Você está na página 1de 41

HÉCTOR ALESSANDRO IVAS

HISTÓRICO DA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE


SAÚDE NO BRASIL COMO DIREITO FUNDAMENTAL

Balneário Camboriú (SC)


2023
HÉCTOR ALESSANDRO IVAS

HISTÓRICO DA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE


SAÚDE NO BRASIL COMO DIREITO FUNDAMENTAL

Projeto de pesquisa para cumprimento das


obrigações como bolsista do programa de
bolsas UNIEDU da instituição Uniavan.

Professora orientadora: Dr. Márcia


Cecília Vassoler.

Balneário Camboriú (SC)


2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 5
1.1 JUSTIFICATIVA 6
2 HIPÓTESES 7
3 OBJETIVOS 8
3.1 OBJETIVO GERAL 8
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 8
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9
5 MÉTODO DE PROCEDIMENTOS 10
5.1 MODALIDADE DE PESQUISA 10
5.2 SUJEITOS 10
5.3 COLETA DE DADOS 10
5.4 ANÁLISE DOS DADOS 11
5.5 CRONOGRAMA 11
5.6 ORÇAMENTO 11
6 RISCOS 12
7 BENEFÍCIOS 14
8 DESFECHO PRIMÁRIO 15
9 DESFECHO SECUNDÁRIO 16
REFERÊNCIAS 17
RESUMO

Este trabalho trata de um estudo sobre a implementação do sistema único de


saúde no Brasil como direito fundamental, partindo-se da evolução histórica
dos direitos humanos, suas gerações e conceito de direito à saúde, os
aspectos da seguridade social, uma análise legal dos princípios, das
competências, dos objetivos e das atribuições do SUS, a estrutura do trabalho,
tendo em vista todos os subsistemas e redes de atendimento, feito através de
método dedutivo, por meio de pesquisas e fundamentação, pesquisas
conforme as referências citadas, dissertações, doutrinas e legislações.
Analisou-se
a eficácia dos serviços prestados pelo Sistema como instrumento de
manutenção do direito humano a saúde no Brasil, tendo em vista toda a sua
estrutura, todos os serviços prestados e seu alcance em nível nacional. O seu
desenvolvimento se deu primeiramente, acerca da contextualização do tema
através de uma pesquisa de cunho bibliográfico que destaca os principais
acontecimentos e momentos decisivos durante a história, que contribuíram
para que o sistema atingisse a posição que ocupa atualmente. Paralelamente,
aponta alguns programas desenvolvidos pela rede pública de saúde,
explicando também o seu funcionamento, bem como motivo pelo qual cada um
é considerado peça fundamental para a eficácia e concretização do que se
configura a essência do Sistema Único de Saúde, sistema hoje que visa olhar
para os seus pacientes além da doença, assumindo um caráter humanizado
que prima pelo atendimento global dos indivíduos, considerando, também, o
contexto social no qual ele está inserido.

Palavras chave: Direitos fundamental. Implementação. Sistema Único de


Saúde.
5

1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho trataremos da história e implementação do Sistema


Único de Saúde - SUS, e, para entendermos a política de saúde em nosso
país, é preciso uma incursão retrospectiva através da história da saúde do
próprio Brasil.
O SUS pode ser entendido, em primeiro lugar, como uma “Política de
Estado”, materialização de uma decisão adotada pelo Congresso Nacional, em
1988, na chamada Constituição cidadã, de considerar a Saúde como um
“Direito de
Cidadania e um dever do Estado”.
A base legal do SUS é constituída fundamentalmente por três
documentos que expressam os elementos básicos que estruturam e organizam
o sistema de saúde brasileiro. São eles:
1 - A Constituição Federal de 1988, na qual a saúde é um dos setores que
estruturam a seguridade social, ao lado da previdência e da assistência social
(Brasil, 1988).
2 - A lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, também conhecida como a Lei
Orgânica da Saúde e que dispõe principalmente sobre a organização e
regulação das áreas e serviços de saúde em todo território nacional (Brasil,
1990a).
3 - A lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que estabelece o formato da
participação popular no SUS e dispõe sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde (Brasil, 1990b).
Além disso, há diversas normatizações, decretos, portarias e medidas
provisórias que atualizam, alteram ou revisam aspectos organizacionais e
operacionais do sistema. Mas a estrutura formal do SUS está disposta nesses
três documentos citados anteriormente.
Acerca do SUS serão apresentados seus princípios e suas diretrizes
destacando o princípio da universalização sob a ótica de sua efetivação, sendo
ele um dos princípios mais aclamados atualmente.
Apresentaremos suas origens, quando era um sistema em que a
assistência se encontrava associada à contribuição previdenciária, restringindo
a cobertura à população formalmente vinculada ao mercado de trabalho,
6

complementada por instituições públicas ou filantrópicas de amparo aos mais


necessitados.
Após, mostraremos o momento presente, em que se persegue sua
consolidação como um sistema de acesso universal que abrange a
integralidade da atenção à saúde como um direito de cidadania.
Dentre as motivações para a pesquisa, podemos dizer que o tema nos
encanta a partir da ideia de direito fundamental garantido pela nossa Carta
Magna de 1988 como conquista do povo brasileiro.
Segundo Mattos (2001) os que defendem o SUS hoje o fazem de um
lugar híbrido de situação/oposição. Como defensores do SUS, são por vezes
instados a defendê-lo frente a ataques críticos, ao mesmo tempo em que tem o
compromisso de seguir criticando as imperfeiçoes do SUS para superá-las.
Difícil tarefa para nossa cultura, na qual nos habituamos a criticar os
adversários mais do que os aliados ou a nós mesmos. (p. 43)
As palavras de Mattos representam muito bem o lugar que ocupamos
como defensores do SUS.
Assim, nossa questão de pesquisa segue nestas indagações: o
princípio da universalização é respeitado no Brasil? Ou ainda, quais são as
contradições impostas no cenário atual referente ao princípio da
universalização?

1.1 JUSTIFICATIVA

Tratar sobre a história e implementação do Sistema Único de Saúde -


SUS, é se envolver com a história do Brasil, neste sentido, mostrar para a
sociedade que as ações e serviços de saúde constituem um direito social que
deve ser assegurado pelo Estado e gerido sob responsabilidade das três
esferas autônomas de governo, torna-se emergencial, bem como o clamor pela
sua universalização concreta e efetiva.
Ademais, abordar acerca do direito à saúde é tratar de um direito
fundamental e basilar que é imprescindível para que se tenha assegurado o
princípio da dignidade da pessoa humana.
7

2 HIPÓTESES

O princípio da universalização é respeitado no Brasil? Ou Quais são as


contradições imposta no cenário atual referente ao princípio da
universalização?
Acerca do SUS, o princípio da universalização determina que é direito
de todos os cidadãos o direito ao acesso às ações e serviços disponibilizados
pela saúde, sem qualquer tipo de discriminação, contudo, entende-se existir
uma grande ruptura neste princípio, fruto da falta de verbas e mal
gerenciamento por parte do Estado, resultando em grave problema de saúde
pública, no qual, o Estado brasileiro não consegue atender a alta demanda da
população.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Apresentar o histórico da implementação do SUS no Brasil, como


direito fundamental.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Apresentar os projetos antecedentes e as dificuldades na implantação


do Sistema Único de Saúde - SUS;
b) Demonstrar os dados gerais do Sistema Único de Saúde - SUS e seu
financiamento;
c) Apresentar os princípios e as diretrizes que compõe o Sistema Único de
Saúde – SUS;
d) Propor possíveis soluções que venham combater os reflexos da não
universalização do acesso ao direito fundamental à saúde.
8

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 ANTECEDENTES E DIFICULDADES NA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA


ÚNICO DE SAÚDE NO BRASIL

Segundo Bobbio (2004, p. 5) “os direitos não nascem todos de uma vez
(...) nascem quando devem ou podem nascer”. O primeiro ponto a ser citado
neste trabalho é a evolução história dos direitos humanos fundamentais.

