e ele pagava tudo.
Zebedeu comeu também nos armazéns o arroz, milho e tudo que achava e a conta vinha
e Chicão pagava tudo. O outro era o Carneiro Pedro Bó este eu não conheci. Zebedeu foi
enterrado na sepultura no fundo do Centro de Baixo Estrela do Oriente.
Todos que procuravam Chico Preto por qualquer coisa ele ajudava, seja católico ou
evangélico. Na época quase todo menino que aparecia, o povo o dizia que era filho dele. Sou
irmão de Maria Luzinete (Zete) que foi casado com o filho de Santo de Chico Preto Dílson o
qual teve três filhos com a minha irmã.
Gerinha Chico Preto e João Botelho torciam pelo Juventus

Depoimento de Walter Caetano Gonçalves (Loloza): nascido em 17 outubro de 1947 em


Montes Claros-MG, viúvo de dona Maria Geralda Mota Gonçalves, não tivemos filhos, mas
adotamos uma filha Maria de Jesus Mota Gonçalves que tem apelido de plico.
Fui tamborista de seu Chico, e nesta época era contemporâneo dos tamboristas Gerinha,
Carianha, Betim, Coque, Vando, Zé Pedro, Joaquim e Natanael.
O seu Altamiro na época era amasiado com Geralda, tiveram uma filha Rosimeire Mota
dos Santos, a qual foi registrada por mim e Geralda como filha, depois eu e Geralda nos
casamos.
Altamiro Parrela era empresário proprietário da Cerâmica no Bairro Maracanã e também
espirita, possuía um Centro Espirita neste mesmo bairro; Chico Preto trabalhava para ele.
Lembro que nesta época quando eles foram a uma festa, Chico Preto era muito pobre e
não tinha sapato para calçar e ai acharam o sapato no lixo, pé de um e pé de outro e Chico Preto
calçou e foi a festa.
Quando eu o conheci, o segundo centro já existia na Avenida Leonel Beirão de Jesus, o segundo
os comentários o seu Altamiro comprou o lote para ele montar o centro, eu fui tamborista de seu
Chico. Os locais de despachos que íamos era no cemitério do pau preto, cemitério do Bonfim,
Gameleira e nas mangueiras do bairro Doutor João Alves.
Depois que Altamiro e Geralda morreram seu Chico se tornou o maior macumbeiro de
Montes Claros e região. Foram os macumbeiros contemporâneos foram: João facãozinho,
Dozinho, Alzira, Isaura, Gonha, Bené, Raquel, Messias Preto, Ricardo, Zé Pereira, Rosa; nesta
época ele mexia com umbanda e quimbanda.
Chico Preto era muito namorador, não tinha vicio, não fumava e não bebia, somente quando
recebia os espíritos. Na macumba conseguimos muitas coisas, mas perdemos também.
Geralda macumbeira, ao passar do tempo deixou a religião afro e seguiu ao catolicismo em
Belo Horizonte-MG, igreja onde era zeladora, moramos lá muito tempo, ela faleceu e hoje moro
em Montes Claros-MG.
Maria de Jesus (Plico) e Walter (Lolosa) Altamiro Parrela

Depoimento Isac Mendes Ferreira filho de Dona Raquel:


Isac Mendes Ferreira, nascido em 10 de setembro de1960, Casado com Ana Brandão; filho de
Raquel Alexandrina Ferreira e Joaquim Mendes dos Reis, teve quatro irmãos: Antônio Anatório
Ramos, José Augusto Ramos, Elias Alves Pereira e Maria Ducarmo Oliveira; teve 2 filhos e
possui sete netos e três bisnetos. Dona Raquel foi uma das filhas de santo de seu Chico, ajudou
muito em seus trabalhos, faleceu no ano de 1978.
Minha mãe conheceu Chico Preto, através de uma enfermidade minha, quando eu era
pequeno a minha irmã me olhava, tinha um rego no quintal de casa, escanchado do seu lado
ela cai comigo no rego e bati os rins e veio a inchar, eu fiquei entre a vida e a morte.
Nesta época chico preto veio de Manga para cá, ele começou no Centro Espirita na rua
Santa Efigênia, na casa de Joaquina que é mãe Coquinha meu cunhado, e minha mãe ficou
sabendo e foi lá consultar; Chicão recebeu o Preto Velho me consultou e ele passou um
comprimido de nada, só que na época só vendia o vidro de comprimido e o Antônio meu irmão
fez empréstimos e comprou e tomei um comprimido só e nunca mais tive problemas, foi tirado
a dor com a mão.
Mãe começou frequentando Alan Kardec, só que um espirito de lá falou com mãe que o
lugar dela não era lá.
O seu primeiro centro foi na casa de adobe de Dona Joaquina na rua Santa Efigênia, esta
casa tinha quatro cômodos e foi dividida para seu Chico e família, ficou com dois cômodos para
ele; neste centro não tinha placa, não tinha nome, era conhecido como centro de Chico Preto.
No início ele batia no tempo, nas mangueiras antiga próximo a chácara de Miguel Ovelha,
na rua Juramento; ele tinha outro centro no Maracanã que ficava acima do Kaique numa
cascalheira; depois veio a comprar o lote e construir o terreirinho no bairro Antônio Pimenta, na
antiga rua Bonfim. Este terreiro era um prolongamento da fazenda Antônio Pimenta; dona
Lurdes Pimenta esposa do Dr. Antônio Pimenta, que doou antes de falecer um lote no São
Judas para fazer uma creche.
Maria Luzinete e Dílson moravam no Major Prates, no começo do bairro eles saiam de lá
e vinham para o terreiro. Rosa e Raquel minha mãe fizeram o santo juntas, que era feito da
seguinte forma: do lado esquerdo tinha 177 cortes da cabeça até o pé, com três dias os sinais já
tinham sumido, chamado pacto de sangue com Lúcifer.
Chico Preto não gostava de ladrão de jeito nenhum, de homossexual, ele não tinha vicio,
não fumava e nem bebia. Na época eu e Rosa sua sobrinha éramos considerados irmãos, na
morte da minha mãe, fiquei desamparado e fui morar com ela e Robson.
Morte de Joaquim, seu filho de criação, ele foi morto a noite próximo à rua Correia
Machado, o soldado que atirou nele, fugiu com num Jeep bateu na cancela da chácara de João
Canela e entrou na sua casa, pediu para João esconder porque ele tinha matado o filho de
Chico Preto, e João não escondeu, ai ele saiu pegou o carro desceu na estrada velha de
carreira e capotou e caiu no córrego e morreu.
Nessa época chovia tanto que deu três enchentes, Joaquim foi enterrado e o soldado
morreu na mesma noite, só foi achado três dias depois, seu chico Preto invocou o Zé do Toco
escora dele e o soldado morreu.
Morei e cuidei muito tempo da Fazenda Lagoa Seca: Dema e a sua esposa Neném era os
Moradores que mais tempo permaneceu nesta Fazenda, nela foram realizadas a festa do
casamento da sua filha mais velha. Tinha canavial, criava gado e uma Lambique seu Altamiro, o
local de fato se chama Buriti campo Santo e a Fazenda Lagoa Seca.
Eu tive um acidente, fui atropelado por um trem de ferro à noite de frente a igreja católica
do São Judas, estava bêbado, perdi a noção de tudo entrei dentro da mata, perdi o braço e o pé
esquerdo; hoje sou casado, converteu ao cristianismo e frequento a igreja Cristã do Brasil no
bairro São Judas, a qual sou zelador e cooperador da mesma, na rua Santa Efigênia no bairro
Morrinhos.

Isac filho de dona Raquel Isac e sua família


Depoimento de Orlando tamborista de Chico Preto:
Orlando Cardoso Silva, nascido em 25 de janeiro de 1965, na cidade de Montes Claros-
MG, esposo de Fatinha. Antes trabalhava com Messias e depois foi chamado por seu Chico,
para substituir o tocador Índio.
Os tocadores da época eram: Gerinha, Coque, Vando, Índio, Zé Pedro, Orlando,
Carlinhos de Ladinha, Paulo, por último vieram os mais novos Renato, Floriano, Roger e
Wallace.
Os tambores e as barricas feitos eram de metalão e tabuas, eram usados couros de
bodes para compor a parte de cima dos tambores, era necessário que matasse o bode e
aproveitasse o couro para o funcionamento dos tambores. Este procedimento se dava com a
morte do bode tirava o coro, e colocava para esticar numa vara, quando o couro estava seco,
colocava-o na bacia de agua para amolecer e esticando raspava com a gilete, tirando todo o
cabelo, virava o couro no sentido contrário, colocava no tambor ou na barrica e colocava para
secar e depois acochava o tambor com na chave de boca e barrica era pregado o couro com a
tachinha ou pregos pequenos; a barrica é diferente colocava o coro na caixa e pregava com a
tachinha e quando levava na caloria do fogo ficava com o som melhor.
O que mais me chamava atenção na umbanda, era boiadeiro que vinha de ano em ano,
que tinha como função descarregar e curar as pessoas. O caboclo do veio Chico é sete linhas,
como se fosse sete função.
Na festa de Cosme Damião ele chamava todos Orixás, na época os empresários doavam
as balas, pipocas, pirulitos.
Sempre quando estou com problema e vou no cemitério, acendo uma vela no rumo da
cabeça dele, na sua sepultura e sempre visito ali, e peço a ele para os orixás me ajudar.
Eu gosto muito dele por que ele tinha um cuidado especial comigo. Eu chegava no
terreiro e ele olhava pra mim e dizia: porque está triste, depois do trabalho agente conversa,
íamos trabalhar no final as pessoas se despediam e ele falava: Deus faça feliz, ai dizia pra mim
você fica ai, olha aqui toma um dinheiro, faça sua feira e paga o seu aluguel, o Velho Chico
sabia de tudo que passava conosco. Chico Preto fazia o nosso pagamento todo sábado de
manhã.
Ele, segundo que fiquei sabendo fez o santo em Juazeiro da Bahia, quando era menino já
recebia, foi para São Paulo de trem e ganhou muito dinheiro e retornou para cá.

Ele cantava: Francisco de Marcionília é doce de namorar, namora duas ou


três moças, e com uma ia casar, quando ele assoviava e cantava, estava
alegre e dava uma gorja pra nós. Achei bonito a minha mãe me dar
dinheiro, achei pra comprar um caminhão, achei bonito pra encher de moça
feita, olé, achei bonito pra fazer presente o cão.
Chico Preto foi um dos maiores macumbeiros do Brasil e do mundo, trabalhou muito para
o exterior, interessante que falava nas línguas dos estrangeiros, mesmo não tendo estudo.
Participou da maçonaria, conforme relata seus filhos; criou também a Associação dos
Umbandistas (Ele doou o terreno, comprou e construiu com apoio de todos) que tinha objetivo
de reuni todos terreiros de umbanda, que no livro ata, consta mais de trezentos e sessenta
umbandistas de Montes Claros e ao redor.
Chico Preto não gostava de receber Pomba-gira, ele recebia sentado, e Rosa vinha e
colocava a saia e rapidinho ele suspendia, Pomba gira tinha a função de unir as pessoas e
desunir também, mas que mais fazia era a união.
Rosa sua sobrinha o auxiliava nos trabalhos, mesmo que doente ele continuava
trabalhando do mesmo jeito, ele fazia as consultar e recebia os clientes, tinha os horários
marcado de receber os telefonemas. Sua morte até hoje é sentida por muitos de nós, fomos
avisados, o caixão chegou com o corpo e passou à noite no centro, sendo enterrado no outro
dia de pela tarde.
Eu Orlando puxei os pontos durante o percurso do enterro, cantamos; “A Deus a gira, gira
não chora eu não sei se fico ou se eu vou embora; toda vez que ele vem girar, vem trazendo a
força de seus orixás. Ai, ai boiadeiro, ai, ai boiadeiro, ai, ai meu pai o que você veio fazer aqui”.
Outra canção que era costumeira quando Dílson Rabelo e Maria Luzinete trazia os mediuns de
Belo Horizonte, e quando chegava Chico Preto o recebia e cantava, e Dílson respondia:

Menino, como é o seu nome pois se não você não entra pois senão
você não come, sou filho do meu pai boiadeiro dono sou do terreiro
do menino de angola olha lá saravá.

Ninguém era contra Chico Preto, todos gostavam dele, ajudava: católicos, protestantes
(crentes), maçons e todos que o procurava. Quando as pessoas chegavam ali doente para
participar da seção, Chico Preto não deixava, ficava num canto assentado até o fim do trabalho.
Os trabalhos realizados no centro eram muito bons, saímos com o corpo leve e com o Espirito
alegre. O meu tempo gasto no centro e com Chico Preto compensou, aprendemos muitas
coisas boas: aprendemos a viver.
Orlando Cardoso, Ogã de Chico Preto Orlando Cardoso e Fatinha

Depoimento de José Maria Fernando da Silva (Índio) Tamborista de Chico Preto:


José Maria Fernando da Silva, nascido em15 de março de 1964, em Montes Claros-MG,
comunhão estável, Tania Aparecida dos Santos Silva nascida em 21 de fevereiro de 1986 em
Montes Claros, residentes na rua Glaucilândia nº 46, Bairro São Judas 2, possui cinco filhos e
sete netos em Montes Claros.
Ogã significa originalmente “aquele que bate, toca e canta”. Nos cultos, é quem toca os
tambores. Na preparação do tambor, eu pegava o couro de bode ou de veado, curtia na água e
depois esticava com a vara, raspava o couro com a gilete e colocava no tambor, para
afinamento e o ato de atarraxar e apertar era feito por Natanael, marido de Alzirinha.
Minhas participações foram na umbanda e na quimbanda, tocava e cantava. Chico Preto
dificilmente visita outros centros espiritas. Lembro que ele só visitou Dílson Maria Luzinete em
Belo Horizonte. Entre os Pais de Santo, chico Preto gostava muito de Ricardo.
Chico Preto tinha uma fazenda em Pentáurea que se chamava Bananeira, no inicio,
cuidaram dessa Fazenda Dona Maria Viúva e seus filhos. Tinha banana e manga, gado e tinha
um cavalo estrela relacionado com o nome do centro e a égua suzana, gostava ele de montar.
Na morte de Chico Preto no seu enterro, fomos tocando o tambor da porta do centro até
a porta do cemitério, num espaço de cada esquina aproximadamente, tinha um tamborista
corria a frente, e outro acompanhava o cortejo, em cada esquina praticamente ficava um ogã,
lembro na época que era eu Zé Pedro, Carlinhos de Ladinha e Orlando que tocávamos, mais
tinha mais gente.
Chico Preto não gostava muito de homossexual, mas as coisas foram acontecendo,
apareceu no nosso tempo um homem chamado Toninho, e Chico preto aceitou; talvez pelas
condições sociais e as mudanças de mentalidade do nosso tempo. Os locais de despacho que
participei foi na gameleira próximo ao Bairro São Geraldo.
José Maria: Índio José Maria: Índio

Depoimento de Paulo Santana tamborista e sobrinho de Chico Preto:


Paulo Santana Ferreira dos Santos, nascido 17 de dezembro de 1970, na cidade Manga-
MG, filho de Augusta Cesária dos Santos e Tertuliano Ferreira dos Santos; esposo de Marlene
Aparecida Almeida, 31 de junho 1973 e possui quatro: Washington Santana, Franklin, Marcos
Paulo, Jessica Santana e possui nove netos.
Quando mudamos para Vila Telma, o centro já existia, tenho poucas lembranças, mas o
centro novo eu participei da sua construção, na época tinha um pedreiro chamado Luizão, era
muito divertido. Toquei tambor por um longo período no centro.
Chico Preto lembro que morou em duas casas incialmente na beira linha e na rua
Tupiniquins. Nesta segunda casa, lembro que ele indo para fazenda Rebentão com o Jeep, ele
sofreu um acidente, veio a contrair uma barriga d’agua muito feia, a ponto de todos acharem
que ele ia morrer, mas não morreu.
Chico Preto tinha um carneiro chamado Nero e dois bodes um chamava Pedro Bó e o
outro Zebedeu, este último era o seu bode de trabalho, dançava na quimbanda, entre os copos
e as garrafas e não quebrava nada, era uma coisa impressionante. Na cidade comia nas
mercearias e corria atrás das pessoas.
Hoje ainda moro ao lado do centro, no Bairro Dr. João Alves, criei aqui minha família e
vivi perto dos meus irmãos.
Na morte e Chico de Preto eu não participei, mas Orlando, Carlinhos Ze Pedro e Indio
participaram, foi uma coisa diferente nunca tinha visto; os trabalhos dos tamboristas durante o
cortejo, era da seguinte forma: Em cada esquina tinha um tamborista, um tocava e passava
para próxima esquina, um ia passando a frente até chegar no cemitério Bonfim. Chegando ao
cemitério próximo a sepultura, houve um discurso por parte de Zé Maria Padre, acerca de Chico
Preto.
Paulo Santana e Milton Cardoso, ajudaram a identificar os carros, as casas e as fazendas
que Chico Preto teve.
P
aulo Santana Gabriel, Paulo, Marcos Paulo, Marlene, Jéssica e Enzo

8. Os motoristas de Chico Preto:


Depoimento de André Phelipe o filho de Zezinho Motorista de Chico Preto:
José Adão Rodrigues Prates, nascido em 22 de fevereiro de 1954, em de Montes Claros, foi
casado Lia e teve três filhos: Anderson Oliveira Santos, Marcia Elen Oliveira Prates, Magno
Oliveira Prates, divorciado, casou com Fátima de Jesus silva, e teve um filho: André Phelipe
Silva Prates; teve quatro netos: Wadson, Rosilane, Tatiele e Maria Clara, sua residência:
Avenida dos militares 1357, Bairro Nossa Senhora de Fátima, em Montes Claros-MG.
Zezinho perdeu o pai muito novo, Ivani que era sua irmã casada com Chico Preto,
Zezinho o chamava de Chicão. Ele criou Zezinho como filho embora Chico fosse cunhado dele,
com o passar do tempo Zezinho começou a atuar como motorista do velho Chico, nessa
trajetória viajaram para o Brasil a fora; segundo Zezinho foram muitos anos e km de estrada,
Zezinho tinha um respeito enorme por Chico e se emocionava ao contar as histórias vividas
com Chico para os filhos e netos.
Chico tinha muito afeto por Zezinho e até doou um terreno para ele; terreno esse que sua
família reside atualmente, Zezinho era muito grato a Chico por tudo. Ele dizia que Chico tinha
um grande coração e que não media esforços para ajuda qualquer pessoa que o procurava com
pedido de ajuda. Zezinho contava a esposa e filhos que se alguém pedisse Chico ajuda, ele
enfiava a mão no bolso e qualquer nota que saísse ele dava.
Diversas vezes Zezinho contava que a casa do Chico no bairro Guarujá, era o dia todo
chegando pessoas pedindo ajuda e nunca ninguém saiu com as mãos vazias de lá. Zezinho o
amava, sempre falava dele com muita emoção e afirmava que viveu muito ao lado dele.

Depoimento de Geraldo Cardoso dos Santos (Coché) Motorista de Chico Preto:


Geraldo Cardoso dos Santos, nascido em 2 de fevereiro de 1964, em Montes Claros-MG,
filho de Maria Cardoso Santos, possui onze irmãos, residente a rua Francisco Cardoso nº 220,
Bairro Dr. João Alves em Montes Claros-MG, trabalhei com Chico Preto um bom período,
trabalhava mais a noite, eu que o levava para os trabalhos nos cemitérios de Glaucilândia e
Bomfim e na Gameleira saída de Pirapora. Durante os trabalhos no cemitério eu ficava do lado
de fora, esperando o término e olhando os carros das pessoas que o acompanhavam.
Milton seu filho dirigia par ele durante o dia e eu a noite. Minha missão era praticamente
levar e trazer Chicão do centro para sua casa no Jaraguá e vice versa; lá na mansão do
Guarujá, eu dormia e pela manhã eu o trazia; também fazia manutenção no carro, lavava
sempre que necessário; as vezes o levava para as fazendas: Bananeira em Pentaurea e Lagoa
seca no Rebentão, próximo à cidade de Coração de Jesus.
Os trabalhos no centro começavam as 19:30 hs e terminavam por volta das 23 hs. A
Quimbanda era tocada nos dias de segunda, quarta e sexta. Ele possuía um bode chamado
Zebedeu e um carneiro chamado Pedro Bó, as vezes os dois atacavam as pessoas.
No dia da morte de Chico Preto, fui eu e Chica sua filha que levamos para hospital São
Lucas, e do hospital para o centro Estrela do Oriente, estava ele fazendo hemodiálise e pediu o
médico que o liberasse para fazer sua obrigação. Por volta das 11 hs ele chegou ao centro,
chamou Rosa sua sobrinha e passou a responsabilidade do centro. Voltou ao hospital e para
hemodiálise e por volta de meio dia faleceu.
Este dia foi um dia diferente para mim, nunca tive uma experiencia igual a essa.

