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Balneário Camboriú
2022
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SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO..................................................................................3
2. OBJETO.............................................................................................................................4
3. OBJETIVOS.......................................................................................................................4
3.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................................4
4. JUSTIFICATIVA..............................................................................................................4
5. MÉTODO DE PROCEDIMENTOS................................................................................5
5.1 MODALIDADE DE PESQUISA...............................................................................5
5.2 MÉTODO DE ABORDAGEM..................................................................................5
5.3 OBJETIVOS................................................................................................................6
5.4 TÉCNICAS DE PESQUISA.......................................................................................6
6. ORDENAÇÃO DO TEMA EMBASAMENTO TEÓRICO..........................................6
7. EMBASAMENTO TEÓRICO.........................................................................................7
8. CRONOGRAMA...............................................................................................................9
9. REFERÊNCIAS.................................................................................................................9
3
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
1.2. ACADÊMICO(A):
1.3 ORIENTADOR:
2. OBJETO
2.1 TEMA:
Direito e Psicanálise
2.3. PROBLEMA:
Qual é o tratamento dispensado ao sujeito perverso, enquadrado nos artigos 121 e 213, do
Código Penal pelo sistema penal brasileiro?
3. OBJETIVOS
4. JUSTIFICATIVA
(Pq é importante pesquisar o tema que eu escolhi)
(qual é urgência?)
presente trabalho foi escolhido o caso do “Maníaco do Parque”, um dos crimes que mais
marcou a história no país, tendo em vista a crueldade do assassino perante suas vítimas.
Portanto, o tema escolhido é crucial para o Direito, tendo em vista a complexidade de
aplicar as sanções penais em face dos sujeitos perversos, uma vez que há um impasse em sua
aplicação.
5. MÉTODO DE PROCEDIMENTOS
Este projeto de pesquisa é de natureza básica, uma vez que não possui quaisquer
objetivos comerciais. Assim, foi escolhido este tipo de produção pela inclinação puramente
científica sem nenhum interesse comercial, tendo como objetivo principal obter novos
conhecimentos acerca do tema escolhido.
O método de abordagem que embasará o artigo será o qualitativo, tendo em vista que
a análise de dados a ser realizada não envolverá medição ou apresentação de resultados
exatos.
5.3 OBJETIVOS
1. INTRODUÇÃO
2. O SUJEITO PERVERSO
2.1 O CONCEITO DE PERVERSÃO
2.2 O DESEJO PERVERSO
2.3 A PERVERSÃO SÁDICA
3. RESPONSABILIDADE PENAL DO SUJEITO PERVERSO
3.1 CULPABILIDADE
3.2 IMPUTABILIDADE, SEMI-IMPUTABILIDADE E INIMPUTABILIDADE
3.3 DA IMPUTABILIDADE DO SUJEITO PERVERSO
3.4 ESPÉCIES DE PENA
4. ANÁLISE DO CASO DO MANÍACO DO PARQUE
4.1 CASO MANÍACO DO PARQUE
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
7. EMBASAMENTO TEÓRICO
2. O SUJEITO PERVERSO
O conceito de perversão abrange um campo muito amplo, tendo em vista que através
dele são compreendidos diversos comportamentos, práticas, fantasias, desejos, os quais
relacionam-se com a norma social e automaticamente a uma norma jurídica. O significado de
perversão conhecido popularmente está ligado à prática sexual, a arte erótica, com relação a
um sujeito “tarado” ou “degenerado”, conforme contextualizado no livro dicionário da
psicanálise.
Nesse sentido, segue abaixo a visão de Elizabeth Roudinesco e Michel Plon acerca da
perversão:
1
Termo derivado do latim pervetere (perverter), empregado em psiquiatria e pelos
fundadores da sexologia para designar, ora de maneira pejorativa, ora valorizando-
as, as práticas sexuais consideradas como desvios em relação a uma norma social e
sexual. A partir de meados do século XIX, o saber psiquiátrico incluiu entre as
perversões práticas sexuais tão diversificadas quanto o incesto, a homossexualidade,
a zoofilia, a pedofilia, a pederastia, o fetichismo, o sadomasoquismo, o travestismo,
o narcismo, o auto-erotismo, a coprofilia, a necrofilia, o exibicionismo, o
voyeurismo e as mutilações sexuais (...) (ROUDINESCO & PLON, 1988, p. 583-
584).
