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ENGRENAGENS
Jorge Seabra
1ª Edição
2005
ii ENGRENAGENS – LUBRIFICAÇÃO, RENDIMENTO E AVARIAS
Prefácio
Actualmente, muitos séculos depois das engrenagens terem sido inventadas, ainda não estão
disponíveis alternativas que sejam tão compactas e eficientes como as transmissões por
engrenagens para a transferência de potência, a conversão de binários e a adaptação de
velocidades. Consequentemente, as engrenagens são encontradas em todos os domínios da
tecnologia, desde os turbo geradores de potência (100 MW) até aos computadores (1 mW), passando
pelos automóveis (100 kW).
Este texto, intitulado “Engrenagens – Lubrificação, Rendimento e Avarias” é dedicado a uma das
componentes mais importantes do estudo das engrenagens que é o seu comportamento tribológico,
isto é, a lubrificação e a selecção de lubrificantes para engrenagens, a perda de potência e a
eficiência das transmissões por engrenagens e as avarias de superfície em engrenagens,
nomeadamente, o desgaste excessivo, a gripagem e a fadiga de contacto (pitting e micro-pitting).
Após o Capítulo 1 – Introdução. Tipos de engrenagens, onde são apresentados os princiopais tipos
de engrenagens, são desenvolvidos nos seis capítulos seguintes todos os conceitos relacionados com
a lubrificação, rendimento e avarias de superfície em engrenagens.
Em conjunto com este texto é disponibilizada uma Folha de Cálculo – GearLub, que permite
analisar o contacto entre os dentes de uma engrenagem cilíndrica, de dentado recto ou helicoidal,
corrigida ou não, seleccionar a temperatura de funcionamento adequada e avaliar a probabilidade
de ocorrerem avarias de superfície.
A primeira edição deste texto foi realizada durante o ano lectivo de 2004/05, período durante o
qual beneficiei de Licença Sabática. Os meus agradecimentos à Universidade do Porto, à Faculdade
de Engenharia, ao Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, e à Secção de
Mecânica Aplicada, pela concessão dessa Licença Sabática.
Jorge Seabra
Porto e FEUP
2005
Aos Amigos
Luís Andrade Ferreira e José Dias Rodrigues
Índice
Capítulo 1 – Introdução. Tipos de engrenagens 1
1.1 – Introdução 1
1.2 – Sistemas de engrenagens 2
1.2.1 – Engrenagens cilíndricas 3
1.2.2 – Engrenagens cónicas 5
1.2.3 – Engrenagens helicoidais cruzadas 9
1.2.4 – Engrenagens hipóides 10
1.2.4 – Engrenagens sem-fim / roda de coroa 12
1.3 – Materiais para engrenagens 14
1.4 – Componentes para unidades de engrenagens 15
Referências 18
1.1 - Introdução
Antes de passar a tal análise detalhada, far-se-á uma descrição dos tipos mais
correntes de engrenagens, uma breve comparação de vários materiais para engrenagens e
uma referência a outros componentes que fazem parte integrante das transmissões
mecânicas.
São usuais três tipos de dentado: recto, helicoidal e duplo helicoidal (“herring-
bone” ou em forma de “espinha”), como se mostra nas Figuras 1.2 e 1.3, respectivamente.
O contacto entre os flancos dos dentes engrenados é do tipo linear em toda a largura do
flanco [1, 2, 3].
Velocidade de
escorregamento
linha de contacto
sobre o
círculo primitivo
Posições sucessivas
das linhas de contacto
Figura 1.2 – Linhas de contacto nas engrenagens cilíndricas de dentado recto exterior [3].
Roda mandada
Força
axial
Posições sucessivas
linha de contacto
Força
axial
Pinhão mandante
Pinhão
Coroa de ataque
exterior
É importante referir que as engrenagens cónicas geram sempre esforços axiais sobre
os respectivos veios e rolamento de apoio [2].
linha de
contacto linhas de contacto dos dentes
linha de contacto
sobre o
Superfícies primitivas círculo primitivo
Figura 1.6 – Superfícies primitivas e linhas de contacto na engrenagem cónica de dentado recto [3].
Para melhor diferenciar estes tipos de dentados, é útil considerar as rodas planas
correspondentes, como se mostra na Figura 1.7. A roda plana representa para a
engrenagem cónicas o que a cremalheira é para a engrenagem cilíndrica. É definida pelos
seguintes elementos:
• o seu plano primitivo P que roda em volta do eixo xx’ sendo tangente aos dois
cones primitivos conjugados (Figura 1.7-A);
• Dentado recto:
A superfície N da roda plana é plana e pertence às pirâmides de vértice S.
• Dentado helicoidal:
A superfície N é ainda plana mas não passa pelo vértice S, as linhas directrizes
convergem para pontos tais como S’ diferentes de S.
• dentado espiral GLEASON:
a superfície N é uma porção da superfície lateral de um cone de revolução de eixo OY
perpendicular em O no plano primitivo P e de semi-ângulo no vértice igual ao ângulo de
pressão, sendo portanto as linhas directrizes arcos de circunferência de centro O;
• dentado espiral KLINGELNBERG:
a linha directriz T é uma evolvente de círculo centrada em S;
• dentado espiral OERLIKON:
a linha directriz é uma epiciclóide alongada.
Dente recto
Dente helicoidal
Dente GLEASON
Dente KLINGELNBERG
Dente OERLIKON
Figura 1.8 – Linhas directrizes (T) das engrenagens cónicas de dentados recto, helicoidal, GEASON,
KLINGELNBERG e OERLIKON [3].
Cone DIN
Cone GLEASON
Cone KLINGENBERG
• dentado recto Coniflex ® da Gleason Works, em que o contacto é pontual, o que limita a
sua capacidade de carga mas permite montagens com tolerâncias muito grandes;
• dentado oblíquo, também chamado cónico “helicoidal” (em inglês “Skew bevel gears”)
no qual os dentes são rectos mas inclinados em relação às geratrizes dos cones primitivos
e que, do ponto de vista do desempenho e exigências de lubrificação é semelhante ao
dentado recto;
• dentado Zerol ® da Gleason Works que é um dentado espiro-cónico especial em que o
ângulo médio de espiral é igual a “zero” graus enquanto o das engrenagens cónicas
espirais clássicas em geral é de 30º.
• dentado Beveloïd ® da Vinco Corp., utilizado sobretudo em instrumentos de precisão,
possui uma capacidade de carga limitada devido ao contacto pontual dos seus dentes,
mas permite o engrenamento duma roda com várias outras do mesmo tipo mas de
vértices não-coaxiais;
• dentado plano (em inglês “Face-gears”), que associa um pinhão cilíndrico de dentes
rectos ou helicoidais a uma roda plana cujo eixo é perpendicular ao do pinhão, é um caso
particular de engrenagens cónicas para o qual o cone do pinhão é de 0º e o da roda de
180º.
Os veios podem ser ortogonais, como acontece nos motores de combustão interna,
para transmitir o movimento da árvore de cames ao veio de accionamento da bomba de
óleo e, na maior parte das vezes, no motor de arranque.
