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O falo na psique do desejante

Psique
• Freud propôs chamar que toda a estrutura que forma os
fenômenos da mente humana, como os sentimentos,
pensamentos e as percepções do aparelho psíquico como
sendo a Psique.
• Primeiramente foi dividido em inconsciente, pré-consciente e
consciente e posterior em três elementos que trabalhando
juntos nas ações e reações, o ID, EGO e SUPEREGO
Fluxo do falo na psique
1. Desejo 6. Intensidade 11. Zona de
Experiencial desconforto
2. Princípio de prazer
7. Inconsciente 12. Zona de desprazer
3. Prazer x Desprazer
8. Zona de prazer 13. Zona de morte
4. Falo
9. Zona de 14. Perda do falo
5. Objeto de desejo satisfação
como representante
do falo 10. Zona de relação
afetiva
Desejo x Desejante

O desejante deseja, mas também é desejado, e o desejo


de ser desejado pode levar ao medo de desejar.
O desejo

O desejo é gerado quando há uma necessidade, e há uma


demora, ou seja, a existência de um tempo para surgir o objeto
de satisfação.
O desejo

Quando o desejo de ser desejado levar ao medo de desejar,


demonstra o quanto o desejante não está preparado pra abrir de
seus limites e atender as demandas de uma relação.
O desejo

A relação para ser consolidada tem a necessidade de ambos


estarem dispostos a abrir seus universos, quebrando o silêncio,
abrindo seus segredos e dispostos a enfrentar a possibilidade do
sofrimento que possa surgir de um possível relacionamento.
O desejo proibido

• Quando um objeto de afeto é proibido, mais se aumenta o desejo.


• Esse afeto pode ser deslocado para outro objeto no qual surja uma
identificação, logo esse novo objeto identificado, embora não seja o
desejado (proibido), mas aceito, assumirá o seu lugar. Assim, este,
poderá ser um afeto aflitivo.
O desejo
• Para Freud (1900), o desejo será o impulso psíquico que tenderá a
restabelecer a satisfação originária. O desejo errático e indestrutível
consiste na repetição sempre renovada e impossível de uma satisfação.
Portanto, não há um objeto que possa satisfazer o desejo, mas o impulso
do desejo mobiliza no inconsciente o movimento de repetir o contorno de
uma satisfação, em que tanto o objeto quanto a satisfação estão
marcados por uma falta. Vemos que a falta originária do objeto perpetua e
eterniza o desejo inconsciente..
O falo
• O termo “falo” é abordado na teoria psicanalítica primeiramente em Freud
e depois é retomado por Lacan.

• É um conceito que cria certos conflitos em sua interpretação, pois induz a


inúmeros enganos quanto ao que ele se refere de fato.
• Na teoria original existe relação entre o falo e o pênis, sem a qual o
emprego deste vocábulo não faria qualquer sentido, assim devemos ser
cautelosos pois o falo não é o pênis.
• Não podemos esquecer que Freud não confunde o órgão sexual
masculino com o falo, mas que este é uma representação.
O falo
• A representação fálica era bem comum no mundo egípcio, grego, romano,
austro-húngaro.
• Símbolos do falo podiam ser encontrados em joias, paredes, sinos,
máscaras e tigelas. Isto é, os antigos viam no falo um objeto poderoso,
perpetuador da vida de todas as espécies do planeta e neutralizador das
coisas ruins.
• A simbologia do falo representava a fertilidade, a energia vital, a
fecundidade.
• Tem a representatividade simbólica daquilo que é gerado pela força, pelo
vigor. Muitas vezes pode não existir mais de um falo ao mesmo tempo
sendo experienciado pelo desejante.
O falo
• O falo é experienciado um por vez ou pode ser um em toda a vida do
desejante.
• Ele requer a vitalidade do indivíduo para ser experienciado, uma demanda
muito forte de energia, assim, as vezes não se torna capaz em vivenciar
vários falos ao mesmo tempo, pois ele é um representante da vida, para
alguns pode ser um falo por uma vida.
• Isso é o que difere o objeto de desejo (falo), para os objetos de satisfação.
• O objeto de desejo, representante do falo, pode ser a vida do desejante, é
nele que está, para o desejante, a essência da vida.
O falo
• O falo sempre vai ser aquele que o desejante vai transformar no
significante principal da sua vida.

