Você está na página 1de 16

TRATAMENTO DE ÁUDIO

1. Equalização:
Para vídeos e podcasts, realizar um corte nas frequências mais graves, abaixo de 80
Hz. No caso de vozes femininas, por geralmente serem mais agudas, é possível realizar
um corte ainda mais agressivo (até 150 Hz). preset para esses cortes sob a denominação
de high pass (filtro passa-altas). Hi-pass filter de 80 Hz a -48db/Oct no equalizador do
Adobe Audition. Equipamentos como mesas de som, gravadores e até alguns tipos
de microfones também costumam ter essa opção, permitindo já realizar uma captação sem
frequências desnecessárias para voz.

2. Redução de ruído:
Plugins e recursos do tipo costumam funcionar bem ao remover sons constantes e baixos,
Esses sons podem ter nomes mais específicos como “hum” (quando são mais
graves) e “hiss” (mais agudos). Há ainda os “clicks” (pequenos estalos constantes
ou espaçados) e “crackles” (similar ao som de crepitação). Essas definições podem ser
úteis ao procurar presets nos plugins de remoção de ruídos. Há alguns tipos de
redutores de ruídos que identificam o padrão sonoro (noise print ou perfil de ruído) para
posteriormente atuarem em cima desses sons específicos. Para funcionarem bem, é
recomendável gravar alguns segundos de “silêncio” no começo do arquivo, para que
essa parte, sem o áudio principal, sirva de amostra para o programa trabalhar. Adobe
Audition ainda possuem um visualizador de espectro sonoro, com ferramentas para
“apagar” partes indesejadas do som, facilmente identificadas pelo aspecto destoante na
imagem, em relação ao restante do gráfico.
Um outro modo de remover ruídos é utilizando um noise gate. Esse recurso serve para
cortar totalmente o volume, quando o sinal se mantém mais baixo do que certo valor
determinado. Qualquer tipo de redução de ruído afeta a qualidade do áudio, não abuse
dos parâmetros e tente utilizá-los de maneira leve.

3.Compressão:
controle de dinâmica do som, o que é bem diferente de compressão de arquivo (taxas de
kbps em MP3, por exemplo). Porém, como a compressão de arquivo também pode afetar a
qualidade do áudio, os conceitos podem se confundir. no tratamento de áudio, o
compressor serve para nivelar o volume do som, deixando-o mais homogêneo,
evitando picos indesejáveis e garantindo que partes mais sutis não desapareceram,
mantendo a fala sempre inteligível. Esse controle de dinâmica também é importante para
garantir uma experiência de audição mais agradável e consistente.
O valor que definimos para dizer “a partir daqui, abaixe o som” é chamado de threshold
(limiar). A velocidade em que o volume será diminuído é chamada attack (tempo de
ataque), e a velocidade com que o volume volta ao nível normal recebe o nome de release
(tempo de relaxamento).
Há ainda a função ratio (proporção), que define o quanto (muito ou pouco) o compressor
deve abaixar o volume após ser acionado. Pode ainda ter a função hold, que segura o
volume por um tempo adicional. Outro controle comum é o de makeup gain, que é uma
compensação de ganho, após a atuação da compressão, para não nos depararmos com um
áudio muito baixo.
É importante lembrar que compressão é um efeito que, se mal aplicado, pode mais
atrapalhar do que ajudar, criando distorções e adicionando um efeito artificial no
som. busque presets relacionados a diálogos e locução. Eles podem estar na categoria
dynamic processing (processadores dinâmicos) sob o nome de voice over, speech ou
audio leveler.

4.Tratamento de sibilância
Sons agudos derivados do S - Esses “assovios”, chamados de sibilância, podem aparecer
de modo mais intenso de acordo com a característica da voz gravada, ou podem ser
realçados pelo equipamento utilizado (tipos de microfone ou configurações de
equalização).
A aplicação de compressor no áudio é outro ponto que tende a agravar bastante esse
problema, já que o recurso eleva o volume de sons mais sutis, como os associados à
sibilância.
A maioria dos softwares possui algum tipo de funcionalidade para reduzir a sibilância no
tratamento de áudio, geralmente sob o nome de de-esser ou desibilizing. Se trata de uma
espécie de compressor que atua especificamente na região de frequências relacionadas ao
S da fala (sons agudos).

Rack Efect DeEsser do Adobe Audition


Nas configurações desses plugins, geralmente você pode ajustar a região das frequências
afetadas e intensidade do efeito. Lembre-se que parâmetros extremos podem deixar a
fala com característica de “língua presa” ou resultar em áudio sem agudos (sem
“brilho”). Então, evite exagerar. A sibilância pode ser atenuada simplesmente reduzindo
um pouco algumas frequências mais agudas. É possível utilizar um equalizador
paramétrico para isso, mas sempre dê preferência a um recurso específico.

5.Limitador (limiter)
Por ser um tipo de compressor, ele atua na dinâmica do áudio (níveis de volume), se
baseando nos mesmos princípios. Porém, pense no limiter como um compressor menos
flexível, utilizado com o objetivo de segurar picos de áudio em trechos de maior
ganho e não só de nivelar o áudio de maneira constante (como costuma ser utilizado
o compressor). Muitas vezes o limiter é colocado como uma barreira, que não deixa
de forma alguma o áudio ultrapassar certo valor, não importando o quão alto seja o sinal
de entrada. Nesses casos (configurado com threshold “infinito”), o efeito recebe o
nome de brickwall limiter.
Os limitadores geralmente são colocados no final na cadeia de efeitos, como um
recurso de proteção, evitando clipping (distorção de sinal) ou, na pior das hipóteses,
danos aos nossos ouvidos e auto-falantes. Podem ser especialmente úteis em
situações onde não possuímos total controle da situação, como em produções ao
vivo, por exemplo.

