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Aula 001

o ano de 12
semanas
Conteúdo licenciado para Maurício da Silva Fonseca -
Olá, seja muito bem-vindo à primeira aula ao vivo do nosso
Condado. Estamos aqui pela primeira vez, eu estou muito
feliz, emocionado, emotivo. É um prazer enorme estar aqui,
agradeço a confiança da quantidade gigantesca de alunos
que estão entrando no Condado. É muito legal mesmo saber
disso, é muito legal saber que vocês estão afim de aprender,
estão afim de crescer. Então nada melhor do que nós
começarmos.

É um prazer enorme. Sejam muito bem-vindos à primeira


aula do Condado. Qual é o nosso tema de hoje? Hoje eu
quero falar sobre dois pontos muito importantes que eu
considero principais para o começo de qualquer jornada.
Vocês vão ver que o Condado é um projeto que surge da
minha própria jornada. 

O Condado é um projeto que se origina do que eu vivi e


aprendi ao longo dos últimos oito anos mais ou menos,
desde que eu comecei meu trabalho na internet em 2017.
Para você ver, né? Em 2017, quando eu falhei miseravelmente
em manter uma disciplina e uma constância eu queria ter
alguma área de membros dessa forma, uma comunidade
como essa aqui, um lugar como esse.  Então é, para mim, um
sonho realizado, por isso eu agradeço a presença de todos e a
confiança de todos que estão aqui.  

Nós vamos falar sobre esses dois pontos que eu considero


fundamentais mas de uma forma muito prática, talvez até
um pouco diferente do que você já podem ter visto em
outras aulas que eu ministrei ou em outros cursos meus que
você já fez. 

Nós vamos falar sobre disciplina e sobre meditação, por quê?


Por que, ao longo desses anos, eu percebi particularmente,
pessoalmente, que o problema nunca foi saber o que fazer. 
Nós podemos ter uma dificuldade em saber onde nós
queremos chegar e isso eu concordo. Às vezes eu me sinto
meio perdido. 

Observação: esse material foi preparado por um grupo de


alunos do Condado que se voluntariou para a tarefa. Não há
revisão textual por parte da equipe do Elton.
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A gente não tem a dificuldade de saber o que fazer e nós
vamos solucionar essa dificuldade aqui hoje também, a
dificuldade de saber fazer não é a maior. A maior dificuldade
é a dos meios da coisa. A maior dificuldade que nós temos é
de manter, de nos mantermos no caminho.

Então, nós temos que fazer o seguinte, trabalhar em 3 pontos


importantes para solucionar esses dois dessa aula. Nós
vamos fazer três caminhos aqui, um resumo da aula
antecipado:

 -  Nós vamos primeiro entender como que nós formamos


um ideal. Porque os dois pontos centrais dessa aula são:
disciplina e meditação. Só para você entender o que é, como
que constrói disciplina e qual a importância da meditação,
nós precisamos entender o que é um ideal e como que nós
formamos um ideal. 

- A segunda coisa que nós vamos ver nessa aula é como que
a gente, a partir deste ideal formado, começa a criar uma
disciplina e a criação da disciplina vocês vão ver, ela acontece
com o tempo. É perseverança que gera disciplina.

-  Em terceiro lugar, para finalizar a aula, nós vamos aprender


a montar um sistema e processos dentro desse sistema. O
que que é um sistema? Um sistema é aquilo que você usa e
no qual você se apoia para permanecer tendo disciplina, para
permanecer fazendo as coisas que você tem que fazer.

E nós vamos nos basear em um sistema que eu uso ao longo


da minha vida há um bom tempo. Que é um sistema de três
meses, de 12 semanas por isso o nome da aula é: “O ano de 12
semanas”, porque nós vamos aprender a trabalhar com 12
semanas e não mais com um ano inteiro, então nosso ano vai
ficar encurtado. Vocês vão ver que isso vai fazer sentido no
começo, pelo menos.

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O primeiro livro que eu estou pegando aqui ele se chama: “A

formação da personalidade” e ele diz o seguinte: “Uma

grande existência é um grande ideal concebido na juventude

e realizado na idade madura. O dif ícil não está em formular o

ideal no entusiasmo dos primeiros anos, o dif ícil está em

realizá-lo mais tarde. Para aqueles que não estão mais na

idade jovem, fiquem tranquilos ainda há tempo de formar

um ideal e criar os meios para você ao menos entrar no

caminho de perseguir este ideal”. Eu já digo de cara uma

coisa para vocês, a formação desse ideal ela é constante,

contínua ao longo da vida, quem viu a aula do produtivo, a

primeira aula eu falo que nós temos que ter um Eu ideal.

Aqui nós vamos esclarecer um pouco mais isso. 

A formação do ideal ela é importante, não para que você

atinja o ideal, a formação do ideal é importante para que

você entre no caminho e entrar no caminho é o que vai dar

sentido à tua vida. Pois bem, vamos ver o que ele nos diz: “o

ideal é aquele que assegura a nossa motricidade realizadora”.

Motricidade é o quê?  Dá uma sensação do que quando você

usa essa palavra? De movimento. Então, é o ideal que

assegura o meu movimento e, para formar o ideal, existem

coisas e coisas, hábitos e hábitos que nós podemos usar que

são úteis de diferentes formas e com diferentes forças, sendo

que o principal deles é o hábito da meditação, coisa que

quase ninguém faz, quase ninguém, quase ninguém

mesmo. Nós não estamos falando de meditação

mindifullness, nós não estamos falando de meditação

budista, não estamos falando disso. A meditação que nós

falamos é uma outra coisa, a meditação que nós falamos

aqui ela é o oposto da distração, no sentido em que ela é

uma reflexão contínua num ponto só. Então, vamos lá! A

meditação é o mais forte deles mas não é o único. Nós vamos

falar de mais um que é a formação do nosso, o que as

pessoas adoram chamar hoje de Imaginário.

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A formação do nosso Imaginário, na verdade, ela é formação

de duas coisas, ela é a formação dos fantasmas que ficam na

nossa cabeça e portanto eles, ao serem criados, vão para

nossa memória. É como se tivesse um caminho. O que que é

um fantasma? Pensa num cachorro, quando eu falo para

você ‘pensa num cachorro’, você consegue imediatamente

apreender basicamente tudo que um cachorro pode fazer

que você já viu. Quando eu falo “pensa num cachorro”, você

sabe que um cachorro não vai voar então você não pensa

num cachorro voando. Você sabe que um cachorro não Mia,

então você não pensa em cachorro miando, você sabe que

um cachorro não anda de pé em duas patas o tempo inteiro

então, você vai pensar num cachorro de quatro andando em

quatro patas. Isso daí é um fantasma, vamos dizer assim.

