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Psiquismo e Subjetividade
em Psicanálise
Prof. Luciana Balestrin Redivo
- O Sujeito da Psicanálise;
- Construção de Psiquismo e Produção de Subjetividade;
- Infância e o infantil: a psicossexualidade, organização pré-genital e conflitiva edípica. -
Expressões da infância: a função do brincar;
- Latência e Puberdade: especificidades;
- Adolescência: ressignificações no ciclo de vida;
- Idade Adulta: Sexualidade Adulta e alteridade, masculinidade, feminilidade e a construção da
família;
- Velhice e Morte
O Sujeito da Psicanálise
O sujeito na Psicanálise // para a construção de um sujeito, há:
- Produção de subjetividade
- Construção do Psiquismo
Psiquismo = inconsciente = universalidade do aparato
2. Ego
3. Superego
- Consciente
- Inconsciente
- Interrelação/Efeito entre o que é da estrutura (psiquismo) e o que é da socialização/cultura
- Marca a sua personalidade
1
Produção de subjetividade: produção da singularidade humana no cruzamento das questões
universais e reações particulares
O sujeito da Psicanálise
- Sujeito do desejo
- Noção do inconsciente
- Marcado pela falta
- Tomado pelo desejo do outro
- Mediado por um terceiro // por isso, os indivíduos tendem a se manter em relações a vida
toda
- Ser desamparado e dependente —> intensa proximidade entre bebê e objeto de cuidado //
- Objeto de cuidado entrega seu narcisismo // permite que a criança, no futuro, reconhece seus
afetos e intensidades
- Marca de sensação de satisfação que o aparelho psíquico nunca esquece, até na vida
adulta Como o sujeito se constitui?
• pontos de fixação: aquelas experiências que nos demandaram mais, foram mais
investidas, foram muito intensas (de um jeito positivo ou frustrado) (incluindo a falha) //
eles tendem a retornar, não necessariamente desencadeiam patologias; sempre será
subjetivo
• marcas mnêmicas podem ser escritas desde antes o nascimento; discursos feitos
antes que se inscrevem; criança, ao ser subjetivada, compreende isso e inclui no seu
psiquismo, mesmo que inconsciente
• tirar a roupa de um recém-nascido, provocando choro = ele não tem noção do eu ainda,
então pensa que está sendo “despedaçado”; não compreende os limites do seu corpo
ainda
- Pulsão
• Parcialidade: quando uma criança tem prazer em mamar, ela reproduz um prazer da
zona erógena (parte do corpo) // sexualidade infantil, apenas uma zona erógena
• “Uma pulsão nunca pode passar a ser objeto da consciência, só pode se-lo a
representação que é seu representante” - Freud, 1915, p.173 // só se percebe a pulsão
pelo seu objeto investido
• tende à descarga
- Desejo
• Inaugurado pelo encontro com o objeto de cuidado
A. Noção de inconsciente
C. Estrutura de linguagem
• Bebê humano carente de todos os cuidados, para que venha a se subjetivar, precisa de
alguém que o suporte física e psiquicamente, através de inscrições de certas operações
- Percurso percorrido, rastro deixado pela passagem da energia psíquica produzida nesse
aparelho, facilitando a circulação de energia no aparelho por uma determinada via já traçada
“Para que se estruture um sujeito, a falta é necessária, pois o ato da provocação gera nesta criança
a pulsão como representante do biológico, a qual só pode ser aliviada por meio do outro (objeto). É
esse outro que pela repetição vai inscrever no filho o traço de memória. Desta forma, a mãe
amamenta seu filho aplacando sua fome (mal-estar) e ao retirar o seio (satisfação) desperta no
bebê uma tensão no sentido de desejar que esse outro (mãe) deseje suprir o que sempre vai faltar.
A marca que fica pelo objeto faltante é o que desenha no inconsciente o objeto do desejo. A pulsão,
assim, é a propulsora do desejo.”
Puslão
-“Processo dinâmico que consiste numa pressão ou força que faz o organismo tender para um
objetivo. Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação corporal; seu
objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão; é no objeto ou graças a ele que a pulsão
pode atingir sua meta”.
• Objeto: sempre variáveis e contingentes; construído por cada sujeito de uma forma
singular; na construção da sexualidade de cada um é que determinamos os objetos em
que haverá descarga da pulsão
Pulsão sexual
- “Pressão interna que atua num campo muito mais vasto do que as atividades sexuais no
sentido corrente do termo. Do ponto de vista econômico, Freud postula a existência de uma
energia única nas vicissitudes da pulsão sexual: a libido. Do ponto de vista dinâmico,
Freud vê na pulsão sexual um pólo presente no conflito psíquico: é objeto previlegiado do
recalcamento no inconsciente”.
- energia (libido) da pulsão sexual está inscrita no psiquismo —> atua como desejo
- sexualidade opera pela força da pulsão sexual
Erogeneidade
- Corpo erógeno
• Todo o corpo (e suas funções) é potencialmente erógeno (capaz de ser enlaçado pela
sexualidade)
• corpo enlaçado pelo sexual; todas as partes do corpo são potencialmente erógenas
- Zona erógena
- Perversa porque a sexualidade infantil é PARCIAL (e, portanto, não genital) // não ésinônimo
de patologia
- Polimorfa porque qualquer parte do corpo é passível se tornar uma zona erógena (essa é
uma construção singular) // assume múltiplas formas por possuirmos múltiplas zonas
erógenas
Teoria do Apoio
- “Termo introduzido por Freud para designar a relação primitiva das pulsões sexuais com a
autoconservação: as pulsões sexuais, que só secundarimente se tornam independentes,
apoiam-se nas funções vitais que lhe fornecem uma fonte orgânica, uma direção e um objeto”
Etapas do desenvolvimento psicossexual podem sobrepor-se e podem estar presentes lado a lado
“… A vida sexual não emerge como algo pronto e nem tem seu desenvolvimento ulterior ditado pelo
seu próprio aspecto inicial, mas passa por uma série de fases sucessivas que não parecem entre
si...” Freud
Organizações pré-genitais
- “Chamaremos de pré-genitais às organizações da vida sexual em que as zonas genitais ainda não
assumiram seu papel preponderante”.