6.Volume geral
A unidade de medida decibel (dB), utilizada frequentemente em áudio digital, se refere à
intensidade do som de acordo com a quantidade de pressão que ele gera no ar.
O problema é que nossos ouvidos não percebem todas as frequências com a mesma
sensibilidade. Assim, níveis em decibéis nem sempre correspondem ao volume de fato
percebido por nós. É por isso que hoje em dia é mais recomendado se basear em LKFS
(ou LUFS) para medir volume de som, pois esses padrões consideram não só a
medição
objetiva, como também avaliam o áudio de modo subjetivo. (VER)
Vale procurar por algum recurso (loudness meter, por exemplo) no seu software que dê
esses valores, mas também existem sites como o Youlean, onde você pode fazer upload de
seu arquivo e verificar a medição.
(Loudness radar meter do Adobe Audition)
Como recomendação geral, mantenha seu áudio em cerca de -16 LKFS para podcasts e
-14 LKFS para vídeos. Por garantia, busque sempre informações de recomendações
para cada plataforma ou mídia utilizada, pois esses valores podem variar.

7.Monitoração
Antes de fazer alterações em áudio, é preciso estar ciente de que a forma como você
escuta altera bastante sua percepção do som. Profissionais de áudio geralmente
utilizam salas com tratamento acústico e caixas especializadas (monitores) posicionadas de
maneira ideal. Assim, podem garantir uma reprodução bem confiável do som trabalhado.
Como essa não é a realidade da maioria das pessoas, existem outras táticas e
equipamentos que podem nos ajudar a não sermos enganados por reproduções
deficientes.
A primeira dica é escolher boas referências, já que muitas vezes fica difícil julgar a
qualidade do áudio que produzimos sem ter uma base de comparação.
Você pode ter dúvidas se o som está muito baixo/alto, grave/agudo, se o nível da música de
fundo está afetando demais a voz principal etc. Então, durante o processo, alterne a
audição do seu áudio com a de materiais que você julga serem bons e,
principalmente, confia na qualidade.
Tenha pelo menos duas ou três referências com características distintas, para que
você não caia no erro de tentar recriar uma única sonoridade. Isso poderia te atrapalhar
mais do que ajudar, pois se você não tiver os mesmos equipamentos, ambientes e voz de
sua referência, com certeza não vai conseguir chegar ao mesmo resultado.
Isso não é necessariamente ruim, mas é preciso ter em mente que referências não são
modelos a serem copiados de maneira exata.

Confira o áudio em diversos equipamentos


Se quiser ter mais segurança em relação à qualidade do seu áudio, sempre o confira em
mais de um tipo de equipamento de som. Coloque seu vídeo ou podcast para tocar
no celular, fones de ouvidos e em aparelhos mais robustos.
Toque também aquelas suas referências nos mesmos equipamentos e compare os
resultados.
Confira se todos os elementos de seu áudio se mantêm presentes e se não há
variações inesperadas nos volumes.
Por exemplo: um certo efeito de som mais grave é tão audível no celular quanto em uma
caixa de som mais robusta? Há algum ruído que só aparece nos fones?
Um outro efeito sonoro quase some quando você toca o áudio na TV?
Faça esses tipos de observações e tente ajustar o áudio de modo que ele soe da melhor
maneira possível nos diversos tipos de falantes. Pode ser difícil obter um resultado
satisfatório em todos os equipamentos, mas priorize os principais.

Verifique o áudio em celulares


Como sabemos, o celular é hoje em dia o campeão de consumo de mídia. Por isso, é
imprescindível conferir o áudio nele.
Por ter falantes pequenos, em geral esses aparelhos não reproduzem bem as frequências
graves e podem nos levar a falsas conclusões.
Pode acontecer de você colocar mais graves em uma música (ou voz) do que é realmente
necessário ou não perceber ruídos indesejáveis nas baixas frequências (ruídos causados
por vento ou vibrações de suportes e pedestais, por exemplo).
A maioria dos modelos também possui apenas um falante externo. Então, nesses casos, o
áudio obrigatoriamente soará mono, com ambos os canais (esquerda/direita) misturados
pelo aparelho.
É importante mencionar que quando se anula efeitos de pan (variações entre sons na
esquerda e direita), podem acontecer cancelamentos de frequências. Por isso,
preste atenção se não há detalhes sumindo no som ou se o áudio se mantém sempre
equilibrado.

Faça o teste em fones de ouvido


Outro modo bastante comum de consumo de vídeos e podcasts é por meio de fones de
ouvido. Se possível, teste o áudio em fones pequenos (tipo in ear) e grandes
(headsets fechados ou semi-abertos).
Com fones, você provavelmente perceberá mais detalhes. Modelos maiores tenderão a ter
melhor resposta de graves. O isolamento também pode ter bastante influência, permitindo
um som com menos ou mais interferência de ruídos externos.
Caso esteja trabalhando som estereofônico (sinais diferentes nos lados direito e
esquerdo), é nesses equipamentos que essa desigualdade será mais perceptível.
Avalie se a diferença de áudio nos canais (L/R) não está prejudicando a experiência ou se
ela é realmente necessária.
Ainda sobre som estéreo, lembre-se que em algumas ocasiões o usuário pode ouvir o áudio
em apenas um lado dos fones, ou então utilizando só uma caixa de som (situações muitas
vezes causadas por mau funcionamento de aparelhos ou por escolha do próprio ouvinte).
Nesses casos, diferentemente do som mixado em mono, a informação de áudio de um
dos canais irá se perder completamente. Pense nisso ao, por exemplo, fazer
mixagens onde o áudio do entrevistador se mantém apenas (ou majoritariamente) em
um dos lados, enquanto o do entrevistado se mantém no outro. Na maior parte das vezes,
esse tipo de escolha resultará em má experiência auditiva.

