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VERA LUCIA DE CAMPOS CORRÊA SHEBALJ, CAUBR A-4307-9 e

cxcxcxcxcxcxcx, CREA MG 42.044/D e, tendo feito a vistoria

necessária, apresentam :

LAUDO TÉCNICO DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

consubstanciado em ART/RRT – Anotação e/ou Registro de

Responsabilidade Técnica, com as seguintes ponderações:

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01. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O trabalho pericial foi norteado e obedece às diretrizes preconizadas pelas Normas


Brasileiras aprovadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e
igualmente exigido, em todas as manifestações escritas, pareceres e laudos.

A realização deste trabalho é de responsabilidade e exclusiva competência dos


profissionais enunciados, legalmente habilitados pelos Conselhos Regionais de
Engenharia e Agronomia – CREA’s, de acordo com a Lei Federal nº 5194/66 e, entre
outras, as Resoluções nº 205, 218 e 325 do CONFEA e Lei n° 12.378/2010 do CAUBR
Conselho de Arquitetura e Urbanismo.

02. LOCALIZAÇÃO E SOLICITAÇÃO

O solicitante é Dr. gfhfghfghfhfgh, CRO/PR 5823 com consultório odontológico


localizado no bairro do Centro com acesso principal à Rua wewewewewew, 869, 10º
andar – Conjunto 1001 no Centro em Curitiba/PR.

03. RAMO DE ATIVIDADE

Atividades de atenção ambulatorial executadas por médicos e odontólogos

Código CNAE: 86.30-5

GRAU DE RISCO: 3

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: 08h00 às 18h00

TELEFONE: (041) 0000000; fax (41) 0000000

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04. OBJETIVO

O presente Laudo Técnico trata de avaliação pericial conclusiva sobre as condições de


exposição do Dr. trtrtrtrtrtrt, no exercício da função de dentista, aos agentes insalubres
e perigosos, com a finalidade de enquadrar a(s) atividade(s) analisada(s), nos termos
das Normas Regulamentadoras e seus respectivos Anexos regulamentados pela
Portaria nº 3214/78, e nos termos da Lei nº 7.369 de 20 de Setembro de 1985,
regulamentada pelo Decreto Federal nº 93.412.

05. CONCEITUAÇÃO

05.01.Insalubridade

Insalubre é algo não salubre, doentio, que pode causar doenças ao trabalhador por
conta de sua atividade laboral.

A insalubridade é definida em função do tempo de exposição ao agente nocivo,


levando em conta ainda o tipo de atividade desenvolvida pelo empregado no curso de
sua jornada de trabalho, observado os limites de tolerância, as taxas de metabolismo e
respectivos tempos de exposição.

Assim, são consideradas insalubres as atividades ou operações que por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, expõem o trabalhador a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade do
agente e o tempo de exposição aos seus efeitos.

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05.02. Diferença entre risco e insalubridade

O risco pode ser definido como a possibilidade dos efeitos de uma ocorrência, em
termos de sua probabilidade e da magnitude de suas consequências, causarem dano
a alguém.

A constatação do risco no ambiente de trabalho, não se baseia na simples presença


de um objeto no ambiente de trabalho, relacionado a um determinado agente.
Por insalubridade, entende-se a propriedade de um agente, conforme o seu processo,
causar dano. Portanto a insalubridade é a materialização do risco.

O Reconhecimento da insalubridade é um processo com base científica, que consiste


na identificação e caracterização dos perigos, pela a avaliação ambiental da
exposição, pelas atividades e pelos efeitos dos riscos.

05.03. Para gerar adicional, não basta ser insalubre, a insalubridade tem que ser
conforme legislação.

A legislação estabelece quais são os agentes considerados nocivos à saúde. Portanto


é preciso que a atividade apontada como insalubre esteja prevista na relação oficial
elaborada pelo Ministério do Trabalho. A discriminação dos agentes considerados
nocivos à saúde bem como os limites de tolerância mencionados estão previstos nos
anexos da Norma Regulamentadora NR-15, aprovada pela Portaria 3.214/78, com
alterações posteriores.

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06. A PROFISSÃO

Odontologia é a ciência voltada para o estudo e o tratamento dos dentes, da boca e


dos ossos da face.

O dentista é o responsável pela prestação dos serviços odontológicos. Este


profissional cuida da saúde e da estética da boca, faz restaurações, projeta e instala
próteses e realiza cirurgias, combate doenças da boca, da bochecha, da língua e
gengiva, realiza cirurgias para remoção de dentes, executa limpeza e clareamento dos
dentes e atua na orientação da higiene bucal.

