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Ano 30 DC – 14 de Nisan – quarta-feira

– Dia da Preparação
Todas as passagens do Novo Testamento quanto ao “dia da preparação” se referem ao 14 de
Nisan, dia da preparação da Páscoa, conforme a Lei de Moisés. Em nenhum caso se refere à
sexta-feira. Vejamos todos eles:
 
1 – Relato de Lucas quanto ao sepultamento de Jesus: “E era o dia da preparação, e
amanhecia o sábado.”  (Lucas 23 : 54)
 
2 – Relato de João quanto às palavras jocosas de Pilatos dirigiras aos fariseus no dia da
crucificação do Senhor: “E era a preparação da páscoa, e quase à hora sexta; e disse aos
judeus: Eis aqui o vosso Rei.”  (João 19 : 14)
 
3 – Relato de João quanto à providência que os fariseus queriam tomar para apressar a
morte de Jesus: “Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto
como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes
quebrassem as pernas, e fossem tirados.”  (João 19 : 31)
 
4 – Relato de João quanto ao sepultamento de Jesus: “Ali, pois (por causa da preparação
dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus.”  (João 19 : 42)
 
5 – Mateus se refere ao dia seguinte à morte de Jesus quando os sacerdotes foram solicitar
a Pilatos a guarda do túmulo: “E no dia seguinte, que é o dia depois da Preparação,
reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos,”  (Mateus 27 : 62)
 
Conforme vimos, o 14 de Nisan era o dia da preparação da Páscoa, uma quarta-feira,
conforme o calendário judaico do ano 30 de nossa era. De acordo com a Lei, o 15 de Nisan,
que naquele ano caiu numa quinta-feira, era um SÁBADO, dia solene de descanso.

Vê-se pelo texto de Mateus que não é o sumo sacerdote quem vai a Pilatos, mas sim, os
príncipes dos sacerdotes. Foi uma forma de os príncipes darem sua cota pessoal de
sacrifício, poupando o sumo sacerdote de violar o Sábado.

João 19:31 faz referência que aquele era um grande dia de SÁBADO, pois era um dos dois
SÁBADOS da festa, ou seja, o 15 e 21 de Nisan, dias de descanso solene. O SÁBADO, 15 de
Nisan, caiu numa quinta-feira, e o SÁBADO, 21 de nisan, último dia da Festa dos Ázimos,
caiu numa quarta-feira.

Conforme o capítulo 13 de João, Jesus ceou com os discípulos, e depois da Ceia lavou-lhes
os pés. Só então Judas, que havia previamente combinado o preço da traição de Jesus com
os sacerdotes (Mateus 26:14-16) ausentou-se do cenáculo para entregá-lo às autoridades.

Jesus foi preso no Monte das Oliveiras tarde aquela noite. Foi primeiramente levado à casa
de Anás (João 18:13), sogro de Caifás, o sumo sacerdote aquele ano, e mais tarde levado à
presença do próprio Caifás.

João era de alguma forma conhecido de Anás (João 18:15) e desta forma pode acompanhar
Jesus até o interior da casa onde foi interrogado, e também interceder para que fosse
permitida a entrada de Pedro no pátio. Foi na casa de Anás que Pedro negou Jesus (João
18:17) pela primeira vez. Dali Jesus foi enviado à casa de Caifás onde Pedro o negou por
mais duas vezes. (João 18:24-27)
Conforme Marcos 14:61-64, Jesus foi achado pelo sumo sacerdote culpado de crime punível
com morte, e por não ter poder para executar a condenação levaram Jesus à presença de
Pilatos para que o sentenciasse. O teólogo americano Robert Gundry comenta em seu
Panorama do Novo Testamento (Editora Vida Nova, 2ª edição, 1981, Página 217) que Anás,
genro de Caifás, havia sido deposto do cargo de sumo sacerdote por haver sentenciado um
judeu à morte na ausência do governador.

O texto de João 18:28  diz que “depois levaram Jesus da casa de Caifás para a audiência. E
era pela manhã cedo. E não entraram na audiência, para não se contaminarem, mas
poderem comer a páscoa”. É mais um texto que mostra claramente que a Ceia do Senhor
não correspondeu a Páscoa judaica, e que era o dia 14 de Nisan, uma vez que os sacerdotes
não queriam se contaminar para comer a Páscoa, o que acontecia no dia 15 de Nisan.
Definitivamente Jesus foi morto do 14 de Nisan.

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