Teste o áudio em caixas de som


Apesar de menos utilizadas no dia a dia, vale a pena testar o áudio em caixas de som
dedicadas. Podem ser caixas portáteis (bluetooth, por exemplo), caixas para
computadores (desktop) e até mesmo caixas de aparelhos maiores e melhores.
No caso de um par estéreo, se possível deixe as caixas na altura de sua cabeça,
mantendo-as a uma distância equivalente entre cada caixa e seus ouvidos, formando um
triângulo equilátero.
A audição em bons equipamentos pode evidenciar detalhes que de outro modo passariam
despercebidos. Como usuários que utilizam esses equipamentos costumam se importar
mais com qualidade, vale a pena considerar esses testes.

Se achar necessário, toque o áudio em notebooks, TVs, som de carro e onde mais achar
viável e útil.
Ao fazer testes e monitorar (não importa em qual equipamento) é importante também
não deixar o volume alto. Coloque o som em uma altura mais baixa, mas que ainda assim
dê para ouvir bem todos os elementos sonoros.

Isso é importante para não sermos “enganados” pela reprodução, já que o nível de volume
também altera nossa percepção do som. dicas para o seu tratamento de áudio. Confira!

Ordem de efeitos
No tratamento de áudio, a ordem dos efeitos/plugins pode fazer diferença no resultado.
Como recomendação geral, manter a sequência que demonstramos aqui pode ser um
bom ponto de partida.
Então,

A. primeiro equalize, para já remover frequências indesejadas, sem aplicar outros


efeitos sobre elas, o que poderia piorar a situação.
B. Depois passe o redutor de ruídos, para que o compressor e outros efeitos não
atrapalhem mais ainda posteriormente.
C. E, aí sim, comprima para nivelar o volume de seu áudio.
D. Em seguida, trate a sibilância, que provavelmente estará mais evidente pelo
efeito do compressor.
E. Só ao final, coloque o medidor de altura (loudness meter), para saber
exatamente como ficou o volume geral.

Master output
Em projetos multipistas, alguns efeitos podem ser aplicados na saída geral (master
output), afetando todas as tracks utilizadas, deixando o processo mais prático e permitindo
melhor controle do som como um todo.
Plugins, como medidores de altura, devem ficar nesse master output para fazerem a leitura
geral do áudio quando houver mais de uma pista. Limiter e compressores, em alguns casos,
também podem fazer mais sentido se colocados no rack da master.
(Pistas à esquerda (cada uma com EQ, redutor de ruído e compressor) e master à
direita (com limiter e medidor de LKFS) no Adobe Audition)

Fade (suavização)
Sobre cortes no áudio, tente sempre que possível utilizar recursos como o fade
(suavização) no começo (fade in) e no final (fade out) dos trechos. Isso evitará que o som
inicie ou termine de maneira brusca, o que pode gerar pequenos clicks no áudio.

Normalização (normalize)
Vale a pena também procurar por recursos como o normalize (normalização) para
aumentar o volume de toda a faixa de áudio igualmente, de forma que o ponto com o
sinal mais alto fique em -1 dB (ou outro valor estipulado).
Desse modo ficará mais fácil visualizar a forma de onda, facilitando a edição visual e
exigindo configurações menos bruscas de alguns plugins.

Microfones disponíveis no mercado


Inicialmente, vamos apresentar dois tipos de microfone – condensador e dinâmico – e
mostrar as características de cada um para que você compreenda as diferenças.
Tipos
Microfone condensador
Para quem nunca ouviu falar, o microfone condensador é aquele usado em cenas de
filmes, documentários e novelas filmadas em estúdios. Sua utilização é comum nesses
casos pois esse modelo apresenta bom desempenho, precisão e clareza do som em
ambientes fechados e com bom isolamento acústico.
Contudo, por terem muita sensibilidade, eles não são indicados para ambientes externos
e com muitas interferências sonoras, pois captam todo o áudio em volta, o que pode
prejudicar o resultado de seu trabalho.
Deve-se considerar também que o microfone condensador precisa de uma phanton power
para ser utilizado, que funciona como a alimentação de energia para o equipamento.
Devido a suas características, ele é capaz de produzir um som de alta qualidade, mas
somente nas circunstâncias específicas que mencionamos acima.
Se o que você precisa é de um microfone para vídeos caseiros, por exemplo, pode ser que
o modelo condensador capte o barulho dos outros integrantes de sua casa conversando na
cozinha, os sons dos carros na rua abaixo de sua janela ou outros ruídos que você não
gostaria que saíssem em seus vídeos.
No entanto, caso você tenha um local tranquilo, que permita que o microfone seja
direcionado somente para o som que você deseja, esse pode ser um bom
investimento!
Existem diferentes modelos de preços variados no mercado, então, não deixe de pesquisar,
perguntar e se informar bem antes de escolher.

Microfone dinâmico
O microfone dinâmico funciona, basicamente, como um alto falante, já que não
precisa de energia para funcionar.
O modelo possui pouca sensibilidade para sons distantes, o que o torna uma excelente
opção para ambientes barulhentos e com muitos ruídos, como um show, por exemplo.
O fato de ser pouco sensível faz com que o foco seja direcionado para o som mais próximo.
Então, se estiver posicionado bem perto da fonte sonora, o microfone dinâmico
apresenta ótimo desempenho.
Além disso, ele é prático, de fácil mobilidade e bem resistente, o que requer poucos
cuidados para que tenha boa duração.
Um dos pontos negativos, no entanto, é a necessidade de ser segurado pelo interlocutor ou
colocado em algum apoio, o que pode impactar negativamente no visual do vídeo ou
dificultar a locomoção, caso ele seja fixado.