06.01. Áreas que o dentista pode se especializar

Clínica geral
Restaurar e extrair dentes. Implantar próteses.

Dentística restauradora
Restabelecer a forma e a função dos dentes, clarear e corrigir sua estética.

Endodontia
Tratar alterações na polpa e na raiz dos dentes.

Estomatologia
Diagnostica e trata doenças da boca.

Implantodontia
Realizar cirurgias e próteses isoladas, parciais ou completas (dentaduras) nos
maxilares, utilizando implantes.

Odontogeriatria
Cuidar da saúde bucal do idoso.

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Odontologia legal
Fazer exame e perícia judicial e elaborar atestados e laudos técnicos. Identificar
cadáveres pela arcada dentária.

Odontologia para pacientes especiais


Atender pacientes com necessidades especiais (pacientes em situação de risco ou
que apresentam psicopatologias ou patologias físicas).

Odontologia em saúde coletiva


Atuar em planos de saúde e cooperativas e na montagem de programas de
assistência social.

Odontologia do trabalho
Atender pacientes cuja atividade profissional traz risco à saúde bucal.

Odontopediatria
Tratar problemas bucais e dentes de crianças.

Ortodontia
Alterar a mordedura e a posição dos dentes com aparelhos.

Patologia bucal
Fazer exame laboratorial para identificar doenças.

Periodontia
Cuidar das gengivas e dos ossos que dão sustentação aos dentes, fazendo cirurgias,
raspagens e outros procedimentos no entorno dos dentes.

Prótese dentária
Projetar e confeccionar próteses de dentes danificados ou substituir os destruídos,
restabelecendo funções na mordedura e na mastigação.

Radiologia
Diagnosticar problemas na boca, na face e nos maxilares por meio de imagens de
raios X.

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Traumatologia e cirurgia bucomaxilofacial
Diagnosticar traumatismos, lesões e anomalias na boca, na face e no sistema
estomatogmático (os órgãos que envolvem o sistema de mastigação, como maxilar,
mandíbula e gengiva) e fazer cirurgias, implantes, transplantes e enxertos para
recuperá-lo

06.02. Principais atividades de um dentista

As atividades do dentista incluem:

• tratar os dentes, língua, bochechas, lábios e gengivas;

• tirar e examinar radiografias;

• explicar ao paciente o diagnóstico detalhado e a função do tratamento;

• informar os pacientes sobre a importância da prevenção da saúde bucal, obtida


através de correta limpeza, equilíbrio na dieta alimentar, aplicação de flúor e
frequência das consultas dentárias;

• preparar massas e outros produtos colocados nos dentes;


• remover partes deterioradas dos dentes e obturar cavidades;
• reparar ou extrair dentes danificados;
• fazer pequenas cirurgias;
• aplicar anestesias quando necessário;
• colocar pontes e outras próteses.

06.03. Áreas de atuação e especialidades

Podem ser especialistas em uma ou mais áreas da odontologia:

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cirurgiões-dentistas: cuidam da saúde dos dentes, do bom funcionamento da
articulação e da mastigação. Previnem, fazem o diagnóstico e tratam dos
problemas dentários; determinam o uso de aparelhos parciais, removíveis ou
fixos; e realizam cirurgias de implante de próteses, correção de dentes, arcadas
e mandíbula;

cirurgiões bucais: reabilitam o tecido ósseo ou o mole, tratam de cistos, fraturas,


tumores, gengivas e glândulas salivares;

endodontistas: cuidam das complicações da polpa do dente, ou seja, de suas


estruturas internas, como o tratamento de canais;

implantodontistas: realizam todo tipo de implante dentário;

odontologistas legais: fornecem laudos em ações judiciais;

odontologistas preventivos e sociais: cuidam da saúde bucal da população de


maneira preventiva;

odontopediatras: tratam da higiene e saúde bucal das crianças durante a


primeira dentição;

ortodontistas: ocupam-se da correção, por meio de aparelhos dentários, de


defeitos na arcada dentária e do mau funcionamento da função neuromuscular;

patologistas orais: estudam a origem, a natureza e os sintomas das doenças da


boca através de exames laboratoriais;

periodontistas: cuidam das enfermidades da gengiva, podendo realizar cirurgias


e curetagens nos tecidos ósseos e gengivais.