Direitos do homem, democracia e paz são três momentos necessários do


mesmo movimento histórico: sem direitos do homem reconhecidos e
protegidos não há democracia; sem democracia não existem as condições
mínimas para a solução
pacífica dos conflitos. (BOBBIO, 2004, p. 5)

Bobbio confirma em seu livro (2004) que os direitos fundamentais são


adquiridos com luta e que o marco inicial dessa conquista é o
constitucionalismo.
O autor defende a pertinência de políticas sociais, não só como resposta
a pressões específicas, senão como forma de expressão da 4ª geração de
direitos.
Segundo Bobbio (2004), os antecedentes dessas discussões estão nos
séculos XVII e XVIII, culminando na Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, de 1789, após a Revolução Francesa, e, posteriormente, no século
XX, na Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948 e na Convenção
Europeia dos Direitos do Homem, de 1950, que marcam a nova era pós
Segunda Grande Guerra Mundial e serviram de guia para todas as
constituições posteriores, dos diversos países nos quais se adotou o chamado
Estado de Direito.
Nessa história progressiva, do século XVII aos nossos dias, foram
percorridas diversas etapas:
9

a) a primeira, foi a da constitucionalização, que transformou uma aspiração


ideal secular em um direito público subjetivo, ainda que no restrito âmbito de
uma nação (Bobbio, 2000 p. 481);
b) a segunda, que dura até hoje, numa evolução contínua, foi a sua progressiva
extensão – iniciando no próprio interior dos direitos de liberdade (direitos civis,
de ir e vir), passando para o reconhecimento dos direitos políticos (de
associação) até a concessão do sufrágio universal masculino e feminino
(passagem do Estado liberal para o Estado democrático) e a introdução dos
direitos sociais (Estado democrático e social);
c) a terceira etapa teve seu ponto de partida na Declaração Universal dos
Direitos dos Homens (1948), contemplando a universalização, isto é a
transposição da sua proteção interna (do Estado nacional) para o sistema
internacional, embora esta transposição seja, mais hipotética do que real
(BOBBIO, 2000);
d) segundo Bobbio (2000) com uma quarta etapa; a da especificação dos
direitos, uma vez que a expressão “direito dos homens” é demasiado genérica
e não é suficiente, sendo necessário, desde o início, diferenciar os direitos do
homem em geral dos direitos do cidadão, no sentido de que a este último se
podem atribuir direitos ulteriores. Essa especificação continuou, porém, na
medida da necessidade de exigências específicas de proteção, segundo sexo
(direitos das mulheres), fase da vida (direito das crianças, dos idosos) ou
condições específicas de proteção (de enfermos, deficientes, doentes mentais
etc.).
Não resta dúvida que houve uma construção história dos direitos
fundamentais no mundo, e, compreendermos o movimento sanitário no Brasil e
sua importância na história da política de saúde brasileira, faz-se necessário
resgatar, de forma breve, a trajetória histórica da saúde no país e o contexto
que situa cada momento de mudança da referida política.

4.1.1 A Saúde Pública antes do Sistema Único de Saúde - SUS:

Bertolli (2011) relata que no início da colonização portuguesa em solo


brasileiro, logo após a descoberta em 1500, os portugueses enfatizaram que o
10

nosso território era um “paraíso”, no mais, os nativos que aqui estavam, eram
acostumados a viver em um mundo sem enfermidades e doenças, enquanto a
Europa era assolada por doenças mortais que incluíam sarampo, gripe, peste
bubônica, malária, difteria, tifo e cólera.
O mesmo autor, também escreve que conforme o tempo passou as
enfermidades, pragas e doenças começaram a assolar o Brasil colônia e,
devido à falta de médicos e formas de combate a esses males, as pessoas
ficaram com medo de se mudar de Portugal para o Brasil colônia, dificultando
sua colonização. Somente no século XVIII, surgiram os primeiros médicos,
porém eram raros e poucos, no mais, a partir do século XIX aconteceram
mudanças na administração pública colonial, isto se deu devido a vinda da
corte portuguesa para o Brasil. Com a vida da família real houve uma grande
evolução com relação à saúde, foram criadas academias médico-cirúrgicas no
Rio de Janeiro em 1813 e logo após na Bahia no ano de 1815.
Durante a República-velha (1889-1930), surgem as primeiras políticas
de saúde no Brasil. Houve mudanças de comportamento do governo, surgindo
uma renovação no serviço Sanitário paulista criado em 1892 e usados mais
tarde, como modelo para todo o país. Foram criados também os primeiros
institutos de pesquisa em saúde pública e agricultura, como o Instituto
Bacteriológico e o Instituto Biológico, articulados ao novo modelo sanitarista.
Outra grande medida foi a determinação de que apenas médicos diplomados
poderiam tratar da saúde população.
Durante o período presidencial de Rodrigues Alves (1902-1906) a cidade
do Rio de Janeiro passou pela mesma reforma ocorrida na cidade de São
Paulo, comandada então pelo prefeito da cidade e também o diretor-geral do
Departamento Nacional de Saúde Oswaldo Cruz (BERTOLLI, 2011).
Bertolli (2011) relata ainda, que durante a era Vargas (1930-1945), o
então presidente de imediato quis livrar o controle político das oligarquias
regionais, que foram implementadas na República Velha, sendo assim, tirou
seus principais líderes da administração pública. Em outubro de 1930, a área
sanitarista começou a compartilhar um ministério junto ao da educação,
havendo uma ampla remodelação desses serviços no país, pretendendo
garantir o controle desses serviços, em uma estratégia decorrente do
centralismo político-administrativo imposto por Getúlio Vargas.
11

Um dos grandes marcos da atuação do presidente Vargas no campo da


saúde dos trabalhadores, foi a aplicação da Lei Elói Chaves, nº 4.682, de 24 de
janeiro de 1923, em várias categorias profissionais sendo que na Velha
República a lei só era direcionada aos trabalhadores das estradas de ferro, que
lhe asseguravam o direito à assistência médica gratuita com aposentadoria por
tempo de serviço e invalidez em várias categorias profissionais, então com
essa aplicação surgiram aposentadorias que incluíam assistência médica
gratuita, pensões e os institutos de previdência, porém apenas para os
trabalhadores com carteira assinada. (BERTOLLI, 2011).
Logo após a vitória dos Estados Unidos e dos aliados na Segunda
Guerra Mundial, o Brasil passou por um período de redemocratização (1945-
1964) e conforme informado por Bertolli (2011), no campo da saúde pública
vários órgãos são criados. Destaca-se a atuação do Serviço Especial de Saúde
Pública - SESP, criado no período anterior, em 1942, em decorrência de
acordo com os EUA.
O SESP visava, principalmente, a assistência médica dos trabalhadores
recrutados para auxiliar na produção da borracha na Amazônia e que estavam
sujeitos à malária. A produção de borracha era necessária ao esforço de guerra
dos aliados na 2ª guerra. Criou-se também o Ministério da Saúde, em 1953. As
ações na área de saúde pública se ampliaram a ponto de exigir uma estrutura
administrativa própria.
Durante esse período as áreas rurais eram de responsabilidade
exclusiva do Ministério Público, já as áreas urbanas eram atendidas pelos
hospitais e clínicas ou conveniados com os institutos de pensões e
aposentadorias, mantidas pelos trabalhadores e seus patrões, porém, devido
ao grande aumento da quantidade de segurados, os órgãos previdenciários
colapsavam na maioria das vezes, onde acarretavam na baixa qualidade da
assistência médico-hospitalar, não sendo raras as mortes de trabalhadores por
falta de atendimento de emergência eficiência.
Em março de 1964, deu-se início ao regime militar no Brasil, dentre os
principais marcos ocorridos, Bertolli (2011) cita o do grande milagre econômico
que marcou o país, vendo o PIB brasileiro entre os 8 maiores do mundo, no
entanto, o autor também cita um dos principais efeitos ocorridos durante o
golpe, que seria o esvaziamento do Ministério da Saúde, havendo um grande
12

corte de verbas, sobretudo, devido ao movimento de centralização das políticas


de segurança e desenvolvimento por parte dos militares.
Com relação aos órgãos previdenciários que funcionavam desde 1930, o
governo Militar decidiu unifica-los e criar o Instituto Nacional de Previdência
Social - INPS, órgão criado pelo Decreto nº 72, de 21 de novembro de 1966,
como resultado da fusão dos institutos de aposentadoria e pensões do setor
privado então existentes — o dos marítimos (IAPM), o dos comerciários (IAPC),
o dos bancários (IAPB), o dos industriários (IAPI), o dos empregados em
transportes e cargas (IAPETEC) e o dos ferroviários e empregados em serviços
públicos (IAPFESP) — e dos serviços integrados e comuns a todos esses
institutos — entre os quais o Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de
Urgência (SAMDU) e o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS).
Autarquia vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social, o
INPS integrava o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social
(Sinpas), encarregando-se da concessão e da manutenção de benefícios aos
empregados e empregadores urbanos e rurais e a seus dependentes. Esses
benefícios consistiam em aposentadorias (por invalidez, velhice ou tempo de
serviço), pensões, auxílios (natalidade, doença, funeral etc.), abonos, pecúlios,
salários-família, salários-maternidade e seguros por acidente de trabalho.
Os recursos do INPS provinham das contribuições dos empregados, dos
empregadores e da União. Esta última se encarregava dos gastos
administrativos do órgão e contribuía diretamente nos casos em que era
empregadora. Após entrar em crise ao longo da década de 1980, foi extinto em
12 de abril de 1990.
Buscando contornar os obstáculos deixados pela fragilidade do INPS,
em 1974 foi criado o Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS. Ao
incorporar o INPS, o Ministério da Previdência se livrou das imposições do
Ministério do Trabalho, e tentando conter a evasão de recursos também foi
criado a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social -
DATAPREV, (BERTOLLI, 2011).
Como medidas para atenuar as críticas que atingiam o próprio regime,
foram implementados mais três programas; em 1971 foi criado o Fundo de
Assistência ao Trabalhador Rural - FUNRURAL, um programa voltado aos
direitos previdenciários dos trabalhadores rurais. (BERTOLLI, 2011). Alguns
13