Formatos
Microfone de lapela
O microfone de lapela é aquele comumente fixado nas camisas dos apresentadores de
televisão, principalmente durante gravações de entrevistas e reportagens jornalísticas.
O posicionamento desse tipo de microfone deve ser próximo da boca do interlocutor ou do
local de origem do som, para evitar interferência de barulhos presentes no ambiente e
captar o áudio da melhor forma possível.
Para a transmissão do som, é necessário ter um receptor que, no caso de um microfone de
lapela com fio, deve estar conectado à ele e, no caso de um modelo sem fio, precisa estar
ao alcance para que não haja falhas na obtenção do áudio.
O fato de ser um modelo portátil, discreto, com bom custo-benefício e que permite que o
interlocutor tenha as mãos livres enquanto grava (o que pode ser ótimo para apresentação
de produtos e tutoriais), faz com que o microfone de lapela seja a escolha de muitas
pessoas que trabalham com vídeos. Um dos modelos mais recomendados é o MVL da
marca Shure.
Esse formato tem um investimento médio de 50 reais, mais um cabo USB que você pode
conectar em seu celular ou dispositivo móvel.
Contudo, há algumas desvantagens que devem ser consideradas, como a necessidade
de mantê-lo sempre próximo do receptor para garantir a qualidade do áudio e a
possibilidade de interferência de sons externos ou até mesmo do tecido da roupa em
que estiver fixado.

Microfone shotgun
O modelo shotgun é bastante utilizado em cinemas e programas de TV por possibilitar a
obtenção de áudios de qualidade e bem direcionados.
Devido ao formato de tubo, ao ser posicionado suspenso no local da gravação, o áudio é
captado exatamente na região para a qual o equipamento está apontado, o que minimiza o
registro de sons do entorno.
Um dos pontos negativos é a necessidade de um suporte para mantê-lo fixo ou de
alguém para segurá-lo durante a gravação. Dependendo do espaço, do tamanho de sua
equipe e da necessidade de movimentação durante o vídeo, esse fator pode ser decisivo na
hora da escolha.
Além disso, demanda um pouco mais de preparação para ser utilizado e pode ter
custo mais elevado no mercado, principalmente se focarmos nas opções mais
profissionais.

Microfone da câmera
Como dissemos anteriormente, o microfone da câmera não é o mais indicado para a
gravação de vídeos, pois, na maioria das vezes, produz áudio de baixa qualidade e
com captação de ruídos de todo o ambiente.
Claro que, em casos de orçamento limitado ou impossibilidade de investir em um microfone
mais adequado para obtenção de áudio para vídeos, é possível se organizar para conseguir
utilizar o microfone da câmera e alcançar um resultado satisfatório.
Porém, se você conseguir separar uma quantia para a compra de uma das outras opções,
vai garantir um resultado com aspecto mais profissional.

Microfone USB
Esse tipo de microfone se tornou bem popular com o aumento das gravações caseiras de
vídeos já que, para utilizá-lo, é necessário ter somente um computador para conectá-lo na
entrada USB e gravar o áudio em software específico.
Para quem procura simplicidade e praticidade, o fato do microfone USB não requerer o uso
de outros equipamentos além do computador pode ser um diferencial importante na hora da
escolha.
No entanto, se as gravações forem externas ou em ambientes que exijam maior mobilidade
do interlocutor, talvez não seja o modelo mais indicado, pois a necessidade de estar
conectado ao computador reduz as possibilidades de movimentação.
Existem vários modelos e o ideal é analisar cada opção de acordo com o objetivo de seus
vídeos e seu orçamento. Um dos mais conhecidos é o Blue Snowball, que, no Brasil, custa
aproximadamente R$ 500,00.

Microfone do celular
Para quem está começando agora e não tem condições financeiras para investir em um
equipamento específico para captação de áudio para vídeos, o microfone do celular
pode ser a solução.
Os smartphones possuem aplicativos próprios para gravação de áudios e cada modelo
apresenta uma performance diferente. Para saber se com seu aparelho é possível
obter um som nítido e sem ruídos prejudiciais, faça alguns testes anteriormente para
checar como soa sua voz em condições semelhantes às que você estará quando gravar
seus vídeos.
É importante lembrar, ainda, que esses microfones captam todos os sons do ambiente e,
por isso, precisam ser posicionados com foco diretamente na saída do áudio, para
reduzir ao máximo as chances de interferência.
Veja como esses modelos funcionam na prática, no Hotmart Tips.
https://www.youtube.com/watch?v=_3Xg1PEzfso&feature=emb_imp_woyt

Como usar gravador para gravar áudio


Enquanto essa opção parece ser a mais difícil para gravar áudio com qualidade boa, venho
te dizer que não é nem um pouco.
Você pode usar um gravador, conectar o microfone e gravar o áudio diretamente no
gravador. E depois, sincronizar o áudio na hora da edição.

Se você quer ter um áudio de qualidade sem gastar muito, o gravador de som deve ser
seu primeiro investimento. Ele não vai transmitir sinal nenhum para a câmera, o que zera
interferência na transmissão e faz com que seu áudio saia limpo e audível.
Além disso, esse tipo de equipamento é capaz de gravar áudio com qualidade em uma
resolução muito maior do que a câmera. Eles podem gravar sem compressão, o que
ajuda a aplicar filtros de áudio na edição.
Quanto ao posicionamento do gravador, é bem simples: você pode colocá-lo em cima da
mesa próxima que esteja usando.
A única observação sobre os gravadores de áudio é na edição. Ou seja, existe um
procedimento a mais.
Quando você usa um gravador separado, a gravação tem dois arquivos distintos. Um é o
arquivo da câmera que vem com o vídeo e o áudio captados pelo microfone da câmera e o
outro é o arquivo de áudio do seu gravador.
Na edição, você terá que sincronizar o vídeo da câmera com o áudio do gravador. Mas nada
impossível, ok?

Função da espuma para gravador


Além disso, os gravadores podem vir com uma espuma. Ela faz com que o ruído externo e
até interno, do local onde estão, não seja captado.
Para você visualizar melhor o que seria esta espuma, basta reparar nos microfones que os
repórteres de televisão e radialistas utilizam.
Todos eles possuem uma espuma. Ela evita que os ruídos externos sejam captados no
áudio. E, consequentemente, auxiliam para que a qualidade do som seja ainda melhor.
Vale ressaltar um ponto importante ao usar o gravador. O primeiro toque fará com que uma
luz vermelha acenda, mas ainda não está gravando.
O gravador só inicia quando a luz vermelha ficar constante e não piscando. Se ela estiver
piscando, não está gravando o áudio.
Observe atentamente isso. Já fiz uma entrevista inteira com o gravador piscando. E,
adivinhem? Não estava gravando o áudio. Sim, de chorar!

