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6 PROJETO E PRÉ-PROJETO 1

6.1 ESTRUTURA DE PROJETO E PRÉ-PROJETO 1


6.2 TEXTO 4
6.2.1 Introdução 4
6.2.1.1 Tema: o que pesquisar? 4
6.2.1.2 Problema: por quê? 6
6.2.1.3 Hipóteses 7
6.2.1.4 Objetivos: o que pesquisar? 8
6.2.1.5 Justificativa: por quê pesquisar? Qual relevância? 10
6.2.2 Desenvolvimento 13
6.2.2.1 Referencial teórico: qual o fundamento? 13
6.2.2.2 Metodologia: como será realizada? 13
6.2.2.3 Recursos: o que será necessário? 18
6.2.2.4 Cronograma: como será agendada? por quanto tempo? 18
6.2.3 Referências 18
6.2.4 Glossário 18
6.2.5 Apêndice 20
6.2.6 Anexo 20
6.2.7 Índice 20
6 PROJETO E PRÉ-PROJETO

O caminho para uma pesquisa inicia-se com a elaboração de um pré-projeto e/ou


projeto1, ou seja, um roteiro ou uma proposta investigativa. De acordo com a Norma
Brasileira (NBR) 15287:2011, projeto “compreende uma das fases da pesquisa. É a
descrição da sua estrutura” (ABNT, 2011a, p. 3). Dessa forma, o projeto é um roteiro de
trabalho, o registro do planejamento de uma pesquisa, ou seja, é a descrição das etapas
de um planejamento de ação.
Conforme a orientação da NBR 15287:2011,

O texto deve ser constituído de uma parte introdutória, na qual devem ser
expostos o tema do projeto, o problema a ser abordado, a(s) hipótese(s), quando
couber(em), bem como o(s) objetivo(s) a ser(em) atingido(s) e a(s) justificativa(s). É
necessário que sejam indicados o referencial teórico que o embasa, a metodologia
a ser utilizada, assim como os recursos e o cronograma necessários à sua
consecução. (ABNT, 2011a, p. 5).

Portanto, qualquer trabalho científico é, obrigatoriamente, desenvolvido e edificado


a partir da elaboração de um projeto de pesquisa, no qual são pontuadas, explicitadas e
delineadas as ideias a respeito do problema a ser investigado e a metodologia que será
adotada no desenvolvimento do estudo.
A estrutura de um projeto de pesquisa é diferente de outros trabalhos acadêmicos,
tais como tese, dissertação, monografia entre outros, pois alguns elementos que os
compõem não são incluídos no projeto. O roteiro de elaboração do projeto e pré-projeto
de pesquisa deve se adequar ao edital, curso pretendido ou, no caso do TCC, ao curso
que se está concluindo.

6.1 ESTRUTURA DE PROJETO E PRÉ-PROJETO

A estrutura de projeto e pré-projeto é formada por elementos externos (quando


impresso) e internos (pré-textuais, textuais e pós-textuais).
O exemplo da estrutura de projeto apresenta a ordem em que devem ser dispostos
os elementos nesse documento (Quadro 4).

1 Nos processos de seleção de estudantes e de concessão de bolsas ou de financiamentos, os cursos de


graduação, pós-graduação ou agências de fomento podem requerer um pré-projeto de pesquisa. O pré-
projeto é um documento preliminar que apresenta uma ideia geral do tema de pesquisa, enquanto o projeto
de pesquisa é um documento mais completo que descreve detalhadamente todos os aspectos da pesquisa
a ser realizada. Não há uma estrutura definida para pré-projetos, sendo necessário à consulta às
especificações que constam nos respectivos editais. Contudo, na ausência de tais especificações,
recomenda-se que se elabore o pré-projeto utilizando a mesma estrutura do projeto.
Quadro 4 – Estrutura de projeto
Capa Obrigatório
ELEMENTOS EXTERNOS
Lombada ou dorso Opcional

Folha de Rosto Obrigatório

Lista de ilustrações Opcional

Lista de tabelas Opcional


ELEMENTOS
PRÉ-TEXTUAIS
Lista de abreviaturas e siglas Opcional

Lista de símbolos Opcional

Sumário Obrigatório

Tema

Problema

Introdução Hipótese (se for o caso) Obrigatório

Objetivos
ELEMENTOS
INTERNOS ELEMENTOS
Justificativa
TEXTUAIS
Referencial teórico

Metodologia
Desenvolvimento Obrigatório
Recursos (se for o caso)

Cronograma

Referências Obrigatório

Glossário Opcional
ELEMENTOS
Apêndice Opcional
PÓS-TEXTUAIS
Anexo Opcional

Índice Opcional
Fonte: Autor (2023).

