Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BIOLOGIA E GEOLOGIA
2º ANO
MÓDULO V
PARTE I
MÓDULO IV, V e IV
COMPONENTE DE BIOLOGIA
----
EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
DOSSIÊ
DOSDE APOIO VIVOS
SERES ÀS AULAS
PORTO
1
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
NOTA INTRODUTÓRIA
2
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
MÓDULO
MÓDULO IV V
PARTE
RENOVAÇÃO I
CELULAR E
REPRODUÇÃO
COMPONENTE DE BIOLOGIA
----
EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
DOS SERES VIVOS
PORTO
3
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
COMPETÊNCIAS
Ácido Bases
Pentose Estrutura
nucleico azotadas
Adenina
DNA
Citosina
Localiza-se
Guanina
principalmente Cadeia
Desoxirribose
no núcleo dupla
Timina
RNA Adenina
Citosina
Forma-se no
núcleo e migra Guanina Cadeia geralmente simples,
Ribose por vezes, dobrada
para o
citoplasma Uracilo
7
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
A síntese de uma proteína implica que os aminoácidos se liguem segundo uma dada
ordem de forma precisa. Este ordenamento condiciona a estrutura final da molécula, a qual se
encontra estreitamente relacionada com a sua função biológica. A informação genética
indispensável à biossíntese de proteínas (figura 3) pelos seres vivos encontra-se codificada. A
sequência de nucleótidos presentes na molécula de DNA impõe uma determinada ordem pela
qual se irão suceder os aminoácidos ao longo da construção da proteína em causa. Este
processo de síntese envolve duas fases principais: a transcrição em primeiro lugar e no final a
tradução.
codogene Ribossoma
codão aminoácido
Código Genético
O alfabeto dos genes é constituído por quatro letras, mas de início ninguém sabia
interpretá-lo nem compreender a informação nele contido. Os biólogos moleculares
conseguiram ao fim de um longo e árduo trabalho de investigação estabelecer um código de
correspondência – código genético (figura 4) – entre a linguagem das quatro letras dos ácidos
nucleicos (DNA ou RNA), correspondentes aos quatro tipos diferentes de nucleótidos, e a
linguagem dos
cerca de 22
aminoácidos que
constituem as
proteínas. O
código genético
funciona como
um “dicionário”
que a célula
utiliza para
conseguir
expressar a
informação
Figura 4 – Código genético (in Terra, Universo de Vida – Porto Editora)
genética.
Constatou-se então que três nucleótidos consecutivos de DNA constituíam um
codogene, tripleto que representa a mais pequena unidade de informação genética necessária
à codificação de um aminoácido. Como existem sequências de diferentes tripletos, essas
mesmas sequências irão permitir codificar a ordenação de séries de aminoácidos que
determinam a formação de proteínas distintas. Como foi mencionado anteriormente a
9
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
informação contida no DNA é transcrita para uma sequência de ribonucleótidos de acordo com
a regra de complementaridade das bases azotadas que forma uma molécula de RNA
mensageiro. Cada tripleto do RNA mensageiro que codifica um determinado aminoácido ou o
início ou o fim da síntese de proteínas recebe o nome de codão, sendo esses codões
posteriormente traduzidos em aminoácidos respectivos indicados de acordo com o código
genético descoberto pelos cientistas e presente na figura 4. O código genético:
é universal (pois trata-se de uma linguagem comum a quase todas as células,
desde os seres mais simples incluindo os vírus aos mais complexos) – é desta
forma um forte argumento a favor da origem comum dos seres vivos;
não é ambíguo (dado que a um codão corresponde sempre um e só um
aminoácido, sendo sempre o mesmo – tal como acontece na Matemática em
que um objecto apenas pode ter uma e uma só imagem);
é redundante (pois diferentes codões podem codificar o mesmo aminoácido) –
conhecido também por degenerescência do código genético (exemplo: há 6
codões distintos que codificam o mesmo aminoácido, a leucina);
o terceiro nucleótido de cada codão não é tão específico como os dois
primeiros;
o codão AUG possui uma dupla função, pois para além de codificar o
aminoácido metionina é o codão de iniciação da síntese de proteínas;
os codões UAA, UAG e UGA são codões de finalização, pois estes
representam sinais de fim de síntese de proteínas não codificando quaisquer
aminoácidos.
No processo de tradução há intervenção de RNA de transferência (tRNA) que funciona como
um intérprete entre a
“linguagem” do mRNA e
a “linguagem” das
proteínas, da mesma
forma que um tradutor
humano faz a passagem
de conteúdos em árabe
para português,
passando assim a ser
entendido o conteúdo e
significado da
informação presente no
Figura 5 – Relação entre um codão específico do mRNA e o anticodão do tRNA correspondente
DNA inicial. (in Terra, Universo de Vida – Porto Editora)
Cada molécula
de RNA de transferência possui uma dupla especificidade, pois selecciona e também
transporta os aminoácidos para os locais de síntese de proteínas – os ribossomas – onde são
ordenados segundo o código expresso no mRNA. Em certas regiões, a cadeia simples do
10
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Para além desta doença, a anemia falciforme, ou do albinismo e hemofilia por exemplo,
muitas outras resultam de alterações de regiões fundamentais do material genético. O efeito de
uma mutação a nível celular pode ser tão pequeno que não seja possível evidenciar-se
facilmente, mas pode também logicamente ser de tal forma significativo que conduza à morte
da célula ou do organismo.
Por vezes dão-se mutações que nem chegam a provocar alterações nas proteínas,
porque devido à redundância do código genético, o codão mutado pode codificar o mesmo
aminoácido. Noutros casos, o novo aminoácido pode ter propriedades semelhantes às do
aminoácido original ou então a substituição eventualmente ocorrer numa zona da proteína que
não é determinante para a sua função. As mutações podem também conduzir à formação de
proteínas com novas capacidades, que são a base do sucesso evolutivo dos organismos que
12
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
1.2. Mitose
Para que um ser vivo cresça as suas células têm necessariamente que passar por
períodos de crescimento e igualmente por períodos de divisão. Nos organismos unicelulares
cada divisão corresponde à reprodução, dado que a partir de uma célula se formam duas ou
mais células independentes. Nos seres pluricelulares são precisas muitas divisões celulares
até que se constitua um indivíduo a partir da célula-ovo ou zigoto.
De uma forma
geral as células crescem,
aumentam o seu
conteúdo e depois voltam
a dividir-se. Cada célula
origina duas células-filhas
que, se tudo correr bem,
Interfase
serão geneticamente
idênticas entre si e em
relação à célula-mãe. As
Fase mitótica
células-filhas, por sua
vez, podem mais tarde
tornar-se células-mães de Figura 8 – Divisão celular
uma outra geração celular.
(in Terra, Universo de Vida – Porto Editora)
Durante a divisão celular (figura 8), os organelos, as enzimas e outros constituintes celulares
são distribuídos pelas células-filhas.
Nos seres eucariontes, as moléculas de DNA situam-se no núcleo, associadas a
proteínas, constituindo estruturas filamentosas complexas denominadas cromossomas. Estas
ao longo da vida das células podem apresentar-se na forma dispersa ou na forma condensada.
Quando as células se encontram em divisão, os cromossomas apresentam-se bem
individualizados (devido à enorme condensação), tornando-se assim observáveis ao nível do
microscópio óptico. Quando, pelo contrário, o cromossoma está distendido, é muito mais fino,
sendo por isso logicamente mais difícil de visualizar cada filamento de cromatina – figura 9. Em
certos períodos da vida da célula, cada cromossoma contém, para além das proteínas,
somente uma molécula de DNA, sendo portanto constituído por um cromatídio. Noutros
períodos da vida celular, porém, a molécula de DNA é duplicada e o cromossoma passa a ser
formado por dois cromatídios irmãos, ou seja, duas moléculas de DNA associadas a proteínas.
Os dois cromatídios apresentam-se ligados por uma estrutura sólida e resistente designada
13
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
14
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Interfase;
sulcoFigura
de clivagem, até que
11 – Citocinese se separam
em células animais eas
emduas células-filhas.
células vegetais (in Terra, Universo de Vida – Porto Editora)
Nas células vegetais, a parede esquelética (ou parede celular) constituída por celulose não
permite a divisão por estrangulamento. Neste caso, vesículas derivadas do Complexo de Golgi
alinham-se na região equatorial e fundem-se de modo a formar uma estrutura, que é a
membrana celular de cada célula-filha. Posteriormente, através da deposição de fibrilas de
celulose, constituem-se as paredes celulares.
16
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Uma das características mais importantes da célula é a sua capacidade para, através
da divisão, transmitir com fidelidade o programa genético de uma geração à outra. Trata-se de
facto de um extraordinário mecanismo de multiplicar e dividir, geralmente, em partes iguais.
Durante a interfase, na subfase S, ocorre a replicação semiconservativa das moléculas
de DNA que fazem parte dos cromossomas. Estes ficam constituídos por dois cromatídios
ligados pelo centrómero. Neste momento, as células têm a informação genética duplicada.
Desde o início da subfase G2 cada um dos cromatídios de cada cromossoma é, tanto no plano
genético como na sua fisiologia, idênticos ao cromossoma inicial da subfase G 1 que o
precedeu. Durante a mitose, após a clivagem dos centrómeros, cada um dos cromatídios-
irmãos migra para um pólo oposto da célula. Assim, na anafase, dá-se uma distribuição
equitativa dos cromossomas e, por isso mesmo, do DNA, pelas células-filhas. Estas recebem
pela mitose um número de cromossomas igual ao da célula-mãe e, logicamente, a mesma
informação genética, garantindo, se nenhum erro suceder, a estabilidade genética através das
gerações.
A divisão celular, para além de permitir o crescimento dos seres pluricelulares, é ainda
fundamental na manutenção da integridade dos indivíduos adultos, pois é indispensável
17
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
renovar muitas das células que têm uma curta duração. A reposição de todas estas células só
é possível devido à capacidade das células se dividirem.
Os peixes regeneram barbatanas e outros órgãos; os anfíbios podem reconstituir
membros completos e a cauda. O próprio organismo humano pode regenerar certos tecidos do
seu corpo. É o que se passa na cicatrização de lesões e na regeneração de zonas danificadas
por acidentes, intervenções cirúrgicas ou acções víricas.
As células somáticas de um ser vivo multicelular contêm, no seu núcleo, exactamente
os mesmos cromossomas e, por isso, a mesma informação genética. Contudo, verifica-se que
as células constituem tecidos e órgãos tão diversos que assumem formas e funções
completamente diferentes. Nos organismos pluricelulares, a maioria das células inicia
complexos processos de diferenciação. Nestes processos, o DNA passa a expressar-se de
forma selectiva, de tal modo que, apesar de todas as células apresentarem a mesma
informação genética, são distintas não só morfologicamente mas também funcionalmente. Isto
acontece, pois embora todas as células de um mesmo indivíduo possuam o mesmo património
hereditário, os genes que se encontram em actividade nos diferentes tipos de células podem
não ser os mesmos levando à especialização celular. Deste facto resultam as diferenças
verificadas de tecido para tecido.
Em determinadas circunstâncias, as células diferenciadas podem perder a sua
especialização, transformando-se em células indiferenciadas. Estas células readquirem a
capacidade de originar novos tecidos. Este fenómeno designa-se por totipotência e é crucial
nos mecanismos de clonagem. Desta forma, um clone é um conjunto de células
geneticamente idênticas que são todas descendentes de uma única célula somática que é
portanto a célula ancestral.
Apesar da duração da vida dos seres vivos ser limitada, tal não significa o
desaparecimento de uma espécie. A continuidade da vida é assegurada pela reprodução, que
é o conjunto de processos pelos quais os organismos originam outros indivíduos idênticos a si
próprios. Os processos de reprodução são extremamente diversificados, sendo no entanto
agrupados em dois tipos fundamentais: reprodução assexuada e reprodução sexuada.
Os seres procariontes e a maioria dos seres unicelulares eucariontes reproduzem-se
assexuadamente. Este tipo de reprodução surge também em muitos seres multicelulares.
