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A ascensão de Jesus foi literal ou metafórica nos relatos bíblicos?

Uma das principais bases para a interpretação de que a ascensão de Jesus não foi
literal, é o fato de que a narrativa da ascensão aparece em diferentes formas nos
evangelhos canônicos. Marcos 16:19 afirma: "O Senhor Jesus, depois de lhes ter
falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus." Já em Lucas 24:50-51,
encontramos: "Então os levou fora, até Betânia; e, levantando as mãos, os abençoou. E
aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu." E em Atos
1:9-11, lemos: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem
o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto
ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco, os quais
lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que
dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir."
Embora todas essas passagens se refiram à ascensão de Jesus ao céu, há algumas
diferenças entre elas.

Marcos é breve e não descreve a ascensão em detalhes, enquanto Lucas e Atos


apresentam uma narrativa mais detalhada. A passagem em Lucas menciona que Jesus
abençoou seus discípulos antes de ser elevado ao céu, enquanto em Atos, a ascensão é
testemunhada por um grupo maior de discípulos e a presença de anjos é mencionada.

Apesar dessas diferenças, as três passagens estão de acordo em afirmar que Jesus
ascendeu ao céu após sua ressurreição. Por exemplo, em Lucas 24:50-53, Jesus é
descrito como sendo "elevado" aos céus, enquanto em Atos 1:9-11, ele é visto
"subindo" em uma nuvem. Essas diferenças nas descrições sugerem que a história é
simbólica ou alegórica, em vez de uma descrição literal de um evento histórico.

[Uma história simbólica ou alegórica é uma narrativa que usa símbolos, metáforas ou alegorias para transmitir uma mensagem
mais profunda ou abstrata. Em vez de descrever eventos reais ou históricos de forma literal, essas histórias usam símbolos ou
metáforas para representar ideias, conceitos ou verdades universais. Por exemplo, a Parábola do Semeador, presente nos
evangelhos canônicos, não é uma descrição literal de um evento histórico, mas sim uma história alegórica que usa a imagem do
semeador lançando sementes em diferentes tipos de solo para transmitir a ideia de que a Palavra de Deus pode ser recebida e
frutificar de maneiras diferentes, dependendo das condições do coração das pessoas. As histórias simbólicas ou alegóricas são
comuns em muitas tradições religiosas e filosóficas e são usadas para transmitir ensinamentos espirituais ou morais. O
entendimento dessas histórias depende da interpretação dos símbolos ou metáforas usados, e pode variar de acordo com a
cultura, tradição ou crença individual.]

Os livros de Lucas e Atos dos Apóstolos são tradicionalmente atribuídos ao evangelista


Lucas, que era um médico e um companheiro próximo do apóstolo Paulo. Embora não
haja nenhuma afirmação explícita de autoria nos textos em si, a tradição cristã desde
os primeiros séculos tem considerado Lucas como o autor desses livros.

há diferenças literárias significativas entre os livros de Lucas e Atos dos Apóstolos,


embora ambos sejam geralmente atribuídos ao mesmo autor.

O Evangelho de Lucas é um relato detalhado da vida de Jesus, desde o nascimento até


a ascensão, e é considerado o mais longo e detalhado dos quatro evangelhos
canônicos. O estilo literário de Lucas é caracterizado pela precisão histórica, pelos
relatos detalhados das ações e ensinamentos de Jesus, e pela inclusão de parábolas,
hinos e outros elementos poéticos.
Já o livro de Atos dos Apóstolos é uma narrativa histórica da disseminação do
cristianismo no mundo mediterrâneo, desde o Pentecostes até a prisão de Paulo em
Roma. O estilo literário de Atos é mais descritivo e menos poético do que o de Lucas, e
é caracterizado por uma linguagem mais direta e objetiva.

Além disso, enquanto o Evangelho de Lucas é escrito principalmente para um público


gentio, o livro de Atos é dirigido principalmente aos primeiros cristãos e conta a
história dos primeiros líderes da igreja primitiva.

Existem alguns pontos controversos nos livros de Lucas e Atos dos Apóstolos, que têm
sido objeto de debate e interpretações diferentes ao longo dos séculos. Alguns
exemplos incluem:

A data de composição: Embora se acredite que os livros de Lucas e Atos foram escritos
por volta do final do primeiro século, a data exata de sua composição é incerta e tem
sido objeto de muita especulação e debate entre estudiosos.

A historicidade dos relatos: Alguns estudiosos questionam a historicidade de certos


relatos nos livros de Lucas e Atos, argumentando que alguns eventos podem ter sido
exagerados ou interpretados de forma tendenciosa para fins teológicos.

A relação entre Lucas e outras fontes: Há debate sobre a relação entre Lucas e outras
fontes que podem ter sido usadas na composição dos livros, incluindo os outros
evangelhos canônicos e fontes apócrifas.

A teologia de Lucas: Alguns estudiosos têm interpretado a teologia de Lucas de


maneiras diferentes, particularmente em relação à sua visão da salvação e ao seu
retrato de Jesus como o Salvador.

É importante notar, no entanto, que muitas dessas questões são objeto de debate
entre estudiosos e não afetam a fé ou a autoridade dos livros de Lucas e Atos como
textos sagrados para os cristãos.

