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CONCURSO DE
MONOGRAFIAS DA
UNIÃO EUROPEIA
CHEFE DA DELEGAÇÃO
Embaixador João Gomes Cravinho
COLABORAÇÃO/AGRADECIMENTOS
Karine de Souza Silva
Rosana Corrêa Tomazzini
IMAGEM DE CAPA
Selo comemorativo de 10 Anos da Parceria Estratégica União
Europeia - Brasil, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
ISBN 978-85-54204-00-6
PREFÁCIO.................................................................. 9
João Gomes Cravinho
APRESENTAÇÃO...................................................... 11
Karine de Souza Silva
PARTE I
PARTE II
9
e acreditamos que nossos povos e as gerações futuras merecem todo o
nosso compromisso para tornar o mundo um lugar melhor para se viver.
Mudanças climáticas, os direitos humanos, os objetivos de desenvolvimento
sustentável são alguns temas importantes. Os desafios internacionais são
de grande escala e podem por vezes ser desconcertantes e desanimadores.
Mas sabemos que a amizade entre a União Europeia e o Brasil fornece-nos
uma âncora que valorizamos, e que reforçaremos ainda mais nestes tempos
conturbados que vivemos.
A União Europeia hoje é uma presença muito substantiva no mun-
do contemporâneo. Temos mais de 500 milhões de cidadãos, que são ci-
dadãos de vários países mas que são também cidadãos da União Europeia
com direitos específicos que resultam disso, como o direito de trabalhar
e morar em qualquer parte da União. Somos o maior bloco comercial do
mundo, somos também, de longe, o maior doador de assistência ao desen-
volvimento e de ajuda humanitária. E em poucos anos a Europa construiu
também um projeto monetário que representa hoje a segunda moeda mais
amplamente usada no mundo, o Euro.
Existe um amplo espaço para melhorar a compreensão da União
Europeia, o seu papel no cenário mundial e aumentar o conhecimento so-
bre os objetivos das politicas da União Europeia. Esta publicação fornece
um instrumento para melhor explicar o que é a União Europeia e como
as nossas relações com o mundo inteiro funcionam. Esta obra, que tem
a participação dos ganhadores do Concurso das Monografias nos anos
2014-2017, acadêmicas e acadêmicos de várias universidades brasileiras e de
distintas áreas do conhecimento, tem como o objetivo principal apresentar
alguns dos principais temas no cenário da academia brasileira sobre a União
Europeia e sobre as relações entre o Brasil e a União Europeia.
10
APRESENTAÇÃO
II
11
Apresentação
12
III
IV
13
Apresentação
regionalismos.
Esta coletânea reúne artigos elaborados por pesquisadoras
e pesquisadores de várias unidades da Federação brasileira e que fo-
ram alguns dos ganhadores dos concursos de Monografias da União
Europeia nos anos 2014-2017.
A integração dos artigos em uma obra baseou-se na plura-
lidade de visões e favorece a publicização de pesquisas gestadas em
centros de pesquisa de séria trajetória científica. O resultado dessas
interconexões encontra-se plasmado neste livro que pretende trazer
algumas luzes aos debates sobre regionalismos e despertar o interes-
se para novos estudos sobre integração regional e sobre as relações
entre Brasil e União Europeia.
O trabalho é fruto da iniciava da Delegação da União
Europeia no Brasil que tem continuadamente estimulado, através
dos Concursos de Monografias, o aprofundamento de debates sobre
as matérias aqui contidas e a visibilização das investigações que es-
tão sendo realizadas nas Universidades brasileiras que privilegiem o
entendimento da integração como mecanismo de enfrentamento às
ameaças da vida cotidiana, mas também de concretização da demo-
cracia e dos direitos humanos.
14
I Parte
15
16
DE PÁRIA A PAYMASTER: O PAPEL DA
ALEMANHA NA UNIÃO EUROPEIA (1951-
2015)
Resumo
A Alemanha presenciou, em apenas um século, a forte alteração de suas
relações com as demais potências europeias. De epicentro em duas guer-
ras mundiais, a país dividido territorialmente e ocupado militarmente,
na atualidade a Alemanha faz parte do núcleo central do processo deci-
sório europeu. Sua influência econômica, financeira e política na União
Europeia é evidente. Porém, pelo perfil pouco assertivo de sua política
externa, o país muitas vezes se esquiva em exercer um papel de lideran-
ça. Contudo, em situações difíceis (como a crise da moeda e questão da
imigração), é cobrado ao país uma postura mais ativa pela comunidade
europeia. Nesse sentido, esse artigo tem por objetivo investigar os an-
tecedentes, os condicionantes e os desdobramentos das relações entre a
Alemanha e o bloco europeu.
Introdução
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De pária a paymaster: o papel da Alemanha na União Europeia (1951-2015)
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as relações com a França (item 3.1) e com o Reino Unido (item 3.2),
a partir de 2005.
