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Desta sorte, conforme lecionado pelo autor, esse sistema de proteção dos direitos
fundamentais definiu-se por intermédio das garantias procedimentais constitucionais que se
traduzem no que o autor chamou de tutela constitucional do processo. Logo, essa tutela
engloba tanto o princípio do devido processo legal e todas as garantias que advêm dele,
quais sejam, o contraditório, a ampla defesa e a necessidade de se fundamentar as
decisões estatais.
A fim de prosseguir com a análise, Bretas pontua que a teoria do Estado de Direito
ruge em oposição à ideia de Estado de Polícia, que consubstancia-se na ideia de soberania
centrada no poder do monarca. Diante disso, tem-se que a ideia de Estado Democratico de
Direito refere-se a uma concepção do Estado enquanto uma comunidade a serviço do
interesse comum.
Portanto, nessa linha teórica resta clara certa limitação das atividades do Estado,
que deve ter os seus objetivos voltados à preservação das liberdades individuais dos
cidadãos de modo a assegurar-lhes o seu livre desenvolvimento. Somado a isso, a
organização do Estado também compõe a noção de Estado Democrático de Direito. Tal
organização é pautada em princípios racionais que reconheçam os direitos básicos dos
cidadãos e na noção independência dos juízes com o fito de se obter segurança na
administração da justiça
Nessa conjuntura tem-se que essa racionalização do Estado foi, assim como bem
sublinhado por Bretas, preconizada por Kant, uma vez que para o pensador iluminista o
Estado seria a união dos homens debaixo das leis, ou seja, debaixo dos princípios da razão.
Vigora, portanto, o império das leis. Destarte, o Estado seria o realizador do bem comum,
haja vista que deveria existir uma identidade entre a finalidade do Estado e os fins múltiplos
dos cidadãos, na medida em que cada indivíduo pudesse alcançar livremente os seus
objetivos.