Existem numerosos processos de reprodução assexuada, em que um único progenitor produz
descendência através de divisões celulares, em que o núcleo se divide por mitose.
18
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
características de animais utilizados na indústria agro-alimentar. (in Terra, Universo de Vida – Porto Editora)
Processos de
reprodução Características Exemplo
assexuada
Bipartição / Divisão Um indivíduo divide-se em dois com dimensões Paramécia,
binária / Cissiparidade aproximadamente iguais. amiba, bactérias
Formação de células reprodutoras – esporos –
Esporulação que, ao germinarem em locais com nutrientes Fungos
originam novos indivíduos. pluricelulares
Um organismo fragmenta-se espontaneamente
Fragmentação ou por acidente e cada fragmento desenvolve-se, Estrela-do-mar
formando um novo ser vivo.
Gemulação / Num organismo formam-se uma ou mais
Gemiparidade dilatações – os gomos ou gemas – que crescem e Leveduras
se desenvolvem, originando novos organismos.
Multiplicação Nas plantas, as estruturas vegetativas, raízes, Cenoura (raízes),
vegetativa caules ou folhas originam, por diferenciação, batateira
novos indivíduos. (tubérculos)
Processo através do qual um óvulo se desenvolve
Partenogénese originando um novo organismo, sem ter havido Abelhas, Pulgões
fecundação.
19
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
4.1. Meiose
20
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Subfases da
divisão II da Características da subfase em questão
meiose
Desaparecimento temporário da membrana nuclear;
Profase II Formação do fuso acromático ou fuso mitótico;
Os cromossomas tornam-se cada vez mais curtos e grossos.
Os cromossomas dispõem-se com os centrómeros no plano
equatorial, constituindo a chamada placa equatorial;
Metafase II Os cromossomas atingem nesta subfase o seu máximo
encurtamento devido a uma grande condensação.
Dá-se a clivagem de cada um dos centrómeros separando-se
assim os cromatídios, que passam a constituir dois
cromossomas independentes;
Anafase II As fibrilas ligadas aos cromossomas encurtam-se e estes
começam a afastar-se, migrando para pólos opostos –
ascensão polar dos cromossomas-filhos.
Reorganização das membranas nucleares;
Telofase II Desaparecimento dos fusos acromáticos;
Os cromossomas tornam-se cada vez mais longos e finos.
Figura 16 – Mutações cromossómicas estruturais (in Terra, Universo de Vida – Porto Editora)
23
Figura 17 – Comparação entre mitose e meiose (in Terra, Universo de Vida – Porto Editora)
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
4.2. Fecundação
24
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Divisão
Tipo de nuclear Vantagens Desvantagens
reprodução associada
Processo rápido e com Reduzida variabilidade
pouco gasto de energia; genética;
Basta um progenitor; Difícil adaptação a
Assexuada MITOSE Mantém as características mudanças ambientais;
genéticas formando clones; Não favorece a
Grande descendência. evolução das espécies.
Elevada variabilidade Processo lento e com
genética; grande dispêndio de energia;
Maior capacidade de São necessários dois
Sexuada MEIOSE adaptação e de sobrevivência progenitores.
caso haja mudanças
(ocorre ambientais;
fecundação) Favorece a evolução
das espécies.
25
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
O conjunto de fenómenos que ocorrem desde o momento em que o ser vivo se forma
até que produz descendentes é o seu ciclo de vida. A ocorrência de meiose e de fecundação
no ciclo de vida de um organismo tem como consequência a existência de alternância de
fases nucleares, dado que entidades de núcleo haplóide (pertencentes à haplofase –
compreendida entre a meiose e a fecundação), alternam com entidades de núcleo diplóide
(pertencentes à diplofase – compreendida entre a fecundação e a meiose).
Figura 18 – Comparação entre três tipos de ciclos de vida (in Terra, Universo de Vida – Porto Editora)
26
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
27
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Exercícios Tipo
4 e 5
3
6 7
3 8
2
1 1
I II
Figura 1
1.1. Faça a legenda dos diferentes períodos (1 - 8) e das fases (I e II) presentes na Figura 1.
A B C D
Figura 2
28
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
3.2. Ordene cronologicamente estas quatro etapas de acordo com o que sucede a nível celular.
3.3.1. do estádio A.
3.3.2. do estádio D.
3.4. Distinga as etapas B e C fazendo, para esse efeito, referência a dois dos acontecimentos
que as caracterizam.
C – Se numa cadeia de DNA a percentagem das bases C + G for de 40%, a percentagem das
bases A + T na cadeia complementar é de 40%.
E – Se numa cadeia de DNA a percentagem das bases C + G for de 40%, a percentagem das
bases A + T na mesma cadeia é de 40%.
F – Se numa cadeia de DNA a percentagem das bases C + T for de 40%, a percentagem das
bases A + G na cadeia complementar é de 60%.
29
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
6.2. Refira uma vantagem e uma desvantagem deste tipo de reprodução para os seres vivos
que o efectuam.
Figura 4
7.1. Efectue a legenda da Figura 4.
7.2. 0rdene as etapas representadas de acordo com a sequência com que ocorrem a nível
celular.
7.4. Indique a etapa presente na Figura 4 que é responsável pela divisão reducional.
7.5. Justifique o facto de a reprodução sexuada ser responsável pelo aparecimento de uma
“infinita” variabilidade genética ao nível da descendência.
I II
30
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
8.2. Relativamente aos ciclos de vida (I e II) representados na figura 5, refira qual deles pode
corresponder:
8.3. Faça corresponder, a cada um dos ciclos I e II da figura 5, as letras das características
que se seguem.
A - Ser haplonte
B - Meiose pré-gamética
C - Ser haplodiplonte
D - Meiose pós-zigótica
E - Meiose pré-espórica
F - Ser diplonte
8.4. A cada uma das letras das entidades abaixo indicadas, faça corresponder um dos
números (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9) dos ciclos I e II da figura 5.
A - Filamento de espirogira
B - Polipódio adulto
Sugestões de correcção
2.1. 66
2.2. 132
3.2. C/D/A/B
31
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
5. A–V D–F
B–F E–F
C–F F–F
6.2. Uma vantagem deste processo é ser rápido e requerer um reduzido gasto de energia e
uma desvantagem deste tipo de reprodução é conduzir a uma pequena variabilidade genética.
7.1. A – Anafase I B – Profase I C – Telofase II
D – Anafase II E – Metafase II
7.2. B/A/E/D/C
7.3. É o crossing-over.
8.2.1. I
8.2.2. II
8.2.2.1. Isso é visível pois esse ser vivo tem um ciclo de vida haplodiplonte, já
que a sua meiose é pré-espórica, enquanto o da espirogira é um ciclo de vida
haplonte.
8.3.
A–I
B – nenhum deles
C – II
D–I
E – II
F – nenhum deles
8.4. A-1
B–8
32
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
GRUPO I
O norte-americano Roger Kornberg ganhou hoje o Prémio Nobel da Química de 2006 pelo
seu estudo de como a informação contida num gene é copiada e transferida para as partes das
células que produzem proteínas. Kornberg, 59 anos, foi o primeiro investigador a criar imagens
cristalográficas do mecanismo deste processo a nível molecular nos organismos eucariotas,
caracterizados por terem núcleos celulares bem definidos. Os mamíferos, tal como a vulgar
levedura, pertencem a este grupo de organismos.
1.1. “ (…) a informação contida num gene é copiada e transferida para as partes das células
que produzem proteínas.” A alternativa que contém os termos relacionados com as palavras
sublinhadas do texto é, respetivamente…
1.4. Relativamente a uma proteína com 201 aminoácidos podemos afirmar que o número de
nucleótidos do gene que a codifica, o número de codões presentes na mensagem para a sua
síntese e o número de ligações peptídicas, são respetivamente…
a) 67; 67; 201 b) 204; 202; 67 c) 603; 603; 200 d) 606; 202; 200 e) 606; 202; 201
1.6. A tradução de uma mensagem contida numa fração de mRNA movimentou, pela ordem
em que estão referidas, moléculas de tRNA possuidoras, respetivamente, dos seguintes
tripletos: UCU AUC CAC GGU.
Figura 2
34
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
2. Certos tipos de leucócitos (os linfócitos B), aquando de uma invasão bacteriana específica,
produzem quase incessantemente uma elevada quantidade de anticorpos destinados a combater
esse agente patogénico.
Relacione esse facto com o aumento da quantidade de RNA mensageiro presente ao nível
dessas células durante o período de infeção bacteriana em causa.
2. No rato, para cada codão do mRNA existe um tRNA com um anticodão complementar.
3. Quer no homem quer no rato o codão AUG tem uma dupla função, é o codão de iniciação e
codifica igualmente o aminoácido metionina.
“…sabe-se que uma dada proteína possui na posição 42 o aminoácido serina, porém
não é possível determinar com precisão o respetivo codogene que codifica a síntese deste…”.
5. Faça corresponder a cada uma das funções envolvidas na síntese de albumina, descritas na
coluna A, o interveniente molecular responsável por essa função, expresso na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(a) Contém a sequência nucleotídica (1) ATP
resultante da transcrição do gene da
albumina. (2) DNA
35
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
GRUPO II
O Modelo de Treino LH + TL
Neste modelo, o atleta vive em altitude para obter os benefícios da aclimatação e treina
num local mais baixo para conseguir atingir a intensidade de treino semelhante à conseguida
ao nível do mar. Atletas que usam o método LH + TL vivem e / ou dormem em altitudes
moderadas (2000-3000 metros) e treinam em altitudes baixas (< 1500 metros).
Em altitude verifica-se uma menor pressão parcial de oxigénio atmosférico (pO 2), o que
estimula o aumento da produção da hormona eritropoetina pelos rins, em resposta a uma
hipóxia arterial (baixo teor de oxigénio). Esta hormona atua na medula óssea vermelha,
estimulando a produção de eritrócitos, condição esta denominada policitemia.
A uma altitude média de 2200 metros, a eritropoetina atinge o seu pico de libertação no
organismo humano entre 24 e 48 horas, declinando a partir daí. Por sua vez, o processo de
policitemia é lento, sendo necessários vários dias para que ocorra aumento da produção de
eritrócitos.
Na resposta a cada um dos itens de 1 a 4, selecione a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1. Um indivíduo que viva junto ao mar e que permaneça 30 horas a 2600 metros de altitude
apresenta, ao fim desse tempo,…
(B) efetua trocas diretas com o sistema sanguíneo, sendo um fluido intracelular.
D. Os nucléolos reaparecem.
37
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
COLUNA A COLUNA B
(7) Telofase I
(8) Telofase II
38
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
10.2. Selecione a alternativa que completa a frase seguinte, de modo a obter uma afirmação
correta.
Critérios de correção:
GRUPO I
• O código genético é redundante ou seja 1 a.a. pode ser codificado por vários codões,
logo não se consegue determinar o codão em causa que foi alvo de tradução;
• não é possível assim determinar com precisão quais os codogenes que foram
transcritos e que vão sintetizar o a.a.;
5. (a) – (5); (b) – (4); (c) – (6); (d) – (2); (e) – (1)
GRUPO II
1. Opção (D)
2. Opção (A)
3. Opção (D)
4. Opção (C)
5. [A], E, C, B, F, D
8. (a) – (6); (b) – (1); (c) – (3); (d) – (7); (e) – (8)
10.
10.1. (B) diplonte (…) pré-gamética.
40
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
MÓDULO V
PARTE I
COMPONENTE DE BIOLOGIA
----
PARTE II
COMPONENTE DE GEOLOGIA
PORTO
41
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
COMPETÊNCIAS
42
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
MÓDULO V
PARTE I
COMPONENTE DE BIOLOGIA
----
EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
DOS SERES VIVOS
43
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
44
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
45
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
5.1.2. Multicelularidade
- aumento da biodiversidade;
Na ânsia de querer saber mais sobre a origem das espécies e principalmente a razão da
existência de grande diversidade biológica, os cientistas e filósofos, tentaram elaborar teorias
que surgiram condicionadas pela mentalidade da época em que foram desenvolvidas.
