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Conceitos básicos da
motivação
Depois de ler este capítulo, você será capaz de:
1. Entender o processo básico da motivação.
2. Descrever a hierarquia de necessidades de Maslow.
3. Comparar a Teoria X e a Teoria Y.
4. Diferenciar os fatores motivacionais dos fatores higiênicos.
5. Listar as características que os indivíduos de alto desempenho preferem no trabalho.
6. Resumir os tipos de meta que melhoram o desempenho.
7. Comparar as teorias de reforço e de fixação de objetivos.
8. Explicar o modelo de características do trabalho.
9. Explicar a teoria da equidade.
10. Esclarecer os relacionamentos básicos na teoria da expectativa.
Os pais, de modo geral, costumam fazer uma observação sobre seus filhos há tanto tempo
que já se tornou um clichê: “Ele possui potencial, mas não o coloca em prática”. Poucas
pessoas atingem seu pleno potencial, nem sequer chegando perto disso, e a maioria admite
este fato. Thomas Edison deixou clara sua opinião sobre o esforço quando declarou que a
“genialidade é 1 por cento de inspiração e 99 por cento de transpiração”. O fato é que alguns
trabalham com mais afinco do que outros. A conseqüência é que indivíduos com menos
capacidade podem superar seus colegas mais talentosos, e isso realmente acontece. Por esse
motivo, o desempenho no trabalho ou fora dele depende não somente das habilidades
individuais, mas também da motivação de cada um. Neste capítulo consideramos diversas
explicações do motivo pelo qual algumas pessoas trabalham com mais afinco do que outras.
No próximo capítulo, vamos nos basear nessas explicações para descrever diversas técnicas
de motivação.
O QUE É MOTIVAÇÃO?
Podemos definir a motivação como um comportamento externado. As
pessoas motivadas dedicam um esforço maior ao seu desempenho do que as
desmotivadas. Mas essa definição é relativa e nos diz muito pouco. Uma
definição mais descritiva, embora menos substantiva, descreve
a motivação como a disposição para fazer alguma coisa, que é condicionada
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pela capacidade dessa ação de satisfazer uma necessidade do indivíduo.
Uma necessidade, em nossa terminologia, significa uma deficiência física ou
psicológica que faz com que determinado resultado pareça atraente. Esse
processo motivacional pode ser observado no Quadro 4.1.
Uma necessidade não satisfeita gera tensão, que estimula a vontade do
indivíduo. Essa vontade desencadeia uma busca de metas determinadas que,
uma vez cumpridas, satisfarão a necessidade e levarão à redução da tensão.
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• Sociais: incluem afeição, a sensação de pertencer a um grupo, aceitação e
amizade.
• Estima: inclui fatores internos de estima como respeito próprio, autonomia
e realização; e fatores externos de estima, como status, reconhecimento e
atenção.
• Auto-realização: a intenção de tornar-se tudo aquilo que se pode ser; inclui
crescimento, alcance do pleno potencial e autodesenvolvimento.
Quadro 4.1 O processo básico de motivação
À medida que cada uma dessas necessidades vai sendo atendida, a próxima
torna-se a dominante. Como indica o Quadro 4.2, o indivíduo move-se para o
topo da pirâmide. Do ponto de vista motivacional, a teoria de Maslow sugere
que, embora quase nenhuma necessidade jamais seja satisfeita por completo,
uma necessidade substancialmente satisfeita extingue a motivação.
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organizam de acordo com as dimensões propostas por Maslow, ou que o
atendimento de uma necessidade ativa um movimento em direção a um novo
nível de necessidade. Desse modo, embora essa teoria seja bastante popular e
sem dúvida utilizada por muitos administradores como um guia para a
motivação de seus funcionários, não há comprovação de que seu uso possa
melhorar a motivação da força de trabalho.
Fonte: A. Maslow, Motivation and personality, 2. ed. Nova York: Harper & Row, 1970.
Teoria X e Teoria Y
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1. Os indivíduos, por natureza, não gostam de trabalhar e, sempre que
possível, tentam evitar o trabalho.
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alteração do comportamento individual de acordo com elas resulte em um
funcionário mais motivado. Como veremos com mais clareza, ainda neste
capítulo, ambas as teorias podem ser apropriadas, dependendo da situação.
