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Experimento - Corrida Brilhante

Na atividade experimental

Colocadar uma quantidade de água no recipiente transparente de maneira a


preencher até a borda

Adicione a purpurina de maneira que ficaram suspensas, sobrenadando na


água.

Depois adicione algumas gotas do detergente no lugar onde havia maior


quantidade de purpurina. 

ATIVIDADE:

a) Descrevessem o que você observa


b) Por que a purpurina fica na suspensa?
c) Qual a função do detergente no experimento?

Experimento - Corrida Brilhante


Na atividade experimental

Colocadar uma quantidade de água no recipiente transparente de maneira a


preencher até a borda

Adicione a purpurina de maneira que ficaram suspensas, sobrenadando na


água.

Depois adicione algumas gotas do detergente no lugar onde havia maior


quantidade de purpurina. 

ATIVIDADE:

d) Descrevessem o que você observa


e) Por que a purpurina fica na suspensa?
f) Qual a função do detergente no experimento?
Entendendo o experimento: A purpurina fica sobre a superfície e não afunda
devido à tensão superficial. As ligações de hidrogênio entre as moléculas de
água são diferentes nas moléculas na superfície da água da força que ocorre
entre as moléculas abaixo da superfície. Isso ocorre porque essas últimas
apresentam atração por outras moléculas de água em todas as direções: para
cima, para baixo, para a esquerda, para a direita, para a frente e para trás. Isso
significa que elas se atraem mutuamente resultando em uma força total nula.
Enquanto nas moléculas da superfície, elas não apresentam moléculas de água
acima delas, portanto suas ligações de hidrogênio se restringem às moléculas
ao lado e abaixo. Essa desigualdade de atrações faz com que as moléculas da
superfície sintam uma força de atração para dentro do líquido, provocando a
contração do líquido, causando a chamada tensão superficial. Isso faz com que
a superfície tornasse a menor possível. Por isso, as gotas adquirem uma forma
esférica, pois a razão superfície volume da esfera é a menor que de qualquer
outra forma geométrica. Os detergentes são substâncias tensoativas, isto é,
diminuem a tensão superficial da água, pois afastam as moléculas de água.
Sendo assim, quanto maior a quantidade de tensoativo presente na água, mais
afastadas ficam as moléculas de água umas das outras, portanto, menores
devem ser as intensidades das forças de tensão superficial.
ATIVIDADES EXPERIMENTAIS COM
MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA
ENSINAR CONCEITOS CIENTÍFICOS
EM AULAS DE CIÊNCIAS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Leão, M.F. (IFMT E UFRGS) ; Alves, A.C.T. (IFMT E UFMT) ; Bos, A.S. (IFRS E
UFRGS) ; Pizzato, M.C. (IFRS E UFRGS) ; Both, L. (IFMT)

Resumo

Esse estudo relata uma atividade formativa ocorrida em junho do corrente ano, durante a
Semana do Químico do IF Sertão Pernambucano, em Petrolina-PE. Na ocasião, foram
desenvolvidas alguns experimentos com material alternativo que foram avaliadas pelos
36 participantes. A avaliação aponta que a maioria certamente utilizariam em suas aulas
os experimentos corrida brilhante (26) e a vela que levanta a água (32). Para os
investigados os conceitos possíveis de serem explorados são: tensão superficial da água,
interações intermoleculares, pontes de Hidrogênio, densidade; estudo dos gases, pressão
atmosférica e reações de combustão. A experimentação com uso de materiais
alternativos é um recurso didático importante para ensinar ciências, uma vez que facilita
a compreensão de conceitos químicos.