Há inúmeras afirmações no Novo Testamento podem ser interpretadas como


referências à ascensão:

Em João 6:62, Jesus pergunta aos judeus: "Que seria, se vós vísseis o Filho do homem
subir onde estava antes?".

Em João 16:10, na Última Ceia): “...porque vou para o Pai, e não me vereis mais;"

Em João 20:17, no episódio conhecido como Noli me tangere, Jesus diz a Maria
Madalena: " Não me toques; porque ainda não subi ao Pai, mas vai a meus irmãos e
dize-lhes que subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus".
Em Atos 2:30–33, Efésios 4:8–10 e I Timóteo 3:16, a ascensão é citada como um fato
consumado, enquanto em Hebreus 10:12, Jesus aparece entronado no céu.
A ascensão de Jesus é professada explicitamente no Credo Niceno e no Credo dos
Apóstolos afirmando que a humanidade de Jesus foi levada ao céu.

Credo Niceno (325) Credo niceno-constantinopolitano (381)

Πιστεύομεν εἰς ἕνα θεὸν πατέρα παντοκράτορα,


Πιστεύομεν εἰς ἕνα θεὸν πατέρα
ποιητὴν οὐρανοῦ καὶ γῆς, ὁρατῶν τε πάντων καὶ
παντοκράτορα, πάντων ὁρατῶν τε και ἀοράτων ποιητήν.
ἀοράτων·

Καὶ εἰς ἕνα κύριον Ἰησοῦν Χριστόν, τὸν υἱὸν τοῦ καὶ εἰς ἕνα κύριον Ἰησοῦν Χριστόν, τὸν υἱὸν τοῦ
θεοῦ, γεννηθέντα ἐκ τοῦ πατρὸς μονογενῆ, τοὐτέστιν ἐκ τῆς θεοῦ τὸν μονογενῆ, τὸν ἐκ τοῦ Πατρὸς
οὐσίας τοῦ πατρός, γεννηθέντα πρὸ πάντων τῶν αἰώνων,

θεὸν ἐκ θεοῦ, φῶς ἐκ φωτός, θεὸν ἀληθινὸν ἐκ θεοῦ ἀληθινοῦ, φῶς ἐκ φωτός, θεὸν ἀληθινὸν ἐκ θεοῦ ἀληθινοῦ,
γεννηθέντα, οὐ ποιηθέντα, ὁμοούσιον τῷ πατρί γεννηθέντα οὐ ποιηθέντα, ὁμοούσιον τῷ πατρί,

δι' οὗ τὰ πάντα ἐγένετο, τά τε ἐν τῷ οὐρανῷ καὶ τὰ ἐω τῇ γῇ δι' οὗ τὰ πάντα ἐγένετο,

τὸν δι' ἡμᾶς τοὺς ἀνθρώπους καὶ διὰ τὴν


τὸν δι' ἡμᾶς τοὺς ἀνθρώπους καὶ διὰ τὴν ἡμετέραν σωτηρίαν ἡμετέραν σωτηρίαν κατελθόντα ἐκ τῶν
κατελθόντα καὶ σαρκωθέντα καὶ ἐνανθρωπήσαντα, οὐρανῶν καὶ σαρκωθέντα ἐκ πνεύματος ἅγίου καὶ
Μαρίας τῆς παρθένου καὶ ἐνανθρωπήσαντα

σταυρωθέντα τε ὑπὲρ ἡμῶν ἐπὶ Ποντίου Πιλάτου


παθόντα, καὶ ἀναστάντα τῇ τρίτῃ ἡμέρᾳ, ἀνελθόντα εἰς τοὺς καὶ παθόντα καὶ ταφέντα καὶ ἀναστάντα τῇ τρίτῃ
οὐρανούς, ἡμέρα κατὰ τὰς γραφάς καὶ ἀνελθόντα εἰς τοὺς
οὐρανούς καὶ καθεζόμενον ἐκ δεξιῶν τοῦ πατρός

καὶ πάλιν ἐρχόμενον μετὰ δόξης κρῖναι ζῶντας καὶ


καὶ ἐρχόμενον κρῖναι ζῶντας καὶ νεκρούς.
νεκρούς·

οὗ τῆς βασιλείας οὐκ ἔσται τέλος.

καὶ εἰς τὸ πνεῦμα τὸ ἅγιον, τὸ κύριον, καὶ


ζῳοποιόν, τὸ ἐκ τοῦ πατρὸς ἐκπορευόμενον, τὸ
Καὶ εἰς τὸ ἅγιον πνεῦμα. σὺν πατρὶ καὶ υἱῷ συμπροσκυνούμενον καὶ
συνδοξαζόμενον, τὸ ἐκλαλῆσαν διὰ τῶν
προφητῶν·

Τοὺς δὲ λέγοντας· ἦν ποτε ὅτε οὐκ ἦν, καὶ πρὶν γεννηθῆναι


Εἰς μίαν ἁγίαν καθολικὴν καὶ ἀποστολικὴν
οὐκ ἦν, καὶ ὅτι ἐξ οὐκ ὄντων ἐγένετο, ἢ ἐξ ἑτέρας
ἐκκλησίαν· ὁμολογοῦμεν ἓν βάπτισμα εἰς ἄφεσιν
ὑποστάσεως ἢ οὐσίας φάσκοντας εἶναι, ἢ κτιστόν ἢ
ἁμαρτιῶν· προσδοκοῦμεν ἀνάστασιν νεκρῶν, καὶ
τρεπτὸν ἢ ἀλλοιωτὸν τὸν υἱὸν τοῦ θεοῦ, ἀναθεματίζει ἡ
ζωὴν τοῦ μέλλοντος αἰῶνος. ἀμήν.
καθολικὴ ἐκκλησία.
Numa tradução portuguesa as diferenças aparecem assim:

Credo Niceno (325) Credo niceno-constantinopolitano (381?)

Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador de Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do
todas as coisas visíveis e invisíveis. céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

Ε em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de
gerado unigênito do Pai, isto é, da substância do Pai; Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos

Deus de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado,
verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai; não feito, consubstancial ao Pai,

por quem foram feitas todas as coisas que estão no


por que, foram feitas todas as coisas.
céu ou na terra.

O qual por nós homens e para a nossa salvação,


O qual por nós homens e para nossa salvação, desceu,
desceu dos céus: se encarnou pelo Espírito Santo, no
se encarnou e se fez homem.
seio da Virgem Maria, e se fez homem.

Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos


Padeceu e ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos e padeceu e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro
céus dia conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde
está assentado à direita do Pai.

Ele virá novamente, em glória, para julgar os vivos e os


Ele virá para julgar os vivos e os mortos.
mortos;

e o Seu reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que


E no Espírito Santo. procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e
glorificado: Ele falou pelos profetas.

E quem quer que diga que houve um tempo em que


o Filho de Deus não existia, ou que antes que fosse
gerado ele não existia, ou que ele foi criado daquilo E na Igreja, una, santa, católica e apostólica.
que não existia, ou que ele é de uma substância ou Confessamos um só batismo para remissão dos
essência diferente (do Pai), ou que ele é uma pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos; e a
criatura, ou sujeito à mudança ou transformação, vida do mundo vindouro. Amém.
todos os que falem assim, são anatematizados pela
Igreja Católica.
Credo dos Apóstolos

1. Credo in Deum Patrem omnipotentem, Creatorem caeli et terrae, (Creio em Deus


Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra;)
2. et in Iesum Christum, Filium Eius unicum, Dominum nostrum, (E em Jesus Cristo, um
só seu Filho (seu único Filho), Nosso Senhor,)
3. qui conceptus est de Spiritu Sancto, natus ex Maria Virgine, (Que foi concebido pelo
poder do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem;)
4. passus sub Pontio Pilato, crucifixus, mortuus, et sepultus, (Padeceu sob o poder de
Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;)
5. descendit ad ínferos, tertia die resurrexit a mortuis, (Desceu ao reino dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia;)
6. ascendit ad caelos, sedet ad dexteram Dei Patris omnipotentis, (Subiu ao Céu, está
sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,)
7. inde venturus est iudicare vivos et mortuos. (De onde há de vir a julgar os vivos e os
mortos.)
8. Credo in Spiritum Sanctum, (Creio no Espírito Santo,)
9. sanctam Ecclesiam catholicam, sanctorum communionem, (Na Santa Igreja
Católica, na comunhão dos Santos,)
10. remissionem peccatorum,( Na remissão dos pecados,)
11. carnis resurrectionem, (Na ressurreição da carne,)
12. vitam aeternam. (Na vida eterna.)
Amen. Amém.

A ideia de que Jesus ascendeu ao céu em seu corpo físico como pregam no catecismo
católico (Credo dos Apóstolos também afirma que a humanidade de Jesus foi levada ao
céu), é difícil de conciliar com a compreensão moderna da física e da astronomia. O
corpo humano precisa de ar para respirar, e a atmosfera terrestre não seria capaz de
fornecer ar suficiente para sustentar um corpo humano em elevadas altitudes. Além
disso, a pressão atmosférica diminui à medida que a altitude aumenta, o que também
seria prejudicial para um corpo humano sem proteção. Portanto, a narrativa da
ascensão de Jesus ao céu em seu corpo físico é difícil de conciliar com a compreensão
moderna cientifica. A atmosfera é a camada de gases que envolve a Terra e se estende
até cerca de 10.000 km de altura, dentro da órbita terrestre baixa. Fora dessa altitude,
não há atmosfera significativa para sustentar a vida humana. Por isso, mesmo que se
assuma uma interpretação literal da ascensão de Jesus, a ideia de que ele subiu ao
céu em seu corpo físico além da atmosfera da Terra seria difícil de conciliar com a
ciência atual. Se um corpo humano fosse exposto ao ambiente do espaço sideral sem a
proteção adequada, ele estaria sujeito a várias formas de dano. Uma das principais
preocupações é a falta de oxigênio, que resultaria na incapacidade de respirar e,
eventualmente, na morte. Além disso, a falta de pressão atmosférica no espaço sideral
faria com que a água e os gases dentro do corpo humano começassem a se expandir
rapidamente, causando danos aos tecidos, ruptura de órgãos e até mesmo a explosão
do corpo. A exposição à radiação também seria um problema grave. No espaço, os
astronautas estão sujeitos a altos níveis de radiação cósmica que podem causar danos
ao DNA e aumentar o risco de câncer. Outras preocupações incluem a ausência de
gravidade, que pode afetar a circulação sanguínea, a densidade óssea e a massa
muscular, e a exposição a micrometeoritos e detritos espaciais, que podem danificar
naves espaciais e trajes espaciais. Portanto, a exposição ao ambiente do espaço sideral
sem a proteção adequada seria fatal para um corpo humano. Isso sugere que a
história da ascensão deve ser entendida como uma alegoria ou metáfora usada para
transmitir ideias espirituais profundas.