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insatisfação podem alcançar a paz, mas não necessariamente a motivação dos
funcionários. Eles podem tranqüilizá-los, mais do que motivá-los. Por
conseguinte, as condições que envolvem o trabalho, tais como qualidade da
supervisão, remuneração, políticas corporativas, condições físicas de trabalho,
relacionamento interpessoal e segurança no emprego, foram caracterizadas por
Herzberg como fatores higiênicos. Quando estes são adequados, os indivíduos
não se mostram insatisfeitos, embora também não estejam satisfeitos. Se
quisermos motivar a força de trabalho, Herzberg sugere a ênfase nos fatores
associados ao trabalho em si ou a resultados diretos, como oportunidades de
promoção, oportunidades de crescimento pessoal, reconhecimento,
responsabilidade e realização. Essas são as características consideradas
intrinsecamente recompensadoras.
A teoria de dois fatores também tem seus detratores. As críticas a essa
teoria atacam os seguintes pontos:
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3. Não há uma medida geral para a satisfação. Uma pessoa pode não gostar
de alguns aspectos de seu trabalho, mas continuar achando-o aceitável.
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3. Necessidade de associação: o desejo por relacionamentos interpessoais
próximos e amigáveis.
Algumas pessoas parecem ter uma inclinação natural para o sucesso. Elas
buscam a realização pessoal mais do que a recompensa pelo sucesso em si. Elas
têm o desejo de fazer algo melhor ou de forma mais eficiente do que já foi feito.
Essa compulsão é a necessidade de realização (nAch)*. Em sua pesquisa sobre
essa necessidade, McClelland descobriu que os grandes realizadores se
diferenciam dos outros pelo seu desejo de fazer melhor as coisas. Eles buscam
situações em que possam assumir a responsabilidade de encontrar soluções
para os problemas, receber feedback rápido e inequívoco e estabelecer metas
moderadamente desafiadoras. Preferem lidar com um problema desafiador e
aceitar a responsabilidade pessoal pelo sucesso ou fracasso, em vez de deixar o
resultado por conta do acaso ou da ação de outras pessoas.
* nAch = need for achievement. (N.T.)
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A terceira necessidade identificada por McClelland é a de associação (nAff )**.
Esta necessidade tem recebido pouca atenção por parte dos pesquisadores. As
pessoas com essa orientação em alta buscam a amizade, preferem situações de
cooperação em vez de competição e desejam relacionamentos que envolvam
um alto grau de compreensão mútua.
Como descobrir se alguém é, por exemplo, um grande realizador? Os três
motivos apresentados costumam ser mensurados por meio de um teste de
projeção no qual se responde a um conjunto de figuras. Cada figura é
rapidamente mostrada ao pesquisado que deve escrever uma história baseada
nela. Por exemplo, a figura pode mostrar um homem sentado a uma
escrivaninha, em atitude pensativa, olhando para a fotografia de uma mulher
com duas crianças. O pesquisado deverá, então, criar uma história que descreva
o que está acontecendo, o que ocorreu antes e o que vai acontecer em seguida.
A história se tornará, na realidade, um teste de projeção que medirá motivos
inconscientes. Cada história receberá uma pontuação, e a classificação do
pesquisado em cada um dos três motivos será calculada.
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costumam pontuar alto nessa necessidade. Terceiro, as necessidades de poder
e de associação costumam estar intimamente relacionadas com o sucesso
gerencial. Os melhores executivos têm alta necessidade de poder e baixa
necessidade de associação. Por fim, os trabalhadores têm sido bastante
treinados para estimular sua necessidade de realização. Se a função demanda
um grande realizador, a empresa pode selecionar um candidato com alto grau
de nAch ou desenvolver seu próprio candidato, por meio de treinamento dirigido
à realização.
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funcionário compromete-se com um objetivo difícil, ele despenderá um alto
nível de esforços para atingi-lo.
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candidato com alto grau de nAch ou desenvolver seu próprio candidato, por
meio de treinamento dirigido à realização.
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progresso — tem se mostrado um motivador mais poderoso que o feedback
externo.
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identidade é o marceneiro que projeta um armário, escolhe a madeira,
constrói a peça e faz todo o acabamento sozinho. Um exemplo de baixa
identidade é o operário de uma indústria moveleira que opera um torno
que faz somente pernas para mesas.
