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R. Dr. Afonso Cordeiro, nº 154 | Matosinhos | 224077544 | 913388997
Saúde mental na 3ª idade-
UFCD 3553

Formador: Cátia Proença


Objetivos Gerais e Específicos

Objetivos gerais:

• Diferenciar os recursos de apoio comunitário à pessoa idosa


com doença mental

• Identificar as questões relacionadas com a saúde mental em


geral e com a saúde mental da pessoa idosa em particular

• Enunciar as noções de psicopatologia da pessoa idosa

No final da formação, os formandos deverão:

• Saber a definição de saúde mental

• Entender a depressão na pessoa idosa

• Distinguir o conceito de normal do conceito de patológico

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• Conhecer as respostas de apoio na comunidade à 3ª idade
INTRODUÇÃO

O envelhecimento das populações é cada vez mais um


fenómeno a nível mundial, sobretudo nos países mais desenvolvidos.
A OMS (Organização Mundial de Saúde, 2001) fez uma projeção que
aponta para um 1,2 biliões de pessoas entre os 60 e os 80 anos, sendo
que a maior parte destas pessoas (75%) vive nos países considerados
desenvolvidos. Tendo em conta as grandes transformações
demográficas em alguns países do mundo, sobretudo nos países
europeus, no que diz respeito ao envelhecimento da população o
debate e a troca de impressões sobre os aspetos sociais deste
fenómeno têm vindo a estar cada vez mais na ordem do dia.

Portugal viu nas últimas décadas uma mudança muito


significativa em relação à evolução demográfica, sendo que
atualmente os problemas com os quais se depara e se questiona são
em tudo semelhante aos restantes países da união europeia. A

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população continua a aumentar a sua esperança média de vida a par
de uma baixa taxa de natalidade, como resultado a população vai
envelhecendo cada vez. Neste sentido as projeções respeitantes ao
escalão etário de 14 e menos anos e 65 e mais anos efetuada entre
1990 e 2020 mostram claramente um acréscimo em valor absoluto e
em importância relativa dos mais idosos.

O envelhecimento visto de um ponto de vista meramente


demográfico pode ser encarado por uma melhoria significativa nas
condições de vida com a ajuda do avanço das ciências, sobretudo das
ciências médicas que em muito contribuíram para o aumento da
esperança média de vida. Contudo, esse aumento significativo da
esperança média de vida é, cada vez mais alvo de uma análise,
integrando variáveis que estão no cerne de uma boa qualidade de
vida do idoso. De acordo com os problemas sociais que o
envelhecimento nos coloca torna-se cada vez mais pertinente dar
respostas adequadas neste domínio, quer do ponto de vista
quantitativo, quer do ponto de vista qualitativo. Assim o debate nas
últimas décadas recai em torno das questões ligadas ao denominado
envelhecimento bem sucedido, que tenta encontrar formas de
compatibilizar o envelhecimento com a qualidade de vida das
pessoas idosas nas diversas dimensões do seu Self. Cada vez mais,
torna-se fundamental manter a pessoa idosa no seu meio social
tendo em vista o seu bem-estar físico, psíquico e emocional.

Serão alvo de consideração todos estes aspetos mencionados


ao longo da presente introdução, evidenciando a pertinência do
estudo da Saúde Mental na 3ª Idade em toda e qualquer instituição
de apoio à 3ª idade.

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1. Tema: Saúde mental e recursos

• A saúde mental na 3.ª idade

Definição, Promoção; Saúde mental e comunidade

A saúde como um “Estado físico e mental em que é possível


alcançar todas as metas vitais, dadas as circunstâncias” (Nordenfelt,
2001). Há autores que defendem que a saúde deveser encarada como
“A medida em que um indivíduo ou grupo é capaz, por um lado, de
realizar aspirações e satisfazer necessidades e, por outro, de lidar
com o meio ambiente. A saúde é, portanto, vista como um recurso
para a vida diária, não o objetivo dela; abranger os recursos sociais e
pessoais, bem como as capacidades físicas, é um conceito positivo”
(OMS, 2009)

Em contrapartida, a SAÚDE MENTAL é definida como “Nível


de qualidade de vida cognitiva e/ou emocional ou a ausência de uma

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doença mental” ou considerando a psicologia positiva, “Capacidade
de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as
atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica”.

A Saúde Mental continua a ser desprezada pelos diversos


profissionais que lidam com os utentesidosos, sendo este desprezo
devido às seguintes causas:

⦿ Os doentes idosos dependem mais dos médicos de família


do que os doentes maisnovos;

⦿ A existência de múltiplas doenças do foro médico nos


doentes idosos pode desviar a atenção dos médicos dos sinais e
sintomas psiquiátricos;

⦿ Médicos com pouca formação psicológica ou geriátrica


podem ter dificuldade em distinguir as alterações devidas ao
envelhecimento normal dos sinais de perturbaçãomental.

⦿ A depressão e a ansiedade poderão ser consideradas


normais em pessoas idosas comdoenças graves do foro médico;

Em termos de conhecimentos necessários para um trabalho


mais eficaz com os idososdestacam-se as seguintes qualidades:

⦿ Envelhecimento normal: alterações normais, psicológicas


e sociais;

⦿ Perturbações mentais predominantemente observadas na


3ª idade (Doença de Alzheimer, demências relacionadas, psicoses
com início tardio, perturbações dohumor, etc.)

⦿ Efeitos da idade noutras perturbações mentais


(perturbações de humor e daansiedade)

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⦿ Gestão dos problemas sociais e físicos da 3ª idade: luto,
perda de papéis, dor,perturbações do sono;

⦿ Interações das doenças mentais e físicas e seus


tratamentos;

Qualidades pessoais e abordagens profissionais necessárias


para trabalhar eficazmente com utentes idosos

Devido à pertinência e importância de se ser assertivo no


trabalho com idosos, debruçar-nos-emos sobre esta temática. A
assertividade diz respeito ao “ato de defender os direitos pessoais e
exprimir pensamentos, sentimentos e convicções de forma
apropriada, direta e honesta de modo a não violar os direitos dos
outros” (Gabriel, 1996). Outros autores consideram que a
assertividade diz respeito à capacidade de se autoafirmar na
interação social, expressar adequadamente opiniões, sentimentos,
necessidades e insatisfações, defender os próprios direitos sem
desrespeitar os dos outros e solicitar mudanças de comportamentos
indesejados” (Jardim e Pereira, 2006

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Comportamentos Não Assertivos

A pessoa falha na expressão das suas


Comportamento
necessidades ou preferências, emoções e
Passivo
opiniões
A pessoa expressa as suas necessidades ou
Comportamento
preferências, emoções e opiniões, de modo
Agressivo
hostil, exigente, ameaçador ou punitivo
A pessoa expressa as suas necessidades ou
Comportamento preferências, emoções e opiniões de uma forma
Manipulativo implícita ou indireta, violando os
direitos dos outros
TEMA 2: Psicopatologia da pessoa idosa

• O normal e o patológico

• Conceito de doença mental

• Envelhecimento normal e patológico

• Depressão na pessoa idosa

• Psicopatologia do delírio

• Perturbações sensoriais e delírio

Envelhecimento normal vs envelhecimento patológico: As


alterações biológicas e psicológicas devidas ao envelhecimento
ocorrem normalmente de forma gradual, ao longo de anos ou
décadas, daí que não existe uma idade determinada em que as

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pessoas possam ser consideradas velhas. Os gerontologistas,
especialistas no domínio da 3ª idade consideram que:

⦿ Velhos-jovens (abaixo dos 75 anos de idade)

⦿ Velhos-velhos (acima dos 75 anos de idade)

⦿ Velhos-mais velhos (85 anos de idade ou mais)

No fundo considera-se que o mais importante é...