Em razão do ângulo entre os dois eixos, o contacto teórico entre dois dentes
engrenados estabelece-se num ponto que, no decurso do engrenamento, percorre a
superfície dos dentados em diagonal. Este facto provoca um elevado escorregamento e,
consequentemente, uma elevada carga térmica sobre os flancos dos dentes. Logo, as
engrenagens helicoidais cruzadas só são indicadas para a transferência de movimento e
apenas podem transmitir pequenos binários.
superfícies primitivas
linha de contacto
Figura 1.12 – Superfícies primitivas e excentricidade entre os veios numa engrenagem hipóide [3].
• A talhagem delicada destas engrenagens faz com que sejam reservadas a alguns
fabricantes especialistas (Gleason, Klingelnberg, Oerlikon) e àqueles a quem eles
concederam licença de febrico.
• É necessário assegurar uma rodagem muito boa dos dentados a fim de evitar os riscos de
gripagem durante o funcionamento sob condições severas. Para facilitar a boa adaptação
das superfícies utilizam-se algumas vezes óleos especiais de rodagem (especificação MIL-
L-2015-C).
• A montagem deve ser muito rígida a fim de manter as engrenagens nas suas posições
prescritas quando a carga for aplicada. A fixação do pinhão deve incluir um aperto inicial
que é feito através do emprego de rolamentos de rolos cónicos montados com pré-
tensão.
• A velocidade de escorregamento tem uma componente vertical idêntica e uma
componente horizontal acrescida. O seu maior escorregamento traduz-se numa menor
capacidade de carga à gripagem, o que é ultrapassado através do recurso a lubrificantes
especiais, designados de óleos hipóides.
• Os óleos hipóides comtêm elevados teores de aditivos extrema pressão, antidesgaste e
antifricção, sendo mais caros que os óleos clássicos. Por outro lado, alguns desses
aditivos são corrosivos para os metais à base de cobre, o que impede o seu uso nos eixos
hipóides.
• A necessidade de assegurar uma boa evacuação das calorias libertadas pelas taxa de
escorregamento elevadas.
Este conjunto compõe-se duma roda cilíndrica tangente, a que se chama “coroa”,
que engrena com um sem-fim (parafuso) cujo eixo é ortogonal ao da roda [2, 3], como
representado na Figura 1.13 .
coroa
sem-fim
A engrenagem de parafuso sem fim distingue-se das outras engrenagens por os seus
dois elementos serem constituídos por materiais diferentes que apresentam boas
propriedades de atrito a fim de melhorar o rendimento: o parafuso é geralmente em aço
tratado (muitas vezes temperado e cementado) e a coroa é dum material com baixo
coeficiente de atrito tal como a ferro fundido perlítico de grafite lamelar, materiais
plásticos autolubrificantes (poliamidas, materiais compósitos) para pequenos mecanismos,
mas sobretudo bronze antifricção para os redutores industriais de parafuso e eixos de
parafuso automóveis.
A configuração mais corrente da engrenagem sem fim / roda de coroa inclui uma
roda côncava, talhada em toro, destinada a aumentar a área de contacto e por
consequência a capacidade de carga. O contacto entre dois dentes é linear e as linhas de
contacto são curvas, tal como se mostra na Figura 1.14.a. Este tipo é o mais divulgado
tanto para redutores de parafuso industriais como para eixos de parafusos de veículos
automóveis.
coroa
sem-fim
Tabela 1.2 – Comparação entre unidades de engrenagens fabricadas com diferentes materiais.
Condições de funcionamento: T1 = 21400 Nm, n1 = 500 rpm, i = 3, factor de aplicação KA
= 1.25, factor de segurança contra o piting SH min = 1.3, factor de segurança contra a
rotura SF min = 2.3 [2].
Rolamentos Chumaceiras
Vantagens • Baixo atrito no arranque. • Concepção simples.
• Baixo atrito em funcionamento. • Vida infinita se lubrificados
• Material não interfere no convenientemente.
funcionamento. • Adequados para velocidades muito
• Fácil lubrificação. elevadas.
• Possibilidade de lubrificação para • Pouco sensíveis à contaminação do
toda a vida. lubrificantes.
• Condições de funcionamento • Boas propriedades de vibração,
aceitáveis em caso de avaria choque, ruído e amortecimento.
(pitting, spalling).
• Menor largura que as chumaceiras
para a mesma carga.
• Standard internacional.
Inconvenientes • Devido às forças centrifugas não • Necessita de um comlplexo sistema
podem ser usados para velocidades de lubrificação e controlo de
elevadas. temperatura.
• Susceptiveis à contaminação dos • Dificuldades de lubrificação no
lubrificantes. arranque e na paragem
• Vida limitada. (lubrificação mista).
• Necessita de lubrificação
hidrostática para sustenção de
engrenagens de grande dimensão e
massa.
Referências
[2] KLUBER Lubrication, Lubrication of gear systems – From large to small stationary gear sets,
Edition 12.98, Kluber Lubrication Munchen KG, Germany, 84 pp.
[4] KISSsoft Hirnware, Manual – Calculation programs for machine design, Chapter 20, KISSsoft
AG, Frauwis 1, CH-8634 Hombrechtikon, Switzerland, 2003, 455 pp.
evolvente
Seja M um ponto da evolvente de círculo que tem por origem T0 sobre o círculo de
base CB de raio rb, obtém-se:
MT = q
T0 T (2.1)
rb tgϕ = rb (ϕ + θ ) (2.2)
onde
ϕ = tgθ − θ (2.3)
é a involuta que serve de base ao cálculo geométrico dos dentados: espessura dos dentes
em diferentes pontos, cotas no flanco, etc.
Todas as evolventes de círculo são homólogas na razão dos raios. Em cada ponto M
de uma evolvente, a tangente MT no círculo de base é normal à curva e T é o centro do
círculo osculador em M.
topo
cabeça face
altura de addendum - ha flanco
espessura teórica - sn
pé círculo de cabeça - da
intervalo teórico círculo primitivo - d
círculo de pé – df
altura de deddendum - hf
altura do dente - h
As dimensões de uma roda dentada são determinadas a partir do seu módulo m [2].
O diâmetro primitivo d de uma roda dentada está relacionado com o seu número
de dentes Z através da expressão
d = mZ . (2.4)
d a = d + 2 ha = d + 2 m
(2.5)
d f = d − 2 hf = d − 2.5 m
dente. Em dentados que não o normal estes parâmetros podem tomar valores diferentes. A
altura total do dentenormal h é igual a
h = ha + hf = 2.25 m . (2.6)
π
Sn = m . (2.7)
2
p =π m . (2.8)
pb = π m cos α , (2.9)
PINHÃO
d1
CÍRCULOS
PRIMITIVOS
d2
RODA
n2 ω2 d1 Z1
u= = = = (2.11)
n1 ω1 d2 Z 2
d1 d2
m= = (2.12)
Z1 Z 2
O entre-eixo a, que é a distância O1O2 entre os eixos das rodas dentadas é igual a:
d1 + d2 m
a= = ( Z1 + Z 2 ) (2.13)
2 2
O1T1 = rb1
O1 I = r1
T1
círculos
primitivos círculos
d1, d2 de cabeça
da1, da2
T2
linha de
engrenamento
círculo
de base
círculo
db2
de pé
df2
O2 T2 = rb 2 O2 I = r2
A = início do engrenamento
ra1 rb1
B = fim do engrenamento
I = primitivo
θAf
θAp
AI = ga = segmento de aproximação
IB = gf = segmento de afastamento
Razão de condução
ra2
AB
εα = ≥ 1.2 rb2
pb
Define-se ainda o arco de condução at que é o arco no qual rolaram sem escorregar
um sobre o outro, os dois círculos primitivos durante todo o engrenamento. Este arco de
condução at é igual a:
AB
at = . (2.15)
cos α
AB at
εα = = . (2.16)
pb p
AI = AT2 − I T2 (2.17)
I B = T1B + T1 I (2.18)
d a1 = d1 + 2 * m ⇒ ra1 = r1 + m
(2.20)
d a2 = d 2 + 2 * m ⇒ ra2 = r2 + m
AD = BC = pb = π m cos α (2.21)
( ra2 ) − ( rb2 )
2 2
T2 A = (2.24)
( ra1 ) − ( rb1 )
2 2
T1 B = (2.31)
Tabela 2.1 – Características dimensionais das rodas de dentado recto normal [2, 4].
