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As 3 NOrnas
AS IRMÃS QUE MOLDAM O DESTINO DOS HOMENS
URÐR: É a Norna do passado. Ela é responsável por tecer o fio que representa a história e o passado de
cada ser humano. Urðr é frequentemente representada como uma mulher idosa, vestida com roupas
tradicionais nórdicas e portando uma lança. Ela é a mais sábia das irmãs e é considerada a mais
influente na tomada de decisões importantes. Seu poder é tão grande que ela é capaz de influenciar até
mesmo o destino dos deuses.
VERÐANDI: É a Norna do presente. Ela é responsável por tecer o fio que representa a vida atual de cada
indivíduo. Verðandi é frequentemente representada como uma jovem mulher, que carrega consigo um fuso e
uma roca. Ela é a mais ativa das irmãs e está sempre em movimento, trabalhando incansavelmente para
garantir que o fio da vida de cada pessoa esteja sempre sendo tecido corretamente. Verðandi é
conhecida por ser a mais justa das Nornas, e é a responsável por mediar conflitos entre as irmãs.
SKULD: É a Norna do futuro. Ela é responsável por tecer o fio que representa o futuro e o destino de
cada ser humano. Skuld é frequentemente representada como uma guerreira, armada com uma espada, e está
sempre pronta para enfrentar qualquer desafio. Ela é a mais misteriosa das irmãs, e suas escolhas são
frequentemente imprevisíveis. Skuld é temida pelos deuses e pelos homens, pois sabe-se que seu poder é
capaz de mudar o curso da história.
VERKSTÆÐI
Além dessas três Nornas principais, Nornas menores, divindades
femininas de natureza dísir. Elas atuam como guardiãs dos clãs
e das famílias, tecendo os fios do destino dos novos membros
nascidos em uma família e protegendo-os ao longo de suas
vidas. As Nornas são vistas como entidades poderosas e
imortais, que detêm, em maior ou menor grau, o controle sobre
a vida e a morte dos seres vivos, sempre supervisionadas pelas
Três Irmãs. Elas são frequentemente associadas à magia, à
sabedoria e ao destino, e muitas vezes são representadas como
figuras misteriosas e enigmáticas que aparecem nos sonhos ou
nas visões das pessoas.
As Nornas Menores habitam e trabalham em verkstæði,
“oficina” em português, um edifício singelo
localizado nas raízes de Yggdrasil, há alguns metros
do mítico Urðarbrunnr, ao qual feiticeiras nórdicas
e boas costureiras são convidadas, em regra, sob o
disfarce de um curso de costura. A casa das nornas é
um verdadeiro encanto. Mesclando elementos da
arquitetura Viking com uma pitada de delicadeza e
rusticidade campestre, a construção parece ter saído
de um conto de fadas. Com telhado de palha, paredes
de pedra e madeira entalhada com detalhes florais, a
casa tem um charme único. O grande lago em frente à
casa completa o cenário bucólico, com suas águas
cristalinas refletindo a beleza da natureza ao
redor. Os sons da floresta podem ser ouvidos ao
longe, enquanto pássaros voam livremente sobre a
superfície do lago, o que pode ser visto da ampla
varanda de madeira por onde se espalham cadeiras de
balanço, cestos cheios de novelo e mesas com chá e
jogos de tabuleiro. Ao adentrar na casa, é possível
sentir a atmosfera acolhedora e tranquila que reina
no ambiente. A decoração é simples, mas
aconchegante, com móveis de madeira rústica e
pequenos detalhes em ouro, que refletem a luz do sol
que entra bruxuleante através dos três vitrais
coloridos da sala, cada um representando uma das
três nornas primordiais e seus atributos, o passado,
o presente e o futuro.
Para além da grande lareira, à esquerda da entrada, encontra-se a escada de madeira em espiral
que leva aos alojamentos das iniciantes. À direita, veem-se os vitrais e, bem a frente, rente
à escada, três portas: a primeira leva à cozinha, a segundo ao ateliê e a última, ao
alojamento das nornas idosas que, com dentaduras em copos e revistas de tricô, não ter nada
interessante a ser descrito aqui.