• Como o falo é investido de energia vital, aquele ou aquilo que dá sentido à


vida do desejante, quando da sua perda, às vezes, pode acontecer que a
soma dos demais objetos de satisfação, todos eles que foram
conquistados durante a vida do desejante, não retenham energia
suficiente para compensar essa perda.
O falo

• A perda do falo pode desencadear o fim para muitos indivíduos, pode até
fazer surgir a ideação suicida, ou deixa-lo imergido em sentimentos
lúgubres e pensamentos mórbidos.

• O Objeto de desejo, que seja o significante do falo, contem o sentido da


vida do desejante..
O Objeto de desejo
como representante do falo
• Quando o objeto de desejo é identificado como significante do
falo, ele pode surgir no Princípio de prazer ou no Princípio de
desprazer.
• Freud afirma “nos relacionamentos humanos, o ódio é
frequentemente um precursor do amor, mas também que, num
certo número de circunstâncias, o ódio se transforma em amor
e o amor em ódio” (FREUD 1923.P23)
O Objeto de desejo
como representante do falo

• No momento em que ocorre o despertar desse significante,


pelo desejante, logo se inicia seu relacionamento afetivo com o
mesmo, uma vez que este será o representante do falo.
O Objeto de desejo
como representante do falo
• Algumas questões que irão permear todo esse entendimento sobre o falo:

a. O falo não se elege falo ou significante deste, é eleito pelo


desejante.
O Objeto de desejo
como representante do falo

b. O Objeto do desejo, o significante do falo, pode não querer


corresponder às expectativas e atribuições do falo.
O Objeto de desejo
como representante do falo

c. O falo tem energia vital própria, não necessita da vitalidade do


desejante.
O Objeto de desejo
como representante do falo

d. O falo se movimenta na psique do desejante pela


reciprocidade de energia, (afeto) emitida pelo desejante.
Estrutura topográfica
Princípio de prazer (ID)
• Freud coloca de forma conceitual que o aparelho psíquico está dividido
em consciente, pré consciente e inconsciente, o qual este, funciona sob o
Princípio de prazer.

• Podemos identificar o Princípio de prazer no inconsciente e o Princípio de


realidade no pré-consciente, consciente.
• “Sabemos que o Princípio de prazer é próprio de um método
primário de funcionamento por parte do aparelho mental, mas que,
do ponto de vista da autopreservação do organismo entre as
dificuldades do mundo externo, ele é, desde o início, ineficaz e até
mesmo altamente perigoso” (FREUD 1920).
Princípio de prazer (ID)
• No Princípio de prazer temos o inconsciente, onde estão localizadas
as pulsões.
• As pulsões são compostas das imagens/percepções, estas,
desligadas de seus afetos originais, mas que pulsam no Id para
serem lançadas no Ego a fim de novamente receber suas
identidades, que impregnadas de ilusão e fantasia, após
encontrarem sua identificação, podem se transformar em objetos
de satisfação, perfeitos e prontos para serem utilizados pelo Ego.
Princípio de prazer (ID)

• Na teoria da psicanálise não hesitamos em supor que o curso tomado


pelos eventos mentais está automaticamente regulado pelo princípio de
prazer, ou seja, acreditamos que o curso desses eventos é
invariavelmente colocado em movimento por uma tensão desagradável e
que toma uma direção tal, que seu resultado final coincide com uma
redução dessa tensão, isto é, com uma evitação de desprazer ou uma
produção de prazer (Freud 1920.P5)...
Princípio de realidade - EGO
• No Princípio de realidade é onde surgem os conflitos interiores: o
Ego, que luta para atender ao Id, e o Superego que luta para não
deixar irromper com os limites da moral para realizar os desejos,
fazendo o desejante experienciar momentos de desprazer, para
encontrar meios de chegar ao prazer.
Princípio de realidade - EGO

