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Workflow para

Produção de
Música Eletrônica
ÍNDICE

Introdução 3 7. CRIAÇÃO DE UMA MÚSICA ELETRÔNICA 31


7.1 Ponto de partida 32
1. SETUP 4 7.2 Breakdown e Build up principais 34
7.3 Estruturação do Arranjo 35
2. DAW (Digital Audio Workstation) 6 7.3.1 Estrutura fina 36
7.4 Efeitos especiais (SFX) e automações 37
3. SAMPLES 11
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 39
4. PLUGINS 13

5. ELEMENTOS MUSICAIS 23

6. REFERÊNCIAS 25
6.1 Estrutura musical 26
6.1.1 Período 28
6.2 Presença de elementos musicais 29
6.2.1 Conteúdo musical dos elementos musicais 30
INTRODUÇÃO

A produção de música eletrônica é diferente da A sugestão é que você use este guia para começar a
produção musical tradicional por alguns motivos: produzir e tenha o discernimento para ir moldando o
seu próprio workflow no decorrer do tempo de
● Não tem pré-produção
produção (“horas de vôo”). Isso acontecerá
● Mistura composição e arranjo
naturalmente, portanto, não se preocupe com isso!
● Geralmente não envolve salas de gravação,
limitando-se ao home studio
Este modelo de workflow é muito utilizado por inúmeros
Por isso, seu workflow também é diferente e varia de produtores profissionais, pois traz resultados eficazes
acordo com a vivência do produtor. em um espaço curto de tempo. O que muda dos
profissionais para os iniciantes é o tempo despendido
Este e-book traz não só uma sugestão de workflow
em cada etapa. No início provavelmente cada etapa
para produtores musicais iniciantes, como também
pode durar dias ou semanas, porém com o tempo de
algumas questões relacionadas às necessidades em
prática as suas ações tendem a se tornar mais eficazes e
um home studio.
consequentemente mais rápidas.

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3
1. SETUP

Computador

A produção musical em home studio gira em


torno de um computador. Como todos já sabem,
se tratando de computadores quanto mais
processamento e memória RAM você tiver,
melhor. Portanto, busque ter o melhor
processador que couber no seu orçamento.

A configuração mínima para você começar a


trabalhar é:

Processamento: 2.5 GHz

Memória RAM: 8 GB

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1. SETUP

Monitoração

A melhor monitoração para a criação é a de caixas de som. Você pode trabalhar com fones de ouvido, porém a
quantidade de horas que você consegue fazer um trabalho contínuo neste caso é menor. Isso porque o fone é um par
de autofalantes grudados em seus ouvidos!

Mesmo que sua possibilidade de monitoração inicialmente seja a entrada de áudio em um aparelho de som 3 em 1, isto
lhe proporcionará um tempo maior de tempo de trabalho na produção da sua música do que com os modelos de fone
de baixo custo encontrados no mercado.

OBS: fones de DJ não são uma boa fonte de monitoração para produção musical, pois a maioria deles é muito pesado e com reforço na banda grave para
facilitar a mixagem das músicas.

Se a ideia é investir em monitores de referência profissionais, leve em consideração investir primeiro em um tratamento acústico do seu home studio. De
nada adianta ter um bom monitor de áudio se a sua sala não está preparada para suportá-los. Investir em monitores sem dar um mínimo tratamento à
sala é jogar dinheiro fora.

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2. DAW (Digital Audio
Workstation)

Os DAWs são os softwares de produção musical. É neles


onde ficam centralizadas todas as ações, desde a
gravação de um áudio à criação do arranjo e utilização
de plug-ins. Os mais utilizados para a produção de
música eletrônica são: Ableton Live (usado no curso de
produção da AIMEC), Logic e FL Studio. Qual DAW é o
melhor? Aquele que você tiver o maior domínio.