Cada imagem que você forma é um fantasma construído na

tua imaginação.  Agora, a imaginação ela constrói mas isso

precisa ficar armazenado. Isso fica armazenado onde? Na tua

memória evidentemente, ou seja, a formação do imaginário

é, então, a formação dessa capacidade de construir

fantasmas precisos e reter eles na memória para que você

possa usar deles depois.

Então vamos lá! Vou fazer uma pergunta aqui para vocês que

estão ouvindo, para você que está assistindo essa aula aqui

ao vivo ou gravada. Se você começar hoje, a gente sentar

para conversar sobre um tema, vamos falar sobre casamento

e você é convicto de que o casamento tem que durar para

sempre e todo dia eu vir aqui falar: “casamento não tem que

durar para sempre” e todo dia a gente sentar se reunir e eu

falar “o casamento não tem que durar para sempre” e você

convicto na tua cabeça de que tem que durar para sempre.

Você pensa que você mudaria de ideia ao final de um ano ou

não? Essa é uma pergunta interessante! Você mudaria de

ideia ao final de um ano ou não?

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Bom, eu vou responder essa pergunta: um sujeito, uma
personalidade madura, convicto das coisas que ele pensa e
que baseia essas coisas que ele pensa em conceitos estáveis,
esse sujeito não muda de ideia porque ele raciocinou e ele
baseou aquela ideia num conceito estável, que forma uma
espécie de um juízo de valor na cabeça dele. Agora, uma
pessoa imatura e quando nós somos maduro ou imatura.
Aqui nós vamos falar um pouco sobre prudente e
imprudente, no sentido em que a prudência é a virtude que
regula a tua inteligência, talvez esteja falando muito termos
difíceis aqui no seguinte ponto, o prudente é aquele que
consegue pensar direito acerca das coisas, entendeu? A
prudência é a virtude em que você reflete, faz um juízo e
toma uma decisão.

Então, uma pessoa prudente é a que faz uma reflexão


correta, um juízo correto e toma decisões corretas. Então, um
sujeito maduro é, nesse sentido que nós estamos usando
nessa aula aqui, o sujeito prudente isso quer dizer que ele
baseia a reflexão, o juízo e a decisão dele em algo verdadeiro
e portanto ele faz um juízo, toma decisões em cima de um
conceito verdadeiro, estável. 

Se você não é um sujeito maduro, o teu conceito, a tua ideia,


não está baseada no conceito estável, verdadeiro, forte. Em
um ano eu mudei sua cabeça, entendeu? O que acontece,
isso acontece na novela, eles acontecem quando você assiste
novela. Quando você assistir novela acontece todo dia aquela
novela está moldando a tua imaginação e está formando os
fantasmas na sua cabeça, e ela faz com que você, sem
perceber, vá sendo doutrinado naquilo que aquela novela
quer transmitir. Isso vale para as músicas que você ouve, isso
vale para os filmes que você vê, isso vale para os livros que
você lê, isso vale para tudo que você bota para dentro da tua
cabeça. Só que, quanto mais contínuo é o fluxo da
informação, maior é o efeito dela numa personalidade que
está imatura ainda, que é a maioria, que é a maioria do
mundo.

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E a gente vai sempre num processo de amadurecimento ao

longo da vida evidentemente, um processo meio que infinito,

não tão infinito, mas tudo bem. Então, a imaginação ou esses

fantasmas, nós montamos, moldamos eles a partir do

conteúdo que a gente consome, por isso, prestar atenção no

que você consome é fundamental. Mas essa é a parte fácil,

você já sabe disso. Agora então vai começar a prestar

atenção. Tu bota teu sertanejo lá, ele tá moldando tua

imaginação e tá formando os fantasmas e você não tá

percebendo. Você começa a basear as suas ideias em

conceitos que são f rágeis, instáveis e mais, eles causam uma

confusão enorme na tua cabeça. Isso é imaginação. Algo

mais forte que que isso ainda ou que anda em paralelo ou

menos é a meditação. Então ele diz aqui no livro o seguinte:

“a meditação: 1. Intensifica todas as nossas energias interiores

e 2. Permite, praticamente, adaptar as nossas ações ao valor

real e objetivo das coisas”. Vejam a importância da

meditação!

A meditação intensifica nossa energia interior. O que é a

nossa energia interior? A meditação intensifica a tua

motivação para alguma coisa, vamos dizer assim. Quanto

mais eu medito em algum ponto e mais eu esclareço aquele

ponto com este segundo lugar em que eu vejo o valor real e

o objetivo das coisas, mais intensificado fica o meu

movimento para fazer aquilo lá, então, isso significa o quê?

Que a meditação é o que me faz perceber as coisas como

elas são na realidade e não dentro da minha cabeça. Porque

é o momento em que eu paro e eu me detenho no ponto. Me

detenho observando. Aqui até ele fala assim ó: “vale muito

mais você parar e ficar olhando para uma árvore do que ler

um monte de livro, muitas vezes”. Só de você ficar olhando

para árvore, pensando naquela árvore, você vai começar a

entender objetivamente muitas coisas. Isso é um exercício

tão idiota que ninguém faz porque eu fico olhando para uma

árvore!

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Você podia fazer esse exercício nos próximos 60 dias, parar e

ficar cinco minutos olhando para uma árvore e pensando

naquela árvore, tentando entender aquele negócio. Mas não

é esse exercício que nós vamos passar de meditação aqui. 

Então ele diz o seguinte: “a meditação robustece e viriliza o

querer”, porque a atividade da meditação ela é intensa, ela é

hierárquica e ela é organizada. Então quando você para para

meditar... pensar em algo e meditar, é refletir continuamente

sobre o mesmo ponto, o exercício não é de contemplação. A

contemplação é o resultado do exercício. Teoricamente,

dizendo a palavra certa, o exercício é a meditação, a

contemplação é o resultado da meditação.

Para quem quiser, leiam o: “Opúsculo sobre o modo de

aprender e meditar”, de Hugo de São Vitor. Tem de graça na

internet. 

A meditação, porquê que ela é intensa? Porque eu pego um

ponto e eu fico nele por alguns minutos e, quantas vezes no

teu dia você para e fica alguns minutos numa coisa só? Raras

vezes, eu acho. Vou ficar minutos pensando sobre uma coisa.

Raras vezes você deve fazer isso então. A meditação ela é

intensa, é hierárquica porque, quando você faz isso, pouco a

pouco neste hábito, você vai encaixando as coisas nos seus

devidos lugares, isso cria hierarquia das coisas e ter a

hierarquia das coisas na tua cabeça, objetivamente, é muito

importante. É o que te livra de uma pancada de neurose, de

problema, de desorganização porque, quando você organiza

hierarquicamente fica fácil dizer não, fica fácil dizer sim, ficar

fácil tomar decisões.

Estou aqui dando aula, meu filho cai e bate a cabeça lá da

cama, que eu faço? Paro a aula, dane-se a aula, eu vou lá

cuidar do meu filho, isso é óbvio. Isso é óbvio aqui para esse

caso, mas tem infinitos casos na realidade que não são tão

óbvios assim e eles só se tornam óbvios para alguém que

está constantemente hierarquizando as coisas corretamente.

