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26/05/2021

ANÁLISE DE SISTEMAS EMENTA


ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
 Explanação sobre Sistemas de Potência; o Sistema Elétrico Brasileiro; Modelos;
 Formulação Matemática do Fluxo de Carga; Métodos de Solução; Cálculos dos
Fluxos,
 Perdas e Potências Geradas; Cálculo de Curto- Circuito: Componentes
Simétricas; CC
Universidade Federal do Ceará – UFC
 Fase-Terra; CC Trifásico, CC Fase-Fase; CC Fase-Fase-Terra.
Engenharia Elétrica – Campus Sobral
Prof. Juan Carlos Peqqueña Suni

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
1. Computer Aided Power Systems Analysis. George Kusic. 2009, 399pp. CRC Press.
1. Grainger, Jonh J. And Stevenson, W. D. Jr. Power System Analysis, NY McGraw- ISBN 978-1-4200-6106-2
hill, 1994.
2. Electric Systems Analysis and Operation. Antonio Gomez-Exposito, Antonio J.
2. Kindermann, Geraldo, Curto-circuito, EEL/UFSC, 3ª edição, 2003. ISBN: 85- Conejo and Claudio Canizares. 2009, 684pp. CRC Press. ISBN 978-1-4200-6106-2
900853-3-3
3. Electric Power System Applications of Optimization. James A. Momoh. 2009,
3. Oliveira, C. C. B., Schimidt, H. O., Kagan, N., Robba, E. J., Introdução a Sistemas 602pp. CRC Press. ISBN 978-1-4200-6586-2.
Elétricos de Potência – Componentes Simétricos, Editora Edgard Blucher, 1996.
4. Robba, E. J., Introdução a Sistemas Elétricos de Potência, Editora Edgard Blucher,
4. Kusic, George. Computer Aided Power Systems Analysis. CRC Press. 2009, 1977.
399pp. CRC Press. ISBN 978-1-4200-6106-2.
5. Monticelli, a. J. Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica, SP, Edgard Blucher,
5. Anderson, Paul. Analysis of Faulted Power Systems, Iowa: The Iowa State 1983.
University Press, 2001.
6. Bosela, Theodore R., Introduction to Electrical Power System Technology, Prentice
Hall, 1997, ISBN 0-13-186537-4.

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AVALIAÇÃO 1. INTRODUÇÃO AO SISTEMAS ELÉTRICOS DE


 1a Avaliação Parcial – 1º AP
POTÊNCIA (SEP)
 2a Avaliação Parcial – 2º AP
 Seminários, exercícios e projeto.
Os sistemas elétricos de potência apresentam as características básicas:

MA = 0,7
1
AP + (0,3)S
• são compostos de equipamentos que funcionam em corrente alternada (CA) e que
N
operam essencialmente em tensão e frequência constantes;
MA – Média de avaliações
• para o adequado funcionamento, dependem do comando, controle e proteção
AP – Nota de avaliação parcial (AP)
realizados por meio de dispositivos com essa finalidade;
S – nota de seminário, exercícios e projeto
N – N° de Aps • usam essencialmente máquinas síncronas para geração de eletricidade, as quais, por
1 meio de suas turbinas permitem a conversão de energia, originária de fontes primárias
MF = MA + AF
2 (fóssil, nuclear, hidráulica, biomassa, eólica), em energia mecânica.
• possibilitam a transmissão de blocos de energia a consumidores espalhados nas mais
 MF – Média final ≥ 7,0  Aprovado por nota
diversas áreas, considerando longas distâncias. Este procedimento só é possível graças a
 MF – Média final < 7,0  AF
um sistema de transmissão, compreendendo subsistemas operando em diferentes níveis
MF – Média final ≤ 4,0  Reprovado por nota

