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«A obsessão pela ideia de liberdade leva não apenas a uma limitação interna do poder político
[…] mas também a uma limitação externa.»
«[É] o fim da reserva de lei enquanto reserva de Parlamento […] é o desaparecimento também
da reserva de lei enquanto reserva de criação do direito.»
«[…] não houve lugar a uma desregulamentação propriamente dita das atividades
económicas: ao invés, a retirada do Estado dos setores produtivos onde intervinha […] foi
compensada»
(todos os excertos retirados de: João Pacheco de Amorim, Direito Administrativo da Economia, vol. I,
Coimbra: Almedina, 2014)
«A Constituição de 1822 não nos surge, pois, como um documento contendo preceitos
avançados em matéria de regime económico – apesar dos enormes cuidados em questões
financeiras e das preocupações louváveis de descentralização. É, no entanto, espelho da
Revolução que a gerou e dos temores dos seus arautos».
Guilherme D’Oliveira Martins, Constituição Económica, 1.º vol., Lisboa: Associação Académica da
Faculdade de Direito, 1983/4
Direito Económico – Ano letivo 2021/2022
(1) Considere os seguintes dados: a sociedade C foi criada pelo Decreto-Lei n.º 209/2000, de 2 de setembro,
como sociedade integralmente detida pela PARPUBLICA - Participações Públicas (SGPS) S.A., sociedade
Direito Económico – Ano letivo 2021/2022
distinguir a particular situação das empresas públicas que se submetem à lógica do mercado e
da concorrência das restantes, sujeitando-as a obrigações totalmente diversas das restantes
empresas privadas fere, não só algumas dimensões dos direitos fundamentais consagrados nos
artigos 62.º e 61.º da CRP, como alguns dos princípios fundamentais da Constituição
económica, em particular, os previstos nos artigos 80.º, alínea c), e 81.º, alínea f) da CRP.
anónima de capitais exclusivamente públicos que passou a ter como finalidade, além da gestão das
participações sociais públicas que integrem o seu património, a gestão, através de empresas participadas
de objeto especializado, do património imobiliário público que lhe seja afeto (cf. artigo 4.º dos Estatutos
constantes do Anexo I ao Decreto Lei n.º 209/2000). A sociedade C tem por objeto a gestão de
participações sociais de sociedades que exercem a sua atividade no setor imobiliário, incluindo as
sociedades gestoras de fundos de investimento imobiliário, como forma indireta de exercício de atividades
económicas (cf. artigo 4.º dos Estatutos constantes do Anexo III ao mesmo diploma legal). Uma destas
sociedades de "mão pública" é a sociedade B cuja missão, enquanto empresa instrumental do Grupo
sociedade C, é apoiar a gestão e valorização do património imobiliário público, mediante operações de
aquisição, alienação, promoção e arrendamento. Constitui o "veículo" terminal de uma cadeia de "fuga
para o direito privado" no desempenho de atividade administrativa no domínio específico de gestão e
alienação do património imobiliário público.