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E ela é organizada, porque você pensa num ponto, daí a
pouco você vai ver que você ajusta aqui, ajusta ali e as coisas
vão ficando, vão ganhando ordem na tua vida.

Beleza, pra gente não ficar aqui viajando em teoria, senão tu


não vai dormir, nós vamos como ver como é que faz isso na
prática. Então ele nos sugere e esse é o exercício primeiro
que nós vamos fazer aqui e que você vai começar a fazer a
partir de hoje. Nós vamos ler e nós vamos copiar o que ele tá
falando. Ele diz assim: “Um ato previsto, pré-imaginado, é um
ato meio feito”. Então, se eu prevejo essa aula, imagino ela, eu
já fiz metade da aula, entendeu? Portanto, nós começamos
fazendo uma meditação de manhã e ele fala: “Na vossa
meditação da manhã, você vai organizar o seu programa”. O
que quer dizer organizar seu programa? Vamos ver o que ele
diz e eu vou te falar na prática. Ele fala assim: “Consagrareis
durante o dia este quarto de hora à leitura espiritual, àquela
hora ao estudo, etc, etc”.

De manhã o que que você faz, você vai parar, acordou.


Primeiro o que você faz: acordou, senta, faz tua oração,
levanta, toma o teu café antes de começar a viver o dia, sei lá
se você começa o dia na academia, se você começa o dia
lendo, se você começa o dia trabalhando, não importa.
Sentar cinco minutos, não precisa de mais, cinco minutos e
você vai dizer:  vou ler agora, eu vou trabalhar, então agora eu
vou fazer este projeto. Agora você vai arrumar o teu dia, essa
é a primeira meditação. É meditação! Tu tá pensando um
ponto só, que é o ponto o meu dia eu vou refletir acerca do
meu dia. Como eu faço isso?  Cara eu abro minha agenda, na
minha agenda tem tudo, no meu Google Agenda tem tudo
separado por cores.  Hoje é sábado, teoricamente eu teria ido
para o boxe 8 da manhã mas não teve porque eles
cancelaram o box, estava tendo formação de Muay Thai.

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Então, 8 da manhã o que que eu faço de manhã: eu venho,

abro a agenda e vou ver quais são as pacientes que eu tenho

para atender, o boxe que horas que é, que horas que eu

programei meu estudo de hoje, que horas que eu programei

minha academia, isso é a primeira meditação do dia, é tu

abrir o teu dia e olhar em que hora tu vai fazer qualquer

outra coisa. É simples assim, então eu vou consagrar 15

minutos para uma leitura espiritual, eu vou reservar uma

hora para aquele estudo lá, etc, etc. 

Essa é a primeira coisa que tu vai fazer na meditação. De

novo, eu vou repetir porque meditação é um termo confuso,

meditar não é mindfulness, não é você ficar quieto, deixando

as ideias irem e virem, não é isso, não é assim que nós vamos

usar o termo aqui. Eu vou parar e pensar num ponto, então

eu estou pensando no meu dia. Parte 1: organiza o dia, parte

2: (cara, se vocês fizerem só isso já valeu o Condado inteiro, só

a aula de hoje já vai ter valido tudo) organiza o meu dia,

segunda coisa que eu faço, veja o que ele disse: “você vai

prever os obstáculos que podem ameaçar a sua fidelidade ao

horário e o modo de contornar esses obstáculos”. Isso aqui

vai aparecer demais, tem gente que vai falar: é demais!

Porque que eu vou fazer tudo isso? Cara, eu vou te falar, esses

cinco minutos da manhã vão te comprar horas no teu dia,

horas na tua semana. Você não tem tempo porque você não

faz isso, esse é um dos motivos. 

Então, para de manhã, organizei o dia. Segunda coisa quais

são os possíveis obstáculos. Nas primeiras vezes vai ser dif ícil

porque tua imaginação não tá treinada para isso, tua

imaginação ela tá f raca, ela não consegue perceber as coisas

mas, quando você repete isso um pouco, já, já fica fácil. Eu

vou te dar um exemplo. Eu sei que, se eu começar a ler e o

vizinho começar a fazer marcenaria, cortar um pedaço de

madeira, fazer uma barulheira desgraçada, não vai dar certo.

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Qual é a alternativa? Porque, se eu subir, meu filho vai estar

chorando lá em casa, eu vou ter que cuidar dele, ficar com

ele, então não vai adiantar eu ler. Não dá para eu nem ler

aqui e nem subir para lá, o que eu faço? Bom, a minha

alternativa é, eu paro de ler, eu mudo para uma aula, porque

uma aula prende a minha concentração apesar do barulho e

a leitura não porque eu já me conheço o suficiente para isso.

São coisas simples assim, práticas. Se alguém me

interromper no meu trabalho qual ação eu tomo, se eu

passar mal, se eu tiver dor de cabeça, o que que eu faço?

Coisa simples, eu programei meu dia. Eu programei que eu

vou atender uma pessoa às duas da tarde mas eu vou na

academia das 11h até 1h da tarde. Eu fico fora porque a

academia é em outra cidade, eu fico lá, vou na academia,

depois passo no mercado pra comprar um negócio, vou no

açougue. Todo dia eu faço alguma coisa, eu volto mais ou

menos uma hora. então demora das 11:30 até uma hora para

voltar para casa só que, às vezes, os caras estão arrumando a

pista e aí trava tudo e eu fico preso 20, 30 minutos e talvez eu

me atrase pro compromisso. O que que eu faço? Essa é a

pergunta que você faz! O que eu faço quando os obstáculos

aparecerem? Então eu prevejo o obstáculo, eu prevejo a

solução. Tu escreve essa parada. No começo você escreve,

daqui a pouco você vai decorar as coisas. É que você tem que

fazer isso por uma duas semanas, tipo: qual o plano B? Tipo

isso. Se você fizesse por duas, três semanas, um mês, pronto.

Você tá fazendo sem ter que escrever nada, você faz em 5

minutos tudo isso aqui que eu estou falando, a meditação da

manhã dura cinco minutos. Eu abro minha agenda, já olho o

que eu tenho que fazer, organizo meu dia. Você tem que

remarcar alguma coisa, já avisa a secretária, pronto, está

pronto.

