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Introdução
Neste material, serão estudadas de forma bastante detalhada as principais
definições de o que é o jogo, brinquedo e brincadeira, além de uma importante
abordagem referente aos significados mais importantes destas atividades. Com
isso, você conseguirá entender melhor o significado de cada uma delas
Objetivos de Aprendizagem
Jogo
A palavra jogo é originada do latim, incus, que significa “diversão” ou “brincadeira”.
Existem várias definições mais utilizadas para o jogo, entre elas estão divertimento,
distração ou passatempo. Todo jogo pode ser tanto individual como coletivo,
podendo ser aplicado não apenas com crianças, mas também com todos os
adultos (COTONHOTO; ROSSETTI; MISSAWA, 2019).
O jogo é uma atividade que entretém qualquer indivíduo, uma vez que o ser
humano já é lúdico por natureza; portanto, é fundamental praticá-lo,
principalmente com as crianças. Ainda, todo jogo possui ferramentas (dados e
tabuleiro), regras (normas que organizam o jogo) e estratégias (formas que os
jogadores vão utilizar para ganhar o jogo).
Brinquedo
A palavra brinquedo está muito presente na vida dos indivíduos desde o século XIX,
sendo derivada de “brinco”; já o sufixo “edo” é referente à madeira, visto que este
era o material mais utilizado para a confecção dos primeiros brinquedos. Todo
brinquedo corresponde a um objeto ou uma atividade lúdica, tendo como foco o
lazer; normalmente está ligado às crianças, mas também pode ser utilizado por
adultos.
Saiba mais!
Brinquedos e brincadeiras no contexto da educação infantil
Por meio da leitura deste material, você vai perceber que a criança
aprende brincando; portanto, o ato de brincar é considerado um
elemento essencial para promover o desenvolvimento e a
aprendizagem da criança, mediante importantes alterações
psicológicas, cognitivas e sociais. As atividades lúdicas no dia a dia
das crianças são essenciais e o professor tem um papel fundamental
em todo esse processo, uma vez que é ele que vai propor e
intermediar as atividades realizadas pelos alunos. Fique por dentro,
acessando o link a seguir.
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Brincadeira
A brincadeira corresponde à atividade de brincar, sendo considerada como um
entretenimento. A distinção entre ela e as outras atividades realizadas todos os dias
é que, no caso da brincadeira, sempre existe uma atividade divertida e muito
criativa envolvida (COTONHOTO; ROSSETTI; MISSAWA, 2019).
Para que a atividade possa ser apontada como uma brincadeira, é necessário que
exista um desvio de forma intencional da própria realidade.
Agora você já sabe quais são as diferenças entre jogo, brinquedos e brincadeira e
os seus respectivos significados. Essas informações são fundamentais para
compreender todos os conteúdos que ainda serão estudados.
Diferentes momentos históricos
Agora serão abordados em detalhes os diferentes momentos históricos
relacionados à criação e à participação dos indivíduos em jogos, brinquedos e
brincadeiras. Desde a Antiguidade, os indivíduos já faziam uso de brinquedos, mas
eles nem sempre foram utilizados por crianças com o objetivo de brincar, e até
fizeram parte de rituais religiosos.
Os dados históricos indicam a utilização das bonecas tanto na África como na Ásia
desde 40.000 anos atrás. Existe a hipótese de que as primeiras bonecas e os jogos
praticados na época fossem utilizados durante os rituais religiosos praticados pelos
povos antigos e só posteriormente tenham servido como brinquedos (KISHIMOTO,
2017).
Entre os períodos de 3000 a.C. até 2000 a.C., no Egito, eram confeccionadas
pequenas casas de bonecas com mobílias muito pequenas. Em Kahun, foi
encontrado um ateliê para a criação das bonecas.
Um dos brinquedos mais antigos utilizados tanto pelas crianças como também
pelos adultos é a bola, empregada em vários tipos de jogos. De acordo com os
dados históricos, os japoneses fabricavam bolas utilizando fibras de bambu. Os
olmecas e os astecas faziam um jogo com uma bola de borracha sólida (látex) que
era passada através de um pequeno aro sem o auxílio das mãos. Segundo os
dados existentes, esse jogo não era considerado só uma diversão, mas também
uma atividade sagrada (COTONHOTO; ROSSETTI; MISSAWA, 2019).
Grécia Antiga
O período da Antiguidade compreende de 3000 a.C. até 476 d.C. Este período foi
caracterizado por uma estruturação socioeconômica diferente, em decorrência do
aparecimento das cidades, visto que antes os indivíduos viviam isolados com suas
famílias em propriedades rurais.