• “Sob a influência dos instintos de autopreservação do Ego, o


Princípio de prazer é substituído pelo Princípio de realidade. Esse
último princípio não abandona a intenção de fundamentalmente
obter prazer; não obstante, exige e efetua o adiamento da
satisfação, o abandono de uma série de possibilidades de obtê-la, e
a tolerância temporária do desprazer como uma etapa no longo e
indireto caminho para o prazer” (FREUD 1920). ...
Prazer x Desprazer
• A reciprocidade de uma relação é o que vai nortear o princípio de prazer e
desprazer. Esse desprazer x prazer surge devido a ambivalência, e isso
pode ocorre quando o indivíduo se encontra em conflito.

• O prazer e desprazer numa relação pode ser vivenciado


simultaneamente, uma vez que quando o desejante está em prazer, pode
o significante, estar em desprazer.
Prazer x Desprazer
• Existe situações onde pode ser um prazer retirado do desprazer do outro,
como no caso do obsessivo, onde seu prazer pode inconscientemente ser
o desprazer do outro, embora não deseje o mau para o outro, que é seu
significante na relação, mas despertar o desprazer deste, pode
representar um prazer para ele.

• Assim alcançar o gozo em uma relação pode ser composto, por vezes,
pelo prazer ou desprazer do outro....
Zona de prazer
• A Zona de prazer, a qual faz parte do Princípio de realidade,
esta zona esta impregnada de ilusão e fantasia, ela recebe as
imagens e percepções vindas do Inconsciente, impulsionadas
pela pulsão do ID, para o EGO a fim de serem ressignificadas
em Objetos/Significantes, a princípio, perfeitos.
Zona de prazer
• O ponto ótimo de uma relação do objeto de desejo com o seu
desejante, é sempre estar modulando na zona de prazer.
• Na zona de prazer, tudo é perfeito, não é detectado desprazer
na relação. Isso é possível quando o Desejante e o Objeto,
permanecem em estado de ilusão e fantasia, retirando dessa
relação o máximo de prazer possível...
Intensidade Experiencial
• A intensidade experiencial pode demandar do Objeto/Significante
para o desejante ou do desejante para o Objeto/Significante.

• A Intensidade Experiencial, pode ser a responsável pela


movimentação do falo na psique do desejante.
Intensidade Experiencial
• A movimentação se inicia quando o representante (falo) detecta que
há uma intencionalidade de retenção e controle por parte do
desejante.

• Isso pode movimentar o (falo) em ascensão pelas zonas de


desprazer na psique do desejante, levando este a um afastamento
temporário, onde ele possa encontrar um momento de prazer.
Intensidade Experiencial

• Quando o desejante sente necessidade de reter o (falo), ele


pode em grande parte do tempo se manter em desprazer, para
que o significante se encontre em prazer.
Intensidade Experiencial

• O prazer do desejante pode algumas vezes se tornar psíquico,


um estado de prazer.
Intensidade Experiencial

• Com essa atitude de anulação, o mesmo pode experienciar


mais momentos de desprazer que prazer, podendo leva-lo a
retirar o prazer do desprazer, mas quase sempre será real para
o falo...
Princípio da moral - SUPEREGO
• A moral não necessariamente é a “moral”, mas é aquilo que foi incutido como
verdades da moral.

• A moral no indivíduo é formada de conceitos e preceitos que foram adquiridos


daqueles que eleitos como “verdadeiros” ou detentores da verdadeira verdade,
educaram esse Desejante e/ou o Objeto de instruções que, talvez não seja tão
verdade.

