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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Filosofia e Ciências Humanas - Departamento de História


Disciplina: Pré-história
Código da disciplina: AG008
Professora: Marília Perazzo
Aluno(a): Natally Sara Oliveira Nascimento Souza

NEVES, W. A. E no princípio... era o macaco! . Estudos Avançados, [S. l.], v. 20, n. 58, p.
249-285, 2006.

1. O texto tem o objetivo de tentar convencer as pessoas que o homem veio do macaco mas por
curvas tortuosas.
2. Apesar de saber muito sobre os hominídeos, ainda é preciso compreender muito sobre o que
aconteceu até sermos o que somos.
3. Os chimpanzés também passaram por um processo para chegar no que são hoje.
4. Apesar de muitos acharem que sempre que acontece uma descoberta a visão do passado se
modifique, o real é que os modelos teóricos só se tornam mais precisos.
5. A ciência não é infalível e sua busca não deve ser baseada nas medidas de erros e acertos.
6. Por isso, foi criado um mecanismo de autocorreção que permite que qualquer cientista
replique o trajeto feito pelo pesquisador e tire suas conclusões.
7. O diferencial dos cientistas é exatamente esse, além de que só pode ser aplicada a fenômenos
naturais.
8. As outras estratégias de produção não pensam em fazer essa autocorreção e isso faz a ciência
prevalecer sobre elas.
9. O apuramento da moral provisória permite que nos aproximemos da realidade e dos processos
reais que acontecem na natureza e que queremos compreender.
10. Nem sempre é necessário entrar em níveis mais profundos para entender esses processos
porque se fosse assim não teríamos tanto desenvolvimento tecnológico.
11. Apesar de provisórias, as nossas morais não se distanciam tanto de como as coisas funcionam
de fato.
12. Muitos acreditam que o fato de a evolução ser uma teoria, ela não pode ser um fato, mas isso
não é correto.
13. A teoria na ciência é diferente da do cotidiano e não tem um sentido de distanciar da
realidade, pelo contrário ela é o produto final das ciências naturais.
14. A teoria se baseia na previsibilidade, quanto fatos ela prevê, mais força ela tem.
15. A ciência não é um fato em si, mas sim a capacidade de prever esses fatos.
16. Apesar das limitações dessa visão ocidental da ciência, já é possível hoje fazer uma série de
previsões momentos da evolução hominídea.
17. Vai ser apresentado algumas previsões sobre a evolução hominídea feitas pela
paleoantropologia nos anos 70.
18. Tendo em vista as características dos Homo sapiens e de parentes próximos como o
chimpanzé, foi possível definir uma sequência da nossa evolução.
19. A evolução biológica não tem um projeto a ser seguido porque é uma evolução histórica e
cada inovação restringe as inovações posteriores.
20. Isso não mostra o cumprimento de um roteiro a ser seguido porque a evolução não é pré
definida.
21. Dessa forma, pode-se afirmar que não vai aparecer características de uma hora pra outra em
organismos porque isso já foi definido no passado.
22. Nunca aparecerá um órgão complexo em um animal unicelular porque suas inovações são
baseadas nessa característica.
23. A bipedia que deu uma vantagem adaptativa aos primatas porque não seria possível tirar
alguma vantagem do uso de ferramentas por um primata quadrúpede.
24. Dentre os primatas, somos os que exclusivamente possuem a bipedia, e isso é um importante
marcador exclusivo da nossa linha de evolução.
25. Alguns acreditam que traços como a bipedia, capacidade tecnológica e cérebros grandes já
estavam presentes nos primeiros ancestrais do homem.
26. Mas isso não é possível porque foi descoberto que a bipedia precedeu em milhões de anos os
outros dois traços.
27. Primeiros hominídeos se assemelham tanto ao chipanzé que alguns não querem aceitar os
fósseis deles como sendo da linhagem hominídea.
28. Apesar das evidências, poucos ossos da bacia e do fêmur foram encontrados dessas espécies,
dificultando provar que eles eram bipedes.
29. Em primeiro momento a bipedia pode ter se apresentado como hábito postural.
30. Depois veio a locomoção bípede exclusivamente para o meio terrestre, isso modifica nossa
fisionomia para maximizar o deslocamento terrestre.
31. A mudança na paisagem da África pode ter feito com que a capacidade de subir em árvores
deixasse de ser adaptativa.
32. Bípedes parcialmente arborícolas confirmam a teoria de Darwin, em relação a fixação da
posição bípede-vertical a partir de primatas nodopedállicos.