Da introdução até o final do desenvolvimento, diferentemente de outros


documentos científicos, cada seção primária inicia na sequência da página, sem
necessidade de se iniciar em uma nova página. A Figura 13 ilustra os elementos pré-
textuais, textuais e pós-textuais obrigatórios em projetos. Para mais detalhes sobre a
formatação destes elementos, ver seção 4 (Formatação e apresentação gráfica) e 6
(Estrutura de monografia e outros trabalhos de conclusão de curso) deste manual.
Figura 13 – Elementos pré-textuais, textuais e, pós-textuais obrigatórios em projetos

Fonte: Autor (2023).


6.2 TEXTO

O texto é a parte do projeto em que o tema é apresentado e desenvolvido. Deve


ser escrito no impessoal, como todos os documentos científicos, mas com os verbos no
futuro, pois trata-se de um projeto que ainda será desenvolvido.
Conforme a metodologia adotada ou a finalidade a que se destina, o texto do
projeto é estruturado de maneira distinta, mas, geralmente constitui-se de introdução
(tema, problema, hipóteses, objetivos, justificativa) e desenvolvimento (referencial
teórico, metodologia, recursos, cronograma).
Para facilitar a elaboração do projeto, o pesquisador deverá responder a perguntas
específicas para cada etapa de sua pesquisa.

Quadro 5 – Perguntas para a elaboração de um projeto

Tema

O que pesquisar? Problema

Objetivos

Por que pesquisar? Justificativa

Qual o fundamento? Referencial teórico

Como pesquisar? Metodologia

O que será necessário? Recursos

Por quanto tempo? Cronograma


Fonte: Autor (2023).

6.2.1 Introdução

A introdução é a parte do projeto em que deverão ser abordados o tema, o


problema, as hipóteses, os objetivos, geral e específicos e a justificativa.

6.2.1.1 Tema: o que pesquisar?

A escolha do tema é o ponto de partida para a pesquisa científica. A primeira ideia


de tema pode ser genérica, entretanto, no decorrer da pesquisa será preciso delimitá-lo.
O tema deve refletir do que se trata a pesquisa. Por isso, deve ser claro, breve, identificar
o objetivo do estudo e não conter palavras genéricas.
Ao escolher o tema da pesquisa, devem ser considerados:
a) os interesses de pesquisa do pesquisador;
b) a apresentação de contribuição científica, institucional e/ou social por meio
da pesquisa;
c) a possibilidade de execução da pesquisa levando em conta sua
aplicabilidade e o acesso às fontes de informação (livros, artigos, teses,
entre outros) que embasarão seu trabalho.

Exemplo 1 (Psicologia Clínica):

Tema:
A relação entre a autocompaixão e o bem-estar emocional em pacientes com
transtornos de ansiedade.

Neste tema, a autocompaixão e o bem-estar emocional são conceitos bem


definidos e mensuráveis, e o estudo se concentra em pacientes com transtornos de
ansiedade, o que limita a amostra de participantes e estabelece um grupo de estudo
específico. Esse tema permite que a pesquisa seja mais focada e que se possa buscar uma
compreensão mais profunda do impacto da autocompaixão nos pacientes com
transtornos de ansiedade.

Exemplo 2 (Filosofia da Mente):

Tema:
A relação entre a consciência e a percepção visual: uma análise crítica das teorias
representacionais.

Neste tema, a relação entre a consciência e a percepção visual é o foco da pesquisa,


com o objetivo de examinar de forma crítica as teorias representacionais que buscam
explicar essa relação. Esse tema é delimitado, pois foca em uma questão específica
dentro da filosofia da mente e ajuda a restringir o escopo da pesquisa. Além disso, a
análise crítica das teorias representacionais permite uma abordagem mais rigorosa e
reflexiva, buscando avaliar diferentes perspectivas sobre a relação entre a consciência e a
percepção visual.
Exemplo 3 (Direito Digital):

Tema:
A privacidade dos usuários de redes sociais: análise crítica das políticas de privacidade
e segurança de dados adotadas pelas principais redes sociais.

