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A importância das orientações solares na arquitetura

Fatores que devem ser avaliados para assegurar a qualidade

De maneira geral, para quem vive no Hemisfério Sul (ao sul da linha do
Equador), caso de quase todo o Brasil, pode-se dizer que a orientação Norte (quando
as janelas estão voltadas para este ponto cardeal) é a que atende, de maneira mais
satisfatória, às principais demandas da maioria dos usuários. Existe um nível
mínimo de insolação diária; sol quando se precisa de calor (inverno), e sombra
quando não se quer calor (verão).

Quanto mais para o Sul se vive, mais válido é esse conceito. Isso se deve à
variação dos ângulos que o sol forma com a superfície da Terra em seu movimento
aparente, nas diferentes épocas do ano”, explica a arquiteta Tatiana Artigas, da
Artigas & Quadrado Arquitetura .

No inverno, as fachadas voltadas para o norte recebem insolação na maior


parte do dia, pois o sol forma um ângulo pequeno em relação à superfície da Terra
em seu percurso. No verão, como o ângulo que o sol forma com a superfície da Terra
em seu percurso é bem maior, a tendência é que passe sobre as coberturas dos
edifícios. “Dessa forma, um pequeno beirado nas coberturas sobre as fachadas
voltadas para o Norte já proporcionaria sombra”, complementa a arquiteta Luciana
Quadrado.

Sul A orientação Sul é a mais problemática, pois não recebe sol em nenhum
momento no inverno, como é o caso da cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do
Sul. No verão, recebe apenas nas primeiras horas da manhã e nas últimas horas da
tarde (isso varia conforme a latitude, quanto mais se aproxima ao Equador, mais
horas de sol se tem na fachada Sul e vice-versa).

De acordo com as arquitetas, fachadas voltadas para o Sul somente são


favoráveis em ambientes em que o sol é totalmente indesejado, tais como estúdios
de som, laboratórios fotográficos e salas de projeção. Mesmo assim, é preciso cuidar
dos problemas decorrentes da falta de insolação, como a umidade e o mofo.

Leste e Oeste As orientações Leste e Oeste têm características similares em


termos de insolação, embora em momentos diferentes do dia. As fachadas voltadas
para o Leste recebem sol pela manhã (do nascente ao meio dia). Nas fachadas
voltadas para o Oeste ocorre o contrário, recebem sol pela tarde (do meio-dia ao
ocaso).

‘Em geral, ambientes voltados para o Oeste tendem a ser mais quentes do
que os voltados para Leste, apesar de receberem o mesmo número de horas de sol,
porque recebem sol no período do dia em que a inércia térmica proveniente da noite
anterior, chamada de frescor noturno, já foi vencida. Seguindo essas recomendações,
é possível criar o ambiente ideal, medir a quantidade de sol desejada e assim,
personalizar o recinto até mesmo utilizando-se de certos fenômenos naturais, como
afirmam as arquitetas da Artigas & Quadrado Arquitetura.

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