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nome que a Bíblia Hebraica usa para denominar "páscoa" é pesah. Com a palavra pesah o
texto bíblico quer significar duas coisas:
Tirai,
Tomai um animal do rebanho segundo as vossas famílias e
Imolai a Páscoa.
Tomai alguns ramos de hissopo,
Molhai-o no sangue que estiver na bacia, e
Marcai a travessa da porta e
os seus marcos com o sangue que estiver na bacia;
Nenhum de vós saia da porta de casa até pela manhã
Sexto: os versos 27b-28 assinalam o cumprimento da ordem divina para celebrar a Páscoa
A celebração da Páscoa não é uma cerimônia de nostalgia do passado; não é uma festa da
saudade onde heróis e heroínas são lembrados/as por seus atos de valentia; também não é
um ritual que procura romantizar o passado, lembrando e homenageando certas figuras da
história.
Na Bíblia, dois verbos sobressaem-se: "lembrar" e "esquecer". Quando a Bíblia apela para
que o povo lembre dos grandes atos de Javé (conforme Ex 13.3), ela está procurando
construir o futuro da nação. A memória dos grandes atos salvíficos de Deus mobiliza a fé da
sociedade e fortalece o povo para esperar as boas novas do Reino de Deus. Esquecer o
que Deus fez e faz significa a tragédia da humanidade.
Celebrar a Páscoa é resgatar os atos salvíficos de Deus no passado, acreditando que Ele
possa fazer o mesmo, entre nós, no dia de hoje. A memória do passado salvífico - seja da
libertação no Egito, seja da vida e obra de Jesus Cristo - restaura as forças dos/as crentes
celebrantes para o testemunho.
Na verdade, a memória carrega o sentido de redenção, seja dos atos salvíficos de Deus,
através da história, bem como a redenção das causas justas do passado. Assim, a memória
resgata tanto a vida e obra de Jesus como a luta dos pobres pela dignidade de viver. Pela
memória, redimimos o desejo e a luta deles. Assim, se esquecermos os desafios do povo
de Deus no Antigo Testamento, os ensinos de Jesus Cristo ou os anseios justos do povo
fiel, pomos a perder o sentido desses projetos. A intenção da celebração da Páscoa afirmar
que cada geração de celebrante tem o dever de pôr em prática os verdadeiros e justos
projetos das gerações do passado.