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Defensoria Pública – MG

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LE - Infância e Juventude

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Professor Gustavo Cives

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Monitora Isabela Rios

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AULA 02/02

Sumário
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Perda e da suspensão do poder familiar: .......................................................... 5
26

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer: ................................. 6


-0

Prática de ato infracional: ................................................................................ 10


O

Medidas socio educativas:............................................................................... 12


NT

Espécies de medidas: .................................................................................. 12


PI

Prestação de serviço a comunidade e liberdade assistida: .......................... 13

Internação: ................................................................................................... 14
S
UE

Remissão ..................................................................................................... 17

Procedimento para apuração de ato infracional atribuída ao adolescente: ...... 18


IG

Conselho Tutelar: ............................................................................................ 20


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Competência: .................................................................................................. 22
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Territorial: .................................................................................................... 22

Materal: ........................................................................................................ 23
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Competência regulamentar do magistrado:.................................................. 24


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Dos procedimentos: ..................................................................................... 25


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Técnica de complementação de julgamento: ................................................... 26

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27/09/2018

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Bloco 1

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Modalidades da adoção

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Essas terminologias são importantes por serem consagradas na doutrina, mas

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elas não se excluem e são classificações doutrinárias.

1. Adoção unilateral: prevista no art. 41, §1o do ECA:

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Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos

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direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo
com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.

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§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os
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vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e
os respectivos parentes.
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Professor dá um exemplo de uma mãe biológica e pai biológico, que morre antes
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do filho nascer. A mãe então começa o relacionamento com outro que daremos o nome
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de companheiro. A criança nasce. A adoção unilateral será o caso ondo o companheiro


adota o filho dessa mãe. A criança não rompe os vínculos com a mãe biológica e sua
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família.
NT

Aqui na adoção unilateral, a criança não perde o vínculo com a mãe, diferente
PI

da adoção trabalhada na aula passada.

No caso apresentado o pai que falece não terá o seu nome na certidão de
S
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nascimento. Devido a isso a doutrina critica muita essa posição, mas nos dias atuais
nós podemos ter a multiparentalidade.
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Outro caso: duas mulheres tem um relacionamento e uma delas faz inseminação
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artificial. O nome das duas podem estar na certidão da criança. Isso já foi debatido:
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Professor cita um caso, em que se conclui que a irrevogabilidade da adoção
serve para que a criança não fique mudando de família, mas se a própria criança quiser

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pode mudar. Mas temos que tomar cuidado pois veremos muitas notícias em que está
afirmando que o STJ aceita casos de revogação de adoção unilateral. Isto está errado!

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O STJ enfrentou um caso excepcional, mas que não foi generalizado. Isso está em um
informativo, REsp 1545959. 65
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2. Adoção pos morten: art. 41, §6o
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§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca


manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de
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prolatada a sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de


2009) Vigência
O

Na adoção pós morten, o indivíduo ajuizou uma ação de adoção, que só


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produzirá efeitos do trânsito em julgado. Nesse caso especifico, o adotante morre no


PI

meio do processo. Aqui a sentença retroage seus efeitos na data da morte.


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A lei fez isso pois há o interesse aqui da criança de ser adotada em relação aos
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direitos sucessórios. São os requisitos:

 Inequívoca manifestação de vontade


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 Vier a falecer no curso do procedimento, logo o processo já deve ter


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iniciado.
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Mas o STJ relativiza esse dispositivo. (REsp 1500999/RJ). Questão que chegou

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ao STJ: caso de um casal que queria uma adoção conjunta, e iniciado o procedimento
uma dessas pessoas morre. A outra parte sobrevivente desiste da ação. DP entra com
o pedido em nome do adotando pedindo o reconhecimento da adoção pos morten, o

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STJ não aceitou pois ali era o caso de uma adoção conjunta.

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3. Adoção intuito persone: Art. 50, §13o do ECA.

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Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional,
um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e

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outro de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato
domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei

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quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
65
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente
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mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído pela Lei nº
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12.010, de 2009) Vigência

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança


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maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de


convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não
O

seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas


NT

nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
PI

O artigo 50, §13o nos traz hipóteses de casos de adoção em que as partes não
S

entraram na fila de adoção. Essas modalidades de adoção não são excludentes, tanto
UE

que um dos casos de adoção intuito persone é uma adoção unilateral.


IG

Nesse caso o adotante deverá comprovar que tem os requisitos para a adoção.
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§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá


comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos
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necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº


12.010, de 2009) Vigência
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4. Adoção internacional:

Esse caso, as regras são muito mais restritas. O que é mais complicado é o
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conceito de adoção internacional.


