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1. Equalização:
Para vídeos e podcasts, realizar um corte nas frequências mais graves, abaixo de 80
Hz. No caso de vozes femininas, por geralmente serem mais agudas, é possível realizar
um corte ainda mais agressivo (até 150 Hz). preset para esses cortes sob a denominação
de high pass (filtro passa-altas). Hi-pass filter de 80 Hz a -48db/Oct no equalizador do
Adobe Audition. Equipamentos como mesas de som, gravadores e até alguns tipos
de microfones também costumam ter essa opção, permitindo já realizar uma captação sem
frequências desnecessárias para voz.
2. Redução de ruído:
Plugins e recursos do tipo costumam funcionar bem ao remover sons constantes e baixos,
Esses sons podem ter nomes mais específicos como “hum” (quando são mais
graves) e “hiss” (mais agudos). Há ainda os “clicks” (pequenos estalos constantes
ou espaçados) e “crackles” (similar ao som de crepitação). Essas definições podem ser
úteis ao procurar presets nos plugins de remoção de ruídos. Há alguns tipos de
redutores de ruídos que identificam o padrão sonoro (noise print ou perfil de ruído) para
posteriormente atuarem em cima desses sons específicos. Para funcionarem bem, é
recomendável gravar alguns segundos de “silêncio” no começo do arquivo, para que
essa parte, sem o áudio principal, sirva de amostra para o programa trabalhar. Adobe
Audition ainda possuem um visualizador de espectro sonoro, com ferramentas para
“apagar” partes indesejadas do som, facilmente identificadas pelo aspecto destoante na
imagem, em relação ao restante do gráfico.
Um outro modo de remover ruídos é utilizando um noise gate. Esse recurso serve para
cortar totalmente o volume, quando o sinal se mantém mais baixo do que certo valor
determinado. Qualquer tipo de redução de ruído afeta a qualidade do áudio, não abuse
dos parâmetros e tente utilizá-los de maneira leve.
3.Compressão:
controle de dinâmica do som, o que é bem diferente de compressão de arquivo (taxas de
kbps em MP3, por exemplo). Porém, como a compressão de arquivo também pode afetar a
qualidade do áudio, os conceitos podem se confundir. no tratamento de áudio, o
compressor serve para nivelar o volume do som, deixando-o mais homogêneo,
evitando picos indesejáveis e garantindo que partes mais sutis não desapareceram,
mantendo a fala sempre inteligível. Esse controle de dinâmica também é importante para
garantir uma experiência de audição mais agradável e consistente.
O valor que definimos para dizer “a partir daqui, abaixe o som” é chamado de threshold
(limiar). A velocidade em que o volume será diminuído é chamada attack (tempo de
ataque), e a velocidade com que o volume volta ao nível normal recebe o nome de release
(tempo de relaxamento).
Há ainda a função ratio (proporção), que define o quanto (muito ou pouco) o compressor
deve abaixar o volume após ser acionado. Pode ainda ter a função hold, que segura o
volume por um tempo adicional. Outro controle comum é o de makeup gain, que é uma
compensação de ganho, após a atuação da compressão, para não nos depararmos com um
áudio muito baixo.
É importante lembrar que compressão é um efeito que, se mal aplicado, pode mais
atrapalhar do que ajudar, criando distorções e adicionando um efeito artificial no
som. busque presets relacionados a diálogos e locução. Eles podem estar na categoria
dynamic processing (processadores dinâmicos) sob o nome de voice over, speech ou
audio leveler.
4.Tratamento de sibilância
Sons agudos derivados do S - Esses “assovios”, chamados de sibilância, podem aparecer
de modo mais intenso de acordo com a característica da voz gravada, ou podem ser
realçados pelo equipamento utilizado (tipos de microfone ou configurações de
equalização).
A aplicação de compressor no áudio é outro ponto que tende a agravar bastante esse
problema, já que o recurso eleva o volume de sons mais sutis, como os associados à
sibilância.
A maioria dos softwares possui algum tipo de funcionalidade para reduzir a sibilância no
tratamento de áudio, geralmente sob o nome de de-esser ou desibilizing. Se trata de uma
espécie de compressor que atua especificamente na região de frequências relacionadas ao
S da fala (sons agudos).