diâmetro primitivo d = mZ
diâmetro de cabeça da = d + 2 m
diâmetro de pé d f = d − 2.5 m
Tabela 2.2 – Características dimensionais das engrenagens de dentado recto normal [2, 4].
AB
razão de condução εα =
pb
Tabela 2.3 – Raios de curvatura da evolvente do pinhão e da roda em pontos notáveis da linha de
engrenamento [2,4].
I1 T1 I = rb1 tgα
( ra1 ) − ( rb1 )
2 2
B1 T1 B =
ponto raio de curvatura da evolvente da roda
( ra2 ) − ( rb2 )
2 2
A2 T2 A =
I2 T2 I = rb2 tgα
designados raios activos das cabeças, rNa1 e rNa2 . A sua influência sobre a geometria
rigorosa da engrenagem deve ser considerada, mas a sua influência sobre os parâmetros
tribológicos já não é tão importante, pelo que não será considerada nesta análise.
Tabela 2.4 – Características dimensionais das rodas de dentado helicoidal normal [2, 4].
⎡ Z ⎤
diâmetro da cabeça da = m ⎢ + 2 ( ha + x − k∗ ) ⎥
⎣ cos β ⎦
⎡ Z ⎤
diâmetro do pé df = m ⎢ − 2 ( hf − x ) ⎥
⎣ cos β ⎦
Tabela 2.5 – Características dimensionais das engrenagens de dentado helicoidal normal [2, 4].
cos αt
diâmetro primitivo de funcionamento d, = d
cos αt,
comprimento da linha de
T1 T2 = ( rb1 + rb2 ) tgαt,
engrenamento
AB
razão de condução εα =
pbt
Figura 2.8 – Cilindros base e raios de curvatura das evolventes do pinhão e da roda no ponto de
contacto M da linha de engrenamento, no caso de uma engrenagem helicoidal.
Tabela 2.6 – Raios de curvatura das evolventes do pinhão e da roda em pontos notáveis da linha de
engrenamento de uma engrenagem helicoidal [2, 4].
A1 T A
ρ A1 = 1 =
cos β b cos β b
cos α
( ra1 ) − ( rb1 ) − π m
2 2
C1 T1 C cos β b
ρC1 = =
cos β b cos β b
T1 I rb1 tgαt,
I1 ρ I1 =
cos β b cos β b
cos α
( rb1 + rb2 ) tgαt, − ( ra2 ) − ( rb2 ) + π m
2 2
D1 T1 D cos β b
ρD1 = =
cos β b cos β b
( ra1 ) − ( rb1 )
2 2
B1 TB
ρB1 = 1 =
cos β b cos β b
ponto raio da evolvente da roda
( ra2 ) − ( rb2 )
2 2
A2 T A
ρ A2 = 2 =
cos β b cos β b
cos α
( rb1 + rb2 ) tgαt, − ( ra1 ) − ( rb1 ) + π m
2 2
C2 T2 C cos β b
ρC2 = =
cos β b cos β b
T2 I r tgαt,
I2 ρI 2 = b2
cos β b cos β b
cos α
( ra2 ) − ( rb2 ) − π m
2 2
D2 T2 D cos β b
ρD2 = =
cos β b cos β b
B2 T2 B
ρB2 = =
cos β b cos β b
Rectificação
Shaving
Talhagem de precisão
Talhagem média
Talhagem medíocre
Pinhões padrão
Radares, divisores
Engrenagens alta veloc.
Caixas de veloc precisão
Automóveis
Camiões
Mecânica geral
Mecânica sem precisão
(R ) + (R )
2 2
σ = q1 q2 (2.36)
onde Rq1 e Rq2 representam os desvios médios quadráticos dos perfis de rugosidade de cada
uma das superfícies em contacto.
Em alternativa, a rugosidade composta de duas superfícies em contacto também
pode ser definida pela expressão
Ra1 + Ra2
σ = (2.37)
2
Tabela 2.8 - Valores típicos da rugosidade composta para o contacto entre dois dentes de uma
engrenagem [6].
Referências
[2] MAAG Gear Company Ltd, MAAG Gear Book, January 1990, Zurich, Switzerland, 440 pp.
[5] G. Henriot, Traité théorique et pratique des engrenages. 5ª Ed. Paris. Dunod. 1983, tome 2.
3.1 - Introdução
A apresentação dos vários tópicos será acompanhada pela análise de um caso real,
o da engrenagem FZG tipo C [1], sem correcção e com correcção de dentado.
Na Figura 3.1 mostra-se uma imagem da engrenagem FZG tipo C. Esta engrenagem
tem as características geométricas apresentadas na Tabela 3.1. Foram consideradas as
condições de funcionamento referidas na mesma Tabela.
Tabela 3.1 - Características geométricas [1] e condições de funcionamento da engrenagem FZG tipo C.
Parâmetro Símbolo Unidades Pinhão Roda
Módulo m [mm] 4.5
Ângulo de presão α [º] 20
Número de dentes Z [/] 16 24
Relação de transmissão u [/] 1.5
Diâmetro primitivo d [mm] 72 108
Diâmetro de base db [mm] 67.66 101.49
Passo de base pb [mm] 13.28
Entre-eixo a [mm] 90
Diâmetro de addendum da [mm] 81 117
Entre-eixo de funcionamento aw [mm] 91.5
Coeficientes de desvio x [/] 0.182 0.171
Coeficiente de correcção do addendum k* [/] 0.019 0.019
Ângulo de presão de funcionamento αw [º] 22.44
Módulo de funcionamento mw [mm] 4.575
Diâmetro primitivo de funcionamento dw [mm] 73.2 109.80
Altura de addendum corrigida haw [mm] 4.72 4.37
Diâmetro de addendum de funcionamento daw [mm] 82.64 118.54
Rugosidade do flanco dos dentes Ra [μm] 0.30±0.1 0.30±0.1
Potência P [W] 50800
Binário c [N m] 215.6 323.4
Velocidade de Rotação n [rpm] 2250 1500
Lubrificante ISO VG 100 - Ester biodegradável e não tóxico
Viscosidade a 40 ºC ν40 [cSt] 99.4
Viscosidade a 100 ºC ν100 [cSt] 14.6
Temperatura de funcionamento T0 ºC 90
P P
FN = = (3.2)
r1 ω1 cos α ,
r2 ω2 cos α ,
A força normal de contacto FN entre dois dentes pode ser decomposta nas suas
componentes radial FR e tangencial FT, como mostra a Figura 3.2 a), as quais são definidas
por
FR = FN cos α , (3.3)
e
FT = FN sin α , (3.4)
a) b)
6000
5000
4000
3000
2000
1000
T1 A C I D B T2
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
a)
Força Normal
FN / [N]
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
T1 A C I D B T2
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
b)
Figura 3.3 – Repartição sobre a linha de engrenamento da força normal de contacto entre dois
dentes de uma engrenagem FZG tipo C: a) Engrenagem não corrigida. b) Engrenagem
corrigida.
