O documento discute:
1) A natureza do Ministério Público como instituição autônoma que não integra os poderes, mas defende a ordem jurídica e os direitos fundamentais.
2) A ação em sentido material como a posição jurídica que surge quando uma pretensão é exercida contra um polo passivo, permitindo agir por meios legais.
3) A teoria abstrata do direito de ação, que justifica ações com sentenças desfavoráveis baseada na personalidade e boa-fé do autor.
O documento discute:
1) A natureza do Ministério Público como instituição autônoma que não integra os poderes, mas defende a ordem jurídica e os direitos fundamentais.
2) A ação em sentido material como a posição jurídica que surge quando uma pretensão é exercida contra um polo passivo, permitindo agir por meios legais.
3) A teoria abstrata do direito de ação, que justifica ações com sentenças desfavoráveis baseada na personalidade e boa-fé do autor.
O documento discute:
1) A natureza do Ministério Público como instituição autônoma que não integra os poderes, mas defende a ordem jurídica e os direitos fundamentais.
2) A ação em sentido material como a posição jurídica que surge quando uma pretensão é exercida contra um polo passivo, permitindo agir por meios legais.
3) A teoria abstrata do direito de ação, que justifica ações com sentenças desfavoráveis baseada na personalidade e boa-fé do autor.
No contexto do Brasil República, no início do século XX, a atuação do Ministério Público situava-se dentro do Poder Judiciário. Com a Constituição de 1967, no artigo 126, foi atribuído ao Ministério Público o encargo de representação dos interesses do Poder Executivo em juízo, sendo assim, é pertinente salientar que ele ainda estava incluso como órgão do Poder Judiciário. Nesse âmbito, torna-se evidente que essa função destoava dos objetivos da Instituição e contribuía para o enfraquecimento da independência dos membros desta. Por isso, a Constituição de 1988 ceda-lhe expressamente “a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas (art. 129, inciso IX).
A emenda constitucional n° 1 da Constituição de 1967 coloca o Ministério
Público entre os órgãos do Poder Executivo, ao contrário do estabelecido pelo texto original.
A definição constitucional de hoje, contida no artigo 127 da Constituição
Federal explana: “O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.
Infere-se, dessa maneira, que o Ministério Público é configurado como uma
instituição autônoma, não integrando o Poder Judiciário embora desenvolva as suas funções essenciais, primordialmente, no processo e perante os juízos e tribunais.
Todavia, tendo em vista a sua independência assentada na Constituição
Federal de 1988, infere-se que o órgão não pode ser incluído ao Poder Executivo. Nesse contexto, do ponto de vista dogmático, percebe-se que não há determinação pela Constituição de um espaço entre os três poderes. Desse modo, o Supremo Tribunal Federal entende que o Ministério Público integra o Executivo, porém não é subordinado a ele em qualquer instância, sendo órgão da administração pública.
2) Disserte sobre a ação em sentido material:
Um dos processualistas que mais abrange o conteúdo é Pontes de Miranda, para ele ação em sentido material pode ser compreendida como a posição jurídica que surge do polo ativo da relação jurídica de direito material no exato momento em que a pretensão de igualdade é exercida em face de um polo passivo. A partir desse momento, o ocupante do polo ativo passa do poder exigir, para ele a mesma coisa que pretensão, ao poder agir por todos os meios que a ordem jurídica lhe assegure. Quando se admite a autotutela, a garantia se consubstancia na ação em sentido material, na medida que o titular da pretensão pode agir por todos os meios que o ordenamento jurídico lhe assegure a fim de ensejar providências coercitivas. O jurista ressalta que há até mesmo, alguns artigos da Constituição Federal de 1988 que fazem alusão a ação em sentido material como o art. 188, inciso I; o artigo 249, parágrafo único e o art. 1210, parágrafo 1°. No entanto, para a garantia do direito subjetivo, eles prescindem de ação processual. Como a autotutela não é permitida, a garantia se concretiza através de um impulso do titular do direito subjetivo ameaçado ou violado pelo ajuizamento de uma ação (exercício da tutela jurisdicional efetiva, tempestiva e adequada). Sob tal ótica, a ação material será canalizada pela ação processual. A partir disso, há o surgimento de uma nova relação jurídica autor – estado juiz – réu e, após a provocação da jurisdição, surge o direito à tutela jurisdicional e o dever do órgão judicial de examinar a demanda. O réu, sujeita-se ao exercício do direito potestativo, sujeitando-se, dessa forma, aos efeitos jurídicos, sendo transformada sua esfera jurídica. 3)Examine a teoria abstrata do direito de ação, tecendo considerações sobre o fundamento do mencionado direito: Reconhecida a autonomia do direito de agir em relação ao direito material, tendo como base teorias e doutrinas de autores como Windscheind e Muther, alguns juristas passaram a justificar as ações que levam não apenas a sentenças favoráveis, como também a sentenças desfavoráveis ao autor. Os defensores da teoria abstrata do direito de ação partem da premissa de que o direito de agir não exclui a possibilidade de uma sentença desfavorável, qualificado pelo jurista Plósz como “direito abstrato”. Ele concluiu que o direito de agir é autônomo e abstrato, pois sua existência não depende da procedência ou da improcedência do direito material. Para o jurista Degenkolb, o fundamento do direito de agir é a própria personalidade do autor, porque desse vem a consciência ou convicção subjetiva ao direito, ou a aspiração ao direito, em relação ao qual a efetiva existência do direito material é meramente acidental. Semelhante à sua concepção, Plósz entende que o direito abstrato de ação exige apenas a boa fé do autor, embora tenha sustentado a existência de dois direitos de ação, um processual, de caráter público e, outro material identificado com a pretensão do direito material.
Assim, para explicarem a possibilidade de alguém ter o direito de agir contra o
Estado, ainda que sem direito material, recorrem às ideias de boa fé e de consciência da existência do direito. É relevante salientar que em suas teorias, ainda vinculam a ação com o direito material, a qualidade atribuída ao autor tem ligação com a responsabilidade pelo exercício da ação. Porém não há a menção sobre como identificar quando o autor exerce a ação de má fé ou com a consciência de que não possui direito.
Ainda sobre a teoria abstrata do direito de ação, o jurista italiano Mortara
desvincula o direito material do direito de agir e foi de encontro ao argumento da boa fé, alegando que mesmo os que conscientemente sabem que não possuem qualquer direito material, possuem acesso à jurisdição. Vale frisar que Mortara é um dos percussores na colocação de processo civil como instituto do direito público. Nesse sentido, para ele o que justifica o ajuizamento da ação é a afirmação de que houve uma oposição a uma pretensão de direito subjetivo.