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Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente

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possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de

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maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria
de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 junho de

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1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da
Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

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O caso em questão aqui é de uma pessoa que está fora do brasil. Aquele que

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mora fora do Brasil, em um país parte dessa convenção de Haia. Pode ser até mesmo
um Brasileiro que mora fora do Brasil.

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5. Adoção plurilateral:

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Terminologia doutrinária que cai em prova. É aquela em que se extinguem mais
de dois vínculos. Na adoção em regra, pede-se para destituir o poder familiar do pai e

19
da mãe, mas hoje com a possibilidade de multiparentalidade, então se chama plurilateral

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aquela adoção que por exemplo se tem uma mãe e dois pais, e se quer adotar essa
criança logo extingue esses dois vínculos.

6. Adoção a lateral:
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É aquela adoção que só extingue um vínculo, é aquele caso de uma certidão de
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nascimento que só consta o nome da mãe, e do pai está não declarado. Só se extingue
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um vínculo.

Da Perda e da Suspensão do poder familiar:


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Art. 155 do ECA. É um procedimento autoexplicativo. Por isso vamos estudar


apenas os que foram mudados e que podem confundir na hora da prova.
PI

Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder


S

familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha


UE

legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de


2009) Vigência
IG

Art. 158, não são 15 dias como é no CPC.


DR

Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer
resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde
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logo o rol de testemunhas e documentos.

§ 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não


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sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação


única, dispensado o envio de ofícios para a localização.
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Essas questões dos ofícios de práxis, o CPC de 2015 houve uma mudança, art.

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256, §3o, falando que deve ser feita buscas das pessoas. Mas no ECA, isso está em
sentido contrário. Parece errado, mas devemos saber isso para a prova.

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Bloco 2

A questão que trouxe maior repercussão foi o art. 162 §4o do ECA.

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§ 4o Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo

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Ministério Público, não haverá necessidade de nomeação de curador especial
em favor da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de

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2017)

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A destituição pode ocorrer da seguinte forma: MP ajuíza ação de destituição
familiar contra o casal João e Maria, sobre o seu filho. MP visita os abrigos e visita a

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criança, até que começam a perceber que a criança não tem voz no processo. Como
nós sabemos, a criança deve ser ouvida. A DP nesse caso entrava na ação como

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curador especial. O TJ hesitou, mas acabou aceitando essa tese. O MP afirmava que

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não queria a DP no caso, pois ela já fazia a observância dos direitos da criança.
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Nem sempre a DP deveria ser curadora especial, mas se o juiz entende que a
criança precisava de voz no processo, a DP seria chamada. Mas contra isso a lei, art.
IG

162, §4o, do ECA vai ao contrário.


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Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer:


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Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno


desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
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qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.


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Aqui nós podemos relativizar. Segundo o STJ, o critério é para favorecer a

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criança para que ela não precise se deslocar, mas se isso não é possível perde o
sentido. O critério do artigo é para favorecer a pessoa, se não favorece não faz sentido.
REsp 1175445/PA.

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Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

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IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos

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de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)

Aqui se discute, se o município precisa ter creche suficiente para todas as

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crianças. Segundo entendimento dos tribunais o município é obrigado a dar creche. Mas
hoje em dia nós temos RE 1008166 em que o STF reconheceu repercussão geral desse

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tema que ainda será julgado.

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Temos também a questão do ensino domiciliar.

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Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino.
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Um casal recorreu ao tribunal para que fosse permitido que seus filhos fossem
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educados em casa. O STJ a uns anos atrás dizia que não havia problema.
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O STF reconheceu repercussão geral, e foi julgado no informativo 915, RE


DR

888815, aonde ele falou que o ensino domiciliar é vedado salvo o utilitarista que são os
que são regulamentados pelo Estado, especificamente.
RO

Sobre o artigo 60 do ECA.

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade,


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salvo na condição de aprendiz.


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Esse artigo está em correspondência do CF, art. 7, inciso XXXIII.


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Logo no ECA fala que pode trabalhar com menos de 14, menos na condição de

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aprendiz, e segundo a CF/88 não pode trabalhar até os 16 anos, salvo como aprendiz
desde que tenha no mínimo 14 anos. A CF/88 é a que tem que ser usada, mas a
VUNESP sempre cai a literalidade do art. 60.

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Artigos 74 e seguintes são os que mais caem em provas, logo vamos ter que ler

EI
em casa.

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Art. 82 do ECA.

Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel,

OS
pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado
pelos pais ou responsável.