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Abre o celular agora, abre o celular agora, vai em ajuste. Se
for um iPhone, vai em tempo de uso e você vai ver aqui ó,
média diária 5 horas e 48 minutos, ao vivo aqui, caramba
irmão, como é que eu gasto 5 horas no celular e 40 quase 6
horas. Tu tá ligado o que são 6 horas do dia? O negócio falou
que eu gasto 6 horas aqui, beleza, deve ter um erro ali de
tempo que eu largo aberto aqui no WhatsApp mas, 5 horas,
certeza que eu gasto, não tá errado assim. Caraca, velho! Para
onde vão essas cinco horas? O que que dá para fazer em 5
horas? Abre teu celular aí, você vai ver quanto tempo você
gasta nele. Você não fica 5 horas no celular, você fica 10
minutos, daqui a pouco mais 20, daqui a pouco mais 30. Isso
é o que mata. Olha o teu dia de manhã, olha o teu dia,
organize a tua agenda, depois olha, preveja os obstáculos e o
plano B para eles, acabou.

Quando você saca que liberou um horário, esvaziou aquele


horário e que você vai falar “o que que eu faço agora?”, tenha
sempre uma atividade pronta do tipo: sempre que eu me
perguntar o que eu faço agora eu vou abrir um livro ou,
sempre que eu me perguntar o que eu faço agora eu vou ver
uma aula, sempre que eu me perguntar o que eu faço agora
tal coisa... sacou? Então ele diz o seguinte aqui, continua: “A
nossa vida é um programa que se traçou à luz serena de um
grande ideal e se vai executando com fidelidade e
constância”. 

Ainda não falei do ideal, eu vou falar agora, daqui a pouco, só


deixa eu terminar isso daqui. E aí ele continua, não é que ele
continua, aqui eu vou te dar mais uma meditação simples.
Mais uma meditação simples que é o que o padre Francisco
José de Almeida ensina no livrinho “A virtude da ordem” que
é: ponto de observação no teu dia.

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Eu falo isso no Curso Produtivo, todo dia você tem que parar

ao longo do dia para refazer essa meditação de cinco

minutos, você fez de manhã, faz ela no meio do almoço, faz

ela no meio da tarde, que é o que eu faço, paro 5 minutos,

reajusto minha agenda, revejo os obstáculos, revejo meus

planos. Pronto, só isso já vai ser suficiente para você começar

a arrumar a tua vida. Mas essa não é a única meditação,

existe uma outra, que é importantíssima, que essa eu faço à

noite, que é quando você pensa a respeito do teu ideal. 

O que é o teu ideal? Ele diz o seguinte sobre o ideal: “Para

formar o ideal, nós temos duas fases, a fase da preparação e a

fase da orientação”. Como assim? Primeira coisa é a

preparação que é eu entender (o nome é meio ruim, mas

tudo bem) é eu entender, mais ou menos, o que é o meu

ideal, onde eu quero chegar, qual é a coisa que eu quero

perseguir. O segundo que é o que ele chama de orientação é

eu começar a tirar do caminho as coisas que atrapalham. 

Vou explicar melhor, vamos pegar um sujeito: eu estava lá na

faculdade, no ensino médio, terceirão, virei para o meu pai e

falei “pai, não sei o que eu faço”, aí meu pai falou “começa

pelo que você não quer fazer”. Pronto, preparação e

orientação. O que é isso? Pai não sei o que eu faço, então eu

vou começar a pensar sobre as possibilidades que existem,

isso é a preparação, é começar a imaginar as diversas

possibilidades. Ah, eu posso fazer medicina, posso fazer

engenharia, posso fazer direito, fazer Ciências Sociais, posso

fazer letras e muitos outros cursos que dá para imaginar. Isso

é preparação, eu estou preparando a coisa, estou colocando

todas as possibilidades que existem. 

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Segundo passo, orientação. É mais fácil começar pelo que
não fazer. Eu não quero fazer medicina, eu não quero fazer
direito, eu não quero fazer letras, eu não quero fazer
pedagogia, eu não quero fazer psicologia, foi isso que eu
comecei a fazer, daqui a pouco sobrou quatro, cinco coisas,
pronto. 4 ou 5 coisas, vamos olhar agora para essas. Aí, agora,
eu vou começar a comparar: engenharia tem esse negócio
que manda energia elétrica, um milhão de engenharias, e eu
vou comparando, comparando, comparando. É engenharia
química, (ainda comparei tudo errado, sacanagem, nem sou
engenheiro químico. Só me formei, peguei meu diploma e
guardei). Isso é o que você precisa fazer para formar o teu
ideal e isso não acontece do dia para noite. Isso é o quê,
exercício diário que você faz todo dia ou toda noite, onde
você pensa a respeito da tua vida e esse exercício ele exige
capacidade imaginária, ou seja, ele exige que você tenha
modelos de possibilidades. 

Você só consegue imaginar aquilo que é possível na tua


cabeça. Você não consegue imaginar uma coisa, entendeu?
Eu consigo imaginar um cavalo com chifre de unicórnio, um
unicórnio com um chifre de arco-íris porque eu sei o que é
um cavalo e eu sei o que é um chifre, eu sei o que é um arco-
íris então, eu já tenho isso preparado na minha cabeça. Eu
posso juntar essas imagens e imaginar um cavalo voando,
um unicórnio, mas eu sei que o Unicórnio não existe, mas eu
consigo imaginar a porcaria do unicórnio. Você só consegue
imaginar o que usa de aparelhos, de fantasmas que você já
tem. Portanto, a formação do teu ideal é mais precisa quanto
mais imagens, mais fantasmas você tiver bem formado na
tua cabeça. Como faz essa formação de imaginar bem feito,
de bons fantasmas?

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Eu já falei como não fazer: parar de ouvir as músicas ruins, de
ver novela, essas porcarias. Você faz o oposto, tu vai ler livro
bom, vai assistir aula, você vai começar a olhar vidas, vai ler
biografias, porque ler biografia? É uma vida real, uma vida
que aconteceu ou está acontecendo. Eu gosto mais de
biografia de uma vida que já acabou porque eu já sei a
consequência daquela vida. Eu vou ler a biografia de um cara
que tá vivo, a minha biografia, tu ai ler a minha biografia. Eu
estou vivo! Amanhã eu posso fazer uma cagada enorme e aí
essa cagada mancha minha biografia e você começa a se
questionar: pô, pera lá, deixa eu ver essas ideias desse maluco
aqui, se estão certa mesmo. 

Se você pegar uma biografia  de uma pessoa que já morreu,


ela está fechada, tu já sabe a consequência final daquele
conjunto de atos, então é mais fácil para eu formar na minha
imaginação o que é aquela vida, entende? Por isso que eu,
particularmente, gosto de biografia de gente morta. Formar
modelos e formar imagens, nós estamos fazendo isso aqui
no Condado com o nosso Clube do livro. Literatura clássica é
isso, são possibilidades de vida, não é a melhor, não sei, eu
tenho dúvidas, tem gente que diz que é mas é um jeito e eu
vejo possibilidade de vida. Biografia também, pessoas
comuns, reais, também. Eu estou vendo, acompanhando um
cara no Instagram, vocês me acompanham  na minha vida,
tenho um filho e tal. É uma possibilidade de vida, dá para ter
um filho, dá para ser fiel, mudar para outro estado, morar
longe da família.

