CRISE 29 E GRANDE DEPRESSÃO

SEC.XX
A DECADA DE 20. DO GLAMUR AO COLAPSO

A Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) impactou profundamente o mundo. Para além da
derrocada destruição causada pela guerra, esta deixa um legado de dor e sofrimento. E que por
consequência, tanto do lado dos “perdedores” quanto dos “vencedores”, os anos 20, torna-se no
resultado das marcas forjadas pelo nacionalismo e por disputa de territórios.

Soldados na guerra das trincheiras

A perceção da sociedade sobre o papel das mulheres na vida pública e no mercado de trabalho,
muda, com a participação ativa destas na guerra. Após o m do con ito mundial, e a contribuição
das mulheres em assumir papéis tradicionalmente masculinos, muitas mulheres recusaram-se a
voltar a vida doméstica. Essa mudança na mentalidade da mulher, dos anos 20, contribuiu na
construção da emancipação feminina, lutando por um mundo mais igualitário e justo.

Soldado despedindo-se da sua mulher.

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 Enquanto a europa sofria com as destruições causadas pela guerra, os Estados Unidos, com a
sua vitória, na década de 20, caracterizava-se por um grande otimismo em relação ao futuro.

O otimismo americano se deve, em grande parte, ao facto dos EUA emergirem como a principal
potência mundial, tanto a nível militar quanto a nível económico. A América estabeleceu-se como
o maior credor internacional, já que a maior parte da Europa estava endividada. Além disso, a
economia americana cresceu exponencialmente, e esse crescimento continuou após o m do
con ito.

Soldados dos Estados Unidos levantando a bandeira do pais após vitória.

A década de 20 foi um período de grande efervescência cultural nos Estados Unidos. O cinema,
a moda e a música foram uma das novas formas de expressão artística e de desenvolvimento da
indústria do entretenimento.

O cinema tornou-se uma forma popular de entretenimento, com os “telões” se espalhando por
todo o país. Os lmes mudos, que até então dominavam a indústria, deram lugar ao cinema
sonoro, permitindo que as pessoas ouvissem os diálogos dos lmes. O som transformou
completamente a indústria cinematográ ca e trouxe novas possibilidades para a narrativa do
cinema .

Os anos 20 foram uma época de ouro para o cinema americano, com a indústria se consolidando
como uma das mais importantes do mundo. O período foi marcado pelo surgimento de grandes
estúdios de cinema, como a Paramount Pictures e a Warner Bros, que produziram lmes que se
tornaram clássicos da história do cinema.

Entre os lmes mais populares da época estão clássicos como "O Cantor de Jazz", que foi o
primeiro lme falado, "A Última Gargalhada", "A General”, "Nosferatu" e "Cidade das Luzes".

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 Cidade das luzes (1931)

Na moda as mulheres abandonaram os espartilhos e vestidos longos e volumosos do período

anterior e passaram a adotar roupas mais curtas e ajustadas. A moda se tornou mais confortável
e prática, o que permitiu às mulheres mais liberdade de movimento.

Os homens também mudaram seu estilo de roupa, abandonando as roupas formais e tradicionais
em favor de roupas mais descontraídas e confortáveis. As calças caram mais largas e o
comprimento da camisa diminuiu.

Exempli cação das roupas utilizadas nos anos 20.

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O jazz foi o estilo musical mais emblemático dos anos 20 e se tornou sinônimo da época. Esse
estilo surgiu em Nova Orleans, nos Estados Unidos, e se espalhou pelo país e pelo mundo, com
músicos famosos como Louis Armstrong e Duke Ellington se tornando ícones da época. O jazz
era uma música alegre, animada e dançante, e era frequentemente tocada em festas e bares.

Além do jazz, outros estilos musicais também surgiram e se popularizaram nos anos 20, como o
blues, o ragtime e o swing. O rádio e o gramofone permitiram que a música se tornasse mais
acessível e amplamente difundida, tornando possível ouvir músicas de diferentes regiões e estilos
musicais.

Grupo de músicos e dançarinos de jazz nos anos 20.

Os Estados Unidos via-se com grande otimismo em relação ao futuro. No entanto, o boom
económico dos anos 20 acabou levando a um aumento da especulação nanceira e da bolha da
bolsa de valores. Em outubro de 1929, também conhecido como a "quinta-feira negra”, deu-se o
Crash (colapso) da bolsa de Valores de Nova Iorque, o que marcou o início da Grande Depressão.

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 O crash de Nova York foi causado pelo excesso de especulação, pelo aumento da utilização de
crédito e pela compra de ações com margem (referem-se a uma prática de negociação em que
um investidor usa dinheiro emprestado de uma corretora para comprar ações), que criaram uma
bolha especulativa na bolsa de valores. Quando a bolha estourou, muitos investidores foram à
falência, já que haviam investido todas as suas economias em ações que perderam valor da noite
para o dia. Além disso, os bancos também foram impactados, uma vez que muitos haviam
emprestado dinheiro para investidores que compraram ações com margem. Com o valor das
ações caindo drasticamente, muitos investidores não podiam mais pagar suas dívidas, levando a
inadimplência em massa.

A Bolsa de Nova York no pregão de 1º de janeiro de 1930, no auge do crash de 1929

A crise nanceira resultante do crash da bolsa afetou não apenas os investidores, mas também a
economia como um todo. As empresas começaram a cortar custos e reduzir a produção,
resultando em demissões em massa. O desemprego aumentou drasticamente, atingindo uma
taxa de 25% em 1933. Além disso, muitos bancos faliram e muitas pessoas perderam suas
economias.

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 Fila formada por homens desempregados em busca de comida.

Para tentar combater a Grande Depressão, o governo dos Estados Unidos implementou uma
série de políticas e programas, incluindo a criação do New Deal, um pacote de medidas
económicas e sociais destinadas a estimular a economia e fornecer assistência aos cidadãos. O
governo também implementou regulamentações mais rigorosas no setor nanceiro para evitar
que eventos semelhantes ocorram no futuro.

Em suma, o crash da Bolsa de Nova Iorque de 1929 teve um efeito devastador na economia dos
Estados Unidos e do mundo, desencadeando a Grande Depressão. Esse evento histórico
mostrou a importância da regulamentação nanceira e da diversi cação de investimentos para
minimizar os riscos econômicos.

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