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URÐARBRUNNR

Na mitologia nórdica, existem diversas divindades que


desempenham papéis importantes na vida dos deuses e dos
homens. Dentre elas, destacam-se as Nornas, três irmãs
responsáveis por tecer o destino de cada ser vivo no
universo. Urðr, Verðandi e Skuld são seus nomes, e elas
representam o passado, o presente e o futuro,
respectivamente. Juntas, elas controlam o curso da vida,
determinando o que já aconteceu, o que está acontecendo e o
que ainda vai acontecer. As Nornas são figuras poderosas e
imponentes, capazes de influenciar os mais poderosos deuses e
de determinar o destino de grandes heróis. Suas escolhas e
decisões são frequentemente temidas e respeitadas por todos,
pois sabem que o destino tecido por elas é implacável.

O Poço nas Raízes


EU VEJO AS NORNAS, AS QUE VIVEM NA FONTE DA MEMÓRIA

Com acesso reservado às três grandes Nornas, o Urðarbrunnr é


um lugar sagrado, um poço de água cristalina que fica
localizado abaixo das raízes da árvore da vida, Yggdrasil,
onde as irmãs tecem suas famosas tapeçarias que representam
os destinos de todos os seres vivos, máxime dos deuses.
Urðarbrunnr é um lugar de grande poder e mistério, cujas
águas, consideradas mágicas, possuem o poder de conceder
sabedoria e conhecimento a quem beber delas.

As 3 NOrnas
AS IRMÃS QUE MOLDAM O DESTINO DOS HOMENS

URÐR: É a Norna do passado. Ela é responsável por tecer o fio que representa a história e o passado de
cada ser humano. Urðr é frequentemente representada como uma mulher idosa, vestida com roupas
tradicionais nórdicas e portando uma lança. Ela é a mais sábia das irmãs e é considerada a mais
influente na tomada de decisões importantes. Seu poder é tão grande que ela é capaz de influenciar até
mesmo o destino dos deuses.

VERÐANDI: É a Norna do presente. Ela é responsável por tecer o fio que representa a vida atual de cada
indivíduo. Verðandi é frequentemente representada como uma jovem mulher, que carrega consigo um fuso e
uma roca. Ela é a mais ativa das irmãs e está sempre em movimento, trabalhando incansavelmente para
garantir que o fio da vida de cada pessoa esteja sempre sendo tecido corretamente. Verðandi é
conhecida por ser a mais justa das Nornas, e é a responsável por mediar conflitos entre as irmãs.

SKULD: É a Norna do futuro. Ela é responsável por tecer o fio que representa o futuro e o destino de
cada ser humano. Skuld é frequentemente representada como uma guerreira, armada com uma espada, e está
sempre pronta para enfrentar qualquer desafio. Ela é a mais misteriosa das irmãs, e suas escolhas são
frequentemente imprevisíveis. Skuld é temida pelos deuses e pelos homens, pois sabe-se que seu poder é
capaz de mudar o curso da história.