No ponto M, o contacto de dois perfis de evolvente de círculo pode, por isso, ser
Figura 3.4 – Raios de curvatura dos perfis conjugados no ponto de contacto – “discos osculadores” [1].
1 1⎛ 1 1 ⎞ 1⎛ 1 1 ⎞
= ⎜ + ⎟= ⎜ + ⎟ (3.5)
RM 2 ⎝ R1M R2 M ⎠ 2 ⎝ T1 M T2 M ⎠
Raio de Curvatura
R / [mm]
18
16
14
12
10
2
T1 A C I D B T2
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
a)
Raio de Curvatura
R / [mm]
18
16
14
12
10
2
T1 A C I D B T2
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
b)
Figura 3.5 – Variação sobre a linha de engrenamento do raio de curvatura equivalente do contacto
entre dois dentes de uma engrenagem FZG tipo C: a) Engrenagem não corrigida.
b) Engrenagem corrigida.
2 FN E *
p0 = pH = , (3.6)
π b R
1 1 −ν12 1 −ν 22
= + . (3.7)
E* E1 E2
2 FN R
a= (3.8)
π b E*
A teoria de Hertz para o contacto entre dois sólidos e a teoria de Boussinesq para
para o semi-espaço elástico permitem determinar o estado de tensão na sub-superfície dos
dentes em contacto, o qual não é de interpretação simples [3].
A Figura 3.6 mostra a variação das tensões σxx e σzz ao longo do eixo OZ, as
“isobáricas” da tensão de corte máxima e as “isobáricas” da tensão de corte ortogonal na
sub-superfície dos dentes em contacto.
Figura 3.6 – Tensões normais segundo OZ, e “isobáricas” da tensão de corte máxima (τmáx/p0) [4] e
“isobáricas” da tensão de corte ortogonal (τxz/p0) [5] na sub-superfície dos dentes em
contacto.
As tensões σxx e σzz, ao longo do eixo OZ, apresentam o seu valor máximo de
compressão na superfície sendo iguais à pressão máxima de Hertz p0.
A tensão de corte máxima τMÁX atinge o seu valor mais elevado sobre o eixo OZ
sendo dada por
Z S = 0.786 a (3.10)
Z 0 = 0.42 a (3.12)
Δτ 0 = 2 τ 0 = 0.50 p0 (3.13)
1 ⎡ ⎛ a2 + 2 z2 + 2 x 2 2π ⎞⎤ com
σ xx = − p0 ⎢z ⎜ φ1 − − 3 x φ2 ⎟ ⎥ π (M + N)
π ⎣ ⎝ a a ⎠⎦ φ1 =
M N 2 M N + 2 x 2 + 2 z2 − 2 a2
2ν ⎡ ⎛ a 2 + z 2 + x 2 π ⎞⎤
σ yy = − p0 ⎢z ⎜ φ1 − − 2 x φ2 ⎟ ⎥ π (M − N)
π ⎣ ⎝ a a ⎠⎦ φ2 =
M N 2 M N + 2 x 2 + 2 z2 − 2 a2
1
σ zz = − p0 ⎡ z ( a φ1 − x φ2 ) ⎤⎦
π ⎣ M = (a + x )
2
+ z2
1
τ xz = − p0
π
(z φ )
2
2
N = (a − x )
2
+ z2
τ xy = τ yz = 0 (3.14)
Por outro lado, no caso da engrenagem corrigida (ver Figura 3.7 b)), o valor de
pressão máxima de Hertz passa a ocorrer no ponto C de transição de 2 para 1 par de
dentes engrenados, atingindo o valor de pCH = 1.51GPa .
1.8
Po
1.6
2 t0
1.4
tmáx
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
T1 A C I D B T2
0.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
a)
1.8 Po
1.6 2 t0
1.4 tmáx
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
T1 A C I D B T2
0.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
b)
Figura 3.7 – Variação sobre a linha de engrenamento da pressão máxima de Hertz, da tensão de
corte máxima e da máxima variação da tensão de corte ortogonal no contacto entre
dois dentes de uma engrenagem FZG tipo C: a) Engrenagem não corrigida.
b) Engrenagem corrigida.
200 a
Zs
Zo
150
100
50
T1 A C I D B T2
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
a)
200 a
Zs
150 Zo
100
50
T1 A C I D B T2
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
b)
Figura 3.8 – Variação sobre a linha de engrenamento da semi-largura de Hertz e das profundidades
às quais actuam a tensão de corte máxima e a tensão de corte ortogonal no contacto
entre dois dentes de uma engrenagem FZG tipo C: a) Engrenagem não corrigida.
b) Engrenagem corrigida.
U1 = T1 M ⋅ ω1 = ρ1 ω1 (3.14)
U2 = T2 M ⋅ ω2 = ρ2 ω2 (3.15)
VS = U2 − U1 = ρ2 ω2 − ρ1 ω1 (3.16)
rb1
rw1
T1
I
U2
U1 V a U1
T2
U2 U2
rw2 U1
rb2
a) b)
No ponto genérico M(ver Figura 3.9 b)), o contacto de dois perfis de evolvente de
VS
U1
U2
T1 A I B T2
AI IB
U1 − U2
γ1 = (3.17)
U1
U2 − U1
γ2 = (3.18)
U2
4 U1
3 U2
2 (U1-U2)
1
T1 A C I D B T2
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
-1
-2
-3
-4
-5
-6
Linha de Engrenamento
a)
4 U1
3 U2
2 (U1-U2)
1
T1 A C I D B T2
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
-1
-2
-3
-4
-5
Linha de Engrenamento
b)
Figura 3.11 – Variação sobre a linha de engrenamento das velocidades tangencias e da velocidade
de escorregamento no contacto entre dois dentes de uma engrenagem FZG tipo C:
a) Engrenagem não corrigida. b) Engrenagem corrigida.
Desde os anos 50 que se sabe que o regime de lubrificação que rege o escoamento
do lubrificante entre perfis conjugados é o regime de lubrificação elastohidrodinâmica
(EHD) cuja aplicação às engrenagens é pormenorizada por G. Henriot [7].
Os fabricantes de engrenagens e os fabricantes de rolamentos, foram os primeiros a
aplicar a teoria EHD para calcular as espessuras do filme de óleo. Actualmente a definição
FN
pehd
p0
Figura 3.12 – Espessura do filme lubrificante no centor do contacto h0 e espessura mínima do filme
lubrificante hm [2].