Em muitas medidas biológicas e psicológicas, a variabilidade é


maior em amostras de indivíduos idosos do que entre adultos mais
novos. De facto, existem muitas trajetórias diferentes do
envelhecimento normal, com tendências variáveis em diferentes
subgrupos genéticos e socioculturais. No processo de
envelhecimento ocorrem:

⦿ Alterações nas capacidades cognitivas

⦿ Alterações emocionais e da personalidade

⦿ O contexto social do envelhecimento

Temos de considerar também, diferenças em aptidões


específicas que estão ligadas a declínios em 3 recursos fundamentais
do processamento cognitivo

⦿ 1. A velocidade com que a informação é processada;

⦿ 2. A memória de trabalho;

⦿ 3. Capacidades sensorial e percetiva;

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Em termos cognitivos, verificamos um défice pouco
acentuado nas atividades diárias, mesmo quando é exigido um
processamento cognitivo relativamente complexo. Sendo por isso
primordial, dispensar grande atenção, ao nível da monitorização dos
medicamentos e condução automóvel.

Os idosos possuem grande sabedoria emocional que se reflete


num melhor controlo emocional, bem como um raciocínio mais
adequado e flexível sobre dilemas com carga emocional e ainda
melhor capacidade de recordação para informação com carga
emocional do que factos neutros. Os idosos são ainda capazes de
assumirem uma postura de distanciamento do problema, aceitação
da responsabilidade e reapreciação positiva do problema.

Relativamente ao contexto social de envelhecimento, deve


salientar-se que na 3ª idade ocorrem mudanças/perdas de papéis,
estatuto educacional, laboral e financeiro, casamento e viuvez, ao
nível da participação da família, dos amigos e de grupos. Por tudo isto
é que Estar socialmente envolvido e dependente de outros parece
ser importante para se envelhecer com êxito, tanto subjetiva como
objetivamente.

A este nível, revela-se essencial e necessário identificar fontes


de apoio social, bem como facilitar contactos plenos de sentido para
os que carecem de redes sociais e promover a reciprocidade na ajuda.
Em suma, “Ser necessário aos outros e contribuir para a família ou a
sociedade como um todo enquanto fatores importantes para se
manter o sentimento de autovalor, tal como lamentar a perda de
antigas aptidões e papéis sociais”.

“O fenómeno do envelhecimento confunde-se com o próprio

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acontecimento iniciador e formador do ser humano em evolução,
quando já se faz sentir a ação do tempo a partir do momento da
fecundação do óvulo pelo espermatozoide e consequente
transformação em célula-ovo embrionária. Portanto, envelhecemos
desde quando nascemos e acompanhamos otempo, no seu passar
inexorável, como nosso companheiro inseparável. Daí concluirmos
por ser tal fenómeno normal e necessário, sem o qual seria impossível
nascer, viver e evoluir...”

PSICOPATOLOGIA DO IDOSO
Consequências da depressão na 3ª idade

⦿ Sofrimento dos doentes e dos prestadores de cuidados;

⦿ Amplificação da incapacidade associada a perturbações


médicas e cognitivas da 3ªidade

⦿ Aumento dos custos com os cuidados de saúde

⦿ Aumento da taxa de mortalidade aliada ao suicídio e a


doenças médicas

Verifica-se que a depressão é uma problemática


Subdiagnosticada e por conseguinte, subtratada porque apenas 35%
dos idosos que têm depressão estão a tomar um antidepressivo.
Estes aspetos devem-se aos seguintes “porquês”:

⦿ Falácia Normativa: Crença de que os sintomas de

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depressão são normais ou expectáveis dada a idade do doente, as
circunstâncias sociais (incluindo perdas recentes) e o estado médico;

⦿ Atribuição de sintomatologia neurovegetativa a problemas


médicos existentes:Sintomatologia neurovegetativa como perda de
energia, falta de apetite e as perturbações do sono;

⦿ . Relutância em aceitar “problemas mentais”: Há idosos


que estando relutantes em aceitar os problemas mentais que
exacerbados pelo défice de memória podem levar a que sejam
terceiros a darem informações;

⦿ Expressão do sofrimento psicológico em termos físicos:


Esta tendência conduz aexames desnecessários, dispendiosos e por
vezes arriscados, em busca de estados físicos inexistentes;

Em termos de sintomatologia, a depressão major caracteriza-


se por:

⦿ Humor depressivo durante a maior parte do dia, quase


todos os dias

⦿ Diminuição clara do interesse em todas ou quase todas as


atividades durante a maiorparte do dia, quase todos os dias

⦿ Perda/aumento de peso; diminuição/aumento do apetite;

⦿ Insónia/hipersónia quase todos os dias;

⦿ Agitação ou lentificação psicomotora quase todos os dias


(observável por outros)

⦿ Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;

⦿ Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva ou

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inapropriada (não meramenteautocensura ou sentimentos de culpa
por estar doente)

⦿ Diminuição da capacidade de pensamento ou da


concentração, ou indecisão

⦿ Pensamentos recorrentes acerca da morte (não somente


acerca do medo de morrer), ideação suicida ou uma tentativa de
suicídio;
Queixas funcionais comuns em pessoas idosas

Queixa - Comentário:

Perturbação - Diminuição do
do sono tempo total de
sono

- Aumento do
tempo de
latência do sono

- Interrupções
mais frequentes

- Mais tempo
passado na
cama

- Menor eficiência
do sono

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Perda de - Menor
apetite dispêndio de
energia

- Menos
atividade

- Diminuição
do
gosto/olfato,
problemas
dentários ou
alimentação
não
apreciada

Menos - Agravada
energia, fadiga por doença
crónica

Défice de - Um
concentração e esquecimento
memória normal pode
ser sentido
como um
sintoma

- Agravado por
perdas
sensoriais e
medicação

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Desconhece-se a etiologia da maioria das depressões major
no idoso; se bem que são apontados os seguintes aspetos que
intervêm fisicamente com a questão depressiva: Vulnerabilidade
genética; Determinada medicação e Doenças como hipotiroidismo.
Em termos comportamentais e cognitivos verifica-se o conceito de
“Desânimo Aprendido” (Seligman), associado aos declínios do vigor
físico, da função sexual e da saúde em geral associados à sensação de
desamparo passivo.

