Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
arquivo e arma
(Elementos para uma Teoria da Capoeiragem
e da Comunicação Corporal Afro-Brasileira)
Julio Cesar de Tavares
DANÇA DE GUERRA
arquivo e arma
(Elementos para uma Teoria da Capoeiragem
e da Comunicação Corporal Afro-Brasileira)
Projeto Gráico
Luís Carlos Gá
Editoração
Dorys Marinho e Iris Amâncio
_______________________________________________________________
CDD 390
CDU 394.3
_______________________________________________________________
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a expressa autorização da Nandyala Editora.
APRESENTAÇÃO .............................................................................. 13
INTRODUÇÃO .................................................................................. 21
à GUISA DE PREFÁCIO
d 9o
Julio Cesar de Tavares
o 10 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
Muniz Sodré
d 11 o
Dança de Guerra - arquivo e arma
APRESENTAçãO
d 13 o
Julio Cesar de Tavares
o 14 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 15 o
Julio Cesar de Tavares
o 16 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
o 20 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 23 o
Julio Cesar de Tavares
o 24 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 25 o
Julio Cesar de Tavares
o 26 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 27 o
Julio Cesar de Tavares
o 28 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 29 o
Julio Cesar de Tavares
1
O termo enação foi criado pelos biólogos chilenos Humberto Maturana e Francisco Varela,
tomado emprestado do poeta chileno Antonio Machado. Representa o estado em ação, sendo esta
de dentro para fora, e possui no ambiente a sua referência crucial. Embora originária de dentro,
esta atividade estabelece uma profunda congruência e decisivo compartilhamento com o mundo
exterior. Assim, guiada pela percepção, a ação dos sujeitos é a compreensão da forma com a qual
o sujeito que percebe guia sua ação em uma dada situação. Resumindo, enação pressupõe que,
dos esquemas sensório-motores que vivenciamos, emergem atividades cognitivas, mas nestas ações
o 30 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
vivenciadas os sujeitos independentemente guiam e podem ser modulados pela percepção que o
contexto formula e nos sugere.
d 31 o
Dança de Guerra - arquivo e arma
REDESCOBERTA DO CORPO
E
PÓS-MODERNIDADE
d 35 o
Julio Cesar de Tavares
o 36 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 37 o
Julio Cesar de Tavares
A redescoberta do corpo
o 38 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 39 o
Julio Cesar de Tavares
4
O termo Gulag é um anacronismo para a instituição burocrática soviética, que operava o sistema
de campos de trabalhos forçados, desenvolvidos sob a governança de Stalin, na União Soviética
durante o período de 1931 a 1953, para onde eram enviados aqueles considerados criminosos e
inimigos do Estado. Segundo a história, cerca de 18 milhões de indivíduos passaram por estes
campos, cujos prisioneiros tornaram-se um importante recurso na construção de muitas indústrias,
ferrovias, estradas de rodagem, operações em minas etc. Milhões de prisioneiros morreram nos
campos de fome, frio e trabalho pesado. Mais detalhes, consultar http://gulahistory.org. Com a
publicação do livro he Gulag Archipelado, em 1973, de Aleksandr Solzhenitsyn, escrito entre
o período de 1958 a 1968, o termo Gulag tornou-se um conceito para identiicar todo o sistema
penal soviético. Os Gulags estendiam-se por toda a União Soviética, indo da região Norte do
Ártico à região Leste da Sibéria até o Sul da Ásia Central. Com a morte de Stalin, instala-se
uma crise na União Soviética, que facilitava o surgimento de dissidentes no período de 1960 a
1970, intelectuais que emergiram como opositores à repressão do regime. Com a intensiicação
das críticas, em 1985, um novo líder, Mikhail Gorbachev, chamou o Governo para a abertura
do regime e criação de uma sociedade socialista com liberdade. Isto mobilizou a inteira União
Soviética a promover uma crítica histórica sem precedentes dos Gulags e da repressão soviética. Tal
fato abriu o colapso do Império Soviético e da própria União das Repúblicas que o compuseram.
o 40 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 41 o
Julio Cesar de Tavares
o 42 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 43 o
Julio Cesar de Tavares
o 44 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 45 o
Julio Cesar de Tavares
o 46 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
CORPO E SIGNO
El cuerpo es el cuerpo,
Está solo
Y no necessita órganos,
Jamás el cuerpo es un organismo,
Los organismos son los enemigos del cuerpo.