anos depois foi a vez do Plano de Pronta Ação - PPA, que tinha como intuito
acelerar os atendimentos médicos urgentes e também era responsável por
definir com o que cada setor do sistema de prestação de assistência médica
previdenciária atribuiria, destinando então os hospitais próprios da previdência
social à prestação de assistência de alta especialização, à pesquisa e ao
aperfeiçoamento, definindo que os estabelecimento de convênios com
empresas, com a União, os estados e prefeituras, do credenciamento de
médicos etc. seriam responsáveis pelo atendimento médico. (OLIVEIRA, J. &
TEIXEIRA). Por fim no ano de 1975 foi criado o Sistema Nacional de Saúde
onde tinha como objetivo baratear e deixar mais eficiente as ações de saúde de
todo o país. (BERTOLLI, 2011).
Durante esta década, o INPS surgiu com grandes inovações e
mudanças, ampliando os benefícios dos segurados, dentre eles, a
implementação do salário-maternidade, o amparo as pessoas maiores de 70
anos e inválidos, e também a implementação do auxílio por acidente de
trabalho aos trabalhadores rurais. Em 24 de janeiro de 1976, pelo Decreto nº
77.077, toda a legislação previdenciária foi reunida na Consolidação das Leis
da Previdência Social. (OLIVEIRA, J. & TEIXEIRA).
O mesmo autor diz que o Ministério da Previdência adotou medidas para
controlar as distorções e disfunções referente a política de compra de serviços
ao setor privado na área da assistência médica, criando assim, a Empresa de
Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev), responsável por
controlar as contas hospitalares apresentadas pelos hospitais contratados, da
arrecadação das contribuições e do pagamento dos benefícios, e também a
Central de Medicamentos (Ceme), órgão encarregado de promover a
distribuição gratuita de medicamentos e de desenvolver campanhas de saúde
pública.
Em 1977, instituído pela Lei nº 6.439, dentro do Ministério da
Previdência se integrou o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social
– Sinpas destinado a regular a concessão de benefícios e a prestação de
serviços, custear atividades e programas e responder pela gestão
administrativa, financeira e patrimonial da previdência social. Na mesma
ocasião, foram criados e vinculados ao Ministério da Previdência: o Instituto de
Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (Iapas),
14

encarregado de toda a atividade financeira do sistema e o Instituto Nacional de


Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), ao qual foi atribuída a
prestação de assistência médica aos segurados. Além desses dois órgãos, o
Sinpas absorveu o INPS, que passou a se encarregar exclusivamente da
concessão e manutenção de benefícios em dinheiro, a fundação Legião
Brasileira de Assistência (LBA), encarregada da prestação de assistência social
à população carente, a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem),
a Dataprev e a Ceme. (OLIVEIRA, J. & TEIXEIRA).
Todas essas alterações introduzidas no sistema previdenciário não
surtiram os efeitos desejados pelo governo, deixando o Brasil mergulhar em
uma crise financeira a partir de 1980, devido a um déficit crescente que
alcançou as cifras de 150 bilhões de cruzeiros no início de 1981, aí incluído o
INPS, teve decretada sua falência virtual no fim deste mesmo ano, por setores
do governo. Devido as fraudes ocorridas em meados da década de 1980, por
denúncias de corrupção e prática clientelista e também de péssimas condições
de trabalho para seus funcionários, o INPS seria extinto pela Lei nº 8.029, de
12 de abril de 1990, que criou o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS),
já no governo Fernando Collor de Melo. (OLIVEIRA, J. & TEIXEIRA).
Bertolli afirma que após a falência do modelo econômico do regime
militar, o Brasil entrou em uma crise, principalmente na saúde, devido a
insuficiência da expansão do sistema de saneamento e da ineficácia da
educação sanitária, mantendo alto o índice de pessoas atingidas por várias
doenças. Enquanto o Ministério da Saúde e da Previdência Social nada faziam,
o Governo Federal foi atrás de projetos, e entre a década de 80 surgiram os
seguintes projetos; o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde - Prev-
Saúde, o Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária -
Conasp e as Ações Integradas de Saúde - AIS, para reorganizar de forma
racional as atividades relacionadas a saúde, contudo, esses esforços contaram
com a oposição dos empresários das empresas privadas de saúde, então em
1986 o presidente Sarney acabou apoiando a proposta de reorganização do
Sistema de Saúde oficial (BERTOLLI, 2011).
Neste mesmo viés, Bertolli (2011) esclarece que diante da péssima
qualidade de saúde no Brasil, tanto a população como as pessoas que
trabalhavam nesta área se organizaram na defesa dos direitos dos pacientes.
15

Resultado das péssimas políticas de saúde na década de 70, resultou na


criação da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva -
Abrasco e no Centro Brasileiro de Estudos da Saúde - Cebes e juntos as duas
associações criaram o chamado movimento sanitarista, no qual, um dos
principais produtos criados foi um documento intitulado “pelo direito universal a
saúde”, afirmando-se que o acesso à assistência médico-sanitária “é direito do
cidadão e dever do estado”, por fim apesar dos inevitáveis confrontos com os
empresários da saúde privada, a redação final da Constituição promulgou em
1988 a maior parte das propostas das organizações populares e de
especialistas na área da saúde (BERTOLLI, 2011).
Rocha, Cesar, Ribeiro (2013 apud Cohn,1996) relata os seguintes
pontos importantes, após a reforma constitucional de 1988.

a) O conceito de saúde relacionado com a perspectiva social, política e


econômica; b) a saúde como um direito social da população e
responsabilidade do governo; c) a criação de um sistema único com a
participação da comunidade, descentralizado e com assistência integral; e
d) a integração da saúde no sistema de seguridade social. (ROCHA,
CESAR, RIBEIRO 2013 apud Cohn,1996, p. 11)

No mais os autores também afirmam que a saúde estava distante na


qual a constituição de 88 previa. As razões segundo o autor parecem ser:

a)projeto político e social do neoliberalismo não foi capaz de


solucionar as desigualdades presentes na realidade brasileira; ao
contrário, intensificou-as; b) o estado não foi capaz de organizar e
coordenar o setor privado de saúde, que é forte e independente (no
caso dos hospitais, por exemplo, a maior parte dos serviços está no
setor privado); c) os gastos com o setor de saúde no Brasil são
insuficientes e a implementação da proposta tem sido lenta e
desintegrada; e d) a proposta de assistência para todos tem
demonstrado, em sua desigualdade de implementação, as
profundas diferenças sociais e econômicas da sociedade brasileira.
(ROCHA, CESAR, RIBEIRO 2013 apud Cohn,1996, p. 14)

A despeito dessa gama de dificuldades, os princípios introduzidos na


Constituição Federal de 88, principalmente a universalização e
descentralização obtiveram um avanço considerável na última década do
século XX, ressaltando também a importância dos municípios, pois ajudaram
na ampliação dos recursos e na participação popular por intermédio dos
Conselhos de Saúde. (ROCHA, CESAR, RIBEIRO 2013 apud Cohn,1996).
16

4.2 DADOS GERAIS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E SEU


FINANCIAMENTO

4.2.1 Dos Dados Gerais do SUS

Conforme Ueta (2012) o financiamento da Assistência Farmacêutica se


dá pelas três esferas do governo, compreende-se AF como grupo de atividades
relacionadas a drogas destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por
uma comunidade, envolve o fornecimento de medicamentos em todas e cada
uma de suas etapas constitutivas, conservação e controle de qualidade,
segurança e eficácia terapêutica dos medicamentos, monitoramento e
avaliação do uso, obtenção e divulgação de informações sobre medicamentos
e educação permanente.
A sua lista de medicamentos disponíveis é gerenciada pela Comissão do
Ministério da Saúde (Comare), elaborando a Relação de Medicamentos
Essenciais (Rename), e os medicamentos ali presentes são considerados
essenciais para a saúde básica com base na lista de medicamentos da OMS
(Organização Mundial da Saúde). (UETA, 2012).
Atualmente a AF em nível nacional está organizada em componentes:
Atenção básica, Estratégicos e Especializados (CEAF), onde a compreensão e
a abrangência de cada um podem ser obtidas através do site da AF do
Ministério da Saúde. Um dos principais programas criados para a distribuição
desses medicamentos foi a criação do Programa de Farmácia Popular, sendo
considerado um grande marco na AF. (UETA, 2012).
O DECRETO Nº 6.286, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2007, é responsável
pela criação do Programa Saúde na Escola (PSE), onde visa contribuir com a
formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio
de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde. (Brasil, 2007).
O PSE é apresentado oficialmente como uma política intersetorial, o que
determina que a responsabilidade de sua ação seja dividida entre os setores de
educação e saúde. De acordo com suas diretrizes, a força da intersetorialidade
se sustenta na possibilidade de associação entre os dispositivos públicos de
saúde e educação. (SILVEIRA, ESTERMANN & FÉLIX, 2019)
17

De acordo com o Programa Saúde Nas Escolas, ciclo 2019/2020, do


Governo do Estado do Rio Grande do Sul, as 12 ações preconizadas pelo PSE,
cuja realização deve ser planejada no período determinado anualmente, em
conjunto pelas equipes da unidade de saúde e da escola, são:
I. Ações de combate ao mosquito Aedes aegypti;
II. Promoção das práticas corporais, da atividade física e do lazer nas escolas;
III. Prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas;
IV. Promoção da cultura de paz, cidadania e direitos humanos;
V. Prevenção das violências e dos acidentes;
VI. Identificação de educandos com possíveis sinais de agravos de doenças
em eliminação;
VII. Promoção e avaliação de saúde bucal e aplicação tópica de flúor;
VIII. Verificação e atualização da situação vacinal;
IX. Promoção da alimentação saudável e prevenção da obesidade infantil;
X. Promoção da saúde auditiva e identificação de educandos com possíveis
sinais de alteração;
XI. Direito sexual e reprodutivo e prevenção de IST/AIDS;
XII. Promoção da saúde ocular e identificação de educandos com possíveis
sinais de alteração.
Outra ação importante no SUS é a atenção a saúde, para Mendes
(2009) as redes de atenção à saúde são organizações poliárquicas de
conjuntos de serviços de saúde ligados entre si por uma única missão,
objetivos comuns e ação cooperativa e interdependente. Permitem oferecer um
cuidado contínuo e integral a uma determinada população, coordenada
pela atenção primária à saúde prestada na hora certa, no lugar certo, com o
custo certo, com a qualidade certa e de forma humana.
Conforme Mendes (2010), as redes de atenção à saúde constituem-se
de três elementos: a população, a estrutura operacional e o modelo de atenção
à saúde:
População e Região de Saúde
Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das pessoas e da comunidade,
as RAS devem ser capazes de identificar claramente a população e a área
geográfica sob sua responsabilidade. A região de saúde deve ser bem definida,
baseada em parâmetros espaciais e temporais que permitam assegurar que as
18

estruturas estejam bem distribuídas territorialmente, garantindo o


tempo/resposta necessário ao atendimento, melhor proporção de
estrutura/população/território e viabilidade operacional sustentável.