3. Significância da tarefa : o grau em que o trabalho exerce um impacto
substancial sobre a vida ou o trabalho de outras pessoas. Um exemplo de
alta significância é cuidar de pacientes na unidade de terapia intensiva de
um hospital. Um exemplo de baixa significância é varrer o chão do
mesmo hospital.
4. Autonomia : o grau em que o trabalho oferece substancial liberdade,
independência e discernimento ao indivíduo, no planejamento do
trabalho e na determinação dos procedimentos a serem utilizados. Um
exemplo de alta autonomia é o vendedor que programa a sua agenda e
decide, sem ter que se reportar a um supervisor, a abordagem de venda
mais eficaz para cada cliente. Um exemplo de baixa autonomia é o
vendedor que recebe uma lista de contatos a cada dia e deve seguir um
roteiro de vendas padronizado para cada cliente.
5. Feedback : o grau em que a realização das atividades requeridas pelo
trabalho resulta na obtenção direta e clara de informações sobre a
eficácia do desempenho do funcionário. Um exemplo de alto feedback é o
operário de uma indústria eletrônica que monta iPods e testa cada
aparelho para verificar seu funcionamento. Um exemplo de baixo
feedback é o mesmo operário que, após montar o iPod, tem que passar o
aparelho para o inspetor de controle de qualidade, que testa o seu
funcionamento e faz os ajustes necessários.
O Quadro 4.4 apresenta o modelo de características do trabalho. Repare
como as três primeiras dimensões — variedade de habilidades, identidade da
tarefa e significância da tarefa — combinam-se para criar um trabalho mais rico
em sentido. Ou seja, se um trabalho possuir essas três características, ele será
percebido como importante, valioso e gratificante por quem o executa. Observe,
também, que um trabalho que dá autonomia proporciona ao executor a
sensação de responsabilidade pessoal pelos resultados, e que o trabalho que
oferece feedback permite ao funcionário conhecer a eficácia de seu
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desempenho. Do ponto de vista motivacional, o modelo diz que a recompensa
interna é obtida pelo indivíduo quando ele sabe (conhecimento dos resultados)
que, pessoalmente (vivência de responsabilidade), obteve um bom desempenho
em uma tarefa que considera importante (vivência de significância). Quanto
mais esses três estados psicológicos estiverem presentes, maiores serão a
motivação, o desempenho e a satisfação do trabalhador, e menor seu
absenteísmo e a probabilidade de ele deixar a organização. Como mostra o
Quadro 4.4, as relações entre as dimensões do trabalho e os resultados são
moderadas ou ajustadas pela intensidade da necessidade individual de
crescimento, ou seja, pelo anseio de cada um por auto-estima e auto-realização.
Isso significa que, comparados àqueles com baixa necessidade de crescimento,
os indivíduos com essa necessidade em alta têm maior probabilidade de sentir
esses estados psicológicos quando seu trabalho é enriquecido. Mais ainda, eles
respondem mais positivamente a esses estados do que os demais.
Fonte: J. R. Hackman e J. L. Suttle, (eds.), Improving life at work. Glenview, IL: Scott, Foresman, 1977,
p. 29.
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As dimensões essenciais podem ser combinadas em um único índice de
previsão, chamado de pontuação do potencial motivador, que é calculada da
seguinte forma:
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quem têm contato. Estes podem ser colegas, chefes, amigos, familiares ou
clientes. Por exemplo, Gary Ling arrumou um emprego temporário em uma
serraria em British Columbia. Como a oferta de emprego era escassa e este
pagava particularmente bem, Gary chegou bastante motivado ao seu primeiro
dia de trabalho. Duas semanas mais tarde, contudo, sua motivação havia
diminuído muito. Seus colegas não paravam de falar mal do emprego. Diziam
que era enfadonho, que marcar ponto na entrada e na saída provava que os
chefes não confiavam neles e que suas opiniões nunca eram ouvidas. As
características objetivas do emprego de Gary não mudaram em duas semanas;
o que houve foi que ele reconstruiu a realidade com base nas mensagens
recebidas dos outros.