Outra base de interpretação para a ascensão, é que tenha sido literal, a compreensão
teológica do que significa a ascensão de Jesus nesta interpretação, é que tal ascensão
só foi possível, porque seu corpo havia passado para outro estado o de glorificado.
Isso significa que seu corpo físico foi transformado em um estado glorioso,
ressuscitado e transfigurado, tornando-se apto para a vida eterna junto a Deus no céu.

O conceito de "corpo glorificado" refere-se à crença cristã de que, após a ressurreição,


os corpos dos crentes serão transformados e glorificados de maneira sobrenatural,
tornando-se imortais e semelhantes ao corpo ressurreto de Jesus Cristo. Essa crença é
baseada em passagens bíblicas como 1 Coríntios 15:42-44, onde o apóstolo Paulo
escreve: "Assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em
corrupção, ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscitará em glória.
Semeia-se em fraqueza, ressuscitará em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscitará
corpo espiritual."

O corpo glorificado é descrito como sendo incorruptível, imortal, espiritual e revestido


de glória. É diferente do corpo físico que temos agora, sujeito à doença,
envelhecimento e morte. O corpo glorificado também é descrito como sendo
semelhante ao corpo ressurreto de Jesus Cristo, que, após sua ressurreição, podia
aparecer e desaparecer, entrar em salas trancadas e não era mais limitado pelo tempo
e espaço.

A ascensão de Jesus aos céus é um evento milagroso registrado no Novo Testamento e


é uma das principais crenças cristãs. Acredita-se que, após sua morte e ressurreição,
Jesus ascendeu aos céus em seu corpo ressurreto e glorificado. No entanto, a questão
de se o corpo glorificado de Jesus foi o que facilitou a ascensão e se isso violou as leis
da física é uma questão teológica que tem sido debatida ao longo da história.

Alguns teólogos argumentam que a ascensão de Jesus não violou as leis da física, mas
foi um evento sobrenatural que ocorreu de acordo com a vontade de Deus. Eles
argumentam que, assim como Deus pode realizar milagres, Ele também pode fazer
com que o corpo ressurreto de Jesus suba aos céus sem violar as leis da física.

Outros teólogos sugerem que o corpo ressurreto e glorificado de Jesus pode ter se
tornado diferente de nosso corpo físico e, portanto, pode ter sido capaz de
transcender as limitações da física. Eles sugerem que o corpo glorificado de Jesus era
capaz de existir além do espaço e do tempo e, portanto, era capaz de subir aos céus
sem seguir as leis da física que regem nosso mundo físico.
Em resumo, a questão de se a ascensão de Jesus violou as leis da física é uma questão
teológica complexa que continua a ser debatida entre os estudiosos religiosos.
Algumas interpretações sugerem que o evento ocorreu de acordo com a vontade
divina, enquanto outras argumentam que o corpo ressurreto e glorificado de Jesus
tinha características que o tornavam capaz de transcender as leis da física.

A ascensão é vista como um símbolo da exaltação de Jesus à direita de Deus e da sua


natureza divina. Em outras palavras, a ascensão de Jesus é vista como uma expressão
da sua autoridade e poder sobre todas as coisas, e não como um evento histórico que
ocorreu em um determinado momento e local. Finalmente, a interpretação espiritual
da ascensão de Jesus é consistente com a visão cristã de que a história sagrada é uma
expressão simbólica da verdade divina. A ascensão é um símbolo da ascensão
espiritual de cada um de nós à presença de Deus, e a interpretação espiritual da
história tem sido fundamental para a fé cristã desde os primeiros dias da Igreja. Em
resumo, a interpretação de que a ascensão de Jesus não foi literal se baseia nas
diferenças nas descrições da história, na compreensão moderna da física e da
astronomia, na compreensão teológica do significado da ascensão de Jesus e na visão
cristã de que a história sagrada é uma expressão simbólica da verdade divina.

O termo grego "elevado" em Lucas 24 se refere à ascensão de Jesus Cristo aos céus. No
capítulo 24 do Evangelho de Lucas, é relatado que Jesus apareceu aos seus discípulos
após a sua ressurreição e os instruiu sobre as Escrituras. Depois disso, ele os levou para
Betânia, abençoou-os e foi elevado ao céu diante deles. Esse evento é conhecido como
a ascensão de Jesus Cristo e é um dos principais eventos da fé cristã. O termo grego
usado em para se referir à ascensão de Jesus é "ἀνεφέρετο" (anephereto), que
significa "foi elevado" ou "foi carregado para cima".

Em Atos 1:9, o verbo usado para descrever a elevação de Jesus aos céus é "epērthē"
(ἐπήρθη), que é uma forma do verbo "epairō" (ἐπαίρω), que pode ser traduzido como
"elevar" ou "levantar". Nesse versículo, é relatado que, após falar com seus discípulos,
Jesus foi elevado enquanto eles o observavam, até que uma nuvem o ocultou de sua
vista. Essa é uma descrição poética da ascensão de Jesus aos céus, um evento
fundamental na tradição cristã que simboliza a entrada de Jesus na glória celestial e o
início da espera pela sua segunda vinda.