Zezinho Geraldo Cardoso (Coché): Motorista de Chicão

9. Depoimento dos filhos de Chico Preto:


Depoimento de Milton Cardoso (Miltão) Nascido em 11 de março de 1960 na cidade de
Montes Claros-MG, Filho de Chico e Preto e Maria de Lourdes; contabilista, casado e possui
dois filhos: Abraão e Fernanda, e tem três netos: Lorraine, Francisco e Mariana Mariá, e tem
quatro irmãs filho de Chico Preto com Branca: Shirley F, Sebastiana, Francisca e Kátia. Recebi
este nome Milton por ter alguém importante pra ele, ele sempre relaciona os nomes dos filhos
desta forma.
No início tivemos uma vida muito difícil na escola, nos relacionamentos e muitas
dificuldades financeiras, mas fomos vencendo uma por uma e chegamos até aqui.
Minha infância morei na Rua Beira Linha nº 951, no Bairro Morrinhos, depois mudamos
para rua Dr. Tupiniquins nº 265, também nos Morrinhos, morávamos de aluguel, casa do senhor
João da hora; aqui quem cuidava de nós era sua segunda esposa, Vani. Depois mudamos para
rua Padre Feijó nº 373, no Bairro Santa Rita. E já na mocidade, fomos morar na rua Correia
Machado nº 23, no Morrinhos, todas as casas foram aqui em Montes Claros-MG.
Eu era motorista de pai, dirigia para ele durante o dia, e Geraldo Coché dirigia para ele à
a noite, momento que tirava para o descanso e namoro. Eu tinha um amigo praticamente irmão
e afilhado do meu pai que era Adejair da cidade de Bocaiuva, tudo que meu pai comprava pra
mim, comprava também para ele.
Trabalhei com meu pai muito tempo, diariamente e nas viagens para as fazendas e
também para São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Belo Horizontes. Eram as rotas que mais
fazíamos. Apesar dele ter pouco conhecimento formal, era um homem inteligentíssimo: falava
muito bem, tinha muita noção de matemática, tinha boa postura, vestia muito bem, frequentava
bons lugares, sabia tocar sanfona, violão e atabaque, além cantar muito bem. Chico Preto
ensinou a dirigir o seu filho Milton juntamente com Zezinho, seu tio. Ele tinha uma visão
futurística, sempre dizia: Terra não se vende se compra.
Chicão como chamavam, fez vários trabalhos para pessoas importantes, tanto daqui, como
de fora, tinha vários amigos e clientes relevantes como: Leonel Beirão de Jesus, Dr. Crisantino
Borém, Ivan de Souza Guedes, Luiz Tadeu Leite, Dr. Pedro Santos, Coronel Georgino Jorge de
Souza ex-comandante do 10º Batalhão de Policia Militar, Dr. Moacir Lopes, Paçoca do estado do
Paraná, empregado do seu irmão Floriano; o senhor Adalto Veloso, Dr. Jaime Advogado de
Goioerê-PR, Carlúcio, a família dos Teixeiras, fazendeiros de Goioerê-PR, Dílson, Maria Luzinete
e Toninho Preto pai de santo em Belo Horizonte.
Sobre o caso da morte da atriz Daniella Perez, eu acompanhei tudo. Foi um engano da
parte da imprensa. O meu Pai chamava Chico Preto, o suposto homem que fez o pacto da atriz,
se chamava Velho Chico, que andava com uma estátua na sua bolsa, de Preto Velho.
Na várzea eu era o diretor do time de futebol Juventus, meu pai era torcedor e atleticano;
ele gostava muito do goleiro Ronaldo, que foi considerado por mim um dos melhores goleiros
várzea da cidade. Meu pai morreu novo, ainda com muitos sonhos a realizar. Possuiu muitos
bens, carros fazendas, casas, mulheres, filhos, netos e bisnetos. A sua história com certeza
enriquecerá a cultura, a religião e folclore Afro descente do norte de minas e do Brasil.
Por várias vezes quando o meu pai estava internado, pastores e capelães de uma igreja
próximo ao Hospital São lucas, iam até o leito dele e fazia orações. Meu pai gostava das orações
e ficava bravo quando as pessoas não os deixavam entrar, acredito que ele aceitou a Cristo no
leito de enfermidade e a pessoa que orou por ele foi Pastor Warley.
Faleceu ao meio dia 12 outubro de 1993 e foi enterrado dia 13 às 15 hs no cemitério do
Bonfim, vieram pessoas de toda a parte do pais, cumpriu o rito que ele quis, neste dia um amigo
José Maria Padre fez uma declaração na hora do seu sepultamento: Estamos aqui hoje baixando
sepultura o maior líder umbandista de Montes Claros, norte de minas e várias outras regiões do
Brasil, que é o nosso querido Chico Preto, espero que a sua sobrinha Rosa, dê continuidade aos
seus trabalhos.

Milton filho de Chico Preto Milton Cardoso, o primogenito

Sebastiana Cardoso Aragão (Tozinha) filha de Chico Preto: Sebastiana Cardoso Aragão,
nascida em 20 de janeiro de 1963, em Montes Claros-MG, casada com Wellington Aragão e
possui dois filhos: Guilherme e Michele e três netos. Sebastiana nascida no dia de São
Sebastião, por isso recebeu este nome e devido uma promessa, porque aos quatro meses
contraiu meningite, e foi curada pela fé em São Sebastião. Hoje é Professora de História
aposentada e reside em Montes Claros-MG.
Uma provável origem do sobrenome Cardoso, tenha sido de Matias Cardoso. Um
explorador de diamante da região onde hoje é a cidade de Matias Cardoso, nas margens do rio
São Francisco.
O município de Matias Cardoso é considerado o marco inicial da
colonização de Minas Gerais. Os chamados currais do São
Francisco começaram a ser ocupados por volta de 1660, antes
mesmo da descoberta de ouro em Mariana, que se deu em 1696.
segundo o antropólogo da Unimontes João Batista de Almeida
Costa. 
https://onorte.net/minasdonorte/matias-cardoso-e-a-cidade-mais-
antiga-do-estado-1.499509

Meu avô Piu Cardoso era descendente de português. Minha vó era descendente de índio.
Em relação ao Centro Espirita, pai incorpora Erê, Zé do toco, o qual não tinha pernas. Pai não
queria que fossemos espirita, porque sofria muito. Minha mãe Branca, casou com pai com
dezesseis anos, ele a conheceu em Terezino. Pai casou com Branca na polícia na época.
Chico Preto cuidou de nós sozinho, transformou o bar da rua Correia Machado em uma
casa, pai gostava que estudássemos, ele era muito rigoroso na educação. Na época Maria
Preta foi nossa babá.
Meu pai não tinha escolaridade, ele no início não sabia ler e minha mãe Branca, o
ajudou.
A questão que morria ressuscitava e do bode também era tudo lenda. Ele era espírita
nato, ficou famoso.
Durante a construção do centro pai gastou muito, e nós passamos muitas necessidades,
faltava até mesmo sapatos e sandália para irmos na escola, tínhamos que remendar.
O centro novo foi construído com ajuda do construtor, senhor Jair, pai de Adejair. Pai
ajudou muitas igrejas católicas na época, o Padre Henrique, pároco da igreja Santa Rita, na
época era uma igrejinha na praça do Ferroviários, ajudou a igreja de Sebastião, onde nós
frequentávamos.
Dr. Ivan proprietário da Drogaria Minas Brasil, dava para pai um tanto de boletos ou
notas, autorizando pai, a dar ao povo pobre, principalmente os que vinham da roça, a pegar
remédio com assinatura de pai na receita do médico.

Sebastiana, Chico Preto e Floriano Michele filha de Sebastiana e Wellington

Depoimento de Francisca (Chica) Filha de Chico Preto: Francisca Cardoso, nascida em 20


de outubro de 1966, na cidade de Montes Claros-MG, recebi este nome porque eu nasci em
outubro na mesma data de meu pai. Ele gostava de colocar os nomes nas pessoas. Chico preto
tinha muitas mulheres, tinha Cessé, ele tinha Maria Viúva que tem uma filha que se chama
Sonia, trabalhavam juntos de mãe, nessa mesma época, essa Célia minha irmã, era filha de
uma filha de santo de pai, madrinha de Tozinha minha irmã, era de dentro de casa que era dona
Eunice Durães Freitas.
Chico Preto meu pai, já estava com Vani mesmo junto com minha mãe, Vani foi o alvo da
separação, não houve infidelidade de Branca, minha mãe.
Dona Eunice contava pra nós que no dia que eles tiveram uma relação sexual ele estava
incorporado, nesta época minha mãe corria atrás das mulheres para bater e virava uma
confusão e ao mesmo tempo Chicão agredia ela fisicamente, essa é a história que ela conta pra
nós.
Na época pai conheceu Vani, novinha e loira, muito bonita, tinha 17 ou dezoito anos,
nessa trama, todos eles tiveram uma briga muito feia e levou para casa para meu avô Juca, um
dos maiores chapeleiro de Montes Claros-MG, acabou que eles voltaram novamente, mãe
engravidou de Kátia minha última irmã, de Branca com Chico Preto; nesta última briga ela conta
que pai a agrediu, ela foi embora para Bocaiuva e depois para São Paulo e casou com o
pedreiro Né; minha mãe é muito bonita até hoje, chamamos ela de Baton. Ela deixou pai. Ele
ficou esperando ela voltar, para pedi-la perdão, mas não a encontrou, depois de muitos anos de
separação cerca de dezessete anos, minha mãe apareceu pedindo a separação.
Anterior a isso nós morávamos na rua Tupiniquins, a casa lá pai tinha trocado por outra
casa, perto da linha, quando mãe foi embora, depois disso ele comprou o terreno bairro Santa
Rita na rua Padre Feijó nr 373 Montes Claros-MG, e fez uma casa lá. Mas continuou casado
com mãe.
Na época meu pai praticava o espiritismo não era como fonte renda e sim para
desenvolvimento religioso, não sustentava a família com o ganho do espiritismo, ele trabalhava
com outras coisas.
Meu pai tinha um bar na rua Correia Machado, ele que comandava o bar junto com o filho
de criação que morreu lá. Depois desta morte do Joaquim meu pai se tornou famoso, e todo
mundo começou a procura-lo, porque antes ele vivia daquele bar. Quando a polícia chegou para
pegar o Joaquim que havia recebido os tiros do policial, ele praticamente estava sem vida.
O episódio foi assim: o soldado Elias atirou no Joaquim, fugiu e capotou o carro e morreu
no bicano, dentro d’água; meu pai falou que ia entregar aos orixás e antes do filho morrer ele
disse que o soldado Elias morreria, e o soldado morreu.
O segundo Centro Espírita foi comprado ele contou na construção com ajuda do senhor
Manoel Bico Doce, pai de Tazinha, e muitas pessoas amigas, que moravam em volta, inclusive
dona Maria Viúva, morava do lado.
Meu pai falava uma coisa muito interessante, eu não quero os meus filhos envolvidos
com espiritismo, perguntávamos porque pai, ele falava mexer com espiritismo que é muito
perigoso, as pessoas mechem com o espirito elas não sabem qual a origem do espirito, pode
manifestar espirito bom e espirito mal, um espirito obsessor que não vai sair porque ele aloja
naquele ponto.
Depois de dezessete anos de separação, que mãe apareceu querendo o divórcio, meu
pai não fez contrato com Vani, ele amigou mesmo. Pai falava em inglês, as pessoas que vinham
de fora, estrangeiros ele fava as línguas, nos ensinava a prova dos nove.
Chico veio de Manga para Montes Claros-MG, casou com minha mãe Branca, esse
casamento foi na polícia, minha mãe conheceu meu pai no terreiro de Altamiro Parrela. Com
Branca ele teve cinco filhos: Milton, uma filha, Tozinha, eu e Katia.
Tem uma fita que fala que Rosa tomasse conta do terreiro, que ela continuasse a religião,
que o meu pai sabia sobre o espiritismo, ele não passou para ninguém, o segredo morreu com
ele.
Ele sabia a hora que ia morrer, ele me falou hoje meio dia vou fazer uma viagem, eu
quero que vocês não façam nada, eu fui lá no centro entreguei as minhas obrigações para Rosa
a qual foi transmitido a espiritualidade; e eles ficaram meia hora em particular conversando com
ela e disse pra mim que meio dia, o dia de Nossa senhora Aparecida na hora dos fogos estarei
partindo, eu vou fazer uma viagem. Neste dia ele estava internado e pediu para sair para fazer
as obrigações e passagem para Rosa.
Estava em casa pela manhã e ele falou comigo que eu era a joia rara dele: e sempre
será. Foi para casa e de casa para o hospital para hemodiálise de lá para o CTI, tinha uma
médica doutora Elma, que era espirita e disse que ele iria fazer a passagem e não tem jeito.
A fazenda Bananeira em Pentaurea, pai comprou com a venda da casa da rua Beira
Linha, ele tinha um amor, uma paixão por esta fazenda, que todo final de semana ele ia pra lá.
Ele criava gado, galinha etc. Nesta época quem morava lá era Dema e Neném. Ele falava
sempre comigo que esta fazenda não era para vender, vocês passam para os netos e
tataranetos; ninguém vende terra, ninguém vende lote. Pai fez uma procuração no cartório, que
constava a separação dos bens, porém com sua morte a procuração perdeu a validade.
Sobre a morte de chico preto na quaresma, que morria e vivia isso é lenda, só Deus tem
o poder de fazer isso. O terreiro de cima foi comprado, na época eles faziam leilão para
construção, o povo levava oferta de leilão e assim muitas obras eram feitas. Como ele sabia
que ia morrer mandou chamar tio Véio seu irmão em Araçatuba-SP, e o avisou que faria uma
viagem. Eu acho o principal que temos que ter na vida é o sonho!

Francisca e Edson Família de Chica

Depoimento de Marcionilia Cardoso (Maçu) filha de Chico Preto:


Marcionilia Cardoso, nascida em 1973 em Montes Claros-MG, solteira, Técnica de
Enfermagem, recebeu este nome em homenagem a sua vó, mãe de Chico Preto. Os donos
da Corby era cliente de pai e Vani era gerente da loja, um dia convidaram Vani minha mãe para
vir ao centro, aí ela veio, quando Chicão a viu encabulou com ela que era muito bonita, minha
mãe e minha Vó queria o namoro devido a cor de Chico Preto. Quando ele largou Branca, logo
quis namorar com minha mãe. Vani fez um contrato com Chicão. Vani era irmã de Zezinho
motorista de Chico Preto, Chicão ensinou Zezinho e Milton seu filho a dirigir. Ele começou com
o espiritismo desde de criança, há relatos que ele chorou dentro da barriga de sua mãe. Chico
Preto era auto didata, apesar de pouco estudo. Meu pai começou como benzedor; desenvolveu
na umbanda e quimbanda e vodu.
Meu pai ganhou a fazenda bananeira em Pentaurea, por ter feito um serviço para um
senhor, nesta fazenda eu via coisas estranhas como homem montado num cavalo, era o
boiadeiro chapadão. Pai não ensinou a macumba para nenhum filho, o que ele sabia levou com
ele. Chico preto não gostava de receber pomba-gira, quando ela vinha ele ficava com raiva,
recebia rápido, ele era machão, também não gostava também das práticas homossexuais. Na
época pai tinha um pedreiro Luizão, era pau para toda obra, Luizão na época tinha um
relacionamento com Maria Preta.
Chico preto era Maçom, a maçonaria ajudou muito pai, tinha semana que ele não tinha
dinheiro para pagar o povo, e aí chegava o pessoal com dinheiro e dava a ele. Pai mudou muito
quando foi para maçonaria, agora frequentava lugares bons, antes simples.
Associação dos Umbandistas, foi criada no ano de 1983 e teve Chico Preto como
primeiro presidente dos umbandistas ficava na rua Pedra Azul, no Bairro Antônio Pimenta.
Minha mãe Vani faleceu em 2000, ela deu hemorragia no intestino, não resistiu e veio a
óbito. Meu pai faleceu em 1993, ele estava internado, ia e voltava, no dia da sua morte ele veio
ao centro, sentou no seu escritório e sentiu uma tristeza, Chicão era devoto da Senhora
Aparecida, neste dia estávamos todos rezando o Terço, quando chegou a notícia que ele
falecera ao meio dia, na hora dos foguetórios. Antes meu pai foi para casa no Jaraguá e depois
para o hospital onde veio a falecer no momento que fazia a hemodiálise. Meu pai deixou o
dinheiro para pagar tudo; Milton meu irmão pagou tudo. Leonel Beirão era amigo de pai, ele
também ajudava muita gente.
No velório de Chicão, ele suava muito, neste dia veio todos os médiuns de pai, mais o
pessoal de fora, do exterior, de Manga-MG, foi muita gente. Chico Preto foi enterrado no
cemitério do Bonfim. No enterro tinha um tamborista em cada esquina, eles cantavam os pontos
de umbanda, os médiuns todos a caráter de branco. Chicão na sua morte enterrou tudo com
ele, não quis que seus filhos continuassem na sua profissão, ele deixou o centro e não deixou
sucessor formalizado, ou seja não passou nenhuma documentação.
Os dias de tocar na umbanda, era segunda e sexta e na quimbanda era na sexta após a
umbanda. Chico Preto não cobrava nenhuma oferta ou dizimo dos médiuns, que participavam
das seções, alguns levavam bebidas fortes ou presente de livre e espontânea vontade. Fins de
arrecadar fundos para o centro, Chicão fazia leilão, aí era uma festa, as pessoas contribuíam
mesmo. Hoje estou frequentando uma igreja evangélica.
Quanto a herança temos doze pessoas na divisão da herança, podendo entrar mais
filhos, que estão para fazer o DNA, tem uma casa no Jaraguá para ser dividida entre os irmãos.
Nesta casa agora, apareceu o dono lote, que disse que Chicão construiu a casa no
terreiro errado, o suposto dono entrou na justiça, requerendo o terreno, agora mais uma briga
na justiça. Eu particularmente não faço questão da herança, eu me formei e me capacitei no
SAMUR, e sou hoje uma mulher independente.
Ela tem um filho que eu amo muito que é Chiquinho, homem sério que não gosta de nada
errado.

Maçu Macionília e sua familia

Depoimento de Francisco Junior filho de Chico Preto:


Francisco Cardoso Junior, nascido em 19 de maio de 1986 em Montes Claros-MG, filho
de Francisco Cardoso, residente na rua Guaporé nº 190, Bairro Sumaré, casado com Selma
Gonçalves Cardoso, nascida 31 de janeiro em 1986; este casal possui duas filhas: Laisa
Francine Gonçalves Cardoso nascida em nascida em 8 de julho de 2011 e Lavínia Valentina
Gonçalves Cardoso, nascida em 08 de setembro de 2017
Chiquinho como é conhecido possui duas irmãs: Dávila Daiany Santos Cardoso, nasceu 24 de
fevereiro do 1984, casada e possui dois filhos: Bernardo e Maria Alice; e outa irmã Franciany
Santos Cardoso 21 de julho de 1988, casada e possui uma filha de nome Sofia.
Sobre o meu pai Chico Preto, foi bom demais para mim, admiro a bondade e a caridade
que ele tinha, onde passo só ouço as benignidades que ele fez. A morte dele, aconteceu por
volta de meio dia, no hospital São Lucas, o velório aconteceu no centro Espirita Estrela no dia
12 para 13 de outubro de 1993.
Tenho um irmão de nome Piu que até hoje não apareceu, a sua parte da herança foi
depositada em juízo.
Meu pai teve doze filhos registrados e tem mais sete em processo de reconhecimento de
paternidade e falta mais cinco de meus irmãos a se manifestarem, eu conheço todos eles.
Hoje os bens que restam ainda estão sob judice, aguardando agora uma determinação
do juiz, reconhecimento de paternidade e por fim o encerramento do processo.

Selma, Lavínia Valentina, Francisco Junior e Laisa Família de Francisco Junior

Depoimento de Rute Ferreira de Souza, filha de Chico Preto:


Tereza Durães nascida em 1950 era esposa João Ferreira de Souza, ambos proprietários
na época do Automóvel clube e mãe de Rute Ferreira de Souza, nascida em 27 de agosto de
1966 em Montes Claros-MG, Tereza teve um relacionamento extra conjugal com Chico Preto e
nasceu Rute, sua genitora faleceu em 25 agosto 2017.
Tereza separou de João Ferreira, e se envolveu com Chico Preto, um bom tempo, depois
voltou o relacionamento com o seu Joao que havia registrado Rute, depois ficou sabendo do
ocorrido resolveram separar de vez.
Aqui em Montes Claros-MG, entrou com o processo de reconhecimento por parte de
Chico Preto, o processo está arrolando, e ainda sem solução, tem quatro anos que iniciou o
processo. Conheci meu pai com oito anos de idade na cidade de Montes Claros-MG, por motivo
de separação fomos embora para o Rio de Janeiro-RJ. Eu tinha dezesseis anos, tive meu filho
Osmar Farias Camelo Junior, nascido10 de fevereiro de 1984, hoje tenho seis filhos: Vitória,
Mauricio, Diego, Diogo, Lavínia, Dione. Minha mãe me levou para conhecer meu pai Chico
Preto e fiquei com ele três meses na rua Correia Machada nº 23, Bairro Morrinhos.
Quando conheci meu pai, tinha 8 anos; eu vinha de ano em ano do Rio para Montes
Claros-MG, para vê-lo. Chicão foi sempre carinhoso comigo, me deu muita atenção. Meu pai
pra mim não teve defeito ele me amava e eu o amava.
Lembro que quase a minha mãe ia ser filha de santo dele. Conheci meu pai no
terreirinho, morei com ele um bom tempo e retornei para o Rio de Janeiro.

Célia Cardoso: filha de Chico Preto com dona Eunice Durães Freitas, que era uma filha
de santo e madrinha de Sebastiana (Tozinha).
Chico Preto, Neto e Rute Francisca e Célia

Depoimento dos filhos de Maria José Cardoso dos Santos, liderada por Eliana:
Eliana Cardoso dos Santos, nascida em 12 maio de 1975, na cidade de Montes Claros-
MG. Inicialmente quando aqui chegou, ela se relacionou com senhor Geraldo Preto e depois
com o senhor Domingos que era vaqueiro de Chico Preto.
Eliana, é considerada a líder da família, ela relata que neste momento os filhos estão em
processo de reconhecimento de paternidade, DNA de Francisco Cardoso, este processo foi
determinado pelo Juiz, e está em andamento para fazer os exames inicialmente meu e minha
irmã Aparecida Cardoso. Confesso que nós não queremos herança e sim o reconhecimento e o
direito de ter um pai no nosso registro.
Hoje somos quatro irmãos em busca do reconhecimento da paternidade:
Toda vida chamamos Chico Preto de vovô, desde quando nascemos, éramos apegadas a
ele. Minha mãe tinha um problema de coração, angina; ela foi internada e achando que ia
morrer, revelou para minha madrinha Rute, minhas irmãs Cida e Elisangela que Chicão era
nosso pai; mas na época acabou se recuperando e não morreu.
O local em que nós morávamos foi invadido e construído, este terreno ficava ao lado do
centro novo, Estrela do Oriente.
Chico preto deu um lote para dividir entre Fátima uma de suas mulheres e minha mãe
Maria José Cardoso, o qual não foi dividido e permanecemos no mesmo do local ao lado do
centro. Acho que Chico Preto não dividiu a herança porque ele achava que não ia morrer.
Neste período da minha adolescência, lembro que cooperaram no centro de chico Preto
como médiuns: Rosa, Maria José, Augusta, Jovita, Vani, Maria Viúva, Maria Vieira, Gaza, Ana,
Alagoana, Toni, Lindaura, Zé, Vitório, Jovita, Pereirinha, Maria de João, Clarice.
Chico Preto tinha três centros, o mais antigo na Avenida Leonel Beirão, o mais novo na
rua Bahia e outro no Belvedere. Ele tinha uma magia de parar o tempo: a chuva e cegar as
pessoas ao seu redor. Era famoso por vários acontecimentos envolvendo o seu nome e sua
família.
Chico Preto morreu muito novo, na sua morte levou toda sua magia e encantamento, não
fazendo discípulos que substituísse a sua altura, o conhecimento foi repassado em parte na
prática para sua substituta, mas não deixou nada escrito, achou que ia fazer uma viagem, mas
nunca mais voltou e boa parte dos seus seguidores ficaram à deriva.
Na nossa época participávamos das festas de Boiadeiro e de Cosme, Damião e Doum,
lembro que ele destacava os irmãos gêmeos: Cosme e Damião filho de Zezinho, as filhas de
Nair e os filhos trigêmeos de Marcia Preta, em homenagens aos eres.
O senhor Domingos considerado como nosso pai, a quem em parte nos criou era
vaqueiro de Chico Preto; Floriano meu irmão era seu filho de criação, com quem aprendeu a
profissão de vaqueiro, ele morava com Chico Preto na casa no Jaraguá, e tomava a posteriori
conta das vacas e do curral, achava ele que seria vaqueiro eterno.
Chicão na sua morte deixou alguns bens, como fazendas, casas, carros, e muita fama,
mas nós não participamos da partilha, agora que despertamos para essa realidade de participar
do que sobrou da herança, sendo todos nós reconhecidos como filhos dele. Na sua morte
também, Chico Preto passou a funcionabilidade do centro para Rosa, sua sobrinha filha de
dona Augusta sua irmã, ouvimos dizer que com este trabalho de macumba era pra ela cuidar de
todos nós, filhos reconhecidos e não reconhecidos, filhos de perto e filhos de longe.
Meus irmãos questionavam sempre pra mim, porque seu Chico, nos deixou abandonado,
desamparado, sem estudo, sem educação. Coisa que eu não tinha resposta e continuo não
tendo até hoje. Por isso que queremos ter um pai no nosso documento.