( A)
0.091
FN
( A)
0.130
FN
onde:
η0 Viscosidade do lubrificante à temperatura de alimentação do lubrificante;
U Velocidade de rolamento das superfícies dos discos osculadores,
1
U= ( U1 + U2 ) ;
2
α Coeficiente de piezoviscosidade do lubrificante à temperatura de alimentação
do lubrificante;
1 1⎛ 1 1 ⎞
RX Raio de curvatura equivalente dos discos osculadores, = ⎜ + ⎟;
R 2 ⎝ R1 R2 ⎠
1 ⎛ 1 - ν12 1 - ν 22 ⎞
E* Módulo de Young equivalente, =⎜ + ⎟
E* ⎝ E1 E2 ⎠
FN Solicitação normal;
ℓ Largura útil da engrenagem.
No entanto esta hipótese isotérmica não é válida no caso das engrenagens devido ao
forte escorregamento existente ao longo da linha de engrenamento.
No convergente, o filme lubrificante sofre uma deformação por corte elevada,
devida ao gradiente de pressão e às velocidades de rolamento e escorregamento a que está
submetido. Essa deformação por corte origina uma dissipação de energia acentuada (inlet
shear heating) que provoca o aumento da temperatura do lubrificante ( ΔT f ), a diminuição
[10].
{ ( ) }
-1
φT = 1 + 0.1 ⎡ 1 +14.8 Ve0.83 L0.64 ⎤ (3.22)
⎣ ⎦
U1 - U2
Ve = (3.23)
U1 + U2
β η 0 ( U1 + U2 )
2
L= (3.24)
Kf
em que:
0.6 0.05
0.5 0.10
0.4
0.20
0.3
0.50
0.2
1.00
0.1
0.0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
2
L = β η0 (U1+U2) / kf
1
1 − (φT ) 0.727
ΔTinlet = (3.25)
β
As superfícies reais dos flancos dos dentes possuem uma determinada rugosidade,
normalmente orientada segundo a direcção perpendicular à velocidade de rolamento dos
círculos osculadores em cada ponto da linha de engrenamento.
Tendo em consideração que tal rugosidade é da mesma ordem de grandeza da
espessura do filme lubrificante, tipicamente 1 μm, a análise elastohidrodinâmica deve ter
em consideração a presença dessa rugosidade, passando a designar-se de
elastohidrodinâmica rugosa (EHDR) ou micro-elastohidrodinâmica.
Logo, a deformação elástica dos dentes em contacto em vez de só considerar a
deformação elástica global das superfícies supostamente lisas, deve também ter em conta
as deformações elásticas locais a nível de cada rugosidade.
h0T h0T
Λ= ⇔ Λ= (3.26)
σ
(R ) + (R )
2 2
q1 q2
(R ) + (R )
2 2
termicamente e σ = q1 q2 é a rugosidade composta dos dois flancos em
0.9 0.9
h0T
0.8 0.8
Lambda
0.7 0.7
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
T1 A C I D B T2
0.0 0.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
a)
0.9 0.9
h0T
0.8 0.8
Lambda
0.7 0.7
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
T1 A C I D B T2
0.0 0.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
b)
Figura 3.14 – Variação sobre a linha de engrenamento da espessura do filme lubrificante corrigida
térmicamente h0T e da espessura específica do filme lubrificante Λ no contacto entre
dois dentes de uma engrenagem FZG tipo C: a) Engrenagem não corrigida.
b) Engrenagem corrigida.
FN
Filme
Limite
Vg
contacto
metal - metal
FN
Filme
Misto
Vg
filmes de
óxidos
FN
filme Filme
completo h0
Completo
Vg
Figura 3.15 – Regimes de lubrificação em engrenagens: Filme limite, filme misto e filme completo [11].
A FM A
C C
I I
D D
B B
FM FM FC
dentes temperados
na massa ◦ sem avaria dentes
nitrurados ▫ sem avaria
óleos minerais • com avaria polyester ▪ com avaria
Espessura
específica
% de
do filme probabilidade
lubrificante de avaria
Λ
Velocidade tangencial - Vt
Figura 3.17 – Probabilidade de avaria de uma engrenagem em função da sua velocidade tangencial
e da espessura específica do filme lubrificante [7].
FT
μ= (3.27)
FN
FTS
μ = μS = , (3.30)
FN
μS
Curva de STRIBECK
atrito de escorregamento - μS
filme mínimo
0.7 2.0 Λ
regime limite
No início (ver curva 5), o coeficiente de tracção μSH aumenta muito rapidamente,
de modo linear, entre o ponto A (onde μ = μR coeficiente de atrito de rolamento, em geral
muito baixo) e o ponto B’. Em seguida, deixa de variar linearmente com a razão
escorregamento - rolamento ξ mas continua a aumentar até atingir o valor máximo no
ponto C’, a partir do qual decresce continuamente com o aumento de ξ até D'.
velocidade de rolamento
FTSH AF aditivos para redução do atrito
μSH =
FN T0 temperatura de contacto
FTR
μR =
FN
U1 − U2
razão escorregamento - rolamento ξ= 1
2 ( U1 + U2 )
Os óleos minerais possuem coeficientes de tracção que variam entre 0,04 e 0,12 e
a adição de aditivos redutores de atrito (agentes de untuosidade, compostos quimicamente
reactivos fosforados orgânicos, tiofosfatos metálicos de Mo, Sb,..., lubrificantes sólidos,...)
ou a utilização de lubrificantes sintéticos como os ésteres de polipropileno glicol, os
ésteres diácidos ou polióis, os ésteres complexos, etc., permitem diminuir
significativamente estes coeficientes de tracção.
O coeficiente de atrito é um dos parâmetros com uma relação mais directa com a
gripagem das engrenagens. Os parâmetros influentes no coeficiente de atrito são
praticamente idênticos aos parâmetros influentes na ruptura do filme lubrificante e na
gripagem.
A amplitude e a orientação das rugosidades influenciam o coeficiente de atrito,
sendo este mais elevado se as rugosidades tiverem uma orientação transversal do que se
tiverem uma orientação longitudinal ou oblíqua, para as mesmas condições de
funcionamento.
A norma DIN 3990 [13] prevê para o cálculo do coeficiente de atrito que a
viscosidade dinâmica seja determinada à temperatura de massa, o que implica um cálculo
iterativo pois a temperatura de massa também é função da temperatura “flash” e
consequentemente do coeficiente de atrito,
0.25 0.25
⎛ W ⎞ ⎛ Ra ⎞
μDIN = 0.12 ⎜ L ⎟ ⎜ ⎟ (3.34)
⎝ ηM VR ⎠ ⎝ qred ⎠
em que,
FN
WL - carga específica (N/mm) WL =
A cosαwt
FN – força normal aplicada
A- comprimento do contacto
Z2 ⎛ tan α a 2 ⎞ tan α a1
primitivo o seu valor é 0 ΓA = − ⎜ − 1⎟ ΓB = −1
Z1 ⎝ tan α wt ⎠ tan α wt
2π 2π
ΓW = ΓB − ΓV = ΓA +
Z1 tan α wt Z1 tan α wt
α a1 = arccos ( d b1 d a1 ) α a 2 = arccos ( d b2 d a 2 )
q red =
(1 + Γ )(1 − Γ ) a sin α
y y wt
(1 + u ) cos βb
2
Esta expressão proposta pela norma ISO 6336 [14] é muito semelhante à proposta
pela norma DIN, sendo a única diferença a temperatura de referência para o cálculo da
viscosidade dinâmica que neste caso é a temperatura do banho de óleo. Em termos de
coeficiente de atrito médio utilizam-se os valores do ponto primitivo.