Em Lucas 24:51, é dito que Jesus "foi levado para o céu", enquanto em Atos 1:9 é dito
que ele "foi elevado" enquanto seus discípulos o observavam. Além disso, em Lucas, a
ascensão ocorre em Betânia, enquanto em Atos ela ocorre no Monte das Oliveiras.

Ambos os versículos também destacam a reação dos discípulos diante da ascensão de


Jesus. Em Lucas, eles "adoraram-no" após a ascensão, enquanto em Atos eles ficaram
"olhando atentamente para o céu" antes de serem interpelados por dois homens
vestidos de branco que lhes disseram que Jesus voltaria da mesma forma como foi
para o céu.
Betânia fica perto do Monte das Oliveiras, que é uma montanha situada a leste de
Jerusalém. De acordo com o Evangelho de João, Betânia estava localizada a cerca de
três quilômetros a leste de Jerusalém, próxima ao Monte das Oliveiras (João 11:18). É
possível que Jesus e seus discípulos tenham passado algum tempo em Betânia antes
de se dirigirem ao Monte das Oliveiras, onde ocorreu a ascensão de Jesus, como
mencionado em Lucas 24:50-53 e em Atos 1:9-12.

A tese da ascensão física de Jesus aos céus é amplamente aceita entre os cristãos, mas
pode haver variações na forma como é interpretada ou enfatizada.

Alguns teólogos importantes que defendem a tese da ascensão física de Jesus


incluem:

Tomás de Aquino: teólogo católico medieval que argumentou que a ascensão de Jesus
era necessária para que ele pudesse assumir seu lugar à direita de Deus Pai e
interceder por nós.

Martinho Lutero: líder da Reforma Protestante que defendeu a doutrina da ascensão


de Cristo como uma verdade fundamental do cristianismo.

John Calvin: teólogo reformado que argumentou que a ascensão de Jesus foi uma
confirmação de sua vitória sobre a morte e o pecado, e que ele agora reina como Rei
dos reis e Senhor dos senhores.

Karl Barth: teólogo suíço do século XX que enfatizou a importância da ascensão de


Jesus para a compreensão da natureza divina e humana de Cristo.

N. T. Wright: teólogo anglicano contemporâneo que enfatiza a realidade histórica da


ascensão de Jesus como um evento que teve implicações significativas para a
compreensão da ressurreição, da missão da igreja e da esperança cristã.

Esses são apenas alguns exemplos de teólogos importantes que defendem a tese da
ascensão física de Jesus aos céus. No entanto, há alguns teólogos e estudiosos que
questionam ou rejeitam essa crença.

Aqui estão alguns exemplos de teólogos que argumentam contra a tese da ascensão
física de Jesus:

Rudolf Bultmann: teólogo protestante alemão do século XX que argumentou que a


história da ascensão era um mito e que a verdadeira mensagem cristã não dependia de
eventos miraculosos ou sobrenaturais.

Marcus Borg: estudioso do Novo Testamento americano que argumentou que a


ascensão de Jesus deve ser entendida como uma experiência mística ou espiritual, e
não como um evento histórico.
John Shelby Spong: bispo episcopal americano aposentado que argumenta que a
ascensão de Jesus é uma imagem simbólica para a transformação interior que ocorre
em cada pessoa que segue o caminho de Jesus.

Bart Ehrman: estudioso do Novo Testamento americano que argumenta que a crença
na ascensão de Jesus é uma crença tardia que evoluiu a partir de tradições antigas
sobre a ressurreição.

Esses são apenas alguns exemplos de teólogos e estudiosos que questionam ou


rejeitam a tese da ascensão física de Jesus aos céus. No entanto, é importante notar
que essas opiniões não são compartilhadas pela maioria dos cristãos e que a crença na
ascensão de Jesus é amplamente aceita como uma doutrina fundamental da fé cristã.

Porque em João 20:17, Jesus diz às mulheres que o encontram no jardim do túmulo
para não o tocar, pois ele ainda não havia subido ao Pai?

Essa declaração de Jesus pode ser entendida de várias maneiras, mas uma possível
interpretação é a seguinte:

Jesus estava se referindo ao seu estado de transição entre a ressurreição e a ascensão.


Ele havia acabado de ressuscitar dentre os mortos, mas ainda não havia subido aos
céus para ser exaltado à direita do Pai. Essa transição pode ter sido uma experiência
poderosa e incompreensível para os discípulos e Jesus pode ter desencorajado
qualquer contato físico nesse momento para evitar qualquer perturbação da transição
ou mal-entendido sobre a natureza da ressurreição.

Além disso, a declaração de Jesus pode ter um significado teológico mais profundo. A
ascensão de Jesus é frequentemente entendida como um evento que marca sua vitória
sobre a morte e o pecado, sua exaltação à direita do Pai e seu papel como nosso sumo
sacerdote e intercessor. Ao dizer que ainda não subiu ao Pai, Jesus pode estar
indicando que seu trabalho na terra ainda não havia sido concluído e que ele ainda
precisava completar sua missão antes de ser glorificado.