Rute, Edilene, Aparecida e Eliana Eliana, Aparecida e Edilene

10. O que é Umbanda


É uma religião brasileira que surgiu em 1908 e foi revelada por Zélio Fernandino de
Moraes, natural de São Gonçalo (RJ) e mescla elementos do catolicismo, cultos africanos e do
kardecismo.
A religião acredita nos orixás como espíritos ancestrais, que se comunicam com a terra por meio
da incorporação de médiuns.
Os trabalhos e assistências ocorrem enquanto os espíritos estão incorporados. Durante a
incorporação, alguns orixás/espíritos fazem uso do tabaco e bebida por parte dos médiuns.
Outros, porém, como os espíritos das crianças, preferem doces e brinquedos. Por outro lado, não
é feito o abate de animais em cerimônias de oferenda e agradecimento.
É uma religião monoteísta e afro-brasileira, surgida em 1908, fundada por Zélio Fernandino
de Moraes. Baseia-se em três 3 conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor.
A palavra "umbanda" pertence ao vocabulário quimbundo, de Angola, e quer dizer "arte de curar".
Origem da Umbanda
A umbanda é uma religião surgida nos subúrbios do Rio de Janeiro. Em 15 de novembro
de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, nascido em São Gonçalo/RJ, teria incorporado o Caboclo
das Sete Encruzilhadas. Este espírito o teria ajudado a criar a religião de Umbanda.
Rapidamente, ela se espalhou por todo Brasil e outros países da América Latina.
Suas crenças misturam elementos do candomblé, do espiritismo e do catolicismo. Por isso,
para muitos estudiosos, a Umbanda seria uma espécie de candomblé sem sacrifícios de animais,
algo que seria mais aceito pela população branca e urbana da época. Ainda pegou conceitos do
kardecismo, que estava chegando ao país, como o de “evolução” e “reencarnação”. Também tem
Jesus como referência espiritual e é possível encontrar sua imagem em lugar destacado nos
altares das casas ou de terreiros de umbanda.

Local de Culto da Umbanda


Celebração de Umbanda geralmente são realizados num salão, centro de Umbanda e na
beira de uma lagoa. O local para a realização das cerimônias da umbanda chama-se Casa,
terreiro ou Barracão. Igualmente, são feitas várias celebrações ao ar livre, junto à natureza, em
rios, cachoeiras ou na praia.
Essas cerimônias são presididas por um “pai” ou “mãe”, um sacerdote que dirige os ritos e
comanda a casa. Também é responsável por ensinar a doutrina e os segredos da umbanda aos
seus discípulos.

Cerimônias da Umbanda
Nestes locais realizam-se sessões de “passe”, no qual a entidade reorganiza o “campo
energético astral” da pessoa. Igualmente são feitas sessões de “descarrego”, quando é captada a
energia negativa da pessoa e transferida para os fundamentos do templo. Note que não é
permitido qualquer tipo de remuneração por esses trabalhos espirituais.
As vestes mais usadas nestas cerimônias são de cor branca porque é a cor neutra que
agrada todos os orixás e guias. Na Umbanda não se pratica o sacrifício de animais e se celebra
rituais de batizado, consagração e casamento.
Pontos de Umbanda
Os pontos de umbanda são cantigas para louvar, chamar e se despedir do orixá e as linhas
de entidades. Acompanhadas por instrumentos de percussão como o atabaque é importante
conhecer o ritmo de cada orixá/entidade. Este aprendizado começa na infância do iniciado.
Igualmente é preciso saber uma infinidade de canções.
Os pontos de umbanda e do candomblé influenciaram diretamente a música popular
brasileira. Hino da Umbanda. Apesar da Umbanda variar de acordo com cada região do Brasil e
de cada casa/terreiro, ao menos uma canção é muito popular: o Hino da Umbanda. Composta por
José Manoel Alves (letra) e Dalmo da Trindade Reis (música) foi oficializada como hino em 1961.

Refletiu a Luz Divina É um mundo cheio de Luz


Com todo seu esplendor É a força que nos dá vida
É do reino de Oxalá É a grandeza que nos conduz
Onde há paz e amor Avantes, filhos de fé
Luz que refletiu na terra Como a nossa lei não há
Luz que refletiu no mar Levando ao mundo inteiro
Luz que veio de Aruanda A bandeira de Oxalá
Para tudo iluminar Levando ao mundo inteiro
A Umbanda é paz e amor A bandeira de Oxalá
Símbolos da Umbanda

Símbolos de Exu, o mensageiro entre o mundo terreno e espiritual. Antes de iniciar as


cerimônias na Umbanda é comum uma pessoa iniciada riscar o chão com símbolos diversos:
estrelas, cruzes, tridentes, traços retos ou curvos, etc.
Estes podem variar de acordo com a casa de Umbanda, mas o sentido é o mesmo. Ou
seja, chamar as entidades que vão ser trabalhadas, garantir a chegada dos guias a serem
incorporados, homenagear os orixás, trazer bons fluidos e energias aos participantes. É preciso
observar que estes traços são apenas alguns dos muitos símbolos que existem na Umbanda.
Crenças da Umbanda
A umbanda é uma religião monoteísta, onde existe o conceito de um Deus supremo,
denominado “Olorum” ou “Oxalá”. Creem na imortalidade da alma, na reencarnação e nas leis
kármicas. Acreditam em orixás, personificações de elementos da natureza e de energia, e em
guias espirituais, podem se incorporar durante certas cerimônias e vir a Terra para ajudar as
pessoas que necessitam. Os guias são denominados “entidades” e cada orixá possui uma linha
de entidades que o auxilia.
Orixás e Entidades da Umbanda, Os orixás encontrados na Umbanda são:

Oxalá: Se trata de uma entidade divina


andrógina, que representa as energias da
criação da Natureza e personifica o céu.

Oxalá
Xangô: é uma entidade (Orixá) bastante
cultuada pelas religiões afro-brasileiras,
considerado deus da justiça, dos raios, dos
trovões e do fogo, além de ser conhecido
como protetor dos intelectuais.
O santo de Cabeça de Chico Preto.

Xangô

Iemanjá: Considerada a rainha do mar no


Brasil, Iemanjá é um orixá feminino –
divindade africana das religiões Candomblé
e Umbanda. Seu nome tem origem nos
termos do idioma africano Yorubá “Yèyé omo
ejá”, que significa “Mãe cujos filhões são como
peixes”. É o orixá das águas doces e salgados
dos Egbá, nação Iorubá.

Iemanjá

Ogum: é o orixá guerreiro, conhecido pela sua


coragem e força. No sincretismo das religiões
afro-brasileiras, Ogum é associado a São
Jorge, o cultuado Santo Guerreiro da religião
católica. e

Ogum
Oxóssi: é ligado ao conhecimento e à
natureza. Ele sempre enaltece tudo o que ela
pode proporcionar, conforme a necessidade
humana. Na África antiga, Oxóssi era
considerado o guardião dos caçadores,
responsável por trazer o sustento para a tribo.

Oxossi

Oxum: é um orixá, é a rainha da água doce, dona


dos rios e cachoeiras, cultuada no candomblé e
também na umbanda, religiões de origem
africana. Oxum é a segunda esposa de Xangô e
representa a sabedoria e o poder feminino.

Oxum

Iansã: Conhecida como Oyá, é o orixá


feminino dos ventos e dos rios, responsável
por controlar também as tempestades. A
divindade tem o apelido dado por um dos
maridos, Xangô.

Iansã
Obaluaê, como é conhecido nacionalmente, é o
senhor da terra, o Orixá da cura, da saúde e
também das doenças. Obaluaê na Umbanda é
um dos sete orixás maiores, e o sincretismo pode
variar de acordo com a região do Brasil, mas
comumente´é sincretizado com São Lázaro.
Omulú: é sistemático e perseverante. No
Candomblé é ligado ao sol, por isso usa o filá
(cobertura de palha da costa).
Na Umbanda, Omolu é o chefe da falange
das Almas ou Pretos Velhos.

Omulú

Nanã: é um importante orixá feminino


relacionado com a origem do homem na Terra.
O seu domínio se relaciona com as águas
paradas, os pântanos e a terra úmida. Do
ponto de vista divino, sua relação com o barro,
mistura de água e terra, coloca essa divindade
nos domínios existentes entre a vida e a
morte.
Nanã

Caboclos: espíritos de índios que voltam ao


mundo terreno para ajudar pessoas com
problemas de saúde.

Caboclos
Pretos velhos: pessoas que foram trazidos da
África para serem escravos no Brasil. Apesar de
terem sofrido em vida, agora são espíritos ditos
evoluídos que dão ótimos conselhos a quem os
procuram. É comemorado no dia 13 de maio, dia
dos pretos velhos.

Pretos velhos
Baianos: pessoas que viveram na Bahia e que
escolheram serem guias e ajudar a quem precisa.
Trabalham com emprego, saúde, força moral.

Baianos

Marinheiros/Marujos: em algumas regiões essa


linha não existe. Trabalham com limpeza
psicológica, física, espiritual, e sempre falam a
verdade. Estão sempre balançando por que vem
do mar, tiveram uma vida sofrida, mas de muito
aprendizado. É comemorado no dia 13 de
dezembro.

Marinheiros/Marujos

Erês: são os espíritos das crianças. Risonhos e


adoram brincar. Consolam os aflitos, os pais e
mães e, às vezes, cometem algumas travessuras.
São Cosme e Damião eram irmãos gêmeos e
foram médicos. Ambos são conhecidos como os
santos padroeiros dos médicos e dos
farmacêuticos, além do que são santos protetores
das crianças.

Erês

Cosme, Damião e Doum: que não eram gêmeos,


mas trigêmeos, o nome do terceiro irmão DOUM
morreu de doença. Então os dois irmãos, Cosme e
Damião, trataram de curar crianças, movidos pelo
sentimento de perda do seu trigêmeo, mas sempre
sem cobrar nada. O Dia de São Cosme e Damião
também é comemorado em 27 de setembro.

Cosme, Damião e Doum


Malandros: são aquelas pessoas tiveram que usar
de sua esperteza para sobreviver. Um dos mais
conhecidos é Zé Pelintra. Ficou órfão de pai e mãe
e para sobreviver começou a realizar pequenos
roubos e trapaças. Cuida das mulheres viciadas,
das maltratadas, das prostitutas, esquecidas. Dia
28 de outubro é comemorado em sua
homenagem.
Malandros

Pomba-gira: são mulheres que em vida lutaram


contra a situação opressora feminina e agora
ajudam àquelas que passam por problemas. Uma
delas foi Maria Padilha, amante do rei Dom Pedro I
de Castela (1334-1369), retratada como mulher
sensual, bem-vestida e sedutora. O seu dia é
comemorada 08 de março, com o Dia Internacional
das Mulheres.

Pomba-gira

Boiadeiros:  são mais ligados à Linha de Xangô.


Por isso suas festas anuais ocorrem nos dias 24 e
29 de junho, dias de São João e São Pedro, que
são sincretizados na umbanda com qualidades de
Xangô.

Chico Preto incorporado Pai Boiadeiro

Aqui listamos as principais entidades que se manifestam na Umbanda.


Algumas entidades da Umbanda
https://www.todamateria.com.br/umbanda/

O que significa a expressão axé? O que é Axé: Axé, na língua iorubá, significa poder,


energia ou força presentes em cada ser ou em cada coisa. Nas religiões afro-brasileiras, o
termo representa a energia sagrada dos orixás. Dentro e fora do contexto religioso, axé é uma
saudação utilizada para desejar votos de felicidade e boas energias.
O que significa saravá: A palavra ‘saravá’ é usada como uma saudação entre os membros
de religiões afrodescendentes, tais como: Umbanda e Candomblé.
Na verdade, a palavra é uma interjeição e possui o mesmo significa de ‘salve’, ‘viva’ ou ‘bem-
vindo’. Sendo, portanto, sinônimo dessas.

https://www.significados.com.br 

11. O que é Quimbanda


Quimbanda é um conceito religioso de origem afro-brasileira, uma linha de trabalho
diferente da Umbanda e Candomblé ainda controverso quanto a sua real definição na atualidade.
Por vezes, é classificada como uma religião autônoma. A diferença na escrita não difere nos
trabalhos da religião, o que confunde algumas pessoas que acreditam haver diferenças, a
Quimbanda com "Q" somente foi adaptada por não existir a letra "K" no alfabeto português
quando a religião foi implementada no Brasil. É identificado por alguns como o
lado esquerdo (polo negativo) da Umbanda, ou seja, que tem todo conhecimento do mundo
astral, inclusive da magia negra, e que podem ajudar a fazer o bem. Suas entidades vibram nas
matas, cemitérios e encruzilhadas, também conhecidos como "Povo da Rua" e abrangem os
mensageiros ou guardiões Exus e Pombagiras.
A palavra "Quimbanda" (Kimbanda) vem da palavra africana em Bantu que significa
"curador" ou "xamã", também se refere a "Aquele que se comunica com o além".
A Quimbanda trabalha mais diretamente com os exus e pomba giras, também chamados
de povos de rua, de uma forma que não é trabalhada na Umbanda pura. Estas entidades, de
acordo com a cosmologia umbandista, manipulam forças negativas, o que não significa que
sejam malignos. Geralmente estão presentes em lugares onde possam haver quiumbas,
obsessores, também conhecidos como espíritos atrasados. Os Exus e Pombagiras trabalham
basicamente para o desenvolvimento espiritual das pessoas, com o intuito de evolução espiritual,
além de proteção de seu médium. Como são as entidades mais próximas à faixa vibratória dos
encarnados, apresentam muitas semelhanças com os humanos.
A entrega de oferendas é comum na Quimbanda, assim como na Umbanda, mas variam
de acordo com cada entidade. Podem ser oferecidas bebidas alcoólicas, tais quais, cachaça
(marafo), uísque ou conhaque, entre outras, além de velas e charutos.
Lourenço Braga, discípulo de Zélio de Moraes, escreveu em 1942 o livro Umbanda (magia
branca) e Quimbanda (magia negra), onde ele lista sete linhas da Quimbanda:
Linha das Almas - Exu Omulu
Linha dos Caveiras - Exu Caveira
Linha de Nagô - Exu Gererê
Linha de Malei - Exu Rei
Linha de Mossurubi - Exu Kaminaloá
Linha dos Caboclos Quimbandeiros - Exu Pantera Negra
Linha Mista - Exu dos Rios/Exu das Campinas
Existe outro tipos de Quimbanda, que fala sobre um culto de Exu independente,
denominada de "Quimbanda independente". Esse culto fala sobre a prática da Quimbanda sem
vinculação com a Umbanda.
História
O termo "quimbanda" (da mesma forma que o termo "umbanda") tem origem na língua umbundu,
e dentro do Candomblé de Angola designa, desde o período pré-colonial, um rito próprio, cujo
sacerdote que o pratica é chamado de "Tata Quimbanda".
No Brasil, com a fundação da Umbanda, o termo quimbanda passou a ser usado para descrever
trabalhos espirituais que, dentro da cosmologia da Umbanda, não obedeceriam seus preceitos
fundamentais não sendo, no entanto, necessariamente malignos. Frequentemente é confundida
com a Quiumbanda, que é a prática de trabalhar espiritualmente com quiumbas.
Símbolo da Quimbanda Comidas da Quimbanda

Qual é a diferença entre Umbanda e quimbanda?


Duas correntes diferentes, paralelas e opostas, que seriam conhecidas no Brasil
como umbanda — o culto dos caboclos e pretos evangelizados; e a quimbanda — o culto dos
caboclos e pretos que não aceitaram viver embaixo do pé do Deus dos brancos.

12. O que é o Candomblé


O Candomblé é uma religião de matriz africana popular no Brasil. A religião é uma
adaptação das religiões tradicionais africanas que vieram para o Brasil através do sequestro e
escravização de povos africanos no período colonial. Possuem algumas semelhanças com a
umbanda, mas não foi realizado o mesmo processo de sincretização com a religião cristã.
As características principais do Candomblé são: Crença em um deus supremo que rege o
universo.
Culto aos elementos da natureza. Crença nos orixás.

Médiuns do Candomblé A gira do Candomblé

O Candomblé é uma religião africana que chegou ao Brasil junto com os negros que
vieram em condição de escravos. A crença segue as leis da natureza e suas divindades são os
orixás, vistos como ancestrais divinos que cuidam e equilibram nossas energias.
Diferente da Umbanda, onde a comunicação dos orixás com a terra ocorre por meio da
incorporação, no Candomblé ela é feita por meio da leitura de búzios.

Qual a diferença entre candomblé e umbanda?


O Candomblé e a Umbanda, apesar de suas semelhanças, apresentam muitas diferenças
entre si, como origem, a relação com os orixás, rituais, o fenômeno da incorporação, entre outros.
O Candomblé veio da África, trazido ao Brasil por meio dos negros africanos escravizados. Aqui,
sofreu adaptações e é considerada uma religião afro-brasileira.
Já a Umbanda é uma religião propriamente brasileira e seus fundamentos foram revelados
por Zélio Fernandino de Moraes. A Umbanda é marcada pelo forte sincretismo entre catolicismo,
espiritismo e religiões afro-brasileiras.

Candomblé Umbanda

Umbanda é uma religião brasileira que mescla


Candomblé é uma religião afro-brasileira, que elementos do catolicismo, espiritismo, e religiões
Definição foi trazida pelos africanos escravizados. afro-brasileiras.

Origem Africana. Brasileira.

Criação No final do século XVI. 1908.

Segue as leis da natureza. Suas divindades são


os orixás, que teriam o papel de cuidar e Segue as leis da natureza e do plano espiritual,
Crença equilibrar nossas energias. além dos princípios da fraternidade e da caridade.

Veem os orixás como ancestrais divinos, que


são os deuses da natureza e representantes de Veem os orixás como espíritos ancestrais e a
Orixás um deus criador e único. manifestação do deus único.

Os espíritos que se manifestam na terra são Os espíritos que aparecem durante os trabalhos
os Egun, almas que foram iniciadas ou não são de pessoas que voltam para a terra para a
Espíritos nesta religião. prática da caridade.

Feita por meio do passe, uma espécie de bênção


e limpeza espiritual. Ocorre por meio da conversa
com espíritos, que é feita pelo intermédio de um
Assistência Feita por meio da consulta com búzios. médium incorporado.

No candomblé mais ortodoxo, não há prática de


incorporação e mediunidade. As entidades
apenas oferecem energia e a comunicação é
Incorporação feita por meio dos búzios. Feita por meio de médiuns.

É visto como um orixá, um guardião e Como todos os orixás, é mais um espírito que
Exu mensageiro entre o mundo material e espiritual. ensina os seres humanos como evoluir.

Abate animais Ocorre durante as festas dos orixás. Não há abate de animais nos rituais.

Estrutura dos Não há altares. Há altar.


Candomblé Umbanda

terreiros

Utilizam línguas de origem africana como Cantadas em português, mas podem apresentar
Cantigas o iorubá ou o kimbundu. palavras em idiomas africanos.

A pessoa que comanda o centro de Umbanda


pode ser chamada de Pai de Santo, Mãe de
Título de quem Os homens são chamados babalorixá ou Santo, Pai de Terreiro, Mãe de Terreiro ou
lidera o ritual babalaô. Já as mulheres, ialorixá ou ialaorixá. Dirigente.

9 orixás (Iansã, Iemanjá, Nana Buruquê,


Podem variar de 16 até 72 orixás, dependendo Obaluaê/Omulú, Ogum, Oxalá, Oxóssi, Oxum e
Número orixás da casa de Candomblé. Xangô).

O que é macumba?
Macumba é o nome de um instrumento musical. Apesar de o termo ser usado
erroneamente por muitas pessoas, macumba é o nome de uma árvore e de um instrumento
musical de percussão utilizado em religiões afro-brasileiras. Deste modo, macumbeiro é o
indivíduo que toca tal instrumento. No Brasil, a palavra "macumba" designa de forma popular e
equivocada toda oferenda aos orixás. O termo correto para isto, no Candomblé, seria o "ebó" ou
"padê". Já na Umbanda seria "despacho". Ainda pode se referir a uma religião específica de
matriz africana.
Significado de Macumba é uma variação genérica atribuída aos cultos afro-brasileiros,
sincretizados com influências da religião católica, do ocultismo, de cultos ameríndios e
do espiritismo. Na "árvore genealógica" das religiões afro-brasileiras, a macumba é
uma ramificação do candomblé.
Antes de ser associada a um tipo de religião, a palavra "macumba" descrevia um
instrumento de percussão de origem africana, semelhante ao atual reco-reco. Um "macumbeiro"
era o indivíduo que tocava este instrumento.
A macumba também pode estar relacionada diretamente com os rituais que são praticados em
alguns cultos afro-brasileiros, característicos pela manifestação mediúnica.