Teoria da equidade
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essa não é mais a questão. A questão agora é como você percebe a justiça do
sistema de remuneração. Existem amplas evidências de que os funcionários
comparam entre si seus ganhos no trabalho e que a percepção da injustiça pode
influenciar o grau de esforço que dedicam às suas atividades.11
OS FUNCIONÁRIOS NÃO SÓ COMPARAM O QUE RECEBEM DO TRABALHO
(RESULTADOS) COM O QUE DEDICAM A ELE (ENTRADAS), MAS TAMBÉM A SUA
RELAÇÃO RESULTADOS-ENTRADAS COM A RELAÇÃO RESULTADOSENTRADAS DE
OUTROS COLEGAS RELEVANTES.
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A categoria “o próprio” refere-se à relação entre as entradas e os resultados
de cada indivíduo. Esta categoria é influenciada por critérios como experiências
profissionais anteriores ou comprometimentos familiares.
5. Pedir demissão.
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2. Quando se paga por volume de produção, os funcionários super-
remunerados vão produzir menos unidades, porém de melhor qualidade, do
que os pagos com equidade. Os indivíduos pagos por peça produzida vão
aumentar seu empenho para obter a equidade, o que pode resultar em
melhor qualidade ou quantidade. Contudo, o aumento do volume só fará
aumentar a injustiça, já que resultará em maior pagamento. Portanto, o
esforço é dirigido mais para a melhoria da qualidade do que para o
aumento de quantidade.
3. Quando se paga por tempo, os funcionários sub-remunerados vão produzir
menos ou com menor qualidade. O empenho diminuirá, o que resultará em
menor produtividade ou produção de pior qualidade, se comparado com os
pagos com equidade.
Isso tudo não significa que a teoria da equidade não tenha problemas.
Algumas questões essenciais continuam nebulosas. Por exemplo, como os
trabalhadores selecionam os “outros” para a categoria referente? Como definem
as entradas e os resultados? Como combinam e ponderam esses elementos
para chegar às comparações? Quando e como os fatores envolvidos se
modificam no decorrer do tempo? De qualquer forma, independentemente
desses problemas, a teoria da equidade conta com o apoio de ampla pesquisa e
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continua proporcionando importantes entendimentos sobre a motivação no
ambiente de trabalho.
Teoria da expectativa
O Quadro 4.5 traz uma simplificação dessa teoria, mostrando seus principais
elementos. A intensidade da motivação de alguém para produzir algo (esforço)
depende do quanto ele acredita que pode atingir aquilo a que se propõe. Caso
consiga atingir sua meta (desempenho), ele será adequadamente
recompensado? Caso seja recompensado pela organização, esse resultado vai
satisfazer suas metas individuais? Vamos considerar os quatro passos inerentes
a essa teoria.
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companheirismo, confiança, benefícios adicionais, oportunidade de utilizar
talentos e habilidades ou relacionamentos Quadro 4.5 Modelo simplificado de
expectativa
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no interesse pessoal, em que cada um procura maximizar a satisfação esperada.
Precisamos pensar no poder de atração das recompensas. Esse aspecto exige a
compreensão e o conhecimento do valor que os indivíduos atribuem a essas
recompensas. Queremos recompensá-los com o que valorizam. Segundo, a
teoria da expectativa enfatiza o comportamento esperado. A pessoa sabe o que
se espera dela e como será avaliada? Por fim, a teoria foca as expectativas
individuais. O real é irrelevante. As expectativas que o indivíduo tem em relação
ao próprio desempenho, às recompensas e aos resultados ao atingir as metas é
que determinam o seu nível de esforço, e não esses aspectos em si mesmos.
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Holanda e Finlândia — colocariam as necessidades sociais no topo. Podemos
prever, por exemplo, que o trabalho em grupo será mais motivador para os
trabalhadores nos países que enfatizam o critério de cuidar uns dos outros.
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desempenho e (8) avaliar a justiça do sistema. Essas sugestões, evidentemente,
teriam que ser ajustadas para adaptar-se a outras culturas fora da América do
Norte.
A atual importância da motivação da força de trabalho justifica uma análise
mais específica do que apenas os conceitos até aqui apresentados. O próximo
capítulo baseia-se nesses conceitos e traz uma revisão das mais populares
técnicas e programas de motivação.
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