O ateliê, por outro lado, chama a atenção. Aqui, em êxtase, nornas traduzem a vontade do
Destino às suas obras que, ao final do expediente, junto aos registros, são levados a
Urðarbrunnr com o caminhãozinho de serviço e entrega do ateliê. O cômodo é dividido em setores
sendo, o mais amplo, direcionado às tecelãs já que jardineiras passam mais tempo entre as
raízes e as parteiras em hospitais mundo a fora. Ao adentrar no ateliê das nornas menores, um
sentimento de mistério e encantamento toma conta do ambiente. O espaço é iluminado por velas e
cristais pendurados no teto, que refletem as cores dos novelos de lã que estão dispostos em
prateleiras ao redor da sala. Não há tecidos à vista, apenas os novelos de lã de diversas
cores, cada um com seu próprio significado místico e simbolizando uma fase da vida ou um
sentimento humano. Atrás da grande mesa central, há uma prateleira mágica que armazena as
tapeçarias aguardando para serem tecidas, cada uma representando a vida de cada pessoa viva,
razão pela qual não é possível distinguir sua dimensão. Cada uma das nornas menores tem sua
própria mesa de trabalho, onde estão suas ferramentas e uma máquina de costura, além de
televisores e rádios através dos quais têm acesso à informações passadas e presentes da vida
daqueles sobre os quais estão tecendo. Por vezes, trabalham juntas na grande mesa de trabalho
central, feita de madeira clara, onde podem compartilhar ideias e informações, especialmente,
ao tecer a história de grupos e nações inteiras. Em uma das extremidades do ateliê,
encontram-se três cadeiras distintas, cada uma delas adornada com símbolos e cores que
representam as três nornas maiores: Skuld, Verdandi e Urðr. Cada uma delas associadas um
aspecto do tempo: passado, presente e futuro, quais podem ser acessados através de meditação.
Evidente que a velha cadeira de balanço é pouco usada, já que os televisores têm acesso livre
ao passado, bem como ao presente, razão pela qual a cadeira de Skuld é mais utilizada,
principalmente por facilitar o processo de êxtase e vislumbre do porvir.
Tarefas e Atribuições
● Controlar o destino humano e o curso da vida: As Nornas menores têm o papel de
controlar o destino humano e o curso da vida. Elas tecem os fios que representam o
destino de cada pessoa, determinando assim a trajetória que ela seguirá. Cada fio é
único e tem uma cor específica, representando um aspecto particular do destino
daquela pessoa. Por exemplo, um fio vermelho pode simbolizar a paixão, enquanto um
fio azul representa a tranquilidade e a serenidade. As Nornas são responsáveis por
tecer esses fios em um padrão complexo, criando a teia do destino humano. E, assim
como na tecelagem, pequenas mudanças na trajetória de um fio podem ter consequências
significativas na vida da pessoa.
● Definir o nascimento, o tempo de vida e a morte das pessoas: As Nornas não só são
vistas como ajudantes durante o parto, como também responsáveis por determinar o
momento em que uma pessoa nascerá, influenciando diretamente na sua trajetória de
vida. Elas ainda definem o tempo de vida de cada indivíduo, tecendo um fio que
representa a duração da sua existência, e, por fim, o momento de sua morte. Quando
chega o momento em que o fio da vida está prestes a ser cortado, elas tecem um fio
escuro que simboliza a morte iminente. A morte ainda é vista como um evento natural
e inevitável, uma parte integrante do tecido do destino humano. Embora tenham o
poder de definir esses aspectos do destino humano, ainda há espaço para o
livre-arbítrio e para a mudança de trajetória. Acredita-se que as ações e escolhas
de uma pessoa podem afetar o seu destino e que, em alguns casos, é possível até
mesmo alterá-lo.
● Presidir o destino das plantas e dos animais: Assim como no caso dos humanos, as
Nornas tinham o poder de tecer os fios do destino das plantas e animais em um padrão
complexo, determinando sua trajetória de vida. Isso incluía a duração da vida de
cada espécie e os eventos que ocorreriam durante ela, como a passagem das estações e
eventuais contatos com os homens.