5.2.1. Fixismo
As primeiras observações dos seres vivos conduzem à ideia de que estas são fixas e
imutáveis, não sofrendo alterações ao logo dos tempos. Para explicar a sua origem alguns
filósofos fixistas, como Platão e Aristóteles, diziam que por geração espontânea todos os seres
surgiam na Terra, ou seja, a matéria inerte em determinadas condições e por acção de um
princípio activo originava os seres vivos, a partir dessa altura permaneceriam imutáveis ao
longo dos tempos (Espontaneísmo ou Teoria da Geração Espontânea).
Mais tarde, no Ocidente, e tendo como base as perspectivas religiosas da época, surge
o Criacionismo que explicava a origem das espécies como sendo obra divina. Deus, criava as
espécies na sua forma perfeita e estas seriam eternas jamais sofrendo alterações.
5.2.2. Evolucionismo
Lamarckismo
- a admissão que a natureza teria um propósito de se tornar melhor, ou seja, uma intenção;
- as características adquiridas que afectem apenas a parte somática não são transmitidas
hereditariamente.
Darwinismo
Darwin foi um naturalista inglês que recolheu dados e informações durante mais de 20
anos, principalmente durante uma viagem que fez à volta do mundo num barco denominado
Beagle.
48
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
- Dados Geológicos de Lyell – este autor afirmou que: as leis naturais são constantes no
espaço e no tempo; as mudanças geológicas que a Terra sofreu ao logo dos tempos são lentas
e graduais. Darwin considerou que as leis da natureza actuariam da mesma forma na evolução
das espécies;
- Dados Populacionais de Malthus – este autor trabalhou com a população humana e Darwin
adaptou as suas ideias para as populações animais. Verificando que estas apresentam uma
curva de crescimento geométrico em S, pois após um aumento inicial da densidade
populacional esse valor mantém-se sensivelmente constante devido a factores como
competição, doenças, falta de alimento ou território.
- a selecção natural.
Ou seja, numa determinada população existe variabilidade entre os indivíduos, uns que
apresentam características que os tornam mais aptos ao meio onde estão inseridos e outros
com características menos aptas. A selecção natural vai actuar seleccionando os indivíduos
com as características mais vantajosas. Como sobrevivem mais também se reproduzem mais,
logo verifica-se um aumento, com o passar do tempo, de indivíduos com essa característica na
população.
49
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 3: Quadro resumo das várias contribuições que contribuiram para fundamentar a teoria da
evolução de Darwin (Adaptado de Ósório, Lígia, 2004).
50
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
- como surgem as variações naturais, de indivíduo para individuo, dentro da mesma espécie;
Deste modo, as variações genéticas estão na base das mudanças evolutivas uma vez
que alteram o fundo genético da população. A selecção natural vai actuar sobre o fenótipo do
indivíduo, mas este não é mais do que resultado da expressão física dos genes. Assim, quando
o meio ambiente se altera os indivíduos que apresentem o conjunto génico mais favorável vão
sobreviver e reproduzir-se mais. Com o passar do tempo esse conjunto de genes, e, portanto,
determinadas características vão dominar na população, dando-se, assim, a evolução.
Nota: entende-se por fundo genético como o conjunto de genes presentes numa população em
simultâneo.
Práticas – foi a primeira forma de classificação utilizada pelo Homem primitivo, consistia em
separar os organismos de acordo com as necessidades básicas do Homem, por ex: plantas
comestíveis ou não; animais venenosos ou não.
51
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Estes dois tipos de classificações são Racionais e Horizontais pois ambas reflectem
características dos seres vivos e não têm em conta o factor tempo, pois encontram-se num
período fixista.
Figura 4: Esquema das classificações fenética e filogenética (Adaptado de Osório, Lígia, 2004).
- hierarquia taxonómica – ordenação dos seres vivos formando grupos taxonómicos que se
designam por taxon (taxa no plural) numa série ascendente – espécie, género, família, ordem,
classe, filo (zoologia) ou divisão (botânica) e Reino. A espécie é a unidade básica da
classificação e define-se por um conjunto de indivíduos com o mesmo fundo genético,
fisicamente idênticos, que se podem cruzar entre si e originar descendência fértil (conceito
biológico de espécie).
52
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
utilização da língua latina (o latim é uma língua morta que não está sujeita a
variações);
Género – Homo
Família – Hominidae
Ordem – Primata
Classe – Mammalia
Filo – Chordata
Reino – Animalia
53
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
tipo de nutrição
O quadro que se segue resume as principais características dos 5 reinos tendo em conta os
critérios de Whittaker:
Figura 5: Quadro resumo das características dos reinos segundo Whittaker (Adaptado de Osório,
Lígia, 2004).
55
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
Figura 1
1.1. Refira três diferenças entre as células procarióticas e eucarióticas, que possam ser
observadas na figura.
1.4. Uma observação que apoia o modelo de evolução das células eucarióticas representado na
figura é…
a) a semelhança das membranas internas das células eucarióticas com as membranas das
células procarióticas.
b) a existência de membranas internas nas células procarióticas.
c) a relação de tamanho existente entre células procarióticas e células eucarióticas.
d) a assimetria das membranas internas das células eucarióticas.
(Transcreva a opção correcta.)
3. Faça corresponder a cada uma das afirmações uma das teorias da chave seguinte.
Chave
A – Darwinismo
B – Lamarckismo
C – Neodarwinismo
D – Fixismo
Afirmações
1 – Os olhos da toupeira atrofiaram-se por falta de uso.
2 – As sucessivas mutações sofridas pelo vírus da gripe levam à necessidade da constante
modificação da vacina que previne esta doença.
3 – As borboletas que se assemelham a outras espécies que são venenosas escapam mais
facilmente à predação e deixam mais descendentes.
56
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
5 – As espécies fósseis são vestígios de criações anteriores e não têm qualquer relação com
as espécies actuais.
6 – As variedades albinas de certas raças de cães seriam eliminadas pela selecção natural em
ambiente selvagem, uma vez que apresentam características desfavoráveis à sua
sobrevivência.
7 – As espécies com reprodução sexuada apresentam um maior potencial evolutivo do que as
espécies que se reproduzem assexuadamente.
8 – De entre os ancestrais de girafa, aqueles que apresentavam um pescoço mais comprido
alimentavam-se melhor e atingiam, com maior probabilidade, a idade de se reproduzirem.
4. A chita é um animal carnívoro que caça as suas presas correndo atrás delas a grande
velocidade e acabando por captura-las quando se cansam. O esquema da figura 2 representa
a variação do peso das chitas ao longo do tempo.
4.2.1 Lamarck;
4.2.2. Darwin.
Figura 2
5. No início do século XX, com o objectivo de controlar uma praga de citrinos, foi utilizado um
insecticida contendo cianeto. Posteriormente, estudos genéticos efectuados em insectos
sobreviventes revelaram a presença de um gene que lhes possibilitava a decomposição do
cianeto em compostos inofensivos. Pouco tempo depois, verificou-se que toda a população era
resistente ao insecticida.
5.1. Indique o fenómeno que originou o gene responsável pela decomposição do cianeto,
nestes insectos.
57
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 1
2.1. Faça corresponder a cada uma das letras que identificam as afirmações seguintes um dos
números, II ou III, dos esquemas da figura.
3. As categorias taxonómicas obedecem a uma hierarquia; deste modo, dois animais que
pertençam à mesma ordem também pertencem:
a) ao mesmo género.
b) ao mesmo filo.
c) à mesma classe.
d) à mesma família.
e) à mesma espécie. (Assinale as opções correctas.)
58
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
4.1. Identifique:
4.1.1. a categoria taxonómica assinalada, no quadro, com a letra A;
4.1.2. o género assinalado com a letra B.
4.2. Indique a propriedade diagnosticante correspondente à letra C do quadro.
4.2.1. Justifique a resposta dada na questão anterior.
SUGESTÃO DE CORRECÇÃO
1.
1.1. As células procarióticas são bastante menores do que as células eucarióticas e não
possuem núcleo individualizado pelo invólucro nuclear nem organelos membranares, como
retículo endoplasmático ou mitocôndrias.
1.2. Modelo autogénico.
1.3. Os compartimentos intracelulares permitem à célula ter regiões especializadas em
determinadas funções, que, assim, se realizam com maior eficácia e aumentam a superfície da
célula onde existem membranas, nas quais se localizam enzimas e sistemas de transporte com
funções importantes.
1.5. d) a assimetria das membranas internas das células eucarióticas.
3. 1 – B 2 – C 3 – A 4 – B 5 – D 6 – A 7 – C 8 - A
4.
4.1. Diminui.
4.2.
4.2.1 De tanto correrem no encalço das suas presas, as chitas gastaram as suas reservas de
gordura e diminuíram de peso. Essa característica foi transmitida à descendência que passou a
nascer com menos gordura e menos peso.
4.2.2. Numa população de chitas, as menos pesadas conseguiram alcançar com maior
sucesso as suas presas, pelo que se alimentavam melhor, sobreviviam e deixavam mais
descendentes. Assim, a selecção natural favoreceu as chitas menos pesadas, levando à
diminuição gradual do peso, em sucessivas gerações, ao longo do tempo.
5.
5.1. Mutação génica.
5.2. Para o neodarwinismo as mutações são a fonte de novos genes na população, o que vai
permitir o surgimento de novas características nos descendentes por recombinação genética.
Isto permite aumentar a variabilidade genética da população.
1.
1.1. A taxonomia é o ramo da Biologia que classifica os seres vivos e enquadra-se no âmbito
da sistemática, que, para, além de englobar a taxonomia, estuda a evolução e a história dos
diferentes grupos de seres vivos ao longo do tempo.
1.2. A – V B – V C – F D – V E – F F – V G – V H – F
1.3. A – Afirmação verdadeira, porque os sistemas de classificação fenéticos apenas
consideram as características que os seres vivos apresentam; E – Afirmação falsa, porque os
sistemas verticais surgiram no período pós-darwiniano.
2.
2.1. A – II B – III C – III D – II
3. b) ao mesmo filo.
c) à mesma classe.
4.
4.1.
4.1.1. Família
4.1.2. Chromatium
60
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
5.
5.1. A – Monera; B – Protista; C – Fungi; D – Plantae; E – Animalia.
5.2. Nível de organização estrutural, tipo de nutrição e interacção nos ecossistemas.
5.3.
5.3.1. Os seres do reino Monera não possuem núcleo organizado nem organelos membranares
e os do Protista são eucariontes.
5.3.2. Os Fungos são, geralmente, heterotróficos por absorção e microconsumidores e as
Plantas são autotróficas e produtores.
5.3.3. As plantas são autotróficas e produtores e os animais são heterotróficos por ingestão e
macroconsumidores.
5.4. Pós-darwiniana. Porque tem em conta a evolução sofrida pelos reinos ao longo do tempo e
as relações de parentesco entre seres de cada um deles.
6.
6.1. Os sistemas de classificação vão sendo alterados à medida que são recolhidos novos
dados e que o conhecimento dos seres vivos e do modo como eles se transformam ao longo
do tempo vai aumentando. Este aumento de conhecimento vai tornando os grupos cada vez
mais artificiais, sendo necessária a criação de novos com a introdução de novos critérios de
classificação.
61
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
MÓDULO V
PARTE II
COMPONENTE DE GEOLOGIA
----
RISCO GEOLÓGICO E
ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
62
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
A Terra é um planeta dinâmico devido à sua energia interna (calor retido no seu
interior) e externa (proveniente do Sol). Em resultado desta sua intensa actividade geológica, e
desde a sua formação, que ocorrem na sua superfície fenómenos, considerados, muitas vezes,
como catastróficos. No entanto, mesmo os fenómenos mais desastrosos são considerados
normais para a actividade do planeta, tendo ajudado para o tornar habitável ao longo dos
tempos. A tectónica de placas, causadora da actividade de sismos e vulcões, é responsável
pela dinâmica da litosfera e pela modificação da paisagem. Já o vento e a água provocam
cheias, movimentos de massa e tempestades, mas contribuem para renovar o solo e suportar a
vida.