0.25
⎡ W R ⎤
μISO = 0.143 ⎢ L a ⎥ (3.35)
⎢⎣ Req η0 VR ⎥⎦
onde,
−1
⎛ 1 1 ⎞
Req - raio de curvatura equivalente no ponto considerado (mm) Req =⎜ + ⎟
⎝ Rx 1 Rx 2 ⎠
ηo - viscosidade dinâmica do óleo à temperatura do banho de óleo (m Pa s)
Expressão de Michaelis
0.2
⎛ WL ⎞
μ MIC = 0.048 ⎜ ⎟⎟ η0 Ra
−0.05 0.25
(3.36)
⎜V R
⎝ R eq ⎠
(0.2 μm < Ra < 2.0 μm)e para uma viscosidade dinãmica de η0 = 20.0 mPas.
0.00
2.00 1.80 1.60 1.40 1.20 1.00 0.80 0.60 0.40 0.20 0.00
Ra [μm]
Figura 3.20 – Coeficiente de atrito de Michaelis para uma viscosidade η0 = 20.0 mPas.
Expressão de Kelly
⎡ WL ⎤
μKelly = 0.0127 Log10 ⎢29.66 x103 ⎥ (2.37)
⎢⎣ η0 VS VR2 ⎥⎦
0.8 0.08
0.7 0.07
0.6 0.06
0.5 0.05
0.4 0.04
T1 A C I D B T2
0.3 0.03
0.2 0.02
0.1 0.01
0.0 0.00
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
a)
0.8 0.08
0.7 0.07
0.6 0.06
0.5 0.05
0.4 0.04
T1 A C I D B T2
0.3 0.03
0.2 0.02
0.1 0.01
0.0 0.00
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
b)
O conceito de temperatura crítica foi formulado, pela primeira vez, pelo professor
H. Blok da Universidade Técnica de Delft na Holanda, em 1937 [16]. É extremamente
simples:
TS = TM + Tflash (3.38)
TM T0 + 0.49 Tflash
máx .
(3.39)
3 1
⎛ F ⎞ 4 ⎛ E* ⎞ 4
μ U1 − U2
Tflash = 0.893 ⎜ N ⎟ ⎜ ⎟⎟ (3.40)
⎜ PTS1 U1 + PTS 2 U2
⎝ A ⎠ ⎝ Req ⎠
sendo
• Tflash
máx .
o valor máximo da temperatura flash ao longo da linha de engrenamento,
• μ o coeficiente de atrito,
PTs 2 = ρ s 2 Cs 2 K s 2 (3.42)
isto é, dados pela raíz quadrada do produto da massa específica pelo calor específico e
pela condutividade térmica das superfícies.
TSmáx = TM + Tflash
máx
= T0 + 0.49 Tflash
máx
+ Tflash
máx
(3.43)
isto é
FN
3
/3
Distribuição da Força Normal
2
/3 sobre a linha de engrenamento
1
/3
Temperatura
das superfícies
em contacto TFlash
[ºC]
TSmáx
TM
T0
Início do Fim do
engrenamento engrenamento
Figura 3.22 – Variação sobre a linha de engrenamento da temperatura flash e da temperatura das
superfícies, no contacto entre dois dentes de uma engrenagem [2].
TS
TINT
TM
T0
I D
C B
A
Figura 3.23 – Temperatura integral no contacto entre dois dentes de uma engrenagem [12].
TF = TS + ΔTF (3.44)
1
⎛ F E* ⎞ 2
μ U1 − U2 h0
ΔTF = 0.157 ⎜ N ⎟ (3.45)
⎜ A RX ⎟ kF
⎝ ⎠
sendo:
• μ o coeficiente de atrito,
TFmáx = ( TS + ΔTF )
máx
(3.46)
0.8 400
0.7 350
0.6 300
0.5 250
T1 A C I D B T2
0.4 200
0.3 150
0.2 100
0.1 50
0.0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
a)
0.8 200
0.7 175
0.6 150
0.5 125
0.4 100
0.3 75
0.2 50
0.1 25
T1 A C I D B T2
0.0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Linha de Engrenamento
b)
Referências
[1] K. Michaelis, Testing procedures for gear lubricants with the FZG test rig, Industrial
Lubrication and Tribology, May/June, 1974, pp 91-94.
[4] K. L. Jonhson, Contact mechanics, Cambridge University Press, Cambridge, UK, 1985. ISBN-
0-521-25576-7
[5] B. Michau, D. Berthe e M. Godet, Influence of pressure modulation in line Hertzian contact
on the internal stress field”, WEAR, vol. 28 (1974), 187-195.
[6] MAAG Gear Company Ltd, MAAG Gear Book, January 1990, Zurich, Switzerland, 440 pp.
[12] KLUBER Lubrication, Lubrication of gear systems – From large to small stationary gear sets,
Edition 12.98, Kluber Lubrication Munchen KG, Germany, 84 pp.
[13] DIN 3990 parte 4, norma DIN para o coeficiente de atrito em engrenagens, 1987.
[14] ISO-DIS parte 4, norma ISO para o coeficiente de atrito em engrenagens, 1996.
[15] H. Winter e K. Michaelis, Investigations on the thermal balance of gear drives, Proceedings
of the Fifth World Congress on Theory of Machines and Mechanisms, ASME, 1979, pp 354-
358.
[16] H. Blok, The Flash temperature concept, WEAR, 1963, vol 6, p 483-494
1
Co-autor: Ramiro Carneiro Martins
São estudados os vários fluxos energéticos que ocorrem no interior de uma caixa
de engrenagens, sendo estabelecida a sua importância relativa em função das condições
de funcionamento. Estes fluxos energéticos foram classificados e agrupados em dois
tipos: a energia dissipada – onde se contabilizam todas as formas de geração de energia,
como a dissipada no contacto entre os dentes de uma engrenagem, ou no interior de um
rolamento, etc. e a energia evacuada – onde se incluem as várias formas de transporte
de energia da caixa de engrenagens para o exterior, como a radiação, a condução e a
convecção.
Pout
η= <1 , (4.1)
Pin
sendo sempre menor do que 1. Tal significa que no interior da caixa de engrenagens
ocorre determinada perda de potência, normalmente designada por potência dissipada
e definida por,
PV
η =1 − . (4.3)
Pin
Tabela 4.1 – Valores de referência para o rendimento das caixas de engrenagens em função do
tipo de engrenagem e do nº de andares de transmissão (u – razão de transmissão)
[1].
Tipo de Nº de andares Rendimento total
engrenagem de transmissão à carga nominal [%]
1 η < 98.5
2 η < 97.0
cilíndricas
3 η < 95.5
4 η < 94.0
cónicas / η < 98.0
2 η < 96.5
cónicas dentado recto 3 η < 95.0
4 η < 93.5
planetárias / η < 97.0
helicoidais cruzadas / 50.0 < η < 98.5
u elevada 50.0 < η < 90.0
hipóides
u pequena 85.0 < η < 96.0
Os modelos de cálculo aqui apresentados são baseados na máquina FZG, pelo que
a sua adaptação a outras aplicações requer alguma ponderação.