Neste tema, a privacidade dos usuários de redes sociais é o foco da pesquisa, com o
objetivo de examinar de forma crítica as políticas de privacidade e segurança de dados
adotadas pelas principais redes sociais. Esse tema é delimitado, pois foca em uma
questão específica dentro do direito digital e ajuda a restringir o escopo da pesquisa.
Além disso, a análise crítica das políticas de privacidade e segurança de dados das redes
sociais permite uma abordagem mais rigorosa e reflexiva, buscando avaliar as
implicações legais e éticas dessas políticas para a privacidade dos usuários.

6.2.1.2 Problema: por quê?

O problema é uma questão que envolve uma dificuldade teórica ou prática com a
qual o(a) pesquisador(a) se defronta e para a qual se busca uma resposta ou solução.
O problema deve ser formulado em forma de pergunta e tem relação direta com o
tema da pesquisa. Por isso precisa ser viável, claro e representar os limites de aplicação
da pesquisa.
É importante que o problema se fundamente em fatos empíricos e não em
percepções pessoais, sendo susceptível de solução.

Exemplo 1 (Psicologia Clínica):

Problema:
Qual é a relação entre a autocompaixão e o bem-estar emocional em pacientes com
transtornos de ansiedade e como a autocompaixão pode ser usada como um recurso
terapêutico para melhorar o bem-estar desses pacientes?

Essa pergunta de pesquisa busca entender a relação entre a autocompaixão e o


bem-estar emocional em pacientes com transtornos de ansiedade e como a
autocompaixão pode ser usada como um recurso terapêutico para melhorar o bem-estar
desses pacientes. A pergunta aborda a importância da autocompaixão para o bem-estar
emocional em pacientes com transtornos de ansiedade, considerando que esses
pacientes podem experimentar altos níveis de autocrítica e autodesvalorização, afetando
negativamente sua saúde mental. A resposta para essa pergunta pode ajudar a
desenvolver estratégias mais eficazes de intervenção terapêutica para melhorar o bem-
estar emocional desses pacientes.

Exemplo 2 (Filosofia da Mente):

Problema:
Qual é a relação entre a consciência e a percepção visual, e como as teorias
representacionais podem explicá-la?

Essa pergunta de pesquisa busca entender como as teorias representacionais


explicam a relação entre a consciência e a percepção visual, que é um problema central
na filosofia da mente. A pergunta também aborda a natureza da percepção visual e da
consciência, considerando que esses conceitos estão intimamente ligados. A análise
crítica das teorias representacionais pode ajudar a identificar as limitações dessas teorias
e orientar novas perspectivas para entender a relação entre a consciência e a percepção
visual.

Exemplo 3 (Direito Digital):

Problema:
Como as políticas de privacidade e segurança de dados adotadas pelas principais redes
sociais afetam a privacidade dos usuários?

Essa pergunta de pesquisa busca entender como as políticas de privacidade e


segurança de dados adotadas pelas principais redes sociais podem afetar a privacidade
dos usuários, considerando que o aumento da coleta e uso de dados por essas empresas
tem gerado preocupações em relação à privacidade e segurança dos usuários. A resposta
para essa pergunta pode ajudar a identificar lacunas e possíveis problemas nas políticas
de privacidade e segurança de dados das redes sociais, além de orientar as melhores
práticas para garantir a privacidade dos usuários.

6.2.1.3 Hipóteses

Levantada pelo(a) pesquisador(a) a hipótese é uma afirmação (suposição)


antecipada para a solução do problema proposto. Uma pesquisa também pode ter mais
de uma hipótese.
As hipóteses têm como função sugerir explicações para os fatos. É uma resposta
provisória ao problema e deve ser comprovada pela pesquisa mediante a coleta e a
análise de dados. O resultado poderá negá-la ou confirmá-la.
Para que a pesquisa apresente resultados úteis e atinja nível de qualidade, as
hipóteses devem ser formuladas adequadamente, de maneira simples, clara e
compreensiva, sendo passíveis de verificação e comprovação.
A hipótese não é um item obrigatório do desenvolvimento do projeto. A existência
ou não da hipótese depende do tipo de pesquisa que está sendo desenvolvida. Por
exemplo, pesquisas qualitativas e de revisão de literatura não apresentam hipóteses no
sentido estrito do termo, pois uma hipótese, para ser testada, requer variáveis
quantitativas envolvidas no estudo.