Os fenómenos geológicos muitas das vezes são considerados riscos para a população.
Sendo um risco a possibilidade de um determinado fenómeno perigoso ocorrer numa dada
área e num certo momento. Consideram-se riscos geológicos os sismos, as erupções
vulcânicas, inundações, deslizamentos de terras. Os riscos naturais incluem não só os riscos
geológicos, mas outros como: fogos selvagens, tufões, secas, pragas de animais, etc.
63
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
O crescimento das cidades próximo das margens dos rios traz vantagens (devido à sua
utilização como vias de comunicação, facilidade de acesso à água, energia, solos férteis), no
entanto, existem também alguns riscos associados, principalmente de inundações.
Leito do rio ou leito aparente – terreno, normalmente, ocupado pelas águas e materiais que
estas transportam.
Leito de cheia ou leito de inundação – área do vale ocupado pelas águas em época de
cheias;
Leito de seca ou leito menor ou leito de estiagem – zona ocupada por uma menor
quantidade de água, como se verifica, por exemplo, na época do Verão.
A rede hidrográfica é o conjunto formado pelo rio e por todos os cursos de água que
nele depositam as suas águas.
A área, cujas águas se deslocam para uma rede hidrográfica, designa-se por bacia
hidrográfica.
Uma outra interferência antrópica ao nível dos rios, que pode ter consequências
desastrosas é a exploração excessiva de areias. Esta actividade pode ter as seguintes
consequências:
65
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
De forma a evitar situações de risco junto dos cursos de água deve ser assegurado o
ordenamento do território, ocorrendo a regulamentação da construção em leitos de cheia e
da sua ocupação por outras actividades humanas.
2
A superfície da Terra encontra-se ocupada por /3 de mar. A maioria da população
aglomera-se nas zonas costeiras dos continentes. Em Portugal, que possui uma extensão de
costa de cerca de 900 km, é no litoral onde se encontra a maior densidade populacional e as
principais cidades.
66
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
As zonas de vertente são áreas com grandes declives, ocorrendo intensos fenómenos
de erosão. Nestas zonas, existe um risco acentuado de movimentos em massa, sendo estes
movimentos descendentes bruscos de uma grande massa de materiais (solo e rochas).
No entanto, outros factores, para além da gravidade e inclinação dos terrenos, poderão
provocar os movimentos em massa, tais como:
67
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
68
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
1. Classifique cada uma das seguintes afirmações como verdadeira (V)ou falsa (F).
a) Os materiais sólidos transportados pelos rios resultam, essencialmente, da erosão das rochas do
leito e das margens.
b) A erosão provocada pelos rios é tanto menor, quanto maior a pressão da água.
d) A tracção de materiais sólidos sobre o fundo do rio ocorre a uma velocidade inferior à velocidade da
água.
e) A bacia hidrográfica de um rio é o conjunto de todos os cursos de água que confluem para o mesmo
local.
b) Os sedimentos de grandes dimensões são apenas transportados por correntes de elevada energia.
c) Uma velocidade de corrente de 1 cm/s não permite o transporte de partículas com dimensões
superiores a 1 mm.
69
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
2.2. Explique de que forma as barragens construídas nos rios interferem com os processos
naturais de transporte e deposição de sedimentos.
3. A urbanização das margens dos rios é um dos factores que influencia a ocorrência de
cheias. Observe a figura 1 que ilustra a drenagem da água resultante da precipitação numa
zona florestal (A) e numa zona urbanizada (8).
Figura 1
3.1. Refira qual o destino da maior parte da água que precipita numa zona florestal.
4. Observe as imagens da figura 2 e leia com atenção o texto, referente a uma tragédia recente
ocorrida no nosso país.
Figura 2
No mesmo relatório é referido que, já em 1988, o pilar número quatro da ponte não
apresentava condições de segurança, em resultado da intensa extracção de areias, mas
também de alguns fenómenos naturais. Estas responsabilidades são mesmo quantificadas
pelos técnicos que atribuem 80 por cento de culpa à extracção de areias e 20 por cento a
outros fenómenos, como as chuvas intensas.
70
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
4.4. Qual das causas identificadas na pergunta anterior tem origem antrópica?
4.5. Explique que alterações podem ocorrer no rio devidas à retoma da indústria extractiva.
figura.
letra S.
71
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 4
6.2. Indique uma vantagem da construção dos esporões representados no esquema III.
6.3. Explique as consequências resultantes da construção dos esporões que são visíveis no
esquema III.
6.4. A estrutura assinalada pela letra C constitui uma forma de deposição ou uma forma de
erosão? Justifique.
7. Leia com atenção o texto referente aos movimentos de massa na Ribeira Quente, S. Miguel,
em 31 de Outubro de 1997.
72
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
7.1. Indique duas causas prováveis para o arrastamento dos diferentes materiais.
7.3. Explique como é que a chuva intensa contribuiu para o desencadear destes movimentos
em massa.
SUGESTÃO DE CORRECÇÃO
1. a) V; b) F; c) V; d) V; e) F
2.
2.1. a) V; b) V; c) V; d) V; e) F
2.2. As barragens constituem barreiras ao trânsito de sedimentos, uma vez que uma grande
parte dos sedimentos acumula-se junto ao muro de suporte das barragens e não continua o
seu percurso para jusante. As praias fluviais a jusante deixam de ser alimentadas pela
quantidade normal de sedimentos, que também não chegam à faixa litoral. Nestas zonas,
intensifica-se a erosão, uma vez que não há reposição de sedimentos que compensem aqueles
que são erodidos.
3.
3.1. A maior parte da água infiltra-se no solo e vai fazer parte da água subterrânea.
3.2. Na zona B. Nesta zona, a construção de edifícios e estradas impermeabilizou uma grande
extensão da superfície, pelo que a quantidade de água que é drenada para zonas profundas é
menor e a maior parte da água movimenta-se à superfície e é conduzida para os cursos de
água. Estes podem aumentar consideravelmente, o seu caudal, originando uma cheia.
4.
73
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
5.
5.1. Arriba.
5.2. A acção das ondas, das marés e das correntes marítimas, provocou a erosão da base
rochosa, resultando no abatimento das camadas superiores, devido ao seu peso, fazendo
recuar a arriba ao longo do tempo.
5.3. Plataforma de abrasão.
5.4. A presença da plataforma de abrasão protege temporariamente a base da arriba,
retardando o seu recuo.
5.5. Construção de paredões ao longo da arriba.
6.
6.1. A construção do porto de abrigo conduziu à deposição de areias mo seu lado oriental e ao
arrastamento e destruição da costa a ocidente, onde uma estrada da povoação A desapareceu,
estando as construções ameaçadas pela abrasão marinha.
6.2. A construção de esporões na povoação A vieram deter o efeito erosivo do mar e permitir a
deposição de nova areia, o que permitiu restabelecer a praia desta povoação.
6.3. Como se pode observar no esquema III, a construção dos esporões provocou alterações
na povoação B, cuja costa começou a regredir, devido a fenómenos erosivos intensos e que
estão a ameaçar a referida povoação.
6.4. De deposição. No esquema I verifica-se que o sentido de transporte dos sólidos se está a
fazer no sentido dessa estrutura, o que provoca a acumulação de areias nesse local.
7.
7.1. A força da gravidade e a saturação de água do solo.
7.2. A perda de 29 vidas humanas, destruição de habitações, pontes, sistemas de
comunicação, energia e transporte afectados e o soterramento de grandes áreas agrícolas.
7.3. A água no solo provoca o afastamento das partículas que o constituem, diminuindo a sua
agregação, com a consequente diminuição da força de atrito e o seu deslizamento.
7.4. Evitando a construção em zonas de vertente instáveis e procedendo à consolidação de
vertentes, por exemplo, através da construção de muros de suporte, tubos de drenagem da
74
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
água do interior da vertente para evitar a sua acumulação e a plantação de vegetação que
ajude a estabilizar e a fixar o solo.
8.
8.1. A estrada A é mais segura. As camadas de rocha estão inclinadas na direcção da estrada
B e, se ocorrer um movimento em massa, esse movimento far-se-á segundo a inclinação das
camadas de rocha e atingirá a estrada B.
8.2. Uma intervenção possível é a remoção das camadas de rocha que podem deslocar-se,
num movimento em massa, sobra a estrada B e outra intervenção possível é a pregagem
dessas camadas de rocha, fixando-as.
75
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
MÓDULO VI
COMPONENTE DE GEOLOGIA
PORTO
76
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
A- AMBIENTE SEDIMENTAR
77
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
ÍNDICE:
2. Rochas sedimentares.
2.1. Rochas.
2.2. Minerais.
4. Exercícios de aplicação.
78
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
COMPETÊNCIAS:
Conhecer a classificação das rochas sedimentares com base na sua génese: detríticas,
quimiogénicas e biogénicas.
Compreender que os fósseis são importantes na datação das formações rochosas que
os contêm.
79
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Química.
Da acção do vento.
80
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Muitos dos minerais constituintes das rochas são estáveis no ambiente em que se
formaram, mas tornam-se instáveis nas novas condições. Nestas condições, os minerais
sofrem reacções químicas de que são exemplos:
A carbonatação
A hidratação
Um exemplo da meteorização química é o caso dos calcários, cujo mineral mais abundante
é a calcite, que quando reage com o ácido carbónico origina o ião cálcio e o ião
hidrogenocarbonato (bicarbonato), que são transportados em solução aquosa. Este fenómeno
faz com que os calcários, por meteorização química, percam a calcite, se desagreguem,
dando origem a argilas ferruginosas de aspecto avermelhado.
Figura 1: Quadro resumo das principais reacções que podem ocorrer durante a meteorização química (Adaptado de
Dias, A., 2004).
81
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
A B
82
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 5: Diferentes formas de transporte pelo vento (Adaptado de Dias, A. et al., 2004).
o Cada estrato está recoberto por outro, normalmente mais recente, o tecto, e
recobre um estrato inferior mais antigo, o muro.
o A deposição dos estratos pode ser horizontal, mas por vezes, pode ocorrer a
estratificação entrecruzada.
83
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 6: Estratificação.
2. Rochas sedimentares
84
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
2.1. Rochas
2.2. Minerais
ser um sólido;
ser inorgânico;
ter uma estrutura cristalina, ou seja, as suas partículas constituintes definirem uma
distribuição regular no espaço;
ter uma composição química definida, fixa ou variável dentro de limites bem
definidos, que possa ser representada por uma fórmula química.
85
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Na Natureza existem, ainda, substâncias sólidas, naturais, inorgânicas que, contudo, não
possuem estrutura cristalina ou seja, as suas partículas constituintes não definem uma
distribuição regular no espaço. Estas substâncias chamam-se mineralóides, como, por
exemplo, a opala.
A distribuição espacial e regular das particulas numa textura cristalina depende da natureza
das partículas que se irão agrupar e das condições do meio líquido onde o mineral vai
cristalizar.
Composição
Os minerais têm uma composição química, fixa ou variável dentro de limites bem
definidos, passando a ser representada por uma fórmula química.
A definição desta fórmula tem por base os resultados qualitativos e quantitativos fornecidos
por análises químicas. Assim, é possível classificar quimicamente os minerais. A classificação
de Dana e Hurlbut, definida em 1960, divide os minerais de acordo com o anião dominante, por
2-
exemplo, classe silicatos, o anião dominante é o SiO4 .
O elevado custo de alguns ensaios químicos, entre outras razões, faz com que as
propriedades físicas, que a seguir são referidas, sejam mais divulgadas na identificação de
amostras minerais.
Clivagem
A clivagem pode ser caracterizada pela facilidade de obtenção dos planos de clivagem e
pela sua perfeição.
Figura 9: Quadro resumo dos diferentes tipos de clivagem (Adaptado de Dias, A., 2004).
Brilho ou lustre
O brilho é a propriedade que se refere à intensidade de luz reflectida por uma superficie de
fractura recente do mineral em estudo.
