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farsa de Inês Pereira-sempre é uma companhia

A farsa de Inês Pereira, fala acerca de uma mulher que sonha em sair de uma vida de trabalho para ser como as donzelas. Inês idealiza o pretendente perfeito
que a tire desta vida- culto, com boas maneiras e que soubesse cantar e dançar. Casa com Brás da mata, que após o casamento obriga a ficar submissa ao
mesmo. Quando Brás da mata morre, Inês casa-se com Pero Marques, que ao contrário do casamento com Brás da Mata, passa a ser Pedro submisso a Inês.
Esta pode ser considerada a peripécia- o que acontecia antes do Brás da mata morrer e o que aconteceu após a sua morte. No caso do conto a peripécia é o
momento em que dois vendedores se enganam no caminho, e vão até aldeia de alcaria. Podemos relacionar o conto com a farsa, pois após a peripécia os
relacionamentos sofrem alterações embora em sentidos opostos. No início do acordo deparamo-nos com o Batola submisso perante a sua mulher e, no final,
a mulher, pois viu o quanto a telefonia é importante para a aldeia, acabando por pedir a Batola para a mesma ficar. O mesmo acontece na farsa ficando o
homem no fim submisso perante a mulher. Em suma, ambos os casamentos sofreram alterações que mudaram a dinâmica do casal, mudando os seus
comportamentos após a peripécia.

George-farsa de Inês Pereira

À semelhança de Inês, jovem de caráter individual e que recusa o modo de vida popular, George também recusa os modelos impostos pelo poder político da
época. Inês prefere o modo de vida da corte, sendo preguiçosa, pouco trabalhadora, despreocupada com as tarefas domésticas e idealiza um marido galante,
que saiba falar bem. Assim, entra em desacato com a mãe, que se revela cautelosa e uma figura representativa do conservadorismo social, pois defende que
Inês case com um homem do mesmo estatuto social que o seu. No conto “George”, o país era regido pela ditadura, que rejeitava o espírito crítico e qualquer
forma de expressão. Desta forma, nunca existiu uma valorização por parte dos seus pais para com os gostos (pintura) e expectativas de Gi. Comparado ao que
acontece na farsa, no conto encontramos a falta de apoio parental aos desejos e ambições de uma filha.

famílias desavindas-Amor de Perdição

Em “Amor de Perdição” assistimos a uma posição que os protagonistas, Simão e Teresa, tem de enfrentar. Este obstáculo decorre das suas famílias que não
aceitou a relação dos jovens. As suas figuras parentais, pai de Teresa- Tadeu de Albuquerque- e o pai de Simão- Domingos Botelho-, representavam o mundo
antigo governado pelo poder e pelo dinheiro.

Já em “Famílias desavindas”, encontramos uma desavença que se estabelece entre duas famílias; a família dos médicos, uma elite da sociedade e a família dos
semaforeiros, uma classe de pouco prodígio. O seu desentendimento é original pelo desrespeito, de um médico- Dr. Pedro- perante o trabalho do
semaforeiro- Ramon. Este ódio passa de geração em geração, pois os médicos adotam um comportamento irracional perante a família de semaforeiros.
Assim, verificamos em ambos os textos, as diferenças sociais que se estabelecem na sociedade portuguesa, do século XIX até ao século XX, sobretudo o
oportunismo e a presunção das classes de maior prestígio.

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