Gravar áudio usando o celular


O celular pode salvar a sua vida enquanto não possuir um gravador nem um microfone
lapela. Por isso, ensinarei duas técnicas que você pode aproveitar na hora de fazer os seus
vídeos.
A primeira delas é utilizar apenas o seu celular de cabeça para baixo e próximo do seu
rosto. Vale lembrar das técnicas de enquadramentos e pensar em onde o celular ficará
para que ele não apareça.a imagem abaixo, por exemplo, seria interessante fechar mais o
enquadramento. Assim, o celular não fica tão distante de quem vai apresentar e também
não aparece no quadro.
Note que, dessa forma, parecerá que você segura um microfone, mas sem segurá-lo.
O celular será direcionado para você e com isso o áudio ficará melhor. Além disso, vale
evitar movimentar demais o braço em que segura o microfone.
Enfoque sempre com o outro. Assim, evita tanto que o celular apareça quanto que a sua
voz fique alta e baixa dependendo da distância da sua voz.
Mas, vale lembrar que também não é a melhor técnica de captação de áudio, já que em
locais fechados ou pequenos o eco pode atrapalhar no resultado final.
Por isso, a segunda dica é que você coloque o fone de ouvido no celular e utilize-o
como microfone lapela. Este microfone é direcional, já que ele dará mais enfoque ao que
está mais próximo dele. Com isso, captará um áudio muito mais limpo do que se estivesse
apenas com o celular.

As melhores dicas de edição de áudio

1. Confira seu microfone


Vamos pensar que o seu ambiente já esteja preparado para as gravações. Antes de
começar a gravar, lembre-se de checar seu microfone.
Para isso, leia em voz o texto proposto. Dessa forma, você pode ajustar o tom da sua voz
acertando o nível de entrada.
Não esqueça que sua voz precisa sair clara, sem distorção e com o volume certo.
Então, não aplique plugins ou efeitos, isso refletirá na dinâmica e na equalização de
sua voz.

2. Ajuste o tempo
Essa dica é para aqueles que falam pelos cotovelos! É importante que você tenha
compreensão do tempo para que seu trabalho flua de maneira correta.
Você deve definir um tempo para gravar seu texto e o obedecer. Caso contrário, terá o
trabalho em dobro, tendo que gravar novamente diminuindo (ou aumentando)
o tempo do ritmo.
3. Você pode respirar!
Não remova as respirações do seu áudio, elas ajudam na dramaticidade da leitura.
Além disso, a expiração e a inspiração dão um ar humano para seus vídeos.
Tente cortar um pouco o tempo entre duas palavras, invés de cortar completamente a
respiração. Seja natural!
[aqui 06.02]
***
Conheça os principais parâmetros para garantir qualidade de áudio

A qualidade do áudio é um aspecto importante para criadores de conteúdo. Mas o que é


necessário para garantir a excelência nos áudios para podcasts e vídeos? Neste post,
vamos ver tudo sobre o assunto.
Configurações de áudio para gravadores ou interfaces de som podem ser bastante
confusas. Mas se você vai trabalhar com vídeos ou podcasts, é bom saber como
interpretar esses parâmetros ao gravar e exportar arquivos, seja no Audacity (gratuito),
Reaper, Adobe Audition ou, mesmo, em programas editores de vídeo.
Aqui vamos falar sobre diferenças entre taxas de amostragem (sample rate),
resolução (bit depth), taxas de compressão de arquivo e variações de formatos.
Assim, você vai ficar mais seguro de suas escolhas em relação à qualidade de áudio e
garantir bons resultados.
Resumindo, você vai entender porque recomendamos gravar em formato não
comprimido (WAV, por exemplo) em 24 bits e 48 kHz. Além disso, também saberá o
motivo de, na maior parte dos casos, não precisarmos mais do que um MP3 de 192
kbps para exportar áudio de ótima qualidade.
Falaremos, ainda, sobre a possibilidade de maior compressão em arquivos de
podcasts, que podem ser gerados em MP3 de 64 kbps, mono, facilitando o consumo
online.

Formatos, extensões e codecs: o que significam?


Ao lidar com arquivos de áudio, podemos falar em formatos, extensões e codecs. Em uma
explicação simplificada, o formato de áudio nada mais é que o tipo de arquivo,
identificado por sua extensão (*.mp3, *.wav, *.ogg, *.wma etc.), que muitas vezes já
nos diz como aquele arquivo foi codificado — ou qual o seu codec.
Como exemplo, um arquivo no formato MP3 tem a extensão *.mp3 e codec MPEG-1 Audio
Layer III.

Qualidade do áudio - Exemplos de extensões de arquivos de áudio

Exemplos de extensões de arquivos de áudio


Normalmente essas terminações se misturam, mas o que importa saber é que, assim
como nos vídeos, arquivos com o mesmo tipo de extensão nem sempre apresentam o
mesmo codec e vice-versa.
Essa informação é válida para você não ficar perdido caso não entenda o motivo de um
software que normalmente toca seus arquivos *.m4a de repente se recusar a tocar um outro
de mesma extensão, por exemplo.
Uma situação do tipo poderia indicar que os codecs utilizados foram diferentes. No caso, a
solução seria usar outro software para ler o arquivo ou realizar uma conversão de formato
(nova codificação), que pode ser feita, até mesmo, em editores de vídeo.
Essas variações de formatos e codecs dependem das escolhas das empresas
desenvolvedoras dos softwares que rodam os arquivos. Aí, muita coisa entra em jogo,
como especificidades técnicas e relações com patentes.