A sexualidade então está presente desde muito cedo, no encontro com o objeto primordial- o
cuidador, num primeiro encontro de prazer. Esse cuidador, ao amamentar, cuidar, higienizar, está
fundando um aparelho psíquico sobretudo pela inauguração do movimento pulsional.
Noção de fantasia
Cada sujeito busca, por meio de objeto, se aliviar das tensões que invadem o aparelho psíquico — >
definidora da ação humana; aparelho psíquico tende a repetir a experiência de satisfação // acarreta
em marcas e a estruturação de cada sujeito e sua singularidade
Essa movimentação da pulsão no aparelho psíquico vai sempre buscar uma descarga. É por meio
do objeto que a pulsão pode atingir essa finalidade.
Auto-erotismo e narcisismo
Infantil: aquilo que se inscreve no aparelho psíquico e não cessa; acompanha toda a vida do
sujeito
- Psíquico ≠ consciente
- Sexual ≠ reprodução
- Portanto, existe o sexual que não é genital
- Estudo das perversões e da sexualidade infantil —> modifica o conceito de sexualidade
• Antes, o sexual representava sempre conexão com a função reprodutiva
• Perversão: prazer sexual não genital; adulto que ainda não conquistou a totalidade de
sua sexualidade —> segue na pulsão parcial // ponto de fixação na sexualidade infantil;
fetiche; se abastece na sexualidade infantil; se a sexualidade existe de forma não genital
no adulto, ela também existe na criança
• Histeria: prazer sexual deslocado para outras partes do corpo // condições de uma mulher
impossibilitada de tomar suas relações de forma satisfatória, fato que se colocava no
corpo —> paralisia, cegueira, não sendo biológico como causa; condição psíquica
- prazer que se desloca para o biológico; desejo que não pode ser satisfeito,
proveniente do Complexo de Édipo e da angústia de castração // sintoma é sempre
uma busca por realização de um desejo
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- Teoria do Apoio
• “Termo introduzido por Freud para designar a relação primitiva das pulsões sexuais com
as pulsões de autoconservação; as pulsões sexuais, que só secundarimente se tornam
independentes, apoiam-se nas funções vitais que lhe fornecem uma fonte orgânica, uma
direção e um objeto” // encontro com o objeto como fundamental; função do cuidador,
criando o primeiro registro de prazer
• “Alguns dos componentes do pulsão sexual têm, portanto, desde o início, um objeto e
aderem a este” —> zonas erógenas
• crianças funcionam por organizações especificas —> definem a forma como o sujeito se
relaciona consigo, com o outro, presença da angustia de castração, narcisismo e
autoerotismo
Zona erógena
Pontos de fixação
- “No quadro da teoria freudiana do inconsciente é visto como “um modo de inscrição de certos
conteúdos representativos (experiências, imagos, fantasias) que persistem no inconsciente de
forma inalterada e aos quais a pulsão permanece ligada”
Pulsão
- Definição: Processo dinâmico que consiste numa pressão ou força que faz o organismo
tender para um objetivo. Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação
corporal; seu objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão; é no objeto ou graças a ele
que a pulsão pode atingir sua meta”.
- Fantasia —> diz respeito às relações // análise da realidade psíquica e não da factual 9
- instinto: sobrevivência; herança da espécie —> autoconservação
- ao responder aos instintos de sobrevivência, mas se intercepta com o prazer —> acabamos
por procurar o prazer em todas os momentos, mesmo que de autopreservação (ir além)
- Pulsão sexual
• Pressão interna que atua num campo muito mais vasto do que as atividades sexuais no
sentido corrente do termo. Do ponto de vista econômico, Freud postula a existência de
uma energia única nas vicissitudes da pulsão sexual: a libido. Do ponto de vista
dinâmico, Freud vê na pulsão sexual um pólo presente no conflito psíquico: é objeto
previlegiado do recalcamento no inconsciente”.
- Pulsão parcial
• A pulsão sexual não está integrada desde o início, mas começa fragmentada em pulsões
parciais cuja satisfação é local (prazer do órgão, ligado a uma zona erógena). “As pulsões
parciais funcionam primeiro independentemente e tendem a unir-se nas diversas
organizações libidinais”
• também é sexual
• não só o que vem do externo (cuidadores, ambiente, etc), mas também o interno
(fome, frio, desconforto), invadem o aparelho psíquico, deixando marcas
- Aparato pode ser pensado a partir da metáfora da hidrelétrica: grande aparato que captura,
armazena e transforma a água de um rio gerando eletricidade // deixa marcas e constrói
transformações
B. Fase Oral Canibalística: mordedura (aparecimento dos dentes: defesa daquilo que o
incomoda)
- Prazer oral
• Alimentação + prazer se sugar
• Se tornando auto-erótico
• Prazer auto-erótico vai ser abandonado para entrar em outra fase, a da primazia
anal (sensações do trato intestinal e anal)
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• Sub-fase: anal expulsiva —> prazer com aquilo que sai do próprio corpo
A partir do 3 ano
“O menino, sem dúvida, percebe a distinção entre homens e mulheres, porém no início, não tem
ocasião de vinculá-la a uma diferença nos órgãos genitais dele. Para ele é natural presumir que
todos os outros seres vivos, humanos e animais, possuem um órgão genital como o seu
próprio....”(Freud, 1923, p.2) // presença do falo como algo desejado por todos
- Mulheres da época invejariam o pênis justamente por ser sinônimo de liberdade (sociedade
patriarcal)
- Fantasia de que mulheres que não tem pênis devem ter sido punidas por
impulsos inadmissíveis como o seu.
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A partir do 6º ao 8º ano
- “As mesmas impressões por nós esquecidas deixaram, ainda assim, os mais profundos
rastros em nossa vida anímica e se tornaram determinantes para todo o nosso
desenvolvimento posterior.
