Você está na página 1de 1

Resenha-Amor de Perdição

O amor impossível nas terras portuguesas. 


Um marco do ultra-romantismo português, Amor de Perdição de Camilo Castelo
Branco é uma obra publicada em 1862. Muito bem recebida na época, a novela é
lida e estudada até hoje. 
 O livro de Castelo Branco é considerado o Romeu e Julieta lusitano, isso pois a
história conta sobre o amor trágico de Simão Antônio Botelho e Teresa de
Albuquerque, um jovem casal que por causa da rivalidade entre as duas famílias
são impossibilitados de ficarem juntos. O romance das personagens culminou na
morte de ambos; Marina que foi mandada para um convento para que ficasse
longe de seu amado, faleceu de tristeza; Simão que acabou sendo preso ao matar o
primo, Baltasar Coutinho (que nutria interesse por Teresa, que não retribuía) de
Teresa quando tentava raptar a jovem que iria mudar de convento, acaba sendo
preso e em sua viagem de desterro para a Índia acaba falecendo também. A
história ainda tem uma importante personagem, Mariana, filha do homem que
abrigou Simão enquanto esse buscava por Teresa, mariana acabou se apaixonado
por Simão, porém manteve esse amor em segredo fazendo de tudo para ajudar o
jovem a ficar sua amada, porém acabou enlouquecendo e suicidando-se.
 A obra se passa na Portugal do século XIX, onde a corte portuguesa sentia os
impactos da invasão francesa. Os deslocamentos entre as cidades de Coimbra,
Porto e Viseu que ocorrem durante a novela são pequenos reflexos do que estava
acontecendo na época. No entanto, não demonstram muito da real situação vivida
por Portugal, isso ao longo da narrativa acaba se tornando uma perda, ao deixar
passar a oportunidade de imergir o leitor no contexto histórico-social do período.
 A idealização romântica dos personagens é presente no livro de forma a
estereotipar as personagens da obra, caracterizando Simão e Teresa como os
clássicos heróis ultra-românticos, fato condizente com a estética do Romantismo.
Todavia, pode se tornar um prejuízo quando em nome da perfeição não se mostra
a dualidade que esses personagens poderiam ter. 
Camilo trás para a história uma linguagem fluída e popular, algo que conquistou os
leitores e fez da obra um grande sucesso. Ademais os diálogos são diretos e dão
destaque para o que é importante para a trama, sem a necessidade de grandes
reflexões filosóficas. 

Você também pode gostar