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A DESORDEM É A NOVA ORDEM

Com o fim da Guerra Fria e a consolidação do capitalismo como principal


sistema econômico, foi implantada a “Nova Ordem Mundial”, que visa promover a
evolução tecnológica, econômica e cultural no globo. Idealmente, a proposta parece
boa, mas, na prática, é o oposto, pois é sustentada pela exploração do homem e da
natureza. Com base nessa análise, surge o questionamento: o que é a “ordem” e qual sua
finalidade?
A partir da Revolução Industrial – quando as doutrinas capitalistas começaram a
ganhar força – a burguesia passou a se apropriar da mão de obra da classe operária, a
fim de produzir cada vez mais e, assim, obter lucro. Em decorrência disso, a minoria
burguesa tornou-se mais rica, enquanto os trabalhadores, mais pobres. Com isso, a
desigualdade social firmou-se como parte essencial para o funcionamento desse sistema,
de forma que assegurar boas condições de vida a toda população é impossível.
Outrossim, em virtude da produção em massa, tem-se o uso exacerbado e
descontrolado dos recursos naturais. Segundo o filósofo Hans Jonas, são de
responsabilidade do ser humano a manutenção da natureza e os cuidados com o planeta.
No entanto, com a crescente necessidade de recursos para as fábricas, esse papel não é
cumprido, uma vez que o meio-ambiente é explorado e deteriorado em prol da obtenção
e lucro. Assim, o modelo econômico vigente mostra-se como uma ameaça ao equilíbrio
ecológico, visto que causa inúmeras sequelas à Terra.
Desse modo, percebe-se que os mesmos fatores que mantém o sistema que rege
o mundo atual são prejudiciais ao bem-estar da sociedade e do planeta. O caos é
fundamental para a continuidade das ideologias hodiernas. A “Nova Ordem” baseia-se
no uso abusivo de todos os recursos disponíveis, sejam eles naturais ou humanos, para
que uma minoria enriqueça. Nesse sentido, a desordem é inerente à ordem – e elas
jamais serão separadas.

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