Exemplo 1 (Psicologia Clínica):

Hipótese:
Pacientes com transtornos de ansiedade que praticam a autocompaixão terão melhor
bem-estar emocional em comparação com pacientes que não praticam.

Exemplo 2 (Filosofia da Mente):

Hipótese:
Não há hipótese, pois se trata de um estudo teórico.

Exemplo 3 (Direito Digital):

Hipótese:
As políticas de privacidade e segurança de dados adotadas pelas principais redes
sociais não são adequadas para garantir a privacidade dos usuários.

6.2.1.4 Objetivos: o que pesquisar?

Objetivo é o resultado final que a pesquisa se propõe a atingir. É uma ação que
visa responder o problema, indicando o que se quer conhecer, medir ou provar durante a
pesquisa. O objetivo também deve mostrar a contribuição que se pretende alcançar. De
acordo com o tipo da pesquisa, o objetivo pode ser dividido em:
a) geral: expressa uma visão ampla e abrangente do problema que se pretende
investigar;
b) específico: descreve as ações e etapas, detalhadas passo a passo, para atingir o
objetivo geral.

O objetivo geral, assim como os objetivos específicos, deve ser formulado com
clareza e em forma de frase, iniciando sempre com o verbo no infinitivo.

Exemplo 1 (Psicologia Clínica):

Objetivo geral:
Investigar a relação entre a autocompaixão e o bem-estar emocional em pacientes com
transtornos de ansiedade.

Objetivos específicos:
1. Realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a autocompaixão e o bem-
estar emocional em pacientes com transtornos de ansiedade.
2. Avaliar a associação entre a autocompaixão e o bem-estar emocional em
pacientes com transtornos de ansiedade, utilizando medidas validadas.
3. Investigar a efetividade de intervenções baseadas em autocompaixão no bem-
estar emocional de pacientes com transtornos de ansiedade, comparando com
intervenções convencionais.

Exemplo 2 (Filosofia da Mente):

Objetivo geral:
Analisar criticamente as teorias representacionais sobre a relação entre a consciência e
a percepção visual.

Objetivos específicos:
1. Realizar uma revisão sistemática da literatura sobre as teorias representacionais
da consciência e da percepção visual.
2. Avaliar criticamente as teorias representacionais existentes, analisando suas
respectivas forças e fraquezas.
3. Propor uma nova teoria representacional que explique de forma mais adequada
a relação entre a consciência e a percepção visual, baseando-se nos resultados
da revisão sistemática e na análise crítica das teorias existentes.
Exemplo 3 (Direito Digital):

Objetivo geral:
Realizar uma análise crítica das políticas de privacidade e segurança de dados adotadas
pelas principais redes sociais, visando avaliar a proteção da privacidade dos usuários.

Objetivos específicos:
1. Realizar um levantamento das principais redes sociais utilizadas no Brasil e
identificar suas políticas de privacidade e segurança de dados.
2. Realizar uma análise crítica das políticas de privacidade e segurança de dados
adotadas pelas redes sociais selecionadas, identificando suas lacunas e possíveis
falhas de proteção da privacidade dos usuários.
3. Propor recomendações para melhorar as políticas de privacidade e segurança de
dados adotadas pelas redes sociais, visando garantir uma maior proteção da
privacidade dos usuários.

6.2.1.5 Justificativa: por quê pesquisar? Qual relevância?

A justificativa deve indicar de forma sucinta e completa as razões para a escolha do


tema, mostrando sua importância e a viabilidade da pesquisa a ser feita.
As justificativas apresentadas podem ser pessoais, científicas, institucionais e
sociais. Deve-se destacar a relevância técnica, científica e social do tema escolhido,
observando:
a) os benefícios e contribuições teóricas e práticas que a pesquisa
proporcionará;
b) os resultados pretendidos;
c) o público-alvo beneficiado;
d) os estudos já realizados ou não.