Las cosas que se hacen
Suceden por sí solas,
Sin el concurso di ningún órgano,
Todo órgano es parásito,
Encubre una función parasitaria
destinada a dar vida a un ser
que no debería existir.
Los órganos sólo há sido hechos para dar de comer a los seres
Mientras que éstos han sido condenados en su princípio y tinen razón alguna de
existir.
La realidad aún no está constituída porque los verdadeiros órganos del cuerpo
humano aún no han sido compuesto y colocados.
El teatro de la crueldad há sido creado para terminar esta colocación y empreender
mediante una nueva danza del cuerpo del hombre, un destrozo de esse mundo de
microbios que no es más que nada coagulada.
El teatro de la crueldad pretende emparejar en el danza a los párpados com los
codos, las rótulas, los fémures y los dedos de los pies,
Y que sea visible.
Antonin Artaud
d 49 o
Julio Cesar de Tavares
o 50 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 51 o
Julio Cesar de Tavares
o 52 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 53 o
Julio Cesar de Tavares
o 54 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 57 o
Julio Cesar de Tavares
6
Aqui, amplio o uso deste conceito ao tomá-lo de empréstimo da psicomotricidade e agregando,
nele, elementos sociológicos e antropológicos como componentes de seu sentido conceitual.
o 58 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
7
Alan Lomax (1915/2002) foi etnomusicólogo e folclorista estadunidense, responsável por
apontar um olhar sobre a dança como uma sublimação das experiências e das noções desenvolvidas
e executadas a partir das rotinas cotidiana de uma cultura. Empreendeu um magníico e extenso
trabalho de registro musical de prisioneiros negros, cantadores de blues no Sul dos Estados Unidos
e de todas as performances musicais e corporais que expressassem sobrevivências da cultura
Africana na diáspora. Para além disso, ampliou suas pesquisas para outros continentes com o
propósito de melhor explorar sua contribuição. Visite sua inovadora proposta de catalogação das
danças e músicas étnicas de todo o mundo, no JUNKBOXEGLOBAL 1998. Consultar http://
www.youtube.com/watch?v=Bx_hUrevOdw&feature=youtu.be;
http://www.youtube.com/watch?v=zsiYfk5RV_Q&list=PL9F43AE5FF7E455F6
http://www.youtube.com/watch?v=lVPLIuBy9CY&list=PL72B84C573F7598ED
d 59 o
Julio Cesar de Tavares
d 61 o
Julio Cesar de Tavares
8
Para Antônio Damásio (1999), esta é uma questão fundamental na formação da consciência.
Este neurologista considera que a consciência se fundamenta em ações e narrações não verbais
do conhecer, que emergem com a tradução verbal daqueles eventos. Assim, o núcleo central da
formação da consciência estaria no estágio imagético-perceptivo-não verbal.
o 62 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 63 o
Julio Cesar de Tavares
o 64 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 65 o
Julio Cesar de Tavares
o 66 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 67 o
Julio Cesar de Tavares
o 68 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
Capoeira e liberdade
d 71 o
Julio Cesar de Tavares
o 72 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
9
Esta concepção vital pode ser encontrada em Sergy (1967, p. 19)
d 73 o
Julio Cesar de Tavares
o 74 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 75 o
Julio Cesar de Tavares
o 76 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 77 o
Julio Cesar de Tavares
o 78 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 79 o
Julio Cesar de Tavares
o 80 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 81 o
Julio Cesar de Tavares
O Saber Corporal
o 82 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 83 o
Julio Cesar de Tavares
o 86 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
MESTRE PASTINHA
(Vicente Ferreira Pastinha)
d 89 o
Julio Cesar de Tavares
10
“Bricolage gestual” é um conceito que articula e reforça ideias como “identidade corpóreo-
gestual”, bem como “esquema corporal”, tomados de empréstimo da Psicomotricidade.
