Você está na página 1de 3

A origem e o significado da Páscoa judaica

Quando Deus anunciou a décima praga, Ele também deu instruções a Moisés de como os israelitas
deveriam proceder. O Senhor ordenou que eles sacrificassem um cordeiro ou cabrito macho sem
defeito no décimo quarto dia do mês de Abibe, e espargisse o sangue do cordeiro nos umbrais e no alto
dos batentes das portas de suas casas.

Eles deveriam comer a carne do cordeiro assada no fogo, acompanhada de pães asmos e ervas amarga.
Aqui podemos fazer as seguintes observações:
Santa ceia pascal (ABRIL)
Páscoa celebração, com a santa ceia pascal.
Significado.
A passagem da escravidão do povo judeu no Egito, para a liberdade na terra prometida, e uma
ordenança e requer um ritual solene
Elementos da ceia pascal.
Ervas amarga. Para lembrar a vida de escravidão no Egito
Pão sem fermento (Pães asmos). Corpo de Cristo (fermento está relacionado a contaminação). Os pães
asmos deveriam ser comidos como lembrança da pressa durante o êxodo.
Carne de cordeiro (Ervas Amargas). A clara figura do messias que deu sua vida para a salvação do
mundo, e também simboliza quando foi passado o sangue nos umbrais das portas do povo de Deus.
Estavam diretamente associadas ao sofrimento e a aflição dos tempos de escravidão (cf. Lamentações
3:15).
Vinho. Sangue de Cristo
A preparação da Ceia pascal êxodo 12. 1,6, 26 , 27
Significado 1 Co 11,28

Quando o juízo de Deus atingiu o Egito, morreram todos os primogênitos, desde os homens até os
animais. Isto também significou a completa derrota dos deuses do Egito. O significado da Páscoa judaica
está claramente registrado no livro do Êxodo, quando lemos:

E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que rito é este? Respondereis: Este é o sacrifício
da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos
egípcios, e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou (Êxodo 12:26,27).

A observância da Páscoa no decorrer da história dos hebreus


Moisés institui a Páscoa como uma celebração anual. Assim, a Páscoa é a festa judaica mais antiga. Os
judeus deveriam celebrar a Páscoa seguindo as regras básicas que foram determinadas no Pentateuco
(Êxodo 12; Levítico 23; Deuteronômio 16).

Assim como na primeira Páscoa ainda no Egito, a festa anual era comemorada no crepúsculo do décimo
quarto dia do primeiro mês, seguida de sete dias consecutivos (do décimo quinto ao vigésimo primeiro
dia), denominados como “Festa dos Pães Asmos”.

O cordeiro macho e sem defeito de até um ano que seria sacrificado, era separado do rebanho por cada
família no décimo dia do primeiro mês e guardado até o décimo quarto dia. O animal deveria ser assado
inteiro, e sem que nenhum osso fosse quebrado.

O animal tinha que ser comido muito rapidamente com as ervas amargas e os pães asmos. Os judeus
também deveriam comer do cordeiro com trajes de viagem, para que a saída apressa do Egito fosse
celebrada. As sobras do cordeiro também deveriam ser queimadas, pois não era permitido aproveitá-las
no dia seguinte.
Durante a celebração da Páscoa o chefe da família explicava o significado do ritual às crianças. Depois,
também foi instituída uma segunda Páscoa, um mês depois, para beneficiar aqueles que não puderam
participar da primeira celebração (Números 9:1-14).

Enquanto esteve peregrinando no deserto, o povo de Israel não celebrou a Páscoa. Eles voltaram a
celebrá-la apenas quando já estavam acampados em Gilgal, sobre a liderança de Josué (Josué 5:10). Há
também outras passagens bíblicas que fazem referência à celebração da Páscoa no Antigo Testamento
(ex.: 2 Crônicas 30:1-27; 35:1-19).

A Páscoa na época de Jesus


Os Evangelhos trazem várias passagens que relatam a celebração da Páscoa durante a vida de Jesus.
Nosso Senhor era levado por seus pais a Jerusalém todos os anos para a Festa da Páscoa (Lucas 2:41).
No Evangelho de João, por exemplo, encontramos pelo menos quatro referências à Festa da Páscoa
(João 2:13,23; 6:4; 11:55; 12:1; 13:1; 18:28,39; 19:14).