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Considerações finais
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De pária a paymaster: o papel da Alemanha na União Europeia (1951-2015)
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A ATUAÇÃO DO COMITÊ DAS REGIÕES E A
DIPLOMACIA SUBNACIONAL MULTI-NÍVEL
NA UNIÃO EUROPEIA
Resumo
Por ser o único processo de integração regional que conseguiu alcançar
o patamar de união econômica e monetária, mesmo que de maneira
imperfeita, a União Europeia é referenciada como modelo e inspiração
para outros blocos regionais cujos níveis de cooperação encontram-se
em estágios menos avançados. A integração nos moldes europeus con-
seguiu adensar uma série de relações entre atores e fez do continente um
palco de intensa barganha política, econômica, social e cultural, no qual
a União Europeia, propriamente dita, os Estados nacionais e os atores
subnacionais – mormente regiões e governos locais – construíram o
chamado “triângulo de relacionamento” e deram suporte ao conceito
de Governança Multi-Nível presente nos debates teóricos das Relações
Internacionais. Desde o Tratado de Maastricht (1992) houve um aumen-
to significativo no entendimento de que as potenciais benesses desem-
penhadas pelas subnacionalidades seriam um ponto positivo para ser
adensado no rol integracionista. No tratado fora criado o Comitê das
Regiões, o primeiro organismo designado e aberto à participação subna-
cional que possibilitou o engajamento regional no bloco através da ou-
torga de funções consultivas aos governos locais e regionais. Ademais,
o Comitê das Regiões é a principal instância formalmente reconhecida
como tal que leva as demandas subnacionais ao âmbito regional. No
presente artigo, objetiva-se analisar o órgão com vistas a discriminar sua
forma de institucionalização e vínculos com a União Europeia, sistema-
tizar a formulação de sua agenda temática e caracterizar suas principais
iniciativas e atividades. Em virtude de seu caráter consultivo na política
da União, ou seja, sua impossibilidade de possuir poderes decisórios di-
retos, parte-se da hipótese de que a influência subnacional proveniente
do Comitê das Regiões ainda permanece em níveis baixos e iniciais, mas
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A atuação do Comitê das Regiões e a diplomacia subnacional multi-nível na União Europeia
Introdução
Europeia
Espanha e Polônia 21
Romênia 15
Lituânia e Croácia
Eslovênia, Estônia e Letônia 7
Chipre e Luxemburgo 6
Malta 5
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Conclusão
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A atuação do Comitê das Regiões e a diplomacia subnacional multi-nível na União Europeia
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Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
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UNIÃO EUROPEIA: A LUTA PELO
RECONHECIMENTO IDENTITÁRIO E A
QUESTÃO DA CIDADANIA SUPRANACIONAL
Resumo
A partir da análise da ordem jurídica da União Europeia, este trabalho
buscou identificar a representação normativa vigente dos grupos cul-
turais europeus – majoritários e minoritários – e, o projeto político de
construção de um espaço público comum. Com a utilização da Teoria
da Ação Comunicativa, de Jürgen Habermas, e da Teoria da Luta por
Reconhecimento, de Axel Honneth, foi possível evidenciar os limites e
as possibilidades da afirmação de uma cidadania supranacional — cal-
cada no estabelecimento de uma identidade comum europeia e na ideo-
logia de harmonização social no interior do bloco — e também dos
paradoxos que perpassam o âmbito multicultural da integração europeia
e a necessidade de reconhecimento e modificação na esfera identitá-
ria do bloco. Esta investigação constituiu-se como um esforço teórico
essencial para a compreensão dos atuais empecilhos sociais europeus
causados por medidas político-jurídicas implementadas pelos órgãos
coordenadores da integração na sociedade civil. Deste modo, esta pes-
quisa utilizou-se da corrente crítica do pensamento social fundamenta-
da, basicamente, nos estudos habermasianos e honnethianos. Outros
importantes autores contribuíram com o fornecimento de concepções
teóricas alternativas, com o objetivo de complementar a análise inicial-
mente proposta, tais como: Kathryn Woodward, Klaus Eder, Bernhard
Giesen e José Murilo de Carvalho. Assim, o desenvolvimento deste
trabalho se baseou em um tipo de investigação predominantemente
documental. Ao fim, pretendeu-se, como resultado esperado, questio-
nar as concepções correntes acerca da possibilidade de criação de uma
identidade comum europeia através da efetivação da cidadania supra-
nacional e a manutenção da harmonia social por meios exclusivamente
político-jurídicos. Arguiu-se, desta maneira, os efeitos colaterais de tal
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INTRODUÇÃO
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União Europeia: a luta pelo reconhecimento identitário e a questão da cidadania supranacional
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CONCLUSÃO
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Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM (PAC) DA
UNIÃO EUROPEIA: ORIGENS E CAUSAS DA
CONFORMAÇÃO DA MAIS PARADIGMÁTICA
DAS POLÍTICAS COMUNITÁRIAS
Patrícia Nasser de Carvalho
Universidade Federal do Rio de Janeiro
5º Concurso de Monografias da União Europeia
Resumo
Tomando-se a Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia (UE)
como objeto principal, o propósito deste trabalho é discutir as origens
da integração agrícola da Europa nos anos 1960 e as razões pelas quais
o setor foi considerado uma área “especial”, capaz de justificar a con-
tinuidade do vultoso suporte dos governos por mais de cinco décadas.