Palavras chaves

Experimentação; Ensino de ciências; Recurso didático

Introdução

Diversas teorias sobre o ensino de ciências defendem que para ocorrer aprendizagens de
conhecimentos químicos é necessária a utilização da experimentação. Contudo, o uso de
atividades experimentais acaba, muitas vezes, sendo negligenciado no ensino de
ciências, seja por falta de laboratórios de ciências nas escolas, seja pela falta de
materiais ou até mesmo pelo despreparo dos professores (ALVES; LEÃO, 2017). Nos
estudos de Souza; Mello e Santos (2011) é apontado que no Brasil, a experimentação
nunca se constituiu como uma prática pedagógica presente e rotineira no ensino de
ciências das escolas de educação básica. Nas próprias palavras de Santos e Maldaner
(2010, p. 241) é afirmado que “um dos grandes problemas relacionados à qualidade do
ensino de Ciências é a ausência da experimentação. Essa ausência está baseada em
crenças veiculadas no meio educacional”. Cabe aqui ressaltar que, antes das três últimas
décadas essa crítica não faria sentido, uma vez predominava no ensino de ciências a
metodologia tradicional, que pouco explorava a experimentação e quando o fazia era em
caráter dicotômico, ou seja, as aulas teóricas não tinham relação com as atividades
experimentais, que eram pontuais. Nessa concepção, segundo Souza et al. (2013), as
aulas teóricas necessariamente deveriam acontecer em sala, com carteiras e quadro
negro, enquanto que os experimentos deveriam acontecer em laboratórios específicos,
contendo bancadas, vidrarias e equipamentos necessários, e uma vez não os tendo não
seria possível realizar tais atividades. Ainda segundo os autores supracitados, nesse
pensamento os conceitos científicos, as constatações e a condução do processo de
aprendizagem eram prerrogativas exclusivas do professor, ou seja, os estudantes,
quando possível, somente reproduziam ciências. Infelizmente essa dicotomia entre
teoria e prática no ensino de ciências ainda pode ser encontrada em muitas escolas
brasileiras nos dias atuais. Para contrapor-se a essa realidade, segundo Silva; Machado e
Tunes (2010), é preciso considerar dois importantes aspectos sobre a experimentação, a
saber: modificar o entendimento sobre a utilização de laboratórios, em razão da
ampliação do conceito de atividades experimentais que podem ocorrem em diversos
espaços; compreender a finalidade da experimentação no ensino de ciências, o que
permite a formação e o desenvolvimento do pensamento analítico, teoricamente
orientado. As atividades experimentais podem ocorrer em diversos espaços, tais como
na própria sala de aula, no laboratório de ciências quando a escola dispõe, na horta
escolar, na cantina, no refeitório e até na cozinha da escola desde que previamente
agendado e organizado, além dos muitos espaços existentes em seu entorno (SILVA;
MACHADO e TUNES, 2010). Além disso, para Alves e Leão (2017), a interpretação
do mundo por meio das ferramentas químicas e da experimentação é essencial, porque
explicita seu caráter dinâmico e, assim, deve ser colocada de forma clara e relacionada
ao meio em que vivemos. Ainda segundo os autores, as atividades experimentais têm
um caráter motivador e lúdico que amplia a capacidade de aprendizado, pois ocorre de
forma a envolver o estudante nos assuntos propostos. Nessa linha de pensamento, Leão,
Oliveira e Pino (2015), afirmam que a química por ser um campo do conhecimento
fundamentalmente ligado à estrutura da matéria e suas transformações, a
experimentação é elemento quase que obrigatório e fonte inesgotável de subsídios para
o desenvolvimento das habilidades de observar, comparar, agrupar, coletar e interpretar
dados, fazer suposições, planejar e solucionar problemas do cotidiano. Segundo Leão e
Alves (2016), a utilização do concreto, do manipulável e do aprender fazendo são
importantes elementos para o ensino de ciências naturais, e a construção de
aprendizagens em sala de aula pode ser favorecida quando tais elementos são
explorados estrategicamente pelo professor. Diante do exposto, o objetivo do presente
estudo foi proporcionar um momento formativo para discutir a importância da
experimentação, bem como realizar e avaliar atividades experimentais cujos materiais
são alternativos e possíveis de serem realizados em aulas de ciências naturais do Ensino
Fundamental, independente das condições estruturais das escolas, uma vez que foram
planejadas para utilizarem materiais de baixo custo. Em síntese, o intuito foi capacitar
os futuros professores para que estes possam explorar os conceitos envolvidos e as
correlações dos fenômenos possíveis de serem observados por meio das práticas
experimentais.