Já sobre os arquivos, eles costumam ser divididos em dois tipos: sem compressão ou
comprimidos.

Arquivos sem compressão


Equipamentos de gravação de áudio dedicados costumam nos dar opções de gravar
arquivos sem nenhuma perda de informação. Esses arquivos — não comprimidos —
podem ser gerados em vários formatos e extensões, como WAV, AIFF, FLAC e ALAC. Para
quem é familiarizado com fotografia, são equivalentes ao RAW ou DNG.
Já que costumam ser bastante pesados, a utilização desses formatos sem perdas
(lossless) no produto final só é recomendada em alguns casos, como:

A. quando o produto final poderá ser processado pelo consumidor (arquivos destinados
a bancos sonoros, por exemplo);
B. quando ocorrerá gravação em mídia física (CD, DVD e Blue-Ray);
C. ou para mercado de audiófilos (por uma questão de valor percebido e garantia de
alta qualidade).
Entretanto, mesmo que você não tenha interesse em finalizar o processo com um WAV (um
dos mais comuns), os formatos lossless podem ser bastante úteis na etapa de edição.
Por comportarem muita informação, eles suportam alterações mais extremas sem
degradar o som, impactando a qualidade de áudio.
Assim, por meio de plugins, conversões e processamentos, é possível manipulá-los de
maneira mais livre, garantindo ótima qualidade, mesmo se posteriormente for gerado um
arquivo comprimido.

Arquivos comprimidos
A maior parte dos equipamentos disponíveis no mercado (câmeras, celulares e gravadores
de áudios) costuma entregar arquivos já comprimidos. Eles são mais práticos, fáceis de
processar e demandam menos espaço de armazenagem, apresentando tamanhos bem
reduzidos (em bytes).
Alguns exemplos desses formatos são: 3GP, AAC, M4A, OGG, WMA e o MP3 — este é,
sem dúvida, o mais conhecido. Esses arquivos são como o JPEG ou GIF no campo
das imagens.
Por meio de um complexo algoritmo, tais arquivos são gerados buscando manter apenas
informações relevantes para nossos ouvidos. Dependendo do modo de compressão,
podemos gerar um MP3 a partir de um WAV e ter um arquivo 10 vezes menor, sem
alterações perceptíveis no som.

Comparação de tamanho entre MP3 e Wave


Por falar em MP3, apesar de sua grande popularidade, atualmente ele é considerado um
formato obsoleto, já que outros como o ACC (extensão .acc ou .m4a) possibilitam
arquivos ainda menores e com mais qualidade.
Ainda assim, o MP3 continua a ser amplamente utilizado, pois grande parte dos softwares e
equipamentos foram desenvolvidos visando tal formato. É por isso que, para falar de taxas
de compressão, vamos utilizá-lo como exemplo.
Taxa de compressão: qual é a relação com a qualidade de áudio?
Você já entendeu que um arquivo pode ser comprimido e ainda manter qualidade de
áudio suficiente para nossos ouvidos. Agora, é preciso saber que esse nível de
compressão pode variar bastante.
É pelo valor da taxa de compressão (ou bitrate) que conseguimos controlar o tamanho
do arquivo e, consequentemente, a qualidade do áudio.
Por exemplo, um MP3 de 320 kbps (kilobits por segundo) pode soar tão bem quanto o
áudio não comprimido de um CD ou DVD. À medida que se abaixa o valor do bitrate,
menor fica o arquivo, mas perdas sonoras passam a ser perceptíveis, dependendo do
áudio em questão.

Player Winamp mostrando a taxa de compressão de um MP3


Para se ter uma noção de como essa taxa afeta a qualidade de som, veja as referências:

320 kbps – áudio indistinguível da qualidade de um CD;


192 kbps – sem perdas significativas para a maioria das pessoas;
128 kbps – perdas ligeiramente perceptíveis;
96 kbps – qualidade similar à de rádio FM;
32 kbps – similar à rádio AM;
16 kbps – similar à rádio de ondas curtas (“walkie-talkie”).

Lembrando que os valores e descrições acima são apenas uma aproximação, pois a
compressão de arquivo age de maneira distinta em cada tipo de áudio. Quanto mais
informação perceptível (ou quanto mais complexo for o áudio em questão), mais
margem haverá para a compressão afetar a qualidade.
É por isso que, para um podcast sem trilha sonora, pode não haver problema ao gerar um
arquivo de apenas 64 kbps, mono — com um único sinal de áudio tocando simultaneamente
nos canais da esquerda (L) e direita (R).
No entanto, uma música bem produzida em estúdio, tocada com vários instrumentos
diferentes, pode sofrer perdas perceptíveis mesmo se o arquivo comprimido for de 128
kpbs, estéreo — com um sinal diferente para cada caixa, direita e esquerda.
Aqui, estamos falando de taxas de compressão fixas (CBR — constant bitrate), mas
há ainda a possibilidade de gerar arquivos com taxas variáveis, como as chamadas
VBR (variable bitrate) ou ABR (average bitrate).

No VBR, o algoritmo analisa o áudio e decide em quais partes pode comprimir de maneira
mais agressiva e em quais deve tirar menos informação. O ABR age de modo similar, mas
se mantém na média da taxa estipulada previamente. Esses dois métodos, apesar de mais
inteligentes, podem gerar incompatibilidade com alguns players.
Quando falamos sobre compressão x qualidade, lembre-se de que não há regras: cada
caso é um caso e é preciso avaliá-los individualmente para saber até que ponto as perdas
são aceitáveis, ou quando vale a pena abrir mão da qualidade em prol da facilidade de uso
(download mais rápido ou menor impacto de armazenamento, por exemplo).
Lembre que alguns sites e serviços recodificam o áudio após você fazer upload.
Como não temos controle sobre esse processo, pode ser uma boa ideia enviar arquivos
com qualidade um pouco acima do necessário para que se tenha uma margem de
segurança no caso de novas conversões.
Resolução de amplitude: 16 bits ou 24 bits?
Se você for utilizar uma interface/placa de som ou um gravador dedicado, vai se deparar
com opções de valores de bit depth. Isso está relacionado ao padrão de áudio digital
PCM e não se aplica a arquivos comprimidos.
Os valores dizem respeito à relação sinal-ruído. Em outras palavras, tem a ver com
dinâmica, ou níveis de volume que o arquivo consegue registrar com qualidade de
áudio.
É como se fosse uma resolução de amplitude do som. Assim, em teoria, um áudio em 16
bits consegue representar 65.536 níveis de volume entre o valor mais baixo e o mais
alto da escala. Já em 24 bits, há 16.7 milhões de gradações.