Você vê as possibilidades que às vezes você não vê antes.


Quando eu fui morar na França, eu fui e eu tinha só morado
em Maringá, no Paraná. Eu morei a minha vida inteira em
Maringá.

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Minha construção imaginária da sociedade do mundo é
Maringá entendeu, não é nem Maringá, é o pedaço de
Maringá que eu vivi, eu nasci num determinado lugar de
Maringá, num bairro e eu vivi com os moleque daquele
bairro, eu estudei num determinado colégio, de uma
determinada classe social, que eu vi aquelas pessoas daquela
classe social, aquele comportamento daquelas pessoas ali,
então você cresceu desse jeito. O seu imaginário de vida real,
ele é muito pequeno comparado ao mundo. 

Quando eu fui para a França, choque de realidade! Eu vou no


quarto de um vietnamita e o quarto do vietnamita fede para
caramba. Porque diacho fede desse jeito o quarto desse
moleque? O cara faz uma comida cheia de tempero forte
que eu nunca vi ninguém usar na minha casa. Então espera,
novas possibilidades, tem uns temperos que são fedidos e, se
eu não abrir a janela é pior ainda, e o maluco deixa os sacos
de lixo amontoados na porta, vai feder mesmo, eu deixo um
lixo aqui fora já fica fedido! Choque de realidade!

Dali há pouco tem um amigo turco, todo dia antes da aula


abria a geladeirinha, pegava um Jageimaster, tomava uma
dosezinha. Todo dia o cara toma uma dosezinha de
Jageimaster na hora do almoço, antes da aula! Diferente, eu
nunca fiz isso!

Passou um tempo fui para Itália, morei lá na casa uma


família, minha família italiana lá que no almoço e janta era
vinho! Quem que toma vinho no almoço aqui? Quase
ninguém, eu acho. Você vai falar: esse cara é um alcoólatra, tá
tomando vinho no almoço! Lá era assim. Cara, meio-dia,
almoço da mesa, vinhozinho feito em casa, eles faziam todos
os vinhos, matava uma garrafa a família inteira.

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Matava uma garrafa, quatro pessoas. Garrafa de vinho, depois
do almoço todo mundo senta em volta da lareira, frio lá fora,
acende o fogo, duas horas ali. Volta a trabalhar 3 horas da
tarde. Quem aqui que tem uma vida desse jeito, que tu
chega na tua casa, almoça meio-dia, toma um vinho, mata
uma garrafa em família e depois vai trabalhar só três horas
da tarde? Eu acho que ninguém, quase ninguém tem. É uma
possibilidade de vida que eu descobri lá e agora ela se
apresenta para mim. Então espera, no mundo ideal eu
trabalho, eu volto a trabalhar uma da tarde ou três da tarde?
É uma pergunta mas, no ideal, três da tarde parece melhor
porque eu tenho preguiça de trabalhar?  Não, porque eu
passei quatro meses observando a vida deles e eu vi que eles
são pessoas mais centradas do que eu. Eles são centrados,
eles pensam, eles ponderam as coisas, você conversa e vê
que a conversa tem peso, sabe quando as palavras têm peso?
Eu percebo que conforme a minha vida melhora, minhas
palavras têm mais peso, porque elas são pautadas no que eu
vivo.

Sujeito de 20 anos, o que ele fala não tem tanto peso igual o
sujeito de 60 que realmente viveu uma vida. Eu vi que eles
têm mais peso e parte disso esse momento de ficar parado
que eles tinham e que eu não tinha. E aí eu saquei, e se eu
começar a fazer isso? Se eu começar a sentar em silêncio e
me acalmar um pouco e perder tempo mesmo, será que isso
dá um peso? Se eu ficar deitado no sofá fazendo nada não
mas, se eu sentar e pensar sobre algo, sim. Isso é a meditação
que a gente vai fazer à noite.

Isso é só a primeira parte, portanto, eu também vou sugerir a


vocês que comecem a fazer a meditação da manhã,
meditação da noite, leitura do nosso Clube do livro. Botem
essa leitura para rodar que eu vou ler no ritmo tranquilo, que
vai dar para todo mundo ler.

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E aí vocês comecem a se perguntar e nós vamos ter um
podcast que vai ser vai sair essa semana que vem agora,
onde nós falamos sobre como começar uma vida de estudos.
Nesse podcast nós vamos dar mais dicas sobre isso mas você
começa a se perguntar qual o caminho que tu quer seguir na
tua vida e aí o que você precisa para seguir esse caminho.  É
assim que você monta teu material de estudos: qual o
caminho que eu quero seguir? Quais são as dúvidas que
mais me acometem? Como é que eu respondo elas?

Ontem eu estava com minha esposa no jantar conversando e


falei:  “acho que no fundo, no fundo, a pergunta que
realmente não sai da minha cabeça é quem sou eu”, olha
que coisa filosófica para se falar num jantar com a mulher!
No fundo, no fundo, a pergunta que mais me atormenta é
quem sou eu e é por causa dessa maldita, (pergunta maldita
não), que eu faço tudo que eu faço, para poder responder
essa porcaria. Porque, sinceramente, quando eu pergunto
“quem sou eu”, está pautado principalmente nas coisas que
eu faço e não nas coisas que eu penso. É o que eu faço o que
me responde mais, com mais precisão quem sou eu do que o
que eu penso e o que eu faço tá pautado no meu ideal, do
que eu penso para a vida. Portanto, essa meditação noturna,
de você pensar no teu ideal, ela é fundamental. Ela vai te
comprar tempo na tua vida, para você não fazer tanta
cagada, pra você não errar tanto.

Na prática você tem que formar hábitos, hábitos são ações


que você repete constantemente, esses hábitos
concatenados, geram processos, o processo é uma
sequência de ações para um determinado objetivo. Eu formo
hábitos para que esses hábitos tenham sequência e sejam
ações que levam para um objetivo.

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Quando eu faço uma sequência, eu tenho um processo e
esses processos eles estão dentro de um sistema que nós
podemos dizer que é um sistema de organização e
produtividade. O nosso sistema básico, ele é uma coisa muito
simples que qualquer um consegue fazer hoje. Por isso não
vamos fazer um compromisso no final dessa aula de, juntos,
começarmos o nosso sistema hoje. E, se você está assistindo
a gravação você vai começar hoje também. Depois tu vai lá
no Grupo do Condado e vai pedir ajuda do jeito que eu vou
ensinar aqui.

Então, primeiro: eu preciso formar hábitos, essa é a primeira


coisa, então você precisa refletir, meditar. Veja que a
meditação ela dita tudo nessa porcaria, a aula só serve para
você ganhar informação e anotar. O vai fazer o peso na tua
vida é o que fazer depois. 

