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Elevador da Colhedora de Cana

Procedimento de Manutenção e Melhorias.

Para um bom desempenho da corrente e outros componentes do elevador é necessário


observar algumas características abaixo.

1º Preparar o elevador para o trabalho.

A. Alinhar o Elevador.
B. Fazer algumas melhorias.
Substituir o suporte inferior da mesa do giro do elevador, por uma placa de
aço: retira a sapata, prolonga o tubo mantendo a mesma espessura, solda
uma chapa, conformo foto abaixo.
Para evitar que o elevador bata o batente na lateral da colhedora, pode-se
adaptar um fim de curso na mesa do giro ou limitador hidráulico.

Adaptar uma corrente


de segurança paralelo
ao pistão

Regiões criticas do Substituir suporte da


elevador reforçar mesa
Foto 1

Reforçar o interno do elevador na região dos batentes para evitar o


desalinhamento das engrenagens Ver foto Abaixo.
Não é aconselhável substituir as engrenagens intermediarias por placa de
desgaste, pois a placa poderá sofrer um desgaste em virtude do esforço da
corrente sobre ela, formando um canal por onde passa os rolos da corrente,
esse canal aumenta cada vez mais, até parar de tocar os rolos e começar a
raspar as laterais, diminuindo a vida útil da corrente.

Barras de Reforços

Foto 2
Foto 1
Foto 1

Chapa de Desgaste

No local da engrenagem

Foto 3
Foto 1
Foto 1
Reforçar o interno no elevador na base dos pistões hidráulicos e próximo ao
motor hidráulico, com duas agulhas roscadas com porcas, assim tem a
possibilidade de regular abertura ou fechamento do elevador.
Instalar uma corrente em cada lado do elevador para garantir a segurança do
operador caso o pistão quebre, com isso também evita a queda do elevador
danificando o mesmo.
Substituir as placa original de apoio inferior por chapas de 5/16’’, 3/8’’ ou ½’’
caso o equipamento trabalhe apoiado no transbordo, essa chapa ajuda o
travamento do elevador, ajudando a evitar o desalinhamento.

Chapa para apoio


reforçada

Corrente de Agulha para


segurança regulagem e
travamento

Foto 4
Foto 3
Foto 3
Foto 1
Foto 1
Abrir esta área
para facilitar a
manutenção da
engrenagem

Equipamento que
trabalha apoiado no
transbordo
Foto 5
Foto 3
Foto 3
Foto 1
Foto 1
C. Engrenagens.

É de extrema importância observar as engrenagens, pois há engrenagens paralelas


fora dos padrões originais, isso pode causar danos as correntes.
As engrenagens originais têm medidas especificas, a principal é a espessura, pois são
fabricadas com chapas de 7/16’’ (11,1 a 11,5 mm), as paralelas fora dos padrões estão
sendo fabricado com chapas de ½’’ (12,7 a 13,5 mm).

Engrenagem
Original

Foto 6
Foto 3
Foto 3
Foto 1
Foto 1

Engrenagem
Paralela

Foto 7
Foto 3
Foto 3
Foto 1
Foto 1
O esquema abaixo representa o conceito de utilizar engrenagens originais e
paralelas.

Observar
desgaste nessa
região

Pode ser sinal de


Dente da Engrenagem Entre Placas (lateral) Rolo desalinhamento

De

15,5mm

7/16” (11mm) ½”(12,7 a 13,5mm)

Engrenagem Maior espaço entre o Engrenagem


dente e a lateral (2 a
Original Paralelas
2,5mm) de folga,
Espessura diminui a Espessura
probabilidade de
7/16” (11mm) choque entre ambas ½”(12,7 a 13,5mm)

Um dos sinais para verificar se o elevador esta ou não desalinhado é verificar as


laterais da corrente, conforme foto.

Marca dos dentes das


engrenagens, sinal de
desalinhamento ou
engrenagem fora dos
padrões.

Talisca Torta pode


ocasionar o desgaste
nas laterais, no lado
oposto da talisca
Foto 8
Foto 3
Foto 3
Foto 1
Foto 1
2° Manutenção Preventiva.

1. Montagem: ao colocar as correntes, movimentar as correntes para frente e para traz e


verificar se a mesma não esta pulando dentes ou trombando nas engrenagens: Caso
esteja raspando verificar o alinhamento ou as engrenagens.

2. Verificar diariamente as laterais internas das correntes, e se as mesmas não estão


raspando nas engrenagens, caso esteja o elevador ou as engrenagens estão
desalinhadas ou taliscas tortas é necessário corrigir.

Sinais de desalinhamento

Foto 9
Foto 3
Para
Fotogarantir
3 que o elevador saia da reforma na entre safra com um bom alinhamento e
Foto 1
necessário
Foto 1
seguir alguns procedimentos.

OBS: As correntes transportadoras são fabricadas seguindo padrões rigorosos na seleção de


matérias primas, processos de fabricação atualizados com as solicitações do mercado e
controles dimensionais que garantirá a montagem dos componentes com interferências
adequadas sem gerar tensões prejudiciais a sua estrutura básica
Primeiramente devemos esclarecer que a principal referência para iniciarmos este processo é
a própria estrutura do equipamento, e para isto devemos simular o melhor trajeto que as
correntes terão que percorrer do eixo movido até o eixo tração e vice-versa, com a instalação
de um fio de nylon ou similar em toda sua extensão.
Este fio deverá ser posicionado e estirado como se fosse um eixo eqüidistante das laterais
esquerda e direita do equipamento.
Para isso a estrutura deverá estar alinhada.

