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Impermeabilização, drenagem e instalações de

proteção evitam umidade ascendente


Atingindo as edificações por meio de baldrames e fundações, o
problema já manifestado só pode ser resolvido com a retirada de
revestimentos

A umidade ascendente é um termo utilizado na construção civil para


indicar infiltrações por capilaridade da água presente no solo
em pisos e paredes. “Ela atinge o edifício através dos baldrames e fundações”,
aponta a engenheira civil Virginia Pezzolo, diretora técnica da PROASSP
Assessoria e Projetos.
Esse tipo de infiltração é um fenômeno natural, que ocorre devido à tensão
superficial da água e de forças químicas de adesão entre a substância líquida e os
elementos sólidos. “Os poros dos solos, que são pequenos e interconectados,
formam espécies de tubos capilares”, explica Renato Salles Cortopassi, diretor da
Kali Engenharia.
Dessa forma, a água pode percorrer os poros do solo até encontrar a fundação da
edificação, que vai dar continuidade ao processo se não houver soluções
adequadas, como impermeabilização, drenagem e instalações de proteção.

PREJUÍZOS PARA A EDIFICAÇÃO


Caso a umidade ascendente aja nas fundações da edificação, ela também atingirá
os poros das alvenarias, o que gera prejuízos ao acabamento. “As águas
provenientes do solo contêm sais dissolvidos que se cristalizam, provocando
manchas escuras, degradação da pintura e destacamento dos revestimentos”, cita
Pezzolo.
As águas provenientes do solo contêm sais dissolvidos que se
cristalizam, provocando manchas escuras, degradação da
pintura e destacamento dos revestimentos
Virginia Pezzolo

A infiltração se manifesta em alturas variáveis, em função das condições de


umidade do solo, da interconectividade e da dimensão dos poros dos materiais
construtivos e do solo. “Normalmente, variam entre alturas de 0,75 a 1,00 m”,
calcula a engenheira civil.
COMO EVITAR A UMIDADE ASCENDENTE
A principal medida para proteger as edificações contra a umidade ascendente
consiste em impermeabilizar os elementos de fundação, paredes e pilares que
estão contato direto com o solo. “O sistema de impermeabilização a ser adotado
poderá variar em função das premissas de projeto”, aponta Pezzolo.
Em grandes edificações, deve-se utilizar cristalizantes integrais
ou cristalizantes de profundidade na concretagem de todas as
peças estruturais em contato com o solo, como piso do último
subsolo, cortinas, blocos e vigas baldrame
Renato Salles Cortopassi

Já em obras de menor porte, como residências unifamiliares, é possível executar


uma camada de brita ao fundo e na lateral dos elementos estruturais, dispensando
soluções de impermeabilização — elementos profundos requerem
impermeabilização apenas nos blocos de coroamento, e sapatas não comportam
esse tipo de solução.
Caso o lençol freático atinja a edificação, é necessária uma drenagem profunda,
como trincheiras drenantes junto às paredes. Outra solução necessária, ainda, são
as instalações de proteção, como calhas e rufos para evitar empoçamentos nas
imediações da edificação.

COMO TRATAR UMIDADE A ASCENDENTE


Caso a umidade ascendente já tenha se manifestado na edificação, é necessário
retirar os revestimentos para executar o devido tratamento. “No caso das paredes,
após retirar toda a argamassa de reboco úmida, é necessário aplicar cimento
polimérico em toda a região para impedir que a umidade chegue até nova massa,
que será aplicada só quando a superfície ficar bem seca”, revela Cortopassi.
“Também podem ser adotados sistemas pré-fabricados de drenagem pela face
interna das paredes com pequena espessura (entre 3 e 8 mm), que permitem a
execução de argamassa ou massa corrida diretamente sobre o mesmo, impedindo
desta forma a passagem da umidade”, acrescenta Pezzolo.

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