5.Limitador (limiter)
Por ser um tipo de compressor, ele atua na dinâmica do áudio (níveis de volume), se
baseando nos mesmos princípios. Porém, pense no limiter como um compressor menos
flexível, utilizado com o objetivo de segurar picos de áudio em trechos de maior
ganho e não só de nivelar o áudio de maneira constante (como costuma ser utilizado
o compressor). Muitas vezes o limiter é colocado como uma barreira, que não deixa
de forma alguma o áudio ultrapassar certo valor, não importando o quão alto seja o sinal
de entrada. Nesses casos (configurado com threshold “infinito”), o efeito recebe o
nome de brickwall limiter.
Os limitadores geralmente são colocados no final na cadeia de efeitos, como um
recurso de proteção, evitando clipping (distorção de sinal) ou, na pior das hipóteses,
danos aos nossos ouvidos e auto-falantes. Podem ser especialmente úteis em
situações onde não possuímos total controle da situação, como em produções ao
vivo, por exemplo.
6.Volume geral
A unidade de medida decibel (dB), utilizada frequentemente em áudio digital, se refere à
intensidade do som de acordo com a quantidade de pressão que ele gera no ar.
O problema é que nossos ouvidos não percebem todas as frequências com a mesma
sensibilidade. Assim, níveis em decibéis nem sempre correspondem ao volume de fato
percebido por nós. É por isso que hoje em dia é mais recomendado se basear em LKFS
(ou LUFS) para medir volume de som, pois esses padrões consideram não só a
medição
objetiva, como também avaliam o áudio de modo subjetivo. (VER)
Vale procurar por algum recurso (loudness meter, por exemplo) no seu software que dê
esses valores, mas também existem sites como o Youlean, onde você pode fazer upload de
seu arquivo e verificar a medição.
(Loudness radar meter do Adobe Audition)
Como recomendação geral, mantenha seu áudio em cerca de -16 LKFS para podcasts e
-14 LKFS para vídeos. Por garantia, busque sempre informações de recomendações
para cada plataforma ou mídia utilizada, pois esses valores podem variar.
7.Monitoração
Antes de fazer alterações em áudio, é preciso estar ciente de que a forma como você
escuta altera bastante sua percepção do som. Profissionais de áudio geralmente
utilizam salas com tratamento acústico e caixas especializadas (monitores) posicionadas de
maneira ideal. Assim, podem garantir uma reprodução bem confiável do som trabalhado.
Como essa não é a realidade da maioria das pessoas, existem outras táticas e
equipamentos que podem nos ajudar a não sermos enganados por reproduções
deficientes.
A primeira dica é escolher boas referências, já que muitas vezes fica difícil julgar a
qualidade do áudio que produzimos sem ter uma base de comparação.
Você pode ter dúvidas se o som está muito baixo/alto, grave/agudo, se o nível da música de
fundo está afetando demais a voz principal etc. Então, durante o processo, alterne a
audição do seu áudio com a de materiais que você julga serem bons e,
principalmente, confia na qualidade.
Tenha pelo menos duas ou três referências com características distintas, para que
você não caia no erro de tentar recriar uma única sonoridade. Isso poderia te atrapalhar
mais do que ajudar, pois se você não tiver os mesmos equipamentos, ambientes e voz de
sua referência, com certeza não vai conseguir chegar ao mesmo resultado.
Isso não é necessariamente ruim, mas é preciso ter em mente que referências não são
modelos a serem copiados de maneira exata.
Se achar necessário, toque o áudio em notebooks, TVs, som de carro e onde mais achar
viável e útil.
Ao fazer testes e monitorar (não importa em qual equipamento) é importante também
não deixar o volume alto. Coloque o som em uma altura mais baixa, mas que ainda assim
dê para ouvir bem todos os elementos sonoros.
Isso é importante para não sermos “enganados” pela reprodução, já que o nível de volume
também altera nossa percepção do som. dicas para o seu tratamento de áudio. Confira!
Ordem de efeitos
No tratamento de áudio, a ordem dos efeitos/plugins pode fazer diferença no resultado.
Como recomendação geral, manter a sequência que demonstramos aqui pode ser um
bom ponto de partida.
Então,
Master output
Em projetos multipistas, alguns efeitos podem ser aplicados na saída geral (master
output), afetando todas as tracks utilizadas, deixando o processo mais prático e permitindo
melhor controle do som como um todo.
