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Mensagem, de Fernando Pessoa (1934), reúne a celebração de ações heroicas do passado e os

elementos de carácter lírico que radicam na subjetividade do sujeito poético, enquanto texto
épico-lírico.

A mensagem é uma obra épico-lírica, porque a inspiração e o conteúdo épicos são filtrados por
um sujeito lírico que se assume como “eu” do poema. A par de uma atitude introspetiva,
encontramos a matéria épica, integrada no tom subjetivo, como se o épico, através de
imagens simbólicas, fosse interiorizado. Assim, se o uso da terceira pessoa confere
narratividade épica à obra, o uso da primeira pessoa marca a sua subjetividade.

Da mesma forma, se podemos ler em Mensagem a glorificação do sujeito e a sua consequente


mitificação, muitas vezes tal é feito através de uma linguagem expressiva e emotiva, longe do
formalismo eloquente das epopeias. Assim, podemos falar de dois poemas que retratam as
duas dimensões da obra: homem do leme e mostrengo no que toca ao caráter épico e o
poema de D. Fernando, que remete para a dimensão lírica, graças às suas características.

Assim, a dimensão épico-lírica presente em "Mensagem" caracteriza-se pela combinação de


elementos épicos e líricos na construção de uma visão grandiosa e idealizada da história e da
identidade nacional portuguesa.

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