A importância econômica e geoestratégica da agricultura tem origem
histórica e cultural e nos valores da sociedade dos Estados europeus e
justifica o modo diferenciado e privilegiado com o qual essa política foi
tratada no âmbito das políticas comunitárias. Portanto, o excepcionalis-
mo da agricultura sustenta o discurso da PAC e a legítima importância
perante a sociedade. Como consequência, apesar das contradições, essa
política se sustenta por mais de cinco décadas mantendo a sua essência
protecionista.
Palavras-chave: Política Agrícola Europeia, agricultura, protecionismo
INTRODUÇÃO
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Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
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A Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia: origens e causas da conformação da mais
paradigmática das políticas comunitárias.
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A Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia: origens e causas da conformação da mais
paradigmática das políticas comunitárias.
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A Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia: origens e causas da conformação da mais
paradigmática das políticas comunitárias.
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A Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia: origens e causas da conformação da mais
paradigmática das políticas comunitárias.
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2. FATORES IMPULSIONADORES DA
INTEGRAÇÃO AGRÍCOLA NA EUROPA
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A Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia: origens e causas da conformação da mais
paradigmática das políticas comunitárias.
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A Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia: origens e causas da conformação da mais
paradigmática das políticas comunitárias.
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A Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia: origens e causas da conformação da mais
paradigmática das políticas comunitárias.
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CONCLUSÃO
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A Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia: origens e causas da conformação da mais
paradigmática das políticas comunitárias.
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98
A Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia: origens e causas da conformação da mais
paradigmática das políticas comunitárias.
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MAIS DO QUE MONÓLOGO, QUER-
SE DIÁLOGO: A INTERAÇÃO ENTRE AS
CORTES SUPRANACIONAIS EUROPEIAS E
A INTEGRAÇÃO ATRAVÉS DOS DIREITOS
HUMANOS
Resumo
Apesar da integração europeia sob a égide da União Europeia ter entrado
para a história principalmente por causa de seu caráter econômico, não
se deve desconsiderar o papel que os direitos humanos tiveram e têm em
dar continuidade a tal processo. O papel central dos direitos humanos na
UE é o de oferecer um elemento apto a proporcionar legitimidade e ser-
vir de fundamento para a intensificação da integração, ao mesmo tempo
em que eles se apresentam como limitações a essa mesma integração,
não perdendo assim a sua característica de termômetro do uso do poder.
Como a Corte Europeia de Direitos Humanos e o Tribunal de Justiça da
União Europeia são cortes que possuem jurisdição a respeito de litígios
de direitos humanos, não é falacioso afirmar que a história dos direitos
humanos na UE, em grande parte, é a história desses dois tribunais e de
seu relacionamento ambíguo. A fim de demonstrar essa ambiguidade, a
presente monografia trouxe como exemplo os julgamentos proferidos
dos Casos Dublin, em que houve parcial divergência de entendimento
entre as Cortes de Estrasburgo e Luxemburgo. A partir de sua análise é
possível verificar o potencial positivo que a unicidade de entendimento
legal das Cortes pode ter na promoção de uma proteção mais ampla
de direitos humanos, assim como explicitar como as divergências en-
tre as instâncias julgadores pode trazer, entre outras coisas, insegurança
jurídica. Propõe-se, nesse trabalho, que essa ambiguidade poderia ser
superada através da adesão da União Europeia à Convenção Europeia
dos Direitos do Homem.
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e a integração através dos Direitos Humanos
INTRODUÇÃO
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e a integração através dos Direitos Humanos
1 CASAL H., Jesús María. Los derechos humanos en los procesos de integración, p.
251.
2 Idem, p. 254.
3 Idem, p. 250-251.
4 UNIÃO EUROPÉIA. Handbook on european law relating to asylum borders and
immigration, p. 17.
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15 O artigo 52.3. dispõe que “Na medida em que a presente Carta contenha direitos
correspondentes aos direitos garantidos pela Convenção europeia para a proteção dos
direitos do Homem e das liberdades fundamentais, o sentido e o âmbito desses direitos
são iguais aos conferidos por essa convenção, a não ser que a presente Carta garanta uma
proteção mais extensa ou mais ampla. Esta disposição não obsta a que o direito da União
confira uma proteção mais ampla”.
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e a integração através dos Direitos Humanos
caso KRS vs. Reino Unido, anterior ao caso M.S.S., a Corte havia de-
cidido que havia uma presunção de que os Estados signatários da
CEDH cumpriam com as obrigações impostas por este documento
internacional (presunção de Bósforo) e que a presunção só poderia
ser afastada mediante prova em contrário.
No julgamento de M.S.S. vs. Bélgica e Grécia, restou consig-
nado que a presunção de Bósforo não se aplicava por conta da exis-
tência da cláusula de soberania contida no artigo 3(2) do Regulamento
de Dublin II21. Esta cláusula, que se repete no Regulamento de Dublin
III, prevê a possibilidade de um Estado analisar um pedido de asilo,
mesmo que não sendo o Estado competente para tanto conforme os
critérios estabelecidos naquele documento.