Exemplo 1 (Psicologia Clínica):

Justificativa

A ansiedade é um problema de saúde mental bastante prevalente na sociedade


atual, afetando um grande número de pessoas em todo o mundo. A autocompaixão é
uma abordagem terapêutica que tem sido cada vez mais reconhecida como uma
ferramenta eficaz para ajudar as pessoas a lidar com a ansiedade e promover o bem-
estar emocional.
Apesar do crescente interesse no papel da autocompaixão no tratamento da
ansiedade, ainda há lacunas em nossa compreensão sobre essa relação. Uma melhor
compreensão da relação entre a autocompaixão e o bem-estar emocional em pacientes
com transtornos de ansiedade pode ajudar a melhorar as intervenções terapêuticas e
aprimorar a qualidade de vida desses pacientes.
Do ponto de vista técnico, a pesquisa pode levar ao desenvolvimento de novas
abordagens terapêuticas e técnicas de tratamento mais eficazes e personalizadas para
pacientes com transtornos de ansiedade.
Do ponto de vista científico, esta pesquisa pode contribuir para a compreensão de
como a autocompaixão afeta o bem-estar emocional de pacientes com transtornos de
ansiedade, e como esses pacientes podem ser ajudados a desenvolver a
autocompaixão como uma ferramenta para lidar com seus sintomas de ansiedade.
Do ponto de vista social, esta pesquisa pode ajudar a reduzir o estigma em torno
de transtornos de ansiedade e fornecer novas perspectivas sobre a saúde mental e as
práticas terapêuticas. Além disso, ao promover intervenções terapêuticas mais eficazes,
essa pesquisa pode ter um impacto positivo na qualidade de vida de pacientes com
transtornos de ansiedade e suas famílias.

Exemplo 2 (Filosofia da Mente):

Justificativa

A relação entre consciência e percepção visual é um tema fundamental na filosofia


da mente, que tem sido discutido há séculos por filósofos, cientistas e pesquisadores. A
percepção visual é um processo complexo e multifacetado que envolve a integração de
informações sensoriais, cognitivas e emocionais para gerar uma experiência consciente.
As teorias representacionais são algumas das principais abordagens para explicar a
relação entre a percepção visual e a consciência. Essas teorias argumentam que a
percepção visual envolve a construção de representações mentais que são usadas para
gerar experiências conscientes.
A relevância técnica do estudo dessas teorias é que ele pode levar a uma melhor
compreensão da natureza da percepção visual e da consciência, e ajudar a esclarecer
questões fundamentais na filosofia da mente. Além disso, a compreensão dos
mecanismos cognitivos e neurais subjacentes à percepção visual e à consciência pode
ter implicações importantes para o desenvolvimento de tratamentos para distúrbios
neurológicos e psiquiátricos que afetam a percepção e a consciência.
Do ponto de vista científico, a análise crítica das teorias representacionais pode
contribuir para o avanço do conhecimento na área de neurociência cognitiva e psicologia
experimental. A investigação dessa relação pode ajudar a explicar como o cérebro gera
a percepção visual e a consciência, e fornecer uma base mais sólida para o
desenvolvimento de modelos teóricos da percepção visual e da consciência.
Por fim, a relevância social do estudo é evidente, já que a percepção visual é uma
das principais formas pelas quais as pessoas interagem com o mundo e a compreensão
da relação entre a percepção visual e a consciência pode ter implicações importantes
para a educação, a tomada de decisões, e a resolução de conflitos. Além disso, o estudo
das teorias representacionais pode ajudar a esclarecer questões éticas e legais
relacionadas à privacidade e ao controle sobre a informação pessoal, que são
relevantes para a sociedade contemporânea.

Exemplo 3 (Direito Digital):

Justificativa

Atualmente, as redes sociais são amplamente utilizadas em todo o mundo,


proporcionando uma ampla gama de recursos para os usuários, desde comunicação e
entretenimento até educação e negócios. No entanto, junto com esses benefícios, as
redes sociais também apresentam questões importantes relacionadas à privacidade e
segurança dos dados dos usuários. Embora as principais redes sociais tenham adotado
políticas de privacidade e segurança de dados para garantir a proteção dos usuários, há
questões importantes que ainda precisam ser exploradas em relação à eficácia dessas
políticas.
O tema da privacidade e segurança de dados em redes sociais é relevante
tecnicamente, uma vez que envolve aspectos relacionados à proteção de informações
sensíveis dos usuários, bem como a eficácia das políticas de privacidade e segurança
adotadas pelas principais redes sociais. A compreensão desses aspectos técnicos é
fundamental para garantir a proteção dos usuários de redes sociais e promover uma
experiência mais segura e confiável.
A relevância científica deste tema é evidenciada pelo fato de que ele tem sido
objeto de diversas pesquisas recentes em diferentes áreas, como a ciência da
computação, a psicologia e a sociologia. Além disso, a análise crítica das políticas de
privacidade e segurança adotadas pelas principais redes sociais pode fornecer insights
importantes para o desenvolvimento de políticas mais eficazes e aprimoramento da
legislação em relação ao tema.
A privacidade e a segurança dos dados dos usuários de redes sociais são questões
de grande relevância social, uma vez que afetam a vida cotidiana de milhões de
pessoas em todo o mundo. Além disso, os dados pessoais coletados pelas redes sociais
são frequentemente utilizados para fins comerciais, o que pode trazer consequências
negativas para a privacidade e a segurança dos usuários. Portanto, a análise crítica das
políticas de privacidade e segurança adotadas pelas principais redes sociais pode
contribuir para a conscientização dos usuários e para o estabelecimento de práticas
mais éticas por parte das empresas de tecnologia.
6.2.2 Desenvolvimento