de tensão
 AF – Nota de AF (prova de avaliação final) ≥ 5,0 Aprovado

É uma prática comum se dividir a rede elétrica relativa ao transporte de energia nos
seguintes subsistemas:
Pequenas centrais geradoras podem ser conectadas diretamente ao sistema de
subtransmissão ou ao sistema de distribuição. A tendência é que se tenha mais e
• Sistema de transmissão: interconecta todos os grandes centros de geração e aos mais a inserção de pequenas fontes de energia ao sistema de distribuição (a gás, a
principais centros de carga. Forma a parte por onde circula grandes blocos de óleo, biomassa, solar, entre outras) - a denominada geração distribuída.
potência e opera com os níveis de tensão mais elevados. Tipicamente, com tensões Para o caso brasileiro, embora essa diversificação seja benéfica, não eliminará a
maiores ou iguais a 230 kV. forte dependência de geração hidráulica existente.
• Sistema de sub-transmissão: permite a transmissão de potência em blocos mais Portanto, o sistema elétrico, como um todo, consiste de múltiplas fontes de geração
reduzidos, a partir das subestações de transmissão, para as subestações de que são utilizadas para atender aos centros de carga, processo esse que é feito por
distribuição. Grandes cargas industriais podem ser supridas diretamente por um complexos sistemas de transmissão.
sistema de subtransmissão. Em alguns sistemas, não há uma dinstinção clara entre
sistemas de transmissão e de subtransmissão, sendo ambos um só. Do exposto, para manter esse complexo sistema operando
• Sistema de distribuição: representa o estágio final envolvendo a transferência de adequadamente, com padrões de qualidade e de
energia para os consumidores individuais. A tensão primária de distribuição (a segurança mínimos, é necessário monitorá-lo e controlá-lo
denominada alta tensão do sistema de distribuição) é compreendida na faixa entre
1 e 34,5 kV. permanentemente.

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1.2 CONTROLE DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE 1.2.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DE UM SISTEMA


POTÊNCIA ELÉTRICO DE POTÊNCIA
A energia geralmente não é consumida diretamente na forma elétrica. Ela é antes convertida em  geradores;
outro tipo, tal como calor, luz, energia mecânica, entre outros. A vantagem da forma elétrica é  linhas de transmissão;
que pode ser transmitida e controlada com elevado grau de eficiência e confiabilidade.
 transformadores de potência;
Consequentemente, um sistema elétrico adequadamente operado e controlado deve atender a
alguns requisitos fundamentais:  capacitores em derivação (shunt) e em série;

1. O sistema deve ser capaz de suprir continuamente as variações de carga, tanto sob o ponto de  reatores em derivação;
vista de potência ativa quanto de reativa. Diferentemente de outras formas de energia, a  sistemas de transmissão CA flexíveis - flexible AC transmission systems (FACTS);
elétrica não pode ser armazenada em grandes quantidades. Então, uma reserva "girante" deve  compensadores síncronos.
ser prevista e controlada permanentemente.
Não seria possível operar o sistema sem os equipamentos de proteção, de redução de medidas para instrumentos, de
2. O sistema deve suprir energia com um baixo custo e com um mínimo impacto ecológico. manobra e de proteção, tais como:
3. A qualidade da energia suprida deve atender alguns critérios mínimos com relação aos  transformadores de potencial (TPs);
seguintes fatores:  transformadores de corrente;
 frequência constante;  chaves, seccionadoras, disjuntores;
 tensão constante ou parâmetro próximo; e  relés de proteção, filtros;

 confiabilidade.  para-raios.

1.2.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE UM SEP


As principais características desse modelo são:
No modelo antigo, as empresas de energia elétrica apresentavam uma estrutura
verticalizada, englobando, na maioria dos casos, os segmentos de geração,
transmissão, distribuição e comercialização juntas. Nesse caso, as empresas recebiam  Geração, transmissão, distribuição e comercialização integradas em uma
uma concessão para o fornecimento de energia a uma determinada região do país e mesma empresa;
atendiam essa demanda utilizando a energia gerada no seu próprio sistema, ou
 A cada empresa associa-se uma área de concessão onde todos os
adquirida de empresas vizinhas através de contratos.
consumidores são cativos (monopólio);
Em alguns sistemas, tais contratos de fornecimento de energia entre empresas não
diretamente conectadas eletricamente podiam existir, exigindo a transferência de  A troca de energia entre empresas é realizada somente através de contratos
energia através do sistema de transmissão de uma terceira empresa. bilaterais de médio ou longo prazo;

O modelo era fortemente regulamentado, não existindo a possibilidade de uma  O custo final da energia inclui todos os custos diretos e indiretos da empresa
empresa comercializar energia diretamente aos consumidores fora de sua área de verticalizada.
concessão. Assim, sob o ponto de vista econômico, o sistema operava como um
monopólio regulado.