Material e métodos

O presente trabalho configura-se como um estudo descritivo que de acordo com Gil
(2010) possui como objetivo a descrição das características de uma população,
fenômeno ou de uma experiência. A atividade pedagógica aqui descrita foi a oficina
intitulada “Atividades experimentais com materiais alternativos para aulas de ciências
naturais no Ensino Fundamental”. Essa oficina ocorreu nos dias 06 e 07 de junho de
2017, durante a Semana do Químico, no laboratório de Química Orgânica do IF Sertão
Pernambucano, Campus Petrolina-PE. Participaram desse da atividade pedagógica 36
acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química, que foram divididos em dois grupos
de 18 participantes, um para cada dia, devido a observância das normas de segurança
laboratorial. O objetivo da oficina foi capacitar os futuros professores de química para
explorarem os conceitos envolvidos nos fenômenos possíveis de observar quando
desenvolverem atividades experimentais utilizando materiais alternativos ao ensinar
ciências no Ensino Fundamental. Inicialmente foram realizadas algumas leituras sobre o
papel da experimentação para o ensino de ciências. Também foi discutido sobre a
importância de atividades lúdicas para os estudantes do Ensino Fundamental. Abordou-
se sobre o uso de materiais alternativos, dos tipos de práticas experimentais possíveis de
explorar em aula, sendo elas as demonstrativas e as participativas, além da importância
do professor conduzir a atividade de maneira desafiadora, ou seja, a experimentação ser
problematizadora. Por fim também foi comentado sobre a importância do registro, ou
seja, é preciso com que as percepções, que os dados e constatações fiquem registrados
por escrito. Forem então distribuídos os roteiros das atividades experimentais, cuja
elaboração se baseou nas atividades compiladas por Alves e Leão (2017) e sugeridas
para instrumentalizar as aulas de química do Ensino Médio, por isso precisaram ser
adaptas devido estarem voltadas para outro público. Algumas dessas atividades
propostas foram a corrida brilhante e a vela que levanta a água. Outras cinco práticas
também foram realizadas, porém essas duas foram avaliadas pelos participantes, que
também teceram comentários sobre as mesmas. Os materiais utilizados foram:
detergente concentrado, água, purpurina, recipientes transparente, garrafas de vidro,
velas, pratos, fósforos e suco (que também pode ser corantes comestíveis). No
encerramento da oficina foi realizada uma avaliação sobre as atividades experimentais
realizadas e as potencialidades que podem ser exploradas com a realização das mesmas.
Para coletar essas informações, foi preenchido pelos participantes um questionário
constituído por quatro questões, sendo duas delas abertas e as outras duas questões
fechadas, cujas respostas foram em escala Likert, de 1 (nunca) a 5 (plenamente). Todos
os participantes foram informados dos objetivos e os procedimentos adotados nesse
estudo e se dispuseram a participar voluntariamente do estudo.

