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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

CONTEÚDO

INTRODUÇÃO________________________________________________________________________ 1
Objetivo do Módulo__________________________________________________________________ 1

SEÇÃO 1 - ANÁLISE DE EVENTOS


Objetivos __________________________________________________________________________ 3
Introdução _________________________________________________________________________ 3
Evento: Definição ___________________________________________________________________ 4
Reconhecimento da Situação___________________________________________________________ 6
Alarmes de Vazamento _______________________________________________________________ 6
Regra dos 10 Minutos ________________________________________________________________ 8
Aplicando o Processo de Resolução-de-Problemas à Regra dos 10 Minutos______________________ 10
Revisão 1 __________________________________________________________________________ 13

SEÇÃO 2 - FECHAMENTO DE VÁLVULA


Objetivos __________________________________________________________________________ 15
Introdução _________________________________________________________________________ 15
O Efeito do Fechamento da Válvula sobre a
Velocidade e a Pressão: Sem Curso Alternativo para o Fluxo _________________________________ 16
O Efeito do Fechamento da Válvula sobre a
Velocidade e a Pressão: Curso Alternativo para o Fluxo _____________________________________ 18
O Efeito do Fechamento da Válvula sobre o
Desempenho da Bomba e Gradiente Hidráulico ____________________________________________ 21
Revisão 2 __________________________________________________________________________ 25

SEÇÃO 3 - SEPARAÇÃO DE COLUNA/GASEIFICAÇÃO


Objetivos __________________________________________________________________________ 27
Introdução _________________________________________________________________________ 27
Razões Pelas Quais se Deve Evitar Separação de Coluna ____________________________________ 29
Como e Por Que Ocorre a Gaseificação __________________________________________________ 30
Causas da Separação de Coluna ________________________________________________________ 30
Restabelecimento da Coluna ___________________________________________________________ 31
Quando e Onde Ocorre a Separação de Coluna ____________________________________________ 31
Separação de Coluna e Vazão __________________________________________________________ 32
Separação de Coluna e a Seqüência das Bateladas __________________________________________ 32
Variações na Elevação ________________________________________________________________ 32
Reconhecimento da Separação de Coluna_________________________________________________ 33
Separação de Coluna e Vazamentos _____________________________________________________ 34
Separação de Coluna e Bombas ________________________________________________________ 34
Separação de Coluna e Gradientes Hidráulicos ____________________________________________ 35
Revisão 3 __________________________________________________________________________ 38
SEÇÃO 4 - REFLUXO: FALHA DA VÁLVULA DE RETENÇÃO
Objetivos __________________________________________________________________________39
Introdução _________________________________________________________________________39
Falha nas Válvulas da Estação _________________________________________________________40
Refluxo e Vazamentos ________________________________________________________________42
Revisão 4 __________________________________________________________________________46

SEÇÃO 5 - VAZAMENTOS
Objetivos __________________________________________________________________________47
Introdução _________________________________________________________________________47
Dimensão dos Vazamentos ____________________________________________________________48
Gradientes Hidráulicos em Resposta a Vazamentos _________________________________________49
Modificação da Pressão e do Fluxo à Montante ____________________________________________50
Modificação da Pressão e do Fluxo à Jusante______________________________________________50
Localização dos Vazamentos ___________________________________________________________50
Efeitos dos Vazamentos Sobre o Desempenho da Bomba ____________________________________51
O Efeito dos Vazamentos Sobre a Velocidade, a Pressão e o Empacotamento da Linha _____________52
O Efeito dos Pontos de Controle e dos Set Points sobre os Vazamentos _________________________53
O Efeito do Rastreamento Periódico do Sistema Sobre a Detecção de Vazamentos ________________54
Revisão 5 __________________________________________________________________________59

SEÇÃO 6 - ERRO DE INSTRUMENTO


Objetivos __________________________________________________________________________61
Introdução _________________________________________________________________________61
Tipos de Erros do Instrumentos_________________________________________________________62
Quando Acontece____________________________________________________________________62
Onde Acontece______________________________________________________________________63
Reconhecimento da Situação___________________________________________________________63
Alarme de Vazamento ________________________________________________________________64
Determinação da Causa Provável _______________________________________________________64
Deçisão Por uma Tomada de Ação ______________________________________________________65
Falha no Instrumento de Medição de Pressão da Sucção ____________________________________66
Falha no Medidor de Vazão____________________________________________________________67
Falha no Densímetro _________________________________________________________________67
Revisão 6 __________________________________________________________________________71

RESUMO __________________________________________________________________________72

RESPOSTAS __________________________________________________________________________76
NOTA IMPORTANTE
A tecnologia é usada pelos operadores de oleodutos para alcançar objetivos
especificos de seu trabalho. O objetivo central do Programa de treinamento de
Operadores de Centro de Controle é o de promover um entendimento da
tecnologia usada pelos operadores de oleodutos no seu dia a dia. Este programa
de treinamento cobre os aspectos tecnológicos relacionados diretamente com o
trabalho dos operadores, fornecendo informações de aplicação imediata.
As informações constantes nos módulos de treinamento são basicamente
teóricas. Uma base de informações teóricas é o correto entendimento de alguns
conceitos principais, facilita a compreenção da tecnologia e sua aplicação no
contexto de um sistema de oleodutos. Foi feito o máximo esforço na
apresentação de somente princípios científicos puros. Entretanto em alguns
casos algumas relações empíricas foram necessárias de modo a aproximar
ao máximo os resultados puramente científicos das observações práticas. A
prioridade mais importante no desenvolvimento dos materiais do
programa de treinamento de operadores foi o seu máximo aproveitamento
pelos operadores em suas tarefas diárias.

ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS


Técnicas Avançadas de Operação

© 1995 IPL Technology & Consulting Services Inc.


Reproduction Prohibited

IPL TECHNOLOGY & CONSULTING SERVICES INC.


7th Floor IPL Tower
10201 Jasper Avenue
Edmonton, Alberta
Canada T5J 3N7
Telephone +1 - 403-420-8489
Fax +1 - 403-420-8411

Reference: 8.4 PB Advanced Incident Analysis - September 1997


DICAS DE ESTUDO
As dicas de estudo a seguir são sugeridas para tornar a aprendizagem dos
módulos mais efetiva.

1. Tente manter cada período de estudo curto, porém concentrado (de dez a
quarenta e cinco minutos). Se você determinar seu tempo de estudo de
forma a estudar ao longo dos cinco dias da semana um período total de duas
horas por dia, divida seus períodos de estudo em blocos com dois a cinco
minutos de intervalo. Lembre-se de que geralmente uma semana de estudo
individual substitui 10 horas de presença na sala de aula. Por exemplo, se
você tiver um bloco de estudo individual de três semanas, ele contará como
30 horas de estudo, para se manter atualizado com a maioria dos programas
de aprendizagem.

2. Quando você estiver estudando, procure fazer ligações entre os capítulos


e as tarefas. Quanto mais ligações você fizer, melhor você se lembrará
das informações.

3. Há testes individuais no final de cada módulo. Geralmente a execução


destes testes aumenta sua capacidade de lembrar das informações.

4. Quando estiver lendo uma seção ou módulo, dê uma folheada ou faça uma
breve olhada no mesmo antes de começar uma leitura detalhada. Leia a
introdução, a conclusão e as perguntas do final de cada seção. Depois, como
tarefa separada, estude todos os títulos, quadros, figuras e legendas. Depois
desta excelente técnica de previsualização, você estará familiarizado com sua
tarefa de leitura. A leitura prévia é então seguida de uma leitura detalhada.
A leitura detalhada reforça o que já foi estudado e também põe a matéria em
destaque. Enquanto estiver fazendo a leitura detalhada, pare no final de cada
subseção e se pergunte "O que eu acabei de ler?"
5. Outra técnica de estudo útil é escrever suas próprias perguntas baseadas nos
seus apontamentos de estudo e/ou nos títulos e subtítulos do módulo.

6. Quando estiver na sala de aula fazendo apontamentos, por favor siga esta
técnica. Guarde a página da esquerda para suas observações pessoais, idéias
ou áreas que deseja esclarecer. Importante, grave as perguntas que o seu
instrutor fizer - provavelmente você as encontrará na prova final.

7. Faça revisão. Faça revisão. Faça revisão. Aproveitar oportunidades para


rever a matéria aumentará sua capacidade de lembrá-la.

8. Usando fichas de arquivo, você pode identificar rapidamente áreas que você
precisa revisar ou se concentrar antes da prova. Comece intencionalmente
fazendo fichas no final de cada seção de leitura. Quando se deparar com
uma palavra nova, escreva-a de um lado da ficha. No outro lado, escreva sua
definição. Isto se aplica a quase todos os módulos. Por exemplo, símbolos
químicos/o que ele significa; estação terminal/definição; uma sigla/seu
significado. Uma vez que você tenha compilado as fichas e estiver se
preparando para a prova, misture as fichas com a palavra termo voltada para
cima. Passe por cada ficha para ver se você sabe o que está no seu verso.
Por que gastar tempo desnecessário nos significados ou conceitos que você
já sabe? As fichas que você não souber identificam as áreas que você
precisa rever.

9. Além disso, estes módulos possuem instrumentos de aprendizagem


específica incorporados para auxiliar na compreensão e revisão da matéria.
Os termos aparecem em negrito e foram acrescentados ao glossário. Para
comparar as referências sobre o significado de um termo, há os números das
páginas junto às definições do glossário, identificando onde o termo ou
explicação apareceu pela primeira vez no texto. As definições do glossário
que não possuem os números das páginas são também importantes para a
compreensão, mas são plenamente explicadas em outro módulo.
ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 1

INTRODUÇÃO
Incidentes são variações na energia total do oleoduto que podem ameaçar ou não a
integridade do sistema do oleoduto. Eles incluem o fechamento de uma válvula, a
separação de coluna/gaseificação, o refluxo, e vazamentos. Erros de instrumento
também são classificados como incidentes, pois eles podem levar o operador a
acreditar na existência de um vazamento, ou de outro incidente crítico.

O operador deve ser capaz de reconhecer e depois analisar uma situação usando a
análise de tendências e as técnicas discutidas neste módulo. Depois, o operador
deve decidir sobre qual a ação apropriada e implementá-la, controlá-la e avaliá-la.
O processo de análise de incidentes é o Modelo de Tomada-de-Decisão, que é
apresentado no módulo SOLUÇÃO AVANÇADA DE PROBLEMAS.

Incidentes específicos serão apresentados em todo o módulo, e serão analisados


usando o Modelo de Tomada-de-Decisão e a Lista de Alarmes de Vazamento.
Estas situações são analisadas de forma consistente com a maioria dos Centros de
Controle. O módulo EXECUÇÃO DE TAREFAS NÃO-ROTINEIRAS apresenta os
verdadeiros procedimentos para lidar com incidentes específicos. Exercícios
separados fornecem vários exemplos de análises de incidentes, usando o Modelo
de Tomada-de-Decisão como guia.

OBJETIVOS DO MÓDULO
O objetivo deste módulo é apresentar um processo para análise e resposta corretas
de incidentes que causam distúrbios ao equilíbrio do oleoduto, tais como:
• fechamento de válvulas
• separação de coluna/gaseificação
• refluxo
• vazamentos
• erros do instrumento

Programa de Treinamento de Operadores de Centros de Controle


2 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

PRÉ-REQUISITOS
Todos os módulos contidos nestas seções:
INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DOS FLUIDOS,
COMPONENTES DOS SISTEMAS DE DUTOS,
SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA,
SISTEMAS DE CONTROLE DE OLEODUTOS,
ANÁLISE AVANÇADA DO COMPORTAMENTO DOS FLUIDOS,
PROGRAMAÇÃO,
TÉCNICAS DE OPERAÇÃO BÁSICAS.

Os módulos abaixo da fase de Técnicas Avançadas de Operação:


ANÁLISE DE GRÁFICOS DE TENDÊNCIA,
SOLUÇÃO AVANÇADA DE PROBLEMAS.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 3

SEÇÃO 1

ANÁLISE DE EVENTOS
OBJETIVOS
Depois de estudar esta seção, você deverá saber:
• Definir um evento.
• Explicar a importância de analisar corretamente os eventos do oleoduto.
• Descrever o uso do lado direito do Modelo de Tomada-de-Decisão.

INTRODUÇÃO
Esta seção apresenta uma revisão do Modelo de Tomada-de-Decisão já apresentado
nos módulos VISÃO GLOBAL DO OLEODUTO E RESOLUÇÃO AVANÇADA DE
PROBLEMAS. Ela focaliza, porém, o lado direito do modelo (três etapas e decisões,
as quais estão relacionadas com a detecção de rupturas e parada do oleoduto), liga-
o a uma lista de alarmes de ruptura e apresenta uma forma sistemática de analisar
as condições existentes no oleoduto através da leitura das informações da estação
enviadas pelo sistema SCADA.

Qualquer evento afeta a energia total no oleoduto e pode ameaçar a integridade do


oleoduto. O fechamento de válvulas, a separação de coluna/gaseificação, o refluxo,
os vazamentos e os erros dos instrumentos devem ser rapidamente reconhecidos e
analisados usando o Modelo de Tomada-de-Decisão. É importante seguir as etapas
do Modelo de Tomada-de-Decisão para analisar os eventos do oleoduto e chegar a
uma conclusão lógica baseada nos fatos encontrados através da seqüência de etapas
do processo. O operador deve analisar a situação, determinar sua causa exata (se
possível) e realizar uma ação rápida e apropriada. Quando ocorrerem incidentes
múltiplos, a análise se tornará cada vez mais difícil e poderá produzir conclusões
incorretas se o processo não for seguido de uma forma seqüencial. Esta seção
apresenta o processo utilizado para analisar eventos no oleoduto e esboça o
processo de análise que leva a conclusões precisas.

Programa de Treinamento de Operadores de Centros de Controle


4 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

EVENTO: DEFINIÇÃO
Um evento é qualquer incidente do oleoduto que afete a energia total do oleoduto e
ameace a integridade do mesmo. Isto inclui:
• fechamento de uma válvulas
• separação de coluna/gaseificação
• refluxo
• vazamentos, e
• erros do instrumentos.

Devido a determinados eventos poderem levar o operador a pensar que ocorreu


uma ruptura, é muito importante estar capacitado para reconhecer e analisar cada
situação, determinar a causa (se possível) e realizar a ação apropriada. Alguns inci-
dentes, tais como a falha de um instrumento ou a separação de coluna podem levar
um operador a pensar que ocorreu uma ruptura. O operador reage parando a linha
até que seja verificada ou descartada a existência de uma ruptura.