Estrutura Operacional
A estrutura operacional das RAS é constituída pelos diferentes pontos de
atenção à saúde, ou seja, lugares institucionais onde se ofertam serviços de
saúde e pelas ligações que os comunicam.

Os componentes que estruturam as RAS incluem: Atenção Básica à Saúde


centro de comunicação; os pontos de atenção secundária e terciária; os
sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança.

Modelo de Atenção à Saúde


O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o
funcionamento das RAS, articulando, de forma singular, as relações entre a
população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das
intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de
intervenções sanitárias, definido em função da visão prevalecente da saúde,
das situações demográficas e epidemiológicas e dos determinantes sociais da
saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade. Para a
implantação das RAS, é necessária uma mudança no atual modelo de atenção
hegemônico no SUS, ou seja, exige uma intervenção concomitante sobre as
condições agudas e crônicas.
O programa de Política Nacional de Promoção da saúde tem como
objetivo promover a equidade e a melhoria das condições e modos de vida.
ampliando o potencial da saúde individual e coletiva. reduzir vulnerabilidades e
riscos à saúde decorrentes de determinantes sociais, econômicos, políticos,
culturais e ambientais. (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
Para melhorar ainda mais a qualidade de vida da população, as
prioridades adotadas pelo SUS na PNPS são: Alimentação saudável; Práticas
de atividades física; Prevenção e controle do tabagismo; Redução da
morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras
drogas; Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito; Prevenção da
19

violência; Estímulo à cultura de paz; Promoção do desenvolvimento


sustentável. Estas prioridades permitem que estratégias sejam elaboradas
pelos gestores de saúde de maneira que a informação chegue à população por
meio de comunicação ou campanhas, assim buscando uma vida mais saudável
para os brasileiros. (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera federal, a
Funasa é responsável pela destinação de recursos não onerosos para ações
de saneamento, financiando a universalização de sistemas de abastecimento
de água potável, esgotamento sanitário e gestão de resíduos sólidos
urbanos. Promove, ainda, ações de drenagem e manejo ambiental, além de
melhorias sanitárias domiciliares e melhorias habitacionais para o controle da
doença de Chagas. Cabe à Funasa, por meio do Departamento de Engenharia
Sanitária (Densp), promover ações de saneamento para atender municípios
com menos de 50 mil habitantes. (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE 2017)
Alguns exemplos dos efeitos das ações do saneamento na saúde,
citados pelo Ministério da Saúde, são: Água de boa qualidade para o consumo
humano e seu fornecimento contínuo asseguram a redução e controle de
algumas doenças como diarreias, cólera, dengue etc.; Coleta regular,
acondicionamento e destino final adequado dos resíduos sólidos diminuem a
incidência de casos de: peste, febre amarela, toxoplasmose, etc.; Esgotamento
sanitário adequado é fator que contribui para a eliminação de vetores da:
malária, verminoses, esquistossomose, etc.; e melhorias sanitárias domiciliares
estão diretamente relacionadas com a redução de: doença de Chagas,
esquistossomose, diarreias, verminoses, escabioses, tracoma e conjuntivites.
Assim vemos importância que faz ter um sistema de saneamento disponível
pelo SUS. (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE 2017)
No ano de 2010 foi aprovado a criação da Secretaria Especial de
Saúde Indígena (SESAI). (Brasil, Ministério da Saúde). Conforme Garnelo e
Maquiné (2015), o que há de novo nessa criação é que existe agora um único
órgão competente a saúde indígena, visto que anteriormente eram
coordenados por setores de outros órgãos ou instituições que tinham
atribuições mais amplas, por vezes sequer limitadas aos povos indígenas. Os
mesmos autores apontam que dentre as secretarias diretamente ligadas ao
MS, a SESAI é a única contempla simultaneamente responsabilidades tanto
20

pela gestão como pela execução das ações e programas de saúde, o que
exige do órgão uma robusta estrutura administrativa.
Sendo o SUS a reafirmação da responsabilidade do Estado no
financiamento, organização e gestão de um sistema de saúde integral. A
extensão da rede de serviços aos grupos indígenas ocorre, em princípio, de
forma automática, no entanto as implicações dessa descentralização devem
ser avaliadas, com a execução direta de ações em áreas cultural e
linguisticamente diferenciadas. (CONFALONIERI, 2005)
Conforme Lucchese (2006), a vigilância sanitária é SUS (Sistema
Único de Saúde) e é um espaço privilegiado de intervenção do Estado. A
intervenção do Estado pode atuar para elevar a qualidade dos produtos e
serviços, pode adaptar segmentos produtivos de interesse em saúde e
ambientes às demandas sociais em saúde e às necessidades do sistema de
saúde.
As estratégias de intervenção em saúde, prevenção, proteção e
promoção tratam do processo saúde-doença e da questão dos riscos. As ações
preventivas são definidas como intervenções que visam prevenir o surgimento
de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência. Baseiam-se
na epidemiologia, em que o conceito de risco corresponde à probabilidade de
ocorrência de um evento com a população exposta a algum fator de risco.
(ALMEIDA, 1997)
As ações de vigilância sanitária também promovem a saúde, atuando
em bens, serviços e ambientes para elevar sua qualidade. As intervenções
incluem ações comunicativas em defesa da saúde, que contribuem para
fortalecer as capacidades individuais e coletivas para lidar com as múltiplas e
diversas condições de saúde. As ações de vigilância sanitária incluem a
regulamentação da publicidade de produtos, práticas e serviços que possam
ser prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. (LUCCHESE, COSTA, SILVA,
2018)

A pesquisa Nacional de Saúde é responsável por trazer as estatísticas


referentes à área da saúde brasileira, por meio de inquéritos de saúde de base
domiciliar e dados produzidos em âmbito nacional, essa pesquisa é realizada
21

pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatísticas (IBGE), tendo sido realizada em 2013 e 2019. (PNS, 2021).

Na segunda e a mais atualizada edição da Pesquisa Nacional de Saúde


de 2019, publicada em 2020 o que mais chama atenção na publicação é a
informação de que 71,5% dos brasileiros não possuem qualquer serviço de
saúde complementar, convertendo esta porcentagem para o número de
habitantes, podemos afirmar que mais de 150 milhões de pessoas dependem
unicamente da Saúde Pública. Comparado com a edição anterior de 2013,
publicada em 2014, na qual, havia-se registrado 72,1%, podemos notar uma
pequena oscilação aferido ao registro da última atualização, assim destacando
a diminuição de 0,6% no indicador de pessoas que tem acesso apenas ao
SUS. (IBGE, 2020).

Sobre os dados gerais da Pesquisa Nacional da Saúde-PNS de 2019 é


importante ressaltar o aumentativo de domicílios cadastrados em Unidades de
Saúde da Família, onde esse crescimento foi de 6,7% comparado com o ano
de 2013, aumentando de 53,3% para 60% da população brasileira. (IBGE,
2020).

Conforme o PNS de 2019, as Unidades Básicas foram o destino favorito


dos brasileiros ao procurarem algum serviço de saúde, sendo procurado por
46,8% dos entrevistados, logo após com 22,9% aparecem os consultórios
médicos particulares, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) têm 14,1%
da preferência e por último aparecem os centros de especialidades, policlínicas
públicas ou ambulatórios de hospitais públicos e o pronto-atendimento de
hospitais privados, com 8,9% e 4,4%, respectivamente. (IBGE, 2020). Já em
2013, 47,9% indicaram as Unidades Básicas de Saúde. Consultório particular
ou clínica privada foi indicado por 20,6% das pessoas. 11,3% das pessoas
indicaram a unidade de pronto atendimento público ou emergência de hospital
público e o hospital público ou ambulatório apresentaram estimativas
semelhantes, com 10,1%. Os estabelecimentos de pronto atendimento ou
emergência de hospital privado foram apontados por 4,9% das pessoas.
A farmácia e o centro de especialidades, policlínica pública ou Posto
de Assistência Médica foram os locais menos citados, com percentuais de
2,9% e 1,8%, respectivamente. (IBGE,2014)
22

Outro indicador importante de ressaltar é a quantidade de pessoas que


possuem água canalizada em pelo menos um cômodo da casa, enquanto na
PNS de 2013 cerca de 93,7% dos domicílios brasileiros possuíam água
canalizada em pelo menos um cômodo, na edição de 2019 esse número subiu
para 96,7% de domicílios. (IBGE, 2020).