33. A bipedia deve ter sido resultado de quatro processos evolutivos: hortogradia, nodopedalia,
bipedia arborícola e bipedia exclusivamente terrestre.
34. A fabricação de ferramentas, diferente do que se acreditava desde Darwin, não tem relação
causal com a fixação da bipedia.
35. Os crânios dos primeiros hominídeos a fabricarem ferramentas de pedra tinham a mesma
capacidade dos seus antecessores.
36. Os chimpanzés exemplificam isso, visto que, entendem que a lasca de pedra pode ser útil mas
não conseguem usar de forma controlada por conta da sua anatomia.
37. Outro mito é que os primeiros socadores de pedra já tinham em mente o resultado final do que
queriam ao fabricarem a ferramenta.
38. Isso se confirma à medida que é percebido que a primeira caixa de ferramentas desses
socadores só possuía uma ferramenta e ela era não-formal: as lascas.
39. Os poliedros e os esferóides não eram compreendidos pelos arqueólogos mas hoje se sabe que
são seixos ou blocos de matéria-prima esgotados.
40. Com isso, foi possível prever que os hominídeos pré-Homo com capacidade craniana
próximos dos símios, podem ter lascado pedra de forma controlada.
41. Foi encontrado um cérebro com capacidade de 450 cm 3 junto a ferramentas de pedra e isso
foi uma surpresa mas os ossos com marcas de descaramento não.
42. O acesso à proteína animal foi o que fixou a fabricação e uso de ferramentas e há 2,5 milhões
de anos a África passava pelo processo de savanização.
43. A savana é pobre em alimentos vegetais, mas rica de pastadores e os hominídeos que viviam
lá tinham que caçar o animal e disputar a presa abatida.
44. A fabricação de lascas permitiu que eles enfrentassem esses dois problemas.
45. A atividade de retirar o que queriam da carcaça por meio das lacas era feita em grupo porque
assim ficava mais rápido e evitava que os outros animais comessem.
46. Depois foi criado um outro kit de ferramentas mas dessa vez formais, isso mostra como uma
pequena inovação pode mudar o rumo das relações ecológicas.
47. É difícil dizer se o consumo da proteína veio antes da fabricação das ferramentas, porém o
hábito de produção promoveu o consumo de proteína animal.
48. Isso pode soar contrário ao que está tentando ser mostrado no texto, que a evolução não tem
um projeto mas isso pode ser explicado de maneira não-finalista.
49. Pode ser que um dos hominídeos que adentraram a savana tinha mais capacidade manual e
encontrou um meio de aproveitar as carcaças.
50. Dessa forma ele deixou mais descendentes do que os outros de sua espécie e isso espalhou as
suas características, isso pode ser visto como seleção natural.
51. Da mesma forma que a evolução é vista com finalismo, sua história também pode ser
explicada pelo acaso, visto que esses processos demoram milhares de anos.
52. Além de tirar carne das carcaças, existiam outros meios explorados na savana para se
alimentarem, visto que alguns dos fósseis encontrados tem megadontia.
53. Porque os animais que se alimentam à base de folhas e brotos se adaptam desenvolvendo uma
enorme dentição.
54. Isso significa que ao mesmo tempo na savana existia grupos que se alimentavam de carcaça e
outros que se alimentavam de vegetais.
55. Essa diferença não assusta os estudiosos porque essa diferenciação é frequente na evolução
dos seres vivos.
56. A linhagem carnívora é a que está presente até hoje, e no crânio dos vegetarianos, que foram
extintos, não houve desenvolvimento significativo.
57. Ou seja, o cérebro demanda muita energia e não é possível mantê-lo a base de vegetais pobres
em nutrientes msm que em grandes quantidades.
58. A seleção natural não tem uma solução adaptativa disponível para todas as situações e quando
apresenta não é a perfeita, mas a que mais se encaixa.
59. As vezes animais distantes evolutivamente, podem apresentar a mesma solução para um
problema, ou seja,se existe um projeto para a evolução, ele é medíocre.
60. A seleção natural, escolhe o que vai ser fixado, seja a fabricação de pedras ou a megadontia.
61. Não se sabe ao certo quando o cérebro dos hominídeos começou aumentar, mas isso o
tamanho depende da relação entre corpo e volume cerebral.
62. Quando o corpo aumenta de tamanho, o volume do cérebro também é maior.
63. Os primeiros Homo foram os primeiros hominídeos a aumentarem a capacidade craniana em
relação aos seus antecessores.