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Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar,

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em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária

16
especificada no certificado de classificação: [...]

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Pela combinação desses artigos a autorização deve ser escrita.
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Sobre autorização para viajar.
26

Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside,
desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização
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judicial.

O adolescente não está nesse artigo.


O
NT

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma


PI

unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;


S

b) a criança estiver acompanhada:


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1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado


IG

documentalmente o parentesco;
DR

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou


responsável.
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Já no artigo 84:

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável,


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se a criança ou adolescente:
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I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;


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II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro

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através de documento com firma reconhecida.

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Não podemos confundir pois o artigo 82 estamos tratando só de criança.

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A competência da vara da criança está no art. 148 do ECA. A competência para
viajar está na alínea d, quando a criança estiver em situação de risco, e a competência
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será do juiz da vara da infância.
26

Mas chegou um caso no Brasil de uma boliviana, com seus dois filhos. Essa
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mulher sofria violência doméstica e o pai não queria que a criança viajasse. A
divergência aqui seria se o caso seria julgado na vara de violência domestica ou da vara
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da criança e do adolescente. O caso chegou no STJ e decidiu que a competência é o


NT

da vara de violência doméstica, sendo a competência dela hibrida, art. 14, da Lei
11.340/06 que é a lei de violência doméstica. Mas aqui é um caso especifico.
PI

Sobre a política de atendimentos, art. 87 que trata das linhas de ação da politicas
S

de atendimento, e o art. 88 que fala sobre as diretrizes. Na prova eles costumam


UE

misturar esses conceitos.


IG

Art. 88 é o famoso “ão”, todo os incisos começam com palavras que terminam
com ão. Mas o examinador, vai falar sobre a linha a ação da política, e vai usar o inciso
DR

V que é o único que tem a palavra com ão.


RO

Sobre as entidades de atendimento, art. 94, §2o do ECA.

§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades


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utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.

É o princípio da incompletude institucional. Que quer dizer que a instituição é


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incompleta por isso deve buscar os recursos da comunidade.


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Prática de ato infracional:

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Ato infracional é a conduta descrita como crime ou contravenção penal. O
adolescente não comete crime. O crime é o fato típico, culpável e ilícito, de acordo com

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o entendimento da maioria da doutrina. No ato infracional falta um requisito, que é a
imputabilidade, dentro da culpabilidade.

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O art. 228 da CF/88 já prevê a inimputabilidade dos menores de 18 anos. É
entendido também como uma cláusula pétrea. Para a prática do ato infracional, usa-se

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a teoria da atividade.

O art. 181 do CP se aplica aos atos infracionais, que são as escusas absolutórias

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e entende-se que é aplica ao adolescente.

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Bloco 3
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Pergunta: princípio da insignificância se aplica aos atos infracionais? STF disse


PI

que sim.
S
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IG
DR
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É possível extraditar um adolescente? Não, pelas leis brasileiras, precisamos da


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dupla imputação.
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Nos dias atuais se aplica a lei 13.445/17, art. 82, II.

É possível prescrever medida socio educativa? Súmula 338 do STJ, prescrição

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penal, apesar de outros autores entenderem que não seria assim.

Analise da prescrição penal, há 3 regras, o prazo máximo que a pessoa pode

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ficar internada é de 3 anos. O STJ analisando o CP faz um enquadramento, 8 anos pelo

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art. 109, IV do CP, e pelo art. 115 do CP, a prescrição se conta pela metade se o
criminoso for menor de 18 anos.
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71
Outra regra é que existe medidas socio educativas que podem ser aplicadas em
prazo certo. Vamos supor que o juiz da 4 meses de medida socio educativa. Esse tempo
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prescreve em 3 anos, aplicando o art. 115 e o tempo se torna de um ano e meio.


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A terceira regra, segundo o STJ, ele analisa o ato infracional, o crime a qual o
ato infracional é equiparado. O STF considera a pena do CP caso o da lei for maior.
O
NT

Criança pode praticar ato infracional? Criança pratica ato infracional, mas a
consequência é medida de proteção. Independente da gravidade abstrata ou concreta
PI

do ato infracional. Ela será considerada criança ao tempo do ato infracional.


S

Quando a criança comete um ato infracional, antes do julgamento pode ter a


UE

criança um prazo de 45 dias aonde ficará reclusa, mas aqui esse prazo é considerado
pela jurisprudência como prazo absoluto, ou seja, deu 45 dias, não tem sentença, libera
IG

a criança. STF entende que ficou superada a alegação de excesso de prazo.


