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CASO 1

1. PRÁTICA PEDAGÓGICA
O professor de História do 6º ano do Fundamental 2 notou que havia uma
recorrência de casos de racismo na turma em que leciona. Dessa forma, decidiu
realizar um projeto sobre o tema. Primeiramente trabalhou com os conceitos de
raça e etnia, mostrando aos alunos definições construídas ao longo da história.
Depois o professor fez uma parceria com a docente de Língua Portuguesa para
ler o livro “Angola Janga”, uma HQ de Marcelo D’Salete que conta a história do
quilombo dos Palmares. A partir da obra, o professor de História apresentou a
questão da escravidão no Brasil Colônia e tratou um pouco sobre a economia
canavieira. Após isso, os alunos assistiram ao filme “Escritores da liberdade”,
que mostra, entre outras questões, como o Holocausto de certa forma se
aproxima da vida de jovens de diferentes etnias e raças na periferia dos Estados
Unidos.
Por fim, os professores pediram a produção de um texto dissertativo em que os
alunos relacionassem os casos de racismo na sala de aula com o livro “Angola
Janga”, o filme “Escritores da liberdade” e as definições de racismo e etnia
estudadas.

2. SUPORTE TEÓRICO
Surge, então, a crítica de que os programas de estudos propostos pelas escolas,
arrancam as crianças de seu mundo (um pequeno meio físico familiar) e as
lançam pelos longos séculos da história de todos os povos, contrastando com
sua pequena curva de memória pessoal e a sua pequena tradição (DEWEY,
1978). (...) O mundo escolar é completamente impessoal, ― [...] é infinitamente
extenso, no espaço e no tempo, é repleto de especializações e divisões,
classificado de acordo com princípios abstratos, completamente diferente do
mundo infantil, que é repleto de laços afetivos práticos.
Para tentar solucionar essa disparidade existente entre a criança e o currículo,
Dewey propõe que a escola deve tomar a criança como ponto de partida, meio
e fim. (...) Dewey (1978) defende que o processo de aprendizagem deve ser algo
orgânico, iniciado internamente, no qual a qualidade e quantidade do ensino será
algo determinadopelo aprendiz, do contrário, se o ensino for morto, mecânico,
insubordinado à vida e à experiência da criança se tornará sinônimo de fadiga.

PEREIRA, Jefferson da Silva. O ensino do tema energia e suas transformações: a pedagogia de projetos
como suporte pedagógico. 2015. 366 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências) —
Universidade de Brasília, Brasília, 2015. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/18419.
Acesso em: 01 de setembro de 2022.
CASO 2
1. PRÁTICA PEDAGÓGICA
Os professores de Português, Ciências, História, Geografia e Matemática têm
um projeto sobre a água no 7º ano do Ensino Fundamental 2. Todo ano a turma
participa de um estudo de meio em Salesópolis, onde os alunos conhecem a
nascente do Tietê e vivenciam experiências relacionadas ao rio. Esse é o gancho
para cada professor, em sua aula, trabalhar a questão da água no estado de São
Paulo. O professor de História procura relaciona o assunto com o estudo da
importância do rio Nilo no Egito Antigo, a professora de Geografia trata do
percurso do rio Tietê no estado de São Paulo, a professora de Ciências aborda
a questão da poluição da água, o professor de Matemática estuda com os alunos
os números relacionados à poluição do rio e a professora de Língua Portuguesa
lê com os alunos artigos de opinião sobre políticas públicas para lidar com o rio
Tietê em São Paulo.
Por fim, os alunos fazem diferentes produções em cada aula. Em História, cartaz.
Em geografia, maquete. Em Ciências, relatório. Em matemática, gráficos. EM
Língua portuguesa, artigo de opinião. Todas as produções são postadas em um
blog da turma sobre a água e o rio Tietê.

2. SUPORTE TEÓRICO
(...) cada lição de dada matéria fornece ocasião de estabelecer associações
estreitas entre o assunto tratado e as mais amplas e diretas experiências da vida
quotidiana, sendo assim, cabe ao professor proporcionar a melhor espécie de
ensino possível, que estará por sua vez relacionado ao entrelace proposital, à
interconexão dos conteúdos abordados e à vida quotidiana, aquele impregnado
com o senso de realidade (DEWEY, 1959).
Ao criticar os que defendem que a educação consiste no aperfeiçoamento de
certas habilidades a partir da repetição de exercícios, Dewey afirma que o
resultado obtido por este tipo de metodologia seria um descabido exagero no
aperfeiçoamento de habilidades bem restritas, impedindo o desenvolvimento de
habilidades realmente importantes tais qual a iniciativa, a inventiva e a
readaptação ― [...] qualidades essas, que dependem da interação ampla e
contínua de determinadas atividades umas com as outras.
Nesta perspectiva, os conteúdos deixam de ser um fim em si mesmos, ganhando
uma variedade de significados em virtude das experiências sociais dos alunos,
tornando-se uma ferramenta importante para a ampliação do universo cognitivo
dos mesmos, que será um mediador do seu contato com a realidade de forma
crítica e dinâmica.

