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Na Bíblia, há uma narrativa que conta como o rei Salomão teve um sonho em que Deus
lhe falou que iria rasgar seu reino em duas partes (1 Reis 11:29-39). Esse episódio
ocorreu no final do reinado de Salomão, quando ele já havia se desviado da Lei de
Deus e se envolvido com mulheres estrangeiras e com a adoração a outros deuses.
De acordo com a história, Deus apareceu a Jeroboão, um dos servos de Salomão, e lhe
disse que ele seria o novo rei das dez tribos do norte de Israel. Deus lhe disse que isso
aconteceria porque Salomão havia se afastado dos seus mandamentos e se voltado
para outros deuses. No entanto, Deus prometeu a Jeroboão que, se ele obedecesse
aos seus mandamentos, seu reinado seria tão próspero quanto o de Salomão.
Posteriormente, Jeroboão liderou uma revolta contra Salomão e proclamou-se rei das
dez tribos do norte, formando assim o Reino de Israel. As tribos do sul, incluindo Judá
e Benjamim, permaneceram sob o domínio da dinastia de Davi e formaram o Reino de
Judá.
Assim, o sonho de Salomão foi uma profecia divina que se cumpriu com a divisão do
Reino de Israel em dois, após sua morte. Esse evento teve consequências significativas
na história de Israel, já que a separação entre as tribos do norte e as tribos do sul
gerou tensões e conflitos que persistiram por séculos.
A separação entre judeus e samaritanos teve origem na divisão do Reino de Israel após
a morte do rei Salomão, no século X a.C. Segundo a Bíblia, Salomão havia governado
um reino unificado que incluía tanto as tribos do norte quanto as tribos do sul de
Israel. No entanto, após a morte de Salomão, seu filho Roboão se tornou rei e adotou
políticas que desagradaram as tribos do norte. Como resultado, as dez tribos do norte
se separaram e formaram o Reino de Israel, enquanto as tribos do sul, que incluíam
Judá e Benjamim, formaram o Reino de Judá.
Segundo a narrativa bíblica, após a morte do rei Salomão, o Reino de Israel se dividiu
em dois: o Reino de Israel, ao norte, e o Reino de Judá, ao sul. Israel foi governado por
uma série de reis, muitos dos quais foram idólatras e não obedeceram aos
mandamentos de Deus. Como resultado, Deus permitiu que Israel fosse invadido por
várias nações, incluindo os assírios, os babilônios, os persas, os gregos e os romanos.
A invasão dos assírios em 722 a.C. foi especialmente devastadora para o Reino de
Israel, que foi conquistado e seus habitantes foram levados como cativos para a
Assíria. Como resultado, muitos judeus de Judá se recusaram a se misturar com os
samaritanos que habitavam a região norte, considerando-os impuros e infiéis.
No entanto, Jesus desafiou essas barreiras culturais e religiosas ao falar com a mulher
samaritana e reconhecer a validade da sua fé. Ao mesmo tempo, Ele também
enfatizou que a verdadeira adoração a Deus não está ligada a um lugar físico, mas é
uma questão de espírito e verdade. Com isso, Jesus rompeu as barreiras entre os
judeus e samaritanos, mostrando que a salvação de Deus está disponível para todos,
independentemente de sua origem ou religião.
Apesar dessas diferenças, é importante lembrar que, assim como Jesus reconheceu a
validade da fé da mulher samaritana, os samaritanos também consideravam a figura
de Moisés e a Lei de Deus como fundamentais para sua religião. De fato, os
samaritanos eram uma comunidade religiosa que acreditava na unicidade de Deus e
que, em muitos aspectos, se assemelhava aos judeus de sua época.
1. Em um sonho, Deus fala com Salomão e diz que irá rasgar seu reino em dois,
deixando seu filho com apenas uma tribo, enquanto as outras dez tribos
formariam um novo reino.
2. Em 930 a.C., após a morte do rei Salomão, o reino de Israel foi dividido em dois:
o Reino de Israel (também conhecido como Reino do Norte) e o Reino de Judá
(ou Reino do Sul).
3. Em 722 a.C., o Reino de Israel foi conquistado pelos assírios, que exilaram
grande parte de sua população, e outras tribos foram trazidas de outras regiões
para habitarem a região de Samaria. Com o passar do tempo, essas tribos se
misturaram com a população remanescente de Israelitas, bem como com
outras tribos não-judaicas que já habitavam a região.
Embora a Bíblia não forneça uma explicação detalhada sobre a conexão entre os cinco
maridos da mulher samaritana e os cinco povos que formaram a mistura na região da
Samaria, é possível fazer uma conexão simbólica entre esses eventos.
Ao mencionar os cinco maridos da mulher, Jesus pode ter buscado fazer uma analogia
com a mistura de povos que ocorreu na região da Samaria. A presença de povos como
os cutas, avitas, sefarditas, hamatitas e elamitas na região, e sua mistura com os
samaritanos, criou uma sociedade híbrida, com características próprias e distintas da
cultura judaica.
A mensagem que Jesus pode ter buscado transmitir para a mulher samaritana é que,
apesar de sua sociedade ter se misturado com outros povos, suas raízes e sua
identidade ainda estavam enraizadas na história e na tradição judaicas. A fala de Jesus
poderia ter tido um significado profundo para a mulher samaritana, que poderia ter se
sentido conectada novamente com suas raízes, bem como para o povo samaritano
como um todo.