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Engenharia Elétrica
Compensadores Síncronos
Descrição:
Relató rio realizado para a disciplina
de Má quinas Elétricas do
7º período de Engenharia Elétrica
Aluno:
Michell Marcelo Mendes
2023
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1. Introdução
Máquinas síncronas podem ser usadas tanto como geradores quanto como motores. Geralmente,
um compensador síncrono é uma máquina síncrona operada para fornecer somente energia reativa.
Os compensadores síncronos são normalmente instalados em subestações novas ou existentes,
embora existam alternativas.
Levando em consideração o projeto elétrico e à grande massa rotativa do rotor, os
compensadores síncronos podem prestar uma variedade de serviços adicionais além da energia
reativa para a rede. Inclusive, nos últimos anos houve uma mudança clara nos serviços de rede
exigidos dos compensadores síncronos.
Por exemplo, os compensadores síncronos também podem fornecer suporte de tensão
dinâmica, inércia adicional e fortalecer a capacidade de curto-circuito do sistema. Portanto, os
compensadores síncronos são capazes de apoiar os operadores de sistemas de transmissão com
vários serviços de estabilização de rede.
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2. Referencial Teórico
Abaixo será apresentado um referencial teórico composto por temas que irão ajudar no
entendimento dos conversores síncronos. Os temas escolhidos são motores síncronos, fluxos de
reativos e perdas devido a reativo.
2.1.Motores Síncronos
Os motores síncronos não são utilizados diretamente na rede, mas podem estar presentes nas
cargas supridas por ela. Assim, observa-se que os motores síncronos, quando estão operando em
condições normais, absorvem energia da rede que é transformada em energia mecânica que será
utilizada para o acionamento da carga.
Nos motores síncronos, o campo magnético no estator é produzido pelas bobinas do rotor
que são excitadas em corrente contínua. Logo, quando ocorrem defeitos, cessa o suprimento de
energia elétrica ao estator, mas o campo no interior da máquina é mantido graças à excitação que é
independente. Assim, quando ocorre um curto-circuito em seus terminais, ou próximo a eles, o
motor passará a funcionar como gerador síncrono, às custas da energia cinética armazenada na
carga e no rotor. Seu funcionamento é sustentado por alguns ciclos, isto é, sua rotação vai
diminuindo até se anular quando toda a energia cinética for absorvida.
Uma representação do motor síncrono pode ser visualizada na Figura 1.
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2.2.Fluxos de Reativos
Para uma operação em regime estacionário, o balanço de potência reativa deve ser mantido
de modo que os módulos das tensões sejam mantidos dentro de um intervalo aceitável. Se o balanço
de potência reativa entre cargas e geração não for ideal, isso acabará propiciando tensões com níveis
incorretos.
Em condições normais, o SEP – Sistema Elétrico de Potência é operado para que, quando
ocorram quedas de tensão nas linhas, estas sejam pequenas. Com isso as tensões nas barras serão
aproximadamente as mesmas. A rede elétrica é projetada para transmitir a potência ativa e não a
potência reativa, porém os valores de tensão podem ser ajustados pelo controle de potência reativa.
Um aumento da produção de energia reativa resultará em um nível de tensão maior próximo a
usina. Por outro lado, um aumento do consumo de reativo resultará em uma tensão de nível mais
baixo nas barras de carga.
Somente os geradores do sistema produzem potência ativa, mas há muitos geradores e
consumidores de potência reativa. A potência reativa não pode ser transmitida por um percurso
muito longo, devido à indutância ser muito maior que a resistência, em um sistema de potência. Por
isso ela é considerada uma quantidade bastante local, que deve ser produzida próxima aos pontos de
consumo.
Para o sistema elétrico alternado sempre haverá a potência reativa e ela sempre causa um
aumento no módulo da corrente que resulta em perdas.
Para as linhas de transmissão tem-se os seguintes parâmetros:
Resistência do condutor;
Indutância;
Capacitância.
Ė= İ × R
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E isso resulta:
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P(PERDA DE POTÊNCIA) =R × İ [W ]
Esta relação serve para mostrar que quando for duplicado o módulo da corrente as perdas
serão quadruplicadas, gerando assim uma diminuição da eficiência do sistema. Sendo assim, para
um circuito com fator de potência de 0,5 o módulo da corrente será o dobro da corrente para um
fator unitário. Por causa do aumento da corrente, a queda de tensão na resistência da linha será
maior do que seria para um fator de potência unitário.
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3. Objetivo
O presente trabalho tem por finalidade obter conhecimento sobre os compensadores
síncronos, máquinas utilizadas para compensação de reativos da rede elétrica. Desta forma, será
possível compreender o funcionamento e a aplicação desses equipamentos, informações essenciais
para a carreira de um futuro engenheiro eletricista.
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4. Metodologia
A pesquisa do presente trabalho é do tipo descritiva e exploratória, tendo como fontes
bibliográficas os livros disponíveis na biblioteca digital da FEPI – Centro Universitário de Itajubá e,
também, em artigos acessíveis no site do Google Acadêmico. As informações obtidas nestas fontes
serão transformadas em textos simples de fácil compreensão.
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5. Desenvolvimento
Os compensadores síncronos são motores síncronos operando sem carga mecânica em seu
eixo, ou seja, motores síncronos trabalhando a vazio. Através do ajuste conveniente de sua
excitação, podem absorver ou injetar os reativos demandados pela rede. A energia cinética
armazenada é apenas a do rotor, então, a rotação é mantida por um tempo muito menor que dos
motores síncronos.