Um indicador que preocupa o desenvolvimento sanitarista é a pouca


dimensão de domicílios que possuem banheiro de uso exclusivo e
esgotamento sanitário por rede geral de esgoto ou fossa séptica ligada à rede
geral, conforme a PNS 2019 nos mostra, observa-se que apenas 66,0% de
domicílios possuem essa característica, em caráter regional podemos destacar
a região sudeste que possuiu o maior percentual, tendo 88,7%, já na região
norte se concentra a menor porcentagem, tendo apenas 20,8% de domicílios. A
Região Sul registrou 68,0% dos domicílios nessa condição, seguida das
Regiões Centro-Oeste 55,0%, e Nordeste 42,9%. A Região Sul registrou 68,0%
dos domicílios nessa condição, seguida das Regiões Centro-Oeste 55,0% e
Nordeste 42,9%. (IBGE, 2020). Na PNS de 2013 60,9% dos domicílios (39,7
milhões) possuíam essa característica. As Grandes Regiões revelaram
situações diferentes em relação a este indicador; enquanto, na Região
Sudeste, a proporção foi de 86,3% dos domicílios, na Região Norte, foi de
15,5%. Considerando a situação do domicílio, a área urbana apresentou
proporção superior à observada na área rural: 69,8% e 5,6%, respectivamente.
(IBGE, 2014).

Em relação a coleta de lixo por serviço de limpeza no Brasil, se mostra


que 91,4%, equivalente a 67.0 milhões de domicílios, tiveram esses resíduos
coletados pelo serviço de limpeza, diretamente ou em caçamba. (IBGE, 2020).
Já na PNS realizada de 2013, 89,3% dos domicílios, equivalente 58,2 milhões,
foram atendidos por serviço de coleta de lixo. (IBGE, 2014)

Conforme nos demostra a PNS de 2019, o indicador relacionado as


visitas dos agentes de saúde, tanto como da saúde da família como também
nos agentes de endemias, a visitação nos domicílios, é muito insuficiente, pois
dentre os domicílios cadastrados há um ano ou mais em Unidade de Saúde da
Família, verificou-se que, em 2019, 38,4% receberam visita mensal de agente
comunitário de saúde ou de membro da Equipe de Saúde da Família, o
23

equivalente a apenas 15,4 milhões de unidades domiciliares. Esse número fica


abaixo do PNS de 2013 onde foram contabilizados em 47,2%, representando
14,1 milhões de domicílios. (IBGE, 2020)

Outra questão abordada é que nos domicílios cadastrados há um ano ou


mais em Unidade de Saúde da Família, observou-se que, em 2019,
aproximadamente 23,8% (9,5 milhões) nunca receberam visita de agente
comunitário de saúde ou de membro da Equipe de Saúde da Família, o que
retrata um aumento em comparação a PNS de 2013, quando esse percentual
era 17,7% (5,3 milhões). (IBGE, 2020).

4.2.2 Do financiamento

De acordo com o Art. 198 § 1º da Carta Magma, a saúde é uma das três
áreas que compõe a seguridade social, portanto, a mesma deve ser financiada
conforme estabelecido no Art. 195 do texto constitucional, assim sendo, o
financiamento ocorrerá de forma direta e indireta por toda a sociedade,
mediante recursos provenientes do orçamento da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além de contribuições sociais que incidem
sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho, sobre o
faturamento e o lucro das empresas, a receita de concursos de prognósticos e
a importação de bens e serviços do exterior. (Brasil, 1988).

Conforme disposto na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, os


recursos financeiros do SUS são administrados em contas bancárias
especificas que constituem os Fundos de Saúde, e movimentados sob
fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde. Toda esfera de governo
detém um Fundo de Saúde sendo responsável por gerenciar esses recursos
financeiros: na esfera federal, o Ministério da Saúde administra os recursos,
através do Fundo Nacional de Saúde (FNS); na esfera estadual, os Fundos
Estaduais de Saúde (FES) gerenciam os recursos, através das Secretarias
Estaduais de Saúde e na esfera municipal, os Fundos Municipais de Saúde
(FMS) são os gestores financeiros, através das Secretarias Municipais de
Saúde. (Brasil, 1990).
24

Neste mesmo sentindo para receberem o repasse dos recursos, os


estados, os municípios e o DF devem respeitar os critérios estabelecido no Art.
4º da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990:

Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os


Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: I -
Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição paritária
de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990; III -
plano de saúde; IV - relatórios de gestão que permitam o controle de
que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de
1990; V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo
orçamento; VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira,
Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua
implantação. Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios,
ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos
estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos
concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos Estados
ou pela União. (Brasil, Lei 8.142 de dezembro de 1990, art. 4º).

Destaca-se na mesma lei, no art. 3º que dos valores repassados do


Fundo Nacional da Saúde, pelo menos 70% do valor total devem ser
repassados aos municípios, já o restante é repassado aos Fundos Estaduais
de Saúde.

A Lei Complementar nº 141 de 13 de janeiro de 2012, é responsável


por estabelecer o mínimo de valores que devem ser aplicados pela União,
pelos estados e municípios, anualmente. A aplicação dos recursos acontece da
seguinte maneira:

- Recursos da União: a União aplicará anualmente, o valor empenhado no


exercício financeiro anterior, acrescido de, no mínimo, o percentual
correspondente à variação do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano
anterior ao da Lei Orçamentária Anual, caso a variação do PIB no período seja
negativa, esta não poderá ser deduzida do Orçamento para a Saúde, sendo
que esse repasse não pode ser inferior a 15% da arrecadação anual;

- Recursos Estaduais e do Distrito Federal: os Estados e o Distrito Federal


aplicarão anualmente, no mínimo, 12% do valor arrecadado através dos
impostos;

- Recursos Municipais e do DF: serão aplicados anualmente no mínimo, 15%


do valor arrecadado através dos impostos. (Brasil, 2012).
25

O processo de planejamento de recursos deve ser de baixo para cima,


ou seja, baseado nas necessidades de saúde da população de cada região. O
planejamento orçamentário deve obedecer às disposições dos planos
plurianuais de saúde, leis de diretrizes orçamentárias (LDO) e leis
orçamentárias anuais (LOA). Uma vez elaborado, o planejamento orçamentário
deve ser submetido à apreciação do Conselho de Saúde da esfera
correspondente e logo após é homologado pelo chefe do Executivo da esfera
correspondente (1990, Brasil).

As transferências de recursos federais para a saúde ocorrem por meio de


blocos de financiamento. Com a publicação da Portaria 3.992, de 27 de
dezembro de 2017, os repasses de recursos do FNS aos estados, municípios e
DF estão organizados em dois blocos, o Bloco de Custeio das Ações e
Serviços Públicos de Saúde, onde os valores repassados a esse bloco são
destinados para manter a prestação de medidas e serviços de saúde pública, e
o funcionamento das instituições e órgãos responsáveis pela implementação
das medidas e serviços de saúde pública. Já o Bloco de Investimento na Rede
de Serviços Públicos de Saúde, os valores repassados são destinados a
aquisição de equipamentos destinados à execução de ações e serviços de
saúde pública, a obras de novas construções utilizadas para realizar ações e
serviços de saúde pública e para renovação de edifícios utilizados para ações e
serviços de saúde pública, ou adaptações de imóveis existentes para esses
fins. (Brasil, 2017).

Behring (2008) indica a tendência de crescimento vegetativo no


financiamento da seguridade social, ou seja, se mantém estagnada em torno
de 12% do PIB, que denota o que a autora chama de “ausência de saltos
efetivos” no que tange a alocação de recursos para a seguridade social. Com
relação à evolução da carga tributária no Brasil, tem-se um crescimento
substancial, principalmente se leva em conta que em 1947 a carga tributária
brasileira representava 13,8% do PIB, em 2013 esse percentual chegou a
35,7% do PIB. Contudo, esse crescimento não resulta em crescimento real
para o financiamento das políticas da seguridade social e ainda por cima, recaí
sobre os trabalhadores, seja através do imposto de renda na fonte ou no
26

consumo, portanto com uma carga tributária regressiva quem ganha salário-
mínimo proporcionalmente paga mais impostos.

