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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ANIBAL JOSEF METZDORF

Monografia
AS RELAÇÕES COMERCIAIS DE BRASIL E
ALEMANHA NO PERÍODO 2000-2007

ITAJAÍ
2008
ANIBAL JOSEF METZDORF

AS RELAÇÕES COMERCIAIS DE BRASIL E


ALEMANHA NO PERÍODO 2000-2007

Monografia desenvolvida para o


Estágio Supervisionado do Curso de
Comércio Exterior do Centro de
Ciências Sociais Aplicadas –
Gestão, da Universidade do Vale do
Itajaí.

Orientador: Prof. MSc. Luiz Carlos


Coelho

ITAJAÍ
2008
A Deus por proporcionar-me a
concluir mais uma etapa da minha
vida. Aos meus pais, irmão e a toda
minha família que, com muito
carinho e apoio, não mediram
esforços para que eu chegasse até
esta etapa de minha vida. Ao
professor MSc. Luiz Carlos Coelho
pelo incentivo e grande
conhecimento que tornou a sua
orientação uma valiosa colaboração
para a elaboração deste trabalho. Ao
Coordenador do curso de Comércio
Exterior professor MSc. Manoel
Antônio dos Santos, pela valiosa
amizade, pela paciência e pela
incansável disposição em colaborar
e ajudar a todos. A todos os
professores da UNIVALI do Curso de
Comércio Exterior, que foram tão
importantes na minha vida
acadêmica e no desenvolvimento
desta monografia. A todos os amigos
e colegas de turma pelos momentos
agradáveis vividos e pelo grande elo
de amizade formado.
3

“A imaginação é mais importante


que a ciência, porque a ciência é
limitada, ao passo que a imaginação
abrange o mundo inteiro”.
(Albert Einstein)
EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário
Anibal Josef Metzdorf

b) Área de estágio
Economia Internacional

c) Orientador de conteúdo
Prof. MSc. Luiz Carlos Coelho

e) Responsável pelo Estágio


Profª. Natalí Nascimento
RESUMO

Este trabalho teve o objetivo de estudar as relações comerciais entre Brasil e Alemanha no período
2000 - 2007, apresentando assim os aspectos gerais e os principais acordos bilaterais de Brasil e
Alemanha, destacando-se também as exportações e importações entre os dois países no período de
2000 - 2007, como as perspectivas para um incremento das relações comerciais entre os dois países.
Quanto à metodologia deste trabalho monográfico, deu-se através do método qualitativo, permitindo
assim uma forma a construção de uma visão mais profunda sobre o tema. Já quanto ao seu meio,
utilizou-se a bibliográfica e quanto aos seus objetivos, essa Monografia caracteriza-se por ser
descritiva, onde os fatos são observados e interpretados de maneira geral. Atualmente as relações
comerciais internacionais são de extrema importância para o desenvolvimento econômico e social de
cada país, também para o Brasil e a Alemanha. O governo brasileiro identifica a Alemanha como um
país de grande potencial, que pode oferecer maiores chances de comércio externo com o Brasil, já
que a relação comercial com aquele país contribuiu positivamente para o superávit de balança
comercial no período de 2000 a 2007 e na diversificação da pauta do Comércio Exterior brasileira.
Percebeu-se que o aperfeiçoamento das relações comerciais com a Alemanha neste período
demonstrou grandes possibilidades de expansão. Cabe aos produtores nacionais e ao governo
brasileiro a responsabilidade, da formação de parcerias que insiram o país como um dos principais
parceiros econômicos da Alemanha na América Latina. Para que o Brasil possa participar mais
ativamente e de maneira mais significativa do comércio bilateral com a Alemanha, o governo deverá
incentivar e promover as exportações para o mercado alemão, buscando assim um aperfeiçoamento
de suas políticas comerciais, ousando em investidas externas e promoções de novos produtos que
ainda não fazem parte da pauta de exportação para a Alemanha. Porém, é preciso, que o governo
brasileiro melhore a infra-estrutra de transporte nacional, reduza a burocracia do comércio exterior
brasileiro, invista na segurança do Estado, para que essa parceria de investimentos e cooperação
empresarial possa contribuir ainda mais para a intensificação da presença alemã no Brasil. Os
acordos existentes e os que estão surgindo entre os dois países nas áreas comerciais, poderão e
deverão contribuir ainda mais para a modernização da economia brasileira e ao mesmo tempo
fortalecer o comércio exterior brasileiro, tornando assim a Alemanha um dos seus principais parceiros
comerciais para o futuro.

Palavras-chave: Relações Comerciais – Alemanha – Brasil.


LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Principais países compradores do Brasil em 2007 38


Tabela 2 – Principais países fornecedores ao Brasil em 2007 39
Tabela 3 – Principais produtos exportados pelo Brasil em 2007 39
Tabela 4 – Principais produtos importados pelo Brasil em 2007 40
Tabela 5 – Intercâmbio comercial brasileiro – 2000/2007 41
Tabela 6 – Principais blocos importadores da Alemanha em 2007 42
Tabela 7 – Principais produtos exportados pela Alemanha em 2007 42
Tabela 8 – Principais blocos exportadores da Alemanha em 2007 43
Tabela 9 – Principais produtos importados pela Alemanha em 2007 44
Tabela 10 – Intercâmbio comercial do Brasil com a Alemanha entre 2000 e 2007 46
Tabela 11 – Exportações brasileiras para a Alemanha entre 2000 e 2007 46
Tabela 12 – Importações brasileiras da Alemanha entre 2000 e 2007 47
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LISTA DE SIGLAS

ABDID - Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base


ALCA – Área de Livre Comércio das Américas
APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico
ASEAN – Associação das Nações do Sudeste Asiático
BIRD – Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento
BMZ – Bundesministerium für wirtschaftliche Zusammenarbeit und Entwicklung
CAMEX – Câmera de Comércio Exterior
CARICON – Comunidade do Caribe e Mercado Comum
CEI – Comunidade dos Estados Independentes
DB – Deutsche Bahn
DESTATIS – Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha
DW – Deutsche Welle
EUA - Estados Unidos da América
FMI – Fundo Monetário Internacional
GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICE – Intercity Express
MDIC – Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
MRE – Ministerio das Relações Exteriores
NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte
OIC – Organização Internacional do Comércio
OMC – Organização Mundial do Comércio
PEI – Política Externa Independente
PIB – Produto Interno Bruto
RFA – República Federal Alemã
SADC – Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento
SC - Santa Catarina
TNP – Tratado de Não-Proliferação
UE – União Européia
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................9
1.1 Objetivo geral .................................................................................................10
1.2 Objetivos específicos......................................................................................10
1.3 Justificativa .....................................................................................................10
1.4 Abordagem geral do problema .......................................................................11
1.5 Questões específicas .....................................................................................11
1.6 Pressupostos..................................................................................................12
2 METODOLOGIA ................................................................................................13
2.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................13
2.2 Área de abrangência ......................................................................................13
2.3 Coleta e tratamento dos dados.......................................................................14
2.4 Apresentação e análise dos dados.................................................................14
3 COMÉRCIO INTERNACIONAL .........................................................................15
3.1 A evolução do Comércio Internacional ...........................................................15
3.2 Globalização...................................................................................................17
3.3 Competitividade..............................................................................................19
3.4 Formação dos Blocos Econômicos ................................................................21
3.5 Órgãos Reguladores do Comércio Internacional............................................23
4 ASPECTOS GERAIS DO BRASIL E DA ALEMANHA .......................................25
4.1 Aspectos geográficos, culturais, sociais, e econômicos do Brasil ..................25
4.2 Aspectos geográficos, culturais, sociais, e econômicos da Alemanha ...........29
4.3 O surgimento de uma parceira .......................................................................33
5 MERCADO BRASILEIRO E ALEMÃO ...............................................................37
5.1 Mercado Brasileiro..........................................................................................37
5.2 Mercado Alemão ............................................................................................41
6 COMÉRCIO BILATERAL BRASIL-ALEMANHA.................................................44
6.1 Intercâmbio Comercial com a Alemanha ........................................................44
6.2 Principais acordos existentes entre Brasil e Alemanha ..................................47
6.3 Novas possibilidades da Relação Comercial entre Brasil e Alemanha...........53
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................57
REFERÊNCIAS.........................................................................................................59
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS......................................................................62
9