● Registrar as ações dos seres humanos na árvore da vida: As Nornas usavam a seiva da
árvore da vida para escrever as ações e escolhas dos indivíduos em suas folhas,
deixando um registro permanente de suas histórias, o que, na atualidade, é feito
através de arquivos eletrônicos. Essas ações eram vistas como um fator importante
para determinar o destino de cada pessoa, já que suas escolhas e atitudes poderiam
afetar diretamente a trajetória de sua vida. A crença na árvore da vida e no
registro das ações dos seres humanos nela refletia a importância dada à moralidade e
à ética na cultura nórdica. Acreditava-se que aqueles que agiam de maneira correta e
justa teriam um destino mais favorável, enquanto aqueles que agiam de maneira
imprópria ou desonesta poderiam enfrentar consequências negativas em sua vida
futura.
● Cultivar e Proteger as Raízes da Árvore-Mundo: As Nornas são as encarregadas de
regar as raízes com água de sua fonte, além de podá-las, para que cresçam
balanceadamente, e protegê-las de seres perigosos que possam ameaçar sua
integridade, como Nidhogg. Nesta função, subentende-se a de manter o equilíbrio
entre os nove mundos, garantindo que cada um deles esteja conectado e
interdependente, através da regulação das forças da natureza e das energias que
fluem através das raízes da Yggdrasil.
Classes
PARTEIRAS: As parteiras, imbuídas das tarefas relacionadas ao nascimento e à fertilidade, como a
escolha do dia do nascimento e a segurança do bebê durante o evento. São elas as responsáveis
por determinar o tamanho da existência do indivíduo, bem como o dia de sua morte, com base no
sorte de seu clã, entre outros critérios. Tratam-se de pontos, em regra, imutáveis que
chamamos de “nós”, quais, eventualmente, podem ser desfeitos - com grande dificuldade - em
decorrência do livre arbítrio.
TECELÃS: As tecelãs tem esse títulos porque, apesar de todas as nornas utilizarem os fios do
destino, terem suas funções integralmente relacionadas a eles. Essas respeitam os nós
estipulados pelas parteiras, e acompanham e auxiliam os indivíduos no espaço entre eles,
feitos que são devidamente registrados por eles nos anais de , por vezes, com auxílio de
nornas estagiárias em treinamento. Esse grupo costuma ter um rol com todos os sujeitos dos
quais são responsáveis e, com o passar do tempo, podem alçar à função de tecelã-maior, na qual
supervisionam teias mais complexas de famílias, clãs e nações inteiras.
JARDINEIRAS: As jardineiras, por fim, são nornas responsáveis por presidir a vida de animais e
plantas, tarefa simples que é conciliada com o cultivo e proteção Yggdrasil. Essas são um
bocado mais aventureiras que as demais, passando boa parte de seu tempo em expedição pelas
raízes das quais zelam, regando, adubando e podando de acordo com a necessidade. Mais do que
isso, são entidades combativas, treinada para a defesa da Árvore-Mundo, cajo no qual fazem de
suas tesouras, armas mortais contra ameaças.
FATALISMO: A mitologia nórdica é rica em simbolismos e lendas que retratam a vida e a morte,
a criação do universo e a relação entre deuses e humanos. Um dos aspectos mais marcantes
dessa mitologia é o fatalismo, que pode ser entendido como a crença na predestinação dos
acontecimentos.
Para os nórdicos, as Nornas eram responsáveis por tecer o fio do destino de cada indivíduo,
determinando seu passado, presente e futuro. Isso significa que, de certa forma, o destino
de cada um estava traçado desde o momento do nascimento. Essa crença no fatalismo era um
elemento fundamental da religião nórdica, que moldava a maneira como os indivíduos viam a
si mesmos e ao mundo ao seu redor.
No entanto, é importante destacar que o fatalismo nórdico não significava que os indivíduos
não tivessem livre arbítrio. Pelo contrário, a mitologia nórdica também valorizava a ideia
de que cada pessoa tinha a capacidade de tomar suas próprias decisões e moldar seu próprio
destino. Mesmo que o futuro estivesse predestinado, cada escolha e ação podiam afetar o
resultado final.
Essa ideia de livre arbítrio em conjunto com o fatalismo pode parecer contraditória, mas é
importante lembrar que, para os nórdicos, a vida era vista como uma jornada em busca da
honra e da glória. Cada indivíduo tinha o dever de lutar por seus ideais e de enfrentar os
desafios que se apresentavam em seu caminho. Mesmo que o destino final fosse predestinado,
a maneira como se chegava até lá era uma escolha pessoal.