Pfric Pin ⋅ μ mz ⋅ H v
, (4.4)
π ⋅ (u + 1)
⋅ ⎡⎣1 − εα + ( ε1) + ( ε2) ⎤⎦
2 2
Hv
z1 ⋅ u ⋅ cos( βb) . (4.5)
⎛1 1⎞ ( δ f ) + ( δ a)
2 2
ρ 1 − μ mz ⋅ ⎜ + ⎟ ⋅
2 ⎠ 2 ⋅ ( δ f + δ a) ⋅ cos( α ) .
r r
⎝ 1 (4.6)
Höhn [3] propõe uma expressão para o cálculo do coeficiente de atrito médio ao
longo da linha de engrenamento, que resultou de ensaios realizados em máquinas de
discos e em bancos FZG. A expressão tem a forma
0.2
⎛ F bt ⎞
⎜ b ⎟
⋅ ( η oil ) ⋅ ( Ra )
− 0.05
μ mz
0.25
0.048 ⋅ ⎜ ⎟ ⋅ Xl
⎝ v Σc ⋅ ρ c ⎠ , (4.9)
onde Xl representa um factor que é função do lubrificante, tomando o valor Xl=1 para
óleos minerais.
T π
Prf μ1 ⋅ f 1 ⋅ F ⋅ ⋅ ⋅
2 30 . (4.10)
n⋅π
Pchap TH ⋅
30 (4.11)
onde TH designa a perda hidráulica de binário, que se calcula do seguinte modo [6]:
⎛ vt ⎞
C2⋅⎜ ⎟
TH Csp ⋅ C1 ⋅ e ⎝ vt0 ⎠
, (4.12)
e1 + e2 3.
+ 0.0128⋅ ⎛⎜ ⎞
b
C1 0.063 ⋅ ⎟
e0 ⎝ b0 ⎠ , (4.13)
e1 + e2
C2 + 0.2
80 ⋅ e0 , (4.14)
1.5
2 ⋅ ra2 ⎛ 4 ⋅ e2 ⎞
Csp ⋅⎜ ⎟
lH ⎝ 3 ⋅ ra2 ⎠ . (4.15)
4 ⋅ AG
lH
U .
(4.16
)
Segundo Höhn [3, 7], a dissipação de potência nos vedantes pode ser estimada
pela expressão
⋅ ( d v) ⋅ n
−6 2
Pvd 7.69 ⋅ 10
. (4.17)
2
π⋅ n
⋅ (ν ⋅ n) ⋅ T ⋅
−7 3 3
Pr0 f 0 ⋅ 10
30 , (4.18)
A determinação dos fluxos energéticos, quer por convecção, quer por radiação
através do cárter implicam conhecer a temperatura deste. Winter [9] efectuou
medições da distribuição de temperatura no cárter em várias aplicações, constatando
que as diferenças de temperatura não excediam os 5 ºK. Pode desta forma usar-se a
temperatura média do cárter sem cometer um erro significativo.
4.4.1 - Radiação
O calor evacuado por radiação pode calcular-se de acordo com a lei de Stefen
Boltzman. Definindo um coeficiente de radiação αrad, o calor evacuado é definido por
[3]
Qrad α rad ⋅ ( Tc − T ∞ )
, (4.20)
onde
3
−6 ⎛ Tc + T ∞ ⎞
0.23 ⋅ 10 ⋅ ε ⋅ ⎜
α rad ⎟
⎝ 2 ⎠. (4.21)
4.4.2 - Convecção
0.3
⎛ Tc − T ∞ ⎞
18 ⋅ ( h ca )
− 0.1
α cn ⋅⎜ ⎟
⎝ T∞ ⎠ , (4.22)
8.6 ⋅ ( l x) ⋅ ( var)
− 0.34
α cf
0.64
. (4.23)
α cn ⋅ ⎛⎜ 1 − ⎞ + α ⋅ Aar
Aar
αc ⎟ cf
⎝ Aca ⎠ Aca . (4.24)
Qc α c ⋅ ( Tc − T ∞ )
. (4.25)
4.4.3 - Condução
O calor libertado para o exterior por condução é pouco significativo [9], embora
deva ser tida em conta quando se pretenda efectuar um cálculo rigoroso. A sua
determinação em regime transiente é bastante complexa, sendo difícil saber com rigor
qual a temperatura do restante equipamento que está acoplado à transmissão e
especialmente saber como evolui essa temperatura.
α cd ⋅ Acd ⋅ ⎛⎜
Tc − Tm ⎞
Qcd ⎟
⎝ t ⎠, (4.26)
onde Tc representa a temperatura do cárter e Tm a temperatura da base de apoio do
mesmo cárter, sendo t a espessura entre os pontos às temperaturas referidas.
⎛ T ol − Tm ⎞
Qrad + Qc + Qcd α c ⋅ ( T ol − T ∞ ) + α cd ⋅ Acd ⋅ ⎜ ⎟ + α rad ⋅ ( T ol − T ∞ )
⎝ t ⎠ . (4.28)
isto é
Retomando as equações (4.26) e (4.27) pode obter-se uma equação que conduz à
determinação da temperatura de equilíbrio do banho de óleo [1, 10], isto é,
logo,
Ptotal
Toil = + Tamb (4.33)
αA
sintético). Para além das influências resultantes das opções de concepção da caixa de
engrenagens, a temperatura do óleo depende das condições de funcionamento impostas
à caixa de engrenagens.
No caso dos óleos minerais, a temperatura do banho de óleo não deve exceder os
80ºC.
Tabela 4.2 - Valores de temperatura limite para vários componentes das caixas de engrenagens [1].
Componente Tipo Temperatura limite [ºC]
aço cementado 180 a 300
engrenagem aço temperado > 200
bronze >200
normais 120
rolamentos
alta temperatura 300
normais 90
chumaceiras
alta temperatura 150
borracha de nitrilo 100
vedantes borracha de poliacrilato 125
borracha de fuorinato 150
banho de óleo mineral 100
lubrificante sintético 160
Tabela 4.3 - Valores empíricos aconselhados para a temperatura do banho de óleo nos casos da
lubrificação por chapinagem e da lubrificação por injecção [1].
Tipo de lubrificação Tipo de engrenagem Temperatura limite [ºC]
sem-fim 80 a 100
chapinagem
cilíndricas e cónicas 300
apoiadas em rolamentos 50 a 80
injecção
apoiadas em chumaceiras 40 a 60
Para esse fim, foi desenvolvido um modelo analítico, com o qual se pretendem
simular as mais variadas condições de funcionamento e verificar a sua concordância com
os resultados experimentais obtidos em ensaios laboratoriais.
O veículo para o qual foi desenvolvida esta caixa possui uma caixa principal de 5
velocidades e um só eixo motriz. O motor diesel usado pelo veículo debita o binário
máximo de 252 Nm às 2000 rpm, e uma potência máxima de 75 kW às 4310 rpm.
Figura 4.3 - Desenho de conjunto e numeração das engrenagens e veios da caixa de transferência
[11].
Esta solução construtiva simples obriga a que ambas as rodas dentadas do veio 1
estejam permanentemente em movimento, provocando um aumento da potência
dissipada por chapinagem e um aumento do ruído de funcionamento.
Tabela 4.5 – Propriedades mecânicas do aço DIN 15CrNi6, após tratamento térmico [11].