1 INTRODUÇÃO

O comércio vem se desenvolvendo com a história da humanidade. Na


antiguidade, os povos desenvolviam um comércio de subsistência, para alcançar as
suas necessidades de abastecimento de alimentos, ou artigos de luxo para o uso
das classes mais privilegiadas. Esse tipo de comércio prevaleceu até a Idade Média,
quando a partir do século XVI houve uma expansão comercial, surgindo poderosas
nações-estado, fundamentadas nas práticas mercantilistas.
Com o passar do tempo, as relações comerciais foram se desenvolvendo
cada vez mais e deixando de atender as necessidades básicas da sociedade,
passando assim a atender as necessidades de conforto e satisfação dos povos.
Essa prática tornou o comércio internacional algo de extrema importância para os
países.
As mudanças que foram acontecendo ao longo da história do comércio
internacional, geraram uma integração e complementação entre os países. Para
aumentar essa integração, os países criaram acordos bilaterais, com o objetivo de
facilitar e desenvolver a comercialização entre os dois Estados acordados.
A partir do início da década de 90, o governo brasileiro passou a ter uma
maior preocupação no sentido de incrementar suas relações comerciais
internacionais. Com o objetivo não só de conseguir uma Balança Comercial mais
favorável, como também estabelecer um maior intercâmbio social e cultural, o Brasil
firmou novos acordos e antigos tratados foram revisados.
Atualmente dentre os países que o Brasil mantém relações comerciais, a
Alemanha vem se destacando por ser um dos principais importadores de produtos
brasileiros, além de ser também um país que tem demonstrando grande interesse no
desenvolvimento de parcerias em vários setores com o Brasil.
Neste sentido, este trabalho de monografia tem o objetivo de apresentar as
relações comerciais entre o Brasil e Alemanha no período de 2000-2007,
destacando os principais acordos entre os dois Estados.
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1.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é apresentar as relações comerciais entre


Brasil e Alemanha no período de 2000-2007.

1.2 Objetivos específicos

Como objetivos específicos pretende-se:


• Apresentar os principais aspectos geográficos, econômicos, culturais e
sociais de Brasil e Alemanha
• Identificar os principais acordos bilaterais entre Brasil e Alemanha
• Destacar as exportações e importações entre os dois países no
período de 2000 – 2007

1.3 Justificativa

As relações internacionais assumiram um papel muito importante no novo


cenário internacional nos últimos anos, mostrando assim a crescente necessidade
de avançar no comércio com outros países, ou de participar de blocos econômicos
regionais, com o objetivo de fazer parte da nova ordem econômica mundial.
Este trabalho monográfico aborda os principais acordos existentes entre o
Brasil e a Alemanha, e as possibilidades de aumentar este comércio bilateral
visando buscar uma economia mais favorável e estável para o Brasil.
Os resultados deste estudo poderão servir de subsídios para empresas e
demais pessoas que desejam adquirir maiores conhecimentos sobre as relações
comerciais de Brasil e Alemanha no período de 2000 - 2007.
Para a UNIVALI e outros acadêmicos será um material de apoio e consulta
sobre a importância das relações comerciais entre Brasil-Alemanha.
11

Para o acadêmico será um conhecimento mais específico sobre o assunto,


tendo em vista que o mesmo pretende atuar na área de comércio exterior com foco
nas relações de Brasil e Alemanha.

1.4 Abordagem geral do problema

A dificuldade em produzir tudo aquilo que necessita e o interesse em exportar


o excedente do que produz é o que leva os países a se lançarem no mercado
internacional. Um dos grandes desafios do governo brasileiro para alcançar ainda
mais o comércio internacional foi procurar novos parceiros comerciais e estabelecer
mais acordos bilaterais. Além disso, o governo brasileiro tem tentado manter e
incrementar as relações já existentes com os demais países.
Mesmo diminuindo os investimentos externos nos últimos anos, a Alemanha é
um dos principais parceiros econômicos para o Brasil. Através deste trabalho
demonstra-se a importância comercial da Alemanha para o Brasil, destacando os
principais acordos comerciais entre os dois países.
Este trabalho foca a relação comercial entre Brasil e Alemanha no período de
2000 até 2007, além de verificar quais são os produtos e setores que se destacam
para o Brasil e Alemanha no mesmo período.

1.5 Questões específicas

• Quais as vantagens de um país manter acordos bilaterais?


• Qual é a importância da relação comercial com a Alemanha para o
Brasil?
• De que forma as relações comerciais existentes podem influenciar nos
fatores econômicos e sociais dos dois Estados e trazer vantagens para
o Brasil?
12

1.6 Pressupostos

a) Os acordos bilaterais são de fundamental importância para cada Estado.


Estes acordos servem como instrumento para aumentar o intercâmbio comercial e
acessível às economias diferentes, facilitar assim o livre comércio entre eles, superar
as barreiras tradicionais como idioma, legislação, moeda, subsídios, entre outros,
transforma assim esses países em parceiros comerciais.
b) A Alemanha é dos maiores parceiros econômicos do Brasil e um dos
investidores no mercado brasileiro. Esta parceira representa desenvolvimento e
aumento da economia brasileira. Nos últimos anos o comércio entre Brasil e
Alemanha vem se apresentando positivamente com crescimentos. A Alemanha é
uma ótima fonte de captação de recursos para o Brasil, sendo assim de extrema
importância de sua contribuição tecnológica, científica, social e econômica para o
país.
c) Entender que as relações comerciais existentes são o instrumento que
aproxima as duas economias diferentes, podem interferir de forma positiva na
balança comercial brasileira, pois a Alemanha é um dos mais importantes
importadores dos produtos brasileiros.
Além disso, outros setores podem ser beneficiados não só com os acordos já
existentes, mas também outras que ainda podem ser desenvolvidos pelos governos
dos dois Estados. Sabe-se que o Brasil é um país em desenvolvimento, que precisa
de tecnologia, necessita ainda melhorar o nível educacional de sua população, bem
como tem que se adequar às leis ambientais internacionais.
13

2 METODOLOGIA

A metodologia que foi utilizada neste trabalho de monografia está


apresentada neste capítulo, mostrando o tipo de pesquisa, área de abrangência,
coleta e tratamento de dados, apresentação e análise dos mesmos.

2.1 Tipo de pesquisa

Para a elaboração do presente projeto de monografia, que visa o estudo das


relações comerciais Brasil-Alemana, foi utilizado o método qualitativo, além de ser
uma investigação do tipo bibliográfica. Para Oliveira (1997, p.117):

As pesquisas que se utilizam a abordagem qualitativa possuem a facilidade


de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou
problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar
processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar
contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de
determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a
interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos
indivíduos.

Quanto aos seus objetivos, este trabalho caracterizou-se por ser descritivo,
onde conforme Andrade (1995, p.15), “nesse tipo de pesquisa, os fatos são
observados, registrados, analisados, classificados, e interpretados, sem que o
pesquisador interfira sobre eles”. Sendo assim todos os dados coletados estão
expostos de forma neutra sem a interferência do pesquisador.