Em resumo, a declaração de Jesus para não o tocar pode ter sido uma medida para
evitar perturbações durante sua transição entre a ressurreição e a ascensão, bem
como uma indicação de que seu trabalho ainda não havia sido concluído na terra.

Aqui estão algumas características comuns do corpo glorificado, conforme descritas


nas Escrituras:

Incorruptibilidade: O corpo glorificado é livre da corrupção que afeta o corpo mortal. 1


Coríntios 15:42 diz: "Semeia-se em corrupção, ressuscitará em incorrupção".

Imortalidade: O corpo glorificado não está sujeito à morte. 1 Coríntios 15:53-54 diz:
"Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que
este corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se
revestir da incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir da imortalidade, então
cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória."

Espiritualidade: O corpo glorificado é descrito como um "corpo espiritual" em 1


Coríntios 15:44, o que sugere que ele é governado pelo Espírito Santo e não mais pelas
limitações físicas do mundo natural.

Glória: O corpo glorificado é revestido de glória. Filipenses 3:21 diz: "o qual
transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo
o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas".

Semelhança ao corpo ressurreto de Cristo: O corpo glorificado é semelhante ao corpo


ressurreto de Cristo. 1 João 3:2 diz: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não
é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele; porque assim como é, o veremos".

Em 1 Coríntios 15:45, que diz: "Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão,
foi feito alma vivente; o último Adão, porém, é espírito vivificante".

Nessa passagem, o apóstolo Paulo está comparando e contrastando Adão, o primeiro


homem criado por Deus, com Jesus Cristo, o último Adão. Paulo está enfatizando a
importância da ressurreição e do corpo glorificado, e afirmando que Cristo é a fonte de
vida eterna.

Ao dizer que Adão foi feito uma alma vivente, Paulo está se referindo à criação de
Adão no livro de Gênesis, onde Deus soprou o fôlego da vida em Adão e ele se tornou
uma "alma vivente" (Gênesis 2:7). Mas Jesus Cristo, como "Espírito Vivificante",
oferece vida eterna através da sua ressurreição, e aqueles que creem nele receberão
um corpo transformado e glorificado, semelhante ao corpo de Cristo ressurreto.

A referência a "Assim está também escrito" em 1 Coríntios 15:45 é uma alusão a


Gênesis 2:7, onde se lê que Deus soprou o fôlego da vida em Adão e ele se tornou uma
alma vivente. Paulo está comparando e contrastando a condição de Adão, que foi
criado como uma "alma vivente", com a condição de Cristo, que é um "Espírito
Vivificante".

Vale ressaltar que a expressão "assim está também escrito" é uma fórmula comum
usada por Paulo para introduzir uma referência às Escrituras do Antigo Testamento.
Essa fórmula é encontrada em diversas passagens das suas epístolas, como em
Romanos 11:26, 1 Coríntios 1:31, 2 Coríntios 9:9, Gálatas 3:10, entre outras.

A afirmação de que Jesus é um "Espírito Vivificante" em 1 Coríntios 15:45 é específica


para ele como o último Adão e como o iniciador da vida eterna para aqueles que
creem NEle.

No entanto, em 1 Coríntios 15:42-44, Paulo faz uma distinção entre o corpo natural e o
corpo ressurreto: "Assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se em
corrupção, ressuscita-se em incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita-se em
glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita-se em poder. Semeia-se corpo animal,
ressuscita-se corpo espiritual".

Essa passagem sugere que o corpo ressurreto é um corpo espiritual, não no sentido de
ser etéreo ou imaterial, mas no sentido de que é um corpo guiado e vivificado pelo
Espírito Santo de Deus. Portanto, podemos inferir que o corpo ressurreto de todos os
crentes será um corpo transformado, glorificado e vivificado pelo Espírito Santo, mas
Jesus é único como o "Espírito Vivificante" por ser o iniciador e consumador da nossa
salvação.

É verdade que Tomé, um dos discípulos de Jesus, tocou o corpo ressurreto de Jesus.
Esse episódio é relatado em João 20:24-29. Quando Jesus apareceu aos seus discípulos
pela primeira vez após a sua ressurreição, Tomé não estava presente. Quando os
outros discípulos contaram a ele que haviam visto o Senhor, Tomé expressou dúvida e
disse que só acreditaria se pudesse ver e tocar nas marcas dos cravos nas mãos de
Jesus e no seu lado perfurado pela lança.

Uma semana depois, Jesus apareceu novamente aos seus discípulos, desta vez com
Tomé presente. Jesus convidou Tomé a ver e tocar as suas feridas, e Tomé confessou a
sua fé em Jesus, dizendo: "Senhor meu e Deus meu!" (João 20:28).

Esse episódio mostra que o corpo ressurreto de Jesus era real e tangível, e não uma
mera aparição ou visão. No entanto, o corpo ressurreto de Jesus também era diferente
do corpo físico que ele possuía antes de morrer, pois podia aparecer e desaparecer,
passar através de portas fechadas e ser reconhecido apenas quando ele o permitia.

É verdade que Tomé, um dos discípulos de Jesus, tocou o corpo ressurreto de Jesus.
Esse episódio é relatado em João 20:24-29. Quando Jesus apareceu aos seus discípulos
pela primeira vez após a sua ressurreição, Tomé não estava presente. Quando os
outros discípulos contaram a ele que haviam visto o Senhor, Tomé expressou dúvida e
disse que só acreditaria se pudesse ver e tocar nas marcas dos cravos nas mãos de
Jesus e no seu lado perfurado pela lança.