Atabaque ou Tambor:
Atabaque é um instrumento musical de percussão afro-brasileiro. O nome se originou
do termo árabe al-Tabaq, que significa "prato".[1] Constitui-se de um tambor cilíndrico ou
ligeiramente cônico, com uma das bocas coberta de couro de boi, veado ou bode.
Pode haver três sistemas principais de tensionamento do couro: por cordas e cunhas,
por ferragens (à semelhança das congas cubanas) ou por birro (à semelhança
do Sabar senegalês, do Kpanlogo ganês, entre outros tipos de tambores africanos).
O tambor é tido como instrumento sagrado nos rituais da Umbanda e
dos cultos afro-brasileiros. É por meio do seu toque que se estabelece a
comunicação com os orixás, caboclos e pretos velhos. 
http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2012/11/toque-do-
tambor-sauda-os-orixas-3940779.html

É tocado com as mãos, com duas baquetas, ou por vezes com uma mão e uma baqueta, dependendo
do ritmo e do tambor que está sendo tocado. A família da percussão é bem grande, é formada por:
tímpanos, tambor, bumbo, caixa, xilofone, triângulo, pratos e carrilhão, pandeiro, atabaque, timba,
bateria, entre outros.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atabaque

Macumba: Instrumento musical Atabaque: tambor

Espiritismo (Kardecismo)
O espiritismo é uma religião baseada na doutrina desenvolvida pelo pedagogo francês
Hippolyte Léon Denizard Rivail sob o pseudônimo de Allan Kardec
A doutrina de Allan Kardec foi publicada em cinco livros principais (O Livro dos Espíritos, O Livro
dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese).
A religião espírita acredita na reencarnação e evolução dos espíritos, bem como a
comunicação entre vivos e mortos através de médiuns e mensagens psicografadas.
https://www.diferenca.com/tipos-de-religiao/

13. Vodu no Brasil


O vodu é uma religião bastante comum na África Ocidental e no Haiti. Foi trazido para o
Brasil pelos escravos. O vodu teve origem na África, foi trazido pelos escravos e, para sobreviver,
incorporou elementos da cultura dos dominadores, como o batismo católico. A religião tornou-se
oficial no Haiti.
Rituais
Essa religião cultua os antepassados e entidades conhecidas como loas. O vodu é
parecido com o candomblé. Os rituais são marcados pela música, a dança e muita comida. Quem
conduz o ritual é um líder homem (hougan) ou uma líder mulher (mambo). Na cerimônia, os
participantes entram em transe e incorporam os loas (existem os bons e maus) e, além disso,
comem animais sacrificados.

No vodu acredita-se em um deus supremo, conhecido por nomes diferentes


em diferentes partes do mundo. No Haiti ele é chamado Bondyé (na língua
crioula haitiana "bom deus", oriundo do "bon dieu" em francês). Este deus
primário é considerado imensamente poderoso e não está alcance dos
seguidores comuns do culto. Por isso, os adeptos do vodu dependem de
centenas de milhares de outros espíritos para se comunicar com o ser
supremo, assim como acontece na mitologia iorubá.

WILSON, Tracy V. Como funciona o vodu. Disponível em:


<http://pessoas.hsw.uol.com.br/vodu.htm>. Acesso em: 06 fev.2022.

No Brasil, a mesma matriz religiosa, trazida pelos negros da África Ocidental, misturou-se
com outras práticas religiosas, sobretudo o catolicismo, que ganhou expressões na Bahia. Em
território baiano, foi chamado de candomblé jeje e, no Maranhão e Amazonas, foi batizado
de tambor de mina. O vodu influenciou bastante a cultura brasileira.
Vodu
ESCOLA, Equipe Brasil. "Vodu"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/religiao/vodu.htm.
Acesso em 06 de fevereiro de 2022.
Chico Preto, trabalhava com o vodu uma vez por semana ou quando era necessário,
dependendo da demanda de trabalhos, conhecido como trabalho forte, resolviam problemas
imediatos através do trabalho, esta especialidade de trabalho lhe trouxe grande fama, que
quando o seu filho foi baleado pelo soldado Elias; há uma lenda que Chico Peto falou que o
soldado ia morrer antes do seu filho, e isso aconteceu. Conforme relatos dos filhos de santo e
tamboristas.

Vodu Mulheres togolesas dança tradicional de Vodu

As religiões brasileiras possuem a sua Liberdade de Culto e Cerimonias Religiosas


Afro-Brasileira à luz da Constituição do Brasil
1) A Constituição Federal, no artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e
de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e as suas liturgias.

2) Liberdade religiosa deriva da liberdade de pensamento, uma vez que quando é mantida
exteriorizada torna-se uma forma de manifestação do pensamento. Ela compreende outras
liberdades: liberdade de crença, liberdade de culto, liberdade de organização religiosa e
liberdade de expressão. Ela abrange a liberdade de escolha da religião, liberdade de mudar de
religião, liberdade de não aderir a religião alguma e liberdade de ser ateu. A liberdade de culto,
abrange a liberdade de orar e a de praticar atos próprios das manifestações exteriores em casa
ou em público.

3) Código Penal, Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940


Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir
ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de
culto religioso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo
da correspondente à violência.

4) A Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada pelos 58 estados membros


conjunto das Nações Unidas em 19 de outubro de 2004, no Palais de Chaillot em Paris,
(França), definia a liberdade de religião e de opinião no seu artigo 18, citando que "Todo o
homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião". Os artigos 19 e 20 estão
associados à liberdade religiosa conhecida internacionalmente pela sigla (FoRB - Freedom of
Religion or Belief).

Sacrifício de Animais e Proteção da Biodiversidade em Cerimonias Religiosas Afro-


Brasileira à luz da Constituição do Brasil

1) A Constituição Federal de 1988 tutela igualmente o direito à liberdade religiosa e o direito ao


meio ambiente sadio, protege a fauna e a flora, veda a realização de práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, que provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade e reconhece ainda o valor intrínseco dos elementos não humanos da biodiversidade.
Assim, a questão envolvendo o sacrifício de animais nas cerimônias religiosas de matriz africana
se apresenta como um hard case, na medida em que inexiste regra jurídica clara que estabeleça
a solução para o conflito entre a liberdade religiosa e a proteção dos animais.
2) No que refere ao abate de animais durante as cerimônias religiosas afro-brasileiras, vale
ressaltar que: Esta prática tem fundamentos milenares e mágicos além de representar um dogma
para estas religiões. O sacrifício de animal é uma troca de energias entre o fiel e o animal quando
este tem a finalidade de “descarregar” o fiel (tirar as energias negativas) neste caso o “carrego”
passa do dele para o animal que é em seguida sacrificado. Existe ainda um outro tipo de
sacrifício: o animal é sacrificado para o Orixá, o animal pode ser uma oferenda ao Orixá. Cada
Orixá tem um animal que lhe pode ser ofertado; o pato, por exemplo, é um animal que pode ser
oferecido a Yemanjá. Em regra, este tipo de oferenda é realizado uma vez por ano na festa do
Orixá. Existem outros tipos de oferenda ao Orixá composta por flores e frutos e outros meios de
descarregar uma pessoa, sem pregue o sacrifício pode ser substituído por uma outra prática ele é
mas existem situações em que o sacrifício se faz necessário e insubstituível pois este é da
essência destas religiões. O animal não é sacrificado por qualquer pessoa. Somente pode
sacrificar um animal quem tem a “mão de faca” (a permissão dos Orixás para sacrificar um
animal), em geral apenas o sacerdote tem esta permissão, porém, em alguns casos, pode- se
encontrar outra pessoa dentro do “barracão” que o auxilie. Quando um sacerdote imola um
animal, ele não está matando - o mais “entregando uma oferenda ao sagrado” (ROBERT, 2008,
p. 02).

3) E mais, durante a matança, os orixás são consultados por meio do jogo oracular para se saber
se estão satisfeitos com as oferendas, e podem pedir mais. De repente, então, é preciso parar
tudo e sair para providenciar mais um cabrito, mais galinhas, mais frutas, ou seja, lá o que for.
Em qualquer dos momentos, orixás podem ser manifestar e será preciso cantar para eles, se não
dançar com eles. Os orixás em transe podem, inclusive, impor alterações no ritual (PRANDI,
2001, p. 45). Destarte, o sacrifício de animais deve ser considerado elemento essencial da
religião propriamente dita e dos rituais religiosos africanos (POSSEBON, 2007), de modo que a
sua proibição representará a aniquilação da religião em si e profundo ato de intolerância
confessional e cultural em relação aos seus seguidores.
Augusto César Leite de Resende
https://www.indexlaw.org/index.php/rdb/article/view/3249/4001

14. Os umbandistas contemporâneos de Chico Preto:


Os umbandistas contemporâneo de Chico Preto: Eliezer, Sr. Manoel, Zé Fernandes,
Dona Raquel, Dona Geralda, Dona Maria de Gregório, Dona Ana, Dona Edite, Couto, Dona
Bené, Dílson (In Memorian), Maria Luzinete (Zete), Messias Gomes de Oliveira, Messias
Catingueiro, Ricardo, Castelo, Mãe Alcina, Nelson Pintor, Dona Rosa.
Participaram de várias festas e reuniões com o sr. Francisco Cardoso, vários pais de
santo, que juntos criaram a Associação dos Macumbeiros de Montes Claros-MG: Sr. Eliezer, Sr.
Manoel, Sr. Messias, Sr. Zé Fernandes, Sr. Couto, Sr. Dílson (In Memoriam), Sr. Ricardo; e as
mães de santo: Dona Alcina, Dona Raquel, Dona Edite, Dona Maria Maria Luzinete (Zete),
Dona Rosa.

15. Associação Espiritualista Umbandista e Folclórica dos Cultos Afro-brasileiros de


Montes Claros-MG
Associação dos Umbandistas, foi criada no ano de 1983 e teve Chico Preto como
primeiro presidente dos umbandistas, está localizada na rua Pedra Azul, nr 38, Antônio
Pimenta, Montes Claros-MG. O movimento Umbandistas, na época inexistente na região
cresceu de maneira impressionante nos dois decênios de 80 e 90. Quando constituída existiam
cerca de 130 terreiros em pleno funcionamento na cidade e arredores.
Para orientar as atividades criou-se a Associação Espiritualista Umbandista e Folclórica
dos Cultos Afro-brasileiros de Montes Claros-MG, cuja primeira diretoria assim constituída:
Presidente: Babalorixá Hermínio Pereira; Vice Presidente: Babalorixá Francisco Cardoso (Chico
Preto); Secretário: Babalorixá Wanderley Pereira (Wander); 2º Secretário: Ialorixá Maria Pereira
dos Santos (Maria Tupinambá); Tesoureiro: Ialorixá Alcione Nunes Ferreira; Presidente do
Conselho Executivo: Aluízio da Silva Maia; Presidente do Conselho Sacerdotal: Babalorixá
Terezino Méris Santana (Italegy); Procurador e advogado: Dr. Altamiro Almeida Leão.
Além das reuniões ordinária, a associação promove anualmente, a 18 de agosto o dia de
Iemanjá, quando se reúnem umbandistas de toda a região norte mineira.
Hermes Augusto de Paula: Montes Claros, sua história, sua gente, seus costumes.
UMBANDA, pag 284.

Esta era a carteira da União das Associação Religiosas de Cultos Afro Brasileiro
(UNAFRO), liderada pelo Presidente Francisco Cardoso (Chico Preto), tendo como membro
Alzira Conceição (Alzirinha) médium do centro Espírita Estrela do Oriente.

Carteira de Identificação do Medium: frente Carteira de Identificação do Medium: verso


Hoje esse local não funciona mais como Associação, está depredado e tem uma família
que mora de favor neste local. O senhor Antônio de Souza Silva (Toni), nascido em 19 de junho
de 1953, divorciado, hoje é o presidente da Associação Espiritualista Umbandista e Folclórica
dos Cultos Afro-brasileiros de Montes Claros-MG, que a tempos atrás conheceu Chico Preto.
Depoimento dado pelo senhor Toni, hoje presidente da Associação.

Antônio de Souza: Pres. Associação Umbandista Associação dos Umbandistas Montes Claros-MG

16. O Bode: Zé Bedeu


Montes Claros tem suas histórias de magia e mistério. Cabeceira do Vodu do gongá do
saudoso babalorixá Chico Preto, o bode Zé Bedeu.
Desmamado em um catimbó do Maranhão, o citado caprino foi trazido como
encomenda a nossa urbe, para servir aos ritos afros da casa de santo já mencionada. Criado a
pão de ló e com todo dengo que compete o seu “status”, tem a cama em que dorme dentro de
uma camarinha. Como já participou de muitos e tantos ritos de Ebó, adquiriu a “subjugação” do
ente chefe da casa. Volta e
meia e estando fora da função ritualística, apronta e faz bagunças na circunvizinhança do Bairro
doutor João Alves. Quando está na baixa veia libidinosa caprina, bota gente pra correr! Certa
feita, carente de mimos degustativos e melindres, o bode de Chico Preto, como é também
chamado, foi parar em uma frutaria localizada na Ponte Preta. Não sendo ente humano e como
não carrega dinheiro de qualquer espécie, chegou na maior cara dura subiu na banca e devorou
maçãs, peras e outras gostosuras. O proprietário, sabedor das artes da além fronteira de onde o
invasor é originário, tomou cuidado. Defendeu-se, colocando uma cesta de frutas em definitivo à
entrada. Nela afixou uma placa: “Repasto do Zebedeu!” Ficava assim posta e em definitivo, para
quando bem o aprouvesse e a sua disposição, a refeição “light” do respeitado personagem de
chifres citado...
O fato mais notório, entretanto, se deu em uma boca de noite de um “Sábato” na casa. O gongá
preparado para a função, a hierarquia a postos, filhos e filhas de santo na roda quando entra um
evangélico bramindo uma bíblia e ameaçando parar com tudo. Desafiou o chefe do culto a lhe
provar que aquelas almas invocadas existissem, produzindo uma manifestação. Uma via de fato!
O babalorixá exigiu respeito à casa, ao culto, ao livre arbítrio religioso, aos símbolos autorizados
e registrados, o que eles representavam, aos presentes e convidados da noite. O invasor,
entretanto, estava possuído da macaca urbana, coceira no “fiofó” e não deu bola para o que
disse o xerife da
casa. Seu Chico acabou aceitando o desafio. Mandou buscar o Bode Zebedeu na camarinha e
o colocou em frente ao desafiante. Ato seguinte iniciou o diálogo: - Se o bode conversar
racionalmente,
o senhor se dá por satisfeito e vai embora, evitando até que eu perca a paciência e lhe dê uma
vassourada na cabeça? O enfeitado invasor, fazendo boca de muxoxo e ar de mofa replicou, em
resposta: “Pra mim, está de bom tamanho!” Ato seguinte, o caprino, atuado pela entidade do
Ebó,
ficou em pé sobre as patas traseiras, tomou uma postura arrogante e disse rilhando os dentes:
“Se
você demorar mais um minuto aqui, vou comer o seu terno engomado como sobremesa, seu
palhaço enfeitado!” O mijo quente e ácido, aliados a dejetos líquidos jorrou pernas abaixo do
invasor, numa
cena grotesca e laxativa!
https://montesclaros.com/mural/imprimir.asp?codigo=58307

Diz a lenda, Rafael, que geralmente o bode Zebedeu era de fato, intocável. Certa vez, querendo
mostrar serviços, um operário municipal da carrocinha da Prefeitura apreendeu o tal bode,
levando imediatamente para o depósito - este sitio na usina de reciclagem de lixo, perto da
ponte do rio Carrapato, na BR 365. Enquanto procurava acomodá-lo naquelas instalações, a
caminhonete necessitou ir até a cidade. Para surpresa do servidor, um colega mais experiente
alertou-o que aquele exemplar se tratava do Zebedeu de Chico Preto. Este, desesperado, saiu
gritando pelo motorista que já tinha esvaído de volta para a cidade. Num gesto de logística da
mais avançada - dado a ameaça de sofrer pelo resto da vida - o dito operário foi a pé até a
localidade de São Geraldo, onde tinha um orelhão, e requisitou um taxi que rapidamente
chegou, levando o operário no banco da frente e o bode no bando de trás, com a seguinte
instrução0: " - Motorista, toca bem rápido para perto do cemitério, antes que seja tarde.
https://www.ojornalmontesclaros.com/mural/default.asp?top=58338

Além bode Zebedeu, Pedro Bó e o carneiro Nero, Chico preto teve o primeiro bode
chamado Diamante, como relata dona Maria Preta.
Bode Zebedeu Bode Pedro Bó e o Carneiro Nero

17. O Cemitério do Bonfim sua história


É o mais antigo da cidade, sua história começa com iniciativa de Francisco José Guimarães e
com apoio da União Operária iniciou-se uma campanha para construção de um novo Cemitério
nas proximidades do Bairro Morrinhos.
Denominado Cemitério Bonfim, foi inaugurado em julho de 1935, sendo o primeiro
sepultamento o da indigente Antônia Paulina de Jesus, conforme arquivo.
É dever da prefeitura garantir o sepultamento de qualquer indivíduo, e ter certeza que
sempre haverá espaço suficiente para aqueles que precisarem. A administração de
cemitério deve ser uma das prioridades organizacionais do Município.  Localização dos
Cemitérios Bonfim: Avenida Leonel Beirão de Jesus,1620- Bairro Antônio Pimenta, hoje seu
Gerente: José Geraldo Dias, Telefone (38) 2211-4297/2211-4298 e E-mail:
cemitério1@outlook.com; Área do cemitério: Cemitério Bonfim – 50.719,38 m², 67 quadras e
13.207 sepulturas. Seu horário de funcionamento: Visitantes: 07:00 às 18:00, Administração:
07:00 às 19:00 e Sepultamentos: 07:00 às 18:00 hs.
Chico Preto foi enterrado no Cemitério do Bonfim, na quadra 02, quarteirão 01, sepultura
53 data de sepultamento 13 de outubro de 1993.

Praça Cemitério do Bonfim, Montes Claros-MG quadra 02, quarteirão 01, sepultura 53, 13 out 93.

18. Seus Locais de rituais


Locais de trabalho da Quimbanda: Antiga cascalheira no Maracanã, antiga Barroca, no
Dr. João Alves, Ponte Branca, Praça Dr. João Alves, antigas mangueiras, Gameleira no bairro
São Geraldo 2 na estrada de Pirapora.

Cemitério do Bonfim Gameleira São Geraldo 2 em Montes Claros-MG

19. Os Bens: Os Carros, as casas e as fazendas de Chico Preto

1º Carro: Aero Willys 1962 2º Carro: Jeep 1960

3º Carro: Opala Azul 1978 4º Carro: F 100 Bege ano 1973


5º Carro: Monza hatch Branco ano 1978 6º Carro: Ford Del Rey Ghia verde 1.8 ano 1985

7º Carro: Fiat Prêmio verde água ano 1986


Casas e fazendas que Chico Preto ou seus filhos moraram em Montes Claros-MG:
A primeira casa foi próxima ponte Preta localizada na Rua Beira Linha nº 951, no Bairro
Morrinhos, nesta casa Chico Preto morou com sua esposa Branca e os seus três primeiros
filhos: Milton, Fatima e Sebastiana. Neste lote tinha duas casas: ele morava na casa da direita
de cor azul e alugava a da esquerda de cor areia. Neste intervalo ocorreu a separação entre ele
e Branca; e agarrou agora ao novo relacionamento, com a jovem Vani, mulher bonita, loira e
nova, esta ajudou criar os seus filhos, que ele teve com Branca.
A segunda casa está situada na rua Dr. Tupiniquins nº 265, bairro Morrinhos, morava de
aluguel, que era de propriedade de João da hora; já nesta casa ele morou com sua segunda
esposa, Vani a posteriori deu a luz as suas três filhas: Maçu, Luciana e Karine; Vani era irmã de
Zezinho motorista de Chico Preto. Morando nesta segunda casa, ele sofreu um acidente na
fazenda Rebentão com o Jeep, ficou hospitalizado, e passou um longo período em tratamento,
vindo a ter uma barriga d’agua muito feia, a ponto de todos acharem que ele não ia sobreviver;
ocorreu um milagre, ele foi curado.
1ª Casa: Localizada na rua Beira Linha nº 951 2ª casa Localizada na Rua Dr. Tupiniquins nº 265

A casa da Rua Correia Machado, foi comprada, depois vendida e divido a herança. A casa
da rua Circular nº 198, foi comprada de dona Luciana mãe de Vani, onde Fatima sua filha morou
muito tempo, esta casa foi vendida para pagar os direitos de sua empregada.
A casa do Jaraguá: Ele comprou o terreno, fez todo planejamento e desenho, foi
construída, pelo construtor Pedro Dias, e o muro da casa foi feito pelo pedreiro Luizão que veio
da cidade de Gromogol e residia ao lado do centro.

Correia Machado nº 23 Morrinhos Rua Circular nº 198 Morrinhos

Rua Padre Feijó 373 – Santa Rita Rua Solimões 680 - Guarujá
As fazendas que Chico Preto teve:

Fazenda de Pentaurea: Bananeira Fazenda de Pentaurea: Bananeira

Fazenda Lagoa Seca Fazenda Lagoa Seca


20. Esclarecimento sobre a morte de Daniela Perez e o envolvimento de Guilherme de
Pádua e Paula, em um suposto ritual em Montes Claros-MG.
Foi um dos casos policiais notórios do século XX no Brasil, ocorrido em 28 de dezembro de
1992 no Rio de Janeiro e recebeu ampla cobertura da imprensa e causou comoção popular e
poucos sabem onde a cidade entra nessa história macabra.
Daniella, que à época fazia a novela De Corpo e Alma, onde era Yasmin, foi assassinada
por Guilherme de Pádua, que fazia par romântico com a vítima na trama, e por Paula Thomaz,
esposa de Guilherme. O corpo da atriz foi encontrado numa região de floresta na Barra da Tijuca,
no Rio de Janeiro, com 18 golpes de punhal, que causaram sua morte. O caso chocou o Brasil
pelos envolvidos no caso serem artistas muito conhecidos e que trabalhavam juntos. A primeira
notícia do caso veio a público um dia depois, em 29 de dezembro de 1992, quando foi noticiado
juntamente com outra grande notícia de repercussão nacional, a renúncia do ex presidente
Fernando Collor de Mello.
O ator/assassino Guilherme de Pádua tinha ligações com Montes Claros, e aqui veio
algumas vezes participar das cerimônias do terreiro de Chico Preto, que era um feiticeiro de
magia negra famoso e que tinha fama de “matador”. Após o crime Guilherme teria vindo para
Montes Claros onde se escondeu onde também se hospedava, uma chácara que existiu até o
início do ano passado no Jardim São Geraldo e onde hoje se encontra o condomínio Ideale Vitta,
em fase de acabamento sendo construído pela Viasul Engenharia.