4.3 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES QUE COMPÕE O SISTEMA ÚNICO DE


SAÚDE

Os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) constituem


as bases para o funcionamento e organização do sistema de saúde no país,
afirmando direitos conquistados historicamente pelo povo brasileiro e o formato
democrático, humanista e federalista que deve caracterizar sua materialização
(PEREIRA, 2004).
Neste sentido, os princípios e diretrizes do SUS devem ser
compreendidos a partir de uma perspectiva histórica e epistemológica,
constituindo-se como um produto resultante de um processo político e que
expressa concepções sobre saúde e doença, direitos sociais, gestão, as
relações entre as esferas de governo do país, entre outros (PEREIRA, 2004).
De acordo com BRASIL (2022):

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais


complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde
o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da
Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo acesso
integral, universal e gratuito para toda a população do país. Com a
sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema
público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à saúde, e
não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um direito de
todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na
saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção da
saúde. (Ministério da Saúde, 2022)

A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e


participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados e os
municípios. A rede que constitui o SUS é ampla e engloba tanto ações quanto
os serviços de saúde. Abrange a atenção primária, média e alta
complexidades, os serviços urgência e emergência, a atenção hospitalar, as
ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e
assistência farmacêutica (BRASIL, 2022).
27

De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a “Saúde é


direito de todos e dever do Estado”. No período anterior a CF-88, o sistema
público de saúde servia assistência apenas aos trabalhadores vinculados à
Previdência Social, aproximadamente 30 milhões de pessoas com acesso aos
serviços hospitalares, cabendo o atendimento aos demais cidadãos às
entidades filantrópicas (BRASIL, 2022).
O SUS é composto pelo Ministério da Saúde, Estados e Municípios,
conforme determina a Constituição Federal. Cada ente tem suas
responsabilidades.
O Ministério da Saúde é gestor nacional do SUS e formula, normatiza,
fiscaliza, monitora e avalia políticas e ações, em articulação com o Conselho
Nacional de Saúde. Também, atua no âmbito da Comissão Inter gestores
Tripartite para pactuar o Plano Nacional de Saúde. A sua estrutura é integrada
pela Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS, Hemobrás, Inca, Into e oito hospitais
federais (BRASIL, 2022).
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) participa da formulação das
políticas e ações de saúde, realiza apoio aos municípios em articulação com o
conselho estadual e participa da Comissão Inter gestores Bipartite (CIB) com o
objetivo de aprovar e implementar o plano estadual de saúde (BRASIL, 2022).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem como objetivo planejar,
organizar, controlar, avaliar e executar as ações e serviços de saúde em
articulação com o conselho municipal e a esfera estadual para aprovar e
implantar o plano municipal de saúde (BRASIL, 2022).
O Conselho de Saúde, no âmbito de atuação (Nacional, Estadual ou
Municipal), em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto
por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde
e usuários, opera na formulação de estratégias e no controle da execução da
política de saúde na instância correspondente, incluindo os aspectos
econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do
poder legalmente constituído em cada esfera do governo (BRASIL, 2022).
É de responsabilidade de Conselho de Saúde definir o número de
membros, que obedecerá a 50% de entidades e movimentos representativos
de usuários, 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de
28

saúde e 25% de representação de governo e prestadores de serviços privados


conveniados, ou sem fins lucrativos (BRASIL, 2022).
Comissão Inter gestores Tripartite (CIT) é o foro de negociação e
pactuação entre gestores federal, estadual e municipal, quanto aos aspectos
operacionais do SUS. A Comissão Inter gestores Bipartite (CIB) é o Foro de
negociação e pactuação entre gestores estadual e municipais, quanto aos
aspectos operacionais do SUS. O Conselho Nacional de Secretário da Saúde
(Conass) é a entidade representativa dos entes estaduais e do Distrito Federal
na CIT para tratar de matérias referentes à saúde. O Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)é a entidade representativa dos
entes municipais na CIT para tratar de matérias referentes à saúde. Os
Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos
como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual,
para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados
institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos
(BRASIL, 2022).
Os Princípios do SUS são:
Universalização: Princípio que determina que a saúde é um direito de
cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo
que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas,
independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras características sociais
ou pessoais (BRASIL, 2022).
Equidade: O propósito desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de
todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e,
por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa
tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior
(BRASIL, 2022).
Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo
a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações,
incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a
reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade presume a articulação da
saúde com outras políticas públicas, com o intuito de assegurar uma atuação
intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e
qualidade de vida dos indivíduos (BRASIL, 2022).
29

Os Princípios Organizativos são:


Regionalização e Hierarquização: Determina que os serviços devem ser
organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma
determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos e
com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é
um processo de articulação entre os serviços que já existem, aspirando o
comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão
de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte
da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis
numa dada região (BRASIL, 2022).
Descentralização e Comando Único: Tem a finalidade de redistribuir poder e
responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde,
descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o
controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade
pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser
fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e
financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da
descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde
cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e
atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade
(BRASIL, 2022).
Participação Popular: Objetiva a participação da sociedade no dia a dia do
sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de
Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da
política de saúde (BRASIL, 2022).

4.4 COMO COMBATER OS REFLEXOS DA NÃO UNIVERSALIZAÇÃO DO


ACESSO AO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE?

O Poder Judiciário executa papel importante na garantia de


universalização da saúde. Em razão da denominada judicialização da saúde, o
Poder Judiciário tem sido chamado a garantir o acesso a remédios e a
assegurar o cumprimento de obrigações nos contratos de planos privados de
saúde (OLIVEIRA, 2019).
30

Há pouco tempo, o Conselho Nacional de Justiça - CNJ, proporcionou


relatório sobre as causas e os efeitos da judicialização da saúde no Brasil, que
apresenta número de demandas crescente, com o consequente impacto na
formulação de políticas públicas (OLIVEIRA, 2019).
Mas a judicialização da saúde não é suficiente para assegurar a
ausência da não universalização dos serviços de saúde. O debate em torno da
saúde nos tribunais, para além da garantia imediata de direitos das pessoas,
evidencia as dificuldades de ampliação de acesso no SUS e os limites do
mercado de serviços de saúde no Brasil. A saúde envolve recursos humanos e
tecnologia com custos elevados, que exigem investimentos vultosos difíceis de
alocar em tempos de riscos e de incertezas como os atuais. A prestação da
saúde constitui o tipo de serviço que dificilmente poderia ser razoavelmente
assegurado de forma individual, pela pessoa; assim, a saúde demanda sempre
uma ação social (OLIVEIRA, 2019).
Justamente porque a saúde se articula na vida em sociedade é que se
torna relevante o comprometimento da comunidade com a universalização dos
serviços e ações, mediante a fiscalização e a exigência de manutenção nos
orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios de recursos suficientes
para assegurar a prestação adequada do serviço de saúde à todas as pessoas
necessitadas. É necessário ter em conta ainda que não basta dispor de
recursos; é preciso promover a correta alocação para que o serviço atinja o
objetivo de assegurar bem-estar, em face das necessidades concretamente
mensuradas (OLIVEIRA, 2019).
Na garantia de universalização da saúde está pressuposto o
componente indispensável da prevenção. Na verdade, a prevenção não
apenas previne a doença, mas também reduz custos e garante bem-estar
(OLIVEIRA, 2019).
Apesar da constituição cidadã brasileira de 1988 afirmar que o
indivíduo possui direito à saúde, na prática, tal direito ainda não é garantido
completamente. Investimentos precários na saúde, por parte do Estado, além
da falta de incentivos governamentais para a redução do surgimento de
problemas de saúde causados pelo sedentarismo ou má alimentação,
colaboram para o grave quadro atual da saúde pública brasileira e medidas se
mostram necessárias para a mudança dessa situação (BARATA, 2009).
31

O Brasil investe na saúde de forma insuficiente e essa é uma das


principais razões responsáveis pela condição defasada atual existente. Uma
das consequências de tal falta de investimentos é a migração de médicos para
o setor privado da saúde, onde são mais bem pagos e o resultado é uma baixa
quantidade de profissionais da saúde disponíveis para o atendimento à
população pobre, usuária do Sistema Único de Saúde (BARATA, 2009).
Além disso, a falta de mecanismos incentivados, por parte do Governo,
para a redução do surgimento de problemas de saúde na população, agrava a
já limitada capacidade de atendimento existente no SUS. Sabe-se que, investir
na prevenção do surgimento de algumas doenças é diversas vezes mais
eficiente do que o tratamento da doença em si. É o caso do cigarro, em que o
Governo Federal anualmente, realiza campanhas de publicidade para a
redução da quantidade de fumantes. Entretanto, tal forma de se lidar com a
questão, no Brasil, ainda não é presente da forma necessária e, além disso,
famílias pobres acabam não possuindo, em certos casos, infraestrutura para se
praticar exercícios de forma segura e decente ou dinheiro para se comprar
alimentos saudáveis, geralmente mais caros (BARATA, 2009).
O SUS (Sistema Único de Saúde) foi criado em 1988 pela Constituição
Federal, que assegura a todos os brasileiros acesso a saúde pública. Porém,
devido à falta de estrutura para atender a todos e a má gestão pública dificulta
a ascensão do direito constitucional dos cidadãos (BARCELLOS, 2010).
Em primeiro plano, é preciso analisar os motivos que levam a demora
para atender os pacientes. Devido aos baixos números de profissionais, a
demanda de pessoas que precisam ser atendidas torna-se demasiadamente
grandes em comparação aos médicos, consequentemente, os materiais
necessários são, também, poucos. Além disso, a ineficiência da saúde
preventiva é outro fator para a superlotação dos hospitais, segundo o Ministério
da Saúde, 52% dos brasileiros estão acima do peso e, quando a obesidade é
colocada em questão, doenças crônicas são sequelas desse mal, como a
hipertensão e diabetes, que poderiam ser evitadas facilmente, por exemplo,
com uma boa alimentação (BARCELLOS, 2010).
Por outro lado, é crucial observar a gestão financeira da saúde pública.
Nos últimos tempos, é recorrente notícias de corrupção no Brasil, com isso, o
sistema de saúde é diretamente afetado, pois o desvio de verba é um problema
32