Na visão de Roland Chemama a perversão seria um tipo de experiência de uma paixão
humana, e o desejo estaria relacionado a um objeto inanimado.
2
A perversão não é uma simples aberração da conjunção sexual em relação aos
critérios sociais estabelecidos. Ela coloca em ação o primado do falo, realizando
uma fixação do gozo em um objeto imaginário – frequentemente errático – em lugar
da função fálica simbólica, que organiza o desejo por intermédio da castração e da
falta. A perversão isola a função do objeto, em sua relação com o complexo de
castração, enquanto esse objeto é enunciado como a causa que dita a dialética do
desejo no neurótico. S. Freud observou “que a predisposição às perversões era a
predisposição original e universal da pulsão sexual” (Três ensaios sobre a teoria da
sexualidade, 1905). Essa proximidade é a razão da dificuldade de separar de forma
distinta a especificidade da perversão em sua generalidade (CHEMAMA, 1995, p.
162).
Entretanto, Sigmund Freud aborda que a perversão estaria ligada a ideia de um desvio
em matéria de sexualidade, determinando que a sexualidade perversa não teria limites, seria
um desvio em relação a uma pulsão, uma fonte, um determinado objeto ou um alvo. Destes
termos Freud dividiu em dois tipos de perversões, primeiro as perversões do objeto e segundo
as perversões do alvo, definições das quais serão vistas mais adiante. Freud, ainda criou três
1
ROUDINESCO, Elizabeth & PLON, Michel. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
2
CHEMAMA, Roland. Dicionário de psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995.
9
3
Ainda que no senso comum denomine-se o perverso como psicopata, a psicanálise
chamará de perversão o conjunto de características comuns aos sujeitos que estão a
meio caminho entre a realidade (neurose) e a loucura (psicose). Freud afirmava que
a neurose é o negativo da perversão, ou seja, aquilo que um neurótico recalca, o
perverso expressa-o diretamente em sua conduta libidinal. (FERRAREZE. 2022, p.
50).
Os perversos não respeitam as leis impostas a sociedade, estes criam suas próprias leis,
tendo em vista que suas ações são movidas por seus mais profundos desejos, sempre em busca
de seu próprio gozo.
O desvio de comportamento ocasionado pela perversão começa a dar os primeiros
sinais ainda na infância, e se desenvolve no decorrer da vida adulta, desde o nascimento o
indivíduo está em uma busca consciente ou não de satisfazer seus prazeres, sem se importar
de forma alguma com as regras da sociedade.
Tendo como algumas de suas características a ausência de sentimentos, de culpa,
medo, vergonha, impulsividade, tendência à sedução e à mentira, egocentrismo, falta de
responsabilidade, tendência a ser vingativo, entre outras.
A perversão está presente cada vez mais na sociedade, sendo demonstrada como uma
condição comum nos indivíduos, assim, se origina em grande parte da população o desejo
perverso, sendo uma busca a qualquer preço por algo que irá saciar seu objeto inanimado.
Segue abaixo a visão de Charles Melman sobre a perversão que está presente no
espaço natural em que o ser humano está inserido:
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Seria preciso dizer que se talvez nem sempre vemos claramente a perversão é
porque não apreendemos bem que ela se tornou o nosso espaço natural. O
funcionamento social hoje certamente é muito mais regido pela perversão, isto é, a
recusa em fazer da subjetividade daquele com quem lidamos o menor entrave ao
exercício de um poder ou de um gozo, não importando o fato de que ele ek-sista. O
que importa é que ele realize sua tarefa e isso sem nenhum limite, sem nenhuma
barreira, sem fronteira. Esse tipo de dispositivo parece fazer parte de nossa fisiologia
moderna ao ponto de mal sabemos de que maneira estamos imersos, tanto a
perversão se tornou nosso meio de imersão. (MELMAN, 1999, p. 63).
3
FERRAREZE FILHO, Paulo. Curso de Psicologia do Direito. 2.ed. São Paulo, Editora Tirant lo Blanch,
2022.