O desenvolvimento do projeto pode ser constituído de referencial teórico,


metodologia, recursos e cronograma, compondo a parte principal e mais extensa, que visa
expor o assunto e demonstrar as principais ideias. É, em essência, a fundamentação
lógica do projeto.

6.2.2.1 Referencial teórico: qual o fundamento?

O referencial teórico é o elemento que faz referência a trabalhos anteriormente


publicados, os quais fundamentam o desenvolvimento da pesquisa que está sendo
proposta.
Uma vez que se recorre a literatura anterior publicada sobre o tema, o uso das
citações é constante nessa parte do trabalho. Entretanto, não é recomendável limitar-se
apenas ao uso de citações. O texto deve ser conciso e de leitura fluida. Portanto, é
importante apresentar os argumentos e teorias de diferentes autores comparando-os e
posicionando-se como pesquisador(a) junto a essas fontes, indicando por exemplo a
própria opinião sobre uma e outra citação.
O referencial teórico pressupõe a realização de um levantamento bibliográfico,
seleção das fontes de informação, identificação dos(as) principais autores(as) da área e
tomada de conhecimento dos conceitos chave, os quais devem ser explicitados nesta
parte do projeto. Tem como finalidade apresentar um estado do conhecimento existente
sobre o assunto, e servirá de sustentação para as ideias desenvolvidas no decorrer da
pesquisa, contribuindo para análise e interpretação dos dados coletados.
Esta parte do trabalho também pode ser denominada: revisão de literatura,
fundamentação teórica, marco teórico, quadro teórico, quadro referencial, embasamento
teórico, revisão conceitual ou aporte teórico.

6.2.2.2 Metodologia: como será realizada?

A metodologia é a parte do projeto que engloba e descreve todos os


procedimentos, os métodos, as técnicas, os materiais, a definição da amostra/universo e a
forma de organização e análise dos dados que serão empregados no decorrer da
pesquisa. A trajetória metodológica responde à pergunta sobre como a pesquisa será
realizada.
É no capítulo de metodologia que será descrito o tipo de pesquisa, quais os
instrumentos de coleta de dados serão utilizados, como esses instrumentos serão
utilizados, qual o campo de aplicação da pesquisa e a definição da forma de organização e
análise dos dados. Dependendo do tipo de pesquisa (por exemplo, coleta de dados com
humanos, em prontuários clínicos, entre outros), deve-se explicitar também, neste
capítulo, os aspectos éticos da pesquisa. Além disso, a pesquisa deve ser caracterizada na
metodologia conforme sua abordagem (qualitativa e/ou quantitativa), quanto aos
objetivos (exploratória, descritiva, explicativa, etc.) e quanto aos procedimentos
(bibliográfica, documental, estudo de caso, etc.).

Deve responder às seguintes perguntas:


a) onde fazer?
b) com quê?
c) como?
d) com quanto?
e) quando?

Os instrumentos de coleta de dados dependem do tipo de pesquisa. Alguns dos


mais utilizados são:
a) análise de casos;
b) entrevistas;
c) fichas de observações;
d) formulários;
e) planilhas;
f) protocolos;
g) questionários.

Exemplo 1 (Psicologia Clínica):

Metodologia

O objetivo desta pesquisa é explorar a relação entre a autocompaixão e o bem-


estar emocional em pacientes com transtornos de ansiedade. A autocompaixão é a
capacidade de tratar a si mesmo com gentileza, compreensão e cuidado em momentos
de dificuldade e sofrimento. O bem-estar emocional é a experiência de emoções
positivas, ausência de emoções negativas e uma sensação geral de satisfação e
felicidade.