Resultado e discussão

Na atividade experimental foi colocada uma quantidade de água no recipiente


transparente de maneira a preencher até a borda, o que facilitou a visualização do
experimento. A purpurina foi adicionada aos poucos de maneira que ficaram suspensas,
sobrenadando na água. Após, foram pingadas algumas gotas do detergente no lugar
onde havia maior quantidade de purpurina. Então, foi solicitado que os estudantes
descrevessem o que observaram. Por fim, foi realizada a discussão sobre a prática
realizada. Cabe lembrar que o experimento corrida brilhante serviu para demonstrar aos
estudantes, de forma simples e divertida, como funciona a tensão superficial da água e o
que ocorre quando essa tensão é quebrada em contato com o detergente. As discussões
sugeridas por Alves e Leão (2017) sobre essa prática experimental foram: As moléculas
da água (H₂O) são fortemente atraídas umas pelas outras, devido às suas características
físico-químicas (interações intermoleculares) conhecidas como ligações de Hidrogênio.
Essa interação forma, na superfície da água, a tensão superficial que impede que as
purpurinas submerjam. Ao ser adicionado o detergente, as interações intermoleculares
são desestabilizadas, quebrando assim a tensão superficial que sustentava pequenos
corpos sobre a água. Na atividade experimental a vela que levanta a água, foi possível
observar a combustão da vela para medir o teor de oxigênio no ar. Inicialmente a vela
foi fixada no fundo do prato de maneira a ficar em pé. Em seguida, foi adicionada água
com suco ou corante de forma a encher o fundo do prato. A vela foi acesa e sobre ela foi
colocada a garrafa transparente. Ao colocar a garrafa por cima da vela o recipiente ficou
preenchido de ar quente, o que significa que a pressão dos gases aumentou. Conforme a
água foi subindo e a chama enfraquecendo, a pressão dos gases dentro da garrafa
diminui e a pressão atmosférica faz com que a água suba ainda mais (ALVES; LEÃO,
2017). Quando questionados sobre quais os potenciais educativos que são observados na
prática experimental corrida brilhante que podem favorecer a compreender os conceitos
científicos da química, algumas respostas foram: “Esse experimento teve um efeito
visual muito interessante, que além de motivador auxilia na compreensão sobre tensão
superficial e sobre interações moleculares como a ponte de Hidrogênio” (Participante
1); “Foi uma forma criativa e divertida de ensinar sobre a tensão superficial dos
líquidos” (Participante 3); “Mostra de maneira lúdica e visual importantes temas como a
poluição dos rios e os cuidados com o meio ambiente, tudo isso relacionado com a
tensão superficial das águas” (Participante 4); “É possível trabalhar através dessa prática
a polaridade das moléculas e ligações de Hidrogênio de forma interativa” (Participante
5); “Facilita a compreensão sobre densidade e sobre pontes de Hidrogênio de forma
dinâmica” (Participante 7); “É uma maneira de explicação lúdica sobre tensão
superficial, polaridade e tipos de mistura” (Participante 10); “O lúdico das cores ajuda a
compreender melhor os conceitos científicos e ainda faz uma crítica às questões
ambientais” (Participante 13); “É possível explorar as forças intermoleculares, as
propriedade da água e ainda o conceito de densidade” (Participante 18); “Quando
observamos a tensão superficial quebrada através do detergente, é possível visualizar na
prática o que estudamos na teoria” (Participante 23); “A curiosidade pode ser explorada,
porque a água impede que as purpurinas desçam, isso precisa ser problematizado”
(Participante 26); “Perceber o comportamento de uma substância ao ser adicionada aos
líquidos que apresentam essas propriedades características” (Participante 34). A
afirmação da Participante 13 é referente a associação realizada durante o experimento
que abordou a problemática do crescente uso e descarte inadequado de substâncias
químicas, tanto no âmbito doméstico como no industrial. Foi exemplificado o acontece
com os insetos ou sementes que sobrenadam sobre as águas de um rio límpido. O
mesmo não é possível em um rio que receba efluentes industriais, pois esses provocam
o rompimento das pontes de Hidrogênio e impedem a existência da tensão na superfície
das águas (ALVES; LEÃO, 2017). Em um segundo questionamento, foi solicitado que
os estudantes avaliassem a prática experimental corrida brilhante utilizando escala de 1
(não gostei/não utilizaria) a 5 (gostei muitíssimo/utilizaria em aula). Foram 26
participantes que avaliaram terem gostado muitíssimo e que provavelmente utilizariam
em aula (nota 5). Outros 6 participantes atribuíram nota 4, o que demonstra que
gostaram não com a mesma intensidade dos anteriores, e outros 4 participantes
consideraram intermediário o experimento. Isso mostra que é possível reverter o triste
quadro apontado por Souza; Mello e Santos (2011) e confirmado por Santos e Maldaner
(2010), de que a experimentação não é prática recorrente nas aulas de ciências das
escolas brasileiras. Ao serem questionados sobre quais as potencialidades observadas
possíveis de serem exploradas na prática experimental a vela que levanta a água,
algumas respostas foram trazidas para esse texto: “Dá para explorar conceitos como
diferença de pressão, pressão atmosférica, capilaridade e características específicas da
água” (Participante 2); “Considero que essa prática é simples e ao mesmo tempo muito
interessante, pois dá para todos realizarem sem perigo e compreender alguns conceitos
químicos envolvidos” (Participante 5); “É possível mostrar a atuação da pressão
atmosférica e explorar os elementos da combustão” (Participante 8); “De forma simples,
atrai a atenção dos estudantes para participar e construir conhecimentos” (Participante
9); “Utilizar materiais transparentes facilitou a observação quanto ao comportamento
dos gases e a atuação da pressão atmosférica” (Participante 15); “É uma forma de
chamar a atenção do aluno e levar a aprendizagem de temas como o comportamento dos
gases e a combustão” (Participante 17); “Possui enorme potencial educativo, pois
introduz diversos conceitos de maneira simples e divertida” (Participante 20); “É uma
forma de explicação lúdica sobre diferença de pressão e elementos da combustão”
(Participante 21); “Dá para ensinar os elementos do fogo, além dos tipos de combustão
(completa e incompleta)” (Participante 27); “É possível reforçar os conceitos de
temperatura e pressão ao ser abordado o processo de combustão” (Participante 30);
“Esse experimento é ideal para o 2º Ano do Ensino Médio, pois mostra a relação de
temperatura e pressão” (Participante 31). Considerando essa última afirmação, é
possível perceber que as atividades desenvolvidas podem ser exploradas em todas as
etapas de escolarização, dependendo da profundidade com que esses conceitos forem
abordados (LEÃO; ALVES, 2016). A última questão solicitou que os estudantes
avaliassem a prática experimental intitulada a vela que levanta a água, utilizando a
escala de 1 (não gostei/não utilizaria) a 5 (gostei muitíssimo/utilizaria em aula. Foi
possível constatar que todos gostaram de realizar o experimento com materiais
alternativos, prova disso foi que 32 participantes atribuíram nota 5 e os 4 restantes
atribuíram nota 4. Esses resultados, que também estão expressos na Figura abaixo,
demonstram que a experimentação é um recurso atrativo e viável para o ensino de
ciências. Os resultados aqui apresentados aproximam-se dos obtidos por Leão, Oliveira
e Pino (2015), que propuseram e avaliaram atividades experimentais voltadas para o
Ensino Fundamental e que utilizaram materiais alternativos nas formações continuadas
com professores de ciências em Barra do Bugres-MT. A proposta também vem ao
encontro do pensamento de Silva; Machado e Tunes (2010), que julgam ser necessário
ampliar a utilização da experimentação nas aulas de ciências, seja nos mais variados
locais e contextos,

Realização da oficina na Semana do Químico

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