Os hábitos são a simples reflexão do que eu estou fazendo


todo dia.  Espera, todo dia eu deito na cama, pego o celular e
gasto meia hora no TikTok, isso é um hábito, um hábito ruim,
beleza eu preciso mudar esse. Todo dia eu sento e leio por
meia hora, isso é um hábito, um hábito bom e vou manter,
meia hora ou, que tal, uma hora? É esse tipo de reflexão. Eu
não consigo tirar meia hora do TikTok mas, se eu tirar 10
minutos vou fazer só 20 minutos de TikTok agora. Eu vou
botar um alarme para eu parar com 20 minutos, isso é
hábito.

Nós vamos ter uma aula de como formar hábitos baseado


em três livros: “Micro hábitos”, “Hábitos atômicos” e “O poder
do hábito”. Nós vamos ter essa aula aqui, não sei se na
semana que vem mas vai ter essa aula em breve. Então nós
vamos ficar falando de como formar hábito aqui, isso é
hábito.

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Segundo, no Brasil nós temos um grave problema, quem
aqui que faz curso de cara americano, sabe inglês, assiste
bastante vídeo do YouTube de cara de fora, principalmente
americanos, eles são focados em fazer processos bons. Eles
são engenheiros, basicamente, os caras focados em processo.
O que é um processo? É uma sequência de ações para um
determinado fim.

O Brasil, o brasileiro, você vai ver que nós não somos assim,
nós somos viciados em motivação, nós somos viciados em
dopamina, nós somos viciados em frase motivacional, em
vídeo motivacional, em alguém motivando a gente o tempo
inteiro. O que são minhas lives lá no Instagram?  Motivação,
motivação, motivação, motivação, porque nós somos viciado
em motivação. Nós não conseguimos parar e fazer um
processo friamente feito. Fazer um processo e dando-se a
motivação, fazer um processo. Criei um processo eu vou
repetir essa parada pro resto da minha vida. Nós não fazemos
isso, nós temos que fazer. Você não pode ser dependente de
motivação, nós vamos ter aula sobre motivação porque a
motivação é importante, eu preciso aprender a me motivar,
certo. Mas eu não posso ficar dependente de Boost de
motivação, vidinha motivacional, musiquinha motivacional,
frasezinha motivacional. 

Eu preciso criar processo, o que é um processo? Como eu


leio: eu abro o livro, tá vendo aqui ó eu grifo, eu boto
exclamação, eu grifo de novo aí, em alguns lugares, eu anoto.

E o que é isso? É um processo. Quando eu pego um livro eu


olho o índice, eu faço uma primeira leitura que ela dura 10 a
15 minutos, onde eu vejo o livro inteiro, vou folheando ele e,
depois que eu terminar essa primeira leitura, eu começo
uma leitura de verdade, capítulo a capítulo e daí eu escrevo e
daí eu anoto e daí eu paro, isso é um processo. Tem um jeito
de fazer a coisa. 

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Vai visitar uma fábrica que tem um modelo de lean
manufacturing, um modelo Toyota de produção, ah, sei lá! O
Gabriel tem uma fábrica de camiseta, Indústria Têxtil, vai
numa fábrica de cimento, o cimento sobe, cai no lugar dele,
passa uma máquina e a máquina faz um negócio, pressiona,
daí a outra máquina corta o negócio e daí vem um cara com
um carrinho, pega, leva lá, sempre a mesma coisa, é um
processo, o mesmo processo, mesmo processo. 

É isso que você tem que fazer para tua vida. Eu vou ter um
processo do meu acordar, isso é a rotina matinal, que é um
processo: eu acordo, eu rezo, eu bato minha vitamina, eu
desço, sento e eu começo a ler.  Isso é um processo todo dia
igual, a mesma coisa com motivação, sem motivação, com
motivação, sem motivação, porque o processo é o que
sustenta a coisa, o processo é o que sustenta a vida prática,
porque senão você é perdido! Processo é o que dá
estabilidade, senão você vive uma vida completamente
instável.  

Para aquela coisa “o que que eu faço agora”, isso é falta de


processo. Porque, o que que eu faço agora é: você está
perdido, está perdido, tu não tem processo, vai perder tempo.
Eu falo: a chave do carro. Eu chego em casa a chave do carro
vai sempre no mesmo lugar porque é um processo, é no
mesmo lugar. Por que? para não gastar 10 minutos perdido.
Um dia que eu estou atrasado, atrasado para missa. Cadê a
chave? Onde eu deixei, onde eu deixei, onde eu deixei!
Esquece, velho! Pum! Chave no mesmo lugar, acabou! Nunca
mais  tem esse problema, posso sair em cima da hora a
chave tá lá, esse negócio não atormenta a minha cabeça,
entendeu? Processo é estabilidade!

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Então você começa a criar processo para como você faz as
coisas. Existe um jeito melhor de fazer as coisas, existe um
jeito melhor de ler, existe um jeito melhor de se relacionar
com teu marido, com a tua esposa, claro que existe, é óbvio
que existe! É claro que existe a particularidade do caso
particular, por isso é um caso particular, cada casal tem suas
particularidades mas isso é uma regra geral. Se eu seguir
essa Regra geral a coisa tende a funcionar porque ela cria um
processo, uma forma de fazer.  

Existe um processo para eu montar essa aula, eu escolho


dois, três temas, aí esses temas me fazem pegar umas
dezenas de livros, eu olho essas dezenas de livros, olhando
eles eu afunilo em um tema só e aí eu começo a fazer as
anotações. Eu estou lendo aqui, você acha que não, você
acha que eu decorei isso aqui. Está aqui, vocês vão ganhar
um resumo depois. A hora que acabar a aula eu vou arrumar
esse resumo eu vou mandar ele para vocês. Tem um lugar no
Notion só de resumo das aulas, então tá aqui e aí eu monto e
ela tem um processo para a própria aula, são três partes: nós
falamos a primeira, a formação de um ideal, nós estamos
falando da segunda que é a criação da disciplina como
consequência de um ideal, tudo parte do ideal.

O Gabriel tá certo porque, se eu quero ser um jogador de


futebol americano ou se eu quero ser, sei lá, um pedreiro,
concorda que os meus hábitos, os meus processos e o meu
sistema vão ser diferentes? Se eu quero ser santo ou se eu
quero atingir, sei lá, um grau do Nirvana são processos,
hábitos, coisas diferentes.

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Percebe que, só o fato de nós termos religiões diferentes, já

criam hábitos diferentes? Alguns vão na missa, outros vão no

culto, outros vão na Sinagoga. Alguns vão rezar um terço,

outros vão rezar um outro negócio, outros vão recitar uma

outra coisa. 

Eu fui para Turquia e meu amigo morava perto da Mesquita,

bate o sino lá tal hora, várias vezes no dia e todo mundo para,

naquele momento, aí você vê as pessoas e elas param. Na

religião deles é desse jeito, é um processo. Então tudo está

voltado no teu ideal, porque o teu ideal vai definir toda a tua

vida! Por isto é tão importante ficar meditando nele e é claro

que ele vai se alterando ao longo do tempo, mas é

importante que você faça isso.