A CtEDH reconheceu que a Grécia violou os artigos 3 e
13 da CEDH devido às condições médias de detenção providas, às
terríveis condições de vida a qual o autor foi exposto e às deficiências
no procedimento de asilo. Quanto a Bélgica, considerou que esta vio-
lou o artigo 3º da CEDH tendo em vista que este Estado transferiu
M.S.S. mesmo sabendo que ele seria exposto a condições de vida e
detenção que caracterizariam tratamento degradante22.
2.3. N.S./M.E.
O caso N.S. vs. Secretary of State for the Home Department
(Reino Unido) foi julgado em conjunto com o caso M.E., A.S.M.,
M.T., K.P. e E.H. vs. Refugee Applications Commissioner, Minister
for Justice, Equality and Law Reform (Reino Unido e Irlanda) pelo
Tribunal de Justiça da União Europeia em 21 de dezembro de
2011.
Em ambos os casos, o contexto fático era parecido com
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23 BAERE, Geert de. The court of justice of the EU as a European and international
asylum court, p. 7-8.
24 Idem, ibidem.
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27 ORBONS, Koen. EU Accession to the ECHR: is it still worth pursuing after
Opinion 2/13?, p. 37-38.
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28 RITLENG, Dominique. The accession of the European Union to the European
Convention on Human Rights and Fundamental Freedoms: a threat to the specific
characteristics of the European Union and Union Law?, p. 5.
29 THE SCHEEK, Laurent. The relationship between the European Courts and
Integration through Human Rights, p. 845-846.
30 RITLENG, Dominique. Obra citada, p. 7.
119
Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
que traria consigo uma maior segurança jurídica nos litígios envol-
vendo tais direitos, pois traria previsibilidade31. Essa alegação se re-
laciona diretamente com o problema de as Cortes Europeias supra-
nacionais defenderem posicionamentos diversos ou parcialmente
diversos a respeito do mesmo tema, problema ilustrado através dos
comentários aos Casos Dublin. A perspectiva de maior coerência,
segurança jurídica e previsibilidade, então, seria o motivo pelo qual
se defende que a adesão à CEDH por parte da UE solucionaria
o problema das divergências jurisprudenciais estabelecidas entre o
TJUE e a CtEDH.
Por fim, um terceiro argumento merece igual atenção. Afora
os resultados práticos acima mencionados, uma eventual adesão à
CEDH representaria simbolicamente o compromisso político-ju-
rídico da União Europeia com a proteção dos direitos humanos,
o que aumentaria a sua credibilidade perante não só os Estados
Membros, mas também perante os cidadãos europeus, uma vez que
importaria no reconhecimento de que nem mesmo ela estaria acima
dos direitos humanos32.
Não obstante muitos autores de renome defendam que a
adesão seria uma medida jurídico-político necessária para avançar
à integração europeia através dos direitos humanos, bem como a
própria União Europeia ter sinalizado a favor da adesão quando da
alteração do Tratado da União Europeia pelo Tratado de Lisboa;
a adesão ainda não logrou se concretizar. Parece, inclusive, que as
negociações a seu respeito sofreram um grande revés com a recente
Opinião nº 2/13 emitida pelo TJUE, na qual o Tribunal se posicio-
nou veementemente contra tal processo.
Foram expostas como razões determinantes a essa decisão o
31 POLAKIEWICZ, Jörg. EU law and the ECHR: will EU accession to the European
Convention on Human Rights square the circle?, p. 12.
32 ORBONS, Koen. Obra citada, p. 38-39.
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e a integração através dos Direitos Humanos
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Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CASAL H., Jesús María. Los derechos humanos en los procesos de
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e a integração através dos Direitos Humanos
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O MULTILINGUISMO NA UNIÃO EUROPEIA:
VANTAGENS E MOTIVAÇÕES DE UMA
AGENDA POLITICA NA PRIMEIRA DÉCADA
DO NOVO MILÊNIO
Ivan Vieira Piseta
Universidade Federal de Santa Catarina
Graduação em Relações Internacionais
Resumo
O multilinguismo é fenômeno do complexo processo de integração da União Europeia.
Está calcado em princípios de igualdade e respeito à diversidade do bloco – tanto de
seus Estados Nacionais quanto de seus cidadãos. Na década de 2000, foi inserido
na agenda de integração principalmente no que tange ao desenvolvimento de compe-
tências linguísticas. No presente artigo, apresenta-se o surgimento dessa agenda sob
a influência da Estratégia de Lisboa, bem como uma revisão do regime que abarca
24 línguas oficiais no bloco, e o caráter das políticas que promovem a diversidade e a
aprendizagem das línguas.