Na Grécia Antiga, as crianças iniciavam a sua educação aos sete anos de idade.
Para Platão (427-348), os primeiros anos na escola eram fundamentais para toda a
formação, sendo que o tempo das crianças deveria ser preenchido com jogos
educativos, realizados pelos dois sexos.
Os dados eram feitos do osso calcâneo do carneiro (astrágalo), e, nos jogos, era
concedido um valor a cada uma das seis faces. Na época, também existiam os
dados de ouro e de prata (COTONHOTO; ROSSETTI; MISSAWA, 2019).
Atenção!
Importância dos jogos
Roma Antiga
Quintiliano foi um filósofo e pedagogo romano, professor de gramática e retórica
em Roma ao longo do império Vespasiano. Ele viveu durante os anos 35 a 95 e
destacava a importância da utilização dos jogos.
FIGURA 4 Quintiliano
FONTE: Vanzanten / Wikimedia Commons
Tanto para os romanos como para os gregos, a educação era pautada por meio de
modelos. Os jogos corporais para os gregos deixaram de ser tão praticados como
antes e deram lugar à prática dos jogos mentais. Para alguns humanistas, o
emprego desses jogos era fundamental, porém não acreditavam que eles
servissem para a educação das crianças (COTONHOTO; ROSSETTI; MISSAWA, 2019).
Para muitos, os brinquedos eram vistos com um certo desprezo, pois poderiam
contribuir para o desvio de atenção das crianças, e o foco deveria ser o estudo.
Idade Média
Toda a Idade Média foi marcada pela grande interferência da Igreja em todos os
aspectos, principalmente morais, políticos e jurídicos, além, é claro, dos
educacionais. Portanto, houve uma grande influência dos conteúdos religiosos
durante este período.
Os jogos eram focados na educação dos cavaleiros, visto que a Igreja não oferecia
disciplinas como a educação física (COTONHOTO; ROSSETTI; MISSAWA, 2019).
Um dos exemplos de jogos criados nesta época foi a cabra-cega, em que um dos
indivíduos ficava com os olhos vendados, procurando adivinhar e agarrar os outros
indivíduos. Quando um participante era agarrado, este deveria ficar com os olhos
vendados e procurar os demais. Para este jogo, não havia um número mínimo de
participantes, e era necessária apenas uma venda para tapar os olhos de quem
fosse a cabra-cega. O jogo iniciava-se no momento que os indivíduos faziam uma
roda em volta da cabra-cega, que permanecia de joelhos com os olhos vendados
(KISHIMOTO, 2017).
FIGURA 5 Cabra-cega
FONTE: Quadell / Wikimedia Commons
Essa brincadeira ainda é muito praticada atualmente, tanto por crianças como
também por adultos. O interessante é que é uma atividade que não requer muitos
objetos, uma vez que é necessário apenas um lenço.
Séculos X e XI
Durante os séculos X e XI, ocorreram várias mudanças em virtude das grandes
transformações econômicas. Este momento foi marcado pela liberação das
navegações no Mediterrâneo, o que resultou em um grande desenvolvimento do
comércio, uma vez que as invasões pelos bárbaros foram interrompidas.
Séculos XV e XVI
Neste período, ocorreu um importante movimento chamado de humanismo, tendo
como objetivo o rompimento das concepções que foram dominantes durante a
Idade Média, com a proposta de alterar a imagem tanto do homem como da
cultura.
Companhia de Jesus
Os membros da Companhia de Jesus são conhecidos como jesuítas. Esta ordem
religiosa foi fundada no ano de 1534 por um grupo de estudantes da Universidade
de Paris, tendo como líder Inácio de Loyola, posteriormente conhecido como Santo
Inácio de Loyola. Os primeiros jesuítas enviados para a América foram José de
Anchieta e Manuel da Nóbrega (KISHIMOTO, 2017).
Revolução Industrial
A Revolução Industrial ocorreu no século XVIII, na Inglaterra. O novo modo de
produção foi disseminado pela Europa durante o século XIX, e, no século XX, já
estava em todo o mundo.
A lei fabril exigia que as crianças fossem à escola ao menos durante 30 dias e não
menos que 150 horas antes de começarem a trabalhar (ou seja, as crianças
deveriam ficar por volta de três horas diárias na escola). O trabalho, portanto,
estava atrelado à frequência na escola, até que fossem alcançadas as 150 horas
legais (KISHIMOTO, 2017).