DR
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Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido

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processo legal.

Deu origem a súmula 342 do STJ.

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No procedimento para aplicação de medida sócio-educativa, é nula a

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desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.

65
A apresentação do adolescente é o primeiro ato, audiência de apresentação. Se
for usado apenas a confissão do adolescente, ele é o único meio de prova. Para os
71
adultos esse depoimento não poderia dar base a acusação. Por isso essa súmula.
26

Medidas socio educativas:


-0

São as medidas aplicadas em consequências da prática de um ato infracional.


O

O rol está no artigo 112 do ECA.


NT

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente


poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
PI

I - advertência;
S
UE

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;


IG

IV - liberdade assistida;
DR

V - inserção em regime de semi-liberdade;


RO

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.


RE

Esse rol é um rol taxativo.

Espécies de medidas:
EI

Advertência:
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Art. 114 do ECA.

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Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112
pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materialidade
da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.

RE
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova

EI
da materialidade e indícios suficientes da autoria.

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Esse requisito é criticado, pois advertência não deixa de ser uma medida sócio
educativa, que pode trazer uma consequência grave, que é o menor cometer outra

OS
infração, aplicando o art. 112, II do ECA. Mas na prova objetiva devemos colocar o que
está na lei.

-R
Pode a advertência ser dado pelo serventuário? O STJ entende que não, deve
ser aplicada pelo juiz, REsp 104485.

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Prestação de serviço a comunidade e liberdade assistida:

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Prestação de serviço a comunidade é uma prestação de serviço sem que haja a
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falta na carga horária escolar. Já a liberdade assistida o adolescente é acompanhado
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de um assistente social/orientador que faz os encaminhamentos da vida dele.
26

É importante aqui, na liberdade assistida, o prazo mínimo é de 6 meses, na


prestação de serviço à comunidade o prazo máximo é de 6 meses. Para memorizar:
-0

prestação de serviço à comunidade é que tem maior esforço físico, por isso não pode
O

ser muito grande o tempo.


NT

Sobre Regime de semiliberdade, art. 120 do ECA. Vamos comparara-lo com o


art. 121, §1o do ECA.
PI

Se colocarmos a gradação a internação é aquela que mais restringe a liberdade.


S

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos


UE

princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de


pessoa em desenvolvimento.
IG

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe


DR

técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.


RO

Na internação é possível ter atividades externas, mas o juiz pode vedar. Já na


semiliberdade, art. 120 do ECA.
RE

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início,


EI

ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de


atividades externas, independentemente de autorização judicial.
M
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13
RO
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo,

D
sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.

RO
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber,
as disposições relativas à internação.

RE
Na semiliberdade não há por escrito essa possibilidade de que o juiz pode vedar.

EI
Segundo o STJ e STF entendem que sim, é da essência da própria medida, mas em

EM
casos excepcionais. Se está na semiliberdade e não pratica atividades externa
transforma-se em internação. HC 78446/RJ.

OS
Súmula 605 do STJ.

-R
A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato

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infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso,
inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.

16
A tese é baseada no artigo 2 do ECA, paragrafo único. Deveríamos procurar a
65
legalidade, art. 121, §5o do ECA, onde falava que a liberação será até os 21 anos de
71
idade. Art. 120, §2o do ECA. O TJRJ falava que para internação existe uma situação
26

excepcional que pode aplicar até os 21, e se for semiliberdade, também há essa
previsão, agora para os outros instrumentos não há essa especialidade e nem previsão
-0

legal, logo aos 18 anos isso não pode mais. Mas hoje o STJ mudou esse entendimento.
Hoje o STJ entende que se aplica até completar 18 anos independente de qual medida
O

socio educativa.
NT

Intervalo
PI
S

Bloco 4
UE

Internação:
IG

Medida mais rigorosa. Os princípios são os que estão no caput do art. 121 do
DR

ECA.

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos


RO

princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar


de pessoa em desenvolvimento.
RE

 Brevidade: a internação deve ser a mais curta possível ate que se atinja
os objetivos das medidas, que estão na lei do SINASE lei 12.594, art. 1.
EI

 Excepcionalidade: tem previsão na própria lei, art. 122, §2 do ECA.


M
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14
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2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida

D
adequada.

RO
 Respeito á condição peculiar de pessoas em desenvolvimento: é o que
próprio nome diz. Art. 6 do ECA já trata desse respeito.

RE
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que

EI
ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais

EM
e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas
em desenvolvimento.

OS
A internação não é aplicada por prazo determinado, ela se sujeita um prazo
máximo, a cada 6 meses, que será avaliado.