Latência
considerada por Freud como uma fase e sim como um período —> não há uma zonaerógena
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• é esperado que tanto as pulsões, quanto a libido, possam ter a liberdade de religar a
novos e velhos objetos —> marca uma história e um psiquismo
“... A vida sexual não emerge como algo pronto e nem tem seu desenvolvimento ulterior ditado pelo
seu próprio aspecto inicial, mas passa por uma série de fases sucessivas que não parecem entre
si...”
• Prazer sexual
- Descrição da diferença fundamental existente entre a vida sexual das crianças e a dos
adultos
- Desamparo
- Não tem condição de se manter viva, se não com a ajuda de um cuidador
- Impacto psíquico do outro na constituição psíquica
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Organização Oral
- Teoria do Apoio —> Pulsão // sustenta que o encontro do prazer com o autoconservativo gera
uma força no psiquismo (pulsão)
- Prazer em sugar —> registros psíquicos/marcas mnêmicas, fazendo com que o sujeito tenda
a repetir a ação
- Prazer auto-erótico: toma a si mesmo como objeto de prazer —> angústia na falta do bico;
prazer e calma na presença do bico // bico representante do prazer (não é do
autoconservativo)
- Inicialmente não existe uma integração do Eu; vai se construindo com a vivência a partir da
boca
- Primeira mamada: bebê fechado nele mesmo, fazendo o que é do instinto // primeiro
encontro: bebê (corpo) —> sujeito psíquico
Organização anal
Organização fálica
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- Alteridade: construção da noção do outro; parte do pressuposto que a criança sai do lugar
voltada a si, entende que o outro é diferente e talvez precise se reorganizar para entrar no
mundo social
- Complexo de Édipo
- Energia para atividades não sexuais // criança não encontra conflito por desejar o que deseja
- Ainda é sexualidade —> realocada do corpo
Narcisismo
Conceito metapsicológico do narcisismo
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• Narcisismo como estágio normal da evolução da libido e não designa somente um tipo
de eleição do objeto; estrutura o tempo da infância e dá origem a autoestima
• Sujeito psicótico retira a energia libidinal de fora e coloca para dentro de si - 1914:
aspecto da vida amorosa relacionado com a auto-estima // investimento no eu e no outro
também garante uma reserva de investimento dentro de si = narcisismo
- “De início, a libido objetal encobria nossa visão da libido do Eu, também na escolha objetal da
criança pequena (e das maiores). O único fato que se pode primeiro observar é que a criança
toma seus objetos sexuais a partir de suas experiências de satisfação. … //
• quando a criança procura nos seus cuidadores uma relação, ela procura para que ela
possa manter sua experiencia de satisfação; posteriormente, a criança encontra outras
formas de satisfação
-“As primeiras satisfações sexuais auto-eróticas são vividas em conexão com funções vitais
que servem ao propósito da autoconservação (Teoria do Apoio). As pulsões sexuais apoiam
se, a princípio, no processo de satisfação das pulsões do Eu para veicularem-se, e só
mais tarde tornam-se independente delas”.
• independência = autoerotismo // objeto não se faz tão necessário, apenas quando se está
com fome, por exemplo
-“Uma unidade comparável ao ego não pode existir no indivíduo desde o começo, o ego tem
de ser desenvolvido” (Freud 1914, p.93)
• noção do eu precisa ser desenvolvida —> necessidade de uma nova ação psíquica -
Três Ensaios (1905) - situou sexualidade no campo do prazer // prazer não está preso às questões
autoconservativas
Nocão do apoio (1895) - sexualidade originalmente apoiada em função vital que se independiza
posteriormente no autoerotismo
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O Eu se constitui desde os outros primordiais, os quais, por meio de cuidados demandados, criam
condições de:
- gratificação,
- proteção.
“A mãe oferece um seio desejante, historizante (marcas mnêmicas) e historiado (marcas mnêmicas
da mãe). Transmite quase tudo: palavras, carícias, gestos, cuidados. O bebê tem momentos
fusionais com a mãe, mas passa longos períodos só. Essa alternância entre fusão e separação é
essencial. De seu ritmo depende de o outro ser a presença estruturante em vez de presença
arrasadora (que impede a construção do eu)”. (Hornstein, 2008, p. 28)
Antes: autoerotismo
Narcisismo primário
- Perfeição/fantasia
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- Completude
- Aquilo que mantém a autoestima para a vida toda, sustento da noção de eu
- vontade da criança deve ser realizada imediatamente
- tempo em que a criança se depara com aquilo que ela não é e não pode conquistar —>
limites
- sensação de perda
- Conflitiva edípica; se depara com as diferenças e com aquilo que não é o ideal
Eu ideal - efeito do discurso dos pais- investimento que produz uma imagem
idealizada; permanece vigente na sexualidade infantil e reorganizada a partir da experiência
edípica
Estrutura narcisista dual - eu ideal- é rompida pela estrutura edípica que faz com que a criança se
depare com a incompletude // estruturante para o convívio em sociedade; concessões em prol do
projeto futuro
- estrutura dual do eu: formação em díade, a partir do outro desejante (bebê não devolve o
investimento)
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Percepção do desejo materno pelo outro - impõe ao eu ideal a ruptura da ilusão da completude —
> tema do édipo; cuidador também investe em outros
A criança na experiência edípica se vê confrontada com um ideal que não é ela e com o qual se
compara.
“A partir daí, o objetivo é agradar, fazer-se amar e reconquistar o amor do outro, o qual a
criança julga ter perdido pela experiência de decepção narcísica"(Macedo et al, 2015, p.133)
Instalação do Ideal do Eu
“Uma carga de investimento, porém, precisa manter-se no Eu como uma reserva de libido para a
auto-estima. Dessa forma, assim como o Eu investe no objeto, o objeto deve investir no Eu,
obtendo-se com isso, um equilíbrio de investimentos. (Macedo et al, 2015, p.133).