2.2 Área de abrangência

Este trabalho monográfico foi desenvolvido na área de Economia


Internacional, mais precisamente na área de Relações Comerciais entre Estados.
14

2.3 Coleta e tratamento dos dados

A coleta dos dados para elaboração deste trabalho se deu através de


instrumentos bibliográficos como livros, revistas, periódicos e artigos retirados da
internet.

2.4 Apresentação e análise dos dados

Os resultados obtidos foram apresentados, estudados e interpretados na


forma de textos explicativos, tabelas, gráficos e ilustrações permitindo ao leitor uma
melhor compreensão do assunto exposto.
15

3 COMÉRCIO INTERNACIONAL

Este capítulo desta monografia trata da revisão bibliográfica que fundamenta


teóricamente esse estudo e para tanto se apresentam alguns temas como a
evolução do comércio internacional, a globalização, a abertura comercial brasileira, a
competitividade, formação dos blocos econômicos e os órgãos reguladores do
comércio internacional.

3.1 A evolução do Comércio Internacional

Pode-se dizer que o primeiro ato de comércio ocorreu na antiguidade, quando


o homem trocou um produto por outro. Presença constante na vida cotidiana, o
comércio impulsiona o progresso, a cultura, as artes, a tecnologia e a imaginação
das pessoas, e com o passar dos anos foi se intensificando e superando os limites,
passando a ser entre cidades, regiões e Estados.
As nações desde cedo foram descobrindo, de que as vantagens de trocar
suas mercadorias, nada mais é do que o intercâmbio comercial entre os países,
sendo representado basicamente pelas importações e exportações.
Segundo o autor Guidolin (1991, p.29) pode-se afirmar que:

[...] durante, e ao longo da história mundial, os registros históricos, que os


homens de negócios, as classes intelectuais, os estadistas, o clero, as
organizações militares, procuravam estudar e entender as grandes
mutações que ocorriam em diferentes períodos e áreas. Muitos estudiosos
passaram então a trazer a público suas teorias e explicações para todas
essas mutações.

Já no início do século XVI, enquanto o comércio internacional estava


crescendo e os comerciantes se destacavam cada vez mais na sociedade, a
necessidade de reconstrução econômica fez com que os Estados europeus
desenvolvessem novos eixos de exportações e importações, além de melhorar os já
existentes. A guerra havia revelado a intensidade da interdependência mundial, e da
mesma consciência, foi responsável pela criação da Organização das Nações
16

Unidas (ONU). Já durante o ano de 1500, devido à expansão do comércio e da


economia, houve o surgimento de uma nova classe social a capitalista, onde se
originou a doutrina e a prática mercantilista. Assim, com o passar do tempo novas
técnicas foram surgindo e a partir daí observou-se que o comércio internacional foi
se desenvolvendo juntamente com o progresso econômico mundial, chegando aos
dias atuais.
O autor Ratti (1994) afirma que “cada país deveria especializar-se na
produção daqueles artigos que pudesse produzir de maneira vantajosa, trocando,
posteriormente, o excedente dessa produção por artigos produzidos por outros
países”.
O comércio internacional é visto como a principal fonte de divisas para um
país, e tem o objetivo em trazer uma balança comercial favorável, ou seja, exportar
mais bens e servicos do que se importa, através das fronteiras nacionais e
internacionais. Na maioria dos Estados, ele concebe uma grande parcela do Produto
Interno Bruto (PIB), e está presente em grande parte da história da humanidade,
mas a sua importância econômica, social e política se tornaram crescente nos
últimos séculos.
Segundo (Maia, 2000, p. 26):

[...] o comércio internacional é uma disciplina da teoria econômica, que,


juntamente com o estudo do sistema financeiro internacional, forma a
disciplina da economia internacional. A troca, nos dias atuais, ultrapassou
as fronteiras, tornando-se o Comércio Internacional. O economista Venicius
Dias de Oliveira define Comércio Internacional como uma via de duas mãos.
Isso porque as vendas são representadas pelas exportações e as compras
pelas importações.

Com a oportunidade de vender bens e serviços no exterior, muitos países


conseguiram desenvolver suas economias em função da demanda externa,
produzindo para a exportação. Dessa forma geravam oportunidades de emprego
que acabam contribuindo para o incremento da renda nacional. Os Estados que
permitem que mercadorias de outros países sejam vendidas em seu mercado
interno têm condições de exigir “reciprocidade” dos seus parceiros comerciais,
gerando assim uma nova parceria que irá trazer benefícios tanto para o país
cedente, quanto para o Estado que está se introduzindo no novo mercado.
Atualmente vive-se diante de um mundo onde as interdependências das
nações e a complementaridade das economias são cada vez mais essenciais para a
17

sua sobrevivência. O comércio está sendo cada vez mais encarado como um
instrumento estratégico para o desenvolvimento dos Estados, uma vez que elas não
mais comerciam somente para atender suas necessidades primárias e secundárias,
mas também vislumbram maiores lucros e aperfeiçoamento de suas economias.
Com isso visam um crescimento cada vez maior para suas economias, bem como o
desenvolvimento sócio-cultural de sua população.

3.2 Globalização

Pode-se afirmar que a globalização é um dos processos de aprofundamento


da integração econômica, social, cultural e política, com a elevação dos meios de
transporte e o diálogo entre os Estados do mundo no final do século XX e início do
século XXI.
Segundo Maia (2003, p. 75):

O objetivo da globalização seria beneficiar o consumidor que usufruiria de


produtos mais baratos. Entretanto, as classes trabalhadoras vêem com
pessimismo a globalização porque, concentrando-se na produção em
grandes conglomerados, a tendência é eliminar a pequena empresa que é a
grande criadora de empregos.

A palavra globalização, em sentido restrito, significa internacionalização,


integração e uniformização de idéias, valores e atitudes, mas em sentido amplo é a
integração de todo o mundo onde o homem vive.

Globalização significa experiência cotidiana da ação sem fronteiras nas


dimensões da economia, da informação, da ecologia, da tecnologia, dos
conflitos transculturais e da sociedade civil, e também o acolhimento de algo
a um só tempo familiar que não se traduz em um conceito, que é de difícil
compreensão, mas que transforma o cotidiano com violência inegável e
obriga a todos a se acomodarem à sua presença e a fornecer respostas.
(BECK, 1999).

Os efeitos da globalização ficam mais evidentes na esfera econômica que


podem ser observados com a interligação das bolsas de valores de todo o mundo, a
adoção de uma moeda única por blocos de países e a eliminação de barreiras
comerciais. Além disso, grandes quantias de dinheiro podem ser movimentadas em
18

segundos de um Estado para o outro com pequenas instruções em sistemas


monetários e oscilações em uma bolsa de valores no oriente podem ter seu efeito
percebido imediatamente no ocidente.
Na opinião de Alcoforado (1997, p. 16):

“As novas tecnologias propiciam, não apenas uma grande expansão do


comércio mundial, mas também uma maior integração entre os povos. As
telecomunicações associadas à informática contribuíram decisivamente
neste sentido.”

Os avanços tecnológicos, portanto, contribuem para a globalização não só da


economia, mas também de culturas e dos conhecimentos, o que acaba
proporcionando, às pessoas em qualquer parte do mundo, diversos tipos de
informações a cada minuto.
Com a eficiência e a agilidade que ocorreram as inovações tecnológicas, a
maioria da população mundial adotou esses fatores como ferramentas para realizar
negócios e para se comunicar a distância. Atualmente, essas tecnologias estão tão
difundidas e enraizadas que é impossível seguir por um caminho diferente deste.
Para Strenger (1998, p. 232):

“Países que até há pouco estavam atrelados a tecnologias primitivas, mas


empenhados em formular, implementar e executar políticas tecnológicas
independentes, foram obrigadas a abortar ou a reverter suas experiências
nesse sentido.”