-R
As hipóteses estão no artigo 122, que estão nos incisos, sendo eles taxativos.

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Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência

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a pessoa;
65
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
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III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente
26

imposta.

Esses incisos dão a possibilidade de aplicar a internação, mas não


-0

necessariamente será aplicado caso alguns desses incisos se faça presente. O juiz vai
O

analisar qual é a melhor medida para o caso concreto.


NT

Sobre o inciso I, podemos ver que não há uma previsão legal de uma aplicação
de internação ao crime análogo ao hediondo. Professor fala que o mais praticado é o
PI

análogo a roubo e tráfico. O roubo está no inciso I mas o Tráfico não, por isso foi editada
S

a súmula 492 do STJ.


UE

“O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz


obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do
IG

adolescente”
DR

Sobre o inciso II, aqui nos precisamos saber o significado de reiteração. Por
muito tempo se entendia que para a reiteração seria necessário, três atos. A lei fala em
RO

reiteração, e não em reincidência. Hoje em dia para que se configure a reiteração serão
necessários apenas dois atos. Aqui pode ser caso de internação em ato análogo a
RE

tráfico.
EI

Sobre o inciso III, esse tipo de internação chama-se de internação sanção. É


aplicado uma medida e o adolescente não cumpri. Em relação a reiteração fica na
M
SE

15
RO
mesma discussão. Essa internação sanção, o juiz competente para aplicar tal medida

D
RO
será aquele da execução da medida socio educativa.

O descumprimento nesse caso deve ser injustificado. Será necessário, segundo

RE
súmula 265 do STJ, haver uma audiência para ouvir o adolescente. O prazo máximo
dessa medida é de 3 meses.

EI
“É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da

EM
medida socioeducativa.”

A lei do SINASE colocou outro requisito, art. 43, §4o, que ainda vamos falar mais

OS
tarde. Quando o ECA fala sobre essa condenação sanção devemos olhar a lei do
SINASE. Na prática os tribunais só determinam a audiência.

-R
Professor da um exemplo de um adolescente que fica 3 anos internado e após

19
se descobre que ele tem uma doença mental. Será que ele pode ir para uma internação
médica? Professor lembra o caso do Champinha. Ele ficou 3 anos internados, e no final

16
pediram sua internação por casos psiquiátricos. O STJ aceitou no HC 135271/SP.
65
HABEAS CORPUS. PROCESSO CIVIL DE INTERDIÇÃO. INTERNAÇÃO
71
JUDICIAL. ENFERMIDADE MENTAL. TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE ANTISSOCIAL (TPAS). LAUDO PERICIAL.
26

INTERNAÇÃO RECOMENDADA.
-0

1.- É admitida, com fundamento na Lei 10.216⁄01, em processo de interdição,


da competência do Juízo Cível, a determinação judicial da internação
O

psiquiátrica compulsória do enfermo mental perigoso à convivência social,


NT

assim reconhecido por laudo técnico pericial, que conclui pela necessidade
da internação. Legalidade da internação psiquiátrica compulsória.
PI

Observância da Lei Federal n. 10.216⁄01 e do Decreto Estadual n. 53.427⁄0.8,


relativo à aludida internação em Unidade Experimental de Saúde.
S
UE

2.- A anterior submissão a medida sócio-educativa restritiva da liberdade,


devido ao cometimento de infração, correspondente a tipo penal, não obsta a
IG

determinação da internação psiquiátrica compulsória após o cumprimento da


medida sócio-educativa. Homicídios cometidos com perversidade de
DR

agressão e afogamento em poça d"água contra duas crianças, uma menina


de 8 anos e seu irmão, de 5 anos, para acobertar ataque sexual contra
RO

elas.[...]

O adolescente que está internado pode ficar em um presídio em local separado?


RE

Não, art. 123 do ECA.


EI

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para


M

adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida


SE

16
RO
rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da

D
infração.

RO
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão
obrigatórias atividades pedagógicas.

RE
EI
Remissão

EM
Aqui é o caso do perdão. Nós temos:

OS
 Remissão dada pelo MP: chamada de remissão como forma de exclusão
do processo.

-R
 Remissão dada pelo Juiz: é como forma de suspensão ou extinção do
processo.