- na medida em que a criança investe para fora do eu (outros), precisa ainda assim manter um
investimento no eu —> autoestima
- para que volte a sentir como sentia antes, precisa investir nos objetos
- investimos no outro também para recebermos investimento
- descargas dos investimentos dos relacionamentos antigos
Luto: perda de alguma parte de si —> viés narcísico
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- onipotência e narcisismo
- atributo ao falo
escolha objetal e identificação
- escolha objetal de amor (pai, mãe); que é negada, gera frustração // escolha narcísica; seu
intuito é produzir relações baseadas na alteridades - adolescência
- saída da conflitiva edípica via identificação
- se da conta de um sujeito castrado; se identifica com um objeto que parece estar mais próximo
do ideal (pai, mãe, representante) // relação heterossexual: escolha objetal era o pai; vai se
identificar com a mãe
Formação Reativa e sua ligação com a castração
-formação reativa: mecanismo de defesa que aponta a reação oposta: o que era desejo, vira
nojo // castração causa a formação reativa; nojo na latência: transformada pela criança em
proibição
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"Mas, com o adiamento da maturação sexual, ganhou-se tempo para que a criança construa, entre
outras restrições à sexualidade, a barreira contra o incesto e possa assim incorporar em si os
preceitos morais que expressamente EXCLUEM de sua escolha de objeto, como parentes
consanguíneos, as pessoas que amou na infância”
- pra além da noção de imaturidade, a criança é atravessada por proibições que vão a
acompanhar pro resto da vida —> ingressa o sujeito no registro da cultura // cabe aqui o
questionamento acerca dessa cultura;
- novo posicionamento subjetivo: não posso ter e ser tudo o que eu quero —> transformações
na ordem do psiquismo
“ É durante este período de latência total ou apenas parcial que se constroem as forças psíquicas
que irão mais tarde impedir o curso da pulsão sexual e, como barreiras, restringir seu fluxo – a
repugnância, os sentimentos de vergonha e as exigências dos ideais estéticos e morais”.
Período preparatório para a adolescência: há uma influência direta nas condições que jovem terá
(ou não) para processar psiquicamente o que a puberdade/adolescência lhe reserva.
• Diferenciação
• Sofisticação
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- Possibilidade de relação independente – não mediada pelos pais – fora do ambiente familiar
(EXOGAMIA) // ter tido chance de investir em outros objetos; pais precisam suportar essa
ideia narcisicamente
- perda da onipotência,
- passagem de uma ligação simbiótica com os pais para interesses pelo mundo e pelo grupo de
iguais
- Ação superegóica., que se consolida no final do Édipo
- raciocínio que encadeia os resultados das experiencias anteriores para as próximas
- não se pode desarticular uma etapa de outra; fixações em questões anteriores geram
consequências nas próximas
Uma vez que o psiquismo estruturou capacidades de inibição dos impulsos, via RECALCAMENTO
(Contra-investimento) e via FORMAÇÃO REATIVA —> SUBLIMAÇÃO
- “Processo postulado para dar conta das atividades humanas que não têm aparente relação
com a sexualidade, mas que encontram sua força no campo da pulsão sexual. Esta foi
derivada para um novo fim, e agora aponta para atividades valorizadas pelo Ideal do Eu de
um sujeito em particular”
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Características da Latência
- Capacidades de diferenciar fantasia e realidade; faz de conta não é mais pleno; pensamentos
não se passam necessariamente na realidade
- Adiamento das transformações rumo a genitalidade por uma contenção da atividade sexual
direta —> criança ainda sem condições de fazer o acesso a genitalidade; momento
preparatório para que possa ter recursos na adolescência
- O Édipo é deixado de lado na infância para poder ser retomado na adolescência —>
condições se dão na latência: regulação por diques, sublimação…
- Será esse DESVIO que impulsionará a criança, por exemplo, para os prazeres da
socialização, da alfabetização, dos jogos, da convivência em grupo, etc.
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“A criança brinca não somente para viver situações satisfatórias mas também para elaborar as que
lhe foram dolorosas e traumáticas”. (Outeral, 1998, p. 26)
Brincar
- Espaço potencial
• “essa área do brincar não é a realidade psíquica interna. Esta fora do indivíduo, mas não
é o mundo externo”(Winnicott, 1975, 76-77).
- Objeto transicional
- Brincar- sentido de saúde e sentido de existência
- Fornece organização para o inicio das relações emocionais —> propicia desenvolvimento de
contatos sociais // brinquedo e objetos externos —> primórdios de contato social
• Realidade externa
• Fantasias conscientes
• Fantasias inconscientes
Formas de expressão
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Jogo do carretel
- Tríplice retorno:
• A criança faz a si mesmo o que lhe fizeram // provoca a sensação de estar e não estar mais com o
objeto
• Transforma desprazer em prazer (Pelento, 1991) // brincar como representante do desejo - Jogo
tem caráter auto-erótico
- 2º dualismo pulsional:
• Pulsão sexual: ligação; representações
- Brincar: forma de ligar aquilo que é uma energia livre —> formas de representação e marcas
mnêmicas
- Primórdios
• 1905: criança sexuada
• Atendimento Hans (1909): Analista o próprio pai —> Primeiro relato minuncioso 26
• Escritos Criativos e Devaneios (1907): Raiz do trabalho criativo no poeta; criança “cria
um mundo próprio” // criança brinca para ser adulto
O fantasiar
• Construção dos mecanismos próprios para lidar com tais possibilidades da vida
Melanie Klein
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- Centrado nos processos e mecanismo que operam o brinquedo para as condições que
tornam o brinquedo possível
• Expressar agressão
• Dominar/organizar as angústias
• Estabelecer contatos sociais
• Aquisição de experiência
- Função materna
• Objeto subjetivo
• Objeto transicional
• Objeto objetivamente percebido
- Capacidade criadora na brincadeira; pais devem ofertar espaços para a brincadeira - não
devem impedir
- O bebê joga com partes do corpo e com partes do corpo da mãe, sem distinção nítida entre
ambos
- 4 meses:
• Início do desmame
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• Objeto transicional: faz a transição entre o bebe e o cuidador; algo que representa o
cuidador na ausência —> bico, paninho
- 6 meses
• Tenta mitigar a ansiedade quando a mãe se afasta na brincadeira
• Brinca com seu corpo e os objetos: tapa-se com lençol e volta a aparecer.