Em termos de perturbações de humor, destacam-se ainda a


perturbação bipolar caracterizada pela coexistência de Episódio
Maníaco/Hipomaníaco e Episódio Depressivo.
Ao falarmos de 3ª idade, é também essencial abordar a
temática do “Luto”. O luto normal pode apresentar algumas ou todas
as características da depressão major, exceto suicidalidade, psicose,
perda grave da autoestima e de funcionalidade e lentidão
psicomotora;

⦿ Depressão (maior concentração em si próprio e no seu


papel na perda, culpa e auto- estima reduzida);

⦿ Luto (centração no objeto perdido);

Fases do Luto

⦿ 1. As primeiras semanas após a morte de uma pessoa


querida... Entorpecimento, choque, incredulidade e sensação de
vazio, frequentemente acompanhados por ansiedade intensa,
perturbação do sono e queixas somáticas

⦿ 2. O 1º ano após a morte de um ente querido... Período de


adaptação durante o qual ocorre o trabalho de elaboração cognitiva

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e afetiva, através de um processo de rememoração, fantasia e
racionalização; termina com a aceitação da perda;

⦿ 3. Depois do primeiro ano pós-perda... Inicia-se uma fase de


recuperação, durante a qual se dá uma redefinição do Eu sem a pessoa
amada perdida

Depressão VS Luto Traumático

⦿ Sintomas de sofrimento de separação (e.g. pensamentos


sobre a pessoa falecida, ânsia e procura da pessoa falecida e
sentimento de solidão que se segue à perda);

⦿ Sofrimento traumático (ausência de finalidade ou


futilidade face ao futuro; sentimento de embotamento ou
desligamento; “a vida não tem qualquer sentido”)

⦿ Associado ao suicídio e a enfarte de miocárdio; a partir dos


7 meses após a perda;

EM JEITO DE CONCLUSÃO: O que é a Depressão? Poderíamos


dizer: a Depressão é um Transtorno Afetivo (ou do Humor),
caracterizada por uma alteração psíquica e orgânica global, com
consequentes alterações na maneira de valorizar a realidade e a vida!
Também é uma doença afetiva! O tratamento é psicoterapêutico,
todavia, o terapeuta efetivo há de ter afeto e carinho pelo paciente
sob pena da terapia não resultar em nada!

PERTURBAÇÕES DA ANSIEDADE

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As perturbações de ansiedade são as mais comuns em adultos
de todas as idades; prevalência mais baixa em adultos com mais de
65 anos de idade. O diagnóstico exato de perturbações da ansiedade
em doentes idosos pode ser especialmente difícil devido à
sobreposição entre os sintomas das perturbações da ansiedade e os
sintomas de ansiedade observados na depressão, na demência e
psicose com início tardio. Pode também ser difícil distinguir os
sintomas de ansiedade dos sintomas de patologias cardíacas e
pulmonares (por exemplo, palpitações, dispneia e dor torácica) que
são comuns em pessoas idosas. A ansiedade é um Estado subjetivo
de apreensão ou expectativa disfóricas, acompanhadas por diversos
sintomas; Ansiedade enquanto reação a uma situação transitória e
reação a uma mudança permanente ou semipermanente no tempo

Em termos de sintomatologia da ansiedade, refira-se:

⦿ Inquietação ou sensação de nervosismo ou de


excitabilidade

⦿ Fadiga fácil

⦿ Dificuldade de concentração ou sensação de cabeça vazia

⦿ Irritabilidade

⦿ Tensão muscular

⦿ Perturbação do sono (dificuldade em adormecer ou


manter-se adormecido, ou sonoagitado e insatisfatório)

- Palpitações, coração a bater forte ou taquicardia

- Sudorese

- Estremecimentos ou sacudidelas

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- Sensações de falta de ar ou de sufoco e de estrangulamento

- Dor ou mal-estar no peito, náuseas ou indisposição


abdominal

- Sensação de tonturas, insegurança, “Cabeça no ar” ou


desmaio

- Desrealização ou despersonalização

- Medo de perder o controlo ou de enlouquecer e de morrer

- Parestesias (entorpecimento ou sensações de formigueiro)

- Calafrios ou afrontamentos
Tipologias de ansiedade

⦿ A. Ansiedade situacional

⦿ B. Ansiedade de adaptação: Reações de adaptação com


ansiedade durante ou depois de períodos de uma evidente crise
pessoal e em relação com crises que poderão não parecer
particularmente stressantes à primeira vista;

⦿ Ansiedade generalizada: Ansiedade e preocupação (a


pessoa tem dificuldade emcontrolar a preocupação);A ansiedade ou
preocupação não estão relacionados com ter um ataque de pânico,
ficar embaraçado em público, ser contaminado; Sintomas pelo
menos 6 meses e não podem ser provocados por um estado físico
geral ou uma substância;

⦿ Ansiedade fóbica: Medo acentuado e persistente que é


excessivo ou irracional, desencadeado pela presença ou antecipação

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de um objeto ou situação específica; A pessoa reconhece que o medo
é excessivo ou irracional e a situação é evitada ou enfrentada com
intensa ansiedade e mal-estar; Por exemplo, os idosos podem ter
medoem se juntar aos amigos para jogar Às cartas, porque têm medo
de não serem capazesde acompanhar o jogo ou de ter um episódio de
incontinência;

⦿ POC (obsessivo-compulsiva): Obsessões (Pensamentos,


impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são
experimentados como intrusivos e inapropriados; Pensamentos,
impulsos ou imagens que não são simplesmente preocupações
excessivas acerca de problemas reais de vida; A pessoa tenta ignorar
ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los
com algum outro pensamento ou ação; A pessoa reconhece que os
pensamentos obsessivos, impulsos ou imagens são produto da sua
mente) e Compulsões (Comportamentos repetitivos ou atos mentais
que as pessoas se sentem compelidas a executar em resposta a uma
obsessão, ou de acordo com regras que devem ser aplicadas de modo
rígido; Os comportamentos ou atos mentais têm como objetivo evitar
ou reduzir o mal-estar ou prevenir algum acontecimento ou situação
temidos; contudo, estes comportamentos ou atos mentais ou não
estão ligados de um modo realista com o que pretendem neutralizar
ou evitar, ousão claramente excessivos;

⦿ Perturbação de Pânico : Normalmente, pensa-se em


enfarte de miocárdio, em AVC ou noutro episódio de outra doença
física com risco de vida; Ataques de Pânico inesperadose recorrentes;
Preocupação persistente acerca de ter novos ataques; Preocupação
acerca das implicações dos ataques ou das suas consequências;
Alteração significativa no comportamento relacionada com os
ataques

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Outras perturbações mentais frequentes do idoso

⦿ Insónia: com a idade, o sono torna-se mais fragmentado,


necessário mais tempo para adormecer, despertares mais
frequentes, Sono relativamente menos profundo e Tendência para
passar mais tempo na cama;
Melhorar a higiene do sono

Dormir tanto quanto necessário para se sentir


refrescado e saudável no dia seguinte, mas nãomais. Encurtar
o tempo passado na cama parece consolidar o sono

Uma hora certa para acordar de manhã leva a horas


regulares de início do sono

Provavelmente uma quantidade constante de


exercício diário aprofunda o sono

Ruídos intensos ocasionais perturbam o sono, mesmo


de pessoas que não acordadas e não se lembram deles de
manhã

Temperatura amena no quarto

A fome pode perturbar o sono; uma refeição leve pode


ajudar a dormir

O uso crónico de medicação é ineficaz para quem sofre

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de insónia

Cafeína à noite perturba o sono

O álcool ajuda pessoas nervosas a adormecer, mas o


sono é fragmentado

O uso crónico de tabaco perturba o sono

Pessoas furiosas ou frustradas por não dormirem


devem acender a luz e fazer outra coisa, não adianta tentar
dormir a todo o custo
Alcoolismo
⦿ Os homens têm probabilidades muito maiores de
problemas com a bebida do que asmulheres;

⦿ Os alcoólicos idosos começaram a beber quando eram


jovens adultos, mas um nº significativo não desenvolveram
problemas antes da 3ª idade

⦿ A dor enquanto forma eficaz e aceitável de obter atenção;

⦿ Os doentes idosos conseguem gerir bem a dor crónica com


os analgésicos disponíveis e com treino de relaxamento,
nomeadamente através da atividade física

Disfunção sexual

⦿ Os estereótipos de que as pessoas idosas não são atraentes


fisicamente, não têm interesses por sexo ou são incapazes de sentir
algum estímulo sexual, ainda são amplamente difundidos.

