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Recomendações gerais para a redação de relatórios

Partes integrantes de um relatório:

• Título
• Resumo, palavras-chave, Sumário (opcionais em relatórios)
• Introdução
• Objetivos
• Metodologia (ou Parte Experimental)
• Resultados e Discussão
• Conclusões
• Bibliografia
• Apêndices (opcional)

Um texto técnico ou científico não deve ser escrito com verbos no modo
pessoal: fizemos, medimos etc. Deve-se usar: Fez-se, mediu-se.
Antes de mais nada: cuidado para não cometer plágio consciente ou inconsciente

É crime e a norma acadêmica prevê desligamento da pessoa que cometer e, principalmente.

Plágio consciente: usar partes ou o todo de obras de outro autor, omitindo a autoria e
colocando seu próprio nome (não só texto, mas figuras, tabelas etc).

Plágio não intencional: fazer isso sem saber que é errado; ou usar trechos (mesmo que poucas
frases) escritos tal qual na obra original, sem colocar aspas mesmo que cite a referência. Só se
justifica isso quando é pertinente ao contexto, como por exemplo: Machado de Assis assim
escreveu em Memórias Póstumas de Brás Cubas: “.......”. Em texto científico, não se pode
usar parágrafos (tal em qual, totalmente copiados) contidos em textos de outros autores, pois
o correto é ler, pensar sobre, compreender e escrever o que compreendeu.

Figuras: só se pode usar figuras copiadas de obras já publicadas mediante autorização da


editora (permissions)
Como solicitar permissão:
Revistas open
access: exemplo da
editora MDPI
Título

Deve ser o mais sucinto e fiel possível ao conteúdo, porém deve valorizar
o conteúdo;

Não deve criar uma expectativa acerca de informações que o conteúdo não
traz (lembremos de quando estamos levantando referências e encontramos
um título que dá a entender que o trabalho contém o que estamos
buscando, mas ao ler, vemos que é outra coisa...
Introdução: deve cumprir 3 funções:

Fundamentação: quais os fundamentos conceituais de uma titulação, quais as premissas


nas quais o método se baseia, qual o tipo de reação que ocorre em uma titulação ácido-
base, como se detecta o ponto final da titulação, o que são indicadores, falar sobre a
fenolftaleína (notem que não são perguntas para vocês responderem, são apenas exemplos
das informações que precisam ser apresentadas)

Justificativa: a amostra analisada é o vinagre; o que é vinagre, como é produzido, por que
é importante determinar o teor de ácido acético.

Apresentação da hipótese científica: qual o “problema” referente ao tema e como vai ser
enfrentado/abordado

Não é necessário subdividir nestes tópicos, mas o mais comum é que se divida em
fundamentação e em revisão da literatura
Hipótese científica: uma pitada de método científico

A Ciência não tem a pretensão de chegar na verdade absoluta a cada estudo, pois todo estudo científico
pode ser contestado a partir de novas tecnologias de medição, novos conhecimentos, novas idéias, novas
abordagens etc. Tudo pode e deve ser reavaliado no intuito de avançar.

O método científico é apenas uma maneira de se fazer avaliações de modo organizado de forma a não tirar
conclusões erradas, e somente do que é possível de ser checado tanto como certo quanto como errado.

O método científico se baseia no exame do que já foi proposto e publicado, na constatação da existência de
lacunas, na delimitação clara de hipóteses e proposição de uma metodologia para se checar tal hipótese.
Somente se essa hipótese puder igualmente ser verificada como verdadeira ou falsa é que a ciência pode
dizer algo.

Se uma hipótese não pode ser derrubada, a ciência não tem como atuar sobre ela. Simplesmente está fora
do escopo, o que não significa que automaticamente seja verdadeira (aí é que muita gente comete uma
falácia de pensamento. Se a ciência não pode provar que uma hipótese é falsa, então ela é verdadeira.
ERRADO!

Apenas não é uma hipótese científica, é uma crença. Não é errado ter crenças na nossa vida cotidiana, o
que é errado é insinuar que crenças tenham base científica para ganhar dinheiro enganando as pessoas.
Citação de referências:

Após cada trecho, para o qual foi usada uma ou mais referências, citar por meio de
números, a identificação de cada referência (ex. se para escrever a primeira frase, do
primeiro parágrafo, você se baseou em 3 referências, digite [1-3].

Se você usou outra referência para frase seguinte, ao final desta frase coloque [4]. Ou seja,
vá indicando para cada trecho quais foram as referências usadas (mantendo o mesmo
número para a mesma referência que pode ser citada mais de uma vez no texto) e em
ordem crescente para referências novas.

No final do texto, apresente a lista de referências (sempre no mesmo padrão: por exemplo:
iniciais dos autores seguidas do sobrenome, título do trabalho, título da revista, volume,
ano, página)
Objetivos: o que se pretende obter como resultado e a que conclusão se pretende chegar;

Devem ser redigidos usando-se verbos no infinitivo, enfatizando não a execução, mas a
consecução, por exemplo:

“Caracterizar o material”: não é a melhor forma de redigir o objetivo. O que se busca ao


caracterizar? Busca-se elucidar sua composição e estrutura

Logo o objetivo deve ser:


Elucidar a composição e a estrutura do material por meio de caracterizações por tal e tal
técnica.

Qual a diferença? Você pode aplicar a técnica e não conseguir elucidar o que queria (por
várias razões). Executou? Sim. Atingiu o objetivo? Não
Metodologia:

Deve trazer uma descrição precisa do procedimento, a fim de que outro profissional execute e
obtenha os mesmos resultados.

Apresentação dos materiais: reagentes e solventes, indicando o fabricante e grau de pureza;


que tipo de água usou: destilada, deionizada, ultrapura.

Procedimentos: com detalhes suficientes para serem reproduzidos, porém evitando detalhes
desnecessários que todo profissional da área faria do mesmo jeito.

Descrição das medidas instrumentais: fabricante e modelo dos equipamentos, condições de


medida.

Softwares usados no tratamento dos dados: versão e detalhes não óbvios do uso.
Resultados e discussão: introduzir, através de texto, cada resultado que será apresentado
(ou seja, nunca se começa este item com um gráfico, tabela etc, sem que se apresente um
texto explicativo antes).

Dependendo do tipo de dado, várias formas de apresentação são possíveis (tabelas,


gráficos, textos) e a escolha do tipo de apresentação visa sempre à maior clareza e
destaque do significado do resultado.
Depois de apresentar o dado, deve-se escrever a descrição deste dado (exemplo: o gráfico
mostra uma reta com inclinação ...... ou os valores mostrados na tabela podem ser
considerados altos ou baixos ou irregulares em comparação com....).

Por fim, deve-se explicar o que o comportamento dos dados significa: ex. considerando-se
que os valores são baixos, isto indica que a temperatura não exerceu um efeito
significativo....). Isto é o que se refere como Discussão.
Conclusão: para escrever a conclusão, releia o que foi escrito nos objetivos.
Basicamente se deve dissertar trazendo o que os resultados permitem inferir
em termos dos objetivos propostos (nunca de modo vago)

Referências: liste em ordem numérica as referências utilizadas caso tenham


sido numeradas;

Se o modelo específico assim estipular, procure normas específicas da ABNT


ou de cada revista.

Ex. Y. A. Almeida, I. F. Gimenez, Recent Advances in Polypyrrole Hydrogels:


A Brief Review. Revista Virtual de Química, 14(2022)587-603
A aplicação destas orientações sempre tem que ser
repensada a cada relatório específico. Cada tipo de
assunto, cada procedimento, cada tipo de dados vai
exigir que se repense e se ajuste.

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