(Representação ilustrativa de resolução de amplitude)


Apesar da grande disparidade numérica, na prática, não se trata de uma variação
perceptível aos nossos ouvidos. Porém, existe uma diferença técnica que pode, em alguns
casos, dar vantagem ao arquivo 24 bits no momento de captação e edição.
Sabemos que devemos ter cuidado com o nível de entrada ao gravar, para que o
áudio não “estoure” (gerando clipping). Isso é o que acontece quando deixamos o
medidor gráfico subir demais, chegando a passar de 0 dB (valor máximo antes de
ocorrer saturação/distorção digital). Por isso, deve-se respeitar uma certa margem de
segurança, chamada “headroom”.
Em 16 bits, além desse cuidado, recomenda-se também ficar atento para que o nível
de entrada não se mantenha muito baixo.

O motivo é que, como não há resolução suficiente para registrar com exatidão sinais
extremamente fracos, esses sons podem soar distorcidos digitalmente ou serem
acrescidos de ruídos. por meio de um processo chamado dithering, que busca mascarar
essas falhas de quantização.
Desse modo, como o arquivo em 16 bits registra menos gradações de volume (48 dB a
menos em relação ao 24 bits), teoricamente corre-se o risco de, ao subir o volume no
software, você se deparar com uma maior dose desses “chiados”. Em 24 bits, tecnicamente
já não há esse risco.

(Qualidade do áudio - representação ilustrativa das zonas de um medidor gráfico de


áudio)

Representação ilustrativa das zonas de um medidor gráfico de áudio

Apesar disso que foi falado, você com certeza vai se deparar com uma quantidade de
ruídos (noise floor) provenientes de diversas fontes muito mais prováveis como:
cabos, rede elétrica, pré-amplificadores, microfones, componentes de baixa
qualidade, ruídos do próprio ambiente (“ruído de sala”) e, até, decorrentes do
funcionamento natural do equipamento utilizado (alguns fabricantes até especificam
o valor no manual).
Assim, na prática, valores de bit depth provavelmente não influenciarão sua gravação de
modo relevante. Então, se seu equipamento só suporta 16 bits, fique tranquilo, afinal é o
mesmo valor de bit depth de um CD de áudio, que, como se sabe, pode apresentar som
cristalino para a maior parte dos usos.
No entanto, como um arquivo 24 bits não fica muito mais pesado do que um em 16
bits, vale a pena gravar nesta resolução mais alta sempre que possível.
Além de se garantir uma margem de segurança maior ao processar o arquivo digitalmente,
24 bits é o padrão do DVD e Blue-Ray. Desse modo, evitam-se conversões desnecessárias,
caso o áudio final vá para uma dessas mídias físicas.
Hoje em dia, já existem até equipamentos que trabalham em 32 bits, mas, como vimos,
dificilmente você se beneficiaria de algo do tipo, pois se trata de uma opção para casos
específicos.
Por exemplo, quando o som é criado diretamente dentro do computador — sem passar por
toda uma parafernália analógica, o que acaba adicionando diversos ruídos ao processo.

Taxa de amostragem: o que esse valor nos diz?


Outros valores com os quais você vai se deparar são relativos à taxa de amostragem (ou
sample rate). Esses números dizem respeito à quantidade de vezes, por segundo,
que o som analógico é “registrado”, para ser reconstruído digitalmente (44.1 kHz é
igual a 44.100 amostras por segundo). É como se fosse a quantidade de quadros
(frames) por segundo, em vídeo, necessários para que nossos olhos criem ilusão de
movimento.
Esses valores também dizem respeito à frequência máxima (som mais agudo)
possível de se reproduzir no arquivo.
Para deixar mais claro, convém lembrar que, quanto mais grave um som (baixa altura
tonal), mais baixa é sua frequência (medida em Hertz). Quanto mais agudo (tom mais alto),
maior o valor numérico em Hz.

Representação de frequência aguda e grave


Em geral, a frequência mais baixa que conseguimos ouvir — o som mais grave — é
em torno de 20 Hz (ou 20 vinte oscilações de onda por segundo); e a mais alta — o
som mais agudo —, em torno de 20 kHz (ou 20.000 oscilações por segundo).
Por questões técnicas (teorema de Nyquist), a mídia digital precisa comportar o dobro
da capacidade da frequência que vai reproduzir. Assim, a taxa de amostragem de um
CD (padrão da indústria por muito tempo) foi definida em 44.1 kHz.
Isso significa que, com esse valor, temos dados suficientes (por segundo) para representar
frequências de até 22 kHz, aproximadamente. Em teoria, mais do que o necessário para
reproduzir qualquer som audível para nós, sendo que muita gente nem consegue perceber
frequências tão agudas, principalmente com o avançar da idade — boa parte dos adultos
não ouve frequências acima de 17 kHz ou, mesmo, 16 kHz.
Então, em 1995, chega ao mercado o DVD, e o padrão escolhido passa a ser 48 kHz.
Novamente, o número foi definido por uma questão técnica: basicamente, para arredondar
valores em relação à quantidade de quadros por segundo (fps) em vídeo.
De acordo com o que vimos, fica claro que esse ligeiro aumento não altera nossa
percepção do som reproduzido.