Para avançar ainda mais o seu comércio, o Brasil deveria proporcionar


maiores benefícios e incentivos aos produtores internos para que dessa forma
possam conquistar assim um mercado maior no nível internacional. Outra estratégia
para promover as exportações, são os incentivos creditícios oferecidos pelo governo
federal, que pode financiar a produção destinada à exportação.
Um dos principais objetivos da criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul)
em 1991, foi de unir os países do Cone Sul em um bloco econômico, para viabilizar
o comércio exterior entre seus países membros, com redução de tarifas entre os
produtos comercializados. Esta foi uma das maneiras que a América do Sul
encontrou para defender-se e poder competir com outros blocos econômicos que
vêm surgindo nesse mundo globalizado.
19

Essas alianças tornam o Brasil cada vez mais integrado e graças à abertura
comercial os produtos brasileiros alcançam um melhor nível de competitividade e
maior aceitação nos mercados globalizados.

3.3 Competitividade

Atualmente a competitividade da indústria e dos serviços tornou-se uma das


preocupações principais, porque está intrinsecamente associada à capacidade de
preservar, gerar ou reduzir postos de trabalho. As transformações no desempenho
das empresas aceleraram-se nos primeiros anos da década de 90, quando foram
sucessivamente quebrados recordes de crescimento da produtividade, de adoção de
novas normas de procedimento como cortes de emprego. A vantagem competitiva é
originária das diferenças nas estruturas econômicas, valores, culturas e processos
industriais de cada Estado.
A vantagem da competitividade pode ser definida segundo Barney e Hesterly
(2007) quando uma empresa cria mais valor econômico do que suas rivais, e valor
econômico é a diferença entre os benefícios percebidos pelo consumidor associados
à compra de produtos ou serviços ganhos por uma empresa e o custo para produzir
e vender esses produtos ou serviços.
Percebe-se atualmente, que as nações podem e devem especializar-se nas
indústrias e segmentos em que suas empresas são mais produtivas e passar a
importar os produtos menos desenvolvidos em seu mercado interno, gerando assim
uma forma de aumento na produtividade da economia, que de acordo com
Rabechini Jr.; Carvalho (2003 apud CARVALHO; LAURINDO, 2007, p.59), a
competitividade é:

[...] o conjunto de esforços que será capaz de levar a organização a


construir uma vantagem competitiva sustentável é vital no contexto
estratégico. Nenhum país poderá ser competitivo em todos os setores, uma
vez que todos os recursos humanos, naturais e tecnológicos são sempre
limitados.
20

Atualmente a indústria conserva grande potencial de competitividade


internacional, mas sua integração com o resto do mundo ainda é reduzida devido ao
tímido nível de investimentos no país, muitas vezes ligado à fragilidade econômica e
política.
O primeiro sinal da importância do tema vem do simples fato de que nesses
Estados, essa informação é freqüentemente atualizada, como um dos indicadores
importantes do desenvolvimento da sociedade. Os investimentos em ciência e
tecnologia realizados no Brasil, pelo contrário, foram recentemente divulgados e
levantados oficialmente.
Na atual conjuntura econômica, percebe-se que a prosperidade econômica de
um país está intimamente ligada com sua capacidade competitiva e produtiva em
todas as áreas possíveis, sendo importante a atuação de vários fatores para se
conseguir o sucesso de um país, tanto internamente como externamente.

[...] o comércio internacional e o investimento estrangeiro, proporcionam


tanto a oportunidade de elevar o nível da produtividade nacional como
ameaçam seu aumento, e, até mesmo, sua manutenção. O comércio
internacional permite ao país aumentar sua produtividade, eliminando a
necessidade de produzir todos os bens e serviços dentro do próprio país.
(PORTER, 1993, p.7).

A tendência das empresas é de personalizar cada vez mais os seus produtos,


dirigindo-os para segmentos específicos do mercado, requerendo assim uma
comunicação mais aberta com o cliente, utilizando conceitos e linguagem que o
cliente conhece. Ou seja, ela tem que ser direta e ajustada ao seu público-alvo. A
responsabilidade social na preservação do meio ambiente, e os próprios efeitos do
consumo de seus produtos na saúde de seus clientes, também são fatores que
revelam a competitividade e, sem dúvida, terão peso nas decisões do empresário.
Pode-se destacar que existe a necessidade de uma reforma tributária, pois a
excessiva tributação no Brasil é um grande entrave para o comércio internacional
brasileiro. Além disso, as altas taxas de juros, que de certa forma acabam
entravando a economia e criando dificuldades fiscais, e a burocratização do sistema.
Além disso, é a infra-estrutura de transporte, que necessita ainda de uma reforma de
sua malha rodoviária, a introdução de novos modais de transporte como ferrovias,
vias fluviais entre outros, que de certa forma contribuiriam para redução dos custos
21

dos produtos. Outro fator é que no Brasil o acesso à tecnologia ainda é muito
precária, se comparada aos Estados desenvolvidos.

3.4 Formação dos Blocos Econômicos

A formação dos blocos tem se revelado um forte elemento da globalização, na


medida em que soma esforços de Estados em blocos que potencializam o seu poder
econômico e político. É tendência do mundo moderno unir várias nações em grupos
ou blocos. O capitalismo está num estágio que pede a evolução do comércio
internacional. É um processo impossível de se realizar dentro dos estritos limites de
um país ou de uma pequena região.
Uma das características na formação dos blocos econômicos é a redução ou
a eliminação das alíquotas de importação, objetivando a criação de zonas de livre
comércio. Esses blocos aumentam a interdependência das economias dos países
membros.
Para Carbaugh (2004, p. 290):

Integração econômica é um processo de eliminação de restrições ao


comércio, aos pagamentos e à mobilidade de fatores internacionais. A
integração econômica resulta, desse modo, da união de duas ou mais
economias nacionais por meio de um acordo comercial regional.

Os blocos econômicos podem ser vistos como associações de países, em


modo geral de uma mesma região geográfica, que estabelecem todas as relações
comerciais privilegiadas e atuam de forma conjunta no mercado internacional.
O primeiro e mais bem sucedido bloco econômico surgiu na Europa, com a
criação, em 1957, da Comunidade Econômica Européia, hoje a União Européia
(UE). Porém a tendência de regionalização da economia só foi fortalecida nos anos
90 com o fim da bipolaridade entre os dois grandes blocos da Guerra Fria, liderados
por Estados Unidos da América (EUA) e União Soviética, que estimularam a
formação de blocos independentes de livre-comércio, um dos processos de
globalização. Atualmente, os blocos mais importantes são: o Acordo de Livre
Comércio da América do Norte (NAFTA), a UE, a Cooperação Econômica da Ásia e
22

do Pacífico (APEC) e, em menor grau o Pacto Andino, a Comunidade do Caribe e


Mercado Comum (Caricom), a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean),
a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e a Comunidade da África
Meridional para o Desenvolvimento (SADC) e o Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL).
O Brasil está inserido no MERCOSUL, que é o seu mais importante projeto de
política externa até os dias atuais, juntamente com a Argentina, Paraguai e Uruguai
que, em 1991, através do Tratado de Assunção, estabeleceram um acordo com
objetivos comuns de desenvolverem-se economicamente e serem parceiros para o
desenvolvimento regional da América do Sul.
Atualmente o Brasil vem estudando sua entrada em um novo acordo
comercial, a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), que é um projeto dos
EUA, que se insere no movimento de reafirmação da hegemonia norte-americana à
escala mundial, desencadeado na década de 80. Suas origens remontam ao ano de
1990, quando o então presidente George Bush lançou a “Iniciativa para as
Américas”, durante a Reunião de Cúpula das Américas em Miami, em dezembro de
1994, reuindo 34 países das Américas, exceto Cuba, uma proposta de liberalização
do comércio hemisférico e de eliminação das restrições para os investimentos das
mega-empresas norte-americanas, que criaria um espaço privilegiado de ampliação
das fronteiras econômicas dos EUA. Sua população ficaria com aproximadamente
800 milhões de habitantes e com o PIB superior a US$ 13 trilhões.
A ALCA é também uma iniciativa que procura consolidar uma zona monetária
para o dólar e contrabalançar o impacto da formação de outros grandes blocos
regionais na Europa e na Ásia.
Atualmente, os EUA vêm preferindo celebrar acordos bilaterais de comércio
com os países da América Latina, estratégia que permite a essa grande potência
exercer maior poder de pressão.
23