Só duas coisas simples que eu anotei aqui para vocês

pensarem que a gente deixa passar. A alimentação, ela é

mais importante do que você imagina, isso aqui, todos os

livros que você ler de vida intelectual, todos os caras falam de

alimentação. Então tu tem que arrumar a tua alimentação,

tu tem que arrumar teu sono. Tem que arrumar alimentação,

sono, exercício f ísico. Eles são os três primeiros hábitos que

você tem que arrumar: alimentação, sono e exercício f ísico.

Esses são três hábitos que as pessoas têm muito mal. A

gente tem muito mal no geral, deixa exercício f ísico para o

final, tu deixa a alimentação de qualquer jeito tu dorme mal.

O mais importante da vida é exercício f ísico? Não, o mais

importante da vida é Deus, é a família e o trabalho. Acabou,

Deus, família e trabalho. Exercício f ísico, estudo, essas coisas

vêm todas como auxiliar para esse daí mas, é importante. A

tua alimentação, é importante! Senão te falta a energia

necessária. Isso é hábito.

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Na aula de hábitos nós vamos falar sobre os bons hábitos e
tudo mais. Processo, nós vamos começar a montar processo
hoje. 

Qual o sistema, o que que é o sistema? O sistema ele é


aquela caixa que te fala como é que você age, diariamente.
Vou te explicar na prática, qual que é o meu sistema: meu
sistema é um negócio que eu aprendi com Scott Young, é o
cara que escreveu o livro “Ultra aprendizado”, eu fiz dois
cursos dele e tem um curso dele que ele ensina vários
sistemas de produtividade e o que eu mais gostei é o mais
simples que ele chama de: modelo dia/semana.  Eu ensino
isso em alguma aula de algum curso aí bem rapidamente
pra você entender melhor.

O modelo dia/semana, esse é o meu sistema e o que é isso


quer dizer? Quer dizer o seguinte, a unidade de medida mais
importante para mim, de uma visão macro, é a semana e a
unidade de medida mais importante para eu saber se os
meus hábitos são bons é o dia.  De novo: a semana demarca
um período de começo e fim para mim, é aqui que eu me
baseio, para me dar meus próprios feedbacks. Se a semana
foi boa ou foi ruim, eu não me baseei tanto no dia, mas na
semana. O que é o dia?  O dia é uma unidade de medida
onde eu coloco em prática os hábitos que eu preciso para
semana ser boa ou ruim. Esse é o modelo dia, semana. Isso
quer dizer que: eu anotei três pontos aqui. Primeiro, todos os
dias, todas as segundas de manhã, posso fazer isso domingo
à noite, segunda de manhã, não importa, é o começo da
semana.

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Todo começo de semana, eu gasto 15 minutos para rever a

semana anterior e concluir alguma coisa. Se a semana foi

boa, eu errei nisso eu acertei naquilo, é uma espécie do

exame de consciência da semana, vamos dizer assim.  Só que

nós não estamos falando da minha consciência, é o exame

objetivo da realidade. Eu devia ter feito isso, eu não devia ter

falado aquilo naquela reunião, eu tenho que fazer menos

reuniões essa semana do que eu vi semana passada. 

É nesse processo que eu cheguei e falei “cara, eu tenho que

parar de fazer um monte de curso e ter um lugar só, onde eu

vou dar aula toda semana e vai ter um ensino contínuo”,

assim que surgiu o Condado -  reflexões que eu faço toda

semana. Agora falei “cara, eu não consigo fazer nada porque

eu fico inventando curso o tempo inteiro, não faz sentido

fazer isso. Não é bom nem para mim, nem para as pessoas

estão assistindo. Faz mais sentido que eu consiga ter uma

continuidade de ensino ao longo dos meses, do que ficar

fazendo cursos fechados que ninguém vai ver. Ninguém vê. 

Eu olho lá a estatística do Produtivo, que é um curso de sete

dias. 40% de pessoas terminam, tá entendendo? Milhares de

pessoas têm aquele curso, 40%, 7 dias, não é nada, é uma

semana. 

Então o ponto é: no começo da sua semana você rever a

semana anterior para ver o que que você pode mudar nessa.

Eu faço isso de um jeito muito simples, abro minha agenda

da semana anterior, olho para ela e abro para minha agenda

da semana atual. A semana anterior teve muita reunião, eu

quero menos. Vou olhar as reuniões que tem, ver qual que eu

posso tirar, qual que reunião pode ser um e-mail, qual

reunião pode ser uma discussão no WhatsApp. Semana

passada eu fui na academia nesse horário, eu vi que não deu

certo nesses dois, três dias então, nessa semana, eu vou

mudar o horário da minha academia. É isso, é simples, não é

nada demais, é simples. Eu pego, eu olho minha vida como

foi e eu arrumo ela de novo!

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Segundo ponto: a meditação matinal tem que existir. Os
primeiros 5 minutos de um dia são sempre dedicados a ver o
teu dia. Abre tua agenda, pensa no teu dia, pensa nos
obstáculos, pensa na solução para eles. 

Terceiro ponto:  o que você precisa não é de uma rotina


fechada, ou seja, só precisa de um dia, você não precisa de
“escriptar” o dia a cada minuto, isso não existe, vai dar errado,
não vai funcionar, não vai precisar. O que você precisa é do
que eu chamo de ilhas de estabilidade no meio do teu dia.
Então você precisa botar assim: das 11h às 13h eu estou na
outra cidade fazendo academia, passando no açougue,
passando no mercado e resolvendo problema de casa. Isso é
uma ilha de estabilidade, é uma coisa que eu tenho certeza
que vai acontecer todo dia. Das 8h às 9h eu vou ler,
estabilidade. E das 9h às 11h? Não preciso saber sempre,
entende? Você tem que ter uma parte estável e uma parte
que você não tem total controle porque, senão, você vai ficar
preso numa rigidez e a vida humana não é rígida, você tem
que ter um espaço para essas imprevistos, para as coisas que
acontecem, para as mudanças de plano. Você tem que ter
uma certa elasticidade no teu dia. 

Você precisa um pequeno grupo de hábitos que nós vamos


chamar de hábitos angulares, que ele se repetem todos os
dias e que eles geram a estabilidade necessária para você
passar pelo dia sem ficar perdido. Hábitos angulares, nós
vamos ver isso na aula de hábitos, são hábitos que eles são os
mais importantes e que eles fazem com que outras partes da
tua vida se ajeitem por causa deles. Rezar e estudar são os
dois grandes hábitos angulares que eu acho que todos têm
que ter. Se você não reza e estuda todo dia, tua vida vai parar,
ela vai travar em um dado momento. Esses são os dois
grandes hábitos angulares na minha opinião. Claro que é a
minha opinião, se você é ateu você vai discordar de mim.

Então, esses são os três pontos do sistema.