Reportagem sobre Daniela Perez Enterro da atriz Daniela Perez

http://tudoissoetv.blogspot.com/2015/12/manchete-daniela-perez-n-2127-090193.html

Em 1993, em reportagem do Fantástico, e das revistas Amiga e Manchete, na época,


surgiu o boato de que a filha de Glória Perez teria sido assassinada em um ritual macabro
orientado por Chico Preto, o que não aconteceu. Este fato acabou sido desmentindo
imediatamente. Isso não aconteceu, ele sempre foi amigo dos artistas, muitos deles vinham do
Rio de Janeiro para se consultar com ele, inclusive Chico Anísio. Quem matou, de fato, Daniela
Perez foi o Guilherme de Pádua, que contracenava com ela na novela de sua mãe. Foi ele e sua
esposa Paula Ferraz. Ele ficou sete anos preso, conforme disse Rosa em seu depoimento.
O que ligou ele ao nome de Chico Preto, foi o seu guru que era um Preto Velho, o qual
andava com uma estátua na sua bolsa, que o chamava o Velho Chico.

Daniela Peres Guilherme, de bruxo a evangélico

21. Chico Preto e a Maçonaria


Maçonaria consiste em organizações fraternas que remontam às antigas fraternidades
de pedreiros, que a partir do final do século XIV regulamentavam as qualificações de sua
profissão e sua interação com autoridades e clientes. 
Na Maçonaria este título é utilizado para designar o mais alto representante de uma
Grande Loja (ou Potência ou Obediência Maçônica), ou seja, título dado ao responsável pela
direção de uma potência maçônica estadual ou nacional (conjunto de Lojas maçônicas de um
mesmo rito de trabalho e de obediência ao mesmo Grande).
Chico Preto era maçon, conforme os relatos dos seus filhos e de dona Rosa sua
sobrinha, hoje responsável pelo centro Estrela do Oriente. Afirmam que recebeu um diploma da
ordem vindo direto de Belo Horizonte e de São Paulo.
Chico Preto foi condecorado com o Diploma da Arqui Confraria dos Templários, em
reconhecimento aos seus destacados serviços sociais, profissionais e filantrópicos, prestados a
sociedade.

Diploma Arqui Confraria dos Templários Símbolo da Maçonaria

22. Os amigos e clientes influentes de Chico Preto:


Amigos e clientes irrelevantes de Chico Preto: Leonel Beirão de Jesus, Dr. Crisantino
Borém, Ivan de Souza Guedes, Luiz Tadeu Leite, Dr. Pedro Santos, Coronel Georgino Jorge de
Souza ex-comandante do 10º Batalhão de Policia Militar, Dr. Moacir Lopes.
Paçoca do estado do Paraná, empregado do seu irmão Floriano; o senhor Adalto Veloso,
Carlucio, Teixeiras, fazendeiros de Goioerê-PR, Toninho pai de santo em Belo Horizonte; os
prefeitos de Montes Claros:
Leonel Beirão de Jesus: Quem nasceu entre as décadas de 1950 a 1970 se lembra da
criançada correndo atrás da “boneca do Leonel” pelas ruas de Montes Claros, e de sua funerária
que enterrava o morto de família pobre e de família rica, pois, era o único estabelecimento da
cidade com esta finalidade. Se alguém não pudesse pagar as despesas do funeral, ficava de
graça. Sem enterrar, ninguém ficava. Leonel Beirão de Jesus nasceu no dia 25 de dezembro de
1918, e morreu no dia 29 de outubro de 1969. Pela importância do seu trabalho, e pela figura
marcante, denominaram a rua em que ele morava de Avenida Leonel Beirão de Jesus e hoje
devido ao seu prolongamento se chama Avenida Brasil.
Doutor Pedro Santos: Foi vereador e prefeito de Montes Claros, ficou conhecido por sua
solidariedade, levando atendimentos médicos a pessoas carentes pela região, em boa parte das
vezes de forma gratuita.
Dando continuidade ao seu legado, a Fundação criou, em 2002, uma casa de apoio para
receber pessoas carentes, provenientes de outras cidades e que estão em Montes Claros para
tratamento médico, que funciona em imóvel cedido pela família do homenageado. A Casa de
Apoio Dr. Pedro Santos oferece estadia, alimentação, cuidados médicos e assistência social, de
forma gratuita. 

Presidente JK e Leonel Beirão de Jesus Dr. Maurício e Pedro Santos ex prefeito Moc

https://www.facebook.com/664312950333021/posts/3393874254043530/
Ivan de Souza Guedes: Natural de Bocaiúva - MG, que se mudou para Jequitaí e de lá,
em 1947, para Coração de Jesus com o pai, a mãe e dez irmãos em dois carros de boi.
Conhecidos por sua integridade e visão, os seus pais decidiram mudar-se com os filhos para
Montes Claros, para que tivessem um futuro melhor. Assim, Ivan chegou na cidade em 1950, com
toda a sua família já com 12 anos de idade, e desde muito cedo teve de trabalhar para ajudar o
pai, o alfaiate autodidata Nino de Souza Guedes.
O seu primeiro emprego foi na Farmácia São José, do Sr. José Dias de Sá, hoje localizada
na rua Dr. Santos, nº 50, onde funciona a matriz do grupo Drogaria Minas-Brasil. Como
funcionário da farmácia, trabalhava durante todo o dia inclusive no horário de almoço, bem como
depois do expediente. Saía na sua bicicleta para aplicar injeções em domicílio para aumentar o
seu modesto orçamento, onde trabalhou por oito anos.
https://www.drogariaminasbrasil.com.br/nossa-historia
Luiz Tadeu Leite: Nascido em Montes Claros-MG,  19 de fevereiro de 1953) é um
advogado, empresário político, radialista e professor universitário brasileiro filiado ao Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Casado com a médica oftalmologista Dra. Stela
Gleide Martins Leite, tiveram dois filhos: o deputado estadual Luiz Tadeu Martins Leite e o
advogado André Luiz Martins Leite.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Tadeu_Leite

Ivan de Souza Guedes: Minas Brasil Luiz Tadeu Leite

Coronel Georgino Jorge de Souza: O professor, escritor, jornalista, cartunista, artista plástico,
cronista, poeta e compositor Georgino Jorge de Souza Júnior. Ele também graduou-se em Direito
pela Faculdade de Direito (Fadir), uma das unidades da extinta Fundação Norte Mineira de
Ensino Superior (FUNM), atual Unimontes. Georgino Júnior foi um dos autores da música 
“Montesclarou”, que  tornou-se o “hino da cidade.

https://unimontes.br/comunicado/nota-de-pesar-georgino-jorge-de-souza-junior/

Moacir Lopes ex-prefeito de Montes Claros pai de cinco filhos: Moacir Júnior, Raquel, o ex-
vereador Paulo Lopes, José Alexandre e Ana Vitória.  Ele era médico e governou a cidade entre os
anos de 1973 e 1976, além de exercer mandado de deputado federal na década de 80 e ocupar o
cargo de presidente na Ruralminas.
https://g1.globo.com/mg/grande-minas/noticia/2012/10/morre-moacir-lopes-ex-prefeito-
de-montes-claros.html

Coronel Georgino Moacir Lopes

23. A morte de Chico Preto, anunciada pelo Jornal de Notícias, em 14 outubro de 1993
Cidade dá adeus a Chico Preto
Montes Claros perdeu nesta terça-feira o pai de santo, Francisco Cardoso, mais
conhecido como Chico Preto, 60 anos que era proprietário do centro Umbandista Estrela do
Oriente, no bairro Sumaré. Ele durante 42 anos se dedicou a umbanda, grande conhecido
naturalmente tendo inclusive seu nome citado pelo então ator da TV Globo, Guilherme de
Pádua, de ter recebido uma mensagem esperada de Chico Preto, para que em parceria com
sua mulher Paulo Thomaz, a atriz Daniela Perez, da novela de Corpo e Alma transmitida pela
TV Globo, Chico Preto negou a versão do ator, ao afirmar sequer a conhecia.
Chico Preto era natural de Pedra de Maria da Cruz no norte de Minas. Ele estava
acometido de problemas renais, acabando por sofrer uma parada cardíaca nesta terça-feira,
vindo a falecer. Após ter sido velado em Centro Umbandista Estrela do Oriente, Francisco
Cardoso foi sepultado ontem, no Cemitério do Bonfim, com acompanhamento de centenas de
pessoas, que foram dar o último adeus a um do mais famoso Umbandista do país.
Jornal de Notícias Montes Claros 14 de outubro de 1993.
24. Rosa Ferreira dos Santos sobrinha substituta de Chico Preto: Sua vida e Entrevista
Rosa Ferreira dos Santos, nascida em 1 de abril de 1952, na cidade de Manga-MG. Divorciada.
Mãe de seis filhos: Kátia, Jardel, Viviane (In Memorian), Roger, Jackson, Jaqueline. Hoje
diretora do centro Espírita Estrela do Oriente, juntamente com Pássaro Preto.
Chico Preto recebeu este apelido colocado por Dona Joaquina, mãe de Coquinha e Jaci,
onde seu Chico tinha alugado, neste quarto ele começou a benzer as pessoas, este apelido
surgiu quando uma mulher gravida que o seu neném não nascia e tinha passado da hora, ai
Dona Joaquina falou para esta mulher que o seu inquilino benzia e ele que ia resolver seu
problema. Ele chama Francisco, mas eu o chamo de Chico Preto. A mulher o procurou e ele
pegou na sua barriga e disse você está com parto amarrado, amanhã você traz um lençol
branco e uma esteira que vou fazer seu parto, no horário que ele marcou, ela chegou junto com
dona Joaquina, ele foi fazendo a oração e foi apertando a barriga dela, apertando e o menino
nasceu. Aí o apelido pegou e a fama também.
Dona Dalina sua mulher na época morava com ele nesta casa alugada, depois ela voltou
para Januária, e lá morreu afogada, quando foi lavar vasilha no Rio Francisco. Os locais dos
rituais fora do centro, eram nas mangueiras do Dr. João Alves, Cascalheira do Maracanã,
Gameleira no São Geraldo 2. Os trabalhos mais pesados de Chicão era eu que ia com ele, para
os rituais comprava bode e galinhas e todo material para o trabalho, nestes trabalhos
frequentavam pessoas mais ricas.
Chico Preto não deixou ninguém preparado a não ser eu: Rosa, a qual as pessoas me
chamam de Rosa Capeta, Rosa Diabo, Rosa de Satanás e mãe Rosa. Estes nomes me foram
dados, porque eu comecei a fazer a bruxaria pesada e começaram a dar certo, após a sua
morte.
Chico Preto deixou uma fita gravada para mim, a qual foi passada para o meu advogado
e ele não teve cuidado e fizeram uma faxina na casa dele e jogaram a fita fora. Mas o teor da
gravação que está na fita é: Rosa você é que vai ficar tomando conta desse terreiro, esse
terreiro não é para vender, este terreiro é uma continuação, este lote foi uma doação para o
Centro Espírita Estrela do Oriente, uma Associação, você é a única da minha família que sabe
trabalhar, pois eu nunca formei ou ensinei meus filhos.
Hoje eu mecho com Umbanda, Quimbanda, Vodu (boneco, nome e alfinete) e Ishiquibim
(é um tipo de vodu). Chico Preto ensinou pra mim o Vodu, mas o forte dele era magia negra. A
magia negra são os espíritos e Exu bravos, que lhe dá com coisas de matança e oferenda de
animal, que causam separação de casais, morte e muito mais.
Eu sou a única que sei tudo, os ensinamentos que ele deixou comigo, tudo o que presta
e o que não presta; sei tocar umbanda muito bem, sei tocar quimbanda muito bem, Exu de
Quimbanda, escora de Quimbanda e escora de favela. Chico preto recebia Pombo Gira era
sentado, mas era muito rápido, Pombo Gira rebola e esmunlheca e ele era muito machão e não
gostava muito, ela não demorava e ela ia embora.
Quando ele fez o documento desse terreiro, ele colocou lá no documento centro Estrela
do Oriente, o centro é uma Associação e que não é pra vender. Depois da morte de Chicão o
seu filho Milton fez uma reunião para direcionar o funcionamento do centro citando as novas
diretrizes para continuação do centro. Estiveram presentes nesta reunião muitos filhos de santo
como: Flor de Maia, Finado Zé Pereira, Mãe Duca, Lindaura e veio muita gente para ouvir seu
filho. Na reunião foi falado que não aceitaria homossexual e rapariga nos trabalhos. Depois teve
outra reunião com Milton que se declarou presidente do terreiro, e eu Rosa iria trabalhar só na
gira.
Chico Preto respeitava o ambiente de trabalho, em suas relações sexuais, praticamente
eram realizadas no cabaré de Afrânio, ele chegava e mandava fechar tudo e ficava no seu
domínio. Tudo que eu sei aprendi e executo até hoje foi com Chico Preto; eu trabalhava com
ele, eu nadava em dinheiro e no ouro, eu guardava o dinheiro e os ouros dele, mas nunca
peguei nada pra mim, uma coisa que aprendi, foi ser honesta.
Como secretária e braço direito dele, eu anotava todos os pedidos e os recados, Eu
praticamente era a mãe, o pé, a cabeça, só não era mulher, quando ele adoeceu era eu que
dava banho nele, dava comida, eu cuidava dele. Chico Preto morreu e deixou muitas riquezas.
Chico Preto tinha muitos amigos como: Tancredo Neves, Juscelino Kubstichek, Leonel
Beirão de Jesus, Dr. Crisantino Borém, Ivan de Souza Guedes, Luiz Tadeu Leite, Dr. Pedro
Santos, Coronel Georgino, Dr. Moacir Lopes seu primo, João Botelho.
Chico Preto viajava por estas cidades vizinhas todas, trabalhando para ganhar dinheiro,
para comprar o segundo terreiro, que era localizado próximo a antiga barroca, comprou este
lote na mão do senhor Napoleão, que na última prestação seu Napoleão não queria mais
vender, Chico Preto ficou nervoso, pegou ele pelo pescoço e ele recuou. O terceiro terreiro foi
doado por seu Rubens que era dono da maioria das terras ao arredor.
Chico Preto tinha uma cachorra chamada Serea, tinha um gato preto chamado Gira
mundo que era o Exu dele, os Bodes Zé Bedeu e Pedro Bó; e o Carneiro Nero.
Chico Preto era Maçon, ele tinha o diploma Imperador dos maçônicos e a bandeira da
maçonaria; criou a Associação dos Umbandistas, no ano de 1983 e ele foi primeiro presidente
dos umbandistas, está localizada na rua Pedra Azul, nr 38, Antônio Pimenta, Montes Claros-
MG, hoje está inoperante.
Chico Preto faleceu na data de seu aniversário ao meio dia, dia da Senhora Aparecida a
qual era devoto, ele saiu do hospital e veio ter comigo, me orientou como devia proceder depois
da sua morte; me passou todas as instruções, as quais procurei segui-las. Chico Preto mim
deixou como substituta para seguir a espiritualidade e os trabalhos.
Rosa Ferreira dos Santos: Sua vida e Entrevista
Rosa Ferreira dos Santos, nascida em 1 de abril de 1952, na cidade de Manga-MG. Em
entrevista, ela revela, entre outras coisas, se Chico Preto tinha ou não um pacto com o Diabo.
Aqui, ela também declara que ele não matou a filha de Glória Perez, autora de novelas da Globo,
em ritual macabro, como noticiaram na época.

Rosa, quanto tempo você trabalhou ao lado de Chico Preto?  Rosa Diabo: Desde os 13 anos
de idade. Eu sou natural de Manga, comecei olhando os filhos dele, depois passei a trabalhar
com ele no terreiro. Ao todo foram 41 anos de convivência. Este terreiro existe desde a década de
50.

Dizem que Chico Preto morria toda sexta-feira, sendo enterrado no Cemitério do Bonfim,
ressuscitando, depois, na madrugada. É verdade? Ou é lenda? Rosa Diabo: Ele fazia uma
obrigação às sextas-feiras no Cemitério do Bonfim, um trabalho espiritual. Isto acabou virando
folclore, cultura popular e despertou a curiosidade de muita gente.

É verdade que Chico Preto tinha o pacto com o Diabo? Rosa Diabo: Bom, isso ele nunca me
revelou, se tinha esse pacto. Nem para mim nem para ninguém. Era o segredo profissional dele.

E você, Rosa, tem um pacto com o Diabo? Rosa Diabo: Não! Não fiz pacto com ninguém.

E porque, então, ganhou o nome de Rosa Capeta? Rosa Diabo: Porque a tradição virou mito.
Eu incorporava Exú e aí me colocaram esse apelido. Eu tenho vários apelidos: Rosa Capeta,
Rosa Diabo, Rosa de Satanás, Rosa Vodu ou Rosa de Chico Preto.

 É verdade que a figura diabólica de Chico Preto surgiu quando assassinaram seu filho de
criação? Rosa Diabo: Seu poder surgiu aí. Na época, um policial chamado Elias, que eu não
conheci, pois não morava aqui, foi até o bar de Chico Preto, que, na época, tinha um comércio.
Ele queria matar Chico, mas como não o encontrou no bar, atirou em Joaquim, que era seu filho
de criação. Alguns minutos depois, o assassino morreu, caindo numa valeta do bicano. Por
incrível que pareça, ele acabou morrendo primeiro que o filho de Chico, que tentava socorro em
um hospital.
Em 1993, em reportagem do Fantástico, e das revistas Amiga e Manchete, na época,
surgiu o boato de que a filha de Glória Perez teria sido assassinada em um ritual macabro
orientado por Chico Preto, o que há de verdade nisto Rosa Diabo: É mentira. Realmente a
tevê noticiou esse fato, mas acabou desmentindo imediatamente. Isso não aconteceu de forma
alguma, ele sempre foi amigo dos artistas, muitos deles vinham do Rio de Janeiro para se
consultar com ele, inclusive Chico Anísio. Quem matou, de fato, Daniela Perez foi o Guilherme de
Pádua, que contracenava com ela na novela de sua mãe. Foi ele e sua esposa Paula Ferraz. Ele
ficou sete anos preso, pena muito curta pela barbaridade que cometeu e hoje, por incrível que
pareça, é pastor evangélico da Igreja Batista Lagoinha, em Belo Horizonte. Portanto, ela foi
assassinada barbaramente por um homem que hoje é um pastor evangélico.

Como era Chico Preto como pessoa? Rosa Diabo: Ele era uma alma nobre. Várias pessoas
chegavam aqui endividadas, ele mandava pagar o aluguel, dava comida, tratava bem a todos.

Quais políticos de expressão procuravam Chico Preto: Rosa Diabo: Ele chegou a receber
vários ex-prefeitos da cidade de Montes Claros e região. Recebeu, também, para consultas, os
ex-presidentes JK e Tancredo Neves (na época Tancredo era governador de Minas). O ex-
governador de Minas, Aureliano Chaves, sempre que vinha a Montes Claros, gostava de se
consultar com ele.

Você é de fato a herdeira espiritual de Chico Preto? Rosa Diabo: Sim, a única. Muitos se
dizem herdeiros espirituais dele, mas quem, realmente, possui essa força sou eu.

Na rua, você nunca enfrentou manifestações contrárias da população? Rosa Diabo: Muitos


quando me veem fazem nome do pai. Vários desconjuram, dizem que sou a figura do Diabo.
Quando passo na rua, alguns viram a cara. Há pessoas que quando entro em algum lugar, saem.
Se eu estiver de costas, viram de frente. Alguns evangélicos ungem minhas portas com óleo,
meus portões já estão, inclusive, enferrujados. Eles dizem que é para afastar o Satanás.

Rosa, existe amarração de amor? Rosa Diabo: Existe, com certeza. Olha, eu faço cada uma…

Quem mais procura, heterossexuais ou gays? Rosa Diabo: Faço amarração de homem com
homem. Mulher com mulher. Homem e mulher. E por aí vai. Hoje até que não tá precisando muito
porque os gays estão no auge e os homens estão correndo atrás deles (Risos).

O Brasil tem jeito? Rosa Diabo: O Brasil não tem futuro. Pobres e ricos estão roubando.