Introdução
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Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
propunha que cada cidadão aprendesse duas línguas além da sua ma-
terna. Seguem depois disso, comunicações, resoluções, conclusões,
decisões, a partir de agora ‘políticas linguísticas’ das instituições eu-
ropeias, como a Comissão, o Parlamento Europeu e o Conselho, que
dão corpo à proposta do multilinguismo, configurando-o como um
programa importante no processo de integração da União Europeia.
O multilinguismo então é percebido como um novo fenôme-
no no processo de integração da União Europeia, tanto pela maneira
que o bloco permite a coexistência de 24 línguas oficiais, quanto pelo
investimento político gerado pelas suas instituições. Desse modo, o
objetivo desse artigo é analisar as motivações para o surgimento des-
sa nova agenda, que culminou com a criação de um portfólio especial
para o multilinguismo dentro da Comissão, separado do portfólio da
educação, em 2007. Além disso, revelar as vantagens do multilinguis-
mo como fenômeno parte do processo de integração regional euro-
peu. A hipótese é que o multilinguísmo passou a configurar a agenda
de integração da União Europeia por que suas instituições e Estados-
membros desejam fomentar a criação de uma identidade comum no
bloco – uma identidade plural que possibilite a coexistência dessas
línguas e, consequentemente, diferentes culturas e etnias.
Assim, a primeira parte do artigo busca trazer a justificati-
va e a estrutura oficial trazida pela União Europeia em matéria de
multilinguismo, revelando sua importância a partir do que os do-
cumentos oficiais têm a dizer acerca do fenômeno, bem como seu
Regime e políticas propostas. Na segunda parte do artigo buscou-se
responder à pergunta “Quais as motivações para o multilinguismo
passar a fazer parte da agenda de Integração da União Europeia com
maior expressividade a partir da primeira década do novo milênio?”
a partir da análise das políticas linguísticas, de forma a complementar
a análise histórica de discurso de Wodak e Krzyżanowski, os quais
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Conclusão
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O multilinguismo na União Europeia
Vantagens e motivações de uma agenda política na primeira década do novo milênio
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Vantagens e motivações de uma agenda política na primeira década do novo milênio
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II Parte
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149
PARCERIA ESTRATÉGICA NO PAPEL:
ANÁLISE DO DISCURSO DAS DECLARAÇÕES
CONJUNTAS DAS CÚPULAS UNIÃO
EUROPEIA - BRASIL
Resumo
A parceria estratégica entre a União Europeia e o Brasil, que completa 10
anos em 2017, elevou as relações bilaterais a um novo patamar, instituin-
do um diálogo mais próximo, além da cooperação em inúmeros setores.
O presente artigo avalia esta parceria no plano do discurso oficial me-
diante a análise dos textos das declarações conjuntas das Cúpulas União
Europeia - Brasil. Desta forma, pretende-se identificar quais as priorida-
des em comum e observar a evolução do relacionamento bilateral.
Introdução
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comuns.
De modo a alcançar esse objetivo, primeiramente será expli-
citado o método de análise do discurso, considerando a influência
do contexto histórico-social. Em segundo lugar, será apresentado
um breve histórico das sete Cúpulas UE-Brasil já realizadas e quais
os principais temas que aparecem como prioridades compartilhadas.
Na sequência, a partir da classificação temática dos parágrafos das
declarações conjuntas, será analisada a evolução da parceria estratégi-
ca no plano do discurso oficial, enfatizando as mudanças ao longo do
tempo. Posteriormente, serão apontados, nas considerações finais, os
desafios dessa parceria estratégica para os próximos anos.
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Considerações finais
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Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
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Pulcinelli Orlandi. Campinas, SP: Pontes, 2008.
172
UNIÃO EUROPEIA E BRASIL: A
CONSTRUÇÃO DA PARCERIA ESTRATÉGICA
SOB O ASPECTO DA PROMOÇÃO
DEMOCRÁTICA
Resumo
Este trabalho aborda a construção da parceria estratégica entre União
Europeia e Brasil tendo como ponto principal a análise do papel destes
na promoção da democracia. A discussão é feita a partir da releitura
dos posicionamentos brasileiros como defensor democrático a partir da
década de 90 e do bloco europeu desde a sua constituição. Levando-se
em consideração as variadas formas de promoção seja ela direta, indire-
ta, através da criação de condicionalidades democráticas e de parcerias,
argumenta-se que o Brasil foi escolhido como parceiro também pelo seu
papel em mantenedor da democracia em sua esfera de influência e que
a mesma é um dos pilares necessários para o sucesso do programa de
Política Externa tanto do Brasil como da União Europeia.
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institutivos da UE não havia nenhuma menção à palavra “democra-
cia”. A primeira menção à uma cláusula democrática no contexto
da integração foi feita em Janeiro de 1962, quando foi aprovado
pelo Parlamento Europeu o relatório Birkelbach, no qual condições
políticas necessárias foram estabelecidas para a associação a então
Comunidade Econômica Europeia (CEE) (Bacarani, 2010:306).
