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Estudo da Páscoa

nome que a Bíblia Hebraica usa para denominar "páscoa" é pesah. Com a palavra pesah o
texto bíblico quer significar duas coisas:

o ritual ou celebração da primeira festa do antigo calendário bíblico (Ex 12.11,27,43,48);


a vítima do sacrifício, isto é, o cordeiro pascal (Ex 12.21; Dt 16.2,5-6).
A cerimônia ocorria no fim da primavera e início do verão (mês de abril), numa noite de lua
cheia;

e) O ritual da celebração pascal incluía as seguintes etapas:


- Retirava-se o sangue do animal,
- Ungia a entrada das cabanas com o sangue do animal,
- Assava a carne do animal,
- Com a carne assada, fazia um grande banquete para a família reunida,
- O banquete oferecido incluía a presença de pães ázimos ou asmos, ervas amargas
nascidas no deserto,
- A celebração da Páscoa exigia dos participantes desse ritual as seguintes
posturas:

Ter uma atitude de marcha e pressa,


Usar vestimenta para viagem,
Ter as vestes amarradas na cintura,
Atar as sandálias nos pés,
Ter o cajado de pastor na mão.

. Instruções para a Páscoa - v. 21b-22

Tirai,
Tomai um animal do rebanho segundo as vossas famílias e
Imolai a Páscoa.
Tomai alguns ramos de hissopo,
Molhai-o no sangue que estiver na bacia, e
Marcai a travessa da porta e
os seus marcos com o sangue que estiver na bacia;
Nenhum de vós saia da porta de casa até pela manhã

2 - Razão para celebrar a Páscoa - v. 23


e Javé passará para ferir os egípcios;
e quando Ele vir o sangue sobre a travessa,
e sobre os dois marcos,
Ele passará adiante dessa porta,
e Ele não permitirá que o exterminador entre em vossas casas para vos ferir.
Quarto, a ordem para celebrar a Páscoa tem uma dimensão profética. A Páscoa vai além da
contagem do tempo humano, cronológico. A celebração não encerra um simples
agradecimento, pela libertação da escravidão e a concessão da terra para morar, criar a
família e plantar para obter o alimento. A celebração possui a dimensão profética da
contínua presença salvadora de Deus junto ao seu povo. Jesus captou essa amplitude da
celebração quando disse: "Fazei isso em memória de mim... até que Ele venha" (1 Co
11.24b e 26b).

Quinto: os versos 26-27a providenciam a explicação do nome "Páscoa" para as gerações e


gerações de salvos da escravidão. Com isso, o texto bíblico quer mostrar que essa
celebração da Páscoa possui uma novidade. Ela não é mais dominada pelo medo do Faraó
ou dos outros possíveis "exterminadores" que possam haver nos caminhos do povo de
Deus. A celebração da Páscoa, do povo liberto e instalado na terra de Canaã, passa a ser
marcada pela alegria e certeza da presença de Deus entre o povo liberto e salvo.

Sexto: os versos 27b-28 assinalam o cumprimento da ordem divina para celebrar a Páscoa
A celebração da Páscoa não é uma cerimônia de nostalgia do passado; não é uma festa da
saudade onde heróis e heroínas são lembrados/as por seus atos de valentia; também não é
um ritual que procura romantizar o passado, lembrando e homenageando certas figuras da
história.

Na Bíblia, dois verbos sobressaem-se: "lembrar" e "esquecer". Quando a Bíblia apela para
que o povo lembre dos grandes atos de Javé (conforme Ex 13.3), ela está procurando
construir o futuro da nação. A memória dos grandes atos salvíficos de Deus mobiliza a fé da
sociedade e fortalece o povo para esperar as boas novas do Reino de Deus. Esquecer o
que Deus fez e faz significa a tragédia da humanidade.

Celebrar a Páscoa é resgatar os atos salvíficos de Deus no passado, acreditando que Ele
possa fazer o mesmo, entre nós, no dia de hoje. A memória do passado salvífico - seja da
libertação no Egito, seja da vida e obra de Jesus Cristo - restaura as forças dos/as crentes
celebrantes para o testemunho.

Na verdade, a memória carrega o sentido de redenção, seja dos atos salvíficos de Deus,
através da história, bem como a redenção das causas justas do passado. Assim, a memória
resgata tanto a vida e obra de Jesus como a luta dos pobres pela dignidade de viver. Pela
memória, redimimos o desejo e a luta deles. Assim, se esquecermos os desafios do povo
de Deus no Antigo Testamento, os ensinos de Jesus Cristo ou os anseios justos do povo
fiel, pomos a perder o sentido desses projetos. A intenção da celebração da Páscoa afirmar
que cada geração de celebrante tem o dever de pôr em prática os verdadeiros e justos
projetos das gerações do passado.

Vemos toda a historia em êxodo

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