Odontologia Estética: trata da estética bucal, faz restauração de imperfeições


anatômicas dentárias, gengivais etc. Como: clareamento dentário, diminuição
ou aumento da gengiva, facetas laminadas de porcelana e resina acrílica e
outros.

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07. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO

Conforme informações e fichas de clientes adidas ao presente laudo, Dr .fdgfgfdfdg


labora como dentista, documentadas desde 1987 até os dias de hoje, onde recebe os
clientes para atendimento odontológico.

O Dr. José Carlos executa todas as atividades inerentes ao exercício da profissão de


dentista. Ele extrai dente, obtura, trata canal, coloca dentadura, implanta dente e faz
correções odontológicas com aparelho próprio para este fim, faz tratamento de ATM –
Articulação Temporo-mandibular, Dor, orofacial com características também de ronco
e apneia.

Durante os procedimentos, manuseia produtos químicos que utiliza junto aos


pacientes, executa a operação para a realização de abreugrafia nos pacientes que
necessitam tratamento odontológico específico, tais como tratamento de canal,
implante dentário, ortodontia etc.

Para a realização destas atividades ele conta com os equipamentos de apoio que o
auxiliam no exercício da profissão.

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Foto 1 – Consultório cadeira e equipamento odontológico

Foto 2 – Aparelho de solda ponto

Foto 3 – Aparelho fotopolimerizador – luz ultra violeta

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Foto 4 – Avental de chumbo – proteção a radiação

Foto 5 – Equipamento odontológico e aparelho radiológico

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Foto 6 – Equipamento odontológico

Foto 7 – Aparelho amalgamador – (mercúrio + limalha de prata)

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Foto 8 – Câmera escura para revelação de filme radiográfico

Foto 9 – Autoclave e produtos químicos (glutaraldeido , álcool 70 e


outros) para proceder a esterilização de instrumental odontológico).

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São eles, mobiliários, mesas arquivos, armários, computadores, telefone, cadeira
odontológica, equipamento de raio “x”, equipamento para revelação de chapas,
compressor de ar, canetas de alta rotação, auto clave, cadeira odontológica e matérias
para realização dos procedimentos odontológicos, tais como agulhas, bisturi, alicates,
pinças, seringas, etc. Alguns destes equipamentos estão indicados nas fotos
apresentadas.

08. DESCRIÇAO DAS ATIVIDADES

A atividade tem inicio na boca do paciente, no momento em que começa com o exame
preliminar dos dentes e da cavidade bucal, com uso de aparelhos ou por via direta,
verificando a presença de cáries e outras afecções. Identificando as mesmas, na sua
extensão e profundidade, com instrumentos especiais, exames laboratoriais e/ou
Radiológicos, estabelecendo, assim o plano de tratamento com o planejamento de
todas as atividades a serem realizadas para atender ao tratamento do paciente.

Uma vez determinado o plano de tratamento adequado ao paciente, passa a utilizar-se


de uma série de instrumentos especiais para prevenir futuras cáries, restaurar os
dentes, empregando aparelhos e substâncias específicas como: Amálgama, Cimento,
Porcelana e outros. O Cirurgião Dentista, no exercício de sua profissão, manuseia
substâncias tóxicas e também se expõem aos efeitos do Raio X, ao realizar as
radiografias dentárias para estabelecer diagnóstico.

Em seu ambiente de trabalho o Cirurgião Dentista encontra muitos agentes nocivos a


sua saúde, tais como ruído (da broca), ultrassom, radiações ionizantes, manuseio com
agentes químicos (mercúrio e formaldeídos), agentes biológicos, além das condições
ergonômicas que se submete ao posicionar-se, inadequadamente e repetidamente,
quando trabalha na boca do paciente.

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09. LEGISLAÇAO PERTINENTE

09.01. Exposição aos agentes nocivos

A exposição à radiação ao Raio “X” é considerada insalubre em grau máximo,


segundo a NR- 15 anexo 5. Da mesma forma, os trabalhos realizados com exposição
ao Raio “X” estão enquadrados no anexo IV do Regulamento de Benefícios da
Previdência Social como agente nocivo.

Portanto, o Cirurgião Dentista, no desempenho de suas atividades fica exposto a


radiações ionizantes (Raio “X”), que é considerada insalubre em grau máximo,
segundo o anexo 5 – da NR 15, Regulamentada pela Norma CNEN – NE – 3.01.

Esta atividade também é considerada perigosa, segundo a Portaria 3.393/97 do


Ministério do Trabalho.