Segundo Pridham (2005) o relatório decidiu que “Apenas es-
tados que garantirem em seus territórios práticas verdadeiramente
democráticas e respeito aos direitos e liberdades fundamentais po-
dem se tornar membros da Comunidade1 (Pridham, 2005:30, tradução
nossa). Um efeito desta condicionalidade foi que em 1962 a Espanha,
sob o governo de Franco, teve o seu status de associação derrubado
e somente um acordo comercial foi firmado. Algo similar ocorreu
com a Grécia após o golpe de 1967. Após o ocorrido a CEE decidiu
congelar sua associação com o país (Bacarani, 2010: 306).
O final da década de 1970 e o início dos anos 80 foram mar-
cados pelo processo de acessão da Grécia, Portugal e Espanha à
CEE e pela Declaração sobre a Democracia na reunião do Conselho
Europeu em Abril de 1978. Ela determinava que o respeito e a manu-
tenção da democracia parlamentar e dos direitos humanos em todos
os estados membros eram “elementos essenciais para a sua parti-
cipação como membro da CE”. Como afirma Bacarani (2010), de
uma forma geral, a literatura nos mostra que o papel exercido pela
Comunidade Europeia no processo de consolidação da democracia
dos três países supracitados no decorrer dos anos 80 se deu de forma
indireta. Ou seja, a estratégia de promoção da democracia “foi mar-
cada por uma distinta falta de procedimentos e sua operação através
de uma abordagem ad hoc e uma tendência contínua de reagir aos
1 ‘Only states which guarantee on their territories truly democratic practices and
respect for fundamental rights and freedoms can become members of the Community.’
(Pridham, 2005:30, original)
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União Europeia e Brasil: a construção da parceria estratégica sob o aspecto da promoção
democrática
dos países da América Latina nos mostra, mais uma vez, a importân-
cia da agenda de promoção democrática da União Europeia.
Portanto, em 4 de Julho de 2007 foi assinada em Lisboa a
parceria estratégica UE-Brasil, a qual deu início a uma nova fase na
relação entre os atores. Esperava-se que esta caracterizaria um maior
engajamento bilateral, fundado em um diálogo político que privile-
gia o alcance de objetivos comuns (Ferreira-Pereira, 2010: 5-6; Silva,
2011:9). O instrumento foi firmado tendo como base os valores de-
fendidos por ambos, como a democracia, o Estado de Direito e so-
bre essa base buscariam a defesa do multilateralismo, a promoção
dos direitos humanos e a cooperação em lidar com os desafios glo-
bais da atualidade (Ferreira-Pereira, 2010:6; Silva, 2011:9).
Segundo o Plano de Ação Conjunta da parceria estratégica
Brasil-União Europeia:
O Brasil e a UE atribuem máxima importância
à estabilidade e à prosperidade da América
Latina e do Caribe e da Europa. O Brasil e a
UE concordam em trabalhar juntos no contexto
de sua Parceria Estratégica com vistas ao
fortalecimento das relações políticas, econômicas
e culturais birregionais. (MRE, 2011: p.27)
193
Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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União Europeia e Brasil: a construção da parceria estratégica sob o aspecto da promoção
democrática
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196
União Europeia e Brasil: a construção da parceria estratégica sob o aspecto da promoção
democrática
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OS DEZ ANOS DA PARCERIA ESTRATÉGICA
UNIÃO EUROPEIA – BRASIL: OS DESAFIOS
E CONSONÂNCIAS DE UM PROJETO DE
COOPERAÇÃO ESTRATÉGICA
Resumo
As décadas de relações bilaterais entre a Europa e o Brasil foram inicial-
mente ofuscadas pelo processo de integração regional promovido pelo
Mercosul, entretanto, crises internas e a dificuldade na firmação de um
Acordo de Associação Inter-regional e o destaque da economia brasi-
leira no cenário internacional, culminaram em 2007 com a 1º Cúpula
União Europeia – Brasil, onde firmaram uma Parceria Estratégica, que
possuía como características a aproximação em diversos temas de in-
teresse mútuo. As Cúpulas e os Planos de Ação Conjunta guiaram os
discursos da Parceria Estratégica, estabelecendo seus desafios e pontos
de consonância. Neste ano, a parceria completa 10 anos em torno de
muitas incertezas diante dos desafios internos de seus parceiros. Para
este trabalho, se faz necessária a compreensão e a resolução dos desafios
encontrados pela parceria em seus diálogos em torno do comércio, al-
teração climáticas, direitos humanos, multilateralismo, democracia, inte-
gração regional e segurança internacional, portanto se fará uso das teo-
rias da Interdependência Complexa, do Institucionalismo Neoliberal e
do Poder Brando para alicerçar as práticas a serem tomadas pela Parceira
em um mundo internacional em constante mudança.
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projeto de cooperação estratégica
INTRODUÇÃO
1 Precedido pelo Tratado de Assunção, em 1991, que criou o Mercado Comum do Sul
(Mercosul), sendo seus signatários Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
2 Informação disponível em: < http://data.worldbank.org/?locations=BR-AR-BO-
UY-PY-CLVE-EC-PE-SR-GY-CO>.
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3 Até o Brasil ser escolhido os únicos países a terem esse posto eram: Canadá, China,
Índia, Japão e Rússia.