• Quando essas “verdades” são inseridas na psique, elas serão os limites


cerceados, tornam-se definidoras do SUPEREGO, onde é deste que, ele, vai
tirar o balizador para delimitar as decisões de certo ou errado, permitido ou não
permitido pelo indivíduo.
Princípio da moral - SUPEREGO

• Esta moralidade normalmente é inserida por conceitos


herdados do meio, ou pelo P’s responsáveis por inserir as
mesmas, sendo estes os: Professores, Padres, Pastores, Pais
e Progenitores e outros.
Princípio da moral - SUPEREGO

• Todos aqueles que ajudaram a formar a base da moralidade


(superego) na psique do Desejante e/ou Significante, serão as
“vozes” que estes ouvirão cobrando por terem irrompidos
esses limites. É um efeito muito danoso para a psique.
Princípio da moral - Superego

• Trazer a mente cativa a “verdadeira verdade” é um desafio para muitos,


caso não tenham sido idéias corretas, elas podem gerar uma “mente que
mente”. Mente, não por saber que mente, mas por ter sido incutida por
não verdades que posteriormente podem servir de acusação, quando
estas forem irrompidas, e isto será imputado como culpa pela própria
psique, embora talvez não seja.
Princípio da moral - Superego
• Salomão, o sábio, em seus Provérbios diz: “Não remova os marcos
antigos que seus pais colocaram” (Prov. 22:28).

• Esses marcos, podem ser considerados os alicerces de uma


educação moral. Não que não se possa remover, mas sabendo-se
que, ao remover, a consciência cobrará essa remoção...
Zona de satisfação
• Quando o objeto de desejo chega à zona de satisfação, parte
da ilusão e fantasia pode desapensar do objeto, podendo
causar um despertar de emoções desagradáveis, uma vez que
esta zona já está inserida no Princípio de desprazer, mas ainda
faz parte do Princípio de realidade.
Zona de satisfação

• Na zona de satisfação há um despertar do desejante, onde


nela há um descortinar sobre o Objeto/Significante, pois ele
saiu da zona de prazer, onde tudo era perfeito.
Zona de satisfação

• Esse deslocamento exercido pela força de excitação do Objeto,


na psique do desejante, fez o mesmo ser deslocado para a
zona de satisfação, onde o desejante pode continuar satisfeito,
por reter seu objeto de desejo, ainda é possível obter
satisfação, mas em desprazer.
Zona de satisfação
• Nesta zona também poderá ser sentido a instabilidade da relação.
Este despertar poderá ser sentido pelo Superego, pois nesse
momento a relação afetiva do desejante com o Objeto/Significante já
se encontra no princípio de desprazer.
• Esse despertar será de um certo desconforto, podendo levar a uma
Instabilidade na relação.
Zona de satisfação
• “Os fatos que nos fizeram acreditar na dominância do princípio de prazer na vida
mental encontram também expressão na hipótese de que o aparelho mental se
esforça por manter a quantidade de excitação nele presente tão baixa quanto
possível, ou, pelo menos, por mantê-la constante.
• Essa última hipótese constitui apenas outra maneira de enunciar o princípio de
prazer, porque, se o trabalho do aparelho mental se dirige no sentido de manter
baixa a quantidade de excitação, então qualquer coisa que seja calculada para
aumentar essa quantidade está destinada a ser sentida como adversa ao
funcionamento do aparelho, ou seja, como desagradável.
Zona de satisfação
• ... O princípio de prazer decorre do princípio de constância; na realidade,
esse último princípio foi inferido dos fatos que nos forçaram a adotar o princípio
de prazer. Além disso, um exame mais pormenorizado mostrará que a tendência
que assim atribuímos ao aparelho mental, subordina-se, como um caso especial,
ao princípio de Fechner da ‘tendência no sentido da estabilidade’, com a qual ele
colocou em relação os sentimentos de prazer e desprazer” (Freud 1920)....
Zona de relação afetiva
• Essa zona é responsável por sensibilizar a qualidade de Prazer e
Desprazer da relação do desejante com seu objeto de desejo.

