Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
mais difuso. Igualmente, traz entendimento de Alexy e Gianformaggio para dizer que os
princípios não incompatíveis, mas apenas concorrentes. Popp defende que deve haver uma
harmonização entre os princípios de Direito Privado e as normas constitucionais, de modo a entre
eles existir uma troca, uma via de mão-dupla, de forma que um represente o outro dentro do
ordenamento jurídico.
Avança em sua fundamentação, e, em 2.4, Popp fundamenta a dignidade da pessoa
humana como valor constitucional supremo, e assim o é na Constituição brasileira, art. 1º, III, em
que é disposto como princípio fundamental. Ainda, aponta que o respeito ao ser humano,
consubstanciado no personalismo ético e dignidade não são molas propulsoras somente do
Direito Civil, mas de todo o ordenamento. O personalismo ético afirma que a pessoa humana
resume em si toda a razão de existência da sociedade.
A livre iniciativa como direito fundamental, nesse ponto, deve dialogar, convergir e
harmonizar-se com o princípio da dignidade da pessoa humana e da proteção social econômica
que a Constituição oferece.
Sob esses fundamentos, Popp apresenta o nascimento de um novo princípio, o da justiça
contratual, em que as partes ficam sujeitos aos deveres laterais ou anexos de conduta: informação,
boa-fé, dever de clareza, dever de guarda, dever de restituição, dever de lealdade, dever de
proteção e dever de conservação.
Dessa forma, Carlyle Popp alicerça o entendimento da capacidade do Direito Civil
Constitucional atingir todo o sistema jurídico, em harmonia com as normas constitucionais e em
um movimento de redemocratização do sistema contratual.