Propriedade Símbolo Unidade Valor
Tensão limite de flexão σFE MPa 620
Tensão limite de fadiga σHlim MPa 1300
Coeficiente de Poisson ν - 0.3
3
Massa volúmica ρ kg/m 7850
Módulo de Young E GPa 210
4.6.3 - Rolamentos
4.6.4 - Lubrificante
• Engrenagens:
• Rolamentos:
A potência dissipada por atrito entre os dentes de uma engrenagem é dada por
[11]
P fric ∑ ( 1 − ρ ) ⋅ Pin i i
i =1 . (4.35)
Logo, a potência total dissipada por atrito na caixa transfer é dada pela soma
das potências dissipadas em cada uma das engrenagens activas com transmissão de
potência, que no caso da relação de transmissão mais baixa são as engrenagens 2, 4 e 6,
sendo que a roda dentada 4 tem 2 engrenamentos.
A potência dissipada por chapinagem pode ser calculada através da expressão [2]
n
π ⋅ ni
Pchap ∑ T Hi ⋅
30
i =1 , (4.36)
T
M μ ⋅ f ⋅F ⋅
1 1 1 2. (4.37)
Tabela 4.8 - Cálculo dos coeficientes μ1 e f1 para os vários tipos de rolamentos [5].
Tipo de
μ1 f1
Rolamento
Fa 0.5
1 se ≤ f1=1
2 F Y
0.002 ⋅ ⎛⎜ ⎞
Esferas F
⎟ Fa 0.5 Fa 0.5
⎝ C0 ⎠ se
F
>
Y
f1 ( 3 ⋅ Y − 1) ⋅
F
+
Y
− 0.5
Tal como foi referido, esta simulação foi realizada para a gama alta da caixa de
transferência, pelo que, alguns dos rolamentos rodam sem carga aplicada. Estão nesta
situação os rolamentos 8, 9, 10 e 13 (ver Figura 4.6), sendo a sua velocidade de rotação
definida pela expressão
⎡⎢⎛⎜ Z 2 Z
3 ⎞⎟ ⎤
n ⋅ ⋅ n in − n in⎥ 0.934 ⋅ n
8 ,9 ,10 ⎢⎜ Z 4 Z ⎟ ⎥
⎣⎝ 1⎠ ⎦ . (4.38)
2
−7 3 3
M f ⋅ 10 ⋅ (ν ⋅ n ) ⋅T
0 0 . (4.39)
Prol ∑ ni ⋅
π
30
⋅ Mi
i =1 , (4.40)
onde
M i = M 0i + M 1i . (4.41)
3.50 100
3.00 99
2.50 98
2.00 97
Pdiss [kW]
Rend [%]
1.50 96
1.00 95
0.50 94
0.00 93
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Figura 4.7 - Potência dissipada e rendimento vs. velocidade de rotação (Pin = 40 kW, V = V0) [11].
3.50 100
3.00 99
2.50 98
2.00 97
Pdiss [kW]
Rend [%]
1.50 96
1.00 95
0.50 94
0.00 93
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Figura 4.8 - Potência dissipada e rendimento vs. velocidade de rotação (Pin = 75 kW, V = V0) [11].
Nas Figuras 4.9 e 4.10 mostra-se o peso relativo das várias componentes da
dissipação de potência, para as potências de accionamento de 40 kW e de 75 kW e um
volume de óleo normal (V0).
100%
90%
80%
70%
60%
Pdiss [kW]
50%
40%
30%
20%
10%
0%
500
750
1000
1250
1500
1750
2000
2250
2500
2750
3000
3250
3500
3750
Prol Pchap Pfri Vin [rpm]
Figura 4.9 - Distribuição das perdas de potência vs. velocidade de rotação (Pin = 40 kW, V = V0)
[11].
100%
90%
80%
70%
60%
Pdiss [kW]
50%
40%
30%
20%
10%
0%
500
750
1000
1250
1500
1750
2000
2250
2500
2750
3000
3250
3500
3750
Figura 4.10 - Distribuição das perdas de potência vs. velocidade de rotação (Pin = 75 kW, V = V0)
[11].
3.50 99
3.00 97
2.50 95
Pdiss [kW]
Rend %
2.00 93
1.50 91
1.00 89
0.50 87
0.00 85
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Figura 4.11 - Rendimento e potência dissipada vs. potência de accionamento (n = 500 rpm, V = V0)
[11].
3.50 99
3.00 97
2.50 95
Pdiss [kW]
Rend %
2.00 93
1.50 91
1.00 89
0.50 87
0.00 85
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Figura 4.12 - Rendimento e potência dissipada vs. potência de accionamento (n = 1500 rpm, V = V0)
[11].
e1 e2
nível
Figura 4.13 – Parâmetros da lubrificação por imersão [11].
5 100
4.5 99
4 98
3.5 97
3 96
Pdiss [kW]
Rend [%]
2.5 95
2 94
1.5 93
1 92
0.5 91
0 90
0 1000 2000 3000 4000 5000
Vin [rpm]
Figura 4.14 – Rendimento e potência dissipada vs. velocidade de rotação para dois volumes de
lubrificante (Pin = 40 kW) [11].
5 100
4.5 99
4 98
3.5 97
3 96
Pdiss [kW]
2.5 95
2 94
1.5 93
1 92
0.5 91
0 90
0 1000 2000 3000 4000 5000
Vin [rpm]
Figura 4.15 – Rendimento e potência dissipada vs. velocidade de rotação para dois volumes de
lubrificante (Pin = 75 kW) [11]
Nomenclatura
α º Ângulo de pressão
2
αc W/(m K) Coeficiente de convecção global
αcd W/(mK) Coeficiente de condução
αcf W/(m2K) Coeficiente de convecção forçada
2
αcn W/(m K) Coeficiente de convecção natural
2
αrad W/(m K) Coeficiente de radiação
βb º Ângulo de hélice no cilindro de base
ε / Emissividade da superfície da carcaça
εα, ε ı, ε2 / Razões de condução
hoil mPa.s Viscosidade dinâmica do óleo à temperatura de funcionamento
μ1 / Coeficiente de atrito, que depende da carga e do tipo de rolamento
μmz / Coeficiente de atrito médio ao longo da linha de engrenamento
2
ν mm /s Viscosidade cinemática do óleo à temperatura de funcionamento
ρ / Rendimento
ρc / Curvatura equivalente do contacto
Indices
0 Não dependente da carga
1 Referente ao pinhão
2 Referente à roda
i Referente a uma roda
Referências
[1] KLUBER Lubrication, Lubrication of gear systems – From large to small stationary gear
sets, Edition 12.98, Kluber Lubrication Munchen KG, Germany, 84 pp.
[2] D. Simner, “Quantifying the potential fuel economy benefict of transmission lubricants”,
Industrial and Automotive Lubrication, vol 2, pp 1619-1627, 1998.
[3] B. Höhn, K. Michaelis, T. Vollmer, “Thermal Rating of Gear Drives, Balance Between
Power Loss and Heat Dissipation”, AGMA, 1996.
[4] Henriot,G “Traité théorique et pratique des engrenages”, tome 1, Dunod, Paris, França,
1979.
[5] Eschmann, Hasbargen e Weigand, “Ball and Roller Bearings”, Wiley, 1985.
[6] P. Luke e A.V. Oliver, “A study of churning losses in dip-lubricated spur gears”, Journal
of Institution of Mechanical Engineers, Vol. 213, Part G, Page 337 to 346, 1999.