Você é a sucessora de Chico Preto. E quem será o sucessor ou sucessora de Rosa


Diabo? Rosa Diabo: Eu já escolhi. Será um de meus primeiros filhos de Santo, o Flávio Gomes,
mais conhecido como Pássaro Preto. Nele eu confio, pois entende do assunto, é sério,
comprometido com a Umbanda e tem espírito de verdade. Eu hoje estou passando o comando
para ele. O que ele falar, tá falado. Quero agora é muito amor e curtir a vida, mas, claro, jamais
abandonarei o terreiro Estrela do Oriente.
https://geraisnews.com.br/2021/08/13/dia-de-muita-sorte-ou-de-muito-azar-sexta-feira-13-
de-agosto-o-mes-do-desgosto/

Mãe Rosa na Umbanda Mãe Rosa na Quimbanda

Montes Claros sempre foi marcada pelas crendices populares, principalmente pelo
espiritismo. Nas décadas de 60 e 70, vários Umbandistas marcaram a cidade norte mineira.
Quem não se lembra de nomes como: Terezino Nery de Santana, Zé Fernandes, Mãe Alcina,
Dona Geralda, Castelo, Dona Maria de Gregório, Messias Preto, Messias Catingueiro, Dona Ana,
Dona Rosa e Nelson Pinto, Chico Preto e tantos outros. Um destes nomes virou lenda e
comentário em todas as rodas, transcendeu barreiras e transformou-se em noticiário nacional
através do Programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, ou nas páginas das extintas
revistas Manchete e O cruzeiro. Trata-se do velho Chico Preto, que, segundo crendices da
Umbanda, morria toda sexta-feira, era enterrado no Cemitério do Bonfim e ressuscitava na
madrugada, reaparecendo em casa, como se nada tivesse acontecido. Você acredita nessas
histórias? Dúvida ou concorda que Chico Preto tinha mesmo pacto com o Diabo?
Nesta reportagem de João Jorge e Maicon Tavares, neste mês agosto, visto por muitos como
mês do desgosto e do cachorro louco, para muitos uma época fatalista e cheia de superstições
devido ao tempo quaresmal da quimbanda e magia negra, desvendamos o misterioso mundo de
Rosa Ferreira dos Santos, mais conhecida como Rosa Capeta ou Rosa Diabo, ícone da
Umbanda e da Quimbanda, que herdou os dons espirituais de Chico Preto, o mais temido
Umbandista de todos os tempos.
(https://geraisnews.com.br/2021/08/13/dia-de-muita-sorte-ou-de-muito-azar-sexta-feira-13-de-
agosto-o-mes-do-desgosto/)

25. Chico Preto, sua relevância para a religião e cultura Afro descendentes de Montes
Claros
Homem matuto, veio do interior da divisa da Bahia, criado na beira do São Francisco da
cidade de Manga-MG, para vencer na vida na cidade grande; com muito esforço e dedicação
alcançou alturas incontestáveis na sua formação espírita, seu carisma, seu jeito, a sua cor, o seu
andado de pernas tortas e cabelos espantados e as vezes de jaleco e sapato branco, calças com
os bolsos profundo, que sempre tinha um dinheiro para oferecer; conseguiu a admiração e o
respeito de seus pares e subordinados dentro da religião afro-brasileira, onde passava todos
falavam, chegou seu chico, ai quem estivesse perto, já tinha um cafezinho garantido, era
oferecido a ele o melhor tinha, um pão de queijo e uma boa proza; contador de causo, fechava os
olhos e todos diziam, agora sim, numa roda de amidos, conseguia usar as suas habilidades no
violão e na sanfona e jogava verso para tantos quantos ali estava. Formidável, simplesmente uma
lenda viva nos dias de hoje, deixou um bairro órfão; pessoas que questionam a sua partida e até
mesmo não acredita que se foi. Mas é uma realidade Chicão se foi, deixou filhos, netos, bisnetos,
amigos e alguns desafetos, mas numa carreira seja ela qual for terá uma disputa, afinal somos
humanos ocupamos espaço empurramos um e abraçamos outros, e as vezes queremos ser
deus, impossível comparação; Ele está no céu e nós aqui na terra como soldados aguardando
ordens Dele para prosseguir.
Como Chico Preto aprendeu sua profissão, ah, difícil não sabemos, não frequentou escola,
não fez o santo com ninguém, e ainda dizem que chorou na barriga de Marcionilia; entre mitos,
lenda e realidade, foi constituído esse homem, que viveu a maioria da sua vida no Bairro Dr. João
Alves em Montes Claros-MG, no centro Espirita Estrela do Oriente.
As religiões afro-brasileiras são aquelas originadas na cultura
de diversos povos africanos trazidos como escravos ao
Brasil entre os séculos XVI e XIX. Tendo um importante papel
na preservação das tradições culturais dos diferentes grupos
étnicos negros (afro-brasileiros), há também, atualmente, um
grande número de brancos e outros grupos étnicos que
aderem a tais religiões, em especial o candomblé e
a umbanda.

Chico Preto congregava praticamente todas religiões, conversava com padre, pastor,
maçon, umbandistas e até mesmo o ateu, todos que achegava a ele era suprido de alguma
forma, uma palavra, um conselho e até mesmo ajuda financeira.
Tem pessoas que até hoje vão ao tumulo dele no cemitério do Bonfim, e conversa com ele,
pedindo orientação e alcançando a graça. Foi um dos fundadores da Associação dos
Umbandistas; foi ele cuidou de seu amigo Messias Preto no momento da sua dor, foi ele que
ajudou Augusta sua irmã no momento de desespero, foi ele que alimentou uma multidão de
pessoas sem rumo e condições financeiras; e as festas de Boiadeiro e Cosme e Damião, lotavam
de gente e todos eram alimentados. Apesar de seguir uma religião Vodunista ele conseguia
separar o cuidado com as pessoas e o seu trabalho, não aconselhou ninguém a seguir sua
profissão, achava um pouco pesada.
A sua importância na Religião Afro-Brasileira, foi de grande irrelevância, ele era líder
puxava o vagão e todos outros pares o seguiam, afinal era Chico Preto, famoso por ter feito
trabalho que matou o soldado que matou seu filho de criação, famoso pelo resultados que
apresentava seus trabalhos e famoso pelos níveis de pessoas que o procuravam tudo isso que
ele fez, ele sabia das dificuldades de lhe dar com os demônios por isso não deixou ou ensinou
nenhum filho a prosseguir na carreira, na cultura e na matriz.
Hoje o número de centro e pai de santo na região foram reduzidos quase a metade,
segundo a Associação dos umbandistas, quase não se fala, muitos faleceram ou desapareceram
ou mudaram de religião. A Associação praticamente inoperante, abandonada e sem condições de
uso. Lá se foi Chicão e deixou muito órfãos, como disse José Maria Padre na hora de seu
sepultamento que disse: em Montes Claros não teria homem como o velho Chico, de coração
bom que matou fome de muitas e muitas pessoas.

26. Entrevistas e depoimentos de vizinhos, parentes e amigos contemporâneos


Dona Maria José Rosa (Lia) esposa de Candido Ferreira dos Santos, vizinhos do centro:
Maria José Rosa nascida em 19 dezembro de 1947 e Candido Ferreira dos Santos,
nascido em 12 de março de 1936; casal vizinhos do centro Estrela Oriente, moradores há
setenta e quatro anos neste mesmo local, na época da construção do primeiro centro espírita,
aqui tinha muita poeira, motivo que a rua e a vila receberam o nome de Vila da Poeira, tinha
próximo ao local do centro uma fazenda Antônio Pimenta, que depois deu origem ao Bairro,
existia o campo do Juventus, tinha um pau d’óleo na beira da estrada, eu lembro que ele e
Branca morava na frente do centro, eles tinha cinco filhos os meninos eram todos pequenos,
corriam para um lado e para o outro, este local do centro comprado na mão de Napoleão.
Lembro dos bodes Zé Bedeu e Pedro Bó. Depois neste local se tornou ao redor do centro um
aglomerado de pessoas, como dona Maria Viúva e seus filhos.
Chico Preto para nós foi uma boa pessoa, ajuda as pessoas em especial as pessoas que
trabalhavam com ele. Nesta construção as mulheres pegavam água no chafariz da copasa
próximo ao cemitério recebiam por lata que buscavam.
Nossa família morou praticamente na metade de um grande quarteirão de frente ao
centro de Chico Preto, eu tive dez irmãos e todos tinham lote neste quarteirão: Pedro, José
Ferreira, Isaltino, João, Manoel, Antônio, Geraldo, José (Zezinho), Maria e Joaquim; destes
irmãos quatro estão vivos: Antônio, José (Zezinho), Geraldo Barrelim, e eu; tenho cinco filhos:
Carlos, Marcio, Célia, Sandra e Selma, hoje eu tenho dezenove netos e seis bisnetos.

Depoimento de José Ferreira de Oliveira (Zezinho) esposo de Maria Lucia de Almeida,


vizinhos do centro:
José Pereira de Oliveira, nascido em 04 de marco 1943, esposo de dona Lucia Pereira de
Oliveira nascida em 05 de março de 1950, pais de Leonardo, Gislene, Cosme, Damião,
Rivelino, Charles, Alex Ian e Thiago; muito de seus filhos na época frequentavam o centro de
Chico Preto nas festas de Eres, denominada festa de Cosme e Damião; nesta época seus filhos
eram colocados em destaque, por serem gêmeos.
Contemporâneo do pai de Branca seu Juca fazedor de chapéu. Dona Branca era casada
com Chico Preto. Na época tinha o centro de baixo e ao lado tinha um curral com vários bois e
vacas, que eram cuidados pelo senhor Domingos marido de Maria José, médium e braço direito
de Chico Preto. O centro era localizado na rua da poeira e vila da poeira, no prolongamento da
rua Bonfim, que passou a chamar Avenida Brasil e hoje Leonel Beirão de Jesus.
Chico Preto era um bom homem, ajudava as pessoas e nas suas festas de boiadeiro e
Cosme e Damião, eram famosas por ter muita comida, e o seu carisma atraiam as pessoas para
estes rituais.

Carlos, Dona Lia e Candido Lúcia, Zezinho, Cosme

Maria Cândida Silvério (Maria Preta): Convivi com Chico preto muito tempo, fui empregada
dele e conheçi bem a sua história, o Centro, o bode Diamante o primeiro e depois o bode Zé
Bedeu. Tudo começou aqui em Montes Claros, Chico Preto trabalhava com o Sr. Altamiro
Parrela, que era empresário e se tornou dono de muitas propriedades na região do Mercado Sul
na praça da Estação Ferroviária, carregando e descarregando caminhão, era muito saco pesado
carregando na cabeça. Aí ele disse eu vou sair dessa, e foi trabalhar com seu Terezino.
Ainda muito jovem ficava rodando aí pro centro da cidade. Na época Chico Preto pegou
uma menina chamada Branca ainda de menor e sumiu, fugiu para Bocaiuva e depois para outra
cidade adiante com ela. Branca muito bonita, era filha de gente muito bem de situação, ai o povo
botou em cima, e a polícia foi atrás, pegaram os dois e trouxeram para Montes Claros, e
realizaram o casamento, naquela época, falava que a pessoa casou na polícia. Agora casados
foram morar de aluguel na rua na beira da linha, próximo a ponte preta no Bairro Morrinhos, nesta
época não tinham casa, não tinha nada. 
Neste período, o senhor Terezino candomblecista deu a mão para ele. Chicão teve várias
mulheres: a primeira Miraci, a segunda mulher dona Dalina, e a terceira, dona Tereza, a quarta
dona Maria costureira, a quinta foi Branca a sexta foi Vani, depois veio várias mulheres.
Com Vani foi feito um contrato, pois na época ele ainda era casado com Branca, de pois de
muito tempo, veio o divórcio com ela, neste meio tempo ele arrumou Vani o qual teve três filhas
com ela. Depois veio Fátima Araújo do Vicentinho paralela com outras como mulheres.
O primeiro terreiro que eu conheci foi na rua da poeira, mas fiquei sabendo que tinha outro
antes do terreirinho debaixo; que foi ganhado pelo pai de Branca sua ex-esposa. Para que eles
saíssem do aluguel.
Neste Terreirinho, tem coisa lá, tem cabeça de polícia, tem um cachorro chamado
tubarão. E tem o bode diamante, que era o primeiro bode dele. 
Chico Preto não fez o santo ele já nasceu com espírito pronto, ele não foi formado por
ninguém. Quando chegou pra em Montes Claros, aqui encontrou com o senhor Terezino que era
do Candomblé, hoje falecido. Chico Preto, só tinha uma calça e uma roupa de muda enrolado
num lençol. Aí ele começou o trabalho com num cômodo pequeno.
Para realizar os trabalhos a gente tirava as cadeiras, as camas jogavam tudo lá pra fora,
pra ele trabalhar. As seções de umbanda e na quimbanda, era tudo misturado. Depois passou a
dividir os dias, na sexta-feira era a quimbanda, e na segunda-feira era umbanda.
Chico Preto fazia seus trabalhos de despacho nas encruzilhadas, sempre sozinho,
dificilmente levava alguém, somente o motorista; os locais de despachos eram na encruzilhada na
praça do Bairro Dr. João Alves, nas mangueiras e na cascalheira do Maracanã.
Zé Bedeu foi ganhado, o seu pai era o bode diamante, que está enterrado no terreiro de
baixo. Zé Bedeu comia nas vendas dos comerciantes, que depois eles mandavam a conta e o
seu Chico pagava. O bode toda sexta fira santa, morria e ressuscitava, o veio Chico o colocava
num buracão fundo toda quaresma no centro, alimentava de cachaça e galinha que eram jogados
no buraco fundo. O bode as vezes dançava na gíria.
Chico Preto trabalhava direto, praticamente de segunda a domingo. Ele sempre respeitava
o centro, as mulheres que ele tinha, saiam com elas fora do ambiente de trabalho.
Chico Preto me ajudou muito e continua me ajudando, só precisar eu vou lá na sepultura
dele e ele resolve. Na época não tinha pastor ou igreja no bairro, só a igreja São Judas que era a
mais próxima.
Edite preta era uma das mulheres de confiança de Chicão, quando pegava um trabalho ele
a chamava para ajudar. A polícia sempre aparecia no centro, e ele sempre dava um dinheiro uma
ajuda. Chico Peto ajudava muita gente, dava café, leite, dinheiro, e até trabalho de graça para os
pobres ele fazia. Depoimento de Maria Preto. Ela faleceu dia 4 de março de 2022.
Flor de Maia: Flor de Maia, nascida em 10 de maio de 1949, na cidade de Montes Claros-MG,
casada com Joel e tem duas filhas oito netos. Na época que conheceu Chico Preto, era
professora Primária.
Conheci Chico Preto através de Edna Fé, irmã de Maria Bezerra que já frequentava o
centro, juntas lecionávamos na escola municipal João Eusébio ao lado do centro espírita de
Messias na Vila Telma.
Passávamos sempre na frente do centro, o terreirinho de baixo, quando resolvemos visitar,
neste dia ele estava trabalhando na linha de caboclo, ele veio ao meu encontro de lá incorporado
de boiadeiro, colocou a mão na minha cabeça e eu não vi mais nada, depois ele disse que eu
tinha que desenvolver, ai passei a frequentar o centro, eu fui muito nova para o centro.
Teve um dia que dois senhores foram pregar para o seu Chico Preto no centro Estrela do
oriente, na hora da pregação um dos irmãos disse: seu Chico eu vou orar no senhor para Deus te
libertar dos demônios; Chicão ficou nervoso, acabou agredindo e expulsando os irmãos; estes
irmãos eram da igreja Deus é Amor, a relato que o nome de um é Marcolino esposo de Marcolina,
que depois tornaram membros da igreja Assembleia de Deus.
Quando o velho Chico faleceu vieram muita gente da alta sociedade e da comunidade
local. Chico Preto além de espirita era Maçom, não me lembro da loja maçônica que ele
frequentava, lembro que no seu funeral, a sua urna foi coberta pela bandeira acho que era da
maçonaria.
Quando a sua urna foi fechada para deslocar para o cemitério, Dílson gritou para os Ogã
(tamboristas) fala couro e eles respondia com o batuque e nós cantávamos:
A Deus a gira, a gira não choram, eu não se fico ou se vou
Embora, e toda vez que ele vem girar, vem trazendo as
forças dos orixás.

No caso da morte de Daniela Perez, na novela De Corpo e Alma, onde interpretava


Yasmin, foi assassinada por Guilherme de Pádua, que fazia par romântico com a vítima na trama,
nesta época eu estava presente no centro, quando os repórteres vieram o entrevistar sobre a
morte da filha de Gloria Perez, autora da novela. Quando seu Chico Preto foi entrevistado ele
disse que não fez pacto com ninguém, depois descobriram que era outro umbandista de nome
Pai Chico.
A história de Chico Preto na sexta feira da paixão, no cemitério é verdadeiro, ele era
colocado na cova aberta pela madrugada e quando eles voltavam do cemitério para o centro ele
já estava, conforme relato das médiuns mais antiga.
Hoje sou evangélica, mas trabalhei muito com Chico Preto, tenho um bom relacionamento
com Rosa a atual dirigente do centro. As vezes discutimos sobre religião, mas tenho um grande
amor por ela.
Terezino era muito amigo de Chico Preto, alguns médiuns de Chico, foram formados por
ele.
Sua decadência, primeiro adoeceu na sua mansão, que era muito grande e aí as pessoas
o visitava, rezava por ele, depois ele internou no hospital São Lucas: Dílson Godinho, para fazer
hemodiálise.
Chica sua filha era enfermeira e trabalhava neste hospital, o acompanhou em todos os
passos da sua doença. Depois do enterro de Chicão, Milton seu filho marcou uma reunião e
perguntou quem poderia tomar conta do centro Estrela do Oriente. Ai nós médiuns concordamos
com que seria Rosa sua sobrinha.
Chico Preto fazia a maioria dos seus despachos no cemitério da Ponte Branca e no
cemitério do Bonfim. Nos seus despachos, na época ele arrumava um caminhão e colocava na
porta do terreiro e nos colocava na carroceria do caminhão e ele subia junto e cantava uma
cantiga: pomba gira é uma moça branca que anda na terra e no mar, que anda no mundo das
flores vem pomba gira vem me ajudar, ele cantava e agente ajudava.
E lá chegando ele incorporava os demônios, e abria as sepulturas e tirava coisas terríveis,
coração de boi, etc. O que Chico Preto fez de ruim, acho que foi os trabalhos fortes para casais,
tirar pessoas desta vida, antecipar vendas de fazenda, menosprezar os oponentes de seus
clientes.
Na gira da umbanda ele puxava preto velho, pai Lazaro; depois a linha de boiadeiro,
trabalhava e ia embora; e depois puxava a linha dos caboclos, ele cantava: meu caboclo veio de
campina, ele veio trabalhar, ele vem trazendo as forças, a força pra os orixá; que eram muitos:
jurema, sete flechas, eram muitos caboclos, depois ele suspendia os orixás de luz, depois
chamava os exu.
Falando de candomblé seu Chico não mexia, mas cada santo tem uma comida diferente, a
comida de Oxóssi é colocada no abdá pega o coco, Baluaê: a comida é pipoca, ele é todo vestido
de palha, representa o São Lázaro: tem uma cantiga: caindo flor, meu pai tá caindo flor é do céu é
da terra, meu pai tá caindo flor, é do céu é da terra meu pai tá caindo flor. Outra canção: na
capanga de Baluaê tem sarampo, catapora, tem Bixiga, mate o coro e vamos embora. Cada
santo uma comida, Iemanjá gostava de peixe, Xango era outro tipo de comida, Oxóssi era outra,
a comida murchava e depois despachava.
No vodu, eu acho que era a especialidade dele: Pegava o coração de boi e um punhal
novo e dava umas punhaladas e as pessoas que eram colocadas no trabalho sentia as pontadas.
Na gíria as pessoas giravam, saravavam e entravam em êxtase e depois caiam, era
porque os espíritos que desciam eram muito fortes.
Na minha época nos anos 80, as pessoas importantes da cidade a maioria frequentavam o
centro de Chico Preto.
Maria Preta Flor de Maia

Lucia (Gaza) nascida em 15 setembro de 1950, na cidade de Ilhéus: foi uma média de Chico
Preto: Eu conheci Chico Preto aqui neste centro de baixo, onde tudo começou pra mim, conheci
a sua esposa Branca, a qual se separou de Chico Preto, por motivo de desconforto familiar.
Quando Branca largou Chico Preto ela foi embora para Bocaiuva e por lá casou-se e de
vez enquanto ela vinha à Montes Claros-MG. Quando conheci Chicão ele já tinha o centro de
baixo, onde tinha um curral, e umas vacas, antes ele tinha os bodes e o José Maria (Índio)
tamborista da época que cuidava dos animais.
Chico Preto começou primeiro no centro de baixo, e juntamente no mesmo terreno tinha
um curral, com as vacas e cavalo de Chicão, que se chamava Estrela.
Benedita trouxe um serviço para Chicão fazer e ele pegou o serviço dela que entrou como
pagamento o bode que era pequeno, só que na hora do trabalho da firmeza ele ficou vivo, ele fez
um preparo no bode e não morreu, o bode era pequeno, ele falava uma linguagem que todos
entendiam, como eu era mais nova de vez em quando eu vacilava e abria os olhos, e Chicão
gritava firma menina. Senhor Chico colocou o nome dele de Zebedeu. Esse primeiro serviço com
o bode era para reconstruir uma coisa perdida, foi feito o primeiro trabalho na quaresma que na
época tinha duas; a do mês de abril e agosto. Sendo que a quaresma de abril era mais forte.
Nesta época tínhamos que ficar separado e as vezes dormia no centro, não podendo misturar
com a família, ou vim em casa.
Zé Bedeu o bode, foi crescendo, e todo ano, era feito serviço com ele; quando o bode ficou
adulto, ele fez um serviço pesado para matar uma pessoa. A Cambono era Maria José, seu braço
direito, a que conversava e dava pinga e encostava próximo dele, e nós entravamos também.
Luizão o pedreiro de seu Chico, fez o ABACÊ ou IABASÉ: (local que a cozinheira que
prepara as comidas de santo). No trabalho, ele deu ao bode uma garrafa de cachaça; e neste dia
participou duas mulheres e dois homens: Vitório, Toni de Lindaura, Gaza, Maria José. Este dia ele
enfiou a faca no sangrador do bode, que era para matar uma pessoa. Neste dia eles pegaram o
bode morto, saímos de costa, passamos um salão e passamos outro. Chicão recebido de Lúcifer,
cantava é maioral, é maioral, e de costa batia o tridente no chão, nesta hora Maria José entrou de
costas, ela preparou um arroz, e Lucífer perguntou, tem o que come: aí ele comeu arroz, e depois
comeu três bocada de folha verde, tanto Chico Preto como bode estavam recebidos de Maioral.
Aí ele ficou batizado e conhecido como Zebedeu. Depois deste ritual, não precisou matar mais o
bode.
Segundo me contou Maria Viúva, Chico Preto ia para o cemitério por volta da meia noite,
ele recebia o espirito e era colocado numa sepultura aberta e enterrado, quando as mulheres
voltavam para o centro que passava pelo meio do salão e do vodu, Chicão já encontrava , no
centro e vestido de Pai Boiadeiro.
Sobre o terreiro novo, foi comprado, e eu no início da construção pegava água no Chafariz
de seu João da Copasa e na casa de dona Terezinha, ambos no São Judas próximo ao novo
cemitério, para a construção do centro, o pedreiro era Luizão, era rápido na massa.
Chico Preto ajudava muita gente inclusive a sua irmã Augusta, que tinha sido despejada
pelo seu irmão Zequinha. Foi quando Chicão passou na Avenida Brasil e encontrou sua irmã,
naquela situação; de imediato ele pegou toda a sua família e conduziu para o lado do centro no
Bairro Vila Telma, conhecido como bairro da poeira. Estes trabalhos nas encruzilhadas, ele
costumava ir sozinho. Ele trabalhava na umbanda, quimbanda e vodu, este último era mais
pesado e debaixo do chão. No centro antigo era separado em dois umbanda e quimbanda que
trabalhava na segunda, quarta e sexta.
Pessoas importantes como Paulo Maluf de São Paulo, Chico Preto trabalhou, e muitos
traziam agrado para os médiuns. Eu Gaza era primeira que chegava para fazer o café e a última
que saia, o café era dado nas mãos de Chicão.
Mulheres de Chico Preto: Marcionilia, Branca, Vani que trabalhava na Corby, as xodó
eram Fátima do Vicentin, Maria Viúva que era do centro, Maria José do centro, e as mulheres que
ele interessava ele corria atrás. Quando Chicão tinha relação com as mulheres não eram todas
elas, em algumas ele recebia o espirito como exu.
Chicão não gostava de se envolver com homossexualismo na gíria e nem de receber as
escoras como pomba gíria. Zé do toco um de seus espiritos, perdeu a perna no acidente e
quando morreu, virou espirito, como tinha na canção: “Tá no toco, tá toco, tá no gaio, segura a
pemba exu não cai”. Tinha o som do tambor e a voz nossa. Ele tinha três boiadeiros, que curava,
tomava passo.
No centro as coisas eram muito organizadas, local das roupas de umbanda e quimbanda,
Chico Preto foi declarado pelo Jornal de Montes Claros, como rei dos macumbeiros.
Sobre o local do centro localizava na Vila da poeira, depois avenida Brasil e agora Leonel
Beirão. Chico Preto ajudava muitas igrejas, inclusive a de São Sebastião, local onde casou uma
de sua filha.
Chico Preto tinha um bar na rua Correia Machado, seu filho de criação tomava conta. A
morte do filho de criação de Chico Preto, foi da seguinte forma, o soldado Elias discutiu com o
filho de Chico Preto num barzinho, o Elias atirou nele, aí deram a notícia para Chico Preto.
Pegaram o filho de Chico e o levou para o hospital, Chico Preto falou de voz alta, meu filho vai
morrer, mas o soldado Elias vai morrer primeiro que meu filho e o soldado morreu.
O médico de Chico Preto era Dr. Crisantino Borém. Seu Chico era devoto de nossa
Senhora Aparecida; ele tinha diabetes, por muito tempo tomou café com adoçante ele gostava do
Assugrin.
Passagem do centro para Rosa sua sobrinha, ele me chamou e disse que eu era
importante para ajudar Rosa. As vezes numa noite, Chico Preto recebia dois ou três espíritos
numa noite só. Maioral era só para a consulta.