Plugins, como medidores de altura, devem ficar nesse master output para fazerem a leitura
geral do áudio quando houver mais de uma pista. Limiter e compressores, em alguns casos,
também podem fazer mais sentido se colocados no rack da master.
(Pistas à esquerda (cada uma com EQ, redutor de ruído e compressor) e master à
direita (com limiter e medidor de LKFS) no Adobe Audition)
Fade (suavização)
Sobre cortes no áudio, tente sempre que possível utilizar recursos como o fade
(suavização) no começo (fade in) e no final (fade out) dos trechos. Isso evitará que o som
inicie ou termine de maneira brusca, o que pode gerar pequenos clicks no áudio.
Normalização (normalize)
Vale a pena também procurar por recursos como o normalize (normalização) para
aumentar o volume de toda a faixa de áudio igualmente, de forma que o ponto com o
sinal mais alto fique em -1 dB (ou outro valor estipulado).
Desse modo ficará mais fácil visualizar a forma de onda, facilitando a edição visual e
exigindo configurações menos bruscas de alguns plugins.
Microfone dinâmico
O microfone dinâmico funciona, basicamente, como um alto falante, já que não
precisa de energia para funcionar.
O modelo possui pouca sensibilidade para sons distantes, o que o torna uma excelente
opção para ambientes barulhentos e com muitos ruídos, como um show, por exemplo.
O fato de ser pouco sensível faz com que o foco seja direcionado para o som mais próximo.
Então, se estiver posicionado bem perto da fonte sonora, o microfone dinâmico
apresenta ótimo desempenho.
Além disso, ele é prático, de fácil mobilidade e bem resistente, o que requer poucos
cuidados para que tenha boa duração.
Um dos pontos negativos, no entanto, é a necessidade de ser segurado pelo interlocutor ou
colocado em algum apoio, o que pode impactar negativamente no visual do vídeo ou
dificultar a locomoção, caso ele seja fixado.
Formatos
Microfone de lapela
O microfone de lapela é aquele comumente fixado nas camisas dos apresentadores de
televisão, principalmente durante gravações de entrevistas e reportagens jornalísticas.
O posicionamento desse tipo de microfone deve ser próximo da boca do interlocutor ou do
local de origem do som, para evitar interferência de barulhos presentes no ambiente e
captar o áudio da melhor forma possível.
Para a transmissão do som, é necessário ter um receptor que, no caso de um microfone de
lapela com fio, deve estar conectado à ele e, no caso de um modelo sem fio, precisa estar
ao alcance para que não haja falhas na obtenção do áudio.
O fato de ser um modelo portátil, discreto, com bom custo-benefício e que permite que o
interlocutor tenha as mãos livres enquanto grava (o que pode ser ótimo para apresentação
de produtos e tutoriais), faz com que o microfone de lapela seja a escolha de muitas
pessoas que trabalham com vídeos. Um dos modelos mais recomendados é o MVL da
marca Shure.
Esse formato tem um investimento médio de 50 reais, mais um cabo USB que você pode
conectar em seu celular ou dispositivo móvel.
Contudo, há algumas desvantagens que devem ser consideradas, como a necessidade
de mantê-lo sempre próximo do receptor para garantir a qualidade do áudio e a
possibilidade de interferência de sons externos ou até mesmo do tecido da roupa em
que estiver fixado.
Microfone shotgun
O modelo shotgun é bastante utilizado em cinemas e programas de TV por possibilitar a
obtenção de áudios de qualidade e bem direcionados.
Devido ao formato de tubo, ao ser posicionado suspenso no local da gravação, o áudio é
captado exatamente na região para a qual o equipamento está apontado, o que minimiza o
registro de sons do entorno.
Um dos pontos negativos é a necessidade de um suporte para mantê-lo fixo ou de
alguém para segurá-lo durante a gravação. Dependendo do espaço, do tamanho de sua
equipe e da necessidade de movimentação durante o vídeo, esse fator pode ser decisivo na
hora da escolha.
Além disso, demanda um pouco mais de preparação para ser utilizado e pode ter
custo mais elevado no mercado, principalmente se focarmos nas opções mais
profissionais.
Microfone da câmera
Como dissemos anteriormente, o microfone da câmera não é o mais indicado para a
gravação de vídeos, pois, na maioria das vezes, produz áudio de baixa qualidade e
com captação de ruídos de todo o ambiente.