19
Chama-se de remissão própria aquela que não venha com nenhuma medida

16
socio educativa. E a imprópria é aquela que vem com alguma medida socio educativa.
Mas atenção, a medida que é aplicada em conjunto com a remissão não pode ser
65
internação ou semiliberdade, deve ser de meio aberto. A remissão não indica culpa do
71
adolescente.
26

Lembrar sempre que a remissão é um perdão então, se o adolescente não


-0

cumpre a medida sócio educativa que foi aplicada em cumulação, o juiz retorno o curso
do processo e aí sim, se houver uma sentença ele pode aplica outra medida qualquer.
O

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou


NT

comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de


antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das
PI

medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e


a internação.
S
UE

É como se fosse uma transação penal.

O STJ entende que a remissão deve ser concedida na presença de uma defesa
IG

técnica, ao menos aquela que vem com medida socio educativa, HC 67826.
DR

Vamos imaginar que um adolescente tem em sua ficha um crime análogo a


RO

tráfico e a decisão foi remissão. Dois meses depois ele pratica outro crime igual. É
possível que o juiz aplica a internação pela reiteração. A remissão não implica
responsabilidade.
RE

Sobre o art. 128 do ECA:


EI
M
SE

17
RO
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista

D
judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente

RO
ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.

Está falando da remissão com medida socio educativa, essa pode ser revista,

RE
mas deve ser medida de meio aberto.

EI
Procedimento para apuração de ato infracional atribuída ao

EM
adolescente:

OS
Se o adolescente é apreendido em flagrante ele deve ser levado a autoridade
policial. Mas se o adolescente é apreendido por força de mandado de busca e

-R
apreensão ele deve ser encaminhado a autoridade judiciária. Não há prazo na lei para
que isso aconteça, a lei fala “desde logo”.

19
Bloco 5

16
Existe ação sócio educativa privada ou condicionada a representação? Não!
Toda ação sócio educativa é pública. 65
71
A ausência de citação do adolescente invalida o procedimento? Sim.
26
-0
O
NT
PI
S
UE

E se os pais não forem notificados? Toda a lógica na vara de infância e juventude


IG

tem a presença dos pais. Mas aqui, caso de ausência de notificação dos pais não há
DR

nulidade.
RO
RE
EI
M
SE

18
RO
D
RO
RE
EI
EM
OS
Pode se falar em revelia no procedimento de apuração do ato infracional? A
revelia induz efeitos materiais e efeitos processuais. O efeito processual da revelia, no

-R
CPC se opera, se revel ele não será intimado, e o material, tudo que for falado pelo
autor será tido como verdade, salvo as exceções. Já no CPP, os efeitos processuais,

19
se um adulto deixa de comparecer ele deixa de ser intimado, art. 367 do CPP. Já os

16
efeitos materiais os fatos não saram tidos como verdadeiros.

No caso do ECA, artigo 184, §3o do ECA. 65


71
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará
audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a
26

decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108


-0

e parágrafo. [...]

§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá


O

mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até


NT

a efetiva apresentação.

Não há que se falar se quer nos efeitos da revelia. O feito fica parado até o
PI

adolescente ser apresentado. O adolescente tiver paradeiro certo, se expede mandado


S

de busca e apreensão.
UE

Se o adolescente não comparecer injustificadamente, art. 187 do ECA.


IG

Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer,


injustificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária
DR

designará nova data, determinando sua condução coercitiva.


RO

Se não sabe o paradeiro do adolescente, será expedido uma busca e apreensão.


Se o adolescente não for, será busca coercitiva.
RE

Existe assistente de acusação no procedimento para apuração de ato


infracional? Art. 206 do ECA.
EI
M
SE

19
RO
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer

D
pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos

RO
procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será
intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial,

RE
respeitado o segredo de justiça.

Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita

EI
àqueles que dela necessitarem.

EM
Vendo esse artigo podemos afirmar que não pode haver assistente de acusação,
pois o STF interpreta essa regra do art. 206 para as pessoas que vão favorecer aos

OS
adolescentes.

-R
É possível cumular medida socio educativa? Sim, art. 99, 100 do ECA.

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada

19
ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.

16
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades
pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.
65
71
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
26

Conselho Tutelar:
-0

A lei diz que deve ter um conselho tutelar por município. O STF não aceita o
O

princípio da reserva do possível, sendo obrigatório a presença do conselho tutelar.


NT
PI
S
UE
IG
DR
RO

Conceito, art. 131 do ECA:


RE

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não


jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos
EI

direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.


M
SE

20
RO
Os requisitos para a candidatura do concelho tutelar. Art. 133 do ECA.

D
RO
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos
os seguintes requisitos:

RE
I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um anos;

EI
III - residir no município.

EM
Os membros do conselho tutelar são regulados pela lei municipal. Segundo

OS
artigo 139 do ECA.

Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será

-R
estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do

19
Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)

16
É possível que essa lei exija prova escrita? Sim, STJ admite que a lei municipal
exija que se faça uma prova.
65
Para impugnar a candidatura de um conselheiro tutelar pode o MP ajuizar ação
71
de improbidade administrativa, e pode também ajuizar a mesma ação para alguém que
26

já esteja no cargo.
-0

O rol de atribuições do conselho tutelar está no artigo 136 do ECA, que segundo
Nucci é um rol taxativo.
O

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: [...]


NT

O conselho tutelar pode aplicar medida protetiva de acolhimento institucional?


PI

Essa já foi perguntado nessa aula e já caiu em provas. A resposta é não, pois essa lei
de 2009 quando trocou o nome de abrigo por acolhimento institucional, fez outra
S

alteração no artigo 101, §2o do ECA.


UE

§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de


IG

vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art.


130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar
DR

é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na


deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo
RO

interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais


ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla
RE

defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

A lei 12.010 diz que esse afastamento da criança é competência da autoridade


EI

judiciaria, e o acolhimento é uma forma de afastar a criança do convício familiar. Logo


M
SE

21
RO
em regra é da autoridade judicial, mas em regra pois há exceção. Deve citar também o

D
RO
art. 93 do ECA.

Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento

RE
institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças
e adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo

EI
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e
da Juventude, sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº

EM
12.010, de 2009) Vigência

OS
A ideia é que o artigo 93 do ECA, não está tratando do conselho tutelar, mas sim
da entidade. Se elas podem receber pessoas na situação de urgência, é porque alguém

-R
pode entender que será o conselho tutelar. O art. 136, alguns falam que esse artigo foi
revogado, outros dizem que houve um esquecimento lega, mas o artigo não está errado,

19
ele diz que é atribuição do conselho tutelar, o as condições estão no resto da lei.

16
Importante: o conselho tutelar não executa a medida protetiva.

65
Como será feita a revisão das medidas? A revisão do procedimento é feita pela
autoridade judiciaria, art. 137 do ECA.
71
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela
26

autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.


-0

Competência:
O

Territorial:
NT

Art. 147. A competência será determinada:


PI

I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou


S

responsável.
UE

Aplica-se o principio da perpetuacio juridicionis aqui?


IG

Primeiro sobre o princípio, art. 43 do CPC,


DR

Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da


distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado
RO

de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem


órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
RE

O processo ao ser ajuizado fica perpetuo mas pode ser alterado se for caso de
competência absoluta ou a vara acabar.
EI
M
SE

22
RO
Sobre o ECA, nós tratamos de competência territorial, que nem sempre é

D
RO
relativa. Aqui, segundo o STF é uma competência territorial absoluta. O princípio que o
STJ tomou como base é o principio do juízo imediato, nos art. 147, I e II do ECA.

RE
EI
EM
OS
-R
19
A consequência disso é que caso haja, por exemplo uma adoção na vara de

16
infância, em Belo Horizonte, aonde a criança está. Surge então uma família em Confins,
65
e o juiz defere essa guarda. O processo que estava em BH vai para Confins.
71
Mas devemos ficar atentos, segundo o art. 209 do ECA.
26

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local
onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência
-0

absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça


Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
O
NT

Essa regra é diferente da ação civil pública. Aqui no ECA o foro é aonde ocorreu
ou deve ocorrer a ação ou omissão.
PI

Bloco 6
S

Competência para os atos infracionais é o local da ação ou omissão. No CPP,


UE

segundo art. 70, a competência é do local do resultado. Aqui é diferente pois é no local
da ação ou omissão.
IG

Se o adolescente comete ato contra os bens da União, segundo art. 109 da


DR

CF/88, quem será o órgão competente? Ex: adolescente cometeu crime análogo a roubo
contra a Caixa Econômica, o juízo federal não será o competente, pois a constituição
RO

não fala sobre ato infracional.


RE

Material:

Art. 148 do ECA mas existe uma diferença entre o art. 148 caput e seu paragrafo
EI

único. No caput não há qualquer condicionante.


M
SE

23
RO
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:

D
RO
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para
apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas
cabíveis; [...]

RE
São as chamadas competências incondicionadas. Mas quando passamos para

EI
o parágrafo único, as circunstancias são diferentes. São as situações de risco.

EM
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses
do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventude para

OS
o fim de: [...]

Logo não é sempre que vai para a vara de infância, mas se estiver em situação

-R
de risco vai. A doutrina chama essa competência de competência concorrente. Mas
segundo o professor isso está errado, a própria doutrina assume que está errado, por

19
não ser hipótese de competência concorrente e sim competência condicionada as

16
situações do art. 98.