Alzira Conceição (Alzirinha) ex médium de Chico Preto: Nascida em 17 de dezembro 1944,


em Montes Claros-MG, foi esposa de Natanael Pereira Lopes, teve cinco filhos, quatro netos.
Conheci Chico Preto através de uma enfermidade que tive, era um desmaio que sentia na
rua e caia, fui levado até a ele e fui liberta deste problema de saúde, trabalhei com ele na
umbanda e no quimbanda, um bom período.
Natanael meu esposo ajudava muito no centro, cuidava da manutenção dos tambores e
nos trabalhos diários como auxiliar dos tamboristas. Chico Preto ajudava muito as pessoas, dava
feira, dinheiro, era como pai para todos que ali chegava.
Eu tomei conta dos meninos dele com Branca, na época que ele morava na Rua Beira
Linha, próximo a ponte preta nos Morrinhos. Sobre a maçonaria não lembro se ele foi. Mas ele
tinha muitos amigos. Sou muito amiga de Rosa e Gaza e era amigos das médiuns que morreram
como Edite, Raquel e Bené.
Fui contemporânea na época de Gaza, Maria José, Rosa, Maria Vieira, Maria Viúva,
Lindaura, Toni, Vitório e muitos outros. Ele tinha vários amigos como: Tadeu Leite, Pedro Santos,
Leonel Beirão, Dr. Ivan e muitos outros.
Depois eu sai do centro, conversei com ele, ele me ouviu e aceitou o meu afastamento e
voltei as minhas origens na religião católica, mas o tempo que permaneci foi muito bom.

Filhas de santo nos extremos: Alzira e Lucia (Gaza) Chico Preto, Alzira e Augusta
Lucia Gaza Alzira Alzirinha

Marta Ferreira dos Santos: Nascida 1 de julho de 1956, na cidade de Manga-MG, Filha de
Augusta Cesária dos Santos e Tertuliano Ferreira dos Santos, sobrinha de Chico Preto; Viúva
de Gregório Ramos, teve cinco filhos: Elba, Diogo, Elvis, Diele e Diego, possui quatro netos:
Vinicius, Daniel, Julia e Enzo.
Reside na Avenida Leonel Beirão de Jesus nº Bairro Dr. João Alves
Eu convivi com Chico Preto muito tempo e seus filhos. Chico Preto morou na Beira Linha, tinha
um lote com dois barracões, morava num barracão com sua esposa Branca, e alugava o outro
barracão; com a separação depois mudou para rua Tupiniquins e por último a rua Padre Feijó.
Na época sua esposa Branca contraiu uma enfermidade e neste interim logo se separaram.
Na rua Correia Machado ele tinha um bar em que seu filho de criação tomava conta e
onde também foi morto pelo policial, nesta rua ele tinha uma mulher Tereza que era amante
dele e ela tinha uma casa de encontro, próxima a sua casa.
Chico Preto nasceu em Manga-MG, e morou muito tempo com Tertuliano nosso, não
frequentou a escola, tudo que aprendeu foi no mundo. As vezes pai o chamava para roça
trabalhar e ele cantava: “Trabalhar eu não, eu não, trabalho não é para mim, me fez calo na
mão”.
Chico teve cinco filhos com Branca, depois veio a separação, os filhos foram morar com a
segunda esposa Vani, moraram um bom tempo e depois, foram morar na rua correia Machado
onde era o bar e transformou numa casa.
Na época a minha família frequentava a igreja Brasil para Cristo, na Vila Guilhermina, hoje esta
igreja tem como o pastor local o Pr. Deli.
Chico Preto nos ajudou muito. Na época morávamos na casa de tio Zequinha, e houve
uma briga de criança entre dois e Rosa meus irmãos, eles jogaram uma pedra dentro da sua
casa e meu tio reclamou para minha mãe Augusta e ela saiu da casa e colocou os móveis na
rua; Chico Preto passando, viu a situação, minha mãe o relatou ele pegou as pequenas coisas
colocou no Jeep, e depois mandou pegar o resto, nos trouxe para Vila Telma no centro de baixo
e depois construiu um barracão pra mãe no centro de cima, no bairro Dr. João Alves na rua
Bahia, ao lado do novo centro.
Chico Preto não tinha concorrente, ele era considerado como Rei Roberto Carlos, ele era o rei
dos macumbeiros. Muitos pegavam trabalhos pesados e traziam para ele resolver, ele resolvia.

Marta Ferreira, sobrinha de Chico Preto Elvis, Diele, Elba, Diogo, Marta e Diego

Depoimento de Robson Roger Ribeiro (Robão):


Robson Roger Ribeiro, nascido em 3 de outubro de 1957 na cidade de Belo Horizonte-
MG, casado Marlene Alves Santos, nascida em 14 abril de 1960; possui oito filhos: Geane,
Roger Robson, Saionara, Sabrina, Mariano, Felipe e Talita; possui dezenove netos e dois
bisnetos.
Na época teve um relacionamento com a sobrinha de Chico Preto e teve um filho,
praticamente convivia na rotina de seu Chico. Enamorou duas de suas filhas.
Residente a Avenida Leonel Beirão nº 248, Bairro Vila Luiza. Conheci o velho Chico na
década de 74, aqui mesmo na rua Bonfim e sabia que uns do terreiro dele era na casa de Cici,
aonde ele iniciou seus trabalhos. O seu Chico cresceu muito rápido porque ele resolvia os
problemas do povo, antes era Terezinho, aí veio o Véio Chico ficou mais famoso.
Muitas pessoas famosas vieram consultar com Chico Preto, na época como os artistas
Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi, Kalil Pai, Dona Olivia de Belo Horizonte e as
autoridade de Montes Claros.
Ele teve bons e vários carros. Eu Tinha um bom relacionamento com Chico Preto,
sempre que ele precisava ali estava eu à disposição; ajudava ele quando mandava eu pegar
umas folhas palha e outras coisas para enfeite das festas, que eram um sucesso. Na nossa
convivência não percebi que ele era maçon, por mais que falam por aí.
Chico Preto as vezes se achava o melhor de Minas, de fato ele era muito bom naquilo
que fazia.
Falam que seu Chico deixou uma fita gravada sobre a sua passagem e transferência da
espiritualidade do centro, para sua sobrinha Rosa, mas eu nunca vi e nem ouvi. Agora ele
deixou muitos filhos órfão com a sua morte, as pessoas até hoje lembram dele, e das suas boas
obras.

José Maria Carvalho Mendes (Padre): nascido em 17 de novembro de 1948, em Cachoeira de


Pai Jeú, divorciado, pai de 8 filhos e teve 15 netos, aposentado da CEMIG, e hoje residente no
Bairro São José em Montes Claros-MG.
Conheci Chico Preto através da mãe de Chiquinho filho de Chico Preto, amigos de longas
datas e vizinho. Foi seminarista na escola apostólica em Montes Claros-MG, contemporâneos de
Luiz Tadeu Leite.
Chico Preto ajudava cada um, ele nasceu para servir e não ser servido, a todos que
chegavam a ele ajudava. Cheguei a participar da umbanda e quimbanda, a umbanda girava pela
direita e a quimbanda pela esquerda.
Chico Preto sempre foi mulherengo, ele era muito paparicado pelas mulheres.
O feito maior de Chico Preto era como ser humano, o dom de servir, Chico caridoso, ele
não falava não pra ninguém, Chico dava remédio, dava casa, dava roupa, foi uma irmandade que
ficou órfã. Se fosse dar um nome para ele seria o Mito Umbandista Chico Preto.
Chico preto tinha problema renal,
Eu peguei na alça do caixão e dei um Discurso na hora do enterro: Estamos a aqui hoje
baixando sepultura o maior líder umbandista do norte de minas e de Montes Claros, que é o
nosso querido Chico Preto, espero da continuidade através de sua sobrinha, mãe Rosa.
Sobre o monumento colocado no trevo da lagoa, acho que foi muito bom. Hoje em relação
ao crescimento da umbanda diminuiu muito, devido ao crescimento do povo evangélico.
A maioria dos médiuns se formaram em Terezino devido Chicão não mexer com
candomblé, e sim com Umbanda, quimbanda e Vodu.

Milton, Robson e Ivan José Maria Padre

Cosme de Almeida Oliveira e Damião de Almeida Oliveira, ambos nascidos em 22 de maio


de 1971: Cosme e Damião
Eu Cosme e meu irmão Damião, éramos gêmeos, nascidos no dia 22 de maio de 1971, eu
Cosme sou casado com Cristiane Oliveira e tenho três filhos, Damião continua solteiro, e fomos
apresentados no centro Estrela do Oriente, lotado na rua Bahia nr 80, no antigo bairro Vila da
Poeira, hoje Dr. João Alves, nós também morávamos perto do centro.
Servimos ao centro Estrela do Oriente. No dia 27 de setembro todo ano nós éramos
vestidos de Cosme e Damião e colocado em dois altares, espécie de trono era tradição o povo
nos levava pelas ruas do bairro. No dia 27 de setembro de cada ano. Minha mãe Lucia e minha
tia Nenza casada com meu tio Manoel, junto com Rosa, Maria Branca, que fazia parte da
feitiçaria; quanto minha mãe engravidou, ela já fazia parte do centro espírita. Minha mãe era
feiticeira descendente do Espiritismo africano, ela aprendeu com vó, que eram todos
descendentes de escravos africanos; raiz da ramificação da África. Quando eu Cosme e Damião
nascemos, fomos oferecidos ao satanás, neste centro, pela minha mãe.
O objetivo desse ritual, era alcançar as crianças por meio da crença. Os espíritos ali
exaltados, distribuíam balas, doces, pipocas e aqueles que consumiam o que ali era destruído,
recebiam influências da umbanda, pois, o que ali eram destruídos, um dia antes, era oferecido as
entidades. Somente após, eu ser acometido por uma paralisia infantil, aos três ou quatro anos
idade, que minha mãe deixou de me levar no centro.
Somente, Damião meu irmão, que continuou indo as festas, com a mesma ligação com o
Chico preto. Damião ficou adolescente, passou a morar no centro estrela do oriente até a morte
do velho Chico Preto, como era conhecido.

Cosme Damião

Depoimento de Maria Luzinete de Oliveira:


Maria Luzinete de Oliveira (Zete) nasceu no dia 27 de janeiro de 1948, na cidade de Montes
Claros-MG e Dílson Eduardo Mendes Rabelo nasceu em 13 de outubro de 1944 na cidade de
Montes Claros-MG e faleceu no dia 19 de dezembro de 2021, tiveram três filhos: Nelyan,
Dalson, Queila; hoje casada com Sergio a qual possui dois filhos: Cinda e Tatá, e possui dez
netos.
Conheci o seu Chico, desde os doze anos de idade, quando ele veio para Montes Claros,
nesta época estava acompanhado de uma mulher chamada Dalina, ele tinha uma casa de
encontro, um bar, na rua Correia Machado, nesta época ele morava no Vicentino, hoje é o
bairro Sumaré.
Eu tinha um problema de cabeça de mediunidade, saia correndo desesperada, a família
preocupada, queria ver o que era, me levaram ao médico e aí comecei frequentar o centro de
Chico Preto.
Neste período seu Chico não tinha um lugar para atender, consultava as pessoas
debaixo dos pés de manga ao lado da barroca, onde nasceu o primeiro centro. Eu ajudei a
construir o centro fazendo adobe e carregava água para o terreiro.
Eu fui crescendo e desenvolvendo, ali no centro era uma sala de parede de adobe, onde
ele começou atender as pessoas. Depois chegou Alagoana, com Dalina e Zé seu esposo e
mais pessoas, eles levantaram este cômodo de adobe.
Continuamos desenvolver no espiritismo, conheci meu primeiro esposo Dílson, lá no centro.
Chico Preto, não gostava muito de Dílson, ele começou ter uma consideração uma afeição por
ele, foi quando cômodo caiu por cima dele, e ficou preso lá dentro nos escombros. Dílson que
ali frequentava, entrou lá dentro e tirou o seu Chico; aí seu Chico começou ter uma
consideração por ele. Dílson então começou a frequentar o centro e juntos levantaram o centro
de novo.
Chico Preto conheceu Branca minha prima, no terreiro de Terezino a qual frequentava.
Eles tiveram um relacionamento, muito novos os dois eles fugiram para Bocaiuva. O avô de
Milton seu Juca, não queria o namoro, foram atrás deles e fizeram retornar e casar naquela
época na polícia.
Teve um período que eu sai do centro de Chico Preto e fui para o centro Terezino,
porque seu Chico não fazia santo só Exu, aí eu fiz o santo com o senhor Terezino e depois
voltei para centro de seu Chico, quando voltei, já estava casada com Dílson.
Milton Cardoso, foi o primeiro filho e depois apareceu o seu filho Pio que veio de Manga,
neste meio tempo, depois veio a irmã de seu Chico, Dona Augusta e sua família. Eu cuidei um
bom tempo de Milton. Eles tinham uma casa na rua Beira Linha perto da Ponte Preta, bairro
Morrinhos. Quando eu e Dílson casamos, ele não tinha santo feito, fez com seu Chico na
quimbanda. Eu e Dílson mudamos para Belo Horizonte, onde montamos um centro no céu azul
onde trabalhamos por muitos anos. Nas festas de boiadeiro em Montes Claros, alugávamos um
ônibus e juntamente com todo o centro vinhamos para a festa, quando chegava Chico Preto o
recebia e cantava, e Dílson respondia:

Menino, como é o seu nome pois se não você não entra pois
senão você não come, sou filho do meu pai boiadeiro dono sou
do terreiro do menino de angola olha lá saravá.
Com o passar dos tempos eu e Dílson nos separamos, divorciamos, eu montei um centro
no bairro Sagrada Família e Dílson no céu azul.
Uma vez estava no centro de seu Chico pegando agua para socar o chão do terreiro e
veio um pessoal e discutiu com ele, ele bateu neste povo, ai eles chamaram a polícia; seu Chico
chegou no centro no meio do altar e sentou em frente e me disse: fala que eu não estou aqui,
fiquei atônita e falei com ele, como vou falar que o senhor não está aqui? O senhor está aqui,
no meio do centro. Ele retrucou pode falar que não estou, ele firmou a cabeça a polícia entrou
passou de frente a ele e não achou.
Chico Preto, tinha um bode chamado Zé Bedeu, que descia pra centro da cidade entrava
nas lojas de bicicleta e derrubava e ninguém fazia nada.
Hoje pela graça de Deus sou uma das pessoas mais conhecidas, e reconhecida em Belo
Horizonte-MG, Dílson também foi muito reconhecido em seus trabalhos, somos muitos
conhecidos na Federação Espirita de BH.

Dílson Rabelo Maria Luzinete

Gilberto Ferreira de Souza nascido em 20 de março de 1926 em Bom Jesus da Lapa, filho de
Florentino Ferreira de Souza e Angelina Maria de Jesus; hoje com 96 anos em pleno vigor.
Conheci Chico Preto aqui em Manga e toda a sua família; desde menino, era brigador, corria
atrás do que queria, brincávamos muito jogava e enrolava o pião no meio do quintal, eu, ele e
Véio. Leocádio e Zequinha eram os mais velhos. Chico Preto nasceu aqui em Manga, na ilha.
Sou primo deles, Augusta e os demais irmãos. Dona Marcionilia sua mãe batia muito e corrigia
os meninos naquela época o pau comia, na hora que ela queria bater, ela chamava vem comer
menino, eles vinham, e aí trancava a porta só ouvia os gritos. Hoje estou com 96 anos, lucido e
em pleno vigor, lembro de tudo.

Walder Souza Silva (Gonha): Nascido 5 de setembro 1946, casado, possui quatro filhos:
Juliano, Walsandra, Warley e Andréia, possui onze netos e um bisneto. Trabalhei muito tempo na
umbanda, fui dono do Centro Ogum Beira Mar, no bairro Santo Inácio; este centro foi vendido
para Messias Preto. Sou devoto de São Jorge Guerreiro, recebi muitos benefícios, inclusive a
recuperação de um acidente, eu já nasci com o dom de ser espírita.
Chico Preto era muito meu amigo, pessoa boa, gostava de fazer as festas de boiadeiro,
São Cosme e Damião, festa no Parque Municipal, na praça de Esportes e muitas outras; pessoa
que ajudava o próximo, naquela época ele não cobrava, só pedia os materiais, depois que os
trabalhos davam certo as pessoas vinham trazia um dinheiro e reconhecia o trabalho.
Na época ele andava com o seu Altamiro Parrela. Ele era uma pessoa humilde, bem pobre,
depois ficou estabilizado, cresceu muito e ficou famoso. Acredito que Chico Preto foi maior dos
macumbeiros, porque além dos trabalhos terem êxito, ele ajudava muito as pessoas, era uma
pessoa carismática, era um líder.
Macumbeiros contemporâneos de Chico Preto: Neco Baiano, pai Pedro, Bené, Isaura,
Ricardo, Velho Pedro, dona Araudi, Altamiro Parrela, dona Geralda, Couto, Isabel, Rosa e muitos
outros.
Chico Preto fazia seus despachos a região da ponte Branca, Gameleira no São Geraldo na
estrada de Pirapora e nas encruzilhadas. O despacho é um trabalho feito para pessoa, depois
coloca na encruzilhada, na agua correte e cachoeira, despacho é a consumação do trabalho.
Sobre o assentamento do santo é o local de concentração é um memorial.
Fui eu que fiz as gavetas do seu sepultamento cemitério do Bonfim, no túmulo dele, mas
ele mandou fazer em vida ele já tinha preparado o terreno. Eu acho que na hora da sua morte ele
aceitou a palavra de Deus, porque na hora da morte não tem outro. Hoje eu sou católico, e
também espírita eu não tenho centro mais. Assisto a missa e acompanho as procissões. Faço as
minhas viagens. A umbanda gira para direita e a quimbanda gira para a esquerda.
Chico Preto era torcedor aguerrido do povo Juventus e do Atlético Mineiro, gostava muito; ele era
uma pessoa pública, se envolvia no meio do.

Gilberto, primo de Chico Preto Umbandista: Gonha

Curiosidades sobre Luizão o pedreiro de Chico Preto


Pedreiro de Chico Preto: Luizão veio da cidade de Gromogol, ele morava ao lado do
centro em um cômodo bem paupérrimo, ele era pau para toda obra, sempre acionado estava
pronto a servir seu Chico.
Luizão conhecido como bafafá ou Dreia, construiu boa parte do segundo centro de Chico
Preto, construiu as casas nas fazendas Bananeira em Pentáurea e Lagoa Seca em Rebentão,
seu apelido de Dreia, porque gostava muito do Whisky Dreia, a maioria dos tamboristas de
Chico Preto foram serventes dele.
Luizão também teve uma pequena participação na casa de Chico Preto, no bairro Jaraguá, ele
era conhecido como um dos pedreiros mais rápido na massa, devido ao tamanho de sua colher.
Luizão tinha um relacionamento com Maria Preta.