VERKSTÆÐI
Além dessas três Nornas principais, Nornas menores, divindades
femininas de natureza dísir. Elas atuam como guardiãs dos clãs
e das famílias, tecendo os fios do destino dos novos membros
nascidos em uma família e protegendo-os ao longo de suas
vidas. As Nornas são vistas como entidades poderosas e
imortais, que detêm, em maior ou menor grau, o controle sobre
a vida e a morte dos seres vivos, sempre supervisionadas pelas
Três Irmãs. Elas são frequentemente associadas à magia, à
sabedoria e ao destino, e muitas vezes são representadas como
figuras misteriosas e enigmáticas que aparecem nos sonhos ou
nas visões das pessoas.
As Nornas Menores habitam e trabalham em verkstæði,
“oficina” em português, um edifício singelo
localizado nas raízes de Yggdrasil, há alguns metros
do mítico Urðarbrunnr, ao qual feiticeiras nórdicas
e boas costureiras são convidadas, em regra, sob o
disfarce de um curso de costura. A casa das nornas é
um verdadeiro encanto. Mesclando elementos da
arquitetura Viking com uma pitada de delicadeza e
rusticidade campestre, a construção parece ter saído
de um conto de fadas. Com telhado de palha, paredes
de pedra e madeira entalhada com detalhes florais, a
casa tem um charme único. O grande lago em frente à
casa completa o cenário bucólico, com suas águas
cristalinas refletindo a beleza da natureza ao
redor. Os sons da floresta podem ser ouvidos ao
longe, enquanto pássaros voam livremente sobre a
superfície do lago, o que pode ser visto da ampla
varanda de madeira por onde se espalham cadeiras de
balanço, cestos cheios de novelo e mesas com chá e
jogos de tabuleiro. Ao adentrar na casa, é possível
sentir a atmosfera acolhedora e tranquila que reina
no ambiente. A decoração é simples, mas
aconchegante, com móveis de madeira rústica e
pequenos detalhes em ouro, que refletem a luz do sol
que entra bruxuleante através dos três vitrais
coloridos da sala, cada um representando uma das
três nornas primordiais e seus atributos, o passado,
o presente e o futuro.

Para além da grande lareira, à esquerda da entrada, encontra-se a escada de madeira em espiral
que leva aos alojamentos das iniciantes. À direita, veem-se os vitrais e, bem a frente, rente
à escada, três portas: a primeira leva à cozinha, a segundo ao ateliê e a última, ao
alojamento das nornas idosas que, com dentaduras em copos e revistas de tricô, não ter nada
interessante a ser descrito aqui.

O ateliê, por outro lado, chama a atenção. Aqui, em êxtase, nornas traduzem a vontade do
Destino às suas obras que, ao final do expediente, junto aos registros, são levados a
Urðarbrunnr com o caminhãozinho de serviço e entrega do ateliê. O cômodo é dividido em setores
sendo, o mais amplo, direcionado às tecelãs já que jardineiras passam mais tempo entre as
raízes e as parteiras em hospitais mundo a fora. Ao adentrar no ateliê das nornas menores, um
sentimento de mistério e encantamento toma conta do ambiente. O espaço é iluminado por velas e
cristais pendurados no teto, que refletem as cores dos novelos de lã que estão dispostos em
prateleiras ao redor da sala. Não há tecidos à vista, apenas os novelos de lã de diversas
cores, cada um com seu próprio significado místico e simbolizando uma fase da vida ou um
sentimento humano. Atrás da grande mesa central, há uma prateleira mágica que armazena as
tapeçarias aguardando para serem tecidas, cada uma representando a vida de cada pessoa viva,
razão pela qual não é possível distinguir sua dimensão. Cada uma das nornas menores tem sua
própria mesa de trabalho, onde estão suas ferramentas e uma máquina de costura, além de
televisores e rádios através dos quais têm acesso à informações passadas e presentes da vida
daqueles sobre os quais estão tecendo. Por vezes, trabalham juntas na grande mesa de trabalho
central, feita de madeira clara, onde podem compartilhar ideias e informações, especialmente,
ao tecer a história de grupos e nações inteiras. Em uma das extremidades do ateliê,
encontram-se três cadeiras distintas, cada uma delas adornada com símbolos e cores que
representam as três nornas maiores: Skuld, Verdandi e Urðr. Cada uma delas associadas um
aspecto do tempo: passado, presente e futuro, quais podem ser acessados através de meditação.
Evidente que a velha cadeira de balanço é pouco usada, já que os televisores têm acesso livre
ao passado, bem como ao presente, razão pela qual a cadeira de Skuld é mais utilizada,
principalmente por facilitar o processo de êxtase e vislumbre do porvir.
Tarefas e Atribuições
● Controlar o destino humano e o curso da vida: As Nornas menores têm o papel de
controlar o destino humano e o curso da vida. Elas tecem os fios que representam o
destino de cada pessoa, determinando assim a trajetória que ela seguirá. Cada fio é
único e tem uma cor específica, representando um aspecto particular do destino
daquela pessoa. Por exemplo, um fio vermelho pode simbolizar a paixão, enquanto um
fio azul representa a tranquilidade e a serenidade. As Nornas são responsáveis por
tecer esses fios em um padrão complexo, criando a teia do destino humano. E, assim
como na tecelagem, pequenas mudanças na trajetória de um fio podem ter consequências
significativas na vida da pessoa.

