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As Solenidades do Senhor

Lv. 23:1-2

“Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do Senhor, que convocareis,


serão santas convocações estas são as minhas solenidades” (Lv. 23:2).

A primeira solenidade que o Senhor instituiu, ocorreu no momento em que Israel estava
prestes a deixar a escravidão, com vistas a alcançar a Terra Prometida. Tratava-se de um
estatuto perpétuo, pois o desejo do Senhor era perpetuar estas solenidades, as quais se
transformaram em “santas convocações”. A primeira, portanto, foi a instituição da
Páscoa. Era o mês de Aviv o primeiro dos meses, naquela época, pois que mais tarde o
mês se chamou Nisan, o quarto mês (abril), que acontece na primavera. A convocação
era para que no décimo dia fosse separado um cordeiro e guardado até o décimo quarto
dia, quando seria comido, por inteiro, às 3 horas da tarde, e esta seria uma santa
convocação.

Dentre as solenidades chamadas de “santas convocações” destacaremos apenas duas: a


da Páscoa e a dos Tabernáculos por abordarem dois momentos preciosos para a família
de Cristo. Verdadeiramente foram santas convocações, e de grande solenidade: a da
Páscoa porque está falando do Cordeiro pascal, do Senhor Jesus sacrificado às três
horas da tarde, numa colina, em Jerusalém. Esta foi a maior “convocação solene” de
todos os tempos: Jesus levado ao Gólgota, na própria montanha de Deus, escolhida
desde a eternidade, e para ser o cenário eterno do sacrifício de Jesus, sacrifício de
cruz. A importância deste sacrifício, é ainda uma santa convocação, porque ela foi
cumprida na cruz, há mais de 2000 anos. Jesus estava representado, em símbolos, um
cordeiro, que atravessou junto com aquele povo escravizado o deserto implacável
durante os anos de peregrinação. Ali, no deserto Jesus (não apenas um símbolo) já
estava presente na figura do Adonai – o Senhor, juntamente com o Elohim, Deus,
criando e preparando o anfiteatro onde o verdadeiro sacrifício iria se realizar: Uma
montanha esculpida pela natureza com a forma de uma caveira! No sopé da montanha
foi erguida uma cruz tosca, por certo de madeira de oliveira, abundante em Israel, pois
que Jesus era a oliveira verdadeira, “Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se
fará ao seco?” Lc. 23:31. Jesus foi ali pregado com pregos – a natureza nefasta do
homem ali o humilhou “se és Filho de Deus desce da cruz” (Mt. 27:40), tudo porque
muito amou o homem, a ponto de entregar sua vida, doar-se para libertar o homem do
pecado, da maldade, para morrer em lugar mesmo daqueles que o maltrataram e o que o
vendeu por trinta moedas de prata.

Ainda hoje, a Páscoa continua como uma “santa convocação” nos meios judaicos e
cristãos. Não mais celebrada para receber o Cordeiro Pascal porque ele já veio, mas em
obediência às ordens eternas.

Uma outra “santa convocação” foi a Festa dos Tabernáculos, que se realiza no sétimo
mês do calendário judaico, o nosso mês de outubro. É conhecida como a festa das
“cabanas” ou da “colheita” rememorando o tempo em que Israel viveu em cabanas no
deserto e tratava-se, ainda, do período da colheita dos frutos. Ainda hoje são
construídas cabanas nas ruas de Jerusalém, nas casas, por todo o Israel, simbolizando o
tempo de amargura que viveram no deserto. Em Israel, era uma data festiva quando
levavam à Jerusalém, ramos de árvores, especialmente o cerne das tamareiras,
(conhecido como lulav) enchendo os degraus do antigo Templo, onde sacudiam os
ramos para o alto, em grande alegria. Para Israel e os cristãos, hoje, essa festa, também é
conhecida como a “festa da colheita”. E o que significa esta festa para nós, esta “santa
convocação” ela representa a colheita dos figos temporãos, os figos fora da época da
primeira colheita em Israel o que ocorria na segunda colheita. Esta colheita era feita no
oitavo dia da festa (o fim da festa de outono). O que isto representa para nós? Uma
santa convocação quando após o arrebatamento da Igreja Fiel, o Senhor arregimentar
Israel para a batalha do Armagedom. Israel reconhecerá Jesus, aquele que eles
traspassaram. E, batendo no peito, um gesto comum do Israelita, em desastres como
este, Jesus montado em seu cavalo branco, juntamente com Israel, lutarem contra o
inimigo que virá para dentro de Israel, e será dizimado pelo Senhor e Israel. A batalha
os dizimará, no famoso vale de Josafá. Espalhar-se-á pelo deserto da Judéia até o Aravá,
além do mar Morto, onde serão enterrados os corpos das nações que invadirem Israel.
Este será o período do fechamento da última e grande colheita e a instituição do
milênio, onde Israel viverá todas as promessas com relação à uma terra que mana leite
e mel. “O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi,
e o pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo
monte, diz o Senhor” Is. (65:25).

Nós, a Igreja de Cristo, nos uniremos a eles, em corpo arrebatado, usufruindo também
desta santa, bendita e última convocação, quando tomaremos posse de uma herança
eterna que nos foi prometida no dia em que atendemos às “santas e solenes
convocações” do Senhor, junto ao corpo de Cristo na terra.

Nivalda Gueiros Leitão


16-07-2010.

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