Depoimento do Pastor Arley Neves, nascido em 21 de abril 1971 em Montes Claros-MG, filho
de Vandinho Padeirinho e Dona Maria da Cruz, casado com Clarete Neves, possui três filhos:
Augusto Otávio, Larissa e Luiz Fernando e possui quatro irmãos. Hoje é pastor da igreja
Evangélica Missão Aprisco, situado na avenida Floriano Neiva, 313, Alto São João em Montes
Claros-MG.
Conheci o seu Chico Preto desde menino, pois o meu pai, nesta época tinha um centro
espírita ou Conga, um terreiro de terra batida, uma casa de caboclo no bairro Morrinhos, onde
era realizada trabalhos e rituais pesados para os espíritos caídos ou entidades demoníacas.
Foi neste local que juntos eles realizavam muitos rituais da umbanda, Quimbanda e magia
negra, pois tanto o Vandinho Padeirinho quanto Chico Preto tinham acesso ao mundo espiritual.
Eram verdadeiros mestres nesta arte do ocultismo.
Na época tive que fugir de casa pois o meu pai ia oferecer a minha vida em sacrifício ao
satanás, fugi de casa e fui embora para BH, lá passei a condição de morador em situação de
rua, e ali no hospital da Baleia comia os restos de comida, misturado com lixo hospitalar, até ser
chamado por Deus para luz.
Fui consagrado pastor muito novo em Belo Horizonte-MG, na época estava em pleno
vigor e coloquei no meu coração de só evangelizar terreiro de macumba, tive algumas
experiencias: numa noite ao sair de um restaurante percebi que o meu carro havia sido roubado
e encontrado no pátio do cemitério Bonfim, o meu carro foi encontrado as 3 hs da manhã, todo
aberto com um gato morto dentro e cheio de vela preta, e vela acessa ao redor do carro, foi
levada a minha agenda e minha bíblia e deixaram um bilhete dentro do carro dizendo: você está
incomodando muito agente, para de incomodar: assinado Satanás. Um dos desafios para mim
foi pregar a palavra para Chico Preto.
Trabalhei no hospital São Lucas, no plano de saúde, aonde eu era funcionário, um certo
dia chegou o médico Dr. Eudes, fazendo um comentário lá dentro, que Chico Preto estava
internado no hospital, que ele havia falado que na sexta feira, não era para ninguém entrar no
quarto, porque vai um exu da morte lá. Vanda minha chefe falou para ele que tinha um rapaz
evangélico ele que era muito novo, mas é pastor ele pode ir lá no quarto dele, e orar. O desafio
foi aceito e eu disse eu vou:

Quando eu cheguei no hospital, na ala verde, em um


apartamento no hospital São Lucas, numa sexta-feira às 9 hs
da manhã, no seu quarto, oito dias antes dele falecer, o pessoal
que estava lá ficaram com medo. Conversei muito com ele. Ele
me disse: o que vai acontecer aqui agora, você não passa e não
conta para ninguém, vai ficar entre nós esse segredo: ele
aceitou a Jesus, segurei na mão dele, fez ele a confissão de fé,
eu o perguntei se queria ser batizado, ele disse não vai dar
tempo ir ao rio, eu disse: vou te batizar aqui agora com um
copo de agua. Ele disse desde que seja um segredo nosso. Eu
o batizei com o copo de agua, fiz uma oração, eu sair do seu
quarto por volta das 13:30 hs; guardei esse segredo até o dia
de hoje. fiquei anos sem falar nada, até este momento que
Deus preparou, ele me disse que o meu guia o meu mentor era
muito forte, eu o disse não é meu mentor é meu salvador que é
Jesus Cristo. Ele disse Jesus Cristo eu posso falar eu não
posso falar outros detalhes.

Voltei a trabalhar, e começou a zombaria no corredor do hospital, eu me lembro que o Dr.


Junior Diretor do Hospital, depois desceu só para fazer um comentário sobre a minha visita no
quarto de Chico Preto dizendo a Thomás e Evandro, vocês todos que estão trabalhando aqui no
hospital: cuidado com Arley ele está envolvido com a macumbaria, ele entrou lá no quarto de
Chico Preto e falou com o homem e o Exu não desceu.
Dentro daquilo que eu tive a condição de fazer eu fiz, eu tenho certeza da salvação dele,
como a do meu pai. Tanto meu pai Vandinho Pandeirinho como Chico Preto faziam trabalhos
pesados. Agora o que aconteceu com ele depois e o que o motivou a fazer a transferência da
espiritualidade para sua sobrinha após ter aceitado a fé Cristã e ter sido batizado é um mistério
que eu não tenho capacidade de dizer. Só tenho capacidade de citar o que a bíblia nos garante,
como está escrito em Romanos 10.9: A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus,
e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. E isso Chico
Preto fez.
Pastor Arley Pastor Arley e Clarete

Descrição de Chico Preto feita pelo jornalista João Carlos de Queiroz:


CHICO PRETO: TODO O MISTÉRIO CARISMÁTICO DE UM PAI DE SANTO MINEIRO MUITO
GENTIL
Conheci Chico Preto nos anos 80, e posso assegurar que fiquei impressionado com sua
gentileza anfitriã e extrema educação, aliadas a um charme carismático. A franqueza emoldurada
no seu linguajar regional e vestuário simplório (roupas brancas e sapatos sem meia) reforçavam
tais impressões. Chico é daquelas pessoas que a gente tem vontade de conversar por horas a fio.
"Que segredos poderosos ele esconde ou simplesmente não alardeia?" - Foi minha primeira
inquisição mental ao analisá-lo. O terreiro de Chico ficava localizado próximo ao Cemitério do
Bonfim, constituído de apenas duas peças: uma residencial e outra (com formato de iglu) para
realização dos rituais de umbanda e outras linhas. Uma escada retilínea levava ao terraço, sede
do bate-caixa.
No geral, o recanto caseiro do Pai de Santo era ambiente receptivo, onde tomei goladas de
café fresquinho, servido numa caneca metálica branca. E Chico bem ali, do meu lado, explicando
sua rotina de trabalho com o mundo espiritual. - Só não publique nada agora - pediu. Minha ida
ao terreiro foi para fazer uma reportagem especial. Nem imagino se publiquei ou em qual jornal.
Memória de velho falha! Recordo que o bode Zebedeu, de pelo preto vistoso, ficava
ziguezagueando pelo terreiro de modo curioso. "Um dia, o dono dele vem buscar", comentou
Chico. Aquilo significava sacrifício sangrento. Fiquei triste pelo destino anunciado para o lindo
animal. Mas, felizmente, os anos transcorreram e o bode ainda permaneceu por lá, conforme
comprovei numa outra visita. Só não sei até quando...
Na ocasião, Chico me informou sentir fortes dores físicas, reflexo de alguns trabalhos
espirituais. "Incomoda bastante". Disse ainda que não estaria mais aqui (na Terra) por muito
tempo, visto que sua hora "estava chegando..." Comentou isso resignadamente. Ao andar,
percebi, seu corpo obeso pendia meio de lado, acusando leve atrofia numa das pernas. Assumir o
volante do seu velho Monza branco, então, implicava em muita dificuldade! Retornei depois ao
terreiro de Chico Preto na condição de convidado de uma cerimônia especial, sempre realizada
no final de ano. Temi que imolassem animais como oferendas - o que não aconteceu, para meu
alívio.
Perto das 22 hs, Chico abriu a portinha frontal à escadaria e subimos ao terraço do "iglu"
gigantesco. Lá de cima, espaço ladeado por mureta, era possível ter visão das redondezas,
inclusive do cemitério...
Solicitaram-nos para ficar descalços, momento em que dezenas de pessoas formaram uma
roda em movimento contínuo, com alguns já contorcendo o corpo pela evolução das batidas de
tambor. Cantorias também se associaram à frenética batucada. Eu segui firme nessa roda de
dançarinos, tamborilando os pés pela cadência animadora da interessante cerimônia umbandista.
Uma novidade! Alguém me entregou uma garrafa de cachaça, que beberiquei e passei adiante.
Todos beberam. Acho que mais garrafas entraram no circuito. Muita gente...
De repente, um grito fortíssimo ecoou acima dos tambores e da cantoria: Chico incorporara! Aí,
houve mudança drástica de ritmo, agora bem mais acelerado, creio que em agradecimento pela
visita invisível...
Com agilidade impressionante para seu corpo graúdo, assisti Chico Preto dar várias
cambalhotas e colidir com as costas no cimento do terraço como se estivesse sendo amortecido
por colchão! Numa dessas piruetas, quase que o Pai de Santo bate a cabeça na quina da mureta,
providencialmente sendo amparado por uma das assistentes. Mas continuou a beber cachaça
que nem água...
A cerimônia terminou tranquila, e o velho Chico voltou à completa normalidade, falando
devagar e de forma atenciosa com todos. Como conseguia isto após ingerir tanta pinga? Esse
mistério ficou literalmente no ar...

João Carlos de Queiroz – Jornalista Chico Preto

https://omatogrosso.com/opiniao/meu-reveilon-num-terreiro-de-candomble-em-montes-claros/

27. Galeria Afrodescendente Arraial das Formigas: Homenagem a Chico Preto


GALERIA AFRODESCENDENTE "ARRAIAL DAS FORMIGAS" - Montes Claros
homenageia os negros que fizeram a história da cidade, inaugurada em 02 de julho 2020 em
homenagem aos Afrodescendentes.
A Prefeitura de Montes Claros inaugurou a Galeria Afrodescendente "Arraial das
Formigas", composta de bustos feitos com material reciclável, em reconhecimento ao trabalho
que os negros e negras prestaram para a cidade, ao longo de sua história. “A ideia da
Coordenadoria de Igualdade Racial da Prefeitura de Montes Claros, em parceria com o Conselho
Municipal de Igualdade Racial, é homenagear, a cada ano, negros e negras que fizeram parte da
história da cidade”, informou o artista e presidente do Conselho Municipal da Igualdade Racial de
Montes Claros (COMPIR), Sérgio Fabiano Ferreira, o Gu Ferreira, autor das obras, que estão
afixadas no canteiro central da avenida Governador Magalhães Pinto, em frente à Lagoa do
Interlagos.
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Paulo
Ribeiro, neste primeiro momento estão sendo homenageados a professora e primeira vereadora
de Montes Claros, Maria Aparecida Bispo; o ex-escravo em situação de rua, Tuia; o padre
Antônio Carlos; o pai de santo Chico Preto; e o carroceiro e catopê, mestre João Faria.
Texto: Luís Carlos Gusmão

Memorial no trevo da Lagoa


Vamos falar de arte, quem passa pela Avenida Governador Magalhães Pinto aqui em
Montes Claros, já deve ter reparado que no canteiro central perto da lagoa Interlagos, ganhou
esculturas. Na verdade, são mais que esculturas são homenagens a personalidades negras que
fazem partes da história da cidade. Lugar de paz e tranquiliza foto Francisco Cardoso, mais
conhecido como Chico Preto. Um dos maiores representantes da umbanda, religião Afro-
Brasileiro. Reportagem Inter TV Noticias

https://semma.montesclaros.mg.gov.br/noticia/meio-ambiente/galeria-afrodescendente-
arraial-das-formigas-montes-claros-homenageia-os-negros-que-fizeram-a-historia-da-
cidade

28. Dicionário:
Abacê ou Iabasé: Cozinheira que prepara as comidas de santo.
Àdúrà: É a reza de súplicas, dos pedidos.
Agô: Pedido de Licença.
Akué: Dinheiro.
Alguidar: Vasilha de barro.
Amaci: Líquido preparado de ervas sagradas. É destinado a banhar a cabeça dos médiuns.
Atibaia: Água.
Axé: Força mágica, representa a “cobertura espiritual ou “egrégora”.
Axogum: Literalmente, o possuidor do axé de Ogum.
Azudo: Anjo da guarda.
Babalorixá: Pai de santo, babaloxá ou babá é o sacerdote das religiões afro-brasileiras.
Bater cabeça: É um ato de profundo respeito, uma forma de saudação que se faz ao pé do
Gongá.
Cambono: Nome dado a pessoa que atende as entidades incorporadas. Pode ser chamado
também de Cambondo.
Campo santo ou Casa santa: Cemitério.
Capangueiro: Termo usado no sentido de companheiro.
Cavalo: Pessoa que serve de suporte para os orixás ou entidades. É o médium.
Coco: Cabeça.
Cambono” ou “cambone: De origem angolana: “Kambono” pessoas que não entram em transe
mediúnico, exercendo diversas atividades e responsabilidades dentro de um ritual sagrado.
Cultura: cultura é um conjunto de conhecimentos crenças, artes, leis, costumes e várias outras
aptidão e hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.
Demanda: Disputa, questão, briga, desentendimento.
Descarregar: Livrar alguém de vibrações maléficas ou negativas.
Egun: Nome genérico que se dá aos espíritos desencarnados. Isto é, espirito dos mortos.
Entidades: em número incalculável, subordinados a um guia chefe.
Falácia: Engano ou falsidade. Normalmente, é uma ideia errada que é transmitida como
verdadeira, enganando outras pessoas.
Fechar a Gira: O mesmo que encerrar os trabalhos em um terreiro. Encerrar a sessão.
Feitiço: Feitiço é o mesmo que encantamento.
Firmar Ponto: É o ato de um Guia ou Entidade riscar seu ponto.
Fundamento: Base, razão de ser.
Gira ou Engira: Sessão religiosa.
Gongá: Altar de Umbanda.
Hard case: “caso difícil” ou “caso problemático”
Ialorixá ou Ialaorixá: Chefe espiritual feminino e administrador da casa, responsável pelo culto
aos orixás.
Linha Preta: Quimbanda
Lúcifer: O maior, ou o primeiro, de todos os demônios; diabo, denominação do planeta Vênus,
como uma estrela matutina ou vespertina.
Macumba: Instrumento músico de percussão dos negros.
Macumbeiro: Aquele que pratica a macumba, ou seja, que toca o instrumento ou aprecia seu
toque.
Marafo/Marafa: cachaça
Menga: Sangue.
Mito: consiste em narrativas criadas pelos povos da antiguidade que têm por intuito explicar
acontecimentos reais, porém que não possuem uma explicação lógica.
Obaluaê, ou Omolu, é o orixá da cura e da doença. Deus da varíola e das pragas, Obaluaê é
relacionado com todo tipo de doença física e com as suas respectivas curas.
Ofò:  Rezas de encantamento.
Ogan ou Ogã: é o que toca para o santo (seja orixá, preto velho, caboclo, Exu, Erê, Pombagira,
Boiadeiro etc.)
Ori:  Cabeça.
Oríkì:  frases ou poemas que são formados para saudar(homenagear) o orixá referindo-se a sua
origem, sua ancestralidade, suas histórias.
Orin:  Cânticos, cantos ou mesmo as cantigas.
Oxalá: Jesus
Pataco: Dinheiro.
Patuá: Amuleto. Antigamente eram saquinhos de couro ou de pano, com boca amarrada com
cordão metálico, junto a uma conta de vidro da cor da divindade protetora. Pavio:  Vela.
Pemba: Pedaço de giz usado para riscar os pontos das entidades.
Pito:  Cigarro, cachimbo.
Ponto riscado: Desenho formado por um conjunto de sinais cabalísticos, que riscado com pemba
ajuda a chamar a entidade ao mundo terreno. Quando riscado pelo médium incorporado identifica
a entidade.
Sebo:  Vela.
Terço católico: Dividido em três partes iguais, com cinquenta contas, foram chamadas de Terço.
Cada Terço compreende três Mistérios: Mistérios Gozosos, Mistérios Dolorosos e os Mistérios
Gloriosos.
Tez escura: Cútis; epiderme que se refere à pele do rosto: tez bronzeada, cor escura.
Toco:  Banco.
Trabucadô: Trabalhador.
https://aumopa.org/pequeno-dicionario-da-umbanda/

29. Conclusão

Certamente este livro terá uma segunda edição, para atualização de dados ou informações
de pessoas que não foram ouvidas ou que pelas circunstâncias, não puderam falar no momento,
mas com certeza despertará um sentimento de gratidão e nostalgia, poderá ocorrer algum
complemento ou correção por parte daqueles que falaram, deram seus depoimento ou das
pessoas que ainda falarão.
Este livro procurou tratar da veracidade sobre a vida de Chico Preto: O Maior Babalorixá do
Brasil, maior porque fez mais, seus trabalhos tinham resultados extraordinários, e poderá este
livro ser transformado em um filme, e muitas publicações e divulgação nas redes socias, tv,
rádios, revistas por conter tantas informações, sobre suas notícias que entre mitos e lendas, o
transformou como um dos maiores babalorixá do Brasil.
Chico Preto, uma lenda viva, tem sua relevância na história de Montes Claros e do norte de
Minas e do Brasil, da cultura e da religião Afrodescendente.
Chico Preto homem bondoso e caridoso, procurado por muitos para saciar a sua fome,
seus problemas, suas nuances, seus asseclas, sua comunidade, seus filhos, parentes e amigos;
tanto de Montes Claros, com das cidades circunvizinhas de Minas e do Brasil.
Morreu precocemente, profetizou sua morte, pagou a todos, teve um funeral digno de
homem, um sacerdote, um maçom, um pedreiro construtor um pai de santo, um pai de família, e
um amigo.
Chico Preto deixou um legado, que é possível estender sua mão ao próximo, não
importando a sua religião, sexo, cor e posição social, era chamado por muitos de Chicão ou seu
Chico, não ignorava o ignorante, instruía e ensinava, era líder preocupado; o bom samaritano.
Não fez discípulos, pois achava ser muito sacrificial servir ao espiritismo, e aos demônios,
ele sabia das dificuldades de lhe dar com as entidades, por isso não deixou ou ensinou nenhum
filho a prosseguir na carreira, na cultura e na matriz, somente a sua sobrinha Rosa. Hoje o
número de centro e pai de santo na região foram reduzidos quase a metade, a Associação dos
umbandistas, quase não tem reuniões, praticamente inoperante e abandonada, muitos de seus
médiuns faleceram ou desapareceram ou mudaram de religião.
Chico preto tinha o conhecimento pleno do Deus vivo, conhecia a palavra de Deus e
também tinha o conhecimento pleno dos demônios: Lúcifer. Devoto de Nossa Senhora Aparecida,
todos os anos seguia o ritual, rezava o Terço e todas as vezes que terminava seus trabalhos
espirituais, despediam seus discípulos dizendo: Deus te faça feliz.
Por várias vezes quando Chico Preto baixou ao hospital, pastores e capelães da igreja
despertar da fé, próximo ao Hospital São lucas, foram até o seu leito e ali faziam orações. Chico
Preto gostava das orações e ficava bravo quando as pessoas não os deixavam entrar em seu
quarto, no seu leito no momento de enfermidade, o seu filho Milton afirma que ele aceitou a fé
Cristã, esta confissão foi feita por um pastor capelão. Aqui temos um paradoxo, que por outro
lado no dia de sua morte, foi ao centro Estrela do Oriente e fez a transferência da espiritualidade
para Rosa sua sobrinha, para dar prosseguimento aos trabalhos, permanecendo até os dias de
hoje.
Como está escrito em Romanos 10.9: A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor
Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. E, como
aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,
Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá
segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação. Hebreus 9:27,28
Encontrei aqui um texto que define bem a vida e a morte, e as nossas obras na terra. Ora,
para aquele que está na companhia dos vivos há esperança; porque melhor é o cão vivo do que o
leão morto. Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem
tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao
esquecimento. Eclesiastes 9.4-5
Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei
da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na
guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei
da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. Salmos
24:7-10
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FOTOS EXTRAS
Lugares Visitados para pesquisa sobre o Livro Chico Preto o Maior Babalorixá do Brasil
Centro Cultural Hermes de Paula e Museu Regional do Norte de Minas/Unimontes, Centro Estrela
do Oriente: o primeiro, segundo e o terceiro, Trevo da Lagoa Pampulha, suas casas onde Chico
Preto morou, suas fazendas: Bananeira em Pentáurea e Lagoa Seca em Rebentão, casas dos
amigos e vizinhos de Chico Preto, lugares onde ele realizou os seus trabalhos: Praça Dr. João
Alves, Ponte Branca, Cascalheira no Maracanã, Gameleira no São Geraldo 2, Cemitério do
Bonfim.

Pessoas que deram depoimentos:


Maria Cândida Silvério (Maria Preta), Milton Cardoso, Francisca Cardoso, Sebastiana Cardoso,
Marcionilia Cardoso, Manoel Cardoso, Orlando Gomes, Gerinha, Marta Ferreira dos Santos,
Paulo Santana, Eliana Cardoso, Maria Luzinete (Zete), José Maria Padre, Silene, Pelezinho,
Dona Lia, Seu Zezinho, Rosa Ferreira dos Santos, Lucia Gaza, José Maria (Índio), Cici, Isac,
Robson Roger, filhas de Leonel Beirão, Alzira, Francisco Cardoso Junior, Flor de Maia, Natalia
Moreira, Toni Preto, André, Gonha, Loloza, filhas de Altamiro Parrela e o Gilberto.

Deixaram de dar depoimentos, pessoas importantes como:


Zé e Ana, tamborista Carlim de Ladinha, por falta de contato; as netas de Leocádio irmão de
Chico Preto; os filhos de Adalberto irmão de Chico Preto; as filhas de Fátima Araújo; Maria de
Lourdes (Branca); e a mãe de Francisco Junior.

Tempo gasto de pesquisa


6 meses de pesquisa, 50 horas de gravação, 180 horas de escrita e aproximadamente 100 fotos
e imagens.

Quilometragem rodada
500 Km rodados em Montes Claros-MG, para ouvir os depoimentos; incluindo a visita nas
Fazendas Bananeira em Pentáurea, e a Fazenda Lagoa Seca em Rebentão.
Ligações e Watt Zap e Face Book, Instagram e E-mail: total de 140

Vizinhos do Centro Estrela do Oriente desde da Época da sua fundação


Corina e Miguel, Manoel e Dona Isabel, Zezinho e Lucia; José Ferreira e Du, Isaltino e Maria,
João, Manoel e Nenzinha, Antônio, Geraldo, José (Zezinho) Lucia e família, Quinquinha e
Judite, Dona Maria Branca e família; João, Joana e família; Dona Maria mãe de Gregório e
família; José Arnaldo e família; Carlinhos de Loro e família; Maria e Joaquim; Enoque e Rita;
Nelson e Raimunda; Lucia (Gaza), Santinha e família; Zé Pedro e Nira; Família de Joaquim
Preto; Família de José do Bog, José e Hilda; Nardélio e família; Toni de Nazaré e família; João
Pai de Marlene e família; Geraldo e Nana; Duzim e família; Jorge Preto e família; Maria Preta e
família; João Branco e família; Cici e Baia e família; Rita mãe de Evinha e família; Pedro
(Cachorro) Ana e família; Carianha e família; Ermínia, Belchior e família; Ivan e Lia; José pai
Rhadisson e família; Toninho de Ligara e família; João e Joana e família; Messias Preto.

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