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O paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho (E-C-D), ou Structure-Conduct-Performance

(SCP), compõe a Organização Industrial (OI). Dito isso, o objetivo da criação do modelo, em 1930,
era entender as relações entre o ambiente de negócios e o desempenho das empresas nos
Estados Unidos para verificar sob que circunstâncias não poderia haver concorrência perfeita,
possibilitando, assim, a intervenção governamental, cujo objetivo consistia em estimular a
competência nesse mercado (SILVA; MOTTA; COSTA, 2007).Por conseguinte, Lopes (2016)
sublinha que a teoria neosschumpeteriana pode ser abordada sobre duas perspectivas, a saber: a
microeconômica com enfoque na competitividade das firmas; e o desempenho dos países a partir
das revoluções tecnológicas. Dito isso, no âmbito competitivo, se debruça sobre os desequilíbrios
e as mudanças que alteram as trajetórias de crescimento da firma. Por sua vez, o segundo
preceito abordado está relacionado às inovações radicais pelas quais os países passam e podem
desencadear períodos de desenvolvimento ou recessão econômica.
Referências:LOPES, H. C. O modelo Estrutura-Conduta-Desempenho e a teoria evolucionária
neosschumpeteriana: uma proposta de integração teórica. Revista de Economia Contemporânea,
Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 336-358, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rec/v20n2/1415-9848-rec-20-02-00336.pdf. Acesso em: 22 jan.
2021. SILVA, J. F.; MOTTA, P. C.; COSTA, L. S. V. Coalinhamento entre estratégias competitivas
e colaborativas e desempenho de empresas. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.
47, n. 4, p. 1-20, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rae/v47n4/v47n4a04.pdf.
Acesso em: 22 jan. 2021. 
Sendo assim, com base no contexto, apresente dois exemplos de elementos citados pelo
paradigma E-C-D e quais os impactos econômicos, e um exemplo de inovação radical que tenha
colaborado (considerando as demais variáveis inalteradas) para o desenvolvimento ou recessão
de um país. 

O modelo Estrutura-Conduta-Desempenho é um instrumento oriundo da Organização


Industrial. Seu objetivo é estudar as variáveis que podem influenciar o desempenho
econômico, permitindo a construção de teorias que detalhem a ligação entre essas
variáveis e o desempenho da indústria. Pode ser entendido, também, como um
paradigma que fornece um esquema para análise de mercados. O modelo permite a
sistematização e articulação dos diversos aspectos relevantes para análise da indústria
e do seu eventual poder de mercado.

Estrutura: remete às características da empresa que parecem influenciar


estrategicamente a competição e os preços dentro de determinado mercado, ou seja, a
estrutura refere-se à forma como as empresas que integram uma indústria se
organizam entre si. Exemplo: número de empresas no setor, custo de entrada e custo
de saída.

Conduta: está relacionada às ações das empresas para operar no mercado, podendo
ser tratada como a estratégia competitiva adotada pela organização. Trata-se do
processo de escolha entre diferentes alternativas de decisão quanto a variáveis que
estão sob controle da empresa. Exemplo: investimento, marketing, preço, etc.

Desempenho: é um resultado da conduta das firmas, influenciado pela estrutura de


mercado, políticas públicas e condições básicas de oferta e demanda. Trata-se de uma
variável avaliada apenas após ter acontecido. Exemplo: paridade, vantagem
competitiva temporária, vantagem competitiva sustentável, etc.

A teoria neoschumpeteriana enfatiza de forma categórica que a operação das


empresas no mercado está sujeita a drásticas rupturas (inovações radicais) que
acontecem devido ao desenvolvimento de novas tecnologias. Essas transformações
são tratadas pelo conceito de revoluções tecnológicas que criam novos paradigmas. As
revoluções tecnológicas rompem com os antigos hábitos produtivos fazendo emergir
novos modos de produzir.
São essas rupturas radicais que geram períodos de desenvolvimento seguidos de crise
e recessão econômica. O súbito surgimento de uma nova tecnologia e a disseminação
do progresso técnico promovem um processo de destruição criadora onde novas
empresas surgem, outras desaparecem ou muitas combinam novas técnicas produtivas
com as antigas, modificando toda a estrutura organizacional e de mercado.
Um grande exemplo dessa teoria foi a revolução industrial que mudou toda estrutura de
mercado, onde mecanizou a mão de obra e criou um modelo a ser seguido pelo mundo
todo, tornando o processo artesanal obsoleto em termos de competição.
 

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