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Ableton Live

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Logic

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FL Studio

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2. DAW (Digital Audio
Workstation)

O seu domínio do DAW escolhido deve chegar ao ponto


que ele seja “uma extensão do seu corpo”. Para que o
seu trabalho flua naturalmente, o conhecimento a
respeito do software escolhido deve ser tão grande ao
ponto que você não precise pensar em como fazer
determinadas ações, e sim, que as faça naturalmente.
Uma dica de ouro é conhecer o maior número de
atalhos possíveis. Os atalhos permitem que você tome
ações rapidamente, sem precisar selecionar as opções
de ação com o botão direito do mouse, por exemplo.

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3. SAMPLES
Samples são as amostras de áudio. Nós temos basicamente 3 tipos de samples: one shot, loop e long sample.

One shot: Long Samples

samples curtos, de uma nota só. Destinados ao samples com a duração geralmente maior do que
uso em samplers ou para a construção de loops. oito compassos. Ex: acapella (pista de voz) de uma
Ex: o som de um kick. canção.

Loop: A biblioteca de samples de um produtor é um dos


mais preciosos bens que ele tem em seu
computador. Isto porque um dos atributos que
confere qualidade e também identidade a uma
música é o timbre dos seus elementos musicais. Por
samples com a duração geralmente de um até isso é importante estar sempre renovando o seu
oito compassos, afim de serem usados com arsenal de samples, não apenas de acordo com o
repetições sucessivas. Ex: 2 compassos de linha estilo musical que você produz, mas também de
de percussão. outros que possam enriquecer o conteúdo das suas
músicas, deixando-as mais originais. 11
OBS 1: É necessário ter principalmente samples de bateria, baixo e synths de acordo com o estilo

escolhido, pois isto faz parte da identidade do estilo (a sua estética).

OBS 2: procure sempre por samples de alta qualidade, pois isso interfere diretamente na qualidade final da sua
música.

Agora, imagine uma biblioteca sem nenhuma organização... você provavelmente levaria muito tempo para achar nela o
que você está à procura. Seguem algumas dicas:

● Faça uma pasta central de samples, onde você guarda todos os seus packs de samples.
● Escute os samples da sua biblioteca e faça uma triagem prévia. Escolha os melhores samples (no máximo 15) de
kick, hihat (closed e open), snare e clap e os organize em uma pasta com subpastas. (ex: pasta “samples 2019”,
subpastas “kick”, “snare”, etc.)

Esta dica vai lhe poupar muito tempo, acredite! Segue uma situação de exemplo:

“Você acorda um dia, super inspirado para produzir. Está cheio de ideias musicais! Liga o computador, abre o DAW. Decide então começar a fazer a
bateria. Vai escolher o kick. Porém na sua biblioteca tem mais de 200 kicks! Você, animado, escuta 30 kicks e já escolhe um porque está super excitado (aí
o primeiro problema: você pode ter deixado de escutar o kick que seria o melhor para a música, pois este estava entre os tantos outros que você não teve
paciência de escutar). Aí vai escolher o snare. Escuta os 15 primeiros e, já com menos paciência, escolhe um snare qualquer. Quando chega na hora do
hihat (closed e open), já pega um entre os 10 primeiros”. Sem perceber, você já está prejudicando a qualidade da sua música e gastando energia para
fazer uma busca que seria otimizada se você tivesse feito uma triagem prévia dos samples da sua biblioteca. Então a dica é: faça a sua lista de samples
principais de bateria semestralmente.

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4. PLUGINS

Os plug-ins VST (Virtual Studio Technology) ou AU


(Audio Unit - Para o DAW Logic, mas também
aceitos no Ableton Live para Mac) são softwares
que simulam equipamentos de hardware. Eles
são uma opção para incrementar as
possibilidades de equipamentos digitais além dos
presentes no DAW de sua escolha (plug-ins
nativos). Além de compressores, equalizadores,
harmonic exciters, etc., também existem os VSTi
(instrument) que simulam instrumentos. Nesta
categoria, existem os sintetizadores e os
samplers.