FIGURA 7 Trabalho infantil
FONTE: Lewis W. Hine for the National Child Labor Committee / Wikimedia Commons
Os espaços físicos das escolas na época eram muito precários, e boa parte das
crianças ia à escola apenas para receber o seu atestado de frequência.
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Brinquedos e brinquedoteca
Início do jardim de infância
No ano de 1896, foi iniciado o primeiro jardim de infância oficial, destinado apenas
aos mais abastados, ou seja, a burguesia, que vivia cercada de muito luxo.
A maioria das brincadeiras propostas por Fröbel era realizada ao ar livre, tendo
como objetivo estimular os praticantes por meio do contato com o ambiente. Para
ele, era essencial que as crianças fizessem atividades manuais, pois estas seriam
uma forma importante de estimulá-las. Ele acreditava que era necessário propor
atividades nas quais as crianças ficassem livres, tendo, com isso, a liberdade para a
criação mediante as expressões do seu próprio interior. Fröbel era adepto ao
“aprender a aprender”, uma vez que a educação é desenvolvida por meio da
espontaneidade das crianças (COTONHOTO; ROSSETTI; MISSAWA, 2019).
Portanto, quanto mais ativa a criança for, mais receptiva ela será para receber
novos conhecimentos. E o marco inicial para isso seria o ensino por meio dos
sentidos e o contato que estes poderiam possibilitar no mundo.
A educação não poderia gerar imposições aos alunos, visto que estes passarão por
vários estágios para o aprendizado e as imposições poderiam atrapalhar todo este
processo. Com essas afirmações, Fröbel já estava adiantando as propostas de
Piaget.
Fröbel propôs três estágios por meio da utilização das fases do desenvolvimento,
mostrando quais seriam as alterações encontradas no aprendizado durante estas
três fases. São elas:
Por meio das suas produções, ele mostrava a importância da brincadeira e da fala
nas crianças, que lhes proporcionava maior desenvolvimento, além de contribuir
para um relacionamento melhor com o mundo exterior.
Agora que você concluiu a leitura deste estudo, veja, nos vídeos a seguir, temas que
complementarão seus estudos:
Indicação de Leitura
Livro: O jogo e a educação infantil: falar e dizer; olhar e ver; escutar e ouvir (Na sala
de aula)
Ano: 2017
Editora: Vozes
ISBN: 8532629008
Comentário: Este livro aborda a importância da brincadeira na educação infantil,
mostrando o prazer, a alegria e a satisfação que ela proporciona aos alunos. Por
meio das brincadeiras, ocorrem também outros ganhos importantes, como o
estímulo de todas as inteligências, o desenvolvimento de competências e o
incentivo para melhorar as relações sociais, proporcionando um crescimento mais
saudável e integral para as crianças.
Atividade
A. Idade Média.
B. Roma Antiga.
C. Revolução Industrial.
D. Antiguidade.
E. Grécia Antiga.
Atividade
Atividade
Síntese
Chegamos ao final deste material, que abordou assuntos muito interessantes sobre
o jogo, os brinquedos e as brincadeiras. Ao longo do conteúdo, você pôde aprender
as definições e os significados de cada uma das atividades.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BRINQUEDOTECAS. Disponível em:
https://en.brinquedoteca.org.br/. Acesso em: 04 mar. 2021.,CINTRA, R. C. G. G.;
PROENÇA.; M. A. M.JESUÍNO, M. S. A historidade do lúdico na abordagem histórico-
cultural de Vigotski. Revista Rascunhos Culturais, v. 1, n. 2, p. 225-238,
2010.,COTONHOTO, L. A.; ROSSETTI, C. B.; MISSAWA, D. D. A. A importância do jogo e da
brincadeira na prática pedagógica. Revista Construção Psicopedagógica, v. 27, n.
28, p. 37-47, 2019.,KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São
Paulo: Cortez, 2017.,OLIVEIRA, E. R.; ARAÚJO, J. R. O. Brinquedos e brincadeiras no
contexto da educação infantil para as séries iniciais do ensino fundamental. In:
CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 6., 2019, Campina Grande. Anais eletrônicos.
Campina Grande: Realize Editora, 2019. Disponível em:
https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD1_SA9_ID3
Acesso em: 04 mar. 2021.,SCHWARTZ, G. M.; RANGEL, I. C. A.; DARIDO, S. C. Atividades
recreativas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.,