87
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 10: Quadro resumo dos diferentes tipos de brilho (Adaptado de Dias, A., 2004).
Cor
A cor de um mineral deve ser observada numa superfície de fractura recente, à luz natural.
Alguns minerais apresentam uma cor constante, qualquer que seja a amostra observada,
neste caso, os minerais dizem-se idiocromáticos. De um modo geral, são idiocromáticos os
minerais de brilho metálico.
Dureza
A dureza (H) de um mineral é a resistência que ele oferece ao ser riscado por outro
mineral.
88
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Usando a escala de Mohs, a dureza de um mineral é expressa pelo lugar da ordem que
ocuparia na escala, se dela fizesse parte. Diz-se que um mineral é mais duro que outro se, e só
se, o riscar, sem se deixar riscar por ele; dois minerais têm a mesma dureza se se riscam ou
não se riscam mutuamente.
Para determinar a dureza de um mineral, selecciona-se uma aresta viva, livre de impurezas,
com a qual se experimenta riscar os sucessivos termos da escala de Mohs, no sentido
decrescente de dureza, até surgir o primeiro que se deixe efectivamente riscar pela amostra
em estudo. Por exemplo, se o mineral desconhecido riscar a fluorite e, por sua vez, for riscado
pela apatite, a sua dureza será, aproximadamente, 4,5. Os termos da escala devem ser
percorridos do mais duro para o menos duro a fim de se evitar o constante desgaste dos
minerais menos duros.
Traço ou Risca
Para se determinar esta cor, risca-se com o mineral a superfície despolida de uma
porcelana. Este método é apenas aplicável nos minerais com dureza inferior à da porcelana
(aproximadamente 7). No caso dos minerais com dureza superior, para determinar risca, reduz-
se a pó uma pequena amostra do mineral em estudo num almofariz.
Frequentemente, a cor do traço de um mineral não coincide com a sua cor. No entanto,
diferentes variedades da mesma espécie mineral exibem sempre traço com a mesma cor. Isto
é, o traço é uma propriedade constante, enquanto que a cor pode ser uma propriedade
variável.
Densidade
90
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 12: Quadro resumo das principais propriedades dos minerais (Adaptado de Reis, J., et al., 2004).
Os silicatos são o grupo mais importante dos minerais constituintes das rochas. Os silicatos
representam cerca de 90% dos minerais das rochas da crusta terrestre. A unidade básica
4-
estrutural de todos os silicatos é o tetraedro [Si0 4] , no qual cada ião silício se encontra
rodeado por quatro iões oxigénio, ocupando cada um destes um vértice do tetraedro (fig.13).
Apesar do número de minerais constituintes das rochas ser geralmente reduzido (existindo
mesmo rochas formadas por um só mineral) e de nem todas as associações de minerais serem
possíveis nas rochas, a sua diversidade é considerável.
Figura 14: Quadro resumo sobre os minerais mais comuns nas rochas (Adaptado de Dias, A., et al., 2004).
91
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
3
As rochas detríticas constituem mais de /4 do total de rochas sedimentares existentes à
superfície da Terra e formam-se a partir de fragmentos sólidos, isto é, de detritos obtidos a
partir de outras rochas pré-existentes, por processos de meteorização e de erosão.
Na maior parte dos casos, os sedimentos foram transportados, antes de serem depositados.
Durante este transporte, os sedimentos são arredondados e calibrados, reflectindo a força e
duração da corrente que os transportou e depositou.
92
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 15: Quadro resumo sobre as características dos principais tipos de rochas sedimentares detríticas atendendo
aos seus processos de formação (Adaptado de Osório, Lígia, 2004).
Os termos sal-gema e gesso utilizam-se para designar quer o mineral, quer a rocha. É a
dimensão das ocorrências que as classifica em agregado mineral ou em afloramento rochoso.
de processos inorgânicos;
calcários quimiogénicos;
calcários biogénicos;
As paisagens típicas de certas zonas calcárias, são conhecidas por modelado cársico.
As rochas calcárias são extremamente fissuradas, o que permite uma rápida infiltração da
água. Daqui decorre a secura superficial, relacionada com uma vegetação escassa e
característica e uma grande circulação subterrânea.
O modelado cársico apresenta formas muito variadas que podem agrupar-se em formas
de superfície, formas subterrâneas, formas de ligação com o interior e diferentes formas de
emissão da água.
Formas subterrâneas - a acção química das águas que circulam nos maciços
calcários continua nas zonas subterrâneas. Este trabalho permanente, ao longo de
94
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Ao gotejar do tecto de uma gruta, por exemplo, cada gota abandona no local de
desprendimento uma película de carbonato de cálcio (CaC03) que, por acumulação sucessiva
ao longo de muitos milhares de anos, forma estruturas pendentes chamadas estalactites.
Formas de emissão de água - a água que se infiltra nos maciços calcários pode
ser tão abundante que forma, por vezes, verdadeiros rios subterrâneos. Essa água,
atingindo a superfície, origina nascentes designadas por exsurgências. Pode
acontecer ainda, que um rio subaéreo penetre no calcário passando a ser
subterrâneo, fenómeno conhecido por perda. Se mais adiante esse rio reaparece à
superfície forma uma ressurgência.
Os tufos calcários são pouco densos e têm estrutura cavernosa, onde se notam muitas
vezes vestígios de seres vivos, nomeadamente de plantas e de moluscos de água doce.
Formam-se por precipitação provocada pela agitação da água ou pela actividade fotossintética
na emergência de fontes. O carbonato de cálcio precipitado deposita-se, recobrindo as plantas
e os animais.
95
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
96
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
A diminuição nas águas marinhas do teor em dióxido de carbono (CO 2), por variação das
condições físico-químicas, leva à precipitação quimiogénica de um mineral, a calcite.
Porém, a actividade fotossíntética de algas marinhas reduz o teor de CO 2 das águas e, por
isso, estão criadas as condições para que também ocorra a precipitação da calcite. Neste caso,
a precipitação de calcite é consequência da actividade de seres vivos e o calcário, que com ela
se forma, diz-se biogénico.
No entanto, a actvidade dos seres vivos pode ainda manifestar-se de outras formas na
formação de rochas, nomeadamente de outros tipos de calcários.
Os corais são seres vivos que edificam estruturas calcárias, sob a forma de recifes, a
partir de carbonato de cálcio dissolvido na água do mar. Este tipo de calcário, que se
forma em consequência da actividade biológica, designa-se por calcário recifal.
97
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Outros seres vivos retiram carbonato de cálcio da água do mar para construir parte do
seu corpo, como, por exemplo, as conchas. A acumulação e a cimentação destas
estruturas, após a morte dos seres vivos, originam os calcários conquíferos.
Figura 19: Características dos carvões (Adaptado de Silva, A., et al., 2000).
98
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 20: Corte esquemático de uma bacia hulhífera. A camada detrítica inferior a cada leito de carvão designa-se por
muro e a que o recobre por tecto (Adaptado de Silva, A., et al., 2000).
99
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
O petróleo depois de formado tende a migrar para níveis superiores, dado ser menos
denso que os restantes fluidos das rochas-mãe. Se o petróleo migrar livremente, sem
obstáculos geólogicos à sua passagem, o mais provável é que venha a perder-se na superfície
terrestre ou na superfície da água. Porém, o petróleo, na sua ascenção, pode encontar:
Tipo de Características
Rochas
100
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
101
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Uma das principais chaves para o passado da Terra são os fósseis. Eles são restos de
seres vivos ou simples vestígios da sua actividade (pegadas, ninhos, fezes fossilizadas)
contidos nos estratos das rochas sedimentares e contemporâneos da sua formação. Após a
morte, os seres vivos podem ser devorados por outros ou sofrer um processo de
decomposição pelos seres decompositores. Em regra, as partes duras do animal, ossos e
dentes, são de mais difícil decomposição e as que têm maior possibilidade de ficar conser-
vadas nos estratos sedimentares. Fossilização é o processo que conduz à conservação dos
vestígios dos seres vivos nas rochas sedimentares e consiste no isolamento dos restos
orgânicos por uma camada envolvente, o que evita a acção dos decompositores. Existem
diversos processos de fossilização:
102
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Fósseis de idade.
Por este facto, estes fósseis são indicadores da idade geológica dos estratos que os
contêm. Exemplos de fósseis de idade trilobites e amonites, viveram no Paleozóico e no
Mesozóico, respectivamente.
O estudo dos fósseis permite a datação relativa dos estratos numa coluna de estratos
pertencentes a uma sequência estratigráfica, através da aplicação de diferentes princípios.
103
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
- o Criptozóico;
- o Fanerozóico. 104
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Hoje, admite-se que no Criptozóico já existiam formas de vida, ainda que rudimentares,
nomeadamente seres unicelulares, o que induziu uma divisão mais fina deste Éon em três Eras
- o Hadeano, o Arcaico e o Proterozóico.
O Fanerozóico, por sua vez, subdivide-se nas Eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica
caracterizadas por importantes mudanças nas formas de vida, conforme testemunhos fósseis.
O termo zóico significa zoo, isto é, animal. Por sua vez, cen quer dizer recente, meso quer
dizer meio e paleo quer dizer antigo. Assim, estas divisões reflectem grandes mudanças nas
formas de vida da Terra, sendo cada Era reconhecida pelo grupo de animais que nela
dominou.
105
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 25: Escala do tempo geológico (Adaptado de Dias, A., et al., 2004).
106
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
4. Exercícios de Aplicação:
2. Explique o significado do seguinte provérbio popular: "Água mole em pedra dura, tanto bate
até que fura".
Figura 1
3.2. Explique a actuação e a contribuição deste processo para a degradação das rochas à
superfície da Terra.
Coluna I Coluna II
B. Dunas
2. Acção da água da chuva
C. Falésias
3. Acção da água do mar
D. Estratos
107
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
5. Muitos são os processos que contribuem para a formação das rochas sedimentares. A lista
que se segue fornece alguns desses processos.
Cimentação Recristalização
Erosão Deposição
Compactação Transporte
6.4. Forneça uma hipótese que explique por que razão a biotite é menos resistente à
alteração, quando comparada com o quartzo.
6.5. Indique dois agentes de meteorização que poderiam ter contribuído para a alteração do
granito.
7.1. Indique:
afirmações verdadeiras.
A. é uma substância muito comum na crusta terrestre. B. apresenta uma dureza próxima de 7.
8.2. Um mineral que seja riscado pela lâmina de um canivete tem uma dureza:
C. entre 5 e 7. D. inferior a 5.
A. a cor desse mineral quando reduzido a pó. B. a possibilidade de riscar outros minerais.
109
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Proposta de correcção:
2. De facto, este provérbio popular também pode ser adaptado aos fenómenos
geológicos. A água é o principal agente de alteração das rochas e, quando actua em
longos períodos de tempo, é capaz de provocar fenómenos de meteorização e erosão
dos materiais litológicos.
+ -
3.2. Este processo actua da seguinte forma: a água riça em iões de Na e CI infiltra-se
nas fracturas ou poros das rochas. Numa fase posterior, quando a água se evapora, os
cristais de NaCl (halite) necessitam de espaço para crescer. Este crescimento pode
provocar o alargamento das fracturas e poros e, desta forma, outros agentes naturais
poderão actuar mais facilmente na alteração das rochas.
5.1. Erosão --- Transporte --- Deposição --- Compactação --- Cimentação ---
Recristalização.
6.2. O quartzo.
7.1.2. Dureza. O traço dos dois minerais é branco, logo a cor não é uma propriedade que,
neste caso, permita a sua distinção, dada a possibilidade dos minerais serem
alocromáticos.
110
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
7.2. Uma representa a cor do mineral e a outra, o traço, a cor do seu pó. 7.3. O mineral
risca a ortoclase (H = 6) e é riscado pelo quartzo (H=7).