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⦿ Estes estereótipos, unidos a falta de informação, induzem
a gente a uma atitude pessimista em tudo que se refere ao sexo na
velhice.

⦿ Se bem que, com uma saúde razoável e um partner disponível,


a maior parte dos anciãos continuam a ter relações sexuais mesmo aos
80/90 anos.
⦿ A atividade sexual permanece na terceira idade, havendo somente
uma diminuição na sua frequência. O sexo na terceira idade, alem
da satisfação física, reafirma a identidade de cada parceiro,
demonstrando que cada pessoa pode ser valiosa para a outra. Junto
ao sexo também estão valores muito importantes na terceira idade:
a intimidade, a sensação de aconchego, o afeto, o carinho, o amor.

⦿ DISFUNÇÃO ERÉCTIL: Baseia-se na função diminuída numa


ou mais das 3 primeiras fases do ciclo da resposta sexual: Fase do
desejo (desejo sexual hipoactivo); Fase da excitação (disfunção
eréctil); Fase do orgasmo.

Sabe-se que na 3ª idade a função sexual está diminuída nestas


fases, sobretudo no homem, mastem de se considerar as mudanças
normais no envelhecimento;

PERTURBAÇÃO DE DELÍRIO E DOENÇA DE ALZHEIMER

É importantíssimo o papel dos familiares e das pessoas que se


assumem como cuidadores de pessoas idosas porque serão elas que

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são responsáveis pela elaboração da história clínica exata da doença
atual

⦿ Estabelecimento de relações temporais entre eventuais


etiologias orgânicas e o início dodeclínio cognitivo;

⦿ Distinção dos diversos tipos de demência e distinção potencial


entre Doença de Alzheimer com início precoce ou início tardio;
O Exame clínico completo do estado mental continua a ser a pedra de toque
do diagnóstico de demência, ao nível de Função cognitiva; Categorias gerais
do aspeto; Nível de vigilidade; Graude cooperação; Humor e afeto; Forma,
fluxo e conteúdo do pensamento; Atividade psicomotora; Presença de
alucinações, ideias delirantes e outros conteúdos mórbidos depensamento;
Juízo e sentido crítico.

Algumas perguntas de despiste...

⦿ Orientação no tempo
- Em que data estamos?
⦿ Registo
- Ouça com cuidado. Vou dizer três palavras. Repita-as quando eu
terminar. Pronto? Ei- las... CASA (pausa) CARRO (pausa) LAGO
(pausa). Por favor, repita estas palavras (repetir até 5 vezes, mas
classificar só a primeira tentativa)
⦿ Nomeação
- O que é isto? (apontar para um lápis ou uma caneta)
⦿ Ordem escrita
- Por favor, leia isto e execute o que está escrito (mostrar ao idoso as
palavras sob a formade estímulo: FECHE OS OLHOS)

É essencial avaliar a aptidão para executar as atividades


quotidianas de forma independente, para além de examinar o estado

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mental, quando se suspeita de demência ou outras alterações
cognitivas; Pessoas com pouca ou nenhuma instrução têm muitas
vezes mau desempenho em exames do estado mental;

A doença de Alzheimer caracteriza-se por:

⦿ Tipicamente de aparecimento insidioso e progressão


gradual para défice cognitivo;

⦿ Nos estádios iniciais, os défices cognitivos podem ser


ocultados ou compensados e os amigos e familiares que têm apenas
contacto superficial com os doentes podem não se aperceber de
défices relativamente graves;
⦿ Por vezes, os familiares que têm estado a observar o
declínio funcional tentam minimizar o significado daquilo a que
assistem;

Os idosos podem mostrar negação, projeção, somatização e


substituição, evidenciadas em aspetos como:

⦿ Acusações de que membros da família os estão a roubar (negação e projeção);

⦿ Comportamento hipercrítico e hostil dirigido contra membros da


família (negação e substituição)

⦿ Queixas somáticas múltiplas, às vezes bizarras (somatização);


⦿ Em fases posteriores, os idosos precisam de uma figura de
autoridade, constante, solícita e curativa, cuja atenção pode ter
efeitos positivos, aliviando a ansiedade e elevando o humor;

⦿ Disseminação de conselhos práticos para a família e para


os cuidadores, sendo essencial que estes possam exprimir emoções e
temores relacionados com a doença;

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Deteção do abuso de idosos: indícios de abandono ou maus-tratos

HISTÓRIA

1. Padrão de saltar de médico para médico e/ou de hospital


2. Atraso inexplicável na procura de tratamento
3. Uma série de faltas a consultas marcadas
4. Existência de lesões anteriores inexplicadas
5. Explicação de lesões do passado incompatível com os resultados
6. Relatos anteriores de lesões semelhantes

OBSERVAÇÃO POR PROFISSIONAIS


A. O idoso parece ter medo do familiar ou do cuidador
B. O idoso parece relutante em responder quando interrogado
C. O idoso e o cuidador dão explicações contraditórias do
incidente
D. O cuidador é indiferente ao idoso, ou está furioso com ele e
recusa proporcionar os cuidadosnecessários

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E. O cuidador mostra-se nitidamente preocupado com os
custos dos cuidados e serviços
F. O cuidador tenta impedir que o idoso tenha contacto em
privado ou fale abertamente comoutras pessoas
G. O cuidador mostra-se preocupado com o problema
particular do idoso, mas não com a saúde em geral do
idoso
O abuso psicológico (por exemplo, intimidação, infantilização) e a
negligência (por exemplo, não fazer companhia, ignorar
comunicações ou pedidos) devem ser avaliados em visitas
domiciliárias, tal como o abuso financeiro (roubo de dinheiro ou de
bens) deve ser considerado, mesmo quando a forma inicial de
apresentação sugere que elas são denatureza delirante...

Em jeito de conclusão... acerca da Doença de Alzheimer?

1. O que é?
⦿ Doença do cérebro (morte das células cerebrais e
consequente atrofia do cérebro), progressiva, irreversível e com
causas e tratamento ainda desconhecidos. Começa por atingir a
memória e, progressivamente, as outras funções mentais, acabando
pordeterminar a completa ausência de autonomia dos doentes.

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⦿ Os doentes de Alzheimer tornam-se incapazes de realizar a
mais pequena tarefa, deixam de reconhecer os rostos familiares, ficam
incontinentes e acabam, quase sempre, acamados.

2. Causa da DA
- A causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada.

- No entanto, é aceite pela comunidade científica que se trata de uma


doença geneticamente determinada, embora não seja necessariamente
hereditária. Isto é, não implica que se transmita entre familiares,
nomeadamente de pais para filhos.