Seguem alguns exemplos dos mais usados:

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/SAMPLERS | Nexus (reFX)

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/SAMPLERS | Trilian (Spectrasonics)

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/SAMPLERS | Omnisphere (Spectrasonics)

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/SAMPLERS | Kontakt (Native Instruments)

17
/SINTETIZADORES | Sylenth1 (Lennar Digital)

18
/SINTETIZADORES | Serum (Xfer)

19
/SINTETIZADORES | Massive X (Native Instruments)

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/SINTETIZADORES | Mini V3 (Arturia)

21
/SINTETIZADORES | Diva (u-he)

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5. ELEMENTOS MUSICAIS

Para começar a produzir, é necessário ter clareza sobre


a função dos elementos musicais dentro de uma música.
A música é como uma empresa, todos dentro dela estão
exercendo uma função para que ela funcione. As
principais funções são:

● Drums: elementos de função puramente rítmica.


Ex: bateria e percussões.
● Bass: elementos de função rítmica tonal com
atuação predominante nas bandas de frequência
subgrave e grave. É a função exclusiva do baixo.
● Stabs: elementos de função rítmica tonal com
atuação predominante na banda de frequência
média. Ex: guitarra, plucked, etc.

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5. ELEMENTOS MUSICAIS

● Pads: elementos de função ambiente tonal


(contínuos). Ex: strings
● Lead: elementos de função melódica (principal).
Ex: vocal, lead synth
● SFX (Special Effects): elementos que atuam
complementando o arranjo, muitas vezes dando
ênfase aos movimentos de uma parte a outra. Ex:
uplifters, downlifters, noise, etc.

OBS: não é obrigatório a presença de todas estas


funções em uma música, isto varia de estilo para estilo
musical.

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6. REFERÊNCIAS

O uso de músicas de referências é essencial para se ter sucesso no processo de produção, sobretudo quando se trata
de produtores iniciantes. As referências são um norte, e apontam quais caminhos devem ser seguidos para se atingir a
estética almejada. Tem dúvidas sobre estilos? Experimente o site techno.org/electronic-music-guide/ para desmistificar
a raiz dos gêneros!

O que é uma música de referência?

Uma música de referência é aquela que se enquadra nos parâmetros estéticos no qual se deseja produzir. Elas servem
como guia para que consigamos nos enquadrar em um determinado estilo musical. É importante ressaltar aqui que
não se trata de plágio (cópia), e sim, de um objeto de análise para um posterior processo de produção musical análogo.

É apropriado usar mais de uma música de referência?

Sim. Uma maior quantidade de amostras sob análise garante ao processo científico maior assertividade. Por isso,
quanto mais músicas de um determinado estilo musical forem analisadas, mais clareza sobre o que fazer para se
enquadrar no estilo analisado você vai ter.

O que deve ser analisado em uma música de referência?

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6.1 Estrutura musical

A estrutura musical é a forma com que a música


se desenvolve na linha do tempo (forma musical).
A forma musical é determinada pela sequência
de partes ou seções musicais da qual ela é
formada. Na música eletrônica mais comumente
encontramos os seguintes tipos de seção musical:

● Introdução (intro): com poucos elementos


musicais, apresenta a música.
● Desenvolvimento: empilhamento de
elementos musicais.
● Breakdown: quebra da dinâmica normal
da música, geralmente caracterizada pela
saída de elementos rítmicos
(principalmente o kick).

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6.1 Estrutura musical

● Build up: elevação da dinâmica da música


rumo ao clímax (drop)
● Drop: clímax da música, parte forte.
● Saída (outro): retirada sucessiva de
elementos musicais, fim da música.

OBS: É importante ressaltar que não é


necessário que uma música contenha
todas estas seções, contudo algumas
(como o breakdown e o drop) são
essenciais para a caracterização de uma
música eletrônica de pista.