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projeto de cooperação estratégica
aprimoramento,
“[...] a Parceria Estratégica é uma ferramenta
discursiva que reestrutura o que tradicionalmente
foi pensado em termos de diplomacia bilateral
entre potencias significantes, o que é mais
consistente com um cenário de multipolaridade
emergente num mundo inter-relacionado. [...]”.
(FONSECA; LAZAROU, 2013).
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4 Grupo formado por países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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projeto de cooperação estratégica
Referências Bibliográficas
AZPÍROZ, María Luisa. The EU-Brazil strategic partnership and the United
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projeto de cooperação estratégica
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A COOPERAÇÃO NA ÁREA DE SEGURANÇA:
UMA ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DA
PARCERIA ESTRATÉGICA ENTRE BRASIL E
UNIÃO EUROPEIA DURANTE O GOVERNO
LULA (2003-2010)
Resumo
O objetivo do presente trabalho é analisar as possibilidades de coope-
ração no âmbito da segurança, derivadas da parceria estratégica firmada
entre Brasil e União Europeia em 2007. Com este fim, é feito um apa-
nhado geral dos paradigmas da política externa brasileira, com enfoque
no período do governo Lula (2003-2010). Para complementar a análise,
busca-se entender a importância do Brasil para a União Europeia por
meio da lente das parcerias estratégicas, que podem ser caracterizadas
como ferramentas de ação bilateral do bloco europeu. É possível identi-
ficar áreas de potencial cooperação que têm sido contempladas pela par-
ceria, como o comércio, a educação e o meio ambiente. Por fim, o caso
da segurança é abordado para exemplificar uma das áreas da parceria es-
tratégica Br-UE em que não foi possível verificar convergências, apesar
da presença do discurso securitário em documentos oficiais relativos à
parceria. Com o marco teórico da securitização, analisa-se a divergência
nas agendas de segurança dos atores envolvidos, bem como a questão
dos Complexos Regionais de Segurança, condicionantes dos diferentes
interesses de Brasil e UE.
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INTRODUÇÃO
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ser lembrado que outros atores internacionais também têm suas polí-
ticas externas passíveis de serem analisadas, como é o caso da União
Europeia, uma união econômica e política constituída por 28 estados
europeus.
O fato é que para entender as ações da UE no cenário inter-
nacional deve-se deixar de lado o paradigma realista, em que apenas
os estados importam, e analisar a natureza específica da UE, que se-
gundo Nuno Severiano (1998) não é simplesmente um ator, mas um
“ator em processo”. Trata-se de um processo de integração inacaba-
do, em contínua construção e composto por um complexo de regras
e instituições, sendo este complexo o estruturador da ação política
externa da União (TEIXEIRA, 1998).
Ainda para explicar o cerne da movimentação internacional
da UE, Teixeira (1998) recorre à história, precisamente durante os
anos 50 e 60, quando sua participação na cena mundial era limitada a
esfera das relações econômicas e a chamada Comunidade Econômica
Europeia11 restringia sua ação comunitária à política comercial co-
mum e às políticas de comércio externo. O autor diferencia a anterior
atuação da UE da atual utilizando-se dos conceitos de high politics e
low politics12, em que as relações puramente econômicas presentes no
início do processo de integração são as low politics, ao passo que a
diplomacia e as políticas de segurança e defesa existentes atualmente
caracterizam as high politics.
Já nos anos 70 é iniciado o processo de transbordamento dessas
relações por meio de arranjos nas políticas externas dos estados mem-
bros, que configurou o início de uma lógica de intergovernabilidade,
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sil-União Europeia durante o governo Lula (2003-2014)
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247
Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
248
RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE BRASIL E
UNIÃO EUROPEIA: APOSTAR NO MERCOSUL
COMO INTERLOCUTOR?
Resumo
A União Europeia, desde sua formação, vem representando para o
Brasil um de seus principais parceiros comerciais. Com a criação do
Mercosul o diálogo econômico latino-europeu passou a se concentrar
no novo bloco sul-americano. Contudo, a UE alterou sua forma de re-
lacionamento econômico com o Cone Sul ao perceber o potencial bra-
sileiro, e em 2007 propôs ao Brasil uma parceria estratégica exclusiva,
fato que gerou certa instabilidade com os países vizinhos. Apesar de
firmar uma parceria estratégica com o Brasil, as negociações em torno
de um Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e UE se desenrolam
até os dias atuais entre os dois blocos que possuem grandes assimetrias.
Este trabalho busca compreender, através de uma perspectiva neolibe-
ral, focada na Interdependência Complexa, de um contraponto basea-
do nas Teorias do Sistema Mundo e da Dependência e a luz da Teoria
Neofuncionalista, o papel brasileiro nas relações mercosulinas com a
UE e no Acordo de Livre Comércio que vem sendo negociado.
Introdução
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2 Neste trabalho, entende-se por países do Cone Sul os países membros do Mercosul.