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Em função da necessidade de otimização de recursos, de operar o sistema


com níveis mais elevados de carregamento, da introdução de diversos novos
participantes, foi necessário se repensar e a estrutura tradicional de um SEP.
Um novo modelo passou a existir, concebido a partir de desregulamentação
específica para o setor elétrico.
Nessa nova estrutura, ocorre a separação do transporte (transmissão e
distribuição) da produção (geração) e da comercialização. Além disso, é
introduzida a competição nos segmentos de geração e comercialização,
bem como verifica-se a preservação da transmissão e distribuição como
monopólios naturais.
Porém, com livre acesso a esses segmentos por parte de geradores e
comercializadores. A separação dos segmentos de geração e transmissão
suscitou dúvidas no início dos estudos de reestruturação do setor elétrico.

2. MODELOS DOS COMPONENTES DO SEP


2.2 LINHA DE TRANSMISSÃO
A linha de transmissão é modelada conhecendo-se
os seus parâmetros elétricos por fase e o seu
comprimento.
É usual dividi-la em curta (até cerca de 80 km), As linhas médias são representadas por um
média (entre 80 e 200 km) e longa (acima de 200 circuito π-equivalente, contendo além da
km).
resistência série, R, e da reatância indutiva série,
A representação é feito por um circuito monofásico X, mais a susceptância capacitiva, Y, a qual é
equivalente, por fase. Supõe-se que a linha opere
em regime permanente, a uma frequência, que no ligada de uma fase para a referência. A
Brasil é igual a 60 Hz. susceptância é dividida em duas partes, sendo a
A linha tem quatro parâmetros característicos: uma metade alocada em cada terminal da linha. A
condutância, G; uma resistência, R; uma reatância, Figura 2.2 exibe o circuito equivalente.
X =wL, sendo L a indutância da linha; e uma
susceptância, Y =wC, onde C é a capacitância da
linha.
O primeiro dos parâmetros é desprezível para a Figura 2.1 Modelo de linha curta Figura 2.2 Modelo de linha média
faixa usual de frequência dos estudos em regime
permanente e de análise de estabilidade em baixas
frequências. Assim, considerar-se-á G = 0 para fins
de modelagem.

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O elemento em derivação (shunt) do modelo de uma linha longa


é representado pelo termo:
O modelo de linha longa considera a abordagem
por parâmetros distribuídos. O seu modelo é
semelhante ao de uma linha média. No entanto, ao
invés de se ter uma impedância série, formada pela EXEMPLO 2.1
composição série da resistência R com a reatância
Uma linha que opera com frequência industrial igual a 60 Hz e com tensão nominal de
X, tem se simplesmente uma impedância definida linha igual a 500 kV apresenta os seguintes parâmetros: L = 8,84×10−4 H/km, C = 13,12
como Ze e uma susceptância Ye, cujos cálculos são nF/km e R=0,0222 W/km. Calcule a impedância de surto, bem como o SIL dessa linha.
efetuados conforme as expressões a seguir.
SOLUÇÃO
A impedância de surto e o SIL não dependem do comprimento da linha. Assim,

onde l é o comprimento da linha e as constantes Zc


e γ são definidas como:
Figura 2.3 Modelo de linha longa Considerando que a tensão nominal da linha é igual a 500 kV (tensão fase-fase), então
a potência de SIL será

EXEMPLO 2.2
Considere que uma linha tenha 350 km de comprimento. Suponha que uma tensão
fase-neutro igual a 288,67 kV seja aplicada ao terminal de entrada da linha. Calcule a
tensão fase-neutro e de linha no terminal de saída da linha, considerando:
a) um modelo de linha média;
b) um modelo de linha longa.

Resolver em casa.

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