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MERCADO DO LÁCTEO ANTES DA PANDEMIA

Desde 2016, as estatísticas do setor lácteo no Brasil eram positivas e crescentes, com boas
perspectivas de aberturas no mercado. No segundo semestre de 2019, o Mistério da
Agricultura, Percuária e Abastecimento (MAPA) firmou negociações com Arábia Saudita para
exportação de leite e seus derivados.

O mercado interno em geral também tinha um cenário de alta demanda, com números
positivos para o leite e seus derivados. No entanto a produção de algumas regiões foi afetada
pela seca e teve o ritmo diminuído o que desbalanceou a relação de oferta e demanda,
elevado o preços para o consumidor final – o que para os produtores era garantia de valores
melhores e bom fluxo de vendas antes dos efeitos da pandemia atingirem o País.

Com a chegada do coronavírus ao Brasil ocorreu uma diminuição do consumo de leite e


derivados, já que muitos restaurantes, industrias e outros comércios alimentícios tiveram que
para com suas atividades temporariamente. O anuncio da quarentena também impactou o
comportamento dos consumidores, que começaram a estocar bens de consumo rápido,
levando o aumento dos preços no varejo.

COMPORTAMENTO DO MERCADO DE LEITE NO BRASIL REFLETE DESAJUSTE ENTRE OFERTA E


DEMANDA.

A pandemia desafiou a cadeia produtiva de lácteos que segundo o especialista Glauco


carvalho, passou por movimentos bruscos. Primeiro houve elevação nos preços dos produtos
lácteos devido aos movimentos de consumo logo após o início do isolamento social. Depois
ocorreu uma elevação na demanda, essa dinâmica de preços refletiu no pagamento do leite ao
produtor, que caiu 5%. Para atenuar o impacto negativo sobre a rentabilidade houve uma
pequena queda nos custos de produção. Para Carvalho isso ocorreu por causa da baixa
disponibilidade interna do leite e ao aquecimento da demanda que foi fortalecida pela
liberação do auxílio emergencial do governo.

Fora a pandemia o fato de haver menos leite no mercado também influencia na direção dos
preços, existem outros fatores que contribuem para a baixa disponibilidade do produto no
mercado: o período de entressafra na produção nacional; a piora na rentabilidade do produtor
(que faz com que descartem vacas e reduzam a produção); problemas climáticos e a queda nas
importações.

O acumulo do primeiro ano de pandemia apontou uma inflação de 2,92%. As custos em 12


meses registram aumento da ordem de 6,11%. TABELA ABAIXO

OBS: PESQUISA DA EMBRAPA 30/06/2020.

O MERCADO LÁCTEO DO BRASIL BUSCA RECUPERAÇÃO EM 2023

De acordo com as informações divulgadas pela EMBRAPA, grandes produtores de grãos,


fertilizantes e petróleo, os países em conflito impediram que a economia global se recuperasse
dos anos de pandemia e criaram as condições para aumentos recordes de custos de produção
de leite no Brasil, além do aumento da inflação e queda da renda do brasileiro.
O impacto também foi sentido pelo consumidor, segundo estimativa o consumo anual de leite
por habitante foi reduzido de 170,3 litros para 163 litros. Os lácteos atingiram preços recordes.

O alto custo para alimentar as vacas e a queda na produção durante a entrassafra do leite
penalizou o consumidor aponta o pesquisador Glauco Carvalho. “ Podemos afirmar que o
Brasil passou por uma crise de oferta do leite”, isso fez com que os compostos lácteos
ganhassem espaços como alternativas mais acessíveis para suprir parte da demanda.

Para Carvalho o ano de 2023 ainda trás muitos componentes de incertezas internas e
externas, o mercado brasileiro está se reequilibrando em termos de oferta e demanda.
Segundo ele , com a recuperação do mercado de trabalho e melhorias da renda, espera-se
alguma melhoria no consumo de leites e seus derivados.

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