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Qual o nosso exercício, qual compromisso que nós vamos
fazer juntos hoje? Eu vou convidar vocês a se unirem em
duplas, trios ou grupos, vocês vão lá no grupo depois e vão
procurar quem quer formar dupla, trio ou grupo no
WhatsApp, fica à vontade. Você vai fazer isso para que vocês
tenham companheiros produtivos (Produtctive buddies) esse
é o nome da coisa. Companheiros que vão te ajudar a
permanecer no que nós vamos decidir aqui agora. O que nós
vamos decidir aqui e agora é que, pelos próximos três meses,
nós vamos trabalhar num sistema dia/semana, em que, todos
os dias você vai se esforçar para fazer a meditação da manhã,
meditação da noite e todas as semanas você vai se esforçar
para rever a semana anterior e ajustar a semana atual, isso
daí em relação ao teu objetivo. 

São três pontos que que você vai usar nesse grupo, primeiro:
tu pode botar a meta. Minha meta desses três meses é ir na
academia quatro vezes por semana, minha meta desses três
meses é ler todos os dias meia hora, minha meta desses três
meses é fazer tal coisa, entendeu? Bota uma meta, pode
fazer bem. Eu não faço isso, sinceramente eu não faço isso,
eu não faço porque isso não atrapalha a minha vida, o que
que eu faço?  Eu só arrumo meu dia e minha semana,
sempre.

Cara, eu vi que faz sentido ir na academia, então eu vou


começar a ir na academia. Minha esposa falou: você é assim,
eu não sou, ela falou. Ela não é igual a mim, então tem gente
que não é igual a mim. Eu só preciso entender a coisa para
eu querer fazer então, quando eu entendi, eu conclui que o
catolicismo estava certo, eu conclui, minha opinião pessoal.
Eu falei: eu vou começar a ir na missa todo domingo,
independente de como ela seja, se é legal, se é chata, se é
bom, se é ruim, eu vou porque está lá, tem que ir, eu vou.

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Para minha esposa isso não funciona, ela precisa entender a
coisa, mover o afeto então, tem todo um movimento
diferente do meu. Para ela, por exemplo, talvez faria sentido
ter algum tipo de meta, para mim não, eu só preciso
entender o que tem que ser feito.

Eu entendi que eu preciso ir na academia quase todo dia, eu


entendi que eu preciso lutar para defender minha família,
para poder aprender a me defender e então eu vou lutar,
acabou, isso é o suficiente para mim, eu não faço meta. Mas
você pode fazer, nos próximos três meses eu vou na
academia todo dia, escolhe a tua meta e você vai contar para
galera do grupo lá, se não for muito pessoal, do tipo “vou
parar de trair minha mulher”, isso não precisa contar no
grupo, e é bom que você bote essa meta, não precisa contar
no grupo.

Primeiro ponto do grupo é: você vai reportar o estado das


suas ações. Em que sentido? 1 - como tá sendo a tua semana;
2 -  o que você já viu que dá para mudar para a próxima, você
vai percebendo, você não precisa compartilhar isso
diariamente com a galera no grupo,  não transforma esse
grupo num negócio e vai ficar horas lá! Usa o grupo para
uma finalidade específica, assim o grupo não toma muito
tempo, vocês se ajudam, vocês não atrapalham a vida de
vocês.

Então 1 -  você vai reportar as suas ações da semana, 2 -  você


vai ensinar para os outros, técnicas, estratégias que você tá
usando e que estão funcionando ou que você descobriu. Por
exemplo: você decidiu fazer uma coisa, foi lá, assistiu três,
quatro vídeos no YouTube que te ensinava a fazer, você
aprendeu a fazer e vai compartilhar com a galera do grupo
para que eles também possam fazer.

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3 - mensagem de motivação. No dia que o cara tiver triste,
para baixo, tu ajuda, no dia que o cara não tiver animado:
acho que hoje eu não vou na academia... Vai sim, meu irmão,
manda aquele vídeo daquele cara que fala assim “Go to the
fucking Gym!”, um bom ,cara cabeludo, fortão é só isso os
vídeos dele é muito engraçado a gente fica rindo não sei
porque. A gente vê uns 20 vídeos desse cara esses dias,
ficamos rindo para caramba. Tem um que ele fala em
português “vai para academia, c@r%lho!”, a gente achou
muito engraçado, é um cara nada a ver, com regata assim,
no meio da selva, no meio de uma floresta, sei lá, “Go to the
fucking gym” você tem que achar esse vídeo é muito bom.

Então, o grupo é para esses três pontos: -  reportar o estado


das suas ações, no sentido de como está a tua semana, o que
você já percebeu que pode melhorar para a próxima, -
reportar técnicas e estratégias que você aprendeu e, por fim,
mensagem de motivação, mandar o cabeludo do “Go to the
fucking gym!”.

Sugestões:

- casado fica com casado;

- homem com homem e mulher com mulher, isso é seguro,


para não dar problema na tua casa, para o teu marido não
ficar bravo, para tua esposa não ficar brava. É óbvio,
entendeu? Homem casado não fica dando conversa para
uma mulher. Uma mulher casada não fica dando conversa
para um homem. Tu é solteiro, beleza, vai lá com solteiros.
Cuidado, não vai encher o saco! Se alguém vier me trazer
reclamação de que tem gente no grupo enchendo o saco,
nós vamos ter que tirar, então a coisa vai funcionar na
medida que vocês forem maduros o suficiente para coisa
funcionar. 

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- Não é grupo para você ficar mandando bom dia, enchendo
o saco. Você vai criar um grupo para um foco específico
durante 12 semanas. Nós vamos nos ajudar durante 12
semanas, nós vamos nos ajudar, você vai fazer amizade, você
vai encontrar pessoas boas e vai te ajudar a permanecer,
perseverar, ter disciplina. A construção da disciplina vai vir
disso daqui.

Ao longo das aulas semanais nós vamos aprender novas


técnicas. Vamos fazer tabela, fazer coisa de Hábito, enfim, nós
vamos aprimorando o nosso sistema, mas é o melhor a gente
começar e vamos começar com sistema e nós vamos
trabalhar em cima deles e vocês vão ver resultado. Quem
fizer isso, no final dessa semana nova aqui que vai começar,
tu já vai ver mudança então, vai lá pensa nas áreas: eu quero
melhorar minha vida espiritual, quero começar praticar
minha religião melhor, quero melhorar minha vida com
minha esposa, com meu marido, eu quero arrumar minha
alimentação, eu quero arrumar minha vestimenta, eu
percebo que eu visto, que me apresento o mal, que meu
cabelo tá cortado de qualquer jeito, minha barba tá de
qualquer jeito. Vai pensando na tua vida e o que que você
quer melhorar.

Terminamos a nossa primeira aula foi um prazer estar aqui e


nos vemos na aula da semana que vem um grande abraço e
até mais.

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