Nos tópicos abaixo será apresentado dois tipos de compensadores síncronos: os
compensadores síncronos estáticos e os compensadores síncronos rotativos.
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Figura 2 - Diagrama esquemático do princípio de funcionamento do compensador síncrono estático
Por outro lado, se as perdas forem desprezadas e considerando apenas uma indutância de
dispersão no transformador de acoplamento, pode-se dizer que não há fluxo de potência ativa para o
compensador síncrono estático, se o ângulo de fase de ambas as tensões for igual. Se a amplitude V
da tensão gerada for maior que da tensão do sistema (|V M |), então, uma corrente capacitiva
(adiantada) fluirá da barra CA para o compensador síncrono estático. Ou se a amplitude V for
menor que |V M |, uma corrente indutiva (atrasada) fluirá da barra CA para o compensador síncrono
estático, consumindo potência reativa.
Caso a troca dinâmica de energia com o sistema não seja necessária ( Pref =0), o
compensador síncrono estático torna-se uma fonte autossuficiente de potência reativa, de forma
semelhante a um compensador síncrono ideal, e o dispositivo externo armazenador de energia, fonte
de Corrente Contínua (CC), pode ser desconectado.
O compensador síncrono estático pode gerar corrente reativa fundamental adiantada
(potência imaginária q < 0) ou atrasada (potência reativa q > 0) de 90◦ da componente fundamental
de sequência
positiva da tensão V da barra CA. Seu princípio de regulação da tensão por injeção de corrente
reativa está ilustrado na Figura 3.
Neste caso, tem-se a corrente ortogonal à tensão e a potência ativa é nula. Esta corrente
fluiria pela impedância equivalente do sistema. Isto sugere uma regulação da tensão V por injeção
de uma componente fundamental de sequência positiva da corrente ortogonal à componente
fundamental de tensão V. Desta forma, a queda de tensão sobre L dada por V Lestaria em fase ou em
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contrafase com a tensão V G do sistema, causando, respectivamente, uma diminuição ou um
incremento da tensão V.
Desta forma, variando a injeção de corrente reativa, o compensador síncrono controla
indiretamente a amplitude da tensão da barra CA, como ilustra a Figura 3 e está resumido abaixo:
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5.2.Compensador Síncrono Rotativo
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absorvendo potência reativa da rede nas situações de aumento da tensão devido à redução da
carga, de uma maneira contínua, dinamicamente e com variações suaves;
Estabilização da tensão de maneira suave, sem necessidade de chaveamentos;
Aumento da inércia do sistema, uma necessidade em demanda crescente devido à baixa
inércia e estabilidade dos sistemas alimentados com energias renováveis;
Possibilita ajuste do nível de tensão em pontos do sistema elétrico otimizando a capacidade
de transmissão e o fluxo de potência;
Compensação de reativos sem introdução de harmônicos significativos;
Otimização do espaço físico de instalação para aplicações de grande porte;
Evita que geradores conectados ao sistema elétrico trabalhem com tensão de geração
próxima de seus valores limites;
Evita variação constante nos taps dos transformadores elevadores;
Reduz o número de manobras com reatores ou manobras de linhas de transmissão quando
estas são necessárias para corrigir o valor da tensão do sistema elétrico;
Facilidade de ajuste de tensão através do ajuste da excitação com uma atuação bastante
simples e rápida, evitando uma série de outras manobras que seriam necessárias para se
conseguir o mesmo efeito e que envolveriam mais equipamentos com maior comunicação
entre unidades, mais tempo e, consequentemente, maior probabilidade de falhas.
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6. Conclusão
A utilização de compensadores síncronos, além de auxiliar na manutenção de reativos,
aumenta a capacidade de curto-circuito com o aumento da inércia ao sistema. Quando as variações
da potência reativa da rede não são equilibradas, pode haver instabilidade da tensão, isolamento do
sistema, colapso de tensão e, em casos extremos, o black-out do sistema elétrico. A escassez de
energia reativa em redes elétricas pode ser causada por uma variedade de fatores, como desativação
de usinas de geração de energia, falhas em linhas de transmissão, demandas de pico, concentração
de geração eólica e geração com característica instável.
Fornecendo ou absorvendo potência reativa de maneira dinâmica, suave e sem necessidade
de chaveamentos, disponibilizando inércia e potência de curto-circuito ao sistema, os
compensadores síncronos rotativos são amplamente utilizados para garantir a qualidade da energia
elétrica de redes de transmissão, com o objetivo de alimentar adequadamente os equipamentos
atendidos pelas redes.
Assim, de acordo com o presente trabalho foi possível obter conhecimento sobre o
funcionamento e as aplicações dos compensadores síncronos. Abrindo opções de estudo e
oportunidades de aplicação na futura carreira de um engenheiro eletricista.
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Referências
1. Robba, Ernesto João. Análise de sistemas de transmissão de energia elétrica. São
Paulo : Editora Edgard Blücher Ltda. , 2020.
2. WEG. Compensadores Síncronos Rotativos. WEG. [Online] Maio de 2016. [Citado em:
01 de Novembro de 2022.] https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h75/hde/WEG-
compensadores-sincronos-rotativos-50041259-catalogo-portugues.pdf.
3. Silva, Paulo Henrique Pereira. Contribuições para o estudo do compensador síncrono
baseado em máquina de indução duplamente. Fortaleza : Tese (doutorado) – Universidade Federal
do Ceará, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, 2019.
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