1. Fazer um gabarito tirando as medidas de um elevador zero, será necessário 3 gabaritos


o primeiro da parte superior (próximo a engrenagens de tração) o segundo no meio do
elevador e o terceiro próximo à engrenagem movida (conforme foto 10)

Regiões aonde deverão ser feitas


as verificações com o gabarito

Substituir por um
eixo roscado

Foto 10
Foto 3
Para obter um tensionamento mais exato, será preciso substituir o tensionador
Foto 3
Foto 1
hidráulico por um mecânico (eixo roscado) Foto 1
Croqui de engrenagens desalinhadas.

Motor
Engrenagem A
Linha Engren. Desalinhada

90°
Régua
≠90°

B
Dimensão A≠B

Croqui de engrenagens alinhadas

Engrenagem A
Linha Engren. Alinhada

90°
Régua
90°

B
Dimensão A=B

Os desalinhamentos poderão ocorrer com todas as engrenagens, nas colhedoras John Deere
como as engrenagens de tração são independentes então seria aconselhável alinhar da movida
para tração.

Verificar a cada turno a tensão das correntes (as correntes devem trabalhar sempre
esticadas)
3. Lavar e secar as correntes diariamente OBS: (lavar e não apenas molhar) caso não
tenha condições de lavar e secar corretamente as correntes, então é aconselhável não
lavar.

Lavar o elevador completamente, até a


remoção de toda areia e resíduo,
focando sempre na corrente.

4. Não lubrificar as correntes após a lavagem (Trabalhar a seco)

5. Fazer rodizio das talisca (sugestão a cada 200 horas), colocar as taliscas de preferencia
2 elos de distancia do elo aonde estava conforme croqui, como pode observar nas
fotos abaixo, há um desgaste maior nos rolos aonde esta fixada a talisca e um desgaste
bem menor nos rolos do 2º elo de distancia da talisca.

ELO da Talisca 1º ELO 2º ELO

Talisca Rodizio

Foto 4

Maior Desgaste Desgaste Menor Desgaste


Rolo da
Talisca,
maior
desgaste

3.09mm
no
diâmetro

O rolo do 2
elo da
talisca
apresentou
um
desgaste de
1,21mm no
diâmetro

6. Verificar diariamente se as taliscas estão soltas, caso esteja, reapertar imediatamente


os parafusos, colocando cola das porcas.

Parafuso solto da
talisca

Usar sempre parafusos


de aço e porcas auto
travante (parlock).
Esse problema ilustrado na foto acima, pode causar vários danos a corrente, trabalhar
com a talisca solta a mesma tente para o baixo forçando a corrente trabalhar
inclinada, fazendo os rolos desgastar em conicidade conforme foto abaixo.

Os rolos em conicidade faz um movimento axial aumentando o desgaste interno do


rolo e das buchas, diminuindo drasticamente a vida útil da corrente.

Desgaste em conicidade

Movimento Axial

Resultados.

Em teste na safra de 2012 a corrente General Chains obteve um ótimo resultado em relação
aos concorrentes. Segue abaixo os resultados obtidos nos clientes testados:

Cliente Colhedora Terreno Corrente GC Corrente X Rendimento

A Case 7700 Arenoso 1.808 horas 1.359 horas 449 horas - 24%

B John Deere 3520 Arenoso 1.688 horas 1.515 horas 173 horas – 10%

C John Deere 3520 Misto 1.806 horas 1.490 horas 316 horas – 18%

D John Deere 3520 Misto 2.959 horas --------------- Fez a Safra

E John Deere 3510 Misto 2.841 horas --------------- Fez a Safra


Se analisarmos a média dos clientes A,B e C, obtivemos um resultado de 312 horas a mais de
rendimento sobre o concorrente, estamos falando de ± 8.000 tonelada de cana, se transformar
em açúcar ± 1.040.000 Kg e ± 640.000 litros de Álcool.

OBS: Os procedimentos de manutenção e as condições de trabalho aplicado para as correntes


GC (General Chains) foram os mesmos dos concorrentes X , obedecendo essa postura de
trabalho, obtivemos resultados reais (sem privilégios).

Para os clientes D e E, não foi possível avaliar a concorrência pois foi instalada em 100% das
colhedoras a correntes GC. Em visita técnica para avaliar as correntes no termino da safra, as
correntes GC apresentarão um pequeno desgaste natural, podendo ser utilizada no plantio.

Conclusão:

O Brasil hoje esta caminhando a passos largos para mecanizar 100% o corte cana, porem boa
parte do território nacional são terrenos acidentados, forçando operador a trabalhar com o
elevador apoiado nos transbordos e com batidas constantes. O elevador acaba desalinhando,
por esse motivo é primordial os reforços na estrutura do mesmo. E com tantas características
de terreno (ex. arenosos, argilosos e mistos etc..), é indispensável à manutenção preventiva,
mas como cada usina tem suas particularidades como terreno, operacional e climática, deve-se
desenvolver os procedimentos que melhor se encaixa a sua realidade.

Mas para que os procedimentos sejam eficazes, é necessário que se faça um


acompanhamento com medições (dimensional, tempos, custos etc..) mensurando cada
problema, e com todas as informações a disposição, desenvolver o melhor procedimento de
manutenção a ser utilizada visando sempre aumentar a disponibilidade da colhedora,
diminuindo o custo de manutenção por tonelada e aperfeiçoando constantemente
operacional, buscando uma manutenção preventiva mais confiável e exata.

Mas algumas manutenções são indispensáveis como as citadas nesse trabalho, mas para obter
uma excelência, cito 5 pilares: 1 – manutenção autônoma, 2 – manutenção planejada, 3 –
melhoria especifica, 4 – educação e treinamento, 5 – manutenção da qualidade. (TPM) (RCM).

Eng° Ulisses Jorge Mayeda

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