PEREIRA, Jefferson da Silva. O ensino do tema energia e suas transformações: a pedagogia de projetos
como suporte pedagógico. 2015. 366 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências) —
Universidade de Brasília, Brasília, 2015. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/18419.
Acesso em: 01 de setembro de 2022.
CASO 3
1. PRÁTICA PEDAGÓGICA
O professor Carlos acredita que seu papel é o de mediar a construção do
conhecimento. Nesse sentido, em suas aulas de Língua Portuguesa, ele trabalha
bastante com pesquisa, deixando os alunos autônomos para investigar e chegar
a suas próprias conclusões.
No trabalho com produção de texto dissertativo, por exemplo, o docente costuma
deixar que os alunos pesquisem no laboratório de informática sobre o tema em
questão. Depois, abre uma roda de conversa em que os estudantes
compartilham o repertório cultural encontrado. Posteriormente o professor pede
que os estudantes procurem e leiam diferentes textos dissertativos sobre o tema,
a fim de que compreendam como é a estrutura desse tipo de produção.
Munidos de conteúdo e estrutura, os estudantes são desafiados a produzir,
finalmente, um texto dissertativo sobre o tema pesquisado. O professor avalia as
produções a fim de verificar se os alunos tiveram autonomia suficiente para
construir os próprios caminhos de aprendizagem.

2. SUPORTE TEÓRICO
[...] O verdadeiro desenvolvimento é um desenvolvimento da experiência, pela
experiência. E isso será impossível se não providenciarmos um meio educativo
que permita o funcionamento dos interesses e forças que forem selecionados
como mais úteis. Esses interesses e essas forças, ou capacidades, devem entrar
em operação, o que dependerá essencialmente dos estímulos que os envolvam
e do material sobre o qual se exercitem (DEWEY, 1978).
Desta forma, para Dewey, o interesse dos alunos em relação aos conteúdos
abordados não pode ser conseguido apenas buscando-o, ao invés disso, o
professor deve promover as condições necessárias para que esse interesse
surja espontaneamente, ou seja: se descobrirmos as necessidades e as forças
vivas da criança, e se lhe pudermos dar um ambiente constituído de materiais,
aparelhos e recursos – físicos, sociais e intelectuais – para dirigir a operação
adequada daqueles impulsos e forças, não temos que pensar em interesse. Ele
surgirá naturalmente. Porque então a mente se encontra com aquilo de que
carece para vir a ser o que deve (DEWEY, 1978)
A escola é, portanto, o exemplo típico do meio especialmente preparado para
influir mental e moralmente os que a frequentam. Isto porque é um ambiente
simplificado, no sentido em que fragmenta os saberes, com o intuito de que o
indivíduo os assimilem de modo gradativo, embora muitas vezes sejam
esquecidos os momentos de reintegração entre esses saberes.

PEREIRA, Jefferson da Silva. O ensino do tema energia e suas transformações: a pedagogia de projetos
como suporte pedagógico. 2015. 366 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências) —
Universidade de Brasília, Brasília, 2015. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/18419.
Acesso em: 01 de setembro de 2022.
CASO 4

1. PRÁTICA PEDAGÓGICA
O professor de Ciências do 9º ano do Ensino Fundamental está envolvido em
um projeto sobre ética na ciência. Entre os seus objetivos, está refletir com os
estudantes o que define a vida na perspectiva científica. O professor, então,
levou várias teorias para a sala de aula até chegar à discussão sobre a célula
ser uma vida ou não. O professor, por fim, levou os alunos ao laboratório de
Ciências para cada estudante analisar uma célula viva e morta e identificar as
características já estudadas em sala de aula.
Por fim, o docente solicitou que os alunos fizessem um debate com base nos
dados estudados e também observados no laboratório.

2. SUPORTE TEÓRICO

Sobre a ciência, Dewey (1959) a define como aquele saber proveniente dos
métodos da observação, reflexão e verificação deliberadamente adotados para
assegurar conhecimentos certos e provados, subentendendo uma dedicação
inteligente e perseverante, revendo convicções até o momento validadas no
intuito de excluir, das mesmas, o que não for correto, aumentando-lhes a
exatidão.
(...)
Uma das críticas que Dewey faz a respeito da maneira que se costuma ensinar
os conteúdos das ciências é que, em muitos casos, os alunos aprendem uma
ciência ao tempo que poderiam aprender o modo científico de tratar um problema
em específico. A sugestão para superar esta deficiência seria o que Dewey
define como método psicológico, que começa com a experiência do educando,e
baseando-se nela, desenvolve os processos próprios da investigação científica,
garantindo que, ao menos, o aluno compreenda aquilo que está a aprender. É
preferível, na visão de Dewey, que os alunos adquiram algum conhecimento a
respeito do método científico do que se limitarem à mera reprodução exaustiva
dos resultados já obtidos pelos cientistas. O problema da eficácia educacional da
ciência é, portanto, o de criar e nutrir uma compreensãoe uma plena convicção
da possibilidade da direção, por intermédio dela, das coisas humanas. O método
científico, tornado em hábito por meio da educação, significará nossa
emancipação dos métodos autoritários e da rotina criada por eles (DEWEY,
1959).

PEREIRA, Jefferson da Silva. O ensino do tema energia e suas transformações: a pedagogia de projetos
como suporte pedagógico. 2015. 366 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências) —
Universidade de Brasília, Brasília, 2015. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/18419.
Acesso em: 01 de setembro de 2022.

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