⦿ Ao princípio observam-se pequenos esquecimentos,


perdas de memória, normalmente aceites pelos familiares como
parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando
gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e, por vezes,
agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com
distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os próprios
familiares e até a si mesmos quando colocados frente aum espelho.

⦿ À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais


dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a
comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e
supervisão integral, até mesmo para as atividades elementares do
quotidiano, como alimentação, higiene, vestuário, etc.

⦿ A doença de Alzheimer não tem cura e, no seu tratamento,


há que atender a duas variáveis:

- Ao tratamento dos aspetos comportamentais. Nesta vertente, além


da medicação, convém também contar com orientação de diferentes
profissionais de saúde;

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- Ao tratamento dos desequilíbrios químicos que ocorrem no
cérebro. Há medicação que ajuda a corrigir esses desequilíbrios e que é
mais eficaz na fase inicial da doença, mas, infelizmente, tem efeito
temporário. Por enquanto, não há ainda medicação que impeça a doença
de continuar a progredir.
COMO LIDAR COM O DOENTE DE Alzheimer?

⦿ Esteja próximo e olhe bem para o seu doente, olhos nos


olhos, quando conversam;

⦿ Permaneça calmo e quieto. Fale clara e pausadamente, num


tom de voz nem demasiadoalto nem demasiado baixo;

⦿ Evite ruídos (rádio, televisão ou conversas próximas);

⦿ Se for possível, segure na mão do doente ou ponha


a sua mão no ombro dele.

Demonstre-lhe carinho e apoio.

⦿ O doente deve trazer sempre algo que o identifique, por


exemplo, uma pulseira com o nome, morada e telefone;

⦿ Previna os vizinhos e comerciantes próximos do estado do


doente. Estes podem ajudá-lo em qualquer momento caso se perca
e peça informações;

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⦿ Em casa, feche as portas de saída para a rua, para evitar que
o doente vá para o exteriorsem que dê por isso; Tenha uma fotografia
atualizada do doente, para o caso deste seperder e precisar de pedir
informações;

⦿ Se o doente quiser sair de casa, não deve impedi-lo de o


fazer. É preferível acompanhá- lo ou vigiá-lo à distância e, depois,
distraí-lo e convencê-lo a voltar a casa;

⦿ Pode ser necessário pedir aconselhamento ao médico


assistente.

⦿ Não faça disso um “bicho de sete cabeças”. Se for possível,


aguarde um pouco, podeser que mude de disposição;
⦿ Simplifique a tarefa: tenha sempre em ordem e à mão as
coisas que são necessárias, como sabão, sabonete ou espuma,
toalhas, etc.;

⦿ Se o banho é de imersão, verifique a temperatura da água;

⦿ Instale pegas e tapetes que evitem escorregar dentro e


fora da banheira. Há bancos e cadeiras adaptáveis à banheira, assim
como outros dispositivos de apoio e ajuda que podem ser muito
úteis;

⦿ Se o doente preferir tomar duche, deixe-o. O melhor é


procurar manter a rotina a que apessoa estava habituada;

⦿ Se o doente recusar mesmo tomar banho, então tente a


lavagem parcial;

⦿ Aplique, se possível, cremes ou pomadas adequadas para


evitar escaras

⦿ Simplifique o mais possível a roupa a usar;

⦿ Evite laços, botões, fechos de correr (substitua-os por

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velcro), sapatos com atacadores,etc.;

⦿ Prepare as peças de roupa pela ordem que devem ser


vestidas;

⦿ Procure que a pessoa se conserve bem vestida e elogie o


seu bom aspeto;

⦿ Enquanto o doente tiver autonomia, deixe-o atuar


conforme ainda pode.

⦿ Sente o doente com o tronco bem direito e a cabeça firme;

⦿ Se necessário, ponha-lhe um grande guardanapo só para


comer;
⦿ Não tagarele com o doente durante a refeição;

⦿ Aguarde que a boca esteja vazia para fazer alguma


pergunta;

⦿ Dê-lhe tempo para comer tranquilamente e não o


contrarie se ele quiser comer à mão;

⦿ Dê-lhe bocados pequenos de alimentos sólidos; por


vezes, o doente poderá preferiralimentos passados ou batidos;

⦿ Faça-o mastigar bem e assegure-se de que a boca


permanece fechada durante amastigação e a deglutição. Verifique
se há restos de alimentos na boca;

⦿ Pouse-lhe a chávena ou o copo, depois de cada gole,


fazendo uma pausa. Note que dar-lhe de beber é muitas vezes difícil;

⦿ Deixe-o deglutir uma segunda vez, se alguns alimentos


ainda estiverem na boca;

⦿ Lave-lhe cuidadosamente a boca depois de cada refeição


para evitar que restos de alimentos passem para os pulmões. Com

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uma gaze húmida, limpe-lhe o interior das faces. Use uma pasta
dentífrica infantil;

⦿ Deixe o doente sentado durante 20 minutos após a


refeição.

⦿ Se possível, procure compreender o que originou a reação


agressiva. Não deve partirdo princípio de que o doente o quer agredir
ou ofender pessoalmente;

⦿ Evite discutir, ralhar ou fazer qualquer coisa que se


assemelhe a um castigo. Não force contactos físicos e deixe-lhe
bastante espaço livre;

⦿ Procure manter-se calmo, não manifeste ansiedade,


medo ou susto. Fale calma etranquilamente e procure desviar a
atenção do doente para qualquer outra coisa.

⦿ Não seja demasiado exigente com a rotina diária do


doente;

⦿ Deixe que o doente faça o que ainda lhe é possível fazer,


ao seu ritmo, sem pressas esem exigir a perfeição;

⦿ Não critique, antes pelo contrário, elogie (mas não


exagere);

⦿ Ajude, mas de forma a não parecer estar a dar ordens;

⦿ Procure que o doente faça atividades que lhe interessem;

⦿ Assegure-se de que o doente faz exercício físico suficiente;

⦿ Esteja atento a sinais que possam indiciar crise iminente e


procure distrair a atenção dodoente.

A NÓS, CUIDADORAS... É extremamente difícil cuidar de um

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doente de Alzheimer. Tem de acompanhar o doente ao longo do
tempo, viver um dia-a-dia que se torna progressivamentemais difícil
e experimentar sentimentos diversos, muitos deles negativos.

⦿ É normal que sinta tristeza pela sensação de que a pouco


e pouco vai perdendo alguémque lhe é muito querido.

⦿ Sentirá também frustração, pois tem a consciência de


que todos os seus cuidados, atenção e carinho não impedem a
progressão da doença.

⦿ Vai sentir culpa, pela falta de paciência que por vezes tem,
pelo sentimento de revolta em relação ao próprio doente, pela
situação que vive e por poder admitir a hipótese de procurar um lar.
⦿ Poderá também sentir solidão, pelo afastamento gradual
da família e dos amigos, pelaimpossibilidade de deixar o doente, pela
falta de convívio.