A parada do oleoduto é dispendiosa, especialmente se esta decisão estiver baseada


em conclusões falsas. Ainda mais séria é a parada do oleoduto baseada em
conclusões falsas que eliminam a possibilidade de existência de um vazamento,
identifica o incidente errado e faz com que o operador aumente a pressão à
montante, aumentando o fluxo que escapa pelo vazamento efetivamente.

Conclusões incorretas podem ser caras e perigosas para a equipe e o equipamento.


A responsabilidade do operador é analisar cada incidente e chegar a uma conclusão
que finalmente levará à posição mais segura possível para a empresa transporta-
dora e aqueles que dividem a mesma faixa de servidão no oleoduto. Uma
conclusão como esta deveria estar baseada nos fatos que foram compilados através
do processo de análise.

As etapas individuais do Modelo de Tomada-de-Decisão (Figura 1) foram apresen-


tadas nos módulos VISÃO GLOBAL DO OLEODUTO E SOLUCÃO AVANÇADA DE
PROBLEMAS. O que segue é uma discussão mais detalhada dos componentes
adicionais do lado direito do modelo, estas etapas e decisões estão relacionadas à
detecção de rupturas e à parada do oleoduto.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 5

Reconhecimento de uma Situação


• troca direcionada
• troca inesperada

Alarme 3 ou Mais
de Ruptura? SIM SIM
Alarmes?

NÃO
NÃO
Interpretação de uma Situação
• conhece a causa
• problema potencial
• oportunidade potencial

Priorização de uma Situação


• magnitude
• imediato
• troca
Solução do Problema Régra dos 10 Minutos
• definir o problema • definir o problema
• identificar possíveis causas • identificar possíveis causas
Causa
NÃO • determinar causa provável • determinar causa provável
Conhecida?
• verificar causa provável • verificar causa provável

SIM
Decisão da Solução
• definir efeito desejado A Causa do
Requer Problema foi
• gerar ações alternativas NÃ O SIM
Parada? Determinada em
• escolher a melhor alternativa
10 min?

Implementação da Solução
• antecipar os problemas potenciais
NÃ O
• ensaiar os passos SIM
• implementar

Monitoração da Solução PARADA


• problemas em potencial
• atual vs esperado

Avaliação da Solução de
Acordo com:
• efeito desejado
• estabilidade

Figura 1
O Modelo de Tomada-de-Decisão

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6 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

RECONHECIMENTO DA SITUAÇÃO
A primeira etapa do Modelo de Tomada-de-Decisão é o reconhecimento das modi-
ficações que excederam o Grau de Tolerância que o operador determinou para o
parâmetro (veja a ANÁLISE DE GRAFICOS DE TENDÊNCIA). A magnitude e o intervalo
de tempo dessas modificações devem ser conhecidas, de modo que a tendência que
tenha sido identificada possa ser analisada usando o Modelo de Tomada-de-
Decisão. O operador pergunta:
• Qual parâmetro ou quais parâmetros sofreram modificações?
• Que conseqüências estas modificações trarão para o oleoduto?
• A modificação aumentará, diminuirá, ou permanecerá consistente?
• A modificação pode ser caracterizada como um incidente?

ALARMES DE VAZAMENTO
Uma vez que a situação tenha sido reconhecida por uma modificação em um
parâmetro observado, o operador deve determinar se a modificação será ou não
considerada um incidente e se ela se apresenta como um alarme de vazamento,
conforme esboçado na Lista de Alarmes de Vazamento a seguir (Figura 2).

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 7

LISTA DE ALARMES DE VAZAMENTO


Indicadores Normais de um Vazamento:
1. Queda brusca na pressão de saída à montante.
2. Modificação brusca na perda de carga da válvula controladora ou no controle da
porcentagem do VF à montante.
3. Uma ou mais bombas à montante sofreram travamento associado aos itens 1 e/ou 2
acima.
4. Queda brusca na pressão de sucção à jusante. A queda da pressão de sucção à jusante
pode não ser muito grande.
5. Modificação brusca na perda de carga da válvula controladora da pressão ou no
controle da porcentagem do VF à jusante.
6. Uma ou mais bombas à jusante sofreram travamento associado aos itens 4 e/ou 5
acima.
7. Queda brusca na pressão de manutenção da coluna no ponto de sangria. A queda da
pressão de manutenção da coluna pode não ser muito grande.
8. Separação de coluna: Partindo do princípio de que houve separação de coluna em
algum ponto do oleoduto, um limite de tempo de 10 minutos é dado para que a
mesma seja integrada novamente. Se a coluna não puder ser reintegrada dentro desse
período de tempo, é necessário fazer uma parada obrigatória do oleoduto.

Uma ruptura na linha pode não exibir todos os sintomas citados acima. Porém, qualquer
uma das condições acima pode, por si só, indicar uma ruptura na linha. Uma parada da
linha é obrigatória quando o operador percebe que alguma das condições acima está
presente e a causa desta condição não pode ser confirmada positivamente como uma Figura 2
atividade operacional da linha dentro do prazo de 10 minutos. A Lista de Alarmes de
Vazamento
Uma parada imediata do oleoduto é também obrigatória quando o operador percebe que Na presença de 1 ou 2
alarmes de vazamento, o
quaisquer três (3) dos oito (8) indicadores acima estão presente. operador procede à etapa
de resolução do problema, a
À montante e à jusante se referem apenas às estações imediatamente à montante e à qual tem um limite de 10
jusante do local onde está ocorrendo o vazamento. As estações mais distantes do local minutos para que a
do vazamento não apresentam necessariamente estes sintomas. Portanto, a possibilidade resolução aconteça. Na
presença de 3 ou mais
de um vazamento não deve ser eliminada porque as estações mais distantes não estão alarmes de vazamento, o
exibindo nenhum dos sintomas acima. operador pára imediata-
mente o oleoduto.

Nota: Esta lista de alarmes de vazamento é específica para um sistema de oleoduto baseado na
pressão. Cada organização precisará modificar esta lista para melhor adaptá-la às condições
específicas dos seus oleodutos.

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8 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

REGRA DOS 10 MINUTOS


Conforme indicado acima, se menos de 3 (1 ou 2) alarmes de vazamento estiverem
presentes, o operador tem um prazo de 10 minutos para identificar a causa principal do
problema e começar a realizar alguma ação. Caso ele não possa confirmar positivamente a
causa da variação dos dados dentro do prazo de 10 minutos, então a parada do oleoduto se
fará obrigatória. Isto é conhecido como a regra dos 10 minutos.

Um esboço de algumas causas possíveis das diferentes situações em um sistema de


oleodutos baseado na pressão é apresentado na Figura 3 abaixo. As causas possíveis listadas
abaixo servem como exemplos de conclusões tiradas de uma análise real, usando o Modelo
de Tomada-de-Decisão, e não devem ser usadas como conclusões rápidas sobre os inci-
dentes que estiverem ocorrendo. Cada incidente deve ser avaliado dentro do seu próprio
contexto.

AUMENTADA INALTERADA DIMINUÍDA INVÁLIDA


À montante
• perdas da linha • separação de • fechamento
coluna da válvula
• refluxo • vazamento • erro de instrumento
• vazão •vazamento • erro de instrumento • fechamento
da válvula
•separação de
coluna
• refluxo
• diferencial de •fechamento da • erro de instrumento • vazamento
bomba válvula • separação de
coluna
• refluxo
• pontos de •fechamento da • erro de instrumento • vazamento
pressão válvula • separação de
coluna
• refluxo

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 9

AUMENTADA INALTERADA DIMINUÍDA INVÁLIDA


No local
•perdas da linhas •refluxo •fechamento •erro de instrumento
da válvula
•vazão •erro de instrumento •fechamento
•refluxo da válvula
•diferencial da •fechamento •refluxo •erro de instrumento
bomba da válvula
•pontos de •erro de instrumento •refluxo •erro de instrumento
pressão •refluxo
À justante
•perdas da linha •refluxo •fechamento •erro de instrumento
da válvula
•separação de coluna
•vazamento
•vazão •erro de instrumento •fechamento
da válvula
•refluxo •separação de coluna
•diferencial da •fechamento •erro de instrumento
bomba da válvula
•vazamento •refluxo
•pontos de •erro de instrumento •fechamento
pressão da válvula
•refluxo •separação de coluna
•vazamento

Figura 3
Esboço de uma Possível Solução
A perda da linha é a pressão de saída da estação menos a pressão de sucção
na estação imediatamente à jusante. A pressão diferencial da bomba é a
pressão da carcaça menos a pressão de sucção na mesma estação. Os pontos
de pressão são a sucção, a carcaça e a saída na estação. Inválida indica que a
informação vista no sistema SCADA é inválida, os cálculos baseados em dados
inválidos não estarão de acordo com os outros dados. Sem modificações indica
que os dados não mudaram.

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10 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

APLICANDO O PROCESSO DE RESOLUÇÃO-


DE-PROBLEMAS À REGRA DOS 10 MINUTOS
Respostas rápidas e apropriadas às modificações da energia no oleoduto são de extrema
importância para o operador do oleoduto e, obviamente, para a empresa. Chegar às
respostas apropriadas depende de uma análise profunda do problema antes de realizar
qualquer ação. Quando menos de 3 alarmes da lista estão presentes, é essencial realizar
uma análise aprofundada dentro dos 10 minutos estipulados. A regra dos 10 minutos foi
elaborada para permitir ao operador chegar a uma conclusão lógica sobre a causa principal
de uma modificação que foi observada. Se uma conclusão não puder ser alcançada em
10 minutos, será necessária uma parada obrigatória do oleoduto.

Não é possível discutir aqui todas as situações que um operador encontrará, ou para o
operador decorar todos os vários procedimentos para as diferentes situações que possam
surgir. Por isso, apresentamos um processo analítico, o qual o operador poderá aplicar a
todo e qualquer problema. O objetivo, portanto, é aplicar o Processo de Resolução-de-
Problemas à exigência da regra dos 10 minutos. Este é essencialmente o mesmo processo
encontrado no módulo RESOLUÇÃO AVANÇADA DE PROBLEMAS, acrescido do componente do
limite de tempo para alcançar uma conclusão. O operador observará que o processo
analítico tem etapas que são seguidas sempre, de forma consistente. O que varia são as
conclusões às quais o operador vai chegar em cada etapa do processo.

A ETAPA DE RESOLUÇÃO-DE-PROBLEMAS
PARA A ANÁLISE DE EVENTOS
Nas situações em que a causa é desconhecida ou onde o resultado desejado não é claro, é
necessário determinar a causa da situação ou o resultado desejado antes que a ação mais
apropriada possa ser determinada. Isto é resolução de problemas. Para evitar uma parada
do oleoduto, a resolução de problemas deve ser concluída dentro de um período de
10 minutos.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 11

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
O processo de Resolução-de-Problemas começa com a definição do problema com base nas
informações da etapa Interpretação da Situação do Modelo de Tomada-de-Decisão. A
definição do problema esclarece a situação que se está tentando resolver ou o resultado final
que se deseja alcançar. Observe que nem todo problema com o qual o operador se depara
tem conseqüências negativas. Por exemplo, em uma avaliação da seleção da bomba, o
problema é maximizar a eficiência da bomba selecionada. O problema é definido pela neces-
sidade de atender aos requisitos de bombeamento, para minimizar o custo da energia,
construir um perfil de pressão preventivo, mantendo as condições de estado estável.

IDENTIFICAÇÃO DAS POSSÍVEIS CAUSAS


A próxima etapa abrange distinguir sintomas de causas, e possíveis causas da causa básica
mais provável. Os dados podem indicar a existência de mais de uma causa possível. A tarefa
é eliminar ou verificar cada causa possível para determinar a causa mais provável.

DETERMINAÇÃO DA CAUSA PROVÁVEL


O operador vai observar as perdas do oleoduto, as variações da vazão, a pressão diferencial
da bomba, as pressões no local e as pressões nas estações imediatamente à montante e à
jusante do local para determinar a causa provável. Primeiro, o operador vai fazer um novo
rastreamento das estações em questão, de modo a trabalhar com os dados mais atualizados.
Isto informará se os instrumentos estão ou não acusando os mesmos valores que antes da
modificação. Depois, perguntará o que o resto da estação está lhe dizendo. Por exemplo, os
outros valores estão correlacionados com as informações enviadas para o SCADA? É à
jusante? É à montante?

VERIFICAÇÃO DA CAUSA PROVÁVEL


Podem ser usadas abordagens diferentes para verificar a causa provável, dependendo da
situação. A verificação pode estar baseada nos dados recebidos através do SCADA, em infor-
mações da equipe de campo, em testes remotos de equipamentos relacionados e em outras
fontes. A interpretação gráfica das informações mais recentes do SCADA podem ser desen-
volvidas usando as telas das análises. Ou, o operador pode optar por ajustar o intervalo de
tempo da tela de modificações, de modo que esta reflita a referência de tempo que está sendo
investigada (veja ANÁLISE DE TENDÊNCIAS).

Uma vez que a causa básica tenha sido verificada, a etapa seguinte é voltar para a etapa de
DECISÃO POR UMA SOLUÇÃO para gerar soluções alternativas e selecionar a melhor delas.

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12 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

DISTINGUINDO EVENTOS

Perdas Diferencial Pontos de


na Linha Vazão na Bomba Pressão
Fechamento
de Válvula
• à montante diminui diminui aumenta aumenta
• no local do diminui diminui aumenta
incidente
• à jusante diminui diminui aumenta diminui
Separação de
coluna/
gaseificação
• à montante sem modificação sem modificação sem modificação sem modificação
• à jusante diminui diminui aumenta diminui
Refluxo
• à montante sem modificação sem modificação sem modificação sem modificação
• no local do sem modificação sem modificação diminui diminui
incidente
• à jusante sem modificação sem modificação sem modificação sem modificação
Vazamento
• à montante diminui aumenta diminui diminui
• à jusante diminui diminui aumenta diminui
Erro do
instrumento
• à montante inválido sem modificação sem modificação sem modificação
• no local do inválido sem modificação inválido inválido
incidente
• à jusante invalido sem modificação sem modificação sem modificação

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 13

REVISÃO 1 ?
1. Um evento é qualquer incidente do oleoduto que afeta
a______no oleoduto e ameça a integridade do oleoduto.
a) pressão
b) energia total
c) fluxo
d) óleo

2. Qual dos seguintes não é um evento do oleoduto?


a) fechamento de uma válvula
b) vazamento
c) troca de bombas
d) erro do instrumento

3. Determinados eventos podem levar o operador a pensar que


um(a) ______ocorreu, quando não ocorreu.
a) onda
b) alarme
c) perda de carga da válvula controladora
d) vazamento

4. É necessário determinar a causa da situação ou o resultado


desejado antes que a ______ mais apropriada possa ser deter-
minada.
a) ação
b) parada
c) tarefa
d) controle

As respostas estão no final deste módulo.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 15

SEÇÃO 2

FECHAMENTO DA VÁLVULA
OBJETIVOS
Depois de estudar esta seção, você deverá saber:
• Descrever os efeitos do fechamento da válvula sobre a velocidade e a pressão
quando não há curso alternativo para o fluxo.
• Descrever os efeitos do fechamento da válvula sobre a velocidade e a pressão
quando há um curso alternativo para o fluxo.
• Descrever os efeitos do fechamento da válvula sobre o desempenho da bomba e o
gradiente hidráulico.