A manipulação com agentes químicos, em especial o contato com alguns elementos


considerados nocivos a saúde e utilizados nas restaurações e esterilizações, entre
eles destaca-se o amálgama (mercúrio e a limalha de prata com teor de cobre,
estanho, zinco e formaldeídos). O mercúrio é um agente químico insalubre de
presença ainda constante no ambiente odontológico.

Quando ocorre um derramamento do metal, este se dispersa em partículas menores,


que tendem a vaporizar principalmente se tais partículas forem movimentadas,
produzindo aerossóis e permanecerem perto de fontes de calor e em local com pouca
ventilação, segundo a NR – 15 – Anexo 13 é considerada insalubre e classifica-se no
grau máximo.

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No mesmo sentido, enquadra-se quando se expõe aos agentes biológicos através do
contato com secreções orais, como a saliva, o sangue e, eventualmente e secreções
purulentas dos pacientes. Medeiros et al, consideram que os agentes biológicos são
causas de diversas patologias advindas da atividade laboral.

Os autores destacam que o cirurgião-dentista pode contrair desde um resfriado


comum até formas agressivas de tuberculose, pneumonia, hepatite B, influenza,
sarampo, caxumba, rubéola, difteria, varicela, tétano e AIDS. Os agentes biológicos
são enquadradas na NR –15 anexo 14, por isso a obrigatoriedade do uso de EPIs
(Equipamentos de Proteção Individual).

09.02. Controles de Exposição e Proteção Individual

A odontologia não tinha uma preocupação rigorosa com a formação e o exercício


profissional sobre a conscientização do uso dos EPI´s. Com o advento do
aparecimento da AIDS na sociedade, obrigou a uma mudança radical no ensino e no
exercício da profissão com a preocupação da prevenção em adquirir esta e outras
doenças.

A biossegurança em odontologia passou a ser um procedimento ensinado nas escolas


e praticado em todos os consultórios odontológicos, com objetivo principal em diminuir
o risco de contaminação do profissional e das pessoas que laboram e convivem com
ele.

Biossegurança em odontologia é definida como sendo um conjunto de medidas


preventivas que envolvem a desinfecção do ambiente, a esterilização do instrumental
e o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), pelo profissional e equipe.

Os profissionais odontólogos são suscetíveis às inúmeras doenças e o mecanismo


mais efetivo para a proteção é o oferecido pelos equipamentos de proteção pessoal,
constituídos pelo gorro, óculos de proteção, máscara, avental ou roupa própria do

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consultório, luvas, sapatilhas ou sapato de uso exclusivo no consultório, não só para o
profissional como também para o pessoal auxiliar.

As canetas de alta rotação e aparelhos de profilaxia lançam aerossóis no ambiente


que além de serem inspirados, depositam-se nas superfícies próximas, incluindo-se
desta forma as roupas, rosto e cabelos do cirurgião dentista e auxiliar.

Este fato foi verificado por KING, MESARICIK & KING (1986) quando observaram um
aumento de 20 a 40 colônias bacterianas no rosto do profissional, após 20 minutos de
trabalho, sendo que estas mesmas bactérias foram também encontradas no rosto do
paciente.

Desta forma, é importante o uso do gorro para proteção dos cabelos pela
contaminação dos aerossóis, favorecendo também a proteção da boca do paciente da
microflora dos cabelos do profissional e equipe.

Para cumprir a finalidade a que se destina, o gorro dever ser descartável e quando se
apresenta sujo com material orgânico, deve ser substituído, não precisando
necessariamente ser trocado para cada cliente atendido, nos casos de atendimentos
semicríticos. É importante que o gorro cubra todo o cabelo do profissional.

O uso dos óculos de proteção também é muito importante, principalmente nas


manobras em que há produção de aerossóis, visto que a conjuntiva do olho apresenta
menos barreira de proteção que a pele.

O cirurgião dentista deve estabelecer rotina para a realização dos procedimentos de


biossegurança, sendo que essas rotinas são válidas para toda a equipe e o cirurgião
dentista é o responsável pela sua execução no consultório.

A odontologia é uma das profissões em que a distância entre paciente e profissional é


reduzida, portanto, o uso de máscara descartável com paredes duplas ou triplas é

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fundamental para a proteção contra a inalação ou ingestão de aerossóis pelos
profissionais e na transmissão de micro-organismos para o paciente.

As máscaras confeccionadas em tecido ou material sintético fino podem filtrar apenas


20,0% do aerossol (CAMPOS et alii 1989).