8.1. C
8.2. D
8.3. A.
8.4. D.
9.2. As trilobites são fósseis de idade, atribuindo-se ao estrato que as contêm uma idade
paleozóica; a presença de amonites na sequência estratigráfica B, indica uma idade
mesozóica; os corais, por sua vez, são fósseis de fácies, indicando meios marinhos
pouco profundos de águas tépidas.
9.3. Meio marinho pouco profundo ---- abaixamento do nível das águas com formação de
pântanos --- subida do nível das águas com aumento da temperatura.
111
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
B- AMBIENTE MAGMÁTICO
112
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
ÍNDICE:
COMPETÊNCIAS
113
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Os principais constituintes do magma são oxigénio (O), silício (Si), alumínio (Al), cálcio
(Ca), sódio (Na), potássio (K), ferro (Fe) e magnésio (Mg). A sílica (SiO 2) e a água influenciam
as propriedades físicas do magma, como a densidade e a viscosidade.
Geralmente, os magmas são gerados em locais onde se verifica uma forte actividade
tectónica, por exemplo, o que acontece em limites de placas convergentes e divergentes.
Porém, existem fenómenos de magmatismo que não ocorrem nesse limites.
Figura 1: Ambientes tectónicos nos quais ocorre a formação de magmas ( Adaptado de Dias,
A., et al., 2004).
114
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Os magmas podem ser classificados, quanto à sua composição, nos seguintes tipos:
Magmas pobres em sílica: contêm menos de 52% de SiO2. São magmas fluidos,
com temperaturas compreendidas entre 900ºC e 1200ºC.
Magmas com composição intermédia: contêm 53% e 64% de SiO2.
Magmas ricos em sílica: contêm entre 65% e 77% de SiO2. São magmas viscosos,
com temperaturas inferiores a 850 ºC.
Magma basáltico
Admite-se que os magmas basálticos sejam provenientes do manto superior. Estes magmas
são expelidos principalmente ao longo dos riftes e dos pontos quentes.
Ao nível dos riftes, a subida dos magmas relaciona-se com correntes ascendestes
de materiais provenientes primariamente do manto. Julga-se que este magma se
origina a partir da fusão parcial do peridotito (constituinte do manto).
Nos pontos quentes, situados ao nível dos oceanos, por vezes, fluem grandes
quantidades de magma basáltico, constituindo ilhas como as do Hawai. Nestas
zonas, ascendem plumas quentes provenientes do manto profundo.
As duas principais rochas geradas a partir deste magma são os basaltos e os gabros que
são os constituintes fundamentais da crosta oceânica. No entanto, essas rochas podem ser
encontradas na crosta continental, o que leva que o manto, que se situa sob esta crosta, seja
idêntico àquele que se situa sob a crosta oceânica.
115
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
porfírica. Esta textura revela duas fases de formação: uma que possibilita a génese de cristais,
geralmente durante a ascensão, e outra mais rápida, já à superfície, conducente à formação de
cristais microscópicos e, por vezes, de algum material não cristalizado.
Se a ascensão é muito rápida, pode não haver tempo para a cristalização e então formam-
se rochas com textura vítrea. Em muitos casos, porém, o magma proveniente do manto
acumula-se em câmaras magmáticas a uma profundidade de 10 a 30 km, permitindo a génese
de rochas plutónicas do tipo dos gabros.
Os magmas que são provenientes de menores profundidades, como acontece ao nível dos
riftes, são mais ricos em sílica. Os magmas basálticos de origem mais profunda são mais
pobres em sílica e têm mais álcalis (K e Na). Este tipo de basaltos localiza-se, prefe-
rencialmente, no interior de placas.
Magma andesítico
- Relacionam-se com zonas vulcânicas, nestas, os referidos magmas são gerados por
subducção de uma placa oceânica sob uma placa continental.
116
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
A maioria dos vulcões que emitem lavas andesíticas localiza-se junto das fossas, regiões
onde mergulham e são destruídas as placas litosféricas.
Grande parte dos vulcões activos com lavas andesíticas Iocaliza-se à volta do Pacífico,
definindo uma linha em arco que coincide com as fossas, onde se verifica o mergulho e a
destruição de placas oceânicas.
Magma riolítico
117 de
Algumas experiências laboratoriais sugerem que os magmas não poderão conter mais
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
10% de água. No entanto, observações de certas erupções vulcânicas levam a admitir que a
composição dos magmas se pode alterar pela incorporação de água durante o seu percurso
até à superfície.
Admite-se que os magmas riolíticos resultam de uma fusão parcial das rochas da crosta
continental em que a água tem uma interferência fundamental.
Esta ideia foi apoiada por experiências feitas em laboratório com materiais de composição
igual à composição média da crosta continental (estes materiais contêm água) e nas condições
de pressão e temperatura existentes em zonas do interior da crusta terrestre. Verificou-se que
a fusão parcial desses materiais produzia um magma de natureza riolítica.
A presença da água faz baixar o ponto de fusão dos minerais. No entanto, este efeito deixa
de se verificar a baixas pressões, isto é, em zonas próximas da superfície.
Admite-se que a maior parte dos granitos constituintes da crosta continental são granitos de
anatexia. Contudo, parece ser ainda possível a génese de pequena percentagem de granitos a
partir de magmas basálticos, como veremos quando abordarmos os processos envolvidos na
diferenciação magmática.
- a pressão;
- a temperatura;
- a presença ou ausência de água;
- a composição dos minerais presentes.
118
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Bowen estabeleceu teoricamente uma ordem segundo a qual se processa a formação dos
principais minerais que constituem as rochas magmáticas. Definiu duas sequências de
cristalização durante a diferenciação:
- a série descontínua;
- a série contínua.
A série contínua, a das plagióclases, tem início nas plagióclases cálcicas (anortite),
passando pelas calco-sódicas até às plagióclases sódicas (albite). No final, a temperaturas
mais baixas, ocorre a cristalização dos feldspatos potássicos (ortóclase), da moscovite e do
quartzo, que não pertencem a nenhuma daquelas séries. Na série contínua os minerais
apresentam o mesmo tipo de estrutura cristalina. A série descontínua é assim chamada porque
cada mineral tem estruturas cristalinas e composições químicas diferentes.
Nas séries reaccionais de Bowen, os minerais que se situam na mesma linha horizontal têm
pontos de cristalização semelhantes.
Os primeiros cristais a formarem-se, por serem mais densos, separam-se do banho mag-
mático por acção da gravidade e acumulam-se no fundo da câmara magmática.
Geralmente um magma reage com as rochas encaixantes, resultando daí a fusão destas
rochas e a sua consequente assimilação pelo magma. Assim, a composição do magma inicial
altera-se, o que irá reflectir-se nas rochas resultantes (fig. 4).
120
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 4: O magma, ao atravessar as rochas encaixantes, incorpora alguns dos seus fragmentos xenólitos.
121
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Os minerais caracterizam-se por uma composição química definida e por uma estrutura
interna ordenada, regular e repetitiva, a que se chama estrutura cristalina. Essa organização
interna reflecte-se, em condições favoráveis, na forma exterior dos cristais, que são delimitados
por superfícies planas e lisas. Quando os cristais se desenvolvem em condições em que não
há espaço para crescerem, essas faces planas não aparecem.
Um cristal pode, então, ser definido como um sólido homogéneo de matéria mineral que,
sob condições favoráveis de formação, pode apresentar superfícies planas e lisas, assumindo
formas geométricas regulares.
122
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Por sua vez, a matéria amorfa ou vítrea caracteriza-se pela ausência de ordenação interna,
isto é, as unidades básicas (átomos, iões ou moléculas) que a constituem estão dispostas de
uma forma totalmente aleatória.
- índice da cor;
- composição mineralógica;
- textura;
- modo de jazida;
- composição química;
- acidez ou saturação.
Índice da cor
No caso de as rochas apresentarem uma cor intermédia com uma percentagem equivalente de
minerais máficos e félsicos denominam-se mesocratas.
As rochas hololeucocratas, rochas muito claras, que apenas possuem minerais félsicos. 123
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Composição mineralógica
Figura 7: Classificação de algumas rochas magmáticas em função da textura, da percentagem de sílica, da cor e da
composição mineralógica (Adaptado de Dias, A. et al., 2004).
Textura
A textura é o aspecto geral da rocha resultante das dimensões, forma e arranjo dos minerais
constituintes. A textura das rochas depende fundamentalmente do modo como se dá o
arrefecimento do magma que está na sua origem. A textura refere-se ao tamanho e
características dos cristais presentes nas rochas.
124
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 8: Quadro resumo sobre a textura mais frequentes nas rochas magmáticas (Adaptado de Santos, A., et al.,
2001).
Modo de jazida
Tanto dos batólitos como dos lacólitos podem irradiar apófises que atravessam as rochas
que os envolvem. É o que sucede com o granito que, por vezes, ocorre encaixado nas fendas
ou fissuras das rochas vizinhas ou entre as camadas, originando estruturas como as que a
seguir se discriminam e que correspondem a apófises que se tornaram muito extensas e
produziram filões:
Composição química
Acidez ou saturação
Este critério baseia-se no tipo de minerais presentes, ricos ou deficientes em sílica. A rocha
diz-se sobressaturada se apresenta uma percentagem de quartzo superior a 10%. A rocha
que tem 0% a 10% de quartzo denomina-se saturada e aquela que não apresenta quartzo
designa-se por subsaturada.
126
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
- família do gabro-basalto - as rochas plutónicas desta família são os gabros. São rochas
básicas de textura holocristalina, de cor escura, cinzenta ou esverdeada, constituídas
fundamentalmente por plagióclases e piroxenas, podendo apresentar também olivina e por
vezes anfíbolas. As rochas vulcânicas desta família são os basaltos que são rochas
holocristalinas ou hemicristalinas, raramente vítreas, de cor preta, em que os minerais, à vista
desarmada, não se distinguem uns dos outros. Os minerais essenciais destas rochas são as
plagióclases básicas e as piroxenas;
- família do granito-riólito - as rochas plutónicas desta família são os granitos que são
formados essencialmente por feldspatos alcalinos, quartzo e biotite. A presença do quartzo
como componente fundamental é a característica principal e indica a cristalização do granito a
partir de um magma muito rico em sílica. A ortóclase é o feldspato potássico mais frequente
destas rochas. O granito pode apresentar também micas: moscovite (mica branca) e biotite
(mica preta). As rochas vulcânicas desta família são os riólitos, com composição idêntica à dos
granitos. Nos riólitos há a predominância de feldspatos potássico e sódico. Os fenocristais de
um riólito são provavelmente de quartzo ou feldspato e num basalto são de olivina, piroxena ou
plagióclase;
127
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
- família do peridotito - inclui todas as rochas ultrabásicas, isto é, as rochas que apresentam
uma percentagem de sílica inferior a 45%. As rochas mais típicas desta família são os
peridotitos, formados por partes iguais de piroxenas e olivinas. Também nesta família são
incluídos os kimberlitos, que normalmente preenchem chaminés vulcânicas e podem
apresentar diamantes, além de porções de outras rochas ultrabásicas.
128
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
129
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
6- Exercícios de Aplicação:
1.3.5- Alguns termos da série das plagioclases solidificam ao mesmo tempo que alguns termos
do ramo I. Como explica este facto?
Figura 2
2.1- Indique uma região geográfica na qual é possível observar um processo de colisão entre
placas continentais.
3.1- Faça corresponder os gráficos x, y e z a cada uma das rochas plutónicas seguintes:
andesito, basalto, granito, diorito, gabro e riolito.
3.3- Mencione o gráfico correspondente à rocha que poderá apresentar uma cor mais escura.
Justifique a sua escolha.
131
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
4.5- Indique, por ordem correcta de formação, os minerais que fazem parte da outra série de
reacção.
5.1.1- peridotito;
5.1.2- granito.
5.3- Identifique o magma que possui uma composição química semelhante à do material que
constitui o manto superior. Justifique.
132
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Proposta de correcção:
1.2- Porque como o arrefecimento do magma é rápido, não há tempo suficiente para que
ocorra uma diferenciação dos minerais. A rocha que se forma nestas condições irá
apresentar uma textura vítrea.