INTRODUÇÃO
A Seção 2 sobre o Fechamento da Válvula descreve os efeitos dos fechamentos da
válvula sobre a velocidade e a pressão (com e sem um curso alternativo para o
fluxo) e sobre o desempenho da bomba e o gradiente hidráulico. Os fechamentos
da válvula sem um curso alternativo para o fluxo são incidentes mais sérios, os
quais podem interromper o escoamento no oleoduto, permitir que as pressões se
elevem rapidamente, e pôr em risco o oleoduto e seus equipamentos. O fechamento
da válvula deve ser reconhecido e tratado rápida e efetivamente. O fechamento da
válvula com um curso alternativo para o fluxo dá ao operador opções além da
parada imediata, porém pode ainda ser classificado como um incidente crítico.

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16 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

O EFEITO DO FECHAMENTO DA VÁLVULA


SOBRE A VELOCIDADE E A PRESSÃO:
SEM CURSO ALTERNATIVO PARA O FLUXO
O fechamento da válvula em um oleoduto em funcionamento imediatamente faz
com que o fluxo à montante da válvula sofra uma redução. A pressão sobe rapida-
mente à medida que o surto de pressão se desloca à montante. Em um oleoduto
longo, o escoamento à montante continua à medida que a pressão no oleoduto se
acumula até o limite máximo e a energia cinética do fluxo é transformada em
energia potencial de pressão. Isto permite que o fluxo à montante continue a uma
vazão decrescente. Quando a vazão da bomba (capacidade) diminui, a carga
estática aumenta, na medida em que o ponto operacional se desloca para a
esquerda na curva da bomba. A bomba continua a aumentar a pressão e a vazão
continua a diminuir, até que a pressão do oleoduto excede a pressão estática ou
excede a pressão de descarga da bomba. Quando a pressão atinge o máximo, o
fluxo é interrompido. Como a pressão excedeu a pressão estática, contudo, inicia-
se um fluxo inverso. Isto reduz a pressão para a pressão estática da linha.

À jusante da válvula fechada, um surto de pressão baixa é gerado, se deslocando à


jusante e levando o fluxo a parar. Ocorrerá a separação de coluna à jusante da
válvula se a pressão cair abaixo da pressão de vapor do líquido que está sendo
transportado na linha. Isto permite ao fluido continuar a escoar à jusante durante
um curto período de tempo à medida que a vazão diminui. As bombas à jusante
continuam operando à mesma vazão, o que provoca uma rápida redução na pressão
da linha.

Se a pressão diferencial da bomba for controlada pelo set point de sucção, a


válvula controladora da pressão sofrerá perda de carga para manter a pressão de
sucção às vazões reduzidas. Isto ocorrerá mais adiante na linha, à medida que o
escoamento continuar diminuindo até haver uma interrupção do mesmo.

Um aumento na pressão é observado à montante do fechamento da válvula da linha


tronco, associado a uma redução na pressão à jusante da válvula.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 17

Figura 5a
Tela da Linha
A Figura 5a mostra os efeitos
do fechamento da válvula.
Às 00:09:13 a coluna LNPK
indica que o escoamento foi
completamente bloqueado
em GC. (A Figura 13f
confirma o fechamento
completo da válvula).
Observe que as bombas
foram parando em GC à
medida que os dispositivos
controladores da pressão
detectaram uma condição
de sobrepressão e emitiram
as respostas apropriadas. A
última bomba em GC (GC6)
está começando a parar
nesta tela. Observe o fluxo 0
indicado em GC, o qual é
uma outra confirmação de
que houve um bloqueio
completo no fluxo.

Figura 5b
Tela do Perfil
A Figura 5b mostra a
condição hidráulica do
oleoduto às 00:11:04, dois
minutos depois que a
válvula se fechou. Observe
a rápida redução da vazão
e da carga estática
hidráulica, à jusante de
onde ocorreu o fechamento
da válvula. As pressões à
montante estão subindo, à
medida que cada uma das
estações à montante reage
em termos hidráulicos, ao
fechamento da válvula. Elas
reagem iniciando um
formato de proteção
quanto à pressão que pára
as bombas quando o limite
de pressão pré-definido é
violado. A vazão à
montante está diminuindo à
medida que as bombas são
removidas sistematicamente
do funcionamento.

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18 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Figura 5c
Tela da Válvula
mostrando os Efeitos do
Fechamento da Válvula
A Figura 5c mostra que a
válvula (GC_v1) foi comple-
tamente fechada às
00:09:35. Isto confirma o
horário esperado para o
fechamento da válvula da
linha tronco.

O EFEITO DO FECHAMENTO DA VÁLVULA SOBRE A


VELOCIDADE E A PRESSÃO:
CURSO ALTERNATIVO PARA O FLUXO
O fechamento de uma válvula, tal como a válvula da sangria em uma estação terminal ou de uma
válvula controladora da pressão com um desvio, dá ao operador alternativas diferentes da parada da
linha.

A pressão sofrerá redução à montante da válvula, da mesma forma que no caso anterior, e as
bombas terão o mesmo aumento da pressão. Quando o problema é identificado, o operador pode
redefinir a rota de escoamento, contornando a válvula fechada.

A linha de bypass pode ser aberta por uma válvula controladora de pressão que parou na posição
fechada. Isto permite que a bomba seja mantida na linha. Em caso de fechamento da válvula na
estação terminal, a rota do fluxo deve ser redefinida através de linhas diferentes, desviando da
válvula fechada. Isto permite que as operações da linha continuem enquanto a válvula estiver fora
de funcionamento.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 19

Figura 6
Esquema de uma estação mostrando um desvio em uma PCV e um desvio
em uma estação.
Observe o estado da válvula na Unidade Controladora de Pressão (PCV). A tela
indica escoamento ocorrendo através de P2.4, P2.5 e P2.6. Este é um padrão de
escoamento normal quando a PCV está funcionando. Se o bypass da PCV estivesse
funcionando, estas válvulas seriam fechadas e P2.7 estaria aberta. Observe que a
estação não estaria sob o controle do set point se a PCV estivesse funcionando. Na
parte inferior do esquema, entre os dois “scraper traps”, existem duas válvulas. Uma
válvula no desvio da estação e a outra (à jusante)é a válvula de retenção da
estação. A estação teria recursos de desvio automático se a PCV tivesse que se
fechar, na medida em que a válvula bypass da estação está na posição aberta.

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20 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Uma válvula controladora de pressão que quebra na posição fechada causa uma
elevação na pressão da estação, à medida que o fluxo é reduzido na estação. Se
existir o bypass da válvula controladora de pressão, o fluxo pode ser desviado, mas
não estará mais sujeito ao controle do set point do operador. Se a estação não tiver
um desvio do fluxo para a válvula controladora de pressão, o fluxo ficará
bloqueado pela válvula controladora fechada e apresentará as mesmas caracterís-
ticas que se houvesse um fechamento na válvula da linha tronco. O fluxo será
bloqueado a menos que a válvula de bypass da estação esteja normalmente na
posição aberta. Se a válvula de bypass da estação estiver normalmente aberta, um
fluxo reduzido pode ser mantido. Isto exigirá que todas as bombas da estação
afetada sejam removidas do serviço e que o oleoduto fique sujeito às mesmas
condições que a estação que sofreu o desvio. (veja EXECUÇÃO DE TAREFAS NÃO-
ROTINEIRAS). Devido ao aumento da perda de carga e à pressão de saída constante,
há uma redução na vazão. A redução na vazão afetará o oleoduto à medida que as
estações forem se ajustando à nova vazão, mais baixa. Talvez não seja possível
restabelecer a vazão original devido às considerações sobre a pressão operacional
máxima aceitável. Se uma nova vazão estável tiver que ser estabelecida para a
linha, o operador precisará determinar a vazão que pode ser mantida e depois
ajustar as pressões para estabelecê-la.

No que tange a estações com válvula de bypass que fica normalmente fechada e o
desvio da válvula controladora da pressão também fechado, será necessária uma
parada imediata da linha. Isto se dá devido ao fluxo do oleoduto não ter um curso
alternativo e estar provocando uma condição semelhante ao fechamento da válvula
da linha tronco.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 21

O EFEITO DO FECHAMENTO DA VÁLVULA


SOBRE O DESEMPENHO DA BOMBA E O
GRADIENTE HIDRÁULICO
O fechamento de uma válvula em um oleoduto em funcionamento afeta o desem-
penho da bomba à montante deslocando o ponto operacional para a esquerda
quando o surto de pressão alta chega. Isto resulta em um aumento na carga estática
na bomba e uma redução na potência requerida, à medida que a vazão cai a zero.
A bomba pode ser forçada a sair da linha se a pressão da carcaça da estação
exceder seu limite aceitável, ou se a bomba começar a vibrar a uma vazão baixa.

A bomba à jusante experimenta uma redução na pressão de sucção quando chega o


surto de pressão baixa. À medida que a vazão que entra na bomba diminui, há o
risco de ocorrer o travamento da bomba devido à vibração, à medida que o fluxo
através da estação perde o equilíbrio. Ainda mais, as bombas poderiam
permanecer na linha e danificar a carcaça da bomba provocando cavitação na
mesma. Há um risco ainda maior das bombas pararem à medida que a pressão de
sucção diminui ao ponto do NPSH (head de sucção positiva líquida) da bomba não
puder ser alcançado pela pressão de saída da estação à montante. Se a bomba
estiver sob o controle da sucção, a válvula controladora da pressão sofrerá perda
de carga para manter a pressão de sucção.

O fechamento de uma válvula em um oleoduto longo faz com que o gradiente


hidráulico atinjam patamares horizontais, à medida que a pressão aumenta. O surto
de pressão inicial sofre um grande aumento na pressão, à medida que ele se
desloca à montante. O gradiente continua a se deslocar em direção a uma posição
horizontal, enquanto o surto se desloca à montante. O gradiente chega ao máximo
acima da pressão estática, depois diminui até se igualar à pressão estática.

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22 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Figuras 7a, 7b, 7c


Efeito Hidráulico do Fechamento
de uma Válvula: Tela de Linha, do
Perfil e da Válvula
As Figuras 7a até 7c mostram o efeito
do fechamento de uma válvula sem
um curso alternativo para o fluxo. O
oleoduto estava em uma faixa de
5600 m3 quando a válvula foi fechada
em GE_V1 (MP 142) às 00:02:30. A
válvula levou 3 minutos para se fechar
com a maior porcentagem do
fechamento acontecendo no último
minuto do fechamento às 00:04:30.

Observe que a onda de pressão se estende de


volta até as estações GE, GF e inicia o retorno
até a estação GD. Observe que o empacota-
mento da linha muda na Tela da Linha, a qual
reflete uma queda repentina da pressão à
jusante na estação GE e um aumento inicial
do empacotamento da linha na estação GD.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 23

EXEMPLO 1
FECHAMENTO DA VÁLVULA DA LINHA TRONCO

Figura 8a
Tela da linha de um oleoduto em estado
estável tirada às 00:01:59. O oleoduto tem
uma vazão de 5200 m3/h, capacidade com
o enchimento de linha atual.

Figura 8b
Perfil hidráulico do mesmo oleoduto
às 00:01:06.

Figura 8C
Tela de válvula às 00:06:46 mostrando a
localização das válvulas da linha tronco no
oleoduto. A válvula GC_v1 está se fechando.

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24 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Figura 8d
Tela da linha às 00:09:13 mostrando
os efeitos do fechamento da válvula.
A coluna LNPK indica que o fluxo foi
completamente bloqueado na
Estação GC (-504). Observe as 4
bombas na Estação GC, as quais
estão parando (STPNG). Quando os
dispositivos controladores da pressão
detectaram a condição de sobre-
pressão, eles automaticamente
pararam as bombas. O fluxo 0
indicado na Estação GC é mais uma
confirmação do bloqueio completo
do fluxo.

Figura 8e
Tela da válvula às 00:09:35,
confirmando o fechamento
completo da válvula na Estação GC.

Figura 8f
Perfil hidráulico às 00:11:04, dois
minutos depois que a válvula se
fechou. Observe a rápida redução
na vazão e na altura manométrica
hidráulica à jusante do fechamento
da válvula. As pressões à montante
estão subindo à medida que cada
uma das estações à montante leu
hidraulicamente o fechamento da
válvula. Os dispositivos controladores
da pressão param as bombas
quando o limite de pressão pré-
determinado é violado. A vazão à
montante está diminuindo à medida
que as bombas são sistematica-
mente removidas do serviço.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 25

REVISÃO 2 ?
1. Quando uma válvula da linha tronco se fecha, a pressão à
montante ______ e a pressão à jusante ______.
a) diminuirá, diminuirá
b diminuirá, aumentará
c) aumentará, diminuirá
d) não sofrerá nenhum efeito, diminuirá

2. O fluxo no ponto de controle mais próximo ao fechamento da


válvula da linha tronco ______.
a) aumentará lentamente
b) diminuirá lentamente
c) aumentará até quase chegar ao máximo
d) diminuirá para quase zero

3. Se a válvula controladora da pressão da estação quebrar na


posição fechada, mas o desvio estiver na posição aberta, a
bomba pode permanecer na linha, mas não estará sujeita
a(o)______.
a) pressão da linha tronco
b) controle do set point
c) todo o fluxo
d) todos os itens acima

4. A bomba à jusante do fechamento da válvula da linha


tronco ______.
a) possivelmente sofrerá cavitação
b) vibrará
c) perderá sucção
d) todos os itens acima

As respostas estão no final deste módulo.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 27

SEÇÃO 3

SEPARAÇÃO DE
COLUNA/GASEIFICAÇÃO
OBJETIVOS
Depois de estudar esta seção, você deverá saber:
• Explicar a teoria hidráulica associada à separação de coluna.
• Identificara as condições que levam à separação de coluna.
• Identificar os pontos em um determinado oleoduto onde podem ocorrer separações.
• Explicar as condições sob as quais a separação de coluna tem maior probabilidade de
ocorrer.
• Descrever os efeitos da separação de coluna sobre o desempenho da bomba e sobre o
gradiente hidráulico.
• Descrever os efeitos da separação de coluna sobre a velocidade, a pressão e a massa
específica.
• Explicar de que forma as diferenças na elevação afetam a estação à jusante do ponto
onde ocorreu a separação de coluna.