Abordagem:
A abordagem adotada será a quantitativa, pois visa analisar a relação entre a
autocompaixão e o bem-estar emocional em pacientes com transtornos de ansiedade,
utilizando medidas padronizadas para coletar e analisar os dados.
Quanto à natureza, esta pesquisa será exploratória e descritiva. Em termos
exploratórios, o objetivo será investigar se existe uma relação entre a autocompaixão e
o bem-estar emocional em pacientes com transtornos de ansiedade. O objetivo
descritivo será descrever a relação entre a autocompaixão e o bem-estar emocional em
pacientes com transtornos de ansiedade.

Procedimentos:
Esta pesquisa utilizará os seguintes procedimentos:
- Revisão bibliográfica: será realizada uma revisão sistemática da literatura
para identificar estudos relevantes sobre autocompaixão, bem-estar
emocional e transtornos de ansiedade.
- Coleta de dados: serão coletados dados de pacientes com transtornos de
ansiedade utilizando duas medidas padronizadas: a Escala de Autocompaixão
(Neff, 2003) e a Escala de Bem-Estar Emocional (Diener et al., 2009).
- Análise de dados: os dados coletados serão analisados por meio de análises
estatísticas, como correlação e regressão linear, para determinar se há uma
relação entre a autocompaixão e o bem-estar emocional em pacientes com
transtornos de ansiedade.

Aspectos éticos:
Esta pesquisa seguirá as normas éticas de pesquisa em humanos, incluindo
obtenção de consentimento informado dos participantes, garantia de anonimato e
confidencialidade dos dados coletados e aprovação do projeto por um comitê de ética
em pesquisa.

Resultados esperados:
Espera-se que esta pesquisa possa contribuir para o desenvolvimento de estratégias
de intervenção em pacientes com transtornos de ansiedade baseadas na promoção da
autocompaixão e do bem-estar emocional. Além disso, espera-se que esta pesquisa
possa aumentar o conhecimento sobre a relação entre a autocompaixão e o bem-estar
emocional em pacientes com transtornos de ansiedade.

Exemplo 2 (Filosofia da Mente):

Metodologia

O objetivo desta pesquisa é analisar criticamente as teorias representacionais da


relação entre a consciência e a percepção visual. A consciência refere-se ao estado de
estar ciente de algo, enquanto a percepção visual é a habilidade de perceber
informações visuais do ambiente. As teorias representacionais argumentam que a
percepção visual envolve a construção de representações mentais que correspondem
aos estímulos visuais externos.

Abordagem:
Esta pesquisa adotará uma abordagem qualitativa, pois o objetivo é analisar
criticamente as teorias representacionais da relação entre a consciência e a percepção
visual a partir de uma revisão crítica da literatura.
Quanto à natureza, esta pesquisa será explicativa, pois através da análise crítica
das teorias representacionais buscará explicar como essas teorias concebem a relação
entre a consciência e a percepção visual.

Procedimentos:
Esta pesquisa utilizará os seguintes procedimentos:
- Revisão bibliográfica: será realizada uma revisão crítica da literatura para
identificar estudos relevantes sobre as teorias representacionais da relação
entre a consciência e a percepção visual.
- Seleção de artigos: os artigos selecionados para a revisão crítica serão
avaliados quanto à qualidade metodológica e à pertinência com os objetivos
da pesquisa.
- Análise crítica: os artigos selecionados serão analisados criticamente para
identificar as principais argumentações das teorias representacionais e as suas
limitações.
- Síntese dos resultados: os resultados da análise crítica serão sintetizados em
uma monografia que incluirá uma avaliação geral das teorias
representacionais da relação entre a consciência e a percepção visual.

Aspectos éticos:
Esta pesquisa não envolve a coleta de dados em seres humanos, portanto, não
requer aprovação do comitê de ética em pesquisa.

Resultados esperados:
Espera-se que esta pesquisa possa contribuir para a compreensão crítica das
teorias representacionais da relação entre a consciência e a percepção visual. Além
disso, espera-se que esta pesquisa possa identificar as limitações das teorias
representacionais e fornecer subsídios para o desenvolvimento de novas abordagens
teóricas que possam contribuir para a compreensão da relação entre a consciência e a
percepção visual.
Exemplo 3 (Direito Digital):

Metodologia

O objetivo desta pesquisa é realizar uma análise crítica das políticas de


privacidade e segurança de dados adotadas pelas principais redes sociais, com o
objetivo de investigar a proteção da privacidade dos usuários.