● Definir o nascimento, o tempo de vida e a morte das pessoas: As Nornas não só são
vistas como ajudantes durante o parto, como também responsáveis por determinar o
momento em que uma pessoa nascerá, influenciando diretamente na sua trajetória de
vida. Elas ainda definem o tempo de vida de cada indivíduo, tecendo um fio que
representa a duração da sua existência, e, por fim, o momento de sua morte. Quando
chega o momento em que o fio da vida está prestes a ser cortado, elas tecem um fio
escuro que simboliza a morte iminente. A morte ainda é vista como um evento natural
e inevitável, uma parte integrante do tecido do destino humano. Embora tenham o
poder de definir esses aspectos do destino humano, ainda há espaço para o
livre-arbítrio e para a mudança de trajetória. Acredita-se que as ações e escolhas
de uma pessoa podem afetar o seu destino e que, em alguns casos, é possível até
mesmo alterá-lo.

● Presidir o destino das plantas e dos animais: Assim como no caso dos humanos, as
Nornas tinham o poder de tecer os fios do destino das plantas e animais em um padrão
complexo, determinando sua trajetória de vida. Isso incluía a duração da vida de
cada espécie e os eventos que ocorreriam durante ela, como a passagem das estações e
eventuais contatos com os homens.

● Presidir o destino de famílias, clãs e nações: A função de presidir o destino de


famílias, clãs e nações era vista como uma extensão da tarefa das Nornas em
controlar o destino humano. Nesse contexto, mais do que tecer os fios individuais
para cada membros, tecem a teia referente à cada grupo, com eventos importantes,
crises, guerras, traições e outros elementos inerentes à convivência humana. Nesse
passo, as ações e escolhas dos líderes e governantes afetam diretamente a trajetória
de suas famílias, clãs e até mesmo de toda uma nação, razão pela qual é razoável que
pessoas nessas posições tenham afinidade com as tecelãs de seu grupo, agradando-a
com frequência.

● Presidir o destino dos deuses: Enquanto as nornas menores se encarregam do destino


dos homens, as Três Nornas principais são responsáveis por presidir o destino dos
deuses, tamanhos poderes e sabedoria. Acredita-se que o destino dos deuses esteja
intimamente ligado ao destino dos homens, e que as ações dos deuses afetem
diretamente o curso da vida dos mortais. Por essa razão, a função das Três Nornas
principais é de extrema importância para a manutenção da ordem e do equilíbrio no
universo nórdico.

● Registrar as ações dos seres humanos na árvore da vida: As Nornas usavam a seiva da
árvore da vida para escrever as ações e escolhas dos indivíduos em suas folhas,
deixando um registro permanente de suas histórias, o que, na atualidade, é feito
através de arquivos eletrônicos. Essas ações eram vistas como um fator importante
para determinar o destino de cada pessoa, já que suas escolhas e atitudes poderiam
afetar diretamente a trajetória de sua vida. A crença na árvore da vida e no
registro das ações dos seres humanos nela refletia a importância dada à moralidade e
à ética na cultura nórdica. Acreditava-se que aqueles que agiam de maneira correta e
justa teriam um destino mais favorável, enquanto aqueles que agiam de maneira
imprópria ou desonesta poderiam enfrentar consequências negativas em sua vida
futura.
● Cultivar e Proteger as Raízes da Árvore-Mundo: As Nornas são as encarregadas de
regar as raízes com água de sua fonte, além de podá-las, para que cresçam
balanceadamente, e protegê-las de seres perigosos que possam ameaçar sua
integridade, como Nidhogg. Nesta função, subentende-se a de manter o equilíbrio
entre os nove mundos, garantindo que cada um deles esteja conectado e
interdependente, através da regulação das forças da natureza e das energias que
fluem através das raízes da Yggdrasil.