INTRODUÇÃO
A separação de coluna/gaseificação ocorre quando a pressão no oleoduto (head estático)
cai abaixo da pressão de vapor do líquido.

A separação de coluna/gaseificação pode ocorrer em qualquer oleoduto que tenha


variações de moderadas a bruscas na elevação entre a estação de bombeamento e/ou os
pontos de sangria. Em algumas operações de oleoduto, a separação de coluna de líquido
é necessária para permitir que as pressões não excedam os limites máximos de pressão
aceitáveis, conforme ditado pelo conceito de projeto do oleoduto. Estes tipos de
operações do oleoduto são conhecidas como sistemas de linha cheia e são
específicos de qualquer oleoduto que seja capaz de gerar um head estático superior às
capacidades de projeto do seu equipamento.

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28 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Nossa discussão focalizará os sistemas de linha cheia que requerem que a coluna
permaneça intacta para a realização da operação. Esta seção discutirá as razões
pelas quais se deve evitar a separação de coluna, os eventos que levam à separação
de coluna, gaseificação devido à separação, e os efeitos sobre o equipamento, tais
como bombas, válvulas, e tubulação da linha tronco. A discussão terá como foco
principal as considerações sobre o fluxo, os requisitos de pressão e os efeitos
hidráulicos da separação de coluna. A conclusão desta seção discutirá os métodos e
procedimentos para a reintegração da coluna e os efeitos desta reintegração.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 29

RAZÕES PELAS QUAIS SE DEVE EVITAR A


SEPARAÇÃO DE COLUNA
Alguns oleodutos foram projetados para operar continuamente com a separação de
coluna nos pontos altos. Isto é particularmente verdadeiro nos oleodutos que têm que
superar grandes variações na elevação, tais como atravessar uma cadeia de
montanhas. A maioria dos oleodutos não opera com a separação de coluna, e lutam
para evitar o processo de gaseificação. A instrumentação para os oleodutos que
transportam líquidos não foi projetada para trabalhar com fluxo bifásico, portanto
quando a coluna se separa, a transmissão dos dados perde a precisão.

Uma razão pela qual se deve evitar a separação de coluna é que quando a coluna é
reintegrada, uma enorme quantidade de energia é liberada. Grandes ondas
transitórias serão geradas e irão à montante e à jusante através do oleoduto. Estas
ondas transitórias, em casos graves, poderiam ser suficientemente grandes para
danificar a integridade do duto.

Deve ser observado que, quando o trecho vaporizado volta ao estado líquido, as
moléculas de gás de fato implodem dentro do oleoduto. Esta implosão é uma força
destrutiva e causa “pitting”, ou cavitação da parede interna do duto. Depois de várias
ocorrências, a implosão, reduzirá a tensão de escoamento do tubo. Outra razão pela
qual se deve evitar a separação de coluna é devido à precisão das
ferramentas de análise de vazamentos do operador é muito reduzida durante a
gaseificação do fluido e pelo desequilíbrio subseqüente do fluxo.

A meta do operador do oleoduto é manter um estado estável no oleoduto. As ondas


transitórias roubam do oleoduto o estado estável e se tornam perigosas quando se faz
a reintegração da coluna. A coluna deve ser reintegrada para recuperar o estado
estável. (Algumas companhias transportadoras de petróleo estipulam que se a coluna
não for recuperada dentro de um período de dez minutos, a parada do oleoduto é
obrigatória).

Se a separação de coluna for deixada durante um período de tempo longo, a causa da


situação se torna menos aparente, e um vazamento não pode ser eliminado como
causa possível. Faz-se necessária então a parada do oleoduto.

Evitar que ocorra a separação da coluna protegerá a integridade do oleoduto, ajudará


a garantir a precisão da instrumentação e facilitará a detecção de vazamentos.

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30 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

COMO E PORQUE OCORRE A


GASEIFICAÇÃO
A gaseificação ocorrerá em um líquido sempre que a pressão cair abaixo da
pressão de vapor do líquido (veja Comportamento dos Fluidos). Em um oleoduto
de líquidos, é importante que não haja gás no duto. Se a pressão em um determi-
nado ponto do oleoduto cair abaixo da pressão de vapor do líquido, então parte do
líquido vaporizará, formando uma bolha de gás no oleoduto. Quando isto ocorre, é
denominado separação de coluna; a coluna de óleo se separou.

CAUSAS DA SEPARAÇÃO DE COLUNA


A separação de coluna também é um desequilíbrio do fluxo. Há formação de uma
bolha de gás no oleoduto, porque uma quantidade maior de líquido saindo do
oleoduto do que a que está entrando. Se as perdas devido à fricção de à montante
da estação de bombeamento em direção ao ponto de maior elevação aumentam em
uma proporção constante, e as pressões no oleoduto diretamente à montante do
ponto de maior elevação ficam muito baixas, não haverá energia suficiente para
bombear o óleo cru do oleoduto para ultrapassar o ponto de maior elevação. No
lado à jusante da elevação, a gravidade ajuda a mover o óleo através do oleoduto.
A vazão não se reduzirá até que o trecho de descida do oleoduto seja drenado em
uma quantidade considerável isto resulta em um desequilíbrio no fluxo.(Para obter
mais informações sobre a drenagem, veja Gráfico de Análise de Tendêcia). O
trecho do oleoduto à montante da separação de coluna preservará um estado
estável, já que a estação à montante precisará apenas manter as perdas da linha até
o ponto de separação de coluna.

O desequilíbrio no fluxo não precisa ser grande. Se o fluxo que sobe a inclinação
for de 3500 m3/h, e o fluxo que desce for de 3600 m3/h, então há um desequilíbrio
no fluxo de 100 m3/h. Isto é menos de três por cento do fluxo total. Se for
permitido que continue por uma hora, porém haverá a formação de um bolsão de
gás de aproximadamente 100 m3 no oleoduto.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 31

RESTABELECIMENTO DA COLUNA
Para reintegrar a coluna, o operador deve reverter o desequilíbrio no fluxo. Isto é,
ele deve aumentar o fluxo à montante ou diminuir o fluxo à jusante, ou ambos, de
modo que o fluxo à montante seja 100 m3/h superior ao fluxo à jusante. O
operador deve também definir um limite de tempo para a reintegração da coluna
que deve estar de acordo com os padrões operacionais. Se o operador reverter o
desequilíbrio de modo que o fluxo à montante seja 100 m3/h superior ao fluxo à
jusante, levará uma hora para que a coluna seja restabelecida. Se levar mais do que
isso, pode haver outro problema no oleoduto, possivelmente um vazamento.

O método escolhido para reintegrar a coluna deve refletir o tempo estimado para
obter a reintegração, o fator de risco com um possível vazamento, e a política da
empresa de acordo com a qual o operador deve proceder. A meta principal é obter
100% de líquido no oleoduto com o menor impacto possível sobre todo o oleoduto.
Independentemente do método adotado, um desequilíbrio temporário no fluxo será
necessário para que a vazão à montante do ponto de separação de coluna seja
maior do que a vazão à jusante.

QUANDO E ONDE OCORRE A


SEPARAÇÃO DE COLUNA
A única condição sob a qual ocorre a separação de coluna é quando a pressão no
oleoduto cai abaixo da pressão de vapor do líquido que está sendo transportado no
duto. Isto ocorre nos pontos em que o gradiente hidráulico está mais próximos do
perfil de elevação, seja em um ponto alto do perfil de elevação ou próximo da
sucção da bomba. No oleoduto a seguir, porém, há uma perda de pressão devido à
fricção em todo o oleoduto. Portanto, é mais difícil determinar onde estão as
pressões mais baixas. A elevação ainda é importante, mas um morro pequeno na
extremidade à jusante do oleoduto pode ter maior probabilidade de sofrer
separação de coluna do que uma grande elevação à montante, dependendo de
fatores tais como a vazão e a viscosidade do líquido.

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32 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

SEPARAÇÃO DE COLUNA E VAZÃO


A vazão determina a inclinação do gradiente hidráulico. Quando há fluxo zero, o
gradiente hidráulico fica plano (ou seja, têm inclinação zero). À medida que a
vazão aumenta, a inclinação do gradiente aumenta. Quando a vazão aumenta, sem
que haja um aumento correspondente na pressão de saída na estação à montante,
então é provável que ocorra separação de coluna no ponto alto entre as duas
estações.

Quando o fluxo e a pressão diminuem, possivelmente devido à chegada de um


fluxo mais pesado na estação de bombeamento imediatamente à montante da
variação da elevação, e não é tomada nenhuma providência no próximo ponto de
controle imediatamente à jusante para diminuir a vazão (veja Controle e
Estabilização), então é muito provável que haja gaseificação no ponto alto entre
estes dois locais.

SEPARAÇÃO DE COLUNA E SEQÜÊNCIA


DAS BATELADAS
Se um trecho da linha é preenchido com um óleo cru leve e uma batelada mais
pesada entrar no trecho, as perdas devido à fricção aumentarão e a pressão à
jusante diminuirá. Se a pressão à jusante cair abaixo da pressão de vapor do fluido
no pico da elevação entre estes dois locais, pode ocorrer a separação de coluna. Os
operadores devem observar quando entra uma batelada nova na estação de
bombeamento, de modo a poderem ajustar a carga estática da estação para
compensar a variação nas perdas de carga da linha.

VARIAÇÕES NA ELEVAÇÃO
A elevação da estação à jusante desempenha um papel importante na determinação
da ocorrência ou não da separação de coluna. Se a estação estiver em um ponto de
baixa elevação, e houver um pequeno morro entre ela e a estação à montante,
então há maior probabilidade de ocorrência de separação de coluna. A presença de
um morro baixo imediatamente antes da estação à jusante também deixará a linha
suscetível à separação de coluna porque o gradiente hidráulico é o mais baixo do
lado da sucção da bomba à jusante. Se a estação estiver em um ponto de grande
elevação, então o gradiente hidráulico têm maior probabilidade de passar sobre o
morro entre as duas estações sem causar a separação de coluna.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 33

A separação de coluna tende a não ocorrer em perfis de elevação planos a menos


que haja uma ruptura no oleoduto. Se os sintomas da separação de coluna apare-
cerem em um trecho do oleoduto, então haverá uma grande probabilidade de existir
um vazamento, do qual se deve tratar imediatamente.

RECONHECIMENTO DA SEPARAÇÃO
DE COLUNA
A ferramenta perfeita para reconhecer se as pressões dentro do oleoduto estão
iguais ou se aproximam da pressão de vapor do fluido contido na linha, é o trans-
missor de pressão localizado nos pontos intermediários que têm probabilidade de
apresentar separação de coluna. Esta informação deveria estar disponível pronta-
mente para o operador.

Se não estiver disponível, então o operador confia na tendência do fluxo e das


pressões nos pontos de controle mais próximos e no reconhecimento dos sintomas
da separação de coluna. Em uma condição operacional estável, não haverá modifi-
cações no fluxo ou nas pressões à montante. Os sintomas da separação de coluna
virão do ponto de controle disponível mais próximo no lado à jusante da queda da
elevação. Tanto o fluxo quanto as pressões declinarão de forma constante de uma
forma uniforme aqui.

Se houver suspeita de estar ocorrendo a separação de coluna, a prova disso virá


emitindo uma onda de pressão transitória para um desses locais a partir do outro. O
operador deve se lembrar de trabalhar com os locais de controle mais próximos
possíveis da área onde estiver ocorrendo o problema.

Como exemplo, aumente as pressões de sucção e de manutenção da coluna de


líquido no local à jusante e observe a reação no local à montante, dentro do
período esperado para que a onda transitória se desloque entre estes dois pontos.
Este teste não eliminará o vazamento como causa da separação de coluna. Um
estudo cuidadoso das tendências históricas pode mostrar que não houve nenhuma
modificação nas pressões e na vazão à montante, indicando também a separação de
coluna. Este teste somente é efetivo em condições operacionais em estado estável.

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34 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

SEPARAÇÃO DE COLUNA E VAZAMENTOS


Para um operador, a separação de coluna lembra muito um vazamento no oleoduto
porque, em ambas as situações, a pressão e a vazão à jusante diminuem. Os
operadores devem ter em mente, porém, que um vazamento pode ser a causa da
separação de coluna. Neste caso, a preocupação principal é o vazamento. Se o
operador tentar corrigir a separação de coluna aumentando a pressão à montante, o
fluxo aumentará o vazamento. Um vazamento pode afetar as pressões na linha de
tal forma que a separação de coluna poderia ocorrer à montante do vazamento, à
jusante do vazamento, ou no local do vazamento, dependendo do perfil de
elevação. Um vazamento reduzirá a pressão no oleoduto, no ponto do vazamento,
afetando as pressões em toda a linha. A separação de coluna terá maior probabili-
dade de aumentar nos pontos de grande elevação quando ocorrer um vazamento na
linha. Se o líquido que estiver sendo transportado no oleoduto tiver uma pressão de
vapor alta, então a pressão no local do vazamento poderia cair o suficiente para
causar a separação de coluna neste ponto.

A separação de coluna apenas não afetará a pressão e a vazão à montante. A


pressão e a vazão à jusante diminuirão lentamente. Um vazamento pode causar
modificações mais rápidas nas pressões e nas vazões do que a separação de coluna.
Em um vazamento, as pressões à montante e à jusante diminuirão.