o 90 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 91 o
Julio Cesar de Tavares
11
Na perspectiva que abraço, Foucault e Delleuze formam um campo conceitual de grande
relevância e, a partir daí, acredito que poder-se-ía falar que a sabedoria dos negros estaria nesta
categoria, a ginga constituída e aperfeiçoada na sua ação corporal, que é o jeitinho.
o 92 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 93 o
Julio Cesar de Tavares
Unidade 1 - A Roda
Espaço da vida cotidiana, materializado pela energização
condensada. Condensação do mundo especíico da comunidade,
das energias que seriam tubuladas, oriundas do espaço cósmico,
canalizadas pela rítmica do berimbau e pelos corpos em
movimento. Restabelece as energias, a atmosfera despoluída e
dessemantizada do mundo criado pelo negro escravizado como
dispositivo pragmático de interação.
Nesse espaço-lugar, teremos uma arquitetura da energia
cotidiana do negro na África diasporizada. Transubstanciação
da diversidade dos códigos que caracterizam as diferentes
linguagens para cá trazidas, de dominância Bantu, possivelmente,
e preservando o invariável da motricidade negro-africana:
a assimetria e a movimentação básica centrada nos quadris;
daí, a expressão “cintura solta” ou, conforme denominação de
Bimba, “cintura desprezada”. Outro aspecto é o axé: energia, na
consideração feita na cultura Yorubá, de origem dos negros – que,
majoritariamente, foram levados para a Bahia no século XIX – e
que lá se constituiu como cultura negra hegemônica.
Assim sendo, a Roda é uma unidade do intertexto, que
o complexo cultural, constituído como resistência, estabeleceu.
Haveria uma rede ou subsistema cultural, envolvendo várias
práticas ou eventos culturais. Todos eles apresentam o traço
lúdico de sua realização como aspecto mais vigoroso. Os
subtextos, que coexistem na Roda, são as diferentes combinações
que poderiam ser traçadas por cada jogador; o arranjo conjunto,
que seria possível constituir pelo duplo movimento. Cada jogo
é uma frase que se duplica após cada diálogo realizado. Ou seja,
a Roda é o lugar-texto, que contém subtextos, sendo estes os
jogos compostos por frases individuais. Pauta do texto cinético e
proxêmico12, desencadeado por intermédio do Berimbau na sua
12
Sobre a Cinética, ver BIRDWHISTEL (1979), e sobre Proxêmica, ver HALL (1976;1963).
o 94 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
ritmada batida e que, por ele, fazem navegar, pela via do ritmo,
os incorporais, agenciadores do transe corpóreo, da energização e
da eletrização do corpo como se airma abaixo:
d 95 o
Julio Cesar de Tavares
o 96 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
As características estilísticas
Diz-se da Capoeira que ela é uma só, numa síntese
permanente da fase primordial, que corresponde ao Jogo Angola,
d 97 o
Julio Cesar de Tavares
o 98 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
A Ginga é a pauta
d 99 o
Julio Cesar de Tavares
o 100 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
Unidade 3 – O Corpo
d 101 o
Julio Cesar de Tavares
o 102 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
13
Esta força é a multiplicidade da afetividade, constituída pela aproximação interativa que os
agentes negros e seus descendentes estabelecem no contato com os outros
d 103 o
Julio Cesar de Tavares
o 104 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 105 o
Julio Cesar de Tavares
o 106 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
14
Este também é outro conceito-chave que está sendo testado. Seu corpo de deinição não se
encontra ainda estruturado. Todos estes conceitos constituídos formam um nicho, que tem no
saber corporal seu cerne.