64. A capacidade craniana dos espécimes dentro do grupo dos primeiros Homo, varia muito.
65. O surgimento do Homo também pode ter gerado uma mudança na estatura corporal.
66. A característica mais marcante do Homo é a bipedia, e parece não haver grandes evoluções
cognitivas, mas foram os primeiros a sair da África.
67. Esse pequeno aumento na capacidade craniana pode não ser resultado da seleção natural mas
do aumento da estrutura corporal e de pressões do ambiente social.
68. Ou seja, um grupo maior desenvolve capacidade craniana maior pois existe mais interação
social e estímulo da inteligência social.
69. Por exemplo, para saber qual o comportamento dos membros do grupo de caça, eles podem
ter desenvolvido memória seletiva.
70. A mudança na estatura pode ter sido em resposta de assustar os predadores.
71. A bipedia pode estar relacionada a mudança na paisagem para uma área de campo mais
aberto, não sendo necessário subir em árvores para fuga.
72. As caçadas estimularam caminhadas longas e isso pode ter ajudado na fixação de braços
curtos e pernas longas.
73. Antes do aparecimento do homem moderno não existiu nenhum significado no
comportamento.
74. Isso contrasta com nosso comportamento cotidiano porque a vida do homem se baseia no
significado das coisas.
75. Nossas características adquiridas antes dessa significação era simplesmente a habilidade de
viver entre os animais, então a humanidade é algo recente na evolução humana.
76. A ampliação da nossa inteligência surgiu no mesmo momento da capacidade de significação,
possibilitando nos sobressair aos outros animais.
77. Essas características podem ter surgido de um novo módulo mental ou ter aparecido diante da
quebra entre os já existentes.
78. Apesar de antes já termos a capacidade de produzir sons, a nossa fala articulada apareceu
depois da capacidade de associar a imagem ao som.
79. O mesmo módulo mental que nos deu a capacidade de significação, também trouxe as ações
irracionais.
80. Antes dos hominídeos modernos, também existiam hominídeos que resolviam problemas
reais e complexos mas eles não possuíam a capacidade de significação.
81. Porém, os homens modernos também não tinham essa capacidade por um bom tempo.
82. Só com a revolução criativa do Paleolítico Superior que foi adquirida essa capacidade, por
isso o homem moderno é produto de duas etapas evolutivas.
83. Depois de desenvolver essa capacidade, a criatividade se ligou a todas as áreas do cotidiano
do homem moderno.
84. Com isso, os hominídeos modernos foram capazes de se adaptar às diversas áreas diferentes
do mundo.
85. Não se sabe ao certo qual força seletiva criou esse novo módulo mental e como não houve
diferença na estrutura corporal não é possível compreender seus detalhes minuciosos.
86. A significação é a única característica não compartilhada com os outros animais, é a primeira
vez que a força seletiva define uma característica que traz comportamentos mal-adaptativos.
87. Estas características pode ter feito os hominídeos ganharem vantagem mas em outras espécies
isso poderia levar a extinção em poucas gerações.
88. A evolução das características físicas dos hominídeos pode ser a explicação para isso
acontecer.
89. Isso permitiu menos racionalidade seletiva através da inserção da significação nas soluções
adaptativas e também estimulou o desenvolvimento de um sistema comunicação.
90. Esse texto pode ser lido através de duas historietas, acaso e finalismo.
91. O acaso remete a existência de uma variante ou não em um momento de solução adaptativa,
sendo imprevisível através do genoma, já a necessidade é imposta pelo ambiente.
92. Essas duas não podem ser previstas e isso é a razão para a extinção de milhares de espécies.
93. Na necessidade de simplificar a teoria darwiniana de forma básica, ele simplificou e pode ter
colocado muitas falácias adaptativas, mas sua intenção não é essa.
94. A causa e consequência traz uma lógica de que as características corporais foram criadas para
atender uma determinada necessidade.
95. Uma característica pode ser decidida para atender uma necessidade específica mas depois ser
transformada pelo acaso, a isso se dá o nome de exaptação.
96. Esse conceito contribuiu para o entendimento de diversas mudanças evolutivas.
97. Muitos dos casos explicados no texto pode ser uma exaptação, um exemplo disso é a relação
com a fabricação de ferramentas.
98. A surgimento das ferramentas de pedra era associado ao surgimento da bipedia, e isso é um
exemplo de que a falácia adaptativa pode corromper o entendimento da linhagem evolutiva.

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