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3 Tradução nossa: Uma vez que a integração sul americana dota-se de uma
personalidade jurídica, o impedimento desenvolvido em acordos anteriores dá lugar
ao Acordo Quadro UEMERCOSUL. Este deve, afinal, dar à luz uma associação inter-
regional de caráter político e econômico na qual o objetivo seria a liberalização recíproca
das trocas comerciais, promover a estratégia de investimento entre as empresas e reforçar
a cooperação política ao nível internacional e assim convergir as suas proposições nas
instâncias internacionais.
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4 Tradução nossa: [...]a União, que por um longo tempo acreditou ver no Mercosul
um reflexo da sua própria experiência, esperava que ao favorecer a coesão regional sul-
americana ela poderia exportar o seu modelo de integração, confrontar seus interesses na
região e consolidar sua identidade e projeção como um ator internacional.
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5 O TPP foi assinado por Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México,
Nova Zelândia, Peru, Singapura, Estados Unidos e Vietnã.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Relações Econômicas entre o Brasil e a União Europeia: apostar no Mercosul como interlocutor?
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Relações Econômicas entre o Brasil e a União Europeia: apostar no Mercosul como interlocutor?
269
O ACORDO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE O
MERCOSUL E A UNIÃO EUROPEIA SOB
UMA PERSPECTIVA EVOLUTIVA: FATORES
NACIONAIS, REGIONAIS E INTERNACIONAIS
MOLDANDO AS RELAÇÕES ENTRE OS
BLOCOS
Resumo
O entendimento das negociações em torno do acordo de associação
entre MERCOSUL e a União Europeia sob uma ótica estrutural e jurí-
dica é essencial para compreender os entraves e barreiras existentes nos
mais de 10 anos de negociações em torno dele. Este estudo pretende
mostrar que a relação entre blocos, mais complexa que relações pura-
mente bilaterais, apresenta diversas questões intrínsecas aos países e à
estrutura nas quais eles estão inseridos regionalmente que impedem a
celeridade no fechamento de propostas. Dessa forma, tomaremos uma
análise multinível – nacional, regional e internacional – para pontuar as
questões inerentes ao seu atraso, congelamento e processo de retomada.
Analisando o perfil comercial de ambos, destacaremos as questões sen-
síveis ao acordo e, baseando na estrutura do MERCOSUL, tentaremos
buscar as razões por trás dos entraves nas negociações.
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O acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia sob uma perspectiva evolutiva:
fontes nacionais, regionais e internacionais moldando as relações entre os blocos
Introdução
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fontes nacionais, regionais e internacionais moldando as relações entre os blocos
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2 Além disso, no que tange aos serviços, a proporção do comércio com relação ao
total exportado chega a 27,7%, faixa atingida apenas pelo Uruguai entre os membros
do MERCOSUL, demonstrando uma incipiência desse comércio entre os membros do
bloco, se comparados à UE. Apesar do foco em manufaturados, é essencial notar o peso
dos serviços na pauta de comércio da UE para entender suas motivações ao negociar.
3 A UE disponibiliza desde 2005 o relatório sobre perfis de comércio. É importante
ressaltar que os percentuais apresentados na tabela que se mantêm constantes se
analisarmos os dados dos perfis de comércio da OMC desde 2005. Essa consideração é
importante, uma vez que os setores envolvidos não tiveram nenhuma mudança substancial
na pauta de exportação e importação do MERCOSUL na última década.
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fontes nacionais, regionais e internacionais moldando as relações entre os blocos
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fontes nacionais, regionais e internacionais moldando as relações entre os blocos
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11 SARAIVA, Miriam. “Brazilian Strategic Partnerships with Lula and Dilma Rousseff:
the role of the European Union” German Institute of Global and Areas Studies (GIGA).
Março de 2013.
12 BARRAL, ibidem, p. 66.
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fontes nacionais, regionais e internacionais moldando as relações entre os blocos
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fontes nacionais, regionais e internacionais moldando as relações entre os blocos
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Conclusões
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fontes nacionais, regionais e internacionais moldando as relações entre os blocos
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Concurso de Monografias da União Europeia no Brasil
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288
A presente obra objetiva apresentar alguns dos
principais debates no cenário da academia brasileira
sobre a União Europeia (UE), bem como os contor-
nos preponderantes do seu diálogo político com o
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e, sobretudo,
com o Brasil.
Ao tomar essa direção, a obra se constrói em
torno de dois eixos basilares: de um lado, desvenda
questões que estão na ordem do dia da agenda inte-
gracionista europeia, e que atestam para a faceta sui
generis do mais complexo modelo de integração regio-
nal do cenário hodierno; de outro lado, evidencia-se a
preocupação de situar os mecanismos de cooperação
entre atores no contexto das alterações advindas dos
novos processos internacionais que favorecem intera-
ções em uma sociedade multifacetária que demanda
a coordenação de esforços para a formulação de res-
postas aos grandes desafios mundiais. Neste sentido,
identificam-se as congruências, tensões e contradições
do relacionamento euro-sul-americano que, desde os
primórdios revela-se marcado por interesses ora con-
vergentes, ora divergentes, mas que podem se traduzir
em mútuas conveniências.