Claro que, em casos de orçamento limitado ou impossibilidade de investir em um microfone
mais adequado para obtenção de áudio para vídeos, é possível se organizar para conseguir
utilizar o microfone da câmera e alcançar um resultado satisfatório.
Porém, se você conseguir separar uma quantia para a compra de uma das outras opções,
vai garantir um resultado com aspecto mais profissional.
Microfone USB
Esse tipo de microfone se tornou bem popular com o aumento das gravações caseiras de
vídeos já que, para utilizá-lo, é necessário ter somente um computador para conectá-lo na
entrada USB e gravar o áudio em software específico.
Para quem procura simplicidade e praticidade, o fato do microfone USB não requerer o uso
de outros equipamentos além do computador pode ser um diferencial importante na hora da
escolha.
No entanto, se as gravações forem externas ou em ambientes que exijam maior mobilidade
do interlocutor, talvez não seja o modelo mais indicado, pois a necessidade de estar
conectado ao computador reduz as possibilidades de movimentação.
Existem vários modelos e o ideal é analisar cada opção de acordo com o objetivo de seus
vídeos e seu orçamento. Um dos mais conhecidos é o Blue Snowball, que, no Brasil, custa
aproximadamente R$ 500,00.
Microfone do celular
Para quem está começando agora e não tem condições financeiras para investir em um
equipamento específico para captação de áudio para vídeos, o microfone do celular
pode ser a solução.
Os smartphones possuem aplicativos próprios para gravação de áudios e cada modelo
apresenta uma performance diferente. Para saber se com seu aparelho é possível
obter um som nítido e sem ruídos prejudiciais, faça alguns testes anteriormente para
checar como soa sua voz em condições semelhantes às que você estará quando gravar
seus vídeos.
É importante lembrar, ainda, que esses microfones captam todos os sons do ambiente e,
por isso, precisam ser posicionados com foco diretamente na saída do áudio, para
reduzir ao máximo as chances de interferência.
Veja como esses modelos funcionam na prática, no Hotmart Tips.
https://www.youtube.com/watch?v=_3Xg1PEzfso&feature=emb_imp_woyt
Se você quer ter um áudio de qualidade sem gastar muito, o gravador de som deve ser
seu primeiro investimento. Ele não vai transmitir sinal nenhum para a câmera, o que zera
interferência na transmissão e faz com que seu áudio saia limpo e audível.
Além disso, esse tipo de equipamento é capaz de gravar áudio com qualidade em uma
resolução muito maior do que a câmera. Eles podem gravar sem compressão, o que
ajuda a aplicar filtros de áudio na edição.
Quanto ao posicionamento do gravador, é bem simples: você pode colocá-lo em cima da
mesa próxima que esteja usando.
A única observação sobre os gravadores de áudio é na edição. Ou seja, existe um
procedimento a mais.
Quando você usa um gravador separado, a gravação tem dois arquivos distintos. Um é o
arquivo da câmera que vem com o vídeo e o áudio captados pelo microfone da câmera e o
outro é o arquivo de áudio do seu gravador.
Na edição, você terá que sincronizar o vídeo da câmera com o áudio do gravador. Mas nada
impossível, ok?
2. Ajuste o tempo
Essa dica é para aqueles que falam pelos cotovelos! É importante que você tenha
compreensão do tempo para que seu trabalho flua de maneira correta.
Você deve definir um tempo para gravar seu texto e o obedecer. Caso contrário, terá o
trabalho em dobro, tendo que gravar novamente diminuindo (ou aumentando)
o tempo do ritmo.
3. Você pode respirar!
Não remova as respirações do seu áudio, elas ajudam na dramaticidade da leitura.
Além disso, a expiração e a inspiração dão um ar humano para seus vídeos.
Tente cortar um pouco o tempo entre duas palavras, invés de cortar completamente a
respiração. Seja natural!
[aqui 06.02]
***
Conheça os principais parâmetros para garantir qualidade de áudio
Já sobre os arquivos, eles costumam ser divididos em dois tipos: sem compressão ou
comprimidos.
A. quando o produto final poderá ser processado pelo consumidor (arquivos destinados
a bancos sonoros, por exemplo);
B. quando ocorrerá gravação em mídia física (CD, DVD e Blue-Ray);
C. ou para mercado de audiófilos (por uma questão de valor percebido e garantia de
alta qualidade).