Uma semana depois, Jesus apareceu novamente aos seus discípulos, desta vez com
Tomé presente. Jesus convidou Tomé a ver e tocar as suas feridas, e Tomé confessou a
sua fé em Jesus, dizendo: "Senhor meu e Deus meu!" (João 20:28).

Esse episódio mostra que o corpo ressurreto de Jesus era real e tangível, e não uma
mera aparição ou visão. No entanto, o corpo ressurreto de Jesus também era diferente
do corpo físico que ele possuía antes de morrer, pois podia aparecer e desaparecer,
passar através de portas fechadas e ser reconhecido apenas quando ele o permitia.

Existem algumas diferenças entre o corpo de Jesus antes de sua morte e ressurreição e
o seu corpo ressurreto e glorificado. Algumas dessas diferenças são:
Corpo físico: Antes da sua morte, Jesus tinha um corpo físico humano como qualquer
outro ser humano, que estava sujeito às limitações e fraquezas da carne. Após a sua
ressurreição, o corpo de Jesus foi transformado em um corpo ressurreto e glorificado,
que não estava mais sujeito à morte ou corrupção.

Capacidade de aparecer e desaparecer: O corpo ressurreto de Jesus podia aparecer e


desaparecer de maneira sobrenatural. Ele apareceu aos seus discípulos mesmo quando
as portas estavam trancadas (João 20:19), e também desapareceu subitamente
quando estava falando com dois discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24:31).

Capacidade de ser reconhecido ou não: O corpo ressurreto de Jesus nem sempre era
imediatamente reconhecido por aqueles que o viam. Por exemplo, Maria Madalena
não reconheceu Jesus imediatamente quando ele apareceu a ela (João 20:14-16), e os
discípulos no caminho de Emaús não reconheceram Jesus até que ele partiu o pão
(Lucas 24:30-31).

Capacidade de ser tocado: Embora o corpo ressurreto de Jesus fosse diferente do seu
corpo físico anterior, ele ainda tinha uma forma física tangível e real. Ele convidou
Tomé a tocar as suas feridas para que pudesse ver e crer (João 20:27).

Essas são apenas algumas das diferenças entre o corpo de Jesus antes da sua morte e
ressurreição e o seu corpo ressurreto e glorificado.

De acordo com a crença cristã, antes da fundação do mundo, Jesus existia como Deus,
como parte da Trindade divina. Ele não tinha um corpo físico como temos, mas existia
como um ser espiritual.

A Bíblia se refere a Jesus como o "Verbo" que estava com Deus desde o início e que "se
fez carne e habitou entre nós" (João 1:1, 14). Isso significa que, na encarnação, Jesus
assumiu um corpo humano para se tornar o salvador da humanidade.

No entanto, a crença cristã não se preocupa tanto com a natureza do corpo que Jesus
tinha antes da encarnação, mas com o seu papel como o Filho de Deus, o salvador da
humanidade. O corpo que Jesus assumiu na encarnação foi necessário para que ele
pudesse viver entre os seres humanos e se oferecer como um sacrifício pelos nossos
pecados.

Na teologia cristã, o "Verbo" é uma tradução do termo grego "Logos", que é usado no
Evangelho de João para se referir a Jesus Cristo. O termo "Logos" tem várias camadas
de significado e é rico em simbolismo e teologia.

Em sua essência, o "Logos" representa a palavra ou a razão divina de Deus. É a


expressão da mente de Deus, o princípio criativo que deu origem a tudo o que existe
no universo. Na filosofia grega, o "Logos" era considerado a causa primordial do
universo, o princípio ordenador que governa todas as coisas.
Para os cristãos, Jesus Cristo é a encarnação do "Logos". Ele é a palavra de Deus feita
carne, o princípio criativo que se tornou humano para salvar a humanidade. Jesus é
visto como a expressão plena da mente de Deus, a revelação definitiva do amor e da
graça divina.

O termo "Verbo" é usado na Bíblia em referência a Jesus como a encarnação do


"Logos". Em João 1:1, a Bíblia diz: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus." Isso significa que Jesus é a manifestação da palavra divina
de Deus, a encarnação do princípio criativo que governa todo o universo.

O termo grego usado em João 1:14 para "habitou entre nós" é "eskenosen", que vem
do verbo "skenoo". Esse verbo é usado para descrever o ato de "habitar em uma
tenda" ou "acampar", mas a palavra em si não tem conexão direta com a palavra
hebraica "sukot".

A palavra "sukot" é geralmente traduzida como "tendas" ou "cabanas" e é usada em


referência à festa judaica de Sucot, que é celebrada no outono e envolve a construção
de cabanas temporárias para lembrar a peregrinação dos israelitas pelo deserto após o
Êxodo. Embora a palavra "skenoo" possa ter uma conexão temática com a ideia de
uma tenda ou cabana, ela não está diretamente relacionada ao termo "sukot".

Embora não haja uma conexão direta entre as palavras "eskenosen" (do grego) e
"sukot" (do hebraico), pode-se fazer um paralelo simbólico entre os dois conceitos.