3.5 Órgãos Reguladores do Comércio Internacional

Com o final da 2ª Guerra Mundial (1946), diversos países decidiram regular


as relações econômicas internacionais, com o objetivo de melhorar a qualidade de
vida de seus cidadãos, e por entenderem que os problemas econômicos
influenciavam diretamente nas relações entre os governos. Objetivando regular os
aspectos financeiros e monetários, criaram o Banco Mundial (BIRD) e Fundo
Monetário Internacional (FMI), e no âmbito comercial, foi negociada a criação da
Organização Internacional do Comércio (OIC), que seria como uma agência
especializada das Nações Unidas.
Essa primeira rodada de negociações resultou em 45.000 concessões e o
conjunto de normas e concessões tarifárias que passou a ser conhecido por Acordo
Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), que se transformou em um órgão
internacional para diversas rodadas de negociações sobre o comércio e a funcionar
como coordenador e supervisor do comércio internacional.
Os fundadores, junto de outros Estados, formaram um grupo que elaborou o
projeto da criação da OIC, tendo os EUA como um dos países mais atuantes no
convencimento da idéia do liberalismo comercial regulamentado em bases
multilaterais. As negociações que começaram em novembro de 1947, se estendendo
até março de 1948, aconteceu na cidade de Havana, em Cuba, e acabou sendo
encerrada com a assinatura da Carta de Havana. Nesta carta constava a criação da
OIC. O projeto da criação da OIC era ambicioso, visto que além de constituir
disciplinas para o comércio de bens, continha normas sobre emprego, práticas
comerciais restritivas, investimentos estrangeiros e serviços.
Mesmo os EUA tendo sido o Estado mais atuante nas negociações, algumas
questões políticas internas levaram o país a divulgar, em 1950, o não
encaminhamento do projeto ao Congresso para sua assinatura. Não tendo mais os
EUA como atuante, a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC)
fracassou. Assim, o GATT, um acordo que visava regular provisoriamente as
relações comerciais internacionais, foi o instrumento que realmente regulamentou as
relações comerciais por mais de quatro décadas.
Somente em 1º de janeiro de 1995, é que a OMC substituiu e absorveu o
GATT, que formalmente era apenas um acordo multilateral e não uma organização.
24

Em 1995, o GATT foi transformado na Organização Mundial do Comércio


(OMC). A OMC abraça as principais normas do GATT, mas seu papel foi
ampliado para incluir um mecanismo previsto para aperfeiçoar o processo
do GATT voltado à resolução da disputa comerciais entre as nações-
membros. (CARBAUGH, 2004, P. 206)

Os membros da OMC se reúnem a cada dois anos, pelo menos, desde sua
criação suas decisões são negociadas por seus representantes, sendo a reunião
ministerial a única instância em que podem ser implementadas novas regras sobre
quaisquer das áreas cobertas pela OMC ou sobre novas áreas, desde que exista
uma decisão consensual.
Atualmente a OMC adquiriu grandes responsabilidades visando consolidar
sua função de administração dos acordos multilaterais. Sua criação teve como
objetivo acabar com as guerras comerciais e diminuir as desigualdades entre os
países, bem como também evitar que os países utilizem de forma abusiva das
exceções previstas para momentos de crises, ou seja, a organização existe para
regular e fiscalizar se todos os países estão agindo dentro das normas do Acordo
Geral.
Para Thorstensen (1999), são alguns dos objetivos do Acordo que constitui a
OMC: Assegurar o pleno emprego e o crescente volume de receitas reais e
demanda efetiva; O aumento do padrão de vida; Expandir a produção e o comércio
de bens e de serviços.
Sendo assim, pode-se definir como a principal função da OMC a facilitação da
execução, a administração e o funcionamento dos diversos acordos multilaterais
sobre o comércio, bem como os acordos plurilaterais. A OMC dá preferência à
liberalização das políticas comerciais e do multilateralismo como princípios gerais da
ordem no comércio internacional. Os seus resultados refletem nos compromissos
possíveis de serem alcançados pelos seus membros, onde cada um vai buscar a
maximização de seus interesses.
Atualmente os acordos bilaterais vem desempenhando um importante papel
nas relações comerciais entre os Estados. O comércio Sul-Sul passou a ser uma
realidade muito importante nos dias atuais para o Brasil, isso porque a integração
dos países vem se desenvolvendo cada dia mais e a competitividade dos produtos
nacionais estão ganhando mais espaço nestes Estados.
25

4 ASPECTOS GERAIS DO BRASIL E DA ALEMANHA

O presente capítulo apresenta os aspectos gerais do Brasil e da Alemanha,


demonstrando também o surgimento e o desenvolvimento das relações comerciais
entre os dois países.

4.1 Aspectos geográficos, culturais, sociais, e econômicos do


Brasil

O território brasileiro estende-se por uma área de 8.547.403 km2 a leste da


América do Sul, sendo assim, o quinto no mundo em extensão territorial, superado
somente pela Rússia, Canadá, China e EUA. O Brasil tem as suas fronteiras:

• ao norte com os Estados da Guiana Francesa, Suriname, Guiana e


Venezuela;
• a noroeste com a República da Colômbia;
• a oeste com a República do Peru e a República da Bolívia;
• a sudoeste com a República do Paraguai e República Argentina;
• e ao sul com a República Oriental do Uruguai.

Apenas o Equador e o Chile não têm fronteiras com o Brasil. As costas leste,
sudeste e nordeste do país são banhadas pelo oceano Atlântico.
O nome oficial do país é República Federativa do Brasil, com a capital Brasília
no Destrito Federal e possui ainda 26 Estados e é governado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
A população brasileira foi constituída através da miscigenação de europeus,
africanos e indígenas. Os europeus chegaram ao país como colonizadores e a partir
do século XIX como imigrantes. Os povos africanos negros foram trazidos da África
como escravos a partir da metade do século XIV. Os indígenas eram nativos do
Brasil quando da colonização. Desde o início do povoamento, a presença de poucas
26

mulheres brancas entre os colonizadores favoreceu a miscigenação, que resultou


em vários tipos de mestiços.
O Estado Brasileiro tem sua forma de governo a República, e o regime
político o democrático, que vigora na República Federativa do Brasil. A União é
composta por três poderes, o Executivo, Legislativo e Judiciário, independentes e
harmônicos entre si.
Seu sistema de governo é Presidencialista. O chefe de Governo é o
Presidente da República, que tem o mandato presidencial de quatro anos.

