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Luan Araújo ¹
RESUMO
Com o uso da palavra “pesah” o texto bíblico pode significar duas coisas:
O verbo pesah que significa passar por cima ou saltar por cima é o significado que
prevalece nos usos deste termo pelos escritores da Bíblia. Essa representatividade da palavra
realiza direta analogia com o acontecimento no Egito. Pesah ou Passar por cima das tendas
foi o que o anjo da morte realizou numa das ultimas pragas enviadas por Deus para castigar o
rei Faraó causando a morte de inúmeros primogênitos que não estivessem sobre a proteção
espiritual.
Compreendendo o significado da palavra Páscoa é possível entender numa visão
simplista e dinâmica a importância que o rito pascal tem no ceio do Cristianismo ao longo do
tempo. Entende-se que além da compreensão sobre o ritual de passagem, o substantivo
Páscoa se estabelece numa intrínseca relação com o ato de sacrificar, noutras palavras, no
sacrifício dum cordeiro primogênito.
1. O sacrifício do Cordeiro
2. A ceia Familiar
A forma como ritual pascoal foi elaborado é considerado perfeito. Primeiro, o texto
mostra Moisés convocando os anciãos do povo, a mando de Deus para preparar a festa da
Páscoa, conforme vemos em Êxodo 12:
Moisés instrui, com detalhes, os anciãos para preparar os elementos que comporiam o
ritual, ele fornece às razões para aquele ritual, bem como o uso do sangue do Cordeiro e as
ervas amargosas, como também os pães asmos, o motivo da festa é afugentar o medo do
vento exterminador que ameaça as casas do povo hebreu (v. 23).
Percebe-se que a ordem para celebrar a Páscoa tem uma dimensão profética. A Páscoa
vai além da contagem do tempo humano, cronológico. A celebração não encerra um simples
agradecimento, pela libertação da escravidão e a concessão da terra para morar, criar a
família e plantar para obter o alimento. A celebração possui a dimensão profética da contínua
presença salvadora de Deus junto ao seu povo.
Jesus captou essa amplitude da celebração quando disse: "Fazei isso em memória de
mim... até que Ele venha" (1Co 11.24). É nesse entendimento que afirma-se “a Páscoa, em
todos os quesitos se trata de Jesus Cristo”.
A história da salvação do Egito não é ensinada, nas casas e nos cultos como uma
doutrina, mas como um fato histórico, isto é, um milagre de Deus ocorrido na história do
povo Judaico.
No entanto, no contexto do Cristianismo esse entendimento toma uma nova vertente,
e a Páscoa deixa de ser apenas a libertação da escravidão física e material do corpo, mas, de
uma libertação espiritual, noutras palavras o ato de Cristo na Cruz possui semelhanças com o
ato de Moisés no deserto ao abrir o Mar Vermelho, através do profeta Moisés o povo hebreu
seguia rumo à libertação. De modo semelhante, Jesus Cristo, nosso Senhor também abriu o
mar espiritual que fazia separação entre o homem e Deus quando ele bradou: “ESTÁ
CONSUMADO” naquela rude cruz.
A fé em Cristo Jesus através da celebração da Páscoa tornou-se uma força
transformadora do medo à coragem, da magia a atos concretos da atuação de Deus, e da
escravidão à liberdade. O sacrifício de um cordeiro deixa de ser um simples sacrifício de
sangue para se tornar uma memória dos atos salvíficos de Cristo Jesus. Por isso, a celebração
da Páscoa passa a ser prescrita como "uma Páscoa para Jesus Cristo".