Em João 1:14, a Bíblia diz: "E o Verbo se fez carne e habitou (eskenosen) entre nós". A
palavra "eskenosen" vem do verbo "skenoo", que pode ser traduzido como "habitar
em uma tenda" ou "acampar". Nesse sentido, podemos entender que a vinda de Jesus
à Terra foi como se Ele tivesse vindo acampar ou habitar temporariamente entre nós.

Da mesma forma, a festa judaica de Sucot (ou Tabernáculos) envolve a construção de


cabanas temporárias (sukot) para lembrar a peregrinação dos israelitas pelo deserto
após o Êxodo. Durante essa festa, os judeus comemoram a proteção divina durante
sua jornada pelo deserto e agradecem a Deus por suas bênçãos. Assim como Jesus
habitou entre nós temporariamente, os israelitas habitaram em tendas temporárias
durante sua jornada pelo deserto.

Embora as palavras em si não estejam diretamente relacionadas, o paralelo simbólico


entre "eskenosen" e "sukot" nos lembra da presença temporária de Deus entre os
homens e do cuidado divino para com seu povo, tanto no tempo de Jesus como nos
tempos antigos.

Em Apocalipse 21:3, lemos: "E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o
tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo,
e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus".
Essa passagem fala da presença definitiva de Deus entre os homens, após o fim dos
tempos. Nesse sentido, podemos fazer uma ligação com a ideia de "eskenosen" e
"sukot", que falam da presença temporária de Deus entre os homens.

Assim como Jesus habitou entre nós temporariamente, preparando o caminho para a
presença definitiva de Deus na Terra, o texto de Apocalipse fala da realização desse
plano divino, onde Deus habitaria para sempre com o seu povo. A palavra
"tabernáculo" evoca a ideia de uma tenda ou cabana, lembrando-nos do simbolismo
de "sukot".

O fato de Deus estar presente entre os homens e ser o Deus deles é enfatizado na
passagem de Apocalipse, assim como a presença de Jesus na Terra durante sua vida
terrena nos lembra que Deus está conosco e é nosso Salvador. O paralelo simbólico
entre "eskenosen", "sukot" e "tabernáculo" nos lembra da continuidade e do
cumprimento do plano divino de habitar entre os homens.

A palavra grega usada para "tabernáculo" em Apocalipse 21:3 é "σκηνή" (skene), que
pode ser traduzida como "tenda" ou "habitação temporária". É interessante notar que
essa palavra tem uma raiz comum com a palavra grega usada para "eskenosen" em
João 1:14, que significa "e Ele (o Verbo) habitou (eskenosen) entre nós". Isso pode
indicar uma conexão simbólica entre a habitação temporária de Jesus na Terra e a
ideia de Deus habitar entre os homens de forma definitiva no tabernáculo celestial.

A interpretação de Apocalipse 21:3 pode variar de acordo com a compreensão


teológica de cada pessoa ou tradição religiosa. No entanto, a maioria dos estudiosos
bíblicos entende que o contexto do capítulo 21 de Apocalipse fala da nova Jerusalém, a
cidade celestial que desce do céu à terra.

O verso 2 afirma que essa cidade "descia do céu, da parte de Deus, ataviada como
noiva adornada para o seu esposo". Isso sugere que a nova Jerusalém é uma realidade
celeste que desce à terra, em vez de uma cidade terrena. Além disso, a descrição da
cidade é repleta de imagens simbólicas que remetem ao céu, como as ruas de ouro
transparente, o rio da água da vida e a árvore da vida.

Com base nisso, muitos entendem que quando Apocalipse 21:3 afirma que "Eis aqui o
tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo,
e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus", está se referindo à presença de
Deus na nova Jerusalém que desce à terra. Ou seja, a nova terra é a terra renovada
pela presença da nova Jerusalém, que é uma realidade celestial.

No entanto, é importante ressaltar que essa é uma interpretação e que outras


interpretações podem ser defendidas com base na análise do texto bíblico.

Independentemente da interpretação que se faça sobre a ascensão de Jesus, a figura


de Jesus Cristo é amplamente reconhecida como o Filho de Deus nas tradições cristãs.
Para muitos crentes, a ascensão de Jesus é um evento histórico e literal que marca a
glorificação de Cristo e o cumprimento das profecias bíblicas. Já para outros, a
ascensão pode ser vista como uma metáfora poderosa que representa a ascensão
espiritual de Jesus e sua união com o Pai Celestial.

No entanto, em ambas as interpretações, Jesus é universalmente reverenciado como


um líder espiritual e exemplo de amor, compaixão e sacrifício para a humanidade. Sua
vida e ensinamentos têm inspirado milhões de pessoas ao longo dos séculos e sua
mensagem continua a ressoar em todo o mundo, independentemente de diferenças
culturais ou religiosas. Portanto, a importância de Jesus como Filho de Deus
transcende qualquer interpretação específica da ascensão e permanece como um pilar
central da fé cristã.

ΕΝ ΑΡΧΗ ΗΝ Ο ΛΟΓΟΣ, ΚΑΙ Ο ΛΟΓΟΣ ΗΝ ΠΡΟΣ ΤΟΝ ΘΕΟΝ, ΚΑΙ ΘΕΟΣ ΗΝ Ο ΛΟΓΟΣ.

Transliteração: En archē ēn ho logos, kai ho logos ēn pros ton theon, kai theos ēn ho
logos.

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