• A afetividade é definida pela intensidade de sentimentos que se tem


em relação aquilo que se deseja, é um certo espelhamento do afeto
interior refletido no exterior.
Zona de relação afetiva
• A afetividade reflete o equilíbrio afetivo interior no meio o qual o
indivíduo está inserido. Também reflete o seu Status Quo.

• A zona de Relação afetiva está inserida no Princípio de


realidade, onde a detecção da sensibilidade de Estabilidade na
relação está na zona de perfeição, no Princípio de prazer e a
detecção da sensibilidade de Instabilidade na relação está na
zona de satisfação, no Princípio de desprazer.
Zona de relação afetiva
• “Até onde os impulsos conscientes sempre possuem uma certa
relação com o prazer e o desprazer, estes também podem ser
encarados como possuindo uma relação psicofísica com condições
de estabilidade e instabilidade. (...) De acordo com ela, todo
movimento psicofísico que se eleve acima do limiar da consciência é
assistido pelo prazer na proporção em que, além de um certo limite,
ele se aproxima da estabilidade completa, sendo assistido pelo
desprazer na proporção em que, além de um certo limite, se desvia
dessa estabilidade, ao passo que entre os dois limites, que podem
ser descritos como limiares qualitativos de prazer e desprazer (...)
(FREUD 1920). ...
Zona de desconforto

• Freud (1920) “A maior parte do desprazer que experimentamos é


um desprazer perceptivo. Esse desprazer pode ser a percepção de
uma pressão por parte de instintos insatisfeitos, ou ser a percepção
externa do que é aflitivo em si mesmo ou que excita expectativas
desprazerosas no aparelho mental, isto é, que é por ele reconhecido
como um perigo”.
Zona de desconforto
• A qualidade da relação do Objeto de desejo com seu Desejante e a
reciprocidade desta, sempre poderá ser o gatilho que pode gerar
energia para a movimentação do Objeto/Significante na pisque.
Zona de desconforto

• A zona de desconforto está imersa em: Medo; Perda; Culpa e Raiva.

• Quando o objeto de desejo chega a esta zona, pode sensibilizar a


psique do desejante com sentimentos de ansiedade e angústia.
Zona de desconforto

• Quanto mais o desejante irrompe os limites da moral para atender


as demandas do objeto de desejo, a fim de garantir sua retenção,
mais este poderá requerer, e isso causará uma movimentação do
mesmo na psique, levando o desejante a sentir desconforto em si
mesmo, fazendo perder toda motivação, podendo levar a uma
paralização afetiva.
Zona de desconforto
• Freud define o afeto de angústia como uma reação à sensação de
incapacidade de lidar com um perigo externo. “a psique cai no afeto
da angústia quando se sente incapaz de tramitar, mediante a reação
correspondente, uma tarefa (um perigo) vinda de fora; cai na
neurose de angústia quando se nota incapaz de reequilibrar a
excitação endógena” (FREUD 1895)
• Na angústia, o sistema nervoso reage a uma fonte de excitação
que é interna (endógena), enquanto, no afeto correspondente, ele
reage contra uma fonte análoga de excitação que é externa
(exógena). ...
Zona de desconforto

• Quando o desejante aceita tais demanda do objeto de desejo, a fim


de garantir sua retenção, a Intensidade Experiencial da relação
pode ascender ainda mais o Objeto na Zona de desprazer, esta que
é considerada um ambiente de perigo, pois já se encontra na área
da Pulsão de morte. ...
Pulsão de morte

• Na área de Pulsão de morte, não confundir com morte física,


embora possa refletir em sentimento de anulação, mas morte da
afetividade, do Desejante para consigo mesmo, pois esta zona se
encontra envolta de Segredo, Sofrimento e Silencio.
Pulsão de morte