● Garantir a ordem cósmica e a harmonia no universo: Derradeiramente, temos a garantia


da ordem cósmica como função última das nornas que, mais do que entidades poderosas,
são agentes de algo superior, invisível e imutável, à qual servem através da
manutenção da harmonia do universo.

Classes
PARTEIRAS: As parteiras, imbuídas das tarefas relacionadas ao nascimento e à fertilidade, como a
escolha do dia do nascimento e a segurança do bebê durante o evento. São elas as responsáveis
por determinar o tamanho da existência do indivíduo, bem como o dia de sua morte, com base no
sorte de seu clã, entre outros critérios. Tratam-se de pontos, em regra, imutáveis que
chamamos de “nós”, quais, eventualmente, podem ser desfeitos - com grande dificuldade - em
decorrência do livre arbítrio.

TECELÃS: As tecelãs tem esse títulos porque, apesar de todas as nornas utilizarem os fios do
destino, terem suas funções integralmente relacionadas a eles. Essas respeitam os nós
estipulados pelas parteiras, e acompanham e auxiliam os indivíduos no espaço entre eles,
feitos que são devidamente registrados por eles nos anais de , por vezes, com auxílio de
nornas estagiárias em treinamento. Esse grupo costuma ter um rol com todos os sujeitos dos
quais são responsáveis e, com o passar do tempo, podem alçar à função de tecelã-maior, na qual
supervisionam teias mais complexas de famílias, clãs e nações inteiras.

JARDINEIRAS: As jardineiras, por fim, são nornas responsáveis por presidir a vida de animais e
plantas, tarefa simples que é conciliada com o cultivo e proteção Yggdrasil. Essas são um
bocado mais aventureiras que as demais, passando boa parte de seu tempo em expedição pelas
raízes das quais zelam, regando, adubando e podando de acordo com a necessidade. Mais do que
isso, são entidades combativas, treinada para a defesa da Árvore-Mundo, cajo no qual fazem de
suas tesouras, armas mortais contra ameaças.

FATALISMO: A mitologia nórdica é rica em simbolismos e lendas que retratam a vida e a morte,
a criação do universo e a relação entre deuses e humanos. Um dos aspectos mais marcantes
dessa mitologia é o fatalismo, que pode ser entendido como a crença na predestinação dos
acontecimentos.

Para os nórdicos, as Nornas eram responsáveis por tecer o fio do destino de cada indivíduo,
determinando seu passado, presente e futuro. Isso significa que, de certa forma, o destino
de cada um estava traçado desde o momento do nascimento. Essa crença no fatalismo era um
elemento fundamental da religião nórdica, que moldava a maneira como os indivíduos viam a
si mesmos e ao mundo ao seu redor.

No entanto, é importante destacar que o fatalismo nórdico não significava que os indivíduos
não tivessem livre arbítrio. Pelo contrário, a mitologia nórdica também valorizava a ideia
de que cada pessoa tinha a capacidade de tomar suas próprias decisões e moldar seu próprio
destino. Mesmo que o futuro estivesse predestinado, cada escolha e ação podiam afetar o
resultado final.

Essa ideia de livre arbítrio em conjunto com o fatalismo pode parecer contraditória, mas é
importante lembrar que, para os nórdicos, a vida era vista como uma jornada em busca da
honra e da glória. Cada indivíduo tinha o dever de lutar por seus ideais e de enfrentar os
desafios que se apresentavam em seu caminho. Mesmo que o destino final fosse predestinado,
a maneira como se chegava até lá era uma escolha pessoal.

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