SEPARAÇÃO DE COLUNA E BOMBAS


Se ocorrer a separação de coluna, o oleoduto “sofrerá drenagem” à jusante da
separação. As colunas de líquido de ambos os lados da bolsa de gás se comportam
independentemente uma da outro. Se a pressão no oleoduto não for aumentada, a
bolha de gás continuará no lado à jusante da elevação. À medida que o líquido é
drenado em direção à estação de bombeamento, a pressão à jusante da estação de
bombeamento diminuirá. Se não houver uma parada, ocorrerá cavitação dentro da
carcaça da bomba, a qual poderia causar danos sérios. As bombas sofrerão
cavitação quando a leitura da pressão de sucção indicar uma pressão mais alta do
que a pressão de vapor. Isto se dá porque a pressão no olho do impelidor é mais
baixa do que a pressão na sucção da bomba.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 35

SEPARAÇÃO DE COLUNA E
GRADIENTES HIDRÁULICOS
Uma representação gráfica da separação de coluna mostra o gradiente hidráulico
(calculado em pés de altura manométrica) caindo para estar de acordo com o perfil
de elevação. Uma vez que isso tenha ocorrido, o gradiente da estação de bombea-
mento à montante faz uma descarga em direção ao ponto onde ocorreu a gaseifi-
cação e permanecerá constante.

À jusante, porém, o gradiente hidráulico é muito afetado. Depois que ocorre a


separação de coluna, o líquido começa a drenar morro abaixo. O gradiente
hidráulico segue o líquido no percurso de descida. A vazão diminui à medida que o
líquido é drenado morro abaixo. A pressão e o fluxo reduzidos na estação à jusante
são semelhantes ao que foi visto no caso de haver vazamento no oleoduto. No caso
da separação de coluna, contudo, não há uma queda brusca na pressão na estação à
montante.

EXEMPLO 2
SEPARAÇÃO DE COLUNA

Figura 9a
Tela da linha do oleoduto em estado estável, tirada às 00:15:08.

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36 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Figura 9b
O perfil hidráulico do mesmo
oleoduto, às 00:15:38. A troca de
batelada na Estação GF e o início do
empacotamento no oleoduto,
conforme descrito na Figura 11,
começando a ocorrer.

Figura 9c
Tela da linha do mesmo oleoduto 10 minutos
depois, às 00:25:36.

Figura 9d
Perfil hidráulico às 00:26:19. (as Figuras 12c e
12d mostram o resultado da redução da
pressão de manutenção da coluna no
ponto de sangria às 00:20, cinco minutos
depois da troca de batelada.) A pressão de
manutenção da coluna reduzida causou a
separação de coluna em um ponto aproxi-
madamente 3 milhas à montante da
Estação GG. Observe que a linha do
gradiente hidráulico cruza a linha do perfil
da elevação, indicando a separação de
coluna. A redução da pressão de
manutenção corrigiu o problema imediato
do empacotamento, mas levou à condição
de drenagem que resultou na separação de
coluna. Neste oleoduto em especial, faz-se
necessária uma operação de linha cheia.
Portanto, a coluna deve ser restabelecida
elevando a pressão no ponto de maior
elevação acima da pressão de vapor.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 37

SUC THR DISC 1 2 3 4 5 6 7 PMP STN LOS


Exit GA 0 0 0 0 0 0 GA
Update GB 0 0 6 0 6 7 GB
Time GC -1 0 -3 1 -2 -3 GC
00:26:00
GD 0 1 12 1 12 -2 GD
Updated
00:26:00 GE 14 12 12 -2 -2 2 GE

Next GF 10 -23 -22 -33 -32 -22 GF


Update
00:36:00 GG -20 GG

Figura 9e
As modificações são mostradas durante um período de 10 minutos entre 00:16 e 00:26.

Figura 9f
Tela da linha às 00:28:25. A coluna
agora foi restabelecida.

Figura 9g
Perfil hidráulico às 00:28:45. Observe a
vazão uniforme em todo o oleoduto. A
pressão no ponto de maior elevação
precisará ser supervisionada para garantir
que a pressão permaneça acima da
pressão de vapor. A coluna foi restabele-
cida aumentando a pressão de
manutenção da coluna na Estação GG. Se
a pressão no ponto de maior elevação
continuar a diminuir, serão necessários
outros ajustes na pressão de manutenção
da coluna.

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38 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

? REVISÃO 3
1. A separação de coluna ocorre quando a pressão no
oleoduto cai abaixo _______.
a) da pressão de vapor do líquido
b) da pressão operacional máxima aceitável
c) do NPSH da bomba
d) de 100 kpa

2. Durante a separação de coluna dentro do oleoduto, o


fluxo_______.
a) aumenta
b) se desequilibra
c) fica bloqueado
d) diminui

3. Uma enorme quantidade de _______ é liberada quando a


coluna é restabelecida.
a) energia
b) pressão
c) kilowatts
d) fluxo

4. Para fazer com que o vapor dentro do oleoduto volte ao


estado líquido, o operador deve inverter a tendência à
drenagem.
a) Verdadeiro
b) Falso

5. A Gaseificação é mais provável de ocorrer _______.


a) perto do lado da sucção da bomba
b) à jusante de um vazamento
c) no ponto mais alto entre dois pontos de controle
d) todos os itens acima

As respostas estão no final deste módulo.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 39

SEÇÃO 4

REFLUXO: FALHA DA VÁLVULA


DE RETENÇÃO
OBJETIVOS
Depois de estudar esta seção, você deverá saber:
• Explicar a teoria hidráulica associada com o refluxo.
• Identificar os pontos de um oleoduto em especial onde ocorre o refluxo.
• Descrever os efeitos do refluxo sobre o desempenho da bomba e o gradiente
hidráulico.
• Descrever os efeitos do refluxo sobre a velocidade, a pressão e a massa
específica.

INTRODUÇÃO
As válvulas de retenção são usadas no sistema do oleoduto para manter o fluxo no
sentido à jusante. As válvulas de isolamento são fechadas quando a linha é parada
para isolar os diferentes trechos da linha e conter quaisquer problemas que possam
ocorrer em trechos específicos da linha.

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40 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

FALHA NAS VÁLVULAS DA ESTAÇÃO


As válvulas de retenção são usadas nas estações de bombeamento para manter o sentido do
fluxo através das bombas. As válvulas de retenção são usadas nas bombas das estações
terminais e para evitar que o fluxo entre nos tanques de armazenagem dos expedidores ou nos
oleodutos.

Uma falha na válvula de retenção em uma estação de bombeamento causa recirculação do


fluxo. Quando uma válvula de retenção está funcionando adequadamente, o fluxo é dire-
cionado para a bomba que está em operação, e através da válvula de retenção quando a bomba
está fora de serviço, conforme mostrado nas Figuras 10a e 10b. Quando uma válvula de
retenção de uma bomba apresenta defeito, o padrão do fluxo é modificado. A Figura 10c
mostra que o fluxo parcial recircula do lado da descarga da bomba para o lado da sucção da
mesma. O fluxo em direção à estação proveniente da linha tronco para a sucção da bomba é
reduzido devido ao aumento da pressão de sucção. O fluxo do lado da descarga da bomba
aumentará à medida que o fluxo reciclado somar sua velocidade ao fluxo que está entrando na
bomba. Através da comparação entre a curva da bomba e o seu desempenho, podem ser obser-
vadas as discrepâncias. O consumo de energia aumentará na bomba onde está ocorrendo recir-
culação, pois o consumo de energia aumenta com a vazão.

Sentido do Válvula de Sentido do Válvula de Sentido do Válvula de


Líquido Retenção Líquido Retenção Líquido Retenção

Figura 10a, 10b, 10c


Uma Falha da Válvula de Retenção Afeta o Fluxo da Bomba

Uma válvula de retenção em funcionamento evita que o fluxo recircule através da bomba.
Quando a bomba não está operando a válvula de retenção fica aberta e o fluxo passa através da
válvula. Uma válvula de retenção com defeito permite que o fluxo recircule da descarga da
bomba para a sucção da mesma.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 41

Quando as bombas estão operando em série, uma falha na válvula de retenção de uma das bombas resulta
em recirculação, a qual reduz o rendimento da carga estática da estação. Com a recirculação de uma das
bombas, a vazão através da bomba é aumentada. Isto desloca o ponto operacional para a direita na curva
head x vazão e a carga estática diminui.

Também é possível que toda a estação esteja sofrendo recirculação quando a válvula de retenção entre a
sucção e a saída da estação quebra na posição aberta. Isto aumenta o fluxo através de todas as bombas da
estação e resulta em uma carga estática de saída reduzida na linha tronco. Apesar da vazão aumentar através
da estação, a energia é investida na recirculação do fluxo através da estação ao invés de manter o fluxo na
linha tronco. A recirculação na estação reduz a vazão na linha tronco, devido à pressão de saída reduzida da
estação. Uma verificação nas curvas das bombas que estão em funcionamento confirmará o desempenho da
bomba.

Bombas

Válvula Válvula
de de
Sucção Descarga

Válvula
de
Retensão

NF Válvula de
Controle de
Pressão

Figura 11
Esquema da Estação
com falha da válvula de
Válvula de Válvula de retenção. A estação
Entrada da Saída da opera com fluxo máximo
Estação Estação quando a válvula de
OLEODUTO DESCARGA PARA retenção da linha
tronco falha.
Válvula de A PRÓXIMA ESTAÇÃO
Bypass da Estação

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42 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

REFLUXO E VAZAMENTOS
Em condições operacionais de estado estável, a diferença entre a assinatura
hidráulica de um vazamento e as modificações observadas devido à reciclagem da
bomba ou da estação de bombeamento deveriam ser prontamente perceptíveis.
Diferentemente da resposta a um vazamento, o fluxo diminui no ponto à montante.

O processo de Resolução-de-Problemas se torna muito mais difícil quando a


válvula de retenção da bomba ou da estação falham durante um distúrbio no
oleoduto, quando ocorrem condições transitórias. É pouco provável que a válvula
de retenção quebre na posição aberta. Quando isto ocorrer, as respostas da pressão
e do fluxo no local e nos pontos próximos apresentarão um ou mais alarmes de
vazamento.

EXEMPLO 3
REFLUXO

Figura 12a
Perfil hidráulico do mesmo estado do oleoduto.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 43

Figura 12b
Tela da linha operando a 400 m3/h, em um
estado estável.

Figura 12c
Tela de informações da bomba da estação
GD, operando em estado estável;
mostrando a bomba 2 em
funcionamento.

Figura 12d
ALARME DE VAZAMENTO: Tela da linha às
09:42. Observe a queda na pressão da
carcaça e
na vazão.

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44 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Figura 12e
Perfil hidráulico às 10:12 (30 segundos
depois) indicando uma ligeira redução do
fluxo perto da estação GD.

Figura 12 f
Tela de informações
sobre a bomba de GD,
às 11:52. Observe a
vazão que passa pela
bomba. 8016 m3/h, em
comparação com a
vazão da estação de
4004 m3/h. A carga
estatica da bomba foi
reduzida substancial-
mente (-82 psi),
enquanto a potência
aumentou (+641 hp).
Estas modificações
indicam que a válvula
de retenção da bomba
está na posição aberta,
seguindo o refluxo do
lado da descarga da
bomba para o lado da
sucção da mesma.

Figura 12g
Tela da linha às 13:13, continua a
situação do monitor, são procurados
outros alarmes de vazamento.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 45

Figura 12h
Perfil hidráulico às 14:05. Apesar dos gradi-
entes terem diminuído ligeiramente de GC
para GE, esta redução não indica que
uma grande quantidade de energia
tenha sido liberada do sistema, como
ocorreria no caso de um vazamento.
Devido ao aumento do fluxo que passa
através da bomba 2 em GD, o aumento
na potência observado e à redução na
pressão da carcaça, a decisão tomada é
ver a outra bomba em GD que esteja
apresentando o mesmo desempenho. A
bomba 3 é trazida para a linha e a
bomba 2 é retirada do serviço.

Figura 12I
Tela de informações
sobre a bomba às
20:00 mostrando a
bomba 2 fora e a
bomba 3 operando
Observe que o fluxo
através da bomba
3 agora está de
acordo com o fluxo
da linha tronco a
4109 m3/h. A carga
estática que está
sendo produzida pela
bomba aumentou
até o valor esperado
de aproximadamente
300 psi.

Figura 12j
Tela da linha às 21:11. O fluxo e a
pressão da carcaça voltaram aos
valores normais esperados. A tendência
da linha ao empacotamento foi
revertida. Isto prova que a válvula de
retenção da bomba 2 na estação GD
quebrou na posição aberta.

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46 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

? REVISÃO 4
1. Quando a válvula de retenção da bomba na linha de bypass,
entre a sucção e a saída da bomba, permanecer na posição
aberta, com a bomba em funcionamento,______.
a) o fluxo através da bomba aumentará
b) a carga estática da bomba diminuirá
c) a pressão da estação diminuirá
d) todos os itens acima

2. Quando a bomba não está funcionando, a válvula de


retenção fica na posição ______.
a) aberta
b) fechada

3. É ______ que a válvula de retenção de uma bomba quebre


na posição aberta, durante uma condição operacional de
estado estável.
a) improvável
b) provável

As respostas estão no final deste módulo.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 47

SEÇÃO 5

VAZAMENTOS
OBJETIVOS
Depois de estudar esta seção, você deverá saber:
• Descrever os efeitos de um vazamento sobre o desempenho da bomba.
• Descrever os gradientes hidráulicos que se apresentam como resposta
aos vazamentos.
• Descrever os efeitos de um vazamento sobre a velocidade, a pressão
e a massa específica.
• Descrever todas as etapas da Lista de Alarmes de Vazamento.

INTRODUÇÃO
O vazamento em um oleoduto é considerado o pior cenário possível para qualquer
tipo de operação no oleoduto. Um vazamento pode ter repercussões imensuráveis
sobre as finanças, integridade, e possivelmente a continuação da existência de uma
empresa transportadora de derivados de petróleo. O impacto ambiental de um
vazamento de oleoduto também pode ser grave, provocando uma atitude de
desconfiança da população que pode levar anos para ser revertida.

Você, enquanto operador, deve controlar e supervisionar o oleoduto de modo a


evitar condições que possam causar vazamentos, bem como compreender os
alarmes que identificam a possível existência de um vazamento. Um operador deve
ser capaz de analisar qualquer modificação no estado do oleoduto e identificar a
causa básica das anomalias existentes. Quando uma causa não puder ser encon-
trada, é responsabilidade do operador minimizar qualquer impacto possível que a
anomalia possa ter parando imediatamente o oleoduto até que seja feita uma inves-
tigação profunda no local. Estimulamos bastante todas as empresas transportadoras
a adotar políticas e procedimentos que ajudem os operadores e seus superiores a
tomar decisões que permitam respostas cuidadosas e apropriadas a uma possível
condição de vazamento.

