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Guião

Escrever no Quadro 25 de Janeiro de 1965


Viriato já sentado na sala (no céu)
Chegada de Winston Churchill de livro na mão (marcador na pág. viriato) a queixar - se das
dores que a cama de hospital de faziam até ontem e que só os livros o salvavam daquele
inferno
Viriato – Não estamos mais no inferno! Bem-vindo ao Céu, meu amigo!
Winston – Choque!
Viriato – Conta-me o que te aconteceu e já agora quem és?
Winston – Até ontem estava hospitalizado por causa de um derrame e agora estou aqui, eu
sou Winston Churchill fui um estadista e político britânico que serviu como primeiro-
ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.
Viriato - Incrível! Deves ter passado por muito nesse tal de Reino Unido!?
Winston – Sem dúvida, e tu quem és? A tua maneira de ser sugere-me que não somos
exatamente da mesma época…
Viriato – Eu chamo-me Viriathus que significa “bracelete” derivado da palavra” viria” da
língua celta e fui um grande guerreiro e líder do povo Lusitano durante a época do vasto
império romano.
Winston – Agora que penso bem conheço as histórias e mitos que te envolvem, as pessoas
da atualidade consideram-te um herói sem precedentes, provavelmente conseguiste
grandes feitos nas tuas batalhas?
Viriato – Sinto-me lisonjeado! Na minha perspetiva o grande herói foi o povo Lusitano
como um todo, eu apenas me destaquei por comandar os meus bravos irmãos em batalha.
Winston – Meu amigo! Humildade à parte foste ou não um grande herói?
Viriato – Nesse caso, sim fui realmente, talvez seja considerado um herói pelas
devastadoras vitórias que orquestrei contra o extraordinário estrategista e general romano
Quintus Fábius Maximus Servilianus onde em menor número superamos 3000 tropas
Winston – Magnifico!
Viriato – E quanto a ti Winston, aposto que enquanto primeiro-ministro do Reino Unido
numa altura tão negra da Europa também deves de ser considerado um herói pelas
populações. Eu sei pois à uns anos falei com um judeu que estava em fuga pela Europa e
morreu no naufrágio de um barco que se dirigia ao Reino Unido.
Winston – Bem o Reino Unido encontrava numa situação lastimável e eu não fui mais do
que aquele que no sentido patriótico dei o corpo ás balas assim como tu quando te
tornaste líder do teu povo, deve-se ter apercebido também que nunca é possível agradar a
todos e isso levou muitos a trair-me durante a minha vida. Fiz o meu melhor para travar os
avanços Alemães e de facto com a ajuda dos meus ministros e soldados conseguimos dar a
volta à guerra.
Viriato – Incrível! Trabalhaste a sangue frio pelo bem do teu povo! Então também foste
traído, bem já tiveste sorte em não teres morrido, 3 dos meus mais fiéis companheiros
foram subornados pelo imperador romano e mataram-me após uma das batalhas que
travei, mas não procuro a vingança, sem dúvida que tiveram os seus motivos.
Winston – Sim passados é passado! Na verdade, só me tornei primeiro ministro porque
tinha direito a charutos de qualidade todos os dias, HAHAHA estou a brincar. Agora
entendes porque as pessoas não gostavam de mim e sempre me quiseram ver morto.
Viriato – HAHAHA o humor negro até determinado ponto é engraçado.
Winston –Pois é! Sem bem me recordo, antes de bater as botas, estava a ler um livro de
Fernando Pessoa chamado “Mensagem” onde se encontrava um poema dedicado a um
herói português e ao conversar contigo percebo que “Teu ser é como aquela fria luz que
precede a madrugada”, ou seja, dedica-se a ti mesmo
Winston – Engraçado é exatamente este livro que carrego comigo será que Deus nos
juntou devido a esta magnifica obra, bem deixemos isso de lado, com certeza que desejas
ver o trabalho que te foi dedicado com os teus próprios olhos.
Viriato – Sem dúvida! (Lê o poema) Bolas claramente uma obra de arte, mas acho difícil
rever-me nestas palavras
Winston – Ora essa! Primeiramente deixa-me apresentar-lhe algumas formalidades deste
poema, a nível da métrica é composto por 3 quartetos (um total de 12 versos) onde todos
os versos são octossilábicos a rima é cruzada e o poema é redigido maioritariamente na 2º
pessoa do singular.
Sobre o conteúdo, bem tendo em conta o que me contaste e o que consigo averiguar por
este poema diria que… (1º estrofe).
Viriato – Há! Agora compreendo, nesse caso então esta 2º estrofe significaria… (2ºestrofe).
Viriato - Então se realmente entendi o sentido deste poema, nos dias que decorrem existe
a nação que tanto lutei para construir?
Winston – Essa próspera nação chama-se Portugal, terra outrora lusitana, que protegeste
com os teus homens!
Viriato – Então “Assim se Portugal formou”. Era capaz de chorar neste momento, até hoje
não tive a sorte de me encontrar com alguém que me conseguisse dizer ao certo como
andava esse pedaço de Terra à beira mar. Continuando…
Viriato – Já esta 3ª estrofe parece-me estar a fazer referência à bravura com que eu e os
meus camaradas lutamos as nossas batalhas?
Winston – Claramente, na verdade o autor deste texto utiliza aquilo a que chamamos de
metáfora para descrever a vossa gloria patriótica, provavelmente notou o mesmo que eu
notei em ti e nos teus homens, sem dúvida que Fernando Pessoa foi também um grande
homem.
Viriato - Então o mito que me envolve permitiu que a nação ressuscitasse, mas apenas isso
não conseguiu elevar o esplendor de Portugal aos céus!?
Winston – Exato sabes “o mito é o nada que é tudo”, ou seja, o mito necessita de
convicção e um momento perfeito para gerar uma nação
Viriato - Muito obrigado por este tempo amigo, agora sei que o meu esforço não foi em
vão, espero voltar a ver-te neste esplêndido sítio!
Winston – Igualmente irei aventurar-me por este vasto céu, mas voltarei para falarmos
novamente um dia!
FIM

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