nocivo, aliado a isso, por não ser uma prioridade, a falta de investimentos é
evidente nesse ramo. Ademais, ao perceber que as pessoas que possuem
planos de saúde têm também acesso ao Sistema Único de Saúde, torna-se
perceptível a incoerência da disparidade entre quem precisa e quem têm
condições de arcar com as despesas médicas particulares; o Chile, por
exemplo, faz com que os cidadãos escolham entre ter atendimento nos
hospitais públicos ou ter um plano particular (BARCELLOS, 2010).
Em suma, tornasse evidente que medidas são necessárias. Usuários
do SUS e integrantes da classe médica devem articular manifestações que
exijam do Poder Legislativo a criação de uma lei que aumente a verba
disponível e impeça sua redução em anos futuros. Além disso, o Estado, por
meio de investimentos federais deverá construir infraestrutura para prática de
esportes em bairros pobres e, ao mesmo tempo, campanhas de estímulo para
sua prática e, por fim, o subsídio nos preços de alimentos saudáveis para
famílias pobres e, conjuntamente, a realização de uma campanha publicitária
em que a população brasileira tenha sua alimentação devidamente educada.
Tais medidas funcionariam de forma semelhante à campanha antitabagismo,
melhorando assim, a saúde pública brasileira (BOTELHO, 2011).
Também, é dever do Executivo Federal, por meio do ministério da
justiça, aliado aos gestores municipais, promover o aperfeiçoamento da
aplicação das verbas destinadas ao âmbito da saúde, além de divulgar dados
sobre os recursos dessa seara para a sociedade civil em conjunto com ONG's
analisarem, para que, dessa forma, esses investimentos passe pelo crivo de
várias instâncias, retirando a centralização das decisões acerca dessa área tão
fundamental para o desenvolvimento da nação (BOTELHO, 2011).
Além disso, O Ministério da Saúde deve promover palestras gratuitas
para orientar as pessoas a se alimentarem melhor, evitando assim, problemas
futuros e, ainda, deve fazer parcerias com a mídia, que por meio de jornais
deve apresentar os riscos de não cuidar da alimentação e mostrar os caminhos
para ter refeições saudáveis. E o Governo deve reorganizar o cadastro de
quem realmente precisa da saúde pública, dessa forma, os cidadãos que têm
condições de pagar e os que não tem serão separados, fazendo assim, um
sistema mais justo. E ainda o Governo deve reformular a verba direcionada
para o SUS, aumentando-a e, em decorrência disso, os profissionais serão
33

atraídos. Assim, a saúde pública do Brasil não será mais um impasse (MARIO,
2019).

5 MÉTODO DE PROCEDIMENTOS

15.1 MODALIDADE DE PESQUISA

Este projeto de pesquisa é de natureza básica, pois, conforme


Nascimento e Souza (2015), tem como objetivo gerar conhecimento novo para
o avanço da ciência, buscando gerar verdades ainda que temporárias e
relativas de interesses mais amplos, não tendo compromisso de aplicação
prática do resultado. A pesquisa básica pode ser classificada como de
avaliação, a qual, atribui valor a um fenômeno pesquisado. Para tanto,
necessita de parâmetros bem ajustados de referência ou comparação, tendo
seu foco nos procedimentos ou resultados, e de diagnóstico, tendo como
objetivo, traçar um panorama de determinada realidade.
Sua abordagem é mista, porque conforme assentam Menga Lüdke e
Marli André (1999), uma pesquisa não seria só quantitativa, pois nas escolhas
das variáveis o pesquisador opera com aspectos qualitativos, e ainda, também
não há de ser somente qualitativas pois, há de ter quantificação nas escolhas
referentes as variáveis que serão estudadas. Assim, torna-se ultrapassada a
discussão sobre a possibilidade de uma pesquisa ser qualitativista ou
quantitativista, tornando necessário a conexão de uma com a outra, permitindo
uma maior robustez nas análises dando uma maior solidez aos resultados
obtidos.
O objetivo da pesquisa será perseguido por meio de uma pesquisa
descritiva e explicativa. A pesquisa descritiva tem como característica levantar
e descrever a opinião, atitudes e crenças de uma população buscando a
identificação e descrição de características de grupos de pessoas ou de
fenômenos, fazendo uma análise descritiva. São inúmeros os estudos
realizados sob este título, e uma das suas principais características é o uso de
técnicas padronizadas na coleta de dados, como questionário e a observação
sistemática. (Gil, 2002).
34

Quanto a pesquisa explicativa, tem como principal objetivo, conectar as


ideias e fatores identificados, visando compreender as causas e efeitos do
fenômeno estudado. Este é um dos modelos de pesquisa que mais aprofunda
o conhecimento da realidade, explicando o porquê de as coisas estarem
acontecendo, devido a esse fator esse tipo de pesquisa se torna o tipo mais
complexo devido ao grande risco de cometer erros. (Gil, 2002)
O procedimento técnico é bibliográfico e documental, pois, conforme
Gil (2002), a pesquisa bibliográfica tem como principal características o
desenvolvimento do projeto baseado em material já elaborado, constituídos
principalmente de livros e artigos científicos. Uma das principais vantagens
referente a pesquisa bibliográfica, é que permite ao pesquisador um grande
leque de material sobre o fenômeno, não precisando obter contato diretamente
com ele. Concordando com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é indispensável
nos estudos históricos, os quais, se baseiam apenas na pesquisa de
bibliografias pelo fato de não ter outra fonte para conhecer fatos passados.
Neste sentido, a pesquisa documental, se assemelha à bibliográfica,
porém, o que as diferem, é a natureza de buscas, pois, nesta pesquisa os
documentos pesquisados são matérias que não receberam um tratamento
analítico, ou ainda, que ainda podem ser usados como reelaboração de acordo
com os objetos da pesquisa. Assim, e um lado temos os documentos de
“primeira mão”, tais como, documentos de arquivos, igrejas, sindicatos,
instituições etc., que não receberam nenhum tratamento de análise. De outro
lado, há os documentos de “segunda mão”, que de alguma forma já foram
analisados, tais como, relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas
estatísticas etc. (Gil, 2002)
De acordo com Raupp e Beuren (2003), a principal diferença entre a
pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental é que a pesquisa bibliográfica
se utiliza das contribuições de vários autores sobre certo tema, já a documental
baseia-se em materiais que não tiveram um tratamento analítico ou que podem
ser reelaboradas pelos objetivos da pesquisa.
Nestes moldes de pesquisa, segundo Gil (1987), a vantagem principal
são os baixos custos, diferentemente dos outros métodos, pois, o pesquisador
necessita praticamente só do tempo. Além disso, as fontes surgem como uma
35

fonte rica e estável de dados, além de ter a vantagem de não exigir contatos
com o sujeito da pesquisa.
5.2 COLETA DE DADOS

No primeiro momento será feito o contrato para solicitar a autorização


para a realização da pesquisa.
Será realizada a coleta de dados com os participantes de pesquisa por
meio de um formulário com perguntas referentes ao assunto do trabalho.
Cabe ressaltar que a aplicação do questionário (gravação, observação,
manipulação e etc.) será realizado de maneira simples e como uma entrevista
para coletar dados para o presente trabalho.
A pesquisa precisa ser feita com quem utiliza o Sistema Único de Saúde
desde que nasceu e que tenha experiência com o que será tratado.
Implantaremos também um termo de Consentimento Livre e Esclarecido
devidamente lido e assinado, ficando uma via assinada para o pesquisador e
outra para o participante de pesquisa. O anonimato dos participantes de
pesquisa será resguardado, a partir do posicionamento ético do pesquisador a
fim de garantir a manutenção dos cuidados éticos da pesquisa.

5.3 ANÁLISE DOS DADOS

A análise de dados vai ser simples e eficaz partindo do pressuposto que tudo
será lido e analisado com uma leitura minuciosa.
Fazer a leitura completa de todas as respostas coletadas é o primeiro passo
para começar a compreender os resultados, mesmo que de forma geral.
Com o decorrer da leitura, serão feitas anotações dos insights que forem
surgindo. Ler cada uma das respostas será de suma importância
E, por fim para tomar alguma atitude, será levada em consideração a resposta
da maioria, de jeito nenhum apontamentos isolados para que não corra o risco
de levar em conta apenas o que a minoria escreveu.
36

5.5 CRONOGRAMA

DESCRIÇÃO DOS ITENS PRAZO PARA


ENTREGA
Etapa 1: Entrega do tema, problema de pesquisa, objetivo Entre os dias 04 de abril
geral, objetivos específicos. Já em modelo de projeto de
pesquisa. Solicitar ao Núcleo de Pesquisa Científica a e 23 de maio de 2022.
ficha de preenchimento nas orientações.
Entre os dias 30 de
Etapa 2 :Entrega das hipóteses e justificativa maio e 20 de junho de
2022
Entre os dias 27 de
Etapa 3: Entrega da introdução e primeira parte do
referencial teórico (pelo menos 3 autores), já em modelo junho e 08 de agosto de
de projeto de pesquisa. 2022.
Etapa 4: Entrega dos métodos: caracterização da
pesquisa, natureza, abordagem do problema, quanto aos
Entre os dias 15 de
seus objetivos e quanto aos procedimentos técnicos.
Definir se haverá inclusão de participante de pesquisa agosto e 19 de
(entrevistas, questionários etc.). Método para análise e
interpretação dos dados. setembro de 2022
Etapa 5: Entrega da segunda parte do referencial teórico.
Nesta etapa, deve incluir mais autores e informações
Entre os dias 26 de
pertinentes ao tema que está sendo pesquisado. Nos
trabalhos em que se aplica: Entrega dos riscos, setembro e 31 de
benefícios, cronograma e orçamento da pesquisa (se
houver participante de pesquisa). outubro de 2022.