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48 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

DIMENSÃO DOS VAZAMENTOS


A dimensão de um vazamento determina o efeito que ele terá sobre a pressão e a vazão do
oleoduto. Os vazamentos do sistema do oleoduto são observados desde o centro de
controle na forma de modificações da pressão da linha. A dimensão e o efeito do
vazamento sobre a pressão da linha determinará se ele é detectável ou não pelos ope-
radores.

Os fatores que determinam a magnitude de um vazamento são a pressão da linha no local


onde está ocorrendo o vazamento, a dimensão do oleoduto e a dimensão da abertura no
duto. A vazão que sai de um vazamento depende da pressão da linha e da dimensão da
abertura na linha. Uma pressão alta em uma pequena abertura no duto resultará em uma
taxa de vazamento baixa e uma pequena queda na pressão na linha. Uma abertura maior
em um ponto de pressão baixa na linha também resultará em uma taxa de vazamento baixa
e em uma pequena redução na pressão da linha.

A dimensão do vazamento em relação à dimensão do oleoduto também tem efeito sobre a


quantidade de variação da pressão na linha. Um pequeno vazamento em uma linha
pequena produzirá uma redução maior na pressão do que um vazamento pequeno em um
oleoduto maior. Isto faz com que os vazamentos sejam difíceis de detectar em oleodutos
maiores.

100 1/2" - de Abertura


% de Pressão da Linha

80
1" - de Abertura
60

40

20
12" - de Abertura
0
0 50 100

Figura 13
O efeito da Dimensão do Vazamento sobre a Pressão e o Tempo de Fluxo em
Estado Estável em uma Linha de 34 polegadas.
O efeito do vazamento sobre a pressão da linha depende da dimensão da abertura no
duto. Uma abertura de 1/3 do diâmetro do duto é capaz de descarregar todo o fluxo
do duto.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 49

GRADIENTES HIDRÁULICOS EM RESPOSTA


A VAZAMENTOS
Quando um vazamento ocorre, há uma variação nas vazões. Isto se dá devido à
perda de fluido do oleoduto. A pressão da linha diminui em resposta ao fluido que
escapa da linha. A redução na pressão no local do vazamento provoca uma modifi-
cação no equilíbrio da energia total do oleoduto. A energia está sendo drenada da
linha pelo vazamento e o sistema responde se deslocando para um novo equilíbrio.

O movimento em direção a um novo equilíbrio começa com o surto de pressão


decrescente que se desloca em ambos os sentidos da linha a partir do local onde
ocorreu o vazamento. À medida que o surto de pressão se desloca pela linha, há
um aumento na vazão à montante e uma redução na vazão à jusante do vazamento.
HEAD

Figura 14 Q1 Q1 = Q 2
O Efeito de um Vazamento
sobre o Gradiente Hidráulico
A inclinação do gradiente à
montante aumenta depois do Q2
vazamento e a inclinação à jusante
diminui. O fluxo do vazamento é A B
constituído de um aumento no fluxo
à montante e uma redução do
fluxo à jusante.

Q1 Q 1 = Q2 + Q L

Q2

A B

QL

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50 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

MODIFICAÇÃO DA PRESSÃO E DO FLUXO


À MONTANTE
A vazão à montante aumenta porque a perda de pressão no local do vazamento
aumenta a inclinação do gradiente hidráulico entre o vazamento e a bomba à
montante. O aumento da diferença de pressão em todo o trecho da linha faz com
que a vazão aumente até que a perda de carga, devido à fricção, seja igual à
diferença de pressão entre a descarga da bomba e o local onde está ocorrendo o
vazamento.

MODIFICAÇÃO DA PRESSÃO E
DO FLUXO À JUSANTE
A vazão à jusante diminui à medida que a pressão através do trecho à jusante da
linha diminui. A pressão no local do vazamento cai e a pressão de sucção na
estação à jusante inicialmente não sofre nenhuma modificação. À medida que a
redução do surto de pressão é transmitida para a estação de bombeamento à
jusante, a vazão diminui. A redução na vazão à jusante pode ser muito pequena se
a variação da elevação fornecer a carga estática necessária para manter o fluxo.

LOCALIZAÇÃO DOS VAZAMENTOS


A localização do vazamento em um determinado trecho da linha afetará a vazão do
vazamento e a pressão da linha.

A vazão do vazamento fará variar a pressão da linha ao longo do trecho da linha


com qualquer incidente de menor porte que o rompimento da linha. A taxa de
vazamento será mais alta na extremidade da descarga da bomba desse trecho do
oleoduto e mais baixa na extremidade da sucção do mesmo trecho do oleoduto. Os
vazamentos em pontos de baixa elevação também apresentarão vazões mais altas
porque a pressão aumenta à medida que a elevação da linha diminui. Isto ocorre
normalmente em travessias de rios, onde os danos causados ao meio-ambiente
também são maiores. O rompimento completo da linha causará um escoamento de
100% da vazão da linha, seja qual for o ponto da linha em que ele ocorrer.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 51

EFEITOS DOS VAZAMENTOS SOBRE O


DESEMPENHO DA BOMBA
O efeito de um vazamento sobre o desempenho da bomba está relacionado à curva
de head/vazão e à eficiência, potência e NPSH daquela bomba específica. Uma
variação na capacidade ou na vazão modificará o desempenho da bomba.

A bomba à jusante de um vazamento receberá um fluxo reduzido na sucção devido


ao fluxo reduzido do oleoduto à jusante do vazamento. À medida que o fluxo
diminui, o ponto operacional se desloca para a esquerda da curva de carga estática
e a bomba produz uma carga estática maior com a vazão mais baixa. Contudo, uma
carga estática maior aumenta a vazão à jusante da bomba. A bomba tenta retornar
ao ponto operacional e à vazão originais. Isto faz com que a pressão de sucção
diminua. Isto é observado na redução da pressão de sucção e em uma redução
menor da pressão de descarga à medida que a vazão é reduzida.

A bomba à montante de um vazamento começará a bombear a uma vazão maior


devido à redução da perda de carga no trecho da linha à jusante. O ponto opera-
cional se desloca para a direita na curva head x vazão, para uma carga estática
menor e uma vazão maior. À medida que a vazão aumenta à montante, há uma
redução na pressão de sucção à medida que o gradiente hidráulico à montante fica
mais pronunciado em resposta à vazão mais alta na sucção da bomba.

A eficiência, a potência e a NPSH também variam à medida que a capacidade das


bombas se modifica. A potência e o NPSH da bomba à jusante estão sofrendo
redução gradativa. A eficiência vai variar dependendo do ponto da curva em que a
bomba estiver operando. A bomba à montante apresentará potência e NPSH grada-
tivamente crescentes à medida que a vazão aumentar e a carga estática diminuir.

Isto acontecerá imediatamente quando o surto de pressão chegar na estação. Se


houver um controle da sucção na estação, o sistema retornará à vazão do estado
estável com perda de carga na válvula reguladora da pressão para manter a pressão
de sucção na estação. O aumento na vazão reduz a pressão de sucção, a qual entra
no sistema de controle da pressão. Isto evita que os efeitos do vazamento sejam
transmitidos à montante, como ocorreria em um oleoduto não controlado.

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52 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Se as estações estiverem sob controle de descarga, a vazão à montante aumentará na


medida que a pressão de saída for mantida constante. Isto deslocará o ponto operacional
para a direita, refletindo um aumento na vazão, na potência e no NPSH. As bombas à
jusante não terão capacidade para manter a pressão de saída devido à vazão reduzida que
entra nas bombas. Isto fará com que haja uma grande redução na pressão de sucção,
retirando a bomba de serviço em virtude de baixa pressão de sucção.

O EFEITO DOS VAZAMENTOS SOBRE


A VELOCIDADE, A PRESSÃO E O
EMPACOTAMENTO DA LINHA
Um vazamento modifica o equilíbrio da energia no oleoduto. Isto resulta em modifi-
cações na pressão, na velocidade do fluido que está sendo transportado na linha e no
empacotamento da linha.

A energia da pressão da linha (carga estática) no local do vazamento é convertida em


velocidade à medida que o fluxo escapa pela abertura no duto. A velocidade do fluxo
que sai através do vazamento é determinada pela pressão da linha no local do
vazamento.

A velocidade do fluxo no oleoduto varia devido à modificação do gradiente hidráulico.


O trecho da linha à montante do vazamento sofre um aumento na velocidade do fluxo.
Isto é mostrado na forma de um aumento na inclinação do gradiente hidráulico. A incli-
nação do gradiente hidráulico diminui no trecho à jusante da linha à medida que a
velocidade do fluido diminui.

Quando um vazamento ocorre no oleoduto a pressão da linha no local do vazamento


diminui. Uma redução no surto de pressão é transmitida à jusante e à montante à veloci-
dade de uma onda sonora. Esta redução da pressão modifica a vazão e a inclinação do
gradiente hidráulico à medida que a linha se desloca em direção a um novo equilíbrio.

A redução da pressão na linha devido ao vazamento fez com que o líquido se


expandisse, a parede do duto se contraísse e o volume do líquido na linha diminuísse. O
empacotamento é reduzido pela diferença na pressão. Se houver um pequeno vazamento
em um oleoduto de grande porte, haverá uma pequena redução no empacotamento
causada pela pequena redução na pressão da linha. Uma grande abertura resultará em
uma perda de pressão maior, a qual poderá drenar completamente a linha.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 53

O EFEITO DOS PONTOS DE CONTROLE E


DOS SET POINTS SOBRE OS VAZAMENTOS
Os pontos de controle são definidos no princípio da linha, em um ponto de injeção.
Os set points são definidos como pontos que não determinam a vazão mas mantêm
a vazão ajustada. Os set points de saída e de sucção mantêm a integridade da linha
à vazão determinada pelo ponto de controle.

A Pressão Máxima de Saída da Base, o Set Point da Pressão de Saída e o Set Point
da Sucção são todas ferramentas operacionais que permitem controlar a pressão na
linha dentro dos limites operacionais. Os set points limitam o efeito do surto de
pressão e das ondas transitórias sobre os trechos da linha à montante e à jusante.

Se ocorrer uma ruptura da linha entre duas estações, um surto de pressão baixa será
transmitido à montante para a estação de bombeamento seguinte. Haverá um
aumento imediato na vazão à medida que a pressão de saída diminuir. Este
aumento na vazão da estação é um evento pequeno quando a estação à montante
estiver sob controle da sucção. O sistema de controle reduz a vazão para manter a
pressão de sucção. Isto faz a vazão retornar ao normal e estabelece um novo estado
estável. A estação continuará a bombear o produto em direção à ruptura à vazão
original, mas com uma pressão de saída reduzida.

À jusante da ruptura haverá uma redução na vazão. A pressão de sucção da estação


diminui à medida que o fluxo diminui. Isto faz com que a estação sofra uma perda
de carga na válvula controladora da pressão para manter a pressão de sucção. A
pressão de saída da estação diminui. Esta redução da pressão é transmitida ao
longo da linha para a estação seguinte, a qual também sofrerá uma perda de carga
na válvula controladora da pressão para manter a pressão de sucção. Este surto
continua até o operador responder reconhecendo três alarmes de ruptura e inicie
uma parada imediata do oleoduto.

Se as estações estiverem sob controle de saída, a vazão aumentará à montante à


medida que a pressão de saída for mantida constante. As perdas da linha, porém,
são reduzidas devido ao vazamento. A estação à jusante não terá capacidade para
manter a pressão de saída, devido à vazão reduzida que chega à estação. Isto
causará uma queda na pressão de sucção, levando a uma condição de baixa pressão
de sucção e depois a uma parada das bombas.

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54 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

O EFEITO DO RASTREAMENTO PERIÓDICO


DO SISTEMA SOBRE A DETECÇÃO DE
VAZAMENTOS
A condição da linha pode ser determinada somente através das informações
fornecidas pelo sistema SCADA. Os eventos na linha são observados se a duração
dos mesmos for superior ao intervalo de atualização das informações (intervalo do
rastreamento) no sistema.

Se as informações do centro de controle fossem atualizadas a cada minuto, então


os eventos e incidentes que tivessem duração inferior a um minuto não seriam
observados ou apenas o seriam durante um período de rastreamento. Os pulsos e
correntes transitórias de pressão das operações da válvula ou de vazamentos
podem não ser observados pelo operador por este motivo.

A supervisão contínua da pressão através dos monitores é necessária para observar


as ondas transitórias no oleoduto em Tempo Real. As ondas transitórias de pressão
podem ser observadas durante um período de rastreamento. À medida que o surto
de pressão passa, o valor do sensor se reduz novamente ao valor normal com o
rastreamento seguinte.

Os eventos de curta duração tais como os surtos de pressão de um vazamento, a


abertura ou o fechamento de uma válvula, podem enviar um surto de pressão linha
acima. Se o surto de pressão for de curta duração, não será detectado por um
rastreamento de intervalo longo. Uma ruptura na linha entre duas estações
resultará em uma redução da pressão de saída na estação à montante, a qual se
estabilizará muito rapidamente depois do surto de pressão inicial. O surto pode ter
sido estabilizado pelos set points e sistema de controle da estação antes de
aparecer no monitor do centro de controle.

Os eventos de longa duração, que duram mais que um rastreamento, tais como o
fechamento da válvula da linha tronco ou uma sangria parcial, terão um efeito de
longo prazo sobre o oleoduto. A variação na pressão será observada como contínua
durante um período de tempo longo e pode ser observada por rastreamentos de
longa duração. O fluxo à jusante de um vazamento será reduzido e este efeito se
deslocará linha abaixo, afetando todas as estações à jusante do ponto de sangria.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 55

EXEMPLO 4
APLICANDO O MODELO DE TOMADA-DE-DECISÃO À ANÁLISE DE VAZAMENTOS

Figura 15a
Condição de Estado Estável

Reconhecimento e Interpretação

Figura 15b
Enquanto o oleoduto está em uma condição
de estado estável, as pressões de saída e
sucção e a vazão da estação GD caem
rapidamente.

Priorização
Este é um evento de grande magnitude
devido à natureza grande e repentina destas
modificações.

Reconhecimento e Interpretação

Figura 15c
Outro rastreamento da tela da linha mostra as
pressões e a vazão em GC ainda
aumentando rapidamente. A bomba 6 de
GC está parando.