Apesar disso, alguns equipamentos permitem gravações em até 96 kHz ou mais. O único
motivo para se trabalhar com valores tão elevados de sample rate é ter mais dados para
manipular arquivos digitalmente (algo similar ao que vimos sobre trabalhar com WAV em
relação ao MP3).
Porém, como isso implica mais espaço de armazenamento e maior exigência de
processamento, não é uma recomendação nossa. Para vídeo online ou podcast, as
vantagens provavelmente serão insignificantes. Além do mais, em alguns casos, valores
muito elevados de sample rate podem gerar distorções harmônicas indesejáveis.
Por isso, recomendamos utilizar 48 kHz, especialmente para se trabalhar com vídeo. Por
ainda ser valor padrão de mercado, você terá menos riscos de incompatibilidades ou erros
de leitura.
Alguns dos possíveis erros de compatibilidade têm relação com a duração do áudio e altura
tonal (pitch) reproduzida. Por exemplo, um arquivo de 44.1 kHz pode soar mais rápido e
“agudo” em um projeto configurado para 48 kHz. Já um arquivo 48 kHz, caso lido como 44.1
kHz, soará mais lento e com os timbres mais “graves”.

Áudios em 44.1 kHz e 48 kHz em uma mesma timeline


Por sorte, a maior parte dos softwares atuais consegue identificar essas diferenças de taxas
de amostragem e já interpretam automaticamente o arquivo da maneira correta, realizando
uma conversão instantânea (geralmente seguida de um aviso) quando o valor não bate com
o definido no software.
Em alguns casos, para quem trabalha exclusivamente com áudio (principalmente
música), pode ser um boa se manter em 44.1 kHz, pois, apesar de o CD estar em
desuso, ainda é a principal mídia física para consumo musical.
Na realidade, dificilmente você vai ter problemas convertendo de um padrão para outro.
Como dissemos, hoje em dia, as plataformas e softwares leem e interpretam muito bem
ambos os valores de taxas de amostragem.

Essas recomendações são apenas uma garantia para evitar possíveis e raros problemas,
que podem gerar pequenos erros (artefatos digitais) decorrentes de falhas de conversões e
afetar a qualidade de áudio.

Aplicando esse conhecimento no dia a dia: o que você deve considerar?


Falar sobre configurações de áudio, preferências e recomendações demanda algumas
observações. Como o modo de consumo varia bastante, assim como a capacidade de
audição das pessoas, o que pode ser uma ótima qualidade para alguns pode não ser para
outros.
Além do mais, em uma cadeia de áudio, existe uma infinidade de elementos que podem
alterar o som de maneira bem mais significativa do que os tópicos mencionados aqui.
Para um aficcionado do áudio — alguém com ouvidos apurados, que utiliza excelentes
equipamentos de alta fidelidade — diferenças de parâmetros (como taxas de compressão)
podem ser mais perceptíveis, dependendo dos sons em questão.
Há, ainda, o fato de que alguns sons muito graves, apesar de não audíveis para nós —
por exemplo, infrassons entre 4 e 16 Hz —, podem ser percebidos de maneira tátil.
Alguns estudos (controversos) também levam a crer que frequências ultrassônicas (acima
de 20 kHz), em alguns casos, podem ser percebidas pelo nosso organismo —
não necessariamente por meio do sistema auditivo.
Por último, nossa audição não é tão desenvolvida quanto nossa visão. Por isso, fica bem
mais difícil fazer avaliações de áudio. Assim, é comum o “efeito placebo”
ao se analisar a qualidade.
Pela mesma razão, o mercado de eletrônicos pode, em alguns casos, aproveitar-se da
evolução técnica de equipamentos (maiores valores de bit depth, sample rate, resposta de
frequências) para vender produtos que, na prática, podem não fazer diferença alguma para
o usuário.
VÍDEO: Como gravar vídeos com ÁUDIO de ótima qualidade – Hotmart Tips #52

Quais os melhores aparelhos/aplicativos para a gravação de áudio?


Se você deseja iniciar na gravação de áudio, recomendamos alguns dos melhores
aparelhos e aplicativos, além de editores de áudio, para que possa executar essa
atividade. Confira!

Aparelhos
Primeiro, é importante termos em mente sobre os aparelhos ideais para a gravação de
áudio. Existem aqueles que são básicos. Ou seja, qualquer pessoa deve ter para
utilizá-los na gravação de áudio. São eles: computador e placa de áudio.
A placa de áudio tem como objetivo captar o áudio que a pessoa deseja gravar. Já o
computador vai processar esse áudio e permitir que o produtor possa fazer as edições
necessárias de acordo com as suas necessidades.
Teoricamente, qualquer computador poderia ser utilizado para esse tipo de demanda. No
entanto, é importante analisar quais são os seus objetivos e as máquinas que melhor
comportam as suas necessidades. Assim, as chances de contar com um trabalho de
qualidade aumentam consideravelmente.

Por onde um produtor iniciante pode começar?


Uma dúvida muito comum para quem está iniciando em qualquer atividade é: por onde devo
começar?
No caso da produção de áudio, é preciso inicialmente buscar boas referências no mercado
para capacitação. Elas vão contribuir para que o produtor possa identificar em qual área
melhor se encaixa, além de ser uma oportunidade de se aperfeiçoar e adquirir mais
credibilidade perante o seu público.
Também é importante contar com um canal de divulgação de seus materiais. Por meio
deles, você vai ter um relacionamento próximo com a sua base de clientes e potenciais
clientes, de modo que haja mais chances de fechar contratos que garantirão o sucesso do
seu negócio.

Não deixe de fazer benchmarking com pessoas que já são reconhecidas na área.
Certamente, elas terão muito a contribuir para você iniciar as suas atividades,
em especial, considerando que o começo de qualquer trabalho gera muitas dúvidas (tanto
técnicas quanto relacionadas ao fechamento de negócios).

Você também pode gostar