⦿ Todos esses sentimentos negativos não significam que não


seja um bom prestador de cuidados e de apoio. São apenas reações
humanas! Pelo que, para seu bem e para obem dos idosos de quem
cuidam... CUIDEM DE VOCÊS

TEMA 3: Recursos comunitários de apoio


• Respostas sociais à velhice
• Saúde e comunidade
• O hospital e o seu papel face à pessoa idosa
• Outros recursos
. família

. apoio domiciliário

. lares

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Não adianta falarmos apenas dos recursos comunitários de
apoio, é imprescindível falar de qualidade de vida e da promoção de
um envelhecimento com qualidade de vida. A este nível, é de vital
importância a questão da animação social na 3ª idade. Deste modo,
consideram-se comoobjetivos da animação do idoso:

1. PROMOVER A INOVAÇÃO E NOVAS DESCOBERTAS


2. VALORIZAR A FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA
3. PROPORCIONAR UMA VIDA MAIS HARMONIOSA, ATRACTIVA
E DINÂMICA COM APARTICIPAÇÃO E ENVOLVIMENTO DO
IDOSO
4. INCREMENTAR A OCUPAÇÃO ADEQUADA DO TEMPO LIVRE
PARA EVITAR QUE OTEMPO DE ÓCIO SEJA ALIENANTE,
PASSIVO E DESPERSONALIZADOR
5. RENTABILIZAR OS SERVIÇOS E RECURSOS COMUNITÁRIOS
PARA MELHORAR AQUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
6. VALORIZAR AS CAPACIDADES, COMPETÊNCIAS, SABERES
E CULTURA DOIDOSO, AUMENTANDO A SUA AUTO-ESTIMA
E AUTO-CONFIANÇA

Para tal, é fundamental conhecer os idosos, nomeadamente


as suas características pessoais, os valores, os seus princípios, a sua
cultura, capacidades e dificuldades e ainda os seus gostos pessoais.
A nível institucional, devem conhecer-se bem os horários, o
funcionamento, os espaços disponíveis, os recursos materiais,
financeiros e humanos acessíveis, bem como as prioridades o os
objetivos da direção. É ainda essencial conhecer a comunidade local,
em particular, a sua cultura, modos de vida, as outras instituições,
equipamentos, organizações sociais e culturais.

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IDOS

INSTITUIÇÃ ANIMAÇÃ ANIMADO


O

COMUNIDAD
E

A nível da animação dos idosos é essencial que o responsável


pela animação dinamize e trabalhe os hábitos de higiene e limpeza,
utilizando diferentes técnicas e materiais. É também essencial
estimular a atividade cognitiva através da observação direta,
manipulação e experimentação, de modo a reforçar sempre a
autonomia. Para tal deve apostar-se numa boa planificação da sessão
e das atividades, bem como o material a utilizar, apostando-se na
motivação, explicação da atividade a ser desenvolvida e o porquê da
sua realização. É importante que as atividades sejam realizadas no
mesmo horário no mesmo dia, não alterando muito as rotinas,
devendo ainda criar-se um ambiente sereno, descontraído e aberto
a experiência estéticas. Deve atender-se ao facto dos idosos se
cansarem rapidamente das atividades e dar importância aos
interesses, motivações e estado de humor dos idosos, adotando
sempre uma atitude marcada pela não imposição.

Atualmente, defende-se a elaboração do Plano de


Desenvolvimento Individual (PDI) do idoso e que consiste num
instrumento que visa os serviços prestados ao cliente, que promovam
a sua autonomia e qualidade de vida, respeitando o projeto de vida,

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hábitos, gostos, confidencialidade e privacidade da pessoa. A
elaboração do PDI deve ser adequada às necessidades, hábitos,
interesses e expectativas de cada cliente, na medida em que este é
um ser único e individual, até porque pretende conhecer o utente e
definir áreas de intervenção adesenvolver de acordo com as suas
necessidades e vivências.
Facilmente se depreende que na elaboração do PDI se devem

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ter diversos cuidados... A saber...

• Respeitar as diferenças religiosas, étnicas e culturais


• Promover a autonomia e qualidade de vida
• Respeitar o cliente quanto à sua individualidade, capacidades,
potencialidades,hábitos, interesses e expectativas
• Promover a participação ativa dos idosos e/ou familiares nas atividades
• Promover a comunicação, convivência e ocupação do tempo dos clientes

Também ao nível das planificações das atividades


socioculturais se deve ter um cuidado arreigado, atendendo à
importância elevada que este instrumento de trabalho tem.
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Ao falarmos de animação do idoso, falamos necessariamente de
qualidade de vida, termo que envolve uma série de aspetos que
devem ser tidos em conta quando se pretende incrementar a
qualidade de vida de todo e qualquer idoso.

A saúde é considerada como uma dimensão da qualidade de


vida, essencial e que surgeassociada ao papel
do hospital na vida de um idoso...

Na medida em que falamos de saúde e bem-estar do idoso,


falamos de um envelhecimento com qualidade de vida, um
envelhecimento que na literatura especializada é designado como
ENVELHECIMENTO ACTIVO, definido do seguinte modo:

É o processo de otimizar

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oportunidades

modo a realçar a qualidade de vida na


Facilmente se depreende que o alargamento das redes sociais,
que na maioria dos idosos estão apenas associadas à família e aos
vizinhos, é uma das medidas que devem ser tidas em conta ao nível
da promoção da qualidade de vida. Para isto muito contribuem toda
uma série de instituições como seja os centros de convívio, os
serviços de saúde, os centros de dia, e outras associações e
instituições.

Atendendo agora às instituições dedicadas à prestação de


serviços de saúde é inevitável falar da necessidade premente de
humanizar estes serviços de saúde que se tornaram demasiado
mecanizados e parecem esquecer-se que a substância do seu
trabalho é um ser humano que precisa de cuidados, de carinho, de
proteção, daí que mais do que um cato, o cuidado deve ser uma
atitude, tal como defende Boff.

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É essencial que ao nível da prestação de serviços a utentes
idosos, os serviços de saúde adotem uma postura de integralidade,
marcada por um tratamento digno e respeitoso, com qualidade,
acolhimento e vínculo. A inclusão da “voz do outro” com vista a
superar “monopólio do diagnóstico de necessidades”, bem como a
horizontalização dos programas e a interdisciplinaridade são
estratégias que não devem ser postas de lado, associadas ao interface
até hoje bastante desprezada como sejam o existente entre os
serviços de natureza curativa e os mais vocacionados para a
prevenção.
Analise-se de seguida a linha de cuidado e de saúde do idoso que
surge a partir da base existente nos serviços de saúde. Facilmente se
depreende que estes surgem como a primeira resposta deapoio ao
utente idoso, devendo também funcionar como facilitador no acesso
às demais instituições comunitárias de apoio ao idoso.

Outros recursos comunitários de apoio ao idoso são os lares,


que no século XV eram designados como asilos ou albergues, no
século XX passam a designar-se como lares de idosose na atualidade,
designam-se como residências para seniores.

Utilizaremos a designação de “lares de idosos” amplamente


difundida e ainda utilizada no seio dos colaboradores das instituições
de apoio ao idoso. A definição destes serviços é-nosfacultada pela
Segurança Social:

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⦿“Estabelecimento

desenvolvidas
Os lares devem ter como objetivos:

⦿A) Proporcionar serviços permanentes e


adequados à problemáticabiopsicossocial das pessoas
idosas;

⦿b) Contribuir para a estabilização ou


retardamento do processo deenvelhecimento;

⦿ c) Criar condições que permitam preservar e incentivar a


relação interfamiliar;

⦿ d) Potenciar a integração social.