1.3.2- A olivina.
1.3.3- O quartzo.
2.1- Por exemplo, na região dos Himalaias, em consequência da colisão da placa Indiana
com a placa Asiática.
3.3- A letra Z, porque são rochas que apresentam uma elevada percentagem de minerais
máficos.
4.3- A passagem de um mineral para o outro é gradual, onde a substituição dos iões de
Ca por Na não altera a sua estrutura interna.
133
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
5.1.1- O magma A.
5.1.2- O magma B.
5.2- Porque o magma A é rico em ferro e magnésio, que lhe conferem uma cor escura; o
magma B é pobre nesses elementos, mas rico em sílica e alumínio.
5.3- O magma B, porque é o magma que é constituído por uma maior percentagem de
ferro e magnésio, elementos químicos que ocorrem em grande quantidade no manto
superior.
5.4- O magma A.
134
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
C- DEFORMAÇÕES: FALHAS E
DOBRAS
135
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
ÍNDÍCE:
1.1. Deformação das rochas
1.2. Mecanismos de deformação
1.3. Deformações mais frequentes
1.3.1. Falhas
1.3.2. Dobras
1.4. Exercícios de Aplicação
COMPETÊNCIAS
Compreender a ideia de que as dobras e falhas resultam de tensões sofridas pelas rochas.
136
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Na Terra, as rochas estão sujeitas a tensões provocadas pela mobilidade das placas
litosféricas e pela pressão exercida pelas camadas de rochas suprajacentes. A tensão é a
força exercida por unidade de área. Submetidas a estados de tensão, as rochas sofrem
deformações, originando falhas ou dobras.
O limite de elasticidade de
uma rocha é geralmente baixo.
Esse limite de elasticidade é
ultrapassado quando a deformação
provocada por uma força se torna
irreversível, mesmo que cesse a
actuação da força. A rocha sofre,
então, ruptura ou fica deformada de
um modo permanente.
Figura 2: Tipos de deformação
Deformação frágil: o material fractura como resposta à tensão exercida (ex: garrafa de
vidro partida). É, também, uma deformação irreversível.
1.3.1. Falhas
O movimento relativo dos dois blocos da falha está na base da classificação das falhas. Na
tabela seguinte, estão reunidos os três tipos de falhas e os principais elementos que
caracterizam uma falha.
Figura 5: Quadro resumo dos principais tipos de falhas segundo Anderson (Adaptado de Dias A., et al., 2004).
139
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
1.3.2. Dobras
140
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Uma outra classificação tem em conta a idade relativa das rochas da dobra, da seguinte forma:
Anticlinal - dobra em que o núcleo da antiforma é ocupado pelas rochas mais antigas.
Sinclinal - dobra em que o núcleo da sinforma é ocupado pelas rochas mais recentes.
Figura 8: Quadro resumo sobre classificação de dobras (Adaptado de Dias, A., et al., 2004).
141
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
O quadro seguinte relaciona a deformação das rochas com diferentes estados de tensão
e com o comportamento (frágil ou dúctil).
Limites destrutivos
das placas
Compressivo Falha inversa Dobra
litosféricas
Limites construtivos
das placas
Distensivo Falha normal Estiramento
litosféricas
Limites
conservativos das
Cisalhante Falha de Cisalhamento
placas litosféricas
desligamento
Figura 9: Quadro resumo da deformação das rochas com os diferentes tipos de tensão
142
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 1 Figura 2
1. 1.1. falha;
1.1.3. rejecto
1.3.1. figura 1;
1.3.2. figura 2.
1.4.1. figura 1;
1.4.2. figura 2.
2. Uma sequência normal de estratos, isto é, uma sequência em que os estratos da base são
mais antigos do que os do topo, sofreu dobramento de acordo com o esquema da figura.
143
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 3
2.1.1. dobra;
2.1.3. charneira.
Figura 4
144
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
a) 180°.
b) 45°.
c) 90°.
d) 0°.
a) uma sinforma.
b) uma antiforma.
3.4. As forças que mais provavelmente geraram as dobras representadas foram de natureza:
a) D e C.
b) C e D.
c) C e E.
145
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
d) D e E.
c) Na falha A, as estruturas designadas por tecto deslocam-se para baixo relativamente às Figura 5
estruturas designadas por muro.
4.4. As falhas resultam de um comportamento frágil face às forças a que as rochas estão
sujeitas. Esse comportamento é favorecido por:
146
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Proposta de soluções
1.2. A - Muro.
B - Plano de falha.
C - Tecto.
DD' - Rejeito.
E - Tecto.
F - Muro.
2.1.2. Plano axial é a superfície de simetria da dobra que a divide em duas partes
(flancos) aproximadamente iguais.
2.1.3. Charneira é a linha que une os pontos de máxima curvatura de uma dobra.
B - Sinclinal.
C - Charneira/Eixo da dobra.
D - Anticlinal.
2.4.1. Não é viável este tipo de falhamento, dado ser típico de regimes distensivos.
2.4.2. Dado que o falhamento inverso é típico de regimes compressivos, é viável, desde
que a deformação passe de dúctil a frágil.
147
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
3.1. b
3.2. c
3.3. b
3.4. d
3.5. a
4.2. A
4.4. b
148
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
149
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
ÍNDICE:
Ambiente Metamórfico
COMPETÊNCIAS:
150
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
1. AMBIENTE METAMÓRFICO
As condições que definem o ambiente metamórfico, o qual tem lugar no âmbito dos
processos internos do ciclo litológico, situam-se, entre as condições que caracterizam o
ambiente sedimentar e aquelas que definem o domínio magmático. O ambiente metamórfico
situa-se além da diagénese, ou seja, ocorre em condições de pressão e de temperatura mais
elevadas, num contexto de geodinâmica interna. O ambiente metamórfico possibilita a
alteração das rochas preexistentes por desaparecimento de minerais não compatíveis com as
novas condições.
Conceito de metamorfismo
- temperatura;
- pressão;
- fluidos de circulação;
- tempo geológico (os fenómenos metamórficos são muito lentos e, em muitos casos,
os seus efeitos só são atingidos ao fim de dezenas de milhões de anos).
151
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Temperatura/Calor
Pressão/Tensão
Este factor inclui três tipos de pressão: pressão litostática ou confinante, pressão de
voláteis e pressão dirigida ou orientada.
A pressão litostática ou confinante é uma pressão não orientada que se faz sentir a partir
de profundidades relativamente pequenas e exerce-se em todas as direcções tal como a
pressão atmosférica. O chamado gradiente geobárico (variação da pressão litostática com a
profundidade) é da ordem de 250 a 300 atmosferas por km (1 atmosfera equivale a 1 bar) o
que dá, para uma profundidade de 30 km, valores de pressão situados, aproximadamente,
entre as 7500 e 9000 atmosferas. O comportamento mecânico das rochas é grandemente
influenciado pela pressão litostática; com o aumento desta, a resistência à ruptura e o limite de
elasticidade das rochas também aumentam.
A pressão de voláteis surge porque, uma vez que no metamorfismo intervêm componentes
voláteis, que circulam ou estão retidos nos poros ou fissuras das rochas, as pressões de vapor
destes componentes representam valores que se integram no factor comum, pressão.
Podem ser definidos diferentes tipos de foliação, em função do grau de metamorfismo, dos
quais destacamos três - a clivagem ardosífera, a xistosidade e o bandado gnáissico.
Figura 3: Quadro resumo dos diferentes tipos de foliação (Adaptado de Silva, A., et al., 2004).
Fluidos de circulação
Aparentemente, a água, sob altas pressões, circula através dos grãos, dissolvendo iões de
um mineral e transportando-os para outro local da rocha, onde podem reagir com iões de um
outro mineral.
Tempo geológico
Este factor é muito importante em Geologia e outras ciências, não sendo, portanto,
exclusivo do metamorfismo. Atendendo a que os processos metamórficos são muito lentos, a
duração de tais processos possibilita a reorganização mineralógica e os reajustamentos
textural e estrutural das rochas.
Há uma relação directa entre o tempo decorrido e o grau de metamorfismo, isto é, a maior
ou menor grandeza das transformações operadas.
153
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Este tipo de metamorfismo, resulta sempre que um magma penetra e se instala no seio de
outras rochas preexistentes, geralmente sedimentares. O metamorfismo de contacto verifica-se
em rochas adjacentes a uma intrusão magmática (fig.4).
Neste tipo de metamorfismo os factores dominantes são o calor libertado nas intrusões de
rochas magmáticas e a presença de
baixas pressões. A temperatura é
muito elevada junto à intrusão e
diminui progressivamente com o
afastamento relativamente ao corpo
magmático. A região de alteração
metamórfica chama-se auréola ou
orla de metamorfismo e pode ir de 154
Figura 5: Auréola de metamorfismo
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
de outros).
Nota: A curva de fusão dos granitos, isto é, o conjunto de condições de pressão e temperatura a partir
das quais os feldspatos e o quartzo começam a fundir, constitui o ultrametamorfismo e, à sua direita,
situa-se o domínio da anatexia, que corresponde ao início da fusão parcial dos materiais da crusta. Neste
domínio ocorre a formação de magmas de natureza granítica.
156
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 7: Localização tectónica do metamorfismo regional (Adaptado de Silva, A., et al., 2004).
157
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
O aparecimento de cada mineral indicador pode assinalar-se num mapa mediante uma linha
que se designa por isógrada. As isógradas são linhas imaginárias que ligam pontos onde
minerais indicadores aparecem pela primeira vez. Duas isógradas consecutivas definem uma
zona em que as condições de metamorfismo foram aproximadamente as mesmas (fig. 8).
Quanto à estrutura das rochas metamórficas podem dividir-se em foliadas e não foliadas. As
foliadas apresentam os minerais orientados perpendicularmente à direcção da força
compressiva, dando-lhe um aspecto laminado ou bandeado. As não foliadas não evidenciam
orientações dos seus constituintes. As rochas metamórficas não foliadas apresentam as
seguintes características:
158
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
159
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Micaxistos ou xisto De foliação bem marcada, formadas por minerais micáceos, algum
quartzo e feldspato. Apresentam cristais de estaurolite, granada e
andaluzite de grão médio.A presença destes cristais indica
metamorfismo elevado.
160
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
161
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
2.1. Justifique por que razão o metamorfismo é um processo de transformação que ocorre no
estado sólido.
2.2. Indique a alteração metamórfica predominante provocada nas rochas por acção:
2.2.1. da temperatura;
2.2.2. da tensão;
3.3. Refira o nome de uma rocha metamórfica que possa ser representada:
4. Suponha que um enorme meteorito atinge a Terra, numa zona onde aflora um maciço calcá-
rio.
4.3. Indique, justificando, duas rochas metamórficas formadas na sequência deste hipotético
impacto.
163
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
5.3. Discuta:
Proposta de correcção:
1.1. b
2.1. Porque são alterações que ocorrem sem que se verifique uma fusão da rocha.
Quando ocorre fusão, termina o metamorfismo e inicia-se o magmatismo.
3.2. A tensão. No caso da amostra A, a tensão era dirigida de tal modo que a rocha
adquiriu foliação, neste caso, uma estrutura bandada. No caso da amostra B, a tensão
era litostática, tendo determinado, de modo igual em todas as direcções, uma
aproximação dos constituintesmineralógicos, não originando foliação.
3.3.1. Gnaisse.
164
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
4.3. Corneanas, nas zonas onde a temperatura foi muito alta, isto é, no contacto com o
meteorito; mármore, nas zonas onde o aumento de temperatura apenas determinou a
recristalização do calcário.
5.3.1. Esse projecto não é viável porque parte da represa assenta em xisto (rocha
metamórfica que se parte, com relativa facilidade, segundo superfícies lisas a
ligeiramente onduladas).
165
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
166
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
ÍNDICE:
167
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
COMPETÊNCIAS
168
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Os recursos geológicos são materiais (sólidos, líquidos e até gasosos) que podem ser
extraídos da Terra e que são utilizados em benefício do Homem. Por vezes, não são os
materiais da Terra que são um recurso, mas sim as suas propriedades, por exemplo, o calor ou
a radioactividade, que certas rochas e minerais libertam. Os recursos podem ser renováveis ou
não renováveis.