Durante os procedimentos operatórios dentais, micro-organismos da cavidade oral e


do trato respiratório podem ser desalojados, possibilitando desta forma transmissão de
doenças tais como a tuberculose, pneumonia, gripe, infecções de pele e
oftalmológicas (LU & ZAMBITO, 1981).

Portanto, sempre que se apresentarem úmidas, as máscaras devem ser substituídas,


pois se tornam permeáveis, tornando possível a contaminação.

Desta forma, a máscara deve ser substituída pelo profissional e equipe auxiliar sempre
que apresentar sujeira visível ou estiver úmida, não necessitando, pois ser substituída
para cada paciente atendido.

O possível mecanismo que explica a alta incidência de hepatite B na odontologia foi


descrito por ALLEN & ORGAN (1982). Os traumas que rotineiramente acontecem
envolvendo as mãos dos profissionais produzem rupturas na integridade da epiderme,
que não são notados numa inspeção visual.

Além disso, o sangue dos pacientes pode permanecer oculto debaixo das unhas dos
profissionais por cinco ou mais dias, depois do atendimento. Com o trauma, o sangue
aí instalado acaba sendo pressionado para o interior do corpo do profissional. A
utilização de luvas de forma habitual, portanto, é recomendada como método de
proteção à saúde do profissional e dos pacientes.

As luvas devem ser usadas em todos os procedimentos, não existindo motivo ou


manobra clínica que possa ser realizada sem a proteção oferecida por essa barreira,
pois numerosos trabalhos demonstram que a saliva do paciente é disseminada por
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todas as partes do consultório, produzindo focos de infecção no telefone, na gaveta,
maçaneta da porta, no livro de horário e em todas as demais partes tocadas pelo
profissional, durante ou após o atendimento.

Não basta apenas usar luvas para impedir a disseminação de infecções. O


profissional deve se habituar a lavar as mãos enluvadas ou a calçar uma sobre luva,
para realização de tarefas paralelas.

As luvas diminuem os riscos de contaminação, por isso, devem ser usadas sempre
que houver contato com instrumentos/equipamentos ou com superfícies possivelmente
contaminadas por sangue e/ou secreções. As luvas devem cobrir os punhos do jaleco,
que devem ter mangas compridas.

Uma avaliação física e microbiológica da reutilização de luvas não estéreis comprovou


que alguns tipos de sabões em barra afetam algumas luvas, podendo produzir
perfurações e aumento na viscosidade.

O clorexidine se mostrou mais compatível para ser utilizado na lavagem das luvas,
mas não é recomendável mais de 5 a 10 lavagens.

Observa que uma caixa de luvas de procedimentos ambidestros pode ter até 12%
delas com perfurações de fábrica e quando reprocessadas, este índice pode chegar a
51%.

Conforme trabalho de KOTILAINEN et alii (1989), observa-se extrema variedade na


qualidade das luvas de vinil e látex. Verificou-se que em teste de penetração do vírus
do herpes simples, as luvas de vinil e de látex falharam.

Os dados são alarmantes, pois algumas marcas de luvas de vinil apresentaram falha
em 28% das vezes em que foram utilizadas.

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A máscara deve apresentar paredes duplas ou triplas e se ajustar confortavelmente
aos óculos de proteção; utilizar propés ou reservar um par de sapatos para uso
exclusivo no consultório.

O não cumprimento das regras de biossegurança podem favorecer a ocorrência da


contaminação e aumentar o risco de contaminação das pessoas que trabalham neste
local.

10. FORMA DE AVALIAÇÃO

10.01. Avaliação qualitativa

A avaliação ambiental foi realizada observando cada processo de trabalho, onde se


utilizou a inspeção audiovisual, entrevistas e coleta de informações dos trabalhadores
para analisar a insalubridade e periculosidade, e avaliações quantitativas para
analisar a insalubridade.

No caso de agentes físicos (ruído) realizou-se a avaliação através de equipamentos


de medição instantânea e certificando-se sobre o tempo de exposição, informado
pelos trabalhadores, e das medidas de controle adotadas.

No caso de agentes químicos, certificou-se da quantidade de produtos químicos


utilizados na atividade, do tempo de exposição, das condições e forma de exposição e
das medidas de controle
adotadas.

No caso de agentes biológicos (microrganismos), foi analisado a fonte dos agentes,


em relação a legislação, que prevê insalubridade somente para os agentes definidos
nas fontes e condições da NR 15, anexo 14.
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No caso de Periculosidade, foram avaliadas as atividades, os agentes, as
quantidades e as áreas definidas na legislação.