Acerca das condições gerais de funcionamento, eles devem


primar para que ofuncionamento garanta e proporcione ao idoso:

⦿ a) A prestação de todos os cuidados adequados à


satisfação das suasnecessidades, tendo em vista a manutenção da
autonomia e independência;

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⦿ b) Uma alimentação adequada, atendendo, na medida
do possível,alimentares e gostos pessoais e cumprindo as prescrições
médicas;

⦿ c) Uma qualidade de vida que compatibilize a vivência em


comum com o respeito pela individualidade e privacidade de cada
idoso;

⦿ ) A realização de atividades de animação sociocultural,


recreativa e ocupacional que visem contribuir para um clima de
relacionamento saudável entre os idosos e para a manutenção das suas
capacidades físicas e psíquicas;

⦿ e) Um ambiente calmo, confortável e humanizado;

⦿ f) Os serviços domésticos necessários ao bem-estar do idoso e


destinados, nomeadamente, à higiene do ambiente, ao serviço de refeições
e ao tratamento de roupas.

O funcionamento do lar deve fomentar A convivência social,


através do relacionamento entre osidosos e destes com os familiares
e amigos, com o pessoal do lar e com a própria comunidade, de
acordo com os seus interesses, bem como a participação dos
familiares, ou pessoa responsável pelo internamento, no apoio
ao idoso, sempre que possível e desde que este apoiocontribua para
um maior bem-estar e equilíbrio psico-afectivo do residente. O lar
deve ainda permitir a assistência religiosa, sempre que o idoso a
solicite, ou, na incapacidade deste, a pedidodos seus familiares.

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Para além das respostas institucionais designadas por lares de
idosos, existe também o serviçode apoio ao domicílio (SAD).

Objetivos do SAD, de acordo com as diretrizes da


Segurança Social:

⦿ Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos


indivíduos e famílias;

⦿ Garantir a prestação de cuidados de ordem física e apoio

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psicossocial aos indivíduos efamílias, contribuindo para o seu
equilíbrio e bem-estar;

⦿ Apoiar os indivíduos e famílias na satisfação das necessidades


básicas e atividades davida diária;

⦿ Criar condições que permitam preservar e incentivar


as relações inter-familiares;

⦿ Colaborar e/ou assegurar o acesso à prestação de


cuidados de saúde;

⦿ Contribuir para retardar ou evitar a institucionalização;

⦿ Prevenir situações de dependência, promovendo a


autonomia.

O SAD apoia na realização nas atividades da vida diária do


idoso, nomeadamente emtermos de:

⦿ Higiene e conforto pessoal

⦿ Medicação

⦿ Arrumação e pequenas limpezas

⦿ Preparação de refeições

⦿ Tratamento de roupas

⦿ Acompanhamento nas deslocações ao exterior

⦿ Aquisição de bens e serviços

A DECO Proteste, associação de defesa do consumidor


publicou os cuidados que os utentes devem ter aquando da
escolha de um serviço de apoio ao domicílio para a prestação de

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serviços. Quando se pretende apostar num SAD de excelência tais
critérios devem ser tidos em conta, daí a pertinência de se
incluírem nesta temática.

⦿ Analisar as necessidades da pessoa que usufruirá do apoio


domiciliário e fazer uma simulação horária (por exemplo,
calcule o tempo para confecionar refeições ou tratar da
roupa).

⦿ Sabendo o número de horas, pedir orçamentos e comparar os


preços. Averiguar se sãocobrados à hora ou por mês e qual o
custo dos fins-de-semana e dos feriados.
⦿ Perguntar ainda se fazem apoio noturno, se prestam cuidados
médicos e se têm um número de telefone para emergências.

⦿ Analisar as necessidades da pessoa que usufruirá do apoio


domiciliário e fazer uma simulação horária (por exemplo,
calcule o tempo para confecionar refeições ou tratar da
roupa).

⦿ Sabendo o número de horas, pedir orçamentos e comparar os


preços. Averiguar se sãocobrados à hora ou por mês e qual o
custo dos fins-de-semana e dos feriados.

⦿ Perguntar ainda se fazem apoio noturno, se prestam cuidados


médicos e se têm um número de telefone para emergências.

⦿ Certificar-se de que a empresa dispõe de uma autorização de


funcionamento. Poderá obter-se a informação, contactando
o centro distrital de segurança social da sua área. Perguntar
ainda o nome do diretor técnico e do responsável pelos
serviços prestados.

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⦿ Pedir o regulamento da empresa e o contrato que terá de
assinar no final e estudá-los atentamente.

⦿ Tendo optado por alguma empresa, deixar sempre uma lista


com os trabalhos a efetuarpara a pessoa que se deslocar ao
domicílio. Deste modo, controlará a execução dos serviços
pretendidos.

⦿ Se algo correr mal, exigir o livro de reclamações. Os serviços


sociais e de apoio domiciliário são obrigados a ter um. Guardar
uma cópia da reclamação, munir-se de todaa documentação
que poderá servir de prova e procurar ter uma testemunha
do sucedido.
Debruçar-nos-emos agora sobre o recurso comunitário de
apoio ao idoso que se reveste damaior importância – a FAMÍLIA.
Infelizmente o que se verifica em algumas circunstâncias é que a
família do idoso se demite total ou parcialmente das suas
responsabilidades enquanto família, sendo que as necessidades
do idoso têm de ser asseguradas pelas instituições de apoio ao
idoso que assim passam a ser a família deste.

Alguns dados acerca da estrutura familiar...

⦿ 97,5% da população idosa (indivíduos com 65 e mais anos)


vivia em famílias clássicas e 2,5%, ou seja, 33 015 indivíduos,
em famílias institucionais (por exemplo Lares).

⦿ A percentagem varia conforme o sexo e o grupo etário


analisado. À medida que aumenta a idade, a proporção de

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idosos a viver em famílias institucionais, cresce
significativamente.

⦿ No grupo dos 65-69 anos a proporção é apenas de 0,8%, para


atingir no grupo 80 ou mais anos, o valor de 6,1%.

⦿ O peso da população idosa feminina a residir neste tipo de


famílias é sempre superior, em todos os grupos etários, aos
valores da população masculina.

⦿ A situação varia ainda de região para região, atingindo os


valores mais elevados no Alentejo, onde 3,9% da população
idosa vivia neste tipo de famílias; no grupo dos 65-69anos esse
valor é de 1,0%, subindo para os 10,5% no grupo dos 80 e mais
anos.

De qualquer modo, seja qual for o recurso comunitário


de apoio ao idoso de que estamosa falar...

Assim se pede a todo e qualquer cuidador... e quem é


o cuidador ou cuidadora? Estes são todas e qualquer pessoa
que presta assistência a uma pessoa adulta que está doente,
dependente ou que precisa de ajuda. Pode ser a filha que
decidiu mudar-se para a casada mãe doente, o vizinho que
passa todos os dias para visitar o amigo, ou alguém que leva
a sogra à consulta médica, ou as colaboradoras de uma IPSS.