- 6 meses a 1 ano
• Já pode engatinhar e sentar —> forma autônoma de viver
• Descobre que algo oco pode conter objetos
• Investigação de buracos
Jogo Pré-Edípico
- Relação com figura materna (é diferente, percepção mais clara do afastamento da mãe)
- Ansiedades de separação, temor do abandono, necessidade de elaborar cuidados maternos,
de satisfazer curiosidades em relação ao corpo e de lidar com a ambivalência (controle
esfincteriano)
- Brinquedo: esconder, armar, encher, abrir, fechar, misturar e construir —> autonomia e eu
ideal
- 1 a 3 anos
• Marcha, linguagem e controle esficteriano
Jogo Edípico
- Desejos e fantasias edípicas, desejo onipotente de fazer o mesmo que os adultos, fantasia
mais rica
- Vivenciando as gerações
- 3 a 6 anos
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- Jogos sexuais
• Casinha, mamãe-papai, médico - enfermeira
- Amigos imaginários
• Formação de grupos
Adulto
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- Escritos de Platão
• mulheres mais velhas empregavam suas histórias recheadas de simbologia na educação
de crianças.
• histórias eram recheadas de cenas de adultério, canibalismo, incesto, mortes hediondas e
outros componentes do imaginário dos adultos
- "Os contos de fadas distinguem-se das demais histórias infantis por características como o uso
de magia e encantamentos, um núcleo problemático existencial no qual o herói ou a heroína
busca sua realização pessoal e, finalmente, a existência de obstáculos a serem enfrentados
pelos heróis”.
- Na forma como atualmente são conhecidos, os contos de fadas surgiram na Europa, (França
e na Alemanha), no final do século XVII e XVIII
• A Bela Adormecida,
• Barba Azul,
• O Gato de Botas,
• As Fadas,
• Cinderela,
• Pequeno Polegar
Irmãos Grimm
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- A Bela e a Fera,
- Os Músicos de Bremen,
- Branca de Neve
- Sete Anões,
- Chapeuzinho Vermelho
- Gata Borralheira.
Cenário Brasileiro
- Monteiro Lobato
- Ruth Rocha
- Ziraldo
- Mauricio de Sousa
- Ana Marian Machado
Os contos de Fadas e a Psicanálise
-Históriastransmitidasoralmentedegeraçãoageraçãoemesmo
com toda a tecnologia existente, mantêm seu espaço de destaque narrativo.
- A universalização dos problemas é uma garantia de que ela não se encontra sozinha na sua
dor.
- Os contos são fonte de prazer para as crianças tanto pelo ouvir quanto pela sua
representação.
- Bruno Bettelheim
• “Como educador e terapeuta de crianças gravemente perturbadas, minha tarefa principal
foi a de restaurar um significado na vida delas”
• “Fui confrontado com o problema de deduzir quais as experiências na vida infantil mais
adequadas para promover sua capacidade de encontrar sentido na vida, dotar a vida, em
geral, de significados(p.5)”.
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• Dilemas edípicos
• Rivalidades fraternas
• Dependência infantil
Patinho Feio
- Possibilidades de análise
• A chegada da criança na família // criança idealizada
• Processo identificatória
• Embora o amor a primeira vista possa ser fulminante, não é automático, nem
infalível. Três Porquinhos
- Possibilidades de análise
• História simples, poucos personagens, bons e maus separados.
• Mãe não tem mais condição de sustentar os filhos, saem para construção das suas c
s.
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• ”Sucessivas paredes, cada vez mais bem construídas, demarcarão os territórios entre a
criança e o adulto”.
Turma da Mônica
- Possibilidades de análise
• Cebolinha
• Mônica
- Objeto fóbico: papai noel, palhaço. Agua e escuro estão por todos os lados, fonte
inesgotável de sustos
- Crianças sentem que não estão sozinhas em seus medos
- Dificuldade com hábitos de higiene é a insurreição contra o poder dos pais -
Protesto contra as regras
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• Magali
• capacidade de simbolização,
• Capacidade de pensar.
As transformações da puberdade
“Com a chega da puberdade, operam-se mudanças destinadas a dar à vida sexual infantil sua
forma final normal. A pulsão sexual fora até então predominantemente auto-erótica; encontra agora
um objeto sexual” (Freud, 1905, p. 213)
• Adolescente investe em outro objeto —> conforme tenha sido a latência, mais ou menos
facilidade ele tera para construir relações exogâmicas
- Escolha do objeto de amor, sem que fique claramente relacionado ao primeiro objeto
- Abandono do objeto de desejo interditado → investimento no outro → relações com objetos
exogâmicos
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Puberdade
• pulsões ganham forca com o corpo capaz de investir em um objeto —> tarefas da
adolescência
Subdivisões da temática
Mudanças da puberdade
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• que lugar o adolescente tem nesse mundo ainda não tem resposta
• Relações sociais
Espelho
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- Gera desconforto
- Procura dos ideais, muitas vezes inalcançáveis nesse momento da vida
Desarmonia
- Transpiração excessiva
- Face ruborizada
- Perplexidade e Impotência
- Outro - “descobre” sua intimidade, quando o eu ainda não deu conta disso tudo -
Ferida narcísica: reorganização do investimento libidinal
• não se saber quem é, não possuir controle sobre o que acontece com o corpo •
• feminilidades e masculinidades
Puberdade e Trauma
satisfação
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• genitalidade para além da relação social; o inicio da vida sexual às vezes pode vir antes
da genitalidade, seria o autoerotismo, se dando de forma narcísica
• Deixar de ser algo que não é mais e ainda não sabe ser adulto
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- A adolescência é o período do ciclo vital no qual o jovem precisa dar conta de intensas
demandas pulsionais, biológicas e sociais, que provocam transformações importantes, tanto
em seu mundo intrapsíquico, como em seus processos inter-relacionais
- Neste jogo armado entre as demandas sociais e seus impulsos pulsionais, do adolescente
será exigido um trabalho de elaboração de perdas, processamento de ganhos e, ainda, a
integração de um tempo passado em tempo presente.