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6.1.1 Período

A estrutura da música ocidental é baseada geralmente em períodos de 8 compassos (bars), e na música eletrônica não
é diferente. Observe como as coisas acontecem ciclicamente de 8 em 8 compassos nas suas referências! Você pode
também observar que às vezes em algumas seções (principalmente nos breakdowns) isto pode ser quebrado, e ter no
final um acréscimo de 4, 2 ou até 1 compasso(s) além da estrutura tradicional de períodos de 8 compassos. Isto não é
errado, mas deve ser justificado pelo conteúdo musical apresentado.

Em produção musical deve-se ser feito o que a música está pedindo, e não o que o ego do produtor pede!

Analise a estrutura de suas músicas de referência, encontre o padrão de forma musical que elas te apresentam.

● Em que compasso geralmente acontece o primeiro breakdown?


● Em que compasso geralmente acontece o primeiro drop?
● Qual o número de períodos cada seção costuma ter?
● Quantos drops tem estas músicas?
● Quantos breakdowns tem estas músicas?

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6.2 Presença de elementos
musicais
Escute analiticamente as suas referências.

● Quais tipos de elementos musicais elas


apresentam?
● Na função drums, quem são os elementos
presentes? Tem percussão?
● Quais as características sonoras do kick?
● Usa snare, clap ou os dois?
● Quais as características sonoras do snare e/ou do
clap?
● O hihat conta com a presença só o close hihat ou
também com open hihat?
● Tem ride?
● Tem stabs?
● Tem pads?
● Tem muita ou pouca presença de SFX?

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6.2.1 Conteúdo musical dos elementos musicais

Após verificar quais elementos musicais geralmente aparecem nas suas referências, agora é importante analisar o
conteúdo musical que eles apresentam.

● Tamanho do padrão: qual o tamanho do padrão (loop) que o elemento apresenta?

OBS: Observe que os elementos musicais costumam ter seus padrões (loops) de 1, 2, 4 ou 8 compassos de duração.
Assim, encaixam perfeitamente do período de 8 compassos.

● Conteúdo rítmico 1: o elemento usa subdivisões rítmicas rápidas ou longas?


● Conteúdo rítmico 2: o elemento acontece continuamente ou tem pausas (pontualmente)?
● Conteúdo melódico: o elemento tem movimento melódico ou apresenta repetição de nota? Qual é a duração
destas melodias (em compassos)?
● Tonalidade: as músicas de referência estão em sua maioria em tonalidades maiores ou menores?
● Harmonia: o baixo e demais elementos tonais seguem uma progressão harmônica ou se mantém no primeiro
grau do campo harmônico?

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7. CRIAÇÃO DE UMA MÚSICA
ELETRÔNICA

Não existe um modo correto de fazer uma


música, visto que o que importa é o resultado
final. Se este soar bem e funcionar na pista, logo
o método utilizado funcionou. A metodologia
descrita a seguir é utilizada por muitos
produtores profissionais, por ser
comprovadamente eficaz.

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7.1 Ponto de partida

Ao contrário do que muitos pensam, o ponto de partida de criação de uma música não é a introdução. Começar a
música pela introdução é como começar uma corrida sem definir o local de chegada: não tem como definir uma
estratégia de ação, tudo é feito no improviso. É uma loteria: tanto pode dar certo quanto pode dar muito errado. O
ideal é começar a criar a música pelo seu clímax (drop). Por quê?

● Criação de elementos musicais: O clímax de uma música eletrônica é geralmente a área com maior energia
sonora (elementos musicais tocando ao mesmo tempo). Logo, compondo esta parte do arranjo por primeiro,
você estará consequentemente criando a maioria dos elementos musicais de sua música e isto irá facilitar a
criação das demais seções do arranjo.
● Direção para o arranjo: Tendo o clímax da música pronto, você já tem um ponto aonde chegar na criação do
arranjo. Isso dá ao produtor maior eficácia na construção da estrutura.
● Tempo de trabalho: Criando o clímax da música por primeiro, você já saberá de antemão se ela irá funcionar
na pista. Se esta parte da música não estiver legal, não vale a pena investir tempo para terminá-la porque
provavelmente ela não terá muito futuro.