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56 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Priorização
A velocidade à qual estas modificações ocorreram foi um fato, o qual também
implica em uma prioridade alta.

Reconhecimento e Interpretação
O perfil hidráulico do oleoduto mostra
grandes modificações na energia do
sistema perto da estação GC. O gradiente
à montante da estação GC foi reduzido
para estar de acordo com o perfil de
elevação. A carga estática produzida na
estação GC foi reduzida a quase zero. O
gradiente à jusante da estação GC
continua a tendência descendente. A vazão
parece ter aumentado através da estação
GB. A vazão parece estar diminuindo à
jusante de GC.

Figura 15d

A tela da linha neste momento confirma o aumento no fluxo na estação GB. A pressão de saída diminuiu na
estação GB. A vazão e a pressão diferencial da bomba na estação GC caiu a quase zero.

Figura 15e

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 57

Resolução do Problema
O problema é uma redução drástica da pressão e do fluxo na estação GC.

Fechamento da válvula - Uma válvula da linha tronco, à montante da estação GC,


mostraria estas modificações. Um local à montante, contudo, reagiria ao
fechamento da válvula aumentando as pressões e reduzindo a vazão. Este não é
o caso, portanto o fechamento da válvula é eliminado como causa possível.

Erro de instrumento - Há grandes modificações em vários instrumentos.


A possibilidade de erro do instrumento fica eliminada.

Separação de coluna - Devido ao perfil de elevação plano em toda a área, e à


velocidade à qual todas estas modificações ocorreram, a separação de coluna
fica eliminada como causa possível.

Refluxo - As modificações observadas são muito grandes e repentinas, maiores do


que o efeito que faria sobre o estado de todo o oleoduto uma única estação de
bombeamento que estivesse sofrendo refluxo

Vazamento - A perda maciça de energia na estação GC, e o aumento na vazão e a


redução na pressão de saída da estação de bombeamento à montante, indicam
que há um vazamento entre as estações GB e GC.

Decisão por uma solução


Existem três alarmes de ruptura identificáveis neste exemplo. A conclusão é que
houve uma ruptura grande no oleoduto entre as estações GB e GC. Isto exige uma
parada imediata do oleoduto e o fechamento de todas as válvulas de isolamento
disponíveis na área.

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58 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Implementação
O procedimento para a implementação de uma solução é explicado detalhadamente
no módulo Execução de Tarefas Não-Rotineiras.

Figura 15f
Perto do Final da Parada de Emergência.

Supervisão e Avaliação
O oleoduto deveria ser supervisionado através dos monitores quanto a quaisquer
modificações adicionais. As pressões estáticas deveriam ser definidas como mais
baixas na área afetada do que se houvesse um vazamento. Quando o oleoduto tiver
parado e as válvulas de isolamento tiverem sido fechadas, o operador deverá então
consultar os Procedimentos de Notificação de Emergência da empresa para que a
equipe de administração e de manutenção de emergência dêem a resposta apro-
priada. O operador pode então ser responsável pela coleta dos dados históricos.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 59

REVISÃO 5 ?
1. Qual das sentenças abaixo descreve melhor uma ruptura em uma
linha de grande porte?
a) A pressão à montante do vazamento pode cair, mas nem sempre.
b) As pressões à montante e à jusante do vazamento sempre vão diminuir.
c) A pressão diferencial da bomba e a pressão à montante diminuem e a pressão
diferencial da bomba à jusante aumenta.
d) A pressão à montante do vazamento pode não diminuir se a curva da bomba for
plana, mas as pressões à jusante sempre caem.

2. Nas estações diretamente à montante e à jusante do local de um


vazamento, a variação da pressão é ______.
a) repentina, a menos que haja uma elevação entre as duas estações
b) lenta, pois o sistema entra em um estado transitório onde a pressão é convertida
em velocidade
c) lenta, a menos que haja um distúrbio no oleoduto ao mesmo tempo
d) repentina

3. Um vazamento de grande porte no oleoduto é diferente de todos os


outros incidentes que ocorrem no oleoduto, considerando que as
pressões à montante sempre ______.
a) aumentam
b) permanecem as mesmas
c) diminuem

4. No caso de um vazamento de grande porte no oleoduto, quanto


mais perto o vazamento estiver da estação à montante, ______ será a
perda de pressão.
a) maior
b) menor

5. À montante de um vazamento, a vazão aumentará devido à


redução nas perdas do oleoduto devido à fricção no trecho do
oleoduto que vai da estação de bombeamento à montante até o
local do vazamento.
a) Verdadeiro
b) Falso

As respostas estão no final deste módulo.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 61

SEÇÃO 6

ERRO DE INSTRUMENTO
OBJETIVOS
Depois de estudar esta seção, você deverá saber:
• Descrever a freqüência estatística de erro em instrumentos.
• Descrever como as perdas, a vazão, a pressão diferencial da bomba e a variação do ponto de
pressão do oleoduto podem ser usadas para identificar positivamente um erro de instrumento.

INTRODUÇÃO
Os erros de instrumento são considerados incidentes (eventos não-rotineiros do oleoduto, os quais
afetam a energia total do oleoduto e põem o mesmo em risco), pois podem levar o operador a
pensar que haja um vazamento ou indicar que não houve modificações quando de fato esteja
ocorrendo um vazamento. Apesar dos erros nos instrumentos ocorrerem raramente, o operador deve
estar alerta para esta possibilidade e ser capaz de distinguir um erro de instrumento de outros
problemas do oleoduto.

Um erro de instrumento é um valor incorreto no sistema SCADA no centro de controle. O valor


pode ser qualquer informação recebida de qualquer estação: pressão, fluxo, amperagem, tempe-
ratura, massa específica, viscosidade, grau de compressão/expansão no trecho da linha, ou detecção
de vazamento.

O operador do centro de controle não está preocupado em saber o por que dos instrumentos
falharem. Ao invés disso, sua preocupação é verificar a precisão do instrumento sem comprometer
a segurança do oleoduto. este ponto deve ser enfatizado. Quando o operador tenta determinar por
que o instrumento falhou, isto significa que partiu do princípio (possivelmente incorreto) de que
houve erro na instrumentação. A leitura incorreta, porém, pode indicar um problema real, possivel-
mente até uma ruptura.

Esta seção descreve quando e onde ocorre erro do instrumento, e detalha considerações usadas no
processo para determinar se o valor incorreto é um erro do instrumento ou uma variação real da
energia no oleoduto. (Informações mais específicas sobre a calibragem dos instrumentos, índices de
falha, hierarquia dos instrumentos e redundância são encontradas no módulo SISTEMAS DE
CONTROLE E INSTRUMENTAÇÃO.)

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62 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

TIPOS DE ERROS DOS INSTRUMENTOS


Há dois tipos de erros dos instrumentos que podem ocorrer, uma falha total ou
uma perda da calibragem.

Uma falha total resulta em uma ausência de leitura. Ou, o instrumento dá uma
leitura que não está relacionada com a condição real no oleoduto ou no equipa-
mento. Por exemplo, uma leitura da pressão que for igual a zero ou em na escala
mais alta de leitura do instrumento, quando a condição atual do oleoduto é normal,
indica uma falha no instrumento. O indicador da posição da válvula que mostra a
válvula como estando aberta quando ela está de fato fechada é outro exemplo
deste tipo de erro do instrumento.

O outro tipo de erro é uma perda na calibragem que ocorre gradativamente durante
um período de tempo. Este é o tipo mais comum de erro nos instrumentos. Os
instrumentos são calibrados regularmente para garantir que eles estejam operando
com a precisão desejada. O período de calibragem varia para cada tipo de instru-
mento e com a freqüência com que o mesmo fica descalibrado. Por exemplo, os
tacômetros de turbina da transferência de custódia são calibrados a cada 2
semanas, os medidores de deslocamento positivo para transferência de custódia
são calibrados a cada 3 meses. A instrumentação de temperatura, vibração e isola-
mento é calibrada anualmente, o amperímetro é calibrado a cada 3 anos.

QUANDO ACONTECE
A falha total dos instrumentos raramente ocorre. Os instrumentos são projetados
para ter um desempenho confiável. Os instrumentos robustos são usados para
minimizar a manutenção e os reparos. Devido à ocorrência de falhas nos instru-
mentos ser rara, a primeira conclusão do operador deve ser que os dados
mostrados no SCADA estão corretos. Contudo, os instrumentos podem falhar e o
fazem de fato.

A possibilidade de dois instrumentos falharem simultaneamente é menos provável.


Pode acontecer, porém, e o operador deve estar alerta para esta possibilidade. Duas
falhas que ocorrerem ao mesmo tempo são geralmente uma indicação de uma
outra, possivelmente uma grande falha no local.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 63

ONDE ACONTECE
Um erro do instrumento pode ocorrer em qualquer um dos dispositivos de trans-
missão de dados do centro de controle. Os instrumentos que fornecem as infor-
mações que são usadas com mais freqüência pelo operador são as leituras da
pressão (isto é as pressões de sucção, da carcaça e de saída), os medidores de
vazão e os amperímetros. As falhas destes instrumentos, portanto, têm um impacto
maior sobre o oleoduto do que a falha de quaisquer outros instrumentos tais como
os sensores de temperatura, os densímetros e os viscosímetros.

Muitos instrumentos dependem dos dados fornecidos por outros instrumentos.


Quando um instrumento falha, os valores incorretos de outros instrumentos podem
aparecer. Por exemplo, os densímetros e os viscosímetros dependem de dados
precisos de temperatura fornecidos pelo dispositivo de sensor da mesma.
Analisando corretamente o instrumento que apresentou erro e reconhecendo outros
valores incorretos, o operador pode resolver o problema.

RECONHECIMENTO DA SITUAÇÃO
No caso de falha em um instrumento, os pontos dos dados no SCADA podem:
• mostrar uma valor muito alto
• mostrar uma valor muito baixo
• parecer congelados, ou seja, sem modificação
• não mostrar nenhuma leitura
• não mostrar as modificações esperadas
• responder lentamente à modificação

Um valor fora da escala apareceria muito grande (ou muito pequeno) e congelado
(sem apresentar modificações durante um intervalo longo de tempo. Um valor fora
da escala ocorre quando o instrumento excede a sua faixa de operação. A tela
mostra um valor muito alto que permanece constante. Pensando que a leitura fora
da escala é um erro do instrumento, o operador pode chegar a uma conclusão
incorreta. Da mesma forma, quando a pressão está abaixo da faixa de operação do
instrumento, o operador pode acreditar que a leitura baixa seja um erro do instru-
mento. Quando o instrumento é operado fora da faixa para a qual está calibrado, ele
fornece leituras incorretas dos dados.

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64 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

ALARME DE VAZAMENTO
Há um grande probabilidade de haver um erro do instrumento quando se apresentam três alarmes ou
mais de ruptura. Se isto ocorrer, será necessário fazer uma parada imediata do oleoduto.

DETERMINAÇÃO DA CAUSA PROVÁVEL


Para distinguir a falha de um instrumento de outras causas possíveis, o operador deve olhar as perdas da
linha, as variações da vazão, o diferencial da bomba, as pressões no local e nas estações imediatamente
à montante e à jusante do local. Primeiramente, o operador deve rastrear novamente os dados da estação
em questão e das estações à montante e à jusante para obter os dados mais atualizados. Isto indicará se
os instrumentos se recuperaram ou não ou se eles estão mostrando os mesmos valores que antes da
modificação. Depois, os dados do resto da estação devem ser examinados para determinar o que estão
indicando. Os dados são consistentes?, ou um ou mais dados estão em contradição? Outros valores se
correlacionam com as informações enviadas para o SCADA? Os dados à jusante e à montante são
consistentes com as leituras da estação com dados questionáveis?

Perda Diferencial Pontos de


Local na Linha Vazão na Bomba Pressão

à montante inválido sem modificação sem modificação sem modificação

no local inválido sem modificação inválido inválido

à jusante inválido sem modificação sem modificação sem modificação

Figura 16
O efeito de um erro no instrumento de pressão que mede as modificações na perda de carga da
linha, na vazão, na pressão diferencial da bomba e no ponto de pressão.

PERDAS DA LINHA
Quando um instrumento de medição da pressão falha, os cálculos baseados nos dados por esse instru-
mento estarão incorretos. Calcule as perdas do oleoduto desde à montante até o local e desde o local até
a próxima estação à jusante e compare os valores calculados com os valores esperados. As perdas do
oleoduto mostradas pelo sistema SCADA estão correlacionadas com as perdas do oleoduto que foram
calculadas?

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 65

VAZÃO
Com um erro do instrumento, as vazões nas estações imediatamente à montante e à
jusante não sofrerão modificação. A leitura da vazão no local afetado não é válida.

O valor da vazão parece estar correto para as perdas atuais do oleoduto? Por exemplo,
se o medidor de vazão estiver acusando uma leitura de 2000 m3/h, mas outro instru-
mento e cálculo das perdas da linha indicarem uma vazão de 1500 m3/h, então será
necessário fazer uma investigação mais aprofundada.

DIFERENCIAL DA BOMBA E PONTOS DE PRESSÃO


As pressões de sucção, da carcaça, e de saída na estação e nas estações imediata-
mente à montante e à jusante deveriam estar todas correlacionadas.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Quaisquer informações sobre o grau de estabilidade, tais como o desempenho da
bomba e sua eficiência e a pressão produzida (carga estática alcançada) a uma vazão
específica, podem ser usadas para cruzamento de dados a fim de verificar os dados ou
confirmar o erro.

Se o instrumento cuja leitura é questionável estiver no ponto de coleta do software de


detecção de vazamentos, o grupo de apoio daquele software deve ser notificado. Se o
software de detecção de vazamentos emitir um alarme, este não pode ser negligen-
ciado porque o operador acha que foi causado por um erro do instrumento.

DECISÃO POR UMA TOMADA DE AÇÃO


Uma vez que tenha sido verificado que um erro do instrumento é a causa provável da
situação, o operador deve:
• fazer com que o instrumento seja reparado e continuar operando o oleoduto se o
problema não for de grande relevância e o oleoduto permanecer em um estado
estável, ou
• parar o oleoduto se o erro estiver afetando seriamente a operação e o oleoduto for
passar de um estado estável para um estado instável com a instrumentação
incorreta.