- Precisará construir planos e considerar desejos em relação ao futuro, o qual é visto como
incerto e duvidoso, mas, também, como atraente e excitante.
- Nossa primeira versão de eu não foi construída por nós mesmos, e sim nos foi dada
pelos objetos primários // tempo de reposicionamento do eu no mundo
- o que não quer dizer patológico // tranformações as quais não estamos preparados; vivemos e
construímos ao longo da travessia; chega exigindo mais do que o adolescente pode dar
• olhar sobre o que o sujeito experimenta / vivencia assim como suas condições
psíquicos frente ao que se experimenta
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• recursos construídos até então que dão recursos para enfrentar a adolescência
• permite que tenham uma versão própria sobre que lugar ocupa no mundo, na
família, quais características possui —> olhar novo em relação ao pais
- Até este momento, a vida era transmitida pelos objetos primários: o jovem era produto da
história contada por seus cuidadores
• primeira versão de eu, primeira versão superegóica, primeira versão dos ideais - Período
Historiador de si mesmo
- Possibilidade de deixar pra trás uma posição de ator passivo da história construída pelos
objetos primordiais para uma posição de AUTOR DE SUA PRÓPRIA HISTÓRIA
41
No ir e vir entre passado e futuro, o adolescente buscará respostas provisórias e ilusórias para seus
dilemas conscientes e inconscientes, dando prioridade ao que está fora (exogamicamente): fora de
si, fora dos pais, fora da família
Entre os iguais compartilha fantasias e temores. Encontrar ressonâncias do que pensa ou sente no
grupo de iguais alivia a ideia de estar só // espaço seguro e de sustentação identitária, que promove
o exercício de desligamento das versões infantis e de uma nova posição; investimentos e
desimvetismentos no outro —> herança e recursos sobre quem é, quem quer ser e do que gosta
O grupo oferece amparo, segurança e novas bases identificatórias // grupo como um espelho
Adolescente = tecelão
- “...que com os mesmos fios pode produzir peças diferentes, com diferentes padronagens; o fio
que antes compôs uma determinada forma é o mesmo que agora viabiliza a existência de
novas e mais complexas tessituras. Foi preciso desmanchar para criar; foi fundamental o
aprendizado da forma primeira para tecer outro padrão.”
filho/ da filha; • crises em relação aos adolescentes que foram e seu envelhecimento
• suportar a ideia de que desse processo surgirá um sujeito com opinião própria e distinto a
eles
• tolerar narcisicamente
42
Processo de desidentificação
- “Ao desidentificar-se parcialmente dos pais, o ego se vê sem apoios, circunstância que
promove novas identificações substitutas, que podem interromper o processo de mudança,
dirigi-lo a situações deteriorantes ou destrutivas (como quando se identificam com um líder
psicopático ou adicto), ou a um futuro que fortaleça um narcisismo trófico (narcisismo se
expandindo e se tornando mias complexo, revisitando seus valores) e promova um
enriquecimento vital para o sujeito”
• tempo de desamparo —> pais numa posição de reserva cuidadosa // reconhecer que
existe imaturidade no processo
- Autonomia
- Organização do futuro
- Pressão social
- Relações extra-familiares
Turbilhão emocional
- Eu
• Protagonista-exigência de dar forma ao pensamento
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Consequências psíquicas
- Fortalecimento do Ego
- Maior autonomia
- Crescente noção de si e dos outros
- Crescente responsabilidade sobre seus atos
Espelho da cultura contemporânea
• Identificação
• Superego
Ideal de Ego
- Em troca, pode “ ocorrer a filiação a ideias substitutivos no exterior, aos quais pode se
entregar em sacrifício numa vinculácão fusional que lhe estanque a onipotência declinante,
que somente é um deslocamento das imagens parentais endeusadas”
Estruturação do caráter
- Diferencia
• O que já foi
- Singularidade
- Processo de subjetivação
Movimento contínuo de integração
Ligação entre passado, presente e futuro
Desamparo
Relações adolescentes
- Início da adolescência
• Relações marcadas pelo incremento do Narcisismo
• Escolha do objeto pelo o que sou, pelo o que fui, pelo o que quero ser
• Socialização da Culpa
Identidade Sexual
- Sexo (corpo biológico)
- Corpo erógeno
- Identidade de Gênero
- Eleição de Objeto
- Sujeito é convidado a pensar sobre os desejos que são produzidos (acréscimo do
pulsional, em comparação à latência)
- Investimento pulsional infantil —> Complexo de Édipo (Interdição do desejo) —> duas
correntes pulsionais
• Corrente sensual
Sexualidade adulta
- Acesso à genitalidade
- Relações marcadas pelo registro da alteridade
- Eu atravessado pela castração e pela falta
Fim da adolescência
• Vida Social;
- Sexualidade INFANTIL
- Reposicionamento Subjetivo da Adolescência
- integração tendências Afetivas e eróticas/sensual
- Freud: “Sobre a Tendência Universal à Depreciação na Esfera do amor”(Contribuições à
Psicologia do Amor).
- “A ciência, é afinal, a renúncia mais completa ao princípio do prazer de que é capaz nossa
atividade mental”. (Freud, 1910)
Amor
- Adolescente se liga ao outro por aquilo que é igual; a alteridades permite desejar aquilo que
falta
amor - Fantasiada
Sexualidade como uma descarga e não um investimento // também pode se aplicar para os
encontros com o outro, não procurando a intimidade
- Num modelo patriarcal do início do século XX não havia paridade, nem intimidade -
Posição submissa
- Tempos de Sexo
• Sexualidade como descarga
- Intimidade?