10.02. Avaliação quantitativa

A avaliação quantitativa dos agentes insalubres medidas tem parâmetro em 66 dB. O


aparelho utilizado foi um decibelímetro digital, Digital Sound Level Meter/ Sonómetro
Digital, Tipo Minipa MSL-1325 A.

11. AGENTES INSALUBRES

Os agentes insalubres presentes no ambiente de trabalho durante a visita pericial


foram identificados como:

Riscos Físicos

RUIDO
Operar caneta (broca), impulsionada por ar comprimido obtido do compressor. No
caso em tela o ruído obtido pelo uso da caneta é o risco presente no ambiente de
trabalho durante o procedimento de manobra com caneta de alta rotação, para o
preparo de obturação de dente. O maior resultado obtido foi de 64 db, com aparelho
junto ao profissional e com o Dr. Jose Carlos operando a caneta, em pleno exercício
da profissão. Este resultado está abaixo dos limites indicados pela NR15 anexo1, não
caracterizando risco físico por ruído.

Radiação Ionizante
O Cirurgião Dentista, no desempenho de suas atividades fica exposto a radiações
ionizantes (Raio “X”) todas as vezes que executa manobras utilizando o aparelho de
raio “x” durante suas atividades.

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Riscos Químicos
Manipulação e contato com elementos nocivos a saúde e utilizados nas restaurações e
esterilizações, entre eles destaca-se o amálgama (mercúrio e a limalha de prata com
teor de cobre, estanho, zinco e formaldeídos)

Risco Ergonômico
Postura
A cadeira odontológica apenas inclina e eleva ou abaixa o paciente. O dentista
trabalha sempre na mesma posição, arcado sobre a boca do paciente.
Repetitividade
Alguns procedimentos são repetitivos e causam estresse ao profissional.
Risco Biológico
Através do contato com secreções orais, como a saliva, o sangue e, eventualmente,
secreções purulentas dos pacientes.

11.01 Evidências do Local de Trabalho

As evidencias são fotos e fichas dos pacientes que atestam os procedimentos


executados e que confirmam a exposição de forma contínua e permanente aos
agentes insalubres presentes no ambiente de trabalho, durante o exercício
profissional.

Fichas dos pacientes atendidos durante os anos em que o Dr. José Carlos exerceu a
profissão de dentista e que confirmam a exposição permanente aos agentes
insalubres.

As fichas scaneadas abaixo foram escolhidas aleatoriamente considerando uma por


ano. Elas em sua maioria são envelopes que dentro possui as chapas do paciente e
histórico financeiro.

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12. CONCLUSÃO

Portanto, não há como negar que, na atividade profissional do Cirurgião


Dentista, classificada como Atividade Especial, fica exposta de maneira
permanente aos agentes insalubres em grau máximo, conforme
evidenciado nas fichas dos pacientes, juntada a este laudo técnico e nas
fotos.

O Dr. Jose Carlos exerceu as suas atividades sob condições que


prejudicam a sua saúde ou a sua integridade física, ou seja, em condições
insalubres.

No caso, tendo em vista a sua exposição permanente a algum agente


prejudicial à saúde, seja por manipular material infecto-contagiante e
radiações ionizantes, quando examina os dentes e a cavidade bucal, por
via indireta (utilizando aparelhos) ou, por via direta, para verificar a
presença de cáries e outras afecções, ou seja, pelo ruído do micro motor,
pela postura da cervical ou de toda coluna vertebral ao se fazer uma
restauração, dentre outras inúmeras situações que tornam o seu trabalho
insalubre.

Assim constatamos que o Dr. gfgfgfgfg ficou exposto aos agentes


insalubres durante todo o tempo em que exerceu a sua profissão de
dentista.

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13. ENCERRAMENTO

Tendo dado por concluído o trabalho que consta de:

▪ 49 (quarenta e nove) folhas digitadas impressas no anverso ,

▪ ART/ RRT – anotação ou registro de responsabilidade


técnica.

para fins exclusivos de atendimento ao objetivo deste laudo pericial, ficando vedada a
sua reprodução parcial ou total para outros fins.
Colocando-nos à disposição para qualquer esclarecimento, agradeço mais esta
oportunidade, reiterando a nossa estima e respeito,

Curitiba, 10 de fevereiro de 2014

Vera Lúcia de Campos Correa Shebalj


Arquiteta, Urbanista e Engenheira de Segurança
CAUBR A-4307-9

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