Entretanto, mesmo que você não tenha interesse em finalizar o processo com um WAV (um
dos mais comuns), os formatos lossless podem ser bastante úteis na etapa de edição.
Por comportarem muita informação, eles suportam alterações mais extremas sem
degradar o som, impactando a qualidade de áudio.
Assim, por meio de plugins, conversões e processamentos, é possível manipulá-los de
maneira mais livre, garantindo ótima qualidade, mesmo se posteriormente for gerado um
arquivo comprimido.
Arquivos comprimidos
A maior parte dos equipamentos disponíveis no mercado (câmeras, celulares e gravadores
de áudios) costuma entregar arquivos já comprimidos. Eles são mais práticos, fáceis de
processar e demandam menos espaço de armazenagem, apresentando tamanhos bem
reduzidos (em bytes).
Alguns exemplos desses formatos são: 3GP, AAC, M4A, OGG, WMA e o MP3 — este é,
sem dúvida, o mais conhecido. Esses arquivos são como o JPEG ou GIF no campo
das imagens.
Por meio de um complexo algoritmo, tais arquivos são gerados buscando manter apenas
informações relevantes para nossos ouvidos. Dependendo do modo de compressão,
podemos gerar um MP3 a partir de um WAV e ter um arquivo 10 vezes menor, sem
alterações perceptíveis no som.
Lembrando que os valores e descrições acima são apenas uma aproximação, pois a
compressão de arquivo age de maneira distinta em cada tipo de áudio. Quanto mais
informação perceptível (ou quanto mais complexo for o áudio em questão), mais
margem haverá para a compressão afetar a qualidade.
É por isso que, para um podcast sem trilha sonora, pode não haver problema ao gerar um
arquivo de apenas 64 kbps, mono — com um único sinal de áudio tocando simultaneamente
nos canais da esquerda (L) e direita (R).
No entanto, uma música bem produzida em estúdio, tocada com vários instrumentos
diferentes, pode sofrer perdas perceptíveis mesmo se o arquivo comprimido for de 128
kpbs, estéreo — com um sinal diferente para cada caixa, direita e esquerda.
Aqui, estamos falando de taxas de compressão fixas (CBR — constant bitrate), mas
há ainda a possibilidade de gerar arquivos com taxas variáveis, como as chamadas
VBR (variable bitrate) ou ABR (average bitrate).
No VBR, o algoritmo analisa o áudio e decide em quais partes pode comprimir de maneira
mais agressiva e em quais deve tirar menos informação. O ABR age de modo similar, mas
se mantém na média da taxa estipulada previamente. Esses dois métodos, apesar de mais
inteligentes, podem gerar incompatibilidade com alguns players.
Quando falamos sobre compressão x qualidade, lembre-se de que não há regras: cada
caso é um caso e é preciso avaliá-los individualmente para saber até que ponto as perdas
são aceitáveis, ou quando vale a pena abrir mão da qualidade em prol da facilidade de uso
(download mais rápido ou menor impacto de armazenamento, por exemplo).
Lembre que alguns sites e serviços recodificam o áudio após você fazer upload.
Como não temos controle sobre esse processo, pode ser uma boa ideia enviar arquivos
com qualidade um pouco acima do necessário para que se tenha uma margem de
segurança no caso de novas conversões.
Resolução de amplitude: 16 bits ou 24 bits?
Se você for utilizar uma interface/placa de som ou um gravador dedicado, vai se deparar
com opções de valores de bit depth. Isso está relacionado ao padrão de áudio digital
PCM e não se aplica a arquivos comprimidos.
Os valores dizem respeito à relação sinal-ruído. Em outras palavras, tem a ver com
dinâmica, ou níveis de volume que o arquivo consegue registrar com qualidade de
áudio.
É como se fosse uma resolução de amplitude do som. Assim, em teoria, um áudio em 16
bits consegue representar 65.536 níveis de volume entre o valor mais baixo e o mais
alto da escala. Já em 24 bits, há 16.7 milhões de gradações.
O motivo é que, como não há resolução suficiente para registrar com exatidão sinais
extremamente fracos, esses sons podem soar distorcidos digitalmente ou serem
acrescidos de ruídos. por meio de um processo chamado dithering, que busca mascarar
essas falhas de quantização.