Figura 1 – Mapa do Brasil


Fonte: http://www.defesabr.com/Fab/Mapa_Brasil_na_AS-Politico.gif
27

De acordo com dados de 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), a população brasileira totaliza 183.987.291 habitantes em 2007,
com densidade demográfica média de 21,53 habitantes por km2 .
A maioria da população brasileira é cristã, sendo a sua maior parte católica. A
principal religião do Brasil é o católico romano. O Protestantismo é o segundo maior
segmento religioso do Brasil com, aproximadamente, 26,2 milhões de pessoas.
Segundo o último Censo do IBGE, em 2000, 7,4% da população total, consideram-
se ateus, agnósticos, ou declaram acreditar em um Deus sem estarem filiados a
nenhuma religião específica.
O Brasil possui uma das maiores economias da América Latina com setores
bem desenvolvidos na área da agricultura, indústria, comércio e serviços. Na
agricultura, a produção de café, soja, arroz, carne, cana-de-açúcar, cítricos e cacau
que se desenvolveu com maior importância. As produções de têxteis, calçados,
produtos químicos, cimento, ferro, aço, aviões, motores e veículos, carrocerias de
ônibus, máquinas, implementos agrícolas e equipamentos, foram os que se
destacaram no parque industrial e que o governo brasileiro vem dando diversos
incentivos às empresas, embora muitas ainda possuam sérias dificuldades ao
abrirem suas portas. A produção industrial brasileira teve uma expansão nas 14
regiões pesquisadas pelo IBGE (2008), em dezembro de 2007 para janeiro de 2008.
Nesta pesquisa os índices regionais mostraram um perfil geral de crescimento, que
atingiu praticamente todos as regiões. No indicador acumulado para janeiro-
dezembro de 2007, houve um crescimento em todos as regiões pesquisados,
liderado pelas as indústrias de Minas Gerais com 9,0%, Espírito Santo com 8,1%,
Paraná com 7,9%, Rio Grande do Sul com 7,7% e São Paulo com 6,9%, todos com
taxas acima da média nacional 6,0%.
Entre as atividades, os resultados de maior relevância sobre a média global
da indústria foram de automóveis com 15,2% e máquinas e equipamentos com
17,7%. Também tiveram destaque positivos nos resultados as máquinas, aparelhos
e materiais elétricos com 14,0%; outros produtos químicos com 5,7%; metalurgia
básica com 6,8%; indústria extrativa com 5,8% e alimentos com 2,5%.
Segundo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT)
(2008), o país possui pouco mais de 1,7 milhões de quilômetros de estradas. Destes,
somente cerca de 10% são pavimentados, num total de aproximadamente 172.897
28

quilômetros, sendo 57.211 km de estradas federais (33%), 94.753 km de estradas


estaduais (55%) e 20.914 km de estradas municipais (12%).
Com um total de 58% do transporte realizado no Brasil, o Transporte
Rodoviário foi o modal com maior utilização nas cargas transportadas em 2007.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestes (ANTT, 2008), o
sistema ferroviário brasileiro totaliza 29.706 quilômetros, concentrando-se nas
regiões Sul, Sudeste e Nordeste, em parte do Centro-Oeste e Norte do Brasil. Foram
concedidos em torno de 28.840 quilômetros das malhas. Em 2007, o setor ferroviário
participou com um percentual de 25%, do total da carga transportada no Brasil.
Segundo o site da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuário
(INFRAERO, 2008) que afirma, nos quais são administrados por ela, 67 aeroportos,
80 unidades de apoio à navegação aérea e 32 terminais de logística de carga. Estes
aeroportos concentram aproximadamente 97% do movimento do transporte aéreo do
Brasil, o que equivale um aumento de 8,24% entre 2006 e 2007. Só no ano de 2007,
foram movimentadas 1,3 milhão de toneladas de cargas domésticas, de importação
e exportação. O primeiro em arrecadação é o do Aeroporto Internacional de São
Paulo/Guarulhos, logo a frente dos terminais dos Aeroportos de
Viracopos/Campinas(SP), Galeão/Rio de Janeiro(RJ) e Manaus(AM). O transporte
Aéreo foi responsável por um total de apenas 0,4% das cargas transportadas em
2007 no país.
Segundo a IBGE (2008), a economia brasileira cresceu em 2007, 5,4%. É a
maior taxa de expansão constatada desde 2004, quando o país obteve um
crescimento de 5,7%. No último trimestre de 2007, o PIB registrou um crescimento
de 1,6% frente ao trimestre anterior, e 6,2% em relação ao último trimestre de 2006.
Em valores, o PIB brasileiro totalizou R$ 2,558 trilhões em 2007. Já o PIB per capita
cresceu 4,0% em relação a 2006, chegando a R$ 13.515,00. O desempenho do PIB
em 2007 extrapolou as expectativas dos analistas de mercado que esperavam, em
média, um crescimento de 5,1% no terceiro trimestre e de 5,4% no quarto trimestre.
Em 2006, o PIB apresentou uma expansão de 3,8%. O investimento, medido pela
taxa de formação bruta de capital fixo, aumentou 13,4% no ano passado, na
comparação com 2006. Este indicador é o maior desde o início da série histórica,
iniciada incremento de 16% na comparação com o último trimestre de 2006.
29

4.2 Aspectos geográficos, culturais, sociais, e econômicos da


Alemanha

Com uma superfície de aproximadamente 357.000 km², a República Federal


da Alemanha está situada na parte central da Europa e tem sua fronteira:

• ao norte com a Reino da Dinamarca;


• a oeste com a República Francesa, Luxemburgo, os Países Baixos, e
o Reino da Bélgica;
• ao sul com Confederação Suíça e a República da Áustria;
• e ao leste com República Tcheca e a República da Polônia.

Em função da sua localização, o país tornou-se uma espécie de ligação entre


os países da Europa central e oriental. As principais cidades alemãs são Berlim
(capital), Hamburgo, Munique, Colônia, Frankfurt e Essen. A Alemanha se subdivide
em cinco grandes regiões geográficas, a planície setentrional, as montanhas
centrais, a região das chapadas do sudoeste, a região pré-alpina e os Alpes da
Baviera. As serras da região central separam o norte do sul do país, sendo que o
vale do Reno e a baixada de Hessen servem como linha natural de escoamento do
tráfego entre o norte e o sul (REICHART, 2000).
O rio mais importante é o Reno com eixo de transporte da Alemanha no
sentido norte-sul. Os principais rios da Alemanha são: Reno, Elba, Danúbio, Meno,
Weser, dentre outros.
A navegação interna possui uma rede eficiente de hidrovias. O maior porto
fluvial do mundo fica na cidade alemã de Duisburg. A principal hidrovia do mundo é o
rio Reno; nele são transportados dois terços das cargas hidroviárias interiores da
Alemanha.
A marinha mercante alemã é considerada uma das mais modernas e seguras
do mundo. Os grandes portos marítimos alemães, tidos como portos rápidos são os
de Hamburg, Wilhelmshaven, Bremen/Bremerhaven, Rostock e Lübeck.
30

Segundo Reichert (2000):

“A Alemanha está situado numa zona de ventos temperados do oeste, que


fica entre o Oceano Atlântico e o clima continental do leste. Grandes
variações de temperatura não são muito freqüentes. Em todas as estações
do ano há precipitações. No inverno, a temperatura média varia entre 1,5
graus centígrados positivo na planície e seis graus negativos nas
montanhas. A temperatura média no mês de julho é de dezoito graus
centígrados nos vales protegidos do sul. Exceções formam o vale superior
do Reno, com seu clima muito ameno e a Alta Baviera, com a regular
aparição do vento quente que sopra do sul, chamado “Föhn”, e a montanha
do Harz, que tem um clima peculiar, com ventos ásperos, verões frescos e
invernos de muita neve”.