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A ajuda pode variar de algumas tarefas até uma
assistência 24h por dia. Claro que cuidar de alguém que,
repentina ou progressivamente, fica doente ou debilitado,
incapaz de realizar as tarefas que sempre desempenhou com
total autonomia e independência, envolve um grande desafio
pessoal.

É pedido ao Cuidador que desenvolva novas


capacidades, num momento único da suavida ao qual se deve
adaptar. Não nos devemos esquecer nunca, enquanto
cuidadorasque cuidar é uma tarefa difícil, mas gratificante. Ao
cuidar estamos a valorizar aquilo que é verdadeiramente
essencial na vida: as relações, os afetos, as pessoas.
CONCLUSÃO

Questiona-se cada vez mais a institucionalização da pessoa


idosa como resposta socialprevalente, verificando-se uma tendência
para a atuação conjunta dos vários organismos institucionais, quer a
nível nacional como a nível local no sentido de criar respostas
alternativas à institucionalização do idoso. Criaram-se nos últimos
anos respostas tais como: os serviços deapoio domiciliário, centros
de dia e de convívio, e até mesmo os serviços de acolhimento
domiciliário. A nível nacional, as respostas sociais institucionais
existentes podem caracterizar- se segundo dois tipos: o acolhimento
permanente que engloba os equipamentos de colocação institucional
de idosos, tais como: os lares, as residências e famílias de
acolhimento; o acolhimento temporário, de carácter não
institucional, reúne os serviços de apoio e acompanhamento local
dos idosos, tais como: os serviços de apoio domiciliário. Cada vez

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mais, as instituições tentam oferecer serviços que promovam um
envelhecimento bem sucedido, que potenciem a conservação do
empenhamento social e do bem-estar subjetivo, conceitos estes
difundidos pelos especialistas nesta matéria (Baltes e Baltes, 1995;
Garfein e Herzog, 1995; Hazard, 1995; Fontaine e col., 1977).Nos
últimos anos têm vindo a realizar-se vários estudos nosentido de se
saber quais os fatores que mais contribuem para o melhoramento da
qualidade e diversidade das respostas sociais que permitam uma
maior satisfação das necessidades da pessoa idosa, quer esteja ou
não institucionalizada. Um dos estudos mais ambiciosos neste
domínio foi conduzido por Cameron (1975) que refere que os
sentimentos de felicidade, de tristeza, e de bem-estar subjetivo não
se degradam com a idade e que os idosos não têm uma satisfação de
viver inferior à dos jovens. A variabilidade entre os indivíduos parece,
pelo contrário, aumentar com o envelhecimento, neste sentido fala-
se cada vez mais de velhices e não de velhice, não existindo assim a
velhice, mas antes dando enfase à existência da heterogeneidade
com que cada idoso vive o seu próprio processo de envelhecimento,
sendo este, altamente influenciado pelo suporte social de que
dispõe, permitindo ao mesmo tempo a manutenção da sua
participação social, tanto quanto possível. Desde as investigações de
Durkheim (1987), que o isolamento e a ausência das relações com os
outros são fatores de predição dos comportamentos suicidas, que
foram também ao encontro dos estudos feitos comidosos (Antonucci
e col.,1989; Avorn e col., 1982).Neste sentido, os equipamentos
sociais têm de basear todas as suas resposta fazendo com que as
pessoas percebam o seu potencial, promovendo o seu bem-estar
físico, social e mental ao longo do curso da sua vida, o que inclui uma
participação ativa dos seniores nos mais variados domínios da
sociedade, intervindo nas questões económicas, espirituais,

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culturais, cívicas e até mesmo ao nível da participação das políticas
sociais. Donald (1997) formulou algumas classes gerais que podem
servir de referência às respostas sociais, tais como:-O bem-estar
físico, em que se destacam os aspetos materiais, saúde, higiene e
segurança As relações interpessoais, que pode incluir a família,
amigos e participação na comunidade O desenvolvimento pessoal,
que representa as oportunidades de desenvolvimento intelectual, e
autoexpressão. As atividades recreativas que podem subdividir-se em
três partes: Socialização, entretenimento, passivo ou ativo. As
atividades de carácter espiritual, em que estão envolvidas, a
atividade simbólica, religiosa e o autoconhecimento Muitos estudos
vem referir que a qualidade de vida, ou falta desta nos idosos,
depende em grande medida do facto dos idosos possuírem
autonomia para executar as atividades do dia-a-dia, manter uma
relação familiar ou com pessoas significativas para si, ter recursos
económicos suficientes e desenvolver/participar em atividades
lúdicas e recreativas continuamente. Segundo Jacob (2002), as
respostas sociais tendem a evoluir, sendo que os estudos apontam
para:

-O aumento da procura deste tipo de serviços, havendo um


elevado nível de procura expressa não satisfeita (lista de espera) nas
valências para idosos (Amaro, 1997; Santos, 2001, p.85)-Queos atuais
centros de convívio poderão evoluir para as chamadas universidades
de terceira idade, tornando-se assim mais dinâmicos, e com uma
maior adesão por parte dos idosos, sendo mais ativos;-Para que os
Centros de Dia funcionem todos os dias da semana (fins de semana e
férias) e em horário mais alargado;-Que os serviços de apoio
domiciliário tenderão a aumentar,assim como os serviços tenderão a
funcionar todos os dias, mesmo no horário noturno;-Que os lares

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tenderão a diminuir, tornando-se cada vez mais especializados em
grandes dependentes e idosos com demências;-Que irão surgir mais
residências, versões mais reduzidas (até 25 utentes) e melhorados os
lares;-Que o trabalho com idosos irá ser cada vez mais especializado
e exigente;-Para que exista um aumento bastante significativo de
atividades de animação para sénior; Tendo em conta os estudos
realizados nesta área que vieram contribuir para encarar de forma
diferente o processo do envelhecimento, bem como, as
problemáticas que se colocam, a necessidade de uma formação
específica e contínua dos recursos humanos destas instituições e
equipamentos sociais, quer ao nível das chefias, quer ao nível dos
seus colaboradores, torna-se fundamental. Essa formação deve ser
específica e contínua, uma vez que, numa sociedade em constante
mudança vão surgindo novas realidades e novas problemáticas que
este tipo de serviços deverá dar resposta. Assim, é necessário que as
instituições e equipamentos sociais tenham um espírito de abertura
suficiente face ao exterior, no sentido de estarem em pleno contacto
com o meio, sendo capazes das necessárias adaptações, quer ao nível
das políticas sociais, quer ao nível das respostas que efetivamente
prestam. Assim, e só assim, este tipo de serviços e equipamentos
sociais poderão colocar o utente, o cliente no centro de toda a sua
atuação, sendo este o princípio primordial de toda e qualquer
resposta social, de acordo com as novas orientações.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARANTE, PDC. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de


Janeiro: Fiocruz, 2007.

ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA. DSM IV. Manual


diagnóstico e estatístico detranstornos mentais. 4 ed. Porto Alegre:
Editora Artmed, 1995

KAPLAN, HI; SADOCK, BJ;GREBB, JÁ. Compêndio de


psiquiatria. Capítulos sobre Epidemiologia (p. 189-191) e substâncias
(p. 369-381). Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de


transtornos mentais e de comportamento da CID-10 – Diretrizes
diagnósticas e de tratamento para transtornos mentaisem cuidados
primários. Porto Alegre: Artes médicas, 1998

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