Os recursos geológicos não são renováveis, com excepção da água e do calor interno
da Terra.
169
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Os recursos minerais incluem numerosos materiais utilizados pelo Homem e que foram
concentrados, muito lentamente, por uma variedade de processos geológicos. Os recursos
minerais, de acordo com as suas propriedades químicas, podem classificar-se em metálicos e
não metálicos.
O material que, num jazigo mineral, é aproveitável e que tem interesse económico,
chama-se minério. O material que, no mesmo jazigo mineral é rejeitável, que não têm
qualquer valor económico e está associado ao minério designa-se por ganga ou estéril. A
ganga é, geralmente, acumulada em escombreiras, que são depósitos superficiais junto às
explorações mineiras. Estas causam poluição visual, e podem ter substâncias tóxicas que
poluem o solo e a água.
O quadro seguinte resume alguns recursos minerais não metálicos e respectivas utilizações.
170
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 2:Quadro resumo sobre os recursos minerais não metálicos e suas aplicações (Adaptado de Osório, Lígia,
2005).
São muitos e variados os problemas relacionados com o meio ambiente que a actividade
mineira pode provocar.
1. Extracção do minério
2. Tratamento do minério
3. Separação e remoção do material estéril ou ganga.
Destas diferentes fases, a terceira, é aquela que se revela mais problemática. O material
estéril pode originar escombreiras, estas podem originar encostas artificiais, mal consolidadas
e que, em situações extremas, poderão originar desabamentos de terrenos. O material estéril
poderá também por acção das águas da chuva ser lixiviado, contaminando os aquíferos e os
solos.
171
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
O carvão, o petróleo e o gás natural são recursos energéticos não renováveis e que
se aproximam rapidamente do esgotamento. A energia que contêm está armazenada nas
ligações químicas de compostos orgânicos, sujeitos a complexas transformações ao longo de
grandes períodos de tempo.
172
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
O calor interno da Terra constitui uma fonte de energia que pode ser concentrada
localmente. Quando existe uma fonte de magma relativamente próxima da superfície da Terra,
verifica-se o aquecimento de fluidos, geralmente a água, que se localiza em rochas porosas ou
em fracturas. A água quente pode ser aproveitada na produção de energia. 173
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Energia Geotérmica
Cerca de 15% da água que precipita sobre a superfície da Terra infiltra-se no solo, por
acção da gravidade, e origina a água subterrânea que preenche os aquíferos.
175
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Tipos de Aquíferos
176
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Uma exploração sustentada dos recursos geológicos poderá passar pelas seguintes medidas:
Figura 1
1.1- Ordene, por ordem crescente, relativamente à quantidade de água que cada um possui,
1.2- Identifique os processos naturais que estão ilustrados na figura, com os números 1, 2, 3,
4 e 5.
1.3- Como se designa a ciência que estuda a parte subterrânea do ciclo hidrológico?
1.4- Indique os principais factores de que depende a maior ou menor quantidade de água
subterrânea armazenada.
1.5 - Dos diferentes reservatórios de água apresentados, quais são os mais susceptíveis à
poluição?
1.6- Refira a origem da poluição que mais afecta os reservatórios de água subterrânea.
2- A figura 2 ilustra uma sequência de camadas nas quais é possível identificar diferentes
aquíferos.
Figura 2
178
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Proposta de correcção
1.3- Hidrogeologia.
2.1- A camada B, porque está limitada, superiormente, por uma camada permeável.
2.3- Processa-se lateralmente, uma vez que tem por cima uma camada impermeável.
2.4- A camada A.
179
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Grupo I
Embora a maioria dos organismos que habita ambientes pobres em O 2 e ricos em CO2
possua hemoglobina com maior afinidade para transportar O 2, um estudo recente revelou que a
hemoglobina da toupeira-do-leste especializou-se no transporte mais eficiente de CO2.Embora
seja importante o transporte de O2 para as células, a remoção de CO2 também é vital, pois este
gás pode tornar-se tóxico em elevadas concentrações e provocar modificações no pH do meio
celular. Na realidade, a pressão parcial de CO2 é um dos principais indícios do organismo para
regular a taxa de ventilação pulmonar.
Na resposta a cada um dos itens de 2 a 8, selecione a única opção que permite obter uma
afirmação correta. Escreva na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a
opção correta.
2. As leghemoglobinas vegetais podem ser detetadas nos nódulos das raízes de muitas plantas
leguminosas, em que se estabelece uma relação de simbiose entre a planta e bactérias
fixadoras de azoto.
(A) …por terem maior superfície cutânea, se reproduziram mais num meio pobre em oxigénio.
(B) …por usarem pouco os pulmões, na obtenção de oxigénio, ficaram com estes órgãos
reduzidos.
(C) …desenvolveram uma maior superfície cutânea, para obterem maior quantidade de
oxigénio.
7. Terra rossa é a designação atribuída aos depósitos ___ de cor vermelha, locais onde a
toupeira faz as suas tocas, são resultantes da acumulação de resíduos ___ presentes nas
rochas carbonatadas.
8. Faça corresponder a cada uma das letras (de A a F), que identificam afirmações relativas ao
ambiente sedimentar, o número (de I a VII) da chave, que, assinala etapas da génese de uma
rocha sedimentar.
Chave: Afirmações:
V – Cimentação
VI– Sedimentação
181
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
GRUPO II
Na resposta a cada um dos itens de 1 a 8, selecione a única opção que permite obter uma
afirmação correta. Escreva na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a
opção correta.
182
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
5. O ____constitui uma boa rocha de cobertura para reservatório de petróleo e gás natural.
7.As areias são rochas _______, pois resultaram da não litiogénese dos ________
Afirmações Chave
VI – Gabro
VII – Mármore
VIII – Siltito
10. O Mosteiro da Batalha é um monumento calcário que tem sofrido uma deterioração
acelerada, sobretudo após a construção do troço da estrada IC2, que liga Lisboa ao Porto e
que passa perto dele.
Relacione a deterioração acelerada que o Mosteiro da Batalha tem sofrido com a sua
localização.
Grupo III
Naquele que é hoje o Alentejo metalogenético integrado na Faixa Piritosa Ibérica (FPI),
uma importante atividade vulcânica submarina deu origem a jazigos de sulfuretos maciços,
devido à libertação de enxofre, que depois se viria a combinar com ferro. A circulação de
fluidos hidrotermais entre as rochas vulcânicas e sedimentares deu lugar a processos físico-
químicos que conduziram à deposição, em ambiente marinho, de massas de sulfuretos ricas
em ferro, cobre, zinco, chumbo, prata e ouro. Estes jazigos vulcanogénicos, notáveis quer
184
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
pelas suas dimensões, quer pelos metais neles existentes são, assim, constituídos por massas
de sulfuretos polimetálicos em que predomina a pirite.
A riqueza dos depósitos da FPI conduziu a uma intensa atividade mineira na zona,
onde existem cerca de cem minas, algumas abandonadas, como S. Domingos, outras em
laboração, como Neves-Corvo. Esta constitui o centro mineiro mais importante da Europa
Ocidental, no que se refere a metais como o cobre, o zinco, o chumbo e o estanho, tendo sido
descoberto em 1977 em alvo gravimétrico.
(D) determinação da sua idade absoluta através do estudo dos fósseis encontrados.
(A) reserva geológica (…) aumentar (B) reserva geológica (…) diminuir
(C) recurso geológico (…) diminuir (D) recurso geológico (…) aumentar
5. A exploração mineira suscita hoje grande preocupação ambiental, tendo em conta o estado
de degradação em que se encontram as zonas mineiras abandonadas.
GRUPO IV
Foi estabelecida, por Ghyben e Herzberg, uma relação empírica constante entre o nível freático
acima do nível do mar (t) e a altura da coluna de água doce abaixo do nível do mar (h). Para
cada metro que o nível freático esteja acima do nível do mar, há 40 metros de coluna de água
doce sobre a água salgada (1:40). A aplicação desta relação permite a captação sustentada de
água doce nas zonas costeiras.
186
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
187
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Uma zona de aeração mais ______ permite, em tempo de pluviosidade elevada, recarregar o
aquífero e ______ a contaminação.
Afirmações
B – Quanto maior for a sua superfície mais fácil será a contaminação do aquífero.
Chave
Grupo V
Nesses locais, a água circula a temperaturas que podem atingir os 400 ºC, mantendo-
se no estado líquido, devido às elevadas pressões a que está submetida. No entanto, a três
188
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Figura 2
1. Selecione a alternativa que preenche os espaços na frase seguinte, de modo a obter uma
afirmação correta.
2. Selecione a alternativa que preenche os espaços na frase seguinte, de modo a obter uma
afirmação correta.
4. Selecione a alternativa que completa a frase seguinte, de modo a obter uma afirmação
correta.
(A) … um fluxo de calor de elevada entalpia. (B) … uma deposição de lavas encordoadas.
(C) … uma emissão de cinzas e de lapili. (D) … um baixo teor de sais dissolvidos.
190
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
6. Selecione a alternativa que preenche os espaços na frase seguinte, de modo a obter uma
afirmação correta.
Nas cadeias alimentares que se estabelecem nas fontes hidrotermais profundas, a função de
_______ é assumida pelas bactérias quimioautotróficas, que utilizam como fonte de _______
os compostos de enxofre, através de reações de oxidação-redução.
Critérios de correção
Grupo I
1. Scalopus
2. Opção (B)
3. Opção (C)
4. Opção (B)
5. Opção (A)
6. Opção (C)
7. Opção (B)
8. A –VI; B-V; C – IV; D – II; E- III; F – I.
9. A resposta deve contemplar os seguintes tópicos:
- Inerente ao processo de reprodução sexuada, estão mecanismos que conferem
variabilidade genética às populações, como recombinação genética.
- Esta variabilidade genética pode ser precursora de caraterísticas que podem ser
vantajosas num ambiente em constante modificação, sendo a chave para a
sobrevivência de determinada população.
Grupo II
1. Opção (C)
2. Opção (C)
3. Opção (B)
4. Opção (D)
5. Opção (D)
6. Opção (A)
7. Opção (B)
8. Opção (A)
9. A – V; B – VIII; C – I; D – III; E – VII.
10. A resposta deve conter os seguintes elementos:
- O dióxido de carbono e o monóxido de carbono libertados pelo tráfego automóvel
reagem com a água da chuva, provocando a diminuição do pH.
Ou
- O dióxido de carbono e o monóxido de carbono libertados pelo tráfego automóvel
reagem com a água da chuva, provocando a formação de um ácido.
191
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
Grupo V
1. Opção (B)
1. 2. Opção (A)
3. Opção (C)
4. Opção (A)
5. 1.A resposta deve contemplar os seguintes tópicos:
- As cristas oceânicas são zonas de vulcanismo activo, onde ocorre ascensão de magma
com aquecimento das rochas envolventes.
Ou, em alternativa,
• - -- As cristas oceânicas são zonas de erupções tipo fissural, onde ocorre ascensão de
magma com aquecimento das rochas envolventes.
Ou, em alternativa,
• -• - As cristas oceânicas são zonas de limites construtivos de placas tectónicas, onde
ocorre ascensão de magma com aquecimento das rochas envolventes.
Ou, em alternativa,
- As cristas oceânicas são zonas de rifte, onde ocorre ascensão de magma com
aquecimento das rochas envolventes.
- O contacto da água fria com as rochas aquecidas permite o fluxo de materiais e a sua
deposição formando as chaminés das fontes hidrotermais profundas.
Ou, em alternativa,
• - A infiltração de água, e o seu contacto com as rochas aquecidas, permite o fluxo de
materiais e a sua deposição formando as chaminés das fontes hidrotermais profundas.
6. 1. Opção (C)
7. Opção (B)
192
Biologia e Geologia - 2º ano
Ensino Secundário Recorrente
193