Com aproximadamente 82,4 milhões de habitantes a Alemanha é o país mais


populoso da UE, tendo atraído, milhões de imigrantes, nas últimas décadas. A
integração da UE e do Ocidente, a separação do Bloco Oriental e a imigração de
países asiáticos e africanos levaram ao aumento do número de estrangeiros na
Alemanha (REICHART, 2000).
Com uma densidade demográfica de 230 habitantes por quilômetro quadrado,
a população está distribuída de maneira heterogênea.
A maioria das pessoas vive em pequenas cidades e vilarejos. O
envelhecimento médio da população é uma questão bastante preocupante nos dias
atuais.
A língua oficial do país é a alemã, mas é rico em dialetos, que apresentam
enormes diferenças entre si, mostrando assim na maioria da população, o lugar de
origem das pessoas.
Quanto à religião, há um equilíbrio entre o protestante e o católico, quais são
as principais.
A população alemã está distribuída em dezesseis Estados, chamados
Bundesländer. Esses Estados são: Baden-Württemberg, Bayern (Baviera), Berlin
(Berlim), Brandenburg (Brandenburgo), Bremen, Hamburg (Hamburgo), Hessen,
Mecklenburg-Vorpommern (Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental), Niedersachsen
(Baixa-Saxônia), Nordrhein-Westfalen (Renânia do Norte-Vestefália), Rheinland-
Pfalz (Renânia-Palatinado), Sachsen (Saxônia), Sachsen-Anhalt (Saxônia-Anhalt),
Schleswig-Holstein, Thüringen (Turíngia).
31

Figura 2 – Mapa da Alemanha


Fonte: http://www.francatur.com.br/sub/alemanha/img/mapa_alemanha.jpg

A Alemanha conta com um sistema de transportes muito desenvolvido. A


maior parte do movimento de transportes é realizado por auto-estradas. A extensa
malha de rodovias com pistas duplas cumpre um papel especial. A rede de estradas
entre cidades mede aproximadamente 231.000 km de extensão; mais de 12.000 km
são auto-estradas de mão dupla.
Quase todas as grandes cidades alemãs estão ligadas à rede de alta
velocidade da Ferrovia, Deutsche Bahn (DB), que permite aos recém-desenvolvidos
trens como o Intercity Express (ICE) velocidades de até 300 km/h. Outras linhas de
alta velocidade com ligações intereuropéias estão previstas. Há vagões especiais
para transporte de caminhões carregados e o uso de conteineres é um elo de
ligação importante do transporte. Está sendo planejada a ampliação deste tipo de
transporte de carga.
Quase todas as grandes cidades também possuem seus aeroportos. O maior
aeroporto é o de Frankfurt am Main, que é também um dos mais importantes da
Europa. As seguintes cidades da Alemanha têm aeroportos internacionais: Berlim,
32

Bremen, Düsseldorf, Frankfurt/Main, Hamburgo, Hannover, Colônia-Bonn, Munique,


Nürnberg, Saarbrücken, Stuttgart e Halle/Leipzig. Além destes, há toda uma série de
aeroportos de importância regional.
O Parlamento Federal é a representação do povo da Alemanha. Os
deputados, são eleitos pelos cidadões alemãs por um período de quatro anos em
escrutínio universal e por voto direto, livre, igual e secreto. Uma dissolução
antecipada só é possível excepcionalmente e depende do presidente federal. As
tarefas mais importantes são a legislação, a eleição de chanceler federal e o controle
do governo.
O autor Reichart (2000, p. 154) afirma que:

O Conselho Federal, a representação dos dezesseis estados federados,


tem parte das competências legislativa e administrativa da Federação. O
conselho federal é formado por membros dos governos estaduais ou seus
representantes. De acordo com o número da sua população, os
Bundesländer têm três, cinco ou seis votos. Mais da metade de todas as leis
necessita da aprovação do Bundesrat, isto é, não podem ser repassadas
sem ou contra a vontade do Bundesrat.

A Alemanha é um Estado federativo democrático-parlamentar, com forte


posição do Bundeskanzler “Chefe de Governo”. Os 16 estados federados
“Bundesländer” têm uma posição importante na estrutura do estado e participam dos
trabalhos legislativos no nível federal.
O Presidente, como Chefe de Estado, representa a República Federal da
Alemanha perante o direito internacional, mas não exerce influência política decisiva
nos assuntos correntes.
A economia alemã passou a última década absorvendo os altos custos da
reunificação, custos estes que refletiram de forma negativa no desempenho
econômico do país como, por exemplo, nas taxas de desemprego e de crescimento
do PIB. Mesmo após a concretização da unidade alemã, a necessidade de
adaptações estrutural se manteve: ainda hoje, questões como custos de mão-de-
obra, desemprego, encargos sociais, impostos sobre as empresas, entre outras, são
preocupações constantes do Governo.
Segundo o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) (2008), sediado
em Wiesbaden, o PIB alcançou, em 2007, o valor de R$ 2.4238 bilhão, registrando
um cresimento real, em relação ao ano anterior, de apenas 2,5%, refletindo as
dificuldades encontradas em função do desaquecimento das economias norte-
33

americana e japonesa. O ano de 2007 havia registrado um cresimento real do PIB


de 2,9 % em relação ao ano de 2006.

4.3 O surgimento de uma parceira

As relações Brasil e Alemanha existem há aproximadamente 200 anos e são


desenvolvidas nos mais diversos setores: econômico, cultural, científico, tecnológico,
ambiental, dentre outros.

“A experiência, a disciplina e a sabedoria do imigrante germânico foram


talvez os maiores fatores que contribuíram, no período da nossa
colonização, para criar no País uma base cultural, desde os primórdios de
nossos tempos brasileiros. Todas as atividades artísticas e cientificas que a
Europa cultivava já muitos anos antes de 1824, quando nos chegavam os
primeiros colonos alemães para São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, foram
os principais e decesivos meios que levaram os brasileiros e depois os
descendentes dos europeus, a amar a cultura e a desenvolve-la
posteriomente”. (LAUS, p.11)

Pode-se dizer que um dos primeiros contatos travados entre estes dois países
refere-se às relações culturais, que vêm se desenvolvendo cada vez mais e tiveram
seu início logo após o descobrimento do Brasil, quando as relações entre a
Alemanha e a América Latina começaram. Graças à posição proeminente ocupada
pela Alemanha nas artes gráficas, a maioria dos relatórios e descrições da América
era originalmente impressa nas editoras alemãs ou em suas sucursais na Espanha.
Quanto ao aspecto econômico, a Política Externa Independente (PEI) teve
como principal objetivo transformar o Brasil em uma super potência, mas teve seu
fim em março de 1964 pelo governo Castello Branco, o qual adotou uma postura
alinhada aos interesses dos EUA, encarnou exatamente o “caminho americano” e
passou a ser um fiel pilar dos objetivos dos EUA na América Latina. Desde o período
pós-guerra, a participação de capital advindo da Alemanha era de 20% do total de
investimentos estrangeiros, perdendo apenas para o norte americano (44%), Suíça,
França e Grã-Bretanha. Em 1964, das 10 maiores empresas da República
Federativa da Alemanha (RFA), oito já atuavam no Brasil, entre elas as montadoras
34