Nessa época, o cordeiro era sacrificado na área do Templo, e seu sangue era lançado por um sacerdote
sobre o altar. A refeição pascal podia ser comida em qualquer casa da cidade. Era comum os judeus se
reunirem em grupos, assim como o grupo de Jesus e seus discípulos que se reuniu no Cenáculo,
formando um tipo de unidade familiar.

Por ocasião da Páscoa, acredita-se que entre 60 e até 180 mil judeus compareciam a Jerusalém.
Obviamente a maioria deles era formada por judeus da Diáspora, ou seja, judeus que viviam fora da
Palestina. Os gentios não podiam participar da Páscoa, porém os prosélitos que aceitassem satisfazer as
condições exigidas para tal celebração podiam participar dela.

Depois da queda de Jerusalém e da consequente destruição do Templo em 70 d.C., a Páscoa judaica


passou a ser uma celebração intima e familiar, mais próxima do que foi no Êxodo, já que não era mais
possível realizar todo o ritual feito no Templo.

O significado da Páscoa para os cristãos: Jesus e a Páscoa


O profeta Isaías profetizou acerca do Messias dizendo que como um cordeiro ele foi levado ao
matadouro (Isaías 53:7). João Batista, falando acerca de Jesus, fez a importante declaração: “Eis o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).

Jesus foi traído, preso e crucificado durante a Festa da Páscoa em Jerusalém. Tudo isso ocorreu, muito
provavelmente, numa sexta-feira, embora alguns defendam a quarta-feira. Considerando a sexta-feira
como a melhor posição, então na quinta-feira à noite Jesus e seus discípulos comeram o cordeiro pascal
em Jerusalém.

Aquela foi a última ceia pascal, ou seja, a última vez que a instrução dada ainda no Egito deveria ser
observada. Após aquele momento, ninguém mais deveria sacrificar um cordeiro, assá-lo e comê-lo com
ervas amargas e pães asmos.

O Cordeiro de Deus seria sacrificado, num sacrifício perfeito e definitivo, sem a necessidade de qualquer
complemento. Ao invés da carne de cordeiro assada, das ervas amargas e dos pães asmos, nosso Senhor
instituiu o pão e o vinho em memória dele. Ao comermos o pão, nos lembramos de seu corpo partido; e
quando tomamos o cálice, nos lembramos do seu sangue derramado.
A última Páscoa deu lugar à primeira Ceia do Senhor, ou seja, a Páscoa passou a ser a Ceia do Senhor.
Também é interessante notarmos que a Páscoa apontava para o futuro, para frente, era o símbolo do
que haveria de vir. Já a Ceia do Senhor aponta para o passado, para trás, como símbolo da promessa
que se cumpriu.

Os cristãos devem celebrar a Páscoa?


A Páscoa é uma festa judaica, um símbolo que apontava para o sacrifício do Filho de Deus. Quando o
Verbo se fez carne e habitou entre nós, ele cumpriu definitivamente o significado que a Páscoa
tipificava. A Páscoa era a sombra; Cristo é a realidade.

Celebrar a Páscoa judaica é celebrar aquilo que era temporário, é voltar ao que é inferior. O escritor de
Hebreus expôs essa verdade como o tema principal de sua epístola. Assim, Cristo é a nossa Páscoa
perfeita.

O apóstolo Paulo foi claro quando escreveu que Cristo é o “nosso Cordeiro pascal” que foi sacrificado (1
Coríntios 5:7). Dessa forma, nós, cristãos, não celebramos a Páscoa uma vez por ano entre os meses de
Março e Abril, mas nos reunimos para celebrar a Ceia do Senhor durante o ano todo, em memória de
seu sacrifício no Calvário. Ali seu sangue foi derramado satisfazendo a justiça de Deus, e impedindo que
seu povo fosse lançasse em condenação eterna.

Para nós, a Páscoa significa que, pelos méritos da obra de Cristo na cruz, a ira de Deus “passou por
cima” das nossas vidas, pois nos umbrais de nossas portas seu precioso sangue atestou que fomos
justificados. É por isso que num determinado sentido os cristãos não comemoram a Páscoa, antes,
celebram a Ceia do Senhor.

Você também pode gostar