Competência regulamentar do magistrado: 65


71
Art. 149 do ECA.
26

Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou


autorizar, mediante alvará:
-0

Qual a diferença entre portaria e alvará? A portaria é uma disciplina sem sujeito
especifico. Ela trata de um fato especifico, exemplo:
O
NT

I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos


pais ou responsável, em:
PI

a) estádio, ginásio e campo desportivo;


S

Já o alvará é para alguém especifico. Tem uma pessoa determinada.


UE

Essa competência é Jurisdicional ou Administrativa? Segundo Kenji Ishida e


IG

Cristiane Dupre entendem que é competência administrativa. Já o professor Luciano


Rossato, Paulo Lépore e Rogerio Sanches entendem que é competência jurisdicional.
DR

A relevância pratica é que por exemplo, se for administrativa, o próprio CNJ pode
RO

suspender esse ato. Mas se for competência jurisdicional, o que pode mudar isso é um
recurso.
RE

O STJ entende que a participação de crianças e adolescentes em espetáculos,


segundo o inciso II, a, do artigo, fica compreendida as crianças que vão participar de
EI

programas televisivos.
M
SE

24
RO
O juiz pode editar toque de recolher?

D
RO
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser
fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral.

RE
Sobre essa questão a DPSP ajuizou um habeas corpus coletivos, tento como
pacientes as crianças e adolescentes do município e as que estavam passam por lá,

EI
quando houve um toque de recolher. O STJ entendeu certa a posição da DPSP.

EM
OS
-R
19
16
65
71
Dos procedimentos:
26

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se


-0

subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação processual


pertinente.
O

Nos procedimentos que tratam da vara de infância e juventude, aplicam se


NT

subsidiariamente as regras do código de processo penal para os procedimentos que


tenham natureza infracional. E aplica o CPC para os procedimentos que sejam mais
PI

afetos ao direito civil. Mas atenção, quando estamos diante de recurso, se aplicam as
S

regras do Código de Processo Civil, independentemente do processo inicial.


UE

Atenção
IG

§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos


são contados em dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do
DR

vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério


Público. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
RO

Os dias são contados em dias corridos, e sobre o prazo em dobro, a Defensoria


Publica ainda tem o prazo em dobro, mas agora contados em dias corridos.
RE

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude,


EI

inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á


M
SE

25
RO
o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de

D
Processo Civil), com as seguintes adaptações: [...]

RO
Nos recursos, aplica-se o CPC mas com algumas peculiaridades, não há
preparo, e a regra sobre o prazo é de 10 dias, a não ser embargos de declaração que

RE
segue o CPC, que é de 5 dias.

EI
Técnica de complementação de julgamento:

EM
Está descrito no CPC art. 492, que veio para suprimir os embargos infringentes.

OS
No CPC antigo a intenção desses embargos seria para reformar a sentença em uma
decisão não unanime.

-R
Mas na técnica de complementação não há uma intenção de reformar a sentença
e não se trata de um recurso, mas uma técnica de complementação.

19
A controvérsia que surge aqui é se isso se aplica no caso a apuração de ato

16
infracional?

65
Segundo o CPP, os embargos infringentes, art. 609, paragrafo único, seriam um
71
recurso exclusivo da defesa. Sobre essa técnica o STJ entendeu que se vier para
desfavorecer o menor, seria um tratamento mais gravoso que o do adulto. Informativo
26

626 do STJ. Já no informativo 627 o STJ falou que cabe a técnica de complementação
-0

de julgamento.

Qual é o prazo para apelação civil pública que discuta matéria dos direitos da
O

criança e adolescente. O STJ entende que essas regras especificas do artigo 198, só
NT

se aplica as regras especificas regulados pela lei da criança e do adolescente.


PI
S
UE
IG
DR
RO
RE

Essas regras especificas só se aplicam aos seus procedimentos específicos.


EI

Uma peculiaridade dos recursos, art. 198, VII do ECA:


M
SE

26
RO
D
RO
RE
EI
EM
OS
Existe um juízo de retratação nesses recursos. Sobre o termo instrumento,
devemos levar em consideração que a redação é de 1990, onde vigorava a redação

-R
original do CPC de 73 onde os instrumentos eram juntados em primeiro grau. Em 94
isso mudou.

19
Fim.

16
65
71
26
-0
O
NT
PI
S
UE
IG
DR
RO
RE
EI
M
SE

27
RO

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