Etapa 6: Submissão à Plataforma Brasil (CEP-Uniavan) Entre os dias 07 de


bem como à Comissão de Ética no Uso de Animais novembro e 19 de
(CEUA/UNIAVAN) (se necessário). Entrega da terceira
parte da construção do referencial teórico. dezembro de 2022.

Etapa 7: Se submetido à Plataforma Brasil, apresentar


comprovante de aprovação para iniciar a coleta de dados Entre os dias 06 de
e, também, a construção do referencial teórico. Caso não
seja necessária a análise ética, deve ser entregue apenas fevereiro e 27 de março
a construção do referencial teórico, na sua integralidade. de 2023.
37

Cabe, ao acadêmico e ao orientador, a responsabilidade de:


∙ Nos meses de abril e maio/2023, coletar os dados, conforme
metodologia proposta no projeto de pesquisa.
∙ Nos meses de junho e julho/2023, analisar os dados e finalizar
o artigo científico.
∙ Nos meses de agosto, setembro e outubro/2023, participar da
socialização do artigo científico.

Tabela 1: Cronograma
Fonte: Os autores
38

6 REFERÊNCIAS

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo:


Atlas, 1987.

RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia da pesquisa


Aplicável às Ciências Sociais. In Como elaborar trabalhos monográficos em
contabilidade. Teoria e prática. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 2003.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado


Federal, 1988.

BRASIL. Lei no 8.080/90. Brasília: Diário Oficial da União, 1990a.

BRASIL. Lei n. 8.142/90. Brasília: Diário Oficial da União, 1990b.

BOBBIO, Norberto, Teoria geral da política. A filosofia política e as lições dos


clássicos. 2ª. Ed. Rio de Janeiro, Editora Campus. 2000.

BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos, Rio de Janeiro, Editora Campus, 2004.

MATTOS, R. A. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de


valores que merecem ser defendidos. In: PINHEIRO, R. & MATTOS, R. A
(Orgs.) Os Sentidos da Integralidade na Atenção e no Cuidado à Saúde. Rio de
Janeiro: IMS, Uerj, Abrasco, 2001.

BRASIL. Decreto nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923. Rio de Janeiro: Diário


Oficial da União, 1923.

BERTOLLI, C. A. História da saúde pública no Brasil. São Paulo: Editora


Ática, 2011.

ARISTIDES, A. R., CHESTER, L. G. V., RIBEIRO, H. Saúde pública: bases


conceituais - 2ª edição. São Paulo: Editora: ATHENEU.

BRASIL. Decreto nº 77.077, de 24 de janeiro de 1976. Brasília: Diário Oficial


da União, 1976

OLIVEIRA, J. História; OLIVEIRA, J. & TEIXEIRA,


S. Previdência; Veja (6/1/82).
BRASIL. Lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990. Brasília: Diário Oficial da
União,1990

BRASIL. Lei nº 6.439 de 01 de setembro de 1977. Brasília: Diário Oficial da


União,1977

GIL, C. A. Como Elaborar Projetos de Pesquisa, 4ª edição. São Paulo, Atlas,


2002.
39

NASCIMENTO, F. D., SOUSA, F. L. L. Metodologia da Pesquisa Científica:


teoria e prática – como elaborar TCC. Brasília: Thesaurus, 2016.

LÜDKE, M., André, M. D. A. A Pesquisa em educação: abordagens


qualitativas. São Paulo: EPU, 1999.

PNS, 2021. Disponível em: PNS – Pesquisa Nacional de Saúde (fiocruz.br)

IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento,


Pesquisa Nacional de Saúde 2019.

IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento,


Pesquisa Nacional de Saúde 2013, 2014

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado


Federal, 1988.

BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Brasília: Diário Oficial da


União,1990

BRASIL. Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Brasília: Diário Oficial da


União, 2012

BRASIL. Lei Complementar nº 141 de 13 de janeiro de 2012. Brasília: Diário


Oficial da União, 2012

BRASIL. Portaria 3.992, de 27 de dezembro de 2017. Brasília: Diário Oficial


da União, 2017

BEHRING, Elaine. Brasil em contra-reforma: desestruturação do Estado e


perda de direitos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

BRASIL, Lei 8.142 de dezembro de 1990, art. 4º. Brasília: Diário Oficial da
União,1990

Editor: Juan Stuardo Yzlle Rocha, vários autores, Manual de saúde publica &
saúde coletiva no Brasil. São Paulo: Editora Atheneu, 2012.

BRASIL. Decreto nº 6.826, de 5 de dezembro de 2007. Brasília: Diário Oficial


da União,2007.

RIO GRANDE DO SUL, Programa Saúde Nas Escolas, Manual de


Orientação ciclo 2019/2020, Governo do Estado do Rio Grande do Sul,
Secretaria da Saúde Departamento de Ações em Saúde Seção de Saúde da
Criança e Adolescente, 2019.

Silveira, C. C., Estermann, E. D., & Félix, J. M. (2019). A generificação da


intersetorialidade no Programa Saúde na Escola. Rev. bras. Estud.
Pedagógico, 100(255),423-442.
40

Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Belo Horizonte: Escola de Saúde


Pública de Minas Gerais; 2009.

Mendes, Eugênio Vilaça. As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde


Coletiva [online]. 2010, v. 15, n. 5 [Acessado 29 outubro 2022], pp. 2297-2305.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500005>. Epub
20 Ago 2010. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/S1413-
81232010000500005.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de


Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde: PNPS: Anexo I da
Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, que consolida as
normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS/ Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2018.

Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde. Política


Nacional de Promoção da Saúde. Portaria nº 687 MS/GM, de 30 de março de
2006. Brasília: MS; 2006. (Série B. Textos Básicos em Saúde).

Brasil. Ministério da Saúde (MS). Fundação Nacional da Saúde. Saneamento


para a promoção a saúde. Brasília. 2017.

Brasil, Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Política Nacional de


Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. 2ᵃ ed. Brasília: Ministério da Saúde;
2002. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_saude_indigena.pdf
Acessado em setembro de 2018.

Garnelo L, Maquiné A. Financiamento e gestão do subsistema de saúde


indígena: considerações à luz dos marcos normativos da administração
pública no Brasil. Em: Langdon EJ, Cardoso MD. Saúde Indígena: políticas
comparadas na América Latina. Florianópolis: Editora da UFSC; 2015. Pp.
107–144.

Confalonieri, Ulisses E. C.O Sistema Único de Saúde e as populações


indígenas: por uma integração diferenciada. Cadernos de Saúde Pública
[online]. 1989, v. 5, n. 4 [Acessado 29 Outubro 2022], pp. 441-450. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/S0102-311X1989000400008>. Epub 11 Out 2005.
ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/S0102-311X1989000400008.

Lucchese G. A vigilância sanitária no Sistema Único de Saúde. In: De Seta


MH, Pepe VL, Oliveira GO, organizadores. Gestão e vigilância sanitária: modos
atuais do pensar e fazer Rio de Janeiro: Fiocruz; 2006. p. 33-47.

Almeida Filho N. A clínica e a epidemiologia 2ª ed. Salvador: APCE-Abrasco;


1997.

Silva, José Agenor Alvares da, Costa, Ediná Alves e Lucchese, Geraldo. SUS
30 anos: Vigilância Sanitária. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2018, v. 23, n.
41

6,pp. 1953-1961. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-


81232018236.04972018>.
BARATA, R. B. Como e por que as desigualdades sociais fazem mal à
saúde [livro eletrônico]. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009.

BARCELLOS, A. P. O direito a prestações de saúde: complexidades, mínimo


existencial e o valor das abordagens coletivas e abstratas. In: SOUZA NETO,
C. P.; SARMENTO, D. (Coords.). Direitos sociais: fundamentos, judicialização
e direitos sociais em espécie. 2ª tiragem. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Juris,
2010.

BOTELHO, R. F. A judicialização do direito à saúde: a tensão entre o


“mínimo existencial” e a “reserva do possível” na busca pela preservação da
dignidade da pessoa humana. Curitiba: Juruá, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde, 2022. Disponível em:


<https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus>. Acesso em:
31 outubro 2022.

MARIO, D. N. et al. Qualidade do pré-natal no Brasil: Pesquisa Nacional de


Saúde 2013. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 1223-
1232, 2019.

OLIVEIRA, F. C. O Dia Mundial da Saúde e o desafio da universalização no


Brasil. TJPR, 2019. Disponível em:
<https://www.tjpr.jus.br/noticias/-/asset_publisher/9jZB/content/o-dia-mundial-
da-saude-e-o-desafio-da-universalizacao-no-brasil/18319/>. Acesso em: 32
outubro 2022.

PEREIRA A. L. et al. O SUS no seu Município: garantindo saúde para


todos. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

Você também pode gostar