da Volkswagen e da Mercedes-Benz e das 100 maiores empresas, 45 já atuavam


em sociedade com empresas brasileiras.
Um dos primeiros instrumentos oficiais das relações entre Brasil e Alemanha
foi o compromisso teuto-brasileiro, é um brasileiro que tenha ascendentes
germânicos, qual foi assinado em 30 de novembro de 1963 para a melhoria da
cooperação econômica entre os dois Estados. Após este compromisso, vários
instrumentos foram surgindo em áreas diversas.
Além desse compromisso, houve a cooperação científica e tecnológica,
criando-se o Acordo Geral de Cooperação, assinado em 09 de junho de 1969. Esta
foi a principal intenção da visita de Magalhães Pinto à Alemanha, demonstrando
assim a vontade política dos dois países dando especial ênfase na origem dos
setores de oceanografia, energia nuclear, aeroespacial e processamento de dados.
Segundo Lohbauer (2000), pode-se afirmar que, no governo Médici (1969-
1974), a RFA ganha maior importância no desenvolvimento econômico, científico e
tecnológico do Brasil e nem mesmo o seqüestro do embaixador alemão no Rio de
Janeiro prejudicou uma maior aproximação. No começo dos anos 70, dois terços dos
investimentos alemães na América do Sul vieram para o Brasil. O país recebeu o
dobro de investimentos de capital privado alemão que foi investido nos países
asiáticos em desenvolvimento. O Acordo sobre Cooperação no Campo dos Usos
Pacíficos da Energia Nuclear acrescentou um amplo e denso segmento industrial e
acabou levando à formação de uma joint-ventures, a qual cobria a fabricação de
componentes e de instalações de reatores nucleares e o ciclo do combustível
nuclear. Analisando com profundidade o volume previsto dos recursos, tal parceria
representava uma intensa parceria em tecnologia entre um país desenvolvido e um
outro em desenvolvimento. Cerca de 70 contratos entre empresas brasileiras e
alemãs foram fechados, todos relacionados com o acordo nuclear. A partir deste, o
comércio entre Brasil e RFA aumentou de forma significante, assim os investimentos
diretos da RFA no Brasil dobraram em 1977 em relação ao ano de 1973.
O autor Lohbauer (2000) destaca também que, no período de 1979-1980,
durante o governo Figueiredo, a RFA aumentou em 44% os investimentos no Brasil
e das 100 maiores empresas alemãs, 44 possuíam significativos investimentos em
terras brasileiras.
Com a posse de Helmut Kohl, a “aliança especial” e a busca de maior
autonomia por parte do Brasil frente aos EUA chegam ao fim. O novo chanceler
35

alemão deixa clara a intenção de aprofundar e ampliar as relações da RFA com os


EUA.
Ainda segundo Lohbauer (2000), as relações Brasil e Alemanha sofrem um
certo distanciamento durante a década de 80, mais conhecida como ”década
perdida” devido à crise econômica brasileira. A participação do capital alemão no
Brasil cai de forma drástica. Enquanto nos períodos de 1975-1980 e 1981-1985 os
investimentos alemães alcançaram uma média de 15%, no período 1986-1990
diminuiu para 8,6%.
A partir de 1988, em função da alta sensibilidade, da opinião pública interna
pelo tema, o Governo da Alemanha começou a dedicar atenção para os problemas
ambientais de dimensão global. Estas preocupações estavam voltadas para o
desmatamento na Amazônia, sendo que a partir daquele ano, novos recursos no
âmbito da cooperação financeira passaram a ser exclusivamente alocados para
projetos de preservação do meio ambiente.
Um dos projetos ecológicos recebeu prioridade máxima, foi o chamado
projeto ”Programa Piloto para a Preservação das Florestas Tropicais Brasileiras”,
idealizado na Cúpula Econômica do Grupo dos Sete em 1990 Houston. Grande
parte dos investimentos alemães estava voltada para Amazônia, restando uma
pequena parte para a Mata Atlântica. Além da preservação ambiental, o autor
Lohbauer (2000) afirma que a cooperação financeira com a Alemanha passou a
privilegiar outros setores como o do aumento da competitividade de pequenas e
médias empresas e projetos da infra-estrutura básica.
A partir da década de 90, mostrou-se que as relações do Brasil e da
Alemanha estavam bem diferentes, já que o Brasil se democratizou e a Alemanha se
unificou. Depois das eleições de 1989, a política externa brasileira passou a reagir
ao processo de globalização. O Brasil desiste da opção nuclear-militar e adere ao
regime do Tratado de Não-Proliferação (TNP).
Já no que diz respeito à cooperação financeira, atualmente existem convênios
especiais entre instituições de ambos os países, que estão previstos no Acordo
Geral, e definem os diversos setores de cooperação e realização conjunta de
projetos de desenvolvimento, intercâmbio de informações, cientificas e técnicas
existentes tanto no Brasil como na Alemanha. No âmbito da ciência e tecnologia,
ocorreu uma expansão significativa da cooperação no setor de ecologia e meio
ambiente, centrada em projetos destinados a solucionar a questão do
36

aproveitamento racional e conservação dos recursos naturais disponíveis nas


regiões de florestas tropicais brasileiras.
37

5 MERCADO BRASILEIRO E ALEMÃO

O presente capítulo apresenta o mercado do Brasil e da Alemanha, indicando


seus principais parceiros econômicos e os principais produtos exportados pelo Brasil
e os produtos importados e exportados pela Alemanha.

5.1 Mercado Brasileiro

A Alemanha pode ser vista como um importante parceiro comercial do Brasil,


tendo em vista que ocupa a quinta posição entre os principais mercados de destino
dos produtos brasileiros, só perdendo para os EUA, Argentina, China e Holanda.
Na tabela n˚ 01, pode se observar os dez principais compradores do Brasil no
ano de 2007.

Tabela 01 – Principais países compradores do Brasil em 2007


US$ F.O.B. Part. %
TOTAL DA ÁREA 73.213.865.632 100
TOTAL DOS PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO 59.511.920.954 81,29

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 11.986.677.504 16,37


ARGENTINA 6.310.817.961 8,62
CHINA 4.914.947.125 6,71
HOLANDA 3.644.953.956 4,98
ALEMANHA 3.323.386.785 4,54
ITALIA 2.177.872.894 2,97
JAPAO 2.070.476.808 2,83
CHILE 1.972.285.569 2,69
MEXICO 1.971.920.749 2,69
BELGICA 1.834.608.349 2,51
Fonte: MDIC (2008)

Dentre os principais países compradores do Brasil, os EUA deteve


participação de 16,37%, do total que o Brasil exportou em 2007. A Argentina e China
detiveram juntas 15,33%. Já a Holanda e Alemanha com 9,52%, Japão, Itália, Chile,
México e Belgica foram responsáveis por 13,69%. Isso demonstra uma dependência
38

do Brasil em relação aos EUA, sendo necessário incrementar suas relações


comerciais com os demais países.
Como o Brasil não é um país auto-suficiente para produzir produtos com alto
valor agregado, uma boa parte dos produtos que necessita precisa ser importada,
para isso ele conta com alguns países fornecedores de produtos.

Tabela 02 – Principais paises fornecedores ao Brasil em 2007


Fornecedores US$ F.O.B. Part. %
TOTAL DA ÁREA 52.637.225.129 100
TOTAL DOS PRINCIPAIS PAÍSES 45.240.603.291 85,95

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 8.561.425.673 16,26


CHINA 5.210.764.605 9,90
ARGENTINA 4.694.067.647 8,92
ALEMANHA 3.867.235.826 7,35
JAPAO 2.083.081.652 3,96
NIGERIA 1.942.892.565 3,69
CHILE 1.638.292.232 3,11
FRANCA 1.609.232.974 3,06
ITALIA 1.504.289.998 2,86
TAIWAN 967.784.666 1,84
Fonte: MDIC (2008)

Na tabela n˚ 02 pode-se observar que os cincos primeiros países detém


juntos 41,22% das importações brasileiras. Os EUA pode ser observado também
como o principal tendo sido responsável por cerca de 16,26%, de tudo o que o Brasil
importou em 2007. Já a China e Argentina apareceram juntos com 18,82%. A
Alemanha com 7,35