• A pulsão de morte é imersa em uma atmosfera lúgubre, de profunda


tristeza, que pode ser acentuada por irromper com “valores” e não
alcançar o objetivo, retenção do Significante. ...
Zona de desprazer
• Absorver parte desse desprazer para continuar a sentir prazer,
não do objeto, mas da continuidade da relação, e aproveitar um
ínfimo estado de prazer que este concede, é um momento do
desejante repensar estes valores.
Zona de desprazer

• Esta atitude pode acontecer quando o Desejante está disposto a


sacrificar o prazer, para manter um estado de prazer, não só do
desejante, mas possivelmente de Outros, que podem também
depender do Objeto/Significante para se sentirem em estado de
prazer.
Zona de desprazer
• Algumas perguntas devem ser feitas pelo Desejante quando se
chega a Zona de desprazer:

a. Será que esse desprazer experienciado pelo desejante não é


uma expectativa que não fora atendida com relação ao seu
objeto de desejo?
Zona de desprazer

b. Será que o objeto de desejo está certo em querer que o


desejante expanda seus limites para evoluir também em seu
estado de prazer?
Zona de desprazer

c. Será que o desejante não está em estado obsessivo?


Zona de desprazer
• A Zona de desprazer assemelha-se a uma zona traumática, onde o
desejante se encontra exausto por lutar contra tudo e todos, já
investiu toda sua energia, superando os limites de resistência do
Superego e por vezes decepcionando Outros, na tentativa conseguir
reter seu Objeto/Significante.

• Nesta zona o desejante em tudo sente desprazer, pode não haver


mais interesse no seu universo como antes.
Zona de desprazer
• “(...) em geral, contudo, ultrapassa-o em seus sinais fortemente
acentuados de indisposição subjetiva (no que se assemelha à
hipocondria ou melancolia), bem como nas provas que fornece de
debilitamento e de perturbação muito mais abrangentes e gerais das
capacidades mentais” (FREUD 1920).
Zona de desprazer
• Nesse momento se a estratégia do Ego for de substituir esse Objeto
por outro, será a decisão mais econômica a ser tomada, a fim de
preservar os princípios morais e não deixar que o objeto de desejo
anule o desejante.

• Caso não haja a decisão de repensar a relação, o Objeto de desejo,


poderá ascender ainda mais, podendo adentrar na Zona de morte.
Zona de morte

• Na zona de morte, boa parte dos sentimentos altruístas já


desfaleceram. O indivíduo pode não ter mais forças para
vencer a atmosfera mórbida que se dissipou na psique.
Zona de morte
• Uma vez que não haja poder de retenção, mesmo com a expansão
dos limites da moral, essa pressão exercida para retenção do
objeto, desde a zona de satisfação até a na zona de morte, incidirá
em uma pressão negativa, pois o Superego irá exigir do Ego os
Princípio da moralidade que foram irrompidos.

• Neste instante pode surgir o sentimento de insignificância, por não


conseguir vencer as demandas do Objeto/Significante para rete-lo.
Perda do falo
• Quando o Desejante não consegue reter seu Objeto de desejo
e este escapa e para o externo, pode se considerar que surge
uma “pressão elástica” negativa, que poderá voltar em
“depressão” na psique do desejante, imergindo tudo em um
ambiente lúgubre e mórbido, a Pulsão de morte.
Perda do falo
• Por vezes a soma de todos os demais objetos de satisfação ali
existentes, não terão energia suficiente para compensar essa
perda do Objeto representante do falo.

• Pode neste momento surgir a ideação suicida, já que o falo era


alimentado pela vitalidade do Desejante, o representante da
vida.
Perda do falo

• A perda do Objeto/Significante pelo desejante será semelhante


ao luto. No luto, surge uma certeza real que o objeto não mais
pode ser retido, a prova será a ausência total do mesmo, isso
forçará o desejante a retirar todo seu afeto investido e isso
poderá imergir em um estado melancólico pois a certeza da
realidade de necessidade da retirada do afeto investido será
um processo penoso, uma vez que desvencilhar do seu
Significante representante do falo, será semelhante a perder o
sentido da vida, pois nele estava a representação dela.
Gratidão

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