Abordagem:
Esta pesquisa adotará uma abordagem qualitativa, pois o objetivo é realizar uma
análise minuciosa das políticas de privacidade e segurança de dados adotadas pelas
principais redes sociais a fim de investigar as práticas adotadas e identificar possíveis
lacunas ou problemas relacionados à privacidade dos usuários.
A pesquisa será de natureza exploratória, pois buscará explorar as políticas de
privacidade e segurança de dados adotadas pelas principais redes sociais e as possíveis
implicações dessas políticas na privacidade dos usuários.

Procedimentos:
Esta pesquisa utilizará os seguintes procedimentos:
- Seleção das redes sociais: serão selecionadas as principais redes sociais,
considerando sua relevância e popularidade no cenário atual;
- Análise das políticas de privacidade e segurança de dados: as políticas de
privacidade e segurança de dados de cada rede social selecionada serão
analisadas minuciosamente, com o objetivo de identificar as práticas adotadas
e suas possíveis implicações na privacidade dos usuários;
- Análise comparativa: será realizada uma análise comparativa das políticas de
privacidade e segurança de dados adotadas pelas redes sociais selecionadas,
com o objetivo de identificar semelhanças e diferenças entre as práticas
adotadas;
- Análise crítica: as políticas de privacidade e segurança de dados serão
analisadas criticamente para identificar possíveis lacunas ou problemas
relacionados à privacidade dos usuários;
- Síntese dos resultados: os resultados da análise crítica serão sintetizados em
um relatório que incluirá uma avaliação geral das políticas de privacidade e
segurança de dados adotadas pelas redes sociais selecionadas.

Aspectos éticos:
Esta pesquisa requer a coleta de dados de fontes públicas, como as políticas de
privacidade e segurança de dados das redes sociais. Portanto, não requer aprovação do
comitê de ética em pesquisa.

Resultados esperados:
Espera-se que esta pesquisa possa contribuir para a compreensão crítica das
políticas de privacidade e segurança de dados adotadas pelas principais redes sociais,
identificando possíveis lacunas ou problemas relacionados à proteção da privacidade
dos usuários. Além disso, espera-se que esta pesquisa possa fornecer subsídios para o
desenvolvimento de novas abordagens teóricas e práticas para a proteção da
privacidade dos usuários de redes sociais.

6.2.2.3 Recursos: o que será necessário?

São informações referentes aos recursos necessários para a realização da


pesquisa, os quais podem ser:
a) recursos humanos: pessoas que irão atuar no projeto;
b) recursos materiais: material de consumo, serviços de terceiros, viagens,
diárias e encargos;
c) recursos financeiros: investimentos.

6.2.2.4 Cronograma: como será agendada? por quanto tempo?

É a relação das atividades a serem realizadas, indicando-se a previsão de tempo


necessário para a execução de cada etapa da pesquisa.
Geralmente, é apresentado em forma de quadro (Figura 14), constituído de linhas
que indicam as etapas da pesquisa e por colunas que indicam o tempo previsto.

6.2.3 Referências

Elemento obrigatório. Nesta seção, indicam-se as referências utilizadas na


elaboração e citadas no projeto. Segue-se, nesta seção, as normas da ABNT (2018b).
Para apresentação das referências (ver seção 10).

6.2.4 Glossário

Elemento opcional, de acordo com a NBR 14724, é a relação, em ordem alfabética,


de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de sentido obscuro utilizadas no
documento, acompanhadas das respectivas definições (ABNT, 2011b). Para apresentação
do glossário (ver 6.20).
Figura 14 – Cronograma

Fonte: Autor (2023).


6.2.5 Apêndice

Elemento opcional constituído de textos ou documentos elaborados pelo autor


(ABNT, 2011a, p. 2). Para apresentação do apêndice (ver 6.21).

6.2.6 Anexo

Elemento opcional, constituído de textos ou documentos não elaborados pelo


autor e que servem como comprovação de sua argumentação teórica. Para apresentação
do anexo (ver 6.22).

6.2.7 Índice

Elemento opcional, é constituído de uma lista de palavras ou frases, ordenadas


segundo determinado critério (autor(a), assunto, entre outros), que localiza e remete para
as informações contidas no texto. Para apresentação do índice (ver 6.23).

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