• Todos na família submetidos a autoridade inquestionável do pai que decidia o destino de
todos
Intimidade
- Aquisição de genitalidade
- Necessidade de enxergar o outro com a presença da diferença e da Alteridade 50
• Dicotomia acerca das relações (ou amo ou odeio) é algo muito regressivo // a
alteridade permite suportar o que se desgosta
• Relações que se encaixam pela forma: o narcisista que tem uma relação com o
deprimido/dependente
Comportamento que é feito sem haver ligação psíquica —> em busca da satisfação - na
troca de cidade, na troca de trabalho, na troca de namoro —> impossibilidade de se colocar em
uma posição de intimidade, não acontece o recalque
Repetição // o desejo pode vir com o que está desligado, com a pulsão de morte
- marcas recalcadas: violência, abuso que reaparecem; ligação transferenciada com o outro e
atualizada
- atualização e repetição na tentativa e elaborar tais vivências
Libido e investimento
- Recalque
- Sublimação
- Satisfação da sexualidade
- Teoria do Apoio
- Satisfação registrada como marca - inscrição
- Novas tensões - tendência a satisfação semelhante
- Tensão no corpo - dispara marca psíquica
- Fim do período da sexualidade infantil: recalque - pulsões impossibilitadas de satisfação
- Transformação do narcisismo e castração
- “A partir desse estado de coisas pode se observar que a sexualidade em Freud tem, além da
genitalidade, uma dimensão criativa, de realizações, ou seja, a sexalidade sublimada que dá
origem as realizações humanas no plano da cultura. No momento, para que isso aconteça, é
preciso que os objetos primários tenham sido recalcados”(Castiel, p.4)
Freud e sexualidade
- Bissexualidade e monismo fálico (um único sexo para todos os seres humanos, sem
reconhecimento da diferença)
- Complexo de Édipo: menino tem medo da castração por parte do pai; menina reconhece ela e
a mãe como castradas —> volta seu amor para o pai pois ele possui o falo (poder); seu desejo
seria ter um filho homem com o pai, e posteriormente com outro (restituição do falo ou inibição
da sexualidade)
- Transsexualidade: psicose // sujeito não reconhece seu corpo como seu —> delírio que cria
outra identidade
53
Registro da faltam noção das diferenças como organizador do psiquismo - alteridade - não está
exclusivamente associada à diferença anatômica, mas ao reconhecimento de diferentes
singularidades
Sujeitos assexuados
- Identidade sexual —> processo de sexuação (posição sexuado (inscrição na ordem simbólica)
- Identidade Sexual é uma noção constituída subjetivamente, referente àquilo que faz o sujeito
se reconhecer como um ser sexuado, dotado de desejo e que o leva a adotar práticas sexuais
a fim de atender seus desejos. (Muszkat, 2016, p.82)
- “Se eu não sou tudo, eu sou isso. E sendo isso, tenho prazer assim”
- Posição sexuada —> binarismo // passível de questionamento
Do sexo único à diferença sexual
• VERDADE X NÃO-VERDADE/NÃO-EXPOSTO
• FEMININO PODERIA TORNAR-SE MASCULINO —> IMPEREITO PODERIA
TORNAR-SE PEREITO // e não vice-versa, perfeito não perde sua condição
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• Deixou de existir uma hierarquia entre os sexos ou esta foi apenas deslocada e passou a
se fundar no registro biológico da natureza?
Em Freud
Equivalência entre:
• Ativo/masculino X Passivo/feminino
- Sexualidade ≠ Genitalidade;
- Desejo deve ser escutado, pois é motivo de adoecimento psíquico;
- Mal-estar da Cultura = restrições ao prazer.
Feminilidade
- Se, por um lado, o discurso freudiano deu, de fato, voz e direito à fala para as mulheres
desde seus primórdios, pela positivação da histeria no final do século XIX; realizou, por outro,
uma leitura do psiquismo feminino pela qual este seria marcado pelas impossibilidades
de sublimação e de estrita ligação com a maternidade.
- Feminilidade em Freud
• “Feminilidade é um Continente Negro”; sedutor, diferente, mas que dá medo •
Importância do período pré-edípico; encontro homoerótico
• Passagem do objeto mãe (pré-edípica) para o pai; para que ele lhe dê o falo que não ela
não tem
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- Falo = Verbo, possui o poder de enunciar algo e ser ouvido e reconhecido // não
necessariamente a inveja é da mulher
- Logo, inveja do falo não é equivalente à inveja do pênis, nem atributo unicamente das
mulheres.
Masculinidade
- Em Freud
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• Encontro com o fálico e com a castração (e com o feminino) // Castração não é atributo da
mulher: a castração seria simbólica e permitira a chegada à alteridade; castração
inerente ao estatuto de sujeito
Paradigma da Hipersingularidade
- Ruptura com as compreensões binárias de sexuação;
- Ser um homem, ser uma mulher, hoje, na sociedade atual, o que isso significa? O que
podemos ser, o que queremos ser, o que conseguimos, efetivamente, ser? Poderíamos e
deveríamos também raciocinar de outra maneira, de modo a não mais sermos indiferentes às
relações de poder que sempre produzem violentos e violentados, não só nas relações de
gênero. (Porchat, 2018, p. 85-86) // que exercícios de poder esses discursos reproduzem
e como romper com eles?
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Família
Diversidade
-“A diferença sexual não é a única chave para o acesso a categoria diferença. A construção
desubjetividade simbólica vai além do acesso à diferença sexual, embora a inclua” (Fiorini,
2017, p. 95 // marca na movimentação do narcisismo
Se considerarmos a categoria diferença no sentido amplo antes mencionado, a nosso ver ela
poderia estar incluída no psiquismo dos pais, para alem de sua orientação sexual. Nessa
linha,
58
Avanços biotecnociências- revolução no conceito que designava um homem e uma mulher com
fins de criar e manter filhos.