Desse modo, como o arquivo em 16 bits registra menos gradações de volume (48 dB a
menos em relação ao 24 bits), teoricamente corre-se o risco de, ao subir o volume no
software, você se deparar com uma maior dose desses “chiados”. Em 24 bits, tecnicamente
já não há esse risco.
Apesar disso que foi falado, você com certeza vai se deparar com uma quantidade de
ruídos (noise floor) provenientes de diversas fontes muito mais prováveis como:
cabos, rede elétrica, pré-amplificadores, microfones, componentes de baixa
qualidade, ruídos do próprio ambiente (“ruído de sala”) e, até, decorrentes do
funcionamento natural do equipamento utilizado (alguns fabricantes até especificam
o valor no manual).
Assim, na prática, valores de bit depth provavelmente não influenciarão sua gravação de
modo relevante. Então, se seu equipamento só suporta 16 bits, fique tranquilo, afinal é o
mesmo valor de bit depth de um CD de áudio, que, como se sabe, pode apresentar som
cristalino para a maior parte dos usos.
No entanto, como um arquivo 24 bits não fica muito mais pesado do que um em 16
bits, vale a pena gravar nesta resolução mais alta sempre que possível.
Além de se garantir uma margem de segurança maior ao processar o arquivo digitalmente,
24 bits é o padrão do DVD e Blue-Ray. Desse modo, evitam-se conversões desnecessárias,
caso o áudio final vá para uma dessas mídias físicas.
Hoje em dia, já existem até equipamentos que trabalham em 32 bits, mas, como vimos,
dificilmente você se beneficiaria de algo do tipo, pois se trata de uma opção para casos
específicos.
Por exemplo, quando o som é criado diretamente dentro do computador — sem passar por
toda uma parafernália analógica, o que acaba adicionando diversos ruídos ao processo.
Apesar disso, alguns equipamentos permitem gravações em até 96 kHz ou mais. O único
motivo para se trabalhar com valores tão elevados de sample rate é ter mais dados para
manipular arquivos digitalmente (algo similar ao que vimos sobre trabalhar com WAV em
relação ao MP3).
Porém, como isso implica mais espaço de armazenamento e maior exigência de
processamento, não é uma recomendação nossa. Para vídeo online ou podcast, as
vantagens provavelmente serão insignificantes. Além do mais, em alguns casos, valores
muito elevados de sample rate podem gerar distorções harmônicas indesejáveis.
Por isso, recomendamos utilizar 48 kHz, especialmente para se trabalhar com vídeo. Por
ainda ser valor padrão de mercado, você terá menos riscos de incompatibilidades ou erros
de leitura.
Alguns dos possíveis erros de compatibilidade têm relação com a duração do áudio e altura
tonal (pitch) reproduzida. Por exemplo, um arquivo de 44.1 kHz pode soar mais rápido e
“agudo” em um projeto configurado para 48 kHz. Já um arquivo 48 kHz, caso lido como 44.1
kHz, soará mais lento e com os timbres mais “graves”.
Essas recomendações são apenas uma garantia para evitar possíveis e raros problemas,
que podem gerar pequenos erros (artefatos digitais) decorrentes de falhas de conversões e
afetar a qualidade de áudio.
Aparelhos
Primeiro, é importante termos em mente sobre os aparelhos ideais para a gravação de
áudio. Existem aqueles que são básicos. Ou seja, qualquer pessoa deve ter para
utilizá-los na gravação de áudio. São eles: computador e placa de áudio.
A placa de áudio tem como objetivo captar o áudio que a pessoa deseja gravar. Já o
computador vai processar esse áudio e permitir que o produtor possa fazer as edições
necessárias de acordo com as suas necessidades.
Teoricamente, qualquer computador poderia ser utilizado para esse tipo de demanda. No
entanto, é importante analisar quais são os seus objetivos e as máquinas que melhor
comportam as suas necessidades. Assim, as chances de contar com um trabalho de
qualidade aumentam consideravelmente.
Não deixe de fazer benchmarking com pessoas que já são reconhecidas na área.
Certamente, elas terão muito a contribuir para você iniciar as suas atividades,
em especial, considerando que o começo de qualquer trabalho gera muitas dúvidas (tanto
técnicas quanto relacionadas ao fechamento de negócios).