d 107 o
Julio Cesar de Tavares
o 108 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 109 o
Julio Cesar de Tavares
Unidade 4 – O berimbau
o 110 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 111 o
Julio Cesar de Tavares
o 112 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 113 o
Julio Cesar de Tavares
O Período Imperial
o 114 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 115 o
Julio Cesar de Tavares
o 116 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 117 o
Julio Cesar de Tavares
o 118 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
O Período Republicano
d 119 o
Julio Cesar de Tavares
o 120 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 121 o
Julio Cesar de Tavares
o 122 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 123 o
Julio Cesar de Tavares
15
O mais substancial trabalho a respeito ainda é o de Forestan Fernandes (1978).
o 124 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
o 126 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 127 o
Julio Cesar de Tavares
E complementa:
o 128 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 129 o
Julio Cesar de Tavares
o 132 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 133 o
Julio Cesar de Tavares
o 134 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 135 o
Julio Cesar de Tavares
o 136 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 137 o
Julio Cesar de Tavares
o 138 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 139 o
Julio Cesar de Tavares
o 140 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 141 o
Julio Cesar de Tavares
o 142 d
I - Obras especíicas sobre a Capoeira
a) Jornais
b) Artigos assinados
o 146 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
c) Livros e revistas
d 147 o
Julio Cesar de Tavares
o 148 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
http://abadacapoeira.com.br/blog/
http://africanamenteescoladecapoeiraangola.blogspot.com.br/
http://blog.angolangolo.com/
http://capoeiraafricana.blogspot.com.br/2013/02/gunga.html
http://capoeiraibeca.com/a-familia/a-capoeira/angola-e-
regional/?lang=pt
http://capoeiraangolalisboa.com/about/
http://icario.blogspot.com.br/
d 149 o
Julio Cesar de Tavares
http://morenocapoeira.blogspot.com.br/2006/11/capoeiragem-
no-rio-de-janeiro-de-andr.html
http://negaca.com.br/negaca.html
http://nzinga.org.br/pt-br
http://nzinga.org.br/pt-br/grupo_nzinga
http://portalcapoeira.com/
http://revues.mshparisnord.org/cultureskairos/index.
php?id=541
http://www.abadacapoeira.com/
http://www.arteculturacapoeira.com.br/site/
http://www.angoleirosimsinho.org.br/index.php/mestres/
http://www.berimblog.com.br/
http://www.capoeiraangolamae.de/p/world.php
h t t p : / / w w w. f i l h o s d e j a h v e h . c o m . b r / p a g i n a .
asp?ip=84&t=Capoeira+Regional
http://www.gruposenzala.com/grupo_senzala.html
http://www.kilombotenonde.com/permangola/
http://www.kimcapoeira.com/capoeira/angola-e-regional/
http://www.revistacapoeira.com.br/
http://www.somaterapia.com.br/atividades/conversacoes-liber-
tarias/
http://www.somaterapia.com.br/galeria/fotos/capoeira-angola/
II - Referências
o 150 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 151 o
Julio Cesar de Tavares
o 152 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
o 154 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 155 o
Julio Cesar de Tavares
o 156 d
POSFÁCIO
Eduardo Silva
Historiador da Casa de Ruy Barbosa
o 158 d
ÍNDICE ONOMÁSTICO
o 160 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 161 o
Julio Cesar de Tavares
o 162 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
o 164 d
Dança de Guerra - arquivo e arma
d 165 o
Esta obra foi impressa em novembro de 2012, com capa em papel Cartão 250g
e miolo em Ofset 75g, fonte Adobe Garamond Pro.
Nandyala
Nandyala Livros e Serviços Ltda.
Av. do Contorno, 6.000 – Lj 01 – Savassi
30110-042 – Belo Horizonte – MG
Telefax.: (31)3281-5894 / e-mail: nandyala@nandyalalivros.com.br
www.nandyalalivros.com.br