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66 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Para determinar qual ação seguir, o operador deve se fazer as seguintes perguntas:
• Qual é a importância deste instrumento específico em relação à quantidade total de
informações fornecidas pelo sistema SCADA? (Criando uma compreensão clara da
importância que o instrumento tem no auxílio ao operador para determinar a melhor
alternativa de ação a ser seguida nessa situação.)
• Quantos instrumentos o sistema SCADA usa para fornecer os dados ao operador?
• Quantos instrumentos com defeito comprometerão a segurança da operação?
• Até que ponto os dados incorretos afetam todas as informações que são coletadas?

FALHA NO INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO


DE PRESSÃO NA SUCÇÃO
A pressão de sucção elevada indica que há alguma liberação do oleoduto que não
aconteceu. Como a pressão está se modificando, a energia em todo o oleoduto deveria
também estar se modificando. Verifique se as pressões à montante e à jusante são
consistentes com as leituras modificadas na estação. Se as pressões não forem consis-
tentes, então é provável que algo tenha acontecido com o instrumento. A equipe de
manutenção pode precisar examinar o transmissor. Se os números forem consistentes,
então deve-se procurar outro problema no oleoduto, diferente de erro no instrumento.

Pode haver vários transmissores de pressão de sucção, da carcaça e de saída


disponíveis na estação. Comparando as leituras dos diversos instrumentos, o disposi-
tivo com defeito pode ser identificado. Durante esta análise, é aconselhável basear a
conclusão na quantidade de leituras correlacionadas. Se dois ou três transmissores
indicarem a mesma magnitude de pressão, a conclusão deve ser que provavelmente
eles estão certos. É pouco provável que dois transmissores de pressão estejam com o
mesmo defeito e ao mesmo tempo. Se um transmissor de pressão não estiver de acordo
com os outros dois, fica caracterizado um defeito no instrumento.

Se os valores das perdas da linha, da pressão diferencial da bomba, dos pontos de


pressão e outros não forem consistentes depois de terem sido verificados os transmis-
sores das pressões de sucção, da carcaça e de saída, então os indicadores de desem-
penho da bomba/motor devem ser verificados.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 67

FALHA DO MEDIDOR DE VAZÃO


Uma falha no computador do medidor de vazão informará valores erradamente altos
ou baixos. Verifique as leituras de outros instrumentos. As pressões são consistentes
com a vazão? Se não forem, então considere a possibilidade de uma falha no trans-
missor de pressão ou no medidor de vazão. Se as informações à montante e à jusante
não forem consistentes com os valores das vazões nas estações afetadas mas as
pressões não sofrerem modificações, então a vazão do oleoduto não sofreu modifi-
cações. O oleoduto, em outras palavras, está em estado estável. O problema, provavel-
mente, está com o computador do fluxo ou na leitura do medidor de vazão.

FALHA NO DENSÍMETRO
Quando um instrumento falha, o fluxo de informação para o operador do centro de
controle fica interrompido. Além disso, outros instrumentos podem precisar daquele
instrumento específico que falhou para realizar seus próprios cálculos. Isto aumentará
a magnitude da situação. Para determinar a magnitude do defeito de um densímetro no
local, em locais intermediários e nos pontos de sangria, várias perguntas devem ser
feitas:
• Há alguma outra instrumentação dependendo do densímetro para realizar seus
próprios cálculos? (ex.: detecção de vazamento, equilíbrio do volume, rastreamento
de bateladas, computador do fluxo). Se muitos instrumentos dependerem do
densímetro, a situação trará mais dificuldades operacionais e portanto haverá uma
necessidade maior de se chegar a uma resolução.
• Isto leva ao grupo de perguntas a seguir:
• Estes outros instrumentos afetarão a segurança do oleoduto operando com confiabili-
dade?
• Muitas sangrias serão afetadas por este erro. Alguma sangria já foi afetada?
• Existe a possibilidade de contaminação das bateladas?
• Existe a possibilidade de uma grande contaminação no tanque?
Para continuar operando o oleoduto tendo em vista o defeito no densímetro, o valor
do instrumento pode ter que ser forçado a minimizar o impacto sobre o resto do
oleoduto. Um fator de perda de rendimento deveria ser considerado, bem como o
custo do reparo imediato do instrumento.

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68 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

EXEMPLO 5
ERRO DE INSTRUMENTO

Figura 17a
Tela da linha - Oleoduto em
condição de estado estável.

Figura 17b
Perfil hidráulico - estado estável.

Figura 17c
Esquema da estação de
bombeamento GD.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 69

Figura 17d
Tela do estado da bomba na estação GD

Figura 17e
Tela da linha às 22:02. ALARME DE
VAZAMENTO - A pressão de saída na
estação GD cai a zero. Devido ao espaça-
mento da estação ser de aproximada-
mente um minuto em GE, ao local à
jusante. Um aumento nas pressões de saída
e da carcaça no local à montante
também seria esperado neste mesmo
período.

Figura 17f
O Perfil Hidráulico às 23:18
(1 min. 16 seg depois) indica uma
condição de estado estável. As
modificações esperadas, devido à
grande perda de energia que a
leitura da pressão de saída na
estação GD indica, não estão
ocorrendo. Investigue a fonte do
problema.

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70 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

Figura 17g
Tela do Estado da Bomba na estação
GD - Cada um dos outros pontos de
dados (vazões, carga estática
produzida) não estão correlacionados
com a perda de 460 psi de pressão
de saída nesse local. Continue acom-
panhando através dos monitores.

Figura 17h
Perfil Hidráulico - ainda em estado
estável.

Figura 17i
Tela da linha - ainda em estado
estável. O transmissor de saída da
estação GD parece apresentar erro,
porque não há resposta hidráulica
para a pressão de saída de zero psi
desta estação em ponto algum, à
montante ou à jusante. Informe a
equipe responsável pela parte
elétrica na estação GD.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 71

REVISÃO 6 ?
1. Dois tipos de erros em instrumentos que fornecem informações
ao sistema SCADA são______.
a) ausência de leitura de dados e leitura não relacionada à condição real do
oleoduto.
b) perda da calibragem e perda da precisão.
c) ausência de leitura e perda da precisão.
d) falha total e perda da calibragem.

2. As leituras incorretas dos instrumentos podem apresentar


valores que são ______.
a) muito altos
b) muito baixos
c) congelados
d) inesperados
e) todos os itens acima

3. Um valor fora da escala ocorre quando o instrumento ______.


a) indica uma queda da pressão à montante
b) excede sua faixa de operação
c) é cruzado com um segundo instrumento
d) falha ao mesmo tempo que um segundo instrumento da mesma estação
e) indica uma ruptura no oleoduto

4. Se uma modificação for observada em um ponto de infor-


mação de dados do SCADA que possa indicar um
vazamento, o operador deveria ______.
a) interpretar as implicações da modificação
b) olhar os outros pontos de dados no local afetado e buscar modificações
adicionais
c) procurar modificações adicionais à montante e à jusante
d) todos os itens acima

As respostas estão no final deste módulo.

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72 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

RESUMO
SEÇÃO 1 - ANÁLISE DE EVENTOS
• Um evento é qualquer incidente do oleoduto que afeta a energia total do mesmo e
ameaça a integridade do oleoduto.

• Uma vez que a situação tenha sido definida como um evento, o operador deve
determinar se ela se apresenta ou não como um alarme de vazamento.

• A parada do oleoduto é obrigatória quando o operador percebe algum dos alarmes


de vazamento e não pode identificar a causa dentro de um período de 10 minutos.
A parada do oleoduto é obrigatória quando 3 ou mais alarmes de vazamento estão
presentes.

• A regra dos 10 minutos, empregando o processo de Resolução-de-Problemas, foi


feita para permitir ao operador chegar a uma conclusão lógica que explica a causa
básica da modificação observada.

SEÇÃO 2 - FECHAMENTO DE VÁLVULA


• Os fechamentos de válvulas são classificados como incidentes críticos e devem
ser reconhecidos e tratados de forma rápida e efetiva.

• O efeito do fechamento de uma válvula sobre a velocidade e a pressão sem um


curso alternativo para o fluxo: o fechamento de uma válvula em um oleoduto em
funcionamento imediatamente faz com que o fluxo à montante da válvula
diminua. A pressão aumenta rapidamente à medida que o surto de pressão se
desloca à montante. À jusante da válvula fechada, um surto de pressão baixa é
gerado e se desloca à jusante e causa a interrupção do fluxo.

• O efeito do fechamento de uma válvula sobre a velocidade e a pressão com um


curso alternativo para o fluxo: o fechamento de uma válvula, tal como na válvula
de sangria em uma estação terminal ou na válvula controladora da pressão com
um bypass, dá ao operador alternativas diferentes da parada da linha. Uma vez
que o problema tenha sido identificado, o operador pode refazer a rota do fluxo
contornando a válvula fechada e continuar as operações enquanto a válvula
estiver fora de serviço.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 73

• Os efeitos do fechamento de uma válvula sobre o desempenho da bomba e os


gradientes hidráulicos: Os efeitos do fechamento de uma válvula sobre um
oleoduto em funcionamento, sobre o desempenho de uma bomba à montante são
o aumento na carga estática na bomba e a redução na potência requerida. Os
efeitos sobre uma bomba à jusante são a redução da pressão de sucção e uma
redução na vazão em direção à bomba. O fechamento de uma válvula em um
oleoduto de grande extensão faz com que os gradientes hidráulicos fiquem mais
planos e horizontais à medida que a pressão aumenta.

SEÇÃO 3 - SEPARAÇÃO DE COLUNA/GASEIFICAÇÃO


• A separação de coluna /gaseificação ocorre quando a pressão no oleoduto cai
abaixo da pressão de vapor do líquido e forma uma bolha de gás no oleoduto.
Isto pode ocorrer em qualquer oleoduto que tenha variações grandes ou
moderadas na elevação entre estações de bombeamento e/ou pontos de sangria.

• A separação de coluna também é um desequilíbrio no fluxo. Para reintegrar a


coluna o operador deve reverter o desequilíbrio do fluxo.

• Para o operador, a separação de coluna lembra muito um vazamento no oleoduto


devido à redução tanto na pressão quanto na vazão à jusante.

• Nos locais onde a separação de coluna é causada por um vazamento, esta se


torna a preocupação principal.

• Evitar que ocorra a separação de coluna protegerá a integridade do oleoduto,


ajudará a garantir a precisão da instrumentação e tornará mais fácil a detecção
do vazamento.

SEÇÃO 4 - REFLUXO - FALHA DA VÁLVULA DE RETENÇÃO


• As válvulas de retenção são usadas nas estações de bombeamento para manter o
sentido do fluxo através das bombas.

• As válvulas de retenção são também usadas em estações terminais nas bombas


para evitar que haja fluxo em direção aos tanques de armazenagem dos expedi-
dores ou aos oleodutos.

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74 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

• Uma válvula de retenção quando em funcionamento evita que o fluxo recircule


através da bomba. Quando a bomba não está operando, a válvula de retenção fica
aberta e o fluxo passa através da mesma. Uma válvula de retenção defeituosa
permite que o fluxo recircule da saída da bomba para a sucção.

• Em condições operacionais de estado estável, a diferença entre a assinatura


hidráulica de um vazamento e as modificações observadas devido ao refluxo de
uma bomba ou estação de bombeamento deveriam se tornar prontamente
aparentes.

• É durante os distúrbios do oleoduto, quando ondas transitórias estão presentes


que as válvulas de retenção poderiam não abrir. Quando isto ocorre, as respostas
da pressão e do fluxo naquele local e nos locais próximos acusarão um ou mais
alarmes de vazamento.

SEÇÃO 5 - VAZAMENTOS
• Um vazamento em um oleoduto é considerado o pior cenário possível para
qualquer tipo de operação de oleoduto.

• A dimensão de um vazamento determina o efeito que ele terá sobre a pressão e a


vazão do oleoduto. Os fatores que determinam a magnitude de um vazamento são
a pressão da linha no local do vazamento, a dimensão do oleoduto e a dimensão
da abertura no duto.

• O movimento para um novo estado de equilíbrio começa com o surto de pressão


decrescente que é transmitido em ambos os sentidos da linha a partir do local do
vazamento. À medida que o surto de pressão se desloca através da linha, há um
aumento na vazão à montante e uma redução na vazão à jusante do vazamento.

• A localização de um vazamento em um trecho da linha afetará a vazão do mesmo


e a pressão da linha.

• O efeito de um vazamento sobre o desempenho da bomba está relacionado à


curva de head x vazão e à eficiência, à potência e ao NPSH daquela bomba.

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ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS 75

• Um vazamento modifica o equilíbrio de energia do oleoduto. Isto resulta em


modificações na pressão, velocidade do fluido que está sendo transportado na
linha e no empacotamento da linha.

• Os pontos de controle são definidos no início da linha, nos pontos de injeção. Os


set points são definidos como os pontos que não determinam a vazão, mas
mantêm a vazão dentro de determinada faixa. Os set points da saída e da sucção
mantêm a integridade da linha à vazão determinada pelo ponto de controle.

• A condição da linha pode ser determinada somente pelas informações fornecidas


pelo sistema SCADA. Os eventos da linha são observados se sua duração for
superior ao intervalo de atualização das informações (intervalo de rastreamento)
do sistema.

SEÇÃO 6 - ERRO DE NSTRUMENTO


• Os erros dos instrumentos são considerados incidentes, pois podem levar o
operador a pensar que há um vazamento presente. Ou, eles podem indicar que
não há modificações, quando de fato está ocorrendo um vazamento.

• Há dois tipos de erros dos instrumentos que podem ocorrer, uma falha total ou
uma perda da calibragem

• Para distinguir a falha de um instrumento de outras causas possíveis, o operador


deve olhar a perda, as variações da vazão, a pressão diferencial da bomba, as
pressões no local e as estações imediatamente à montante e à jusante do local.

• Uma vez que o erro do instrumento tenha sido verificado, o operador deve fazer
com que o instrumento seja reparado e continuar a operar o oleoduto se o
problema não for de grande magnitude e o estado estável puder ser mantido, ou
parar o oleoduto.

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76 ANÁLISE AVANÇADA DE EVENTOS

RESPOSTAS
REVISÃO 1 REVISÃO 2 REVISÃO 3 REVISÃO 4
1. b 1. c 1. a 1. d

2. c 2. d 2. b 2. a

3. d 3. b 3. a 3. a

4. a 4. d 4. a

5. d

REVISÃO 5 REVISÃO 6
1. b 1. d

2. d 2. e

3. c 3. b

4. a 4. d

5. a

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