OBS: este tópico “tempo de trabalho” é válido somente para pessoas que já produzem a algum tempo. Isto porque produtores
iniciantes precisam treinar o processo completo, independente da qualidade, para ganhar experiência.

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7.1 Ponto de partida

Entre os produtores, temos duas maneiras principais de começar a produzir:

● Drums (bateria e percussão): muitos preferem começar pela parte rítimica, pois muitas vezes esta nos inspira a
compor o restante dos elementos devido à energia dançante.
● Harmonia: no caso de músicas mais melódicas, priorizar a construção da progressão harmônica principal já
aponta os caminhos melódicos e facilita a criação de todos os elementos tonais.

Construa o seu drop de acordo com a sua análise das referências, compondo 8 ou 16 compassos. Coloque em prática
tudo o que você observou (tópicos 6.2 e 6.2.1). Se for usar samples, dê preferência para os presentes em packs do
estilo que você está produzindo. Se for usar VSTi’s, busque presets que soem familiar ao usados no estilo que está
produzindo, personalizando-os com a alteração de alguns parâmetros do instrumento virtual.

Vale a pena reforçar: uma das principais coisas para se enquadrar em um estilo, são os timbres utilizados na produção.
Preste uma atenção detalhada a todos os elementos musicais das referências, dos drums aos leads, e busque timbres
próximos a eles.

Lembre-se de que cada elemento musical deve ter seu próprio canal, pois isso facilitará o processo de mixagem
da música. Mesmo que um elemento apareça uma única vez na música, ele deve ter o seu próprio canal.

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7.2 Breakdown e Build up principais

Depois de ter criado o drop, o ideal é que você


crie o breakdown e o build up que o precedem.
Novamente voltamos às referências: quais são as
características do breakdown? Qual é a sua
duração? Contem pads? Melodias? Elementos
rítmicos (drums)?

E o build up? Qual é a sua duração? Como são os


uplifters? Como é o snare roll?

Veja como é importante a análise das referências.


Nela se encontram as respostas para tudo o que
você precisa ter em sua música!

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7.3 Estruturação do Arranjo

A estrutura a ser desenvolvida também deve ser feita a partir da análise das referências, pois cada estilo tem uma
forma peculiar de desenvolvimento na linha do tempo.

Depois de ter desenvolvido o drop as coisas ficam muito mais simples, pois muitos dos elementos presentes nesta
seção estão presentes em outras. No entanto, muitas vezes não aparecem como no drop. Muitas vezes apresentam
algum tipo de variação, filtradas, etc.

Este é o momento de observar aonde apresentar os elementos! Mas não esqueça do que já foi falado anteriormente: é
importante escutar o que a música está pedindo! O DJ produtor é um artista que se auto produz. É por suas ideias
musicais que ele é conhecido, no entanto vale a pena lembrar que em música eletrônica a dinâmica do arranjo (a forma
de como a ideia musical é apresentada) faz toda a diferença! Por isso observe as estruturas das músicas de referência,
mas antes de tudo sinta o que a sua música está pedindo.

Para facilitar, escolha uma música apenas como referência para seguir as entradas e saídas de elementos musicais
dentro do arranjo. Isso pode facilitar bastante. Onde tem kick na referência, coloque seu kick. Onde tem hihat na
referência, coloque seu hihat, e assim por diante.

Neste momento é importante construir a estrutura grossa, sem as variações e pequenas viradas.

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7.3.1 Estrutura fina

Depois de construir a estrutura grossa o produtor tende a relaxar um pouco, pois sua música já tem a duração que deveria
ter. Então é chegada a hora de incluir pequenas variações e viradas que vão gerar mais interesse no ouvinte. As viradas são
mais comumente relacionadas a bateria. Como nas músicas de bandas, este elemento é o maior responsável por fazer
pequenas variações (viradas) em seu padrão de comportamento para não deixar a música monótona. As viradas geralmente
são feitas no oitavo compasso do período, e as mais usadas na bateria são:

● Acréscimo de kick: adicionar um kick no final dos períodos de 8 compassos (contratempo do tempo 4 do oitavo
compasso) é uma prática comum em música eletrônica, pois impulsiona a música para frente além de guiar os
ouvintes em relação à estrutura.
● Omissão de Kick: omitir um ou mais kick(s) do oitavo compasso do período é um método eficaz para não deixar a
dinâmica do arranjo monótona, e também impulsiona a música para frente. Você pode optar por omitir apenas o
último kick do compasso, os dois últimos, os três últimos ou até todos os 4 kicks do compasso. Quanto mais kicks
forem retirados, mais marcante será a virada.
● Acréscimo de clap/snare: fazer variações com estes elementos é comumente usado para refrescar o arranjo e criar a
marcação que guia os ouvintes em relação à estrutura.

OBS: Às vezes as viradas duram mais que 1 compasso (2 ou 4 compassos). Quando a virada dura dois compassos, ocupa os compassos 7
e 8 do período. Já quando a virada tem 4 compassos, ocupará os compassos 5, 6, 7 e 8 do período.

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7.4 Efeitos especiais (SFX) e
automações

Após ter finalizado a estrutura da música, chegou a hora


de finalizar a parte criativa!

Os SFX, conforme foi descrito no tópico 5, ajudam a guiar


as intenções do arranjo, dando ênfase aos movimentos
de uma parte a outra da forma musical estabelecida.
Novamente, você deve observar as suas referências e
verificar que tipos de SFX elas usam. Observe também a
utilização de efeitos nos elementos musicais, como
reverbs e delas, que ajudam a caracterizá-los e a dar mais
relevo ao conjunto. Estes efeitos, assim como os demais
elementos musicais, podem ser em selecionados na sua
biblioteca de samples ou construídos através de VST’s e
VSTi’s. É claro que, construindo os seus próprios sons,
você provavelmente conseguirá uma identidade própria
mais facilmente. No entanto, a utilização de samples com
certeza pode trazer um excelente resultado.

37
7.4 Efeitos especiais (SFX) e
automações

As automações servem para dar mais movimento


ao arranjo, pois com este recurso os elementos
musicais não se apresentam sempre da mesma
forma, gerando interesse no ouvinte. As
automações mais utilizadas são as de volume,
filtro, reverb e delay. Busque os plug-ins de sua
preferência e os utilize a fim de realçar os
elementos musicais presentes no seu arranjo.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalizado este processo criativo, você está pronto Não se prenda a esta fórmula. Siga a inicialmente, no
para entrar nos processos de mixagem e entanto siga sempre os seus instintos! O que mais
masterização! Estes são uma nova etapa da produção, importa é que as músicas comecem a sair da sua cabeça
que merecem o devido cuidado para que a música soe e entrar no DAW. Reiterando, provavelmente você
bem aos ouvidos do ouvinte. sentirá a necessidade de transformar este processo
descrito. Isto é natural, e você estará criando o seu
Saiba que uma música bem arranjada é mais
próprio workflow. Este é o caminho.
facilmente mixada e consequentemente masterizada.
Portanto, não poupe tempo na etapa criativa, pois
Boas produções!
estando bem resolvido o arranjo você terá mais
facilidade nas etapas de tratamento que vem
posteriormente (mixagem e masterização).

Novamente gostaria de ressaltar que esta não é a


forma correta de produção de uma música eletrônica,
mas sim uma forma muito usada por inúmeros
produtores por se mostrar eficaz.

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3
A AIMEC Brasil

A AIMEC Brasil é a gestora das escolas que aplicam o nosso método de aula, dessa forma conseguimos garantir que
independente da cidade que você escolha para fazer o curso, a sua expectativa seja atingida

A AIMEC credencia e capacita escolas para operar com seus métodos exclusivos de aula.

Atualmente a marca é administrada pelos sócios André Motta, Rafael Araujo, Alonso Figueroa, Mateus Basso.

A AIMEC Brasil trabalha com afinco para o bom desempenho das unidades.

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