59
• tempo primordial deixa marcas para que a criança possa posteriormente investir-se e
investir em outros
• não seria conseqüência ou resultado de qualquer catexia de objeto, mas sim uma
identificação direta e imediata que precede qualquer catexia de objeto.
- Infância - passa a ser considerada um tempo feliz protegido pelo amor dos pais // não é um
“adulto pequeno”
- “O amor dos pais à seus filhos sustenta-se nesta possibilidade de assisti-los transformarem se
na imagem de felicidade idealizada por eles. Surge assim um circuito amoroso fundamental
para a subjetividade moderna”
Psicanálise
- O momento amoroso da infância, graças aos cuidados e reverência dos pais passa a
ser considerado de suma importância para a emergência psíquica do bebê
- No seio familiar ele possa ser confrontado com sua humanidade: aceitar não ser rei
“O amor dos pais, tão reverenciado, precisava existir na justa medida entre os cuidados e a
erotização do corpo infantil responsável pelo anseio de viver e ser amado, e certas rupturas de um
estado fusional e primitivo com a mãe, que o auxiliassem a entrar no mundo simbólico e partilhado
da cultura, carregando o legado das aspirações parentais e das crenças, ideais e proibições
vigentes no discurso social”. HADADD, 2008
- responsabilidade familiar de erotizar e investir, assim como de fazer o ingresso da
criança na cultura, promover o abandono dos ideias e processos de identificatórios
“O conflito entre pulsões sexuais e repressão cultural que produzia sujeitos inibidos e
recalcados dá lugar a sujeitos que buscam o prazer sem culpa, mas oscilam entre potência e
impotência diante dos múltiplos mandatos culturais a que se deparam e que anseiam cumprir para
serem reconhecidos”. - HADDAD
Parentalidades: Contribuições
Psicanalíticas Parentesco e Parentalidade
Familia
Estudo multidisciplinar
Psicanálise: processos psíquicos e mudanças subjetivas produzidas nos pais a partir do desejo de
ter um filho
Os arranjos familiares não dependem somente da parentalidade, mas sim do desejo entre
casais de estabelecerem relações intimas
- uma vez iniciada a família, circula ente o casal o objetivo de uma família indissolúvel
Apesar de observarmos mudanças importantes na estruturação familiar, a família contemporânea
em sua dimensão horizontal e e redes não só se mantém como estrutura organizadora e segura
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para seus membros, como se constitui e um espaço fundamental para a troca afetiva e a
transmissão simbólica (construção psíquica e inserção cultural)
O vínculo familiar ligando um adulto a uma criança pode ser desdobrado em quatro
elementos, nem sempre concomitantes:
B. parentesco: vínculo que une dois indivíduos em relação a uma genealogia, determinando
o seu pertencimento a um grupo
- “Devido a essa variação dos papéis sociais parentais desempenhados nas diferentes culturas
e períodos históricos, podemos, também, compreender que parentalidade não é sinônimo
de parentesco e filiação e pode ser exercida por pessoa sem vínculo legal ou de
consangüinidade com a criança como ocorre, por exemplo, nas famílias recompostas, nas
quais o cônjuge do pai ou da mãe participa cotidianamente da criação do filho.”
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• alcance de ideal
Maternidade
• discurso com sua própria mãe (especialmente com a mãe primordial); como foi o
encontro primordial e constitutivo
• discurso com ela mesma (especialmente ela mesma como mãe); como vê a si mesma, se
é capaz
• discurso com o bebê, o qual é demandante de coisas que ela não imaginou - Essa trilogia
da maternidade passa a ser sua maior preocupação, requerendo um profundo realinhamento
de seus interesses e desejos
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- O acesso à paternidade também implica profundas transformações que se inicia, a partir das
identificações primordiais e edípicas
A pré historia da criança se inicia na historia individual de casa um dos pais: o desejo de ter um
filho reatualiza as fantasias de sua própria infância e do tipo de cuidado parental que
puderam ter
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O nascimento de um filho implica uma dupla dimensão: para que um bebê sobreviva física e
psiquicamente, é necessário inscrevê-lo em uma história familiar e transgeracional. No entanto,
a dimensão ascendente da transmissão (filhos-pais) é igualmente fundamental, pois só o
reconhecimento do filho em sua diferença permite aos pais construir uma relação com a
marca do novo e da criatividade, indo além de uma repetição do passado e permitindo que o bebê
se aproprie das marcas e inscrições de sua história relacional inicial.
- cuidado suficientemente bom, com um olhar que reconhece o outro e a mim como individuais
e desejastes
sujeito psíquico sem repetir padrões culturais ou transgeracional que aniquilem o novo
e o criativo
- função narcisizante; cria representações e viabiliza a construção do eu; cria uma via de
descarga da pulsão
Função paterna
Envelhecimento e Psicanálise
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Qual é a idade considerada para ser o inicio da velhice
- “Quando menos se espera, a vista não mais alcança, o ouvido não mais ouve, a pele enruga,
os cabelos caem, o peso torna-se um problema e só a alma permanece jovem, em evidente
descompasso com seu envelope”. (Berlinck, 1996)
Envelhecer
- como o corpo é visto pelo outro: prioridade em filas, cuidado no olhar do outro
Psicanálise e envelhecimento
- Os discursos dados à velhice tem em cada época e cultura tem um efeito subjetivo. -
-“Na verdade o que parece se buscar na contemporaneidade é uma imagem corporal segundo
um modelo de um corpo jovem e de atividade, com uma temporalidade própria, de
movimentos rápidos resistentes ao envelhecimento, à transformação, que representam
apenas uma ilusão de juventude eterna.”(Messina, 2004, p. 5)
• recursos internos para modificar e pode direcionar sua libido frente a novas
situações • Corpo não tem mais sustentação, mas a mente permanece inquieta para
Envelhescência
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- Mecanismos de defesa; deverão ter sido organizados e podem ser utilizados nesse
processo - Constituição do Eu
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