4
MELMAN, Charles. Le pervers suprême. Paris: Cahiers de 1’ Association Freudienne Internationale, 1999.
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O desejo tem como objeto específico o inanimado, conforme palavras de Mario Fleig:
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Na particularidade da presença do inanimado se desenha, talvez a especificidade da
estrutura do desejo perverso: o dever de negar radicalmente a alteridade do outro,
especialmente seu caráter de ser vivo, e, como corolário, o dever de instrumentizá-
lo. (FLEIG, 2008, p. 17).
O desejo do ser humano tem uma base por si só perversa, uma vez que advém na
dependência de um objeto cuja captura pode ser de duas formas, imaginária ou real, ambas
visam à ocorrência do gozo, por meio do objeto de desejo.
Nesse sentido, “O objeto de gozo se apresenta sempre sobre um fundo de ausência e
de incerteza, que torna o matriz da culpa e da impotência que são formas comuns de suportar
a diferença sexual e a castração”. (FLEIG, 2008, p. 34-35).
“A perversão e o desejo perverso estão determinados então por um modo particular de
gozo, no que diz respeito ao sujeito constituído no contexto da ciência moderna, e por isso
concerne a todos nós”. (FLEIG, 2008, p. 109).
Assim, o prazer que advém do desejo, pode ser chamado também de gozo, uma vez
que seria uma satisfação inconsciente, obtida pelo sujeito em seu movimento em torno do
objeto inanimado, visando sua satisfação.
Em vista disso, Jacques-Alain Miller disserta:
6
Lacan especializou progressivamente o termo gozo para qualificar a satisfação dita
inconsciente, a satisfação da qual não se sabe. De tal forma que aqui, neste nível,
nada de falta, mas sem dúvida podemos extrair de Freud a noção de que o
funcionamento do que ele chama de aparelho psíquico conduz, invariavelmente à
insatisfação. Porém, ao mesmo tempo, encontramos nele a demonstração de isso
goza sempre. (MILLER, 2016, p. 13).
Em relação à etimologia da palavra desejo vem do latim, dessa forma:
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A etimologia nos ajuda nesse caso: a palavra desejo vem do latim, desiderium, que
por sua vez, decorre do verbo desiderare, formado do prefixo de mais o verbo
5
FLEIG, Mario. O Desejo Perverso. Porto Alegre, Editora CMC, 2008.
6
MILLER, J.-A. Percurso de Lacan: uma introdução. Rio de Janeiro: J. Zahar Ed. 2016.
7
FLEIG, Mario. O Desejo Perverso. Porto Alegre, Editora CMC, 2008.
11
verdadeiro objeto do desejo. É por isso que ele faz o catálogo dos diversos objetos
causa do desejo. Então, o perverso se apresenta habitualmente como sendo ao
mesmo tempo, o herói do intelecto e o herói do desejo, o que lhe dá seu caráter
fascinante. (...) Ilustra constantemente, que transgredir a lei não terá nenhuma
consequência particular sobre ele. Então, o perverso se apresenta sempre como um
homem de progresso e libertador, e é isso que constitui seu charme e seu sucesso.
(FLEIG, 2008, p. 159).
Dessa maneira, foi analisado que o desejo surge necessariamente de Outro, uma vez
que o sujeito perverso realiza uma busca para encontrá-lo e assim se satisfazer, entretanto essa
satisfação nunca será plena, o que ocasiona na busca incessante pelo objeto inanimado do
desejo.
8. CRONOGRAMA
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setembro
novembr
dezembr
outubro
agosto
março
junho
julho
maio
abril
o.o
o.o
Exemplo: Escolha do tema, X
delimitação, pergunta
problema......
Exemplo: procedimentos X
metodológicos
Exemplo: Embasamento X
teórico
9. REFERÊNCIAS
LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 15. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2016.
FERRAREZE FILHO, Paulo. Curso de Psicologia do Direito. 2.ed. São Paulo, Editora
Tirant lo Blanch, 2022.
CHEMAMA, Roland. Dicionário de psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995.
MILLER, J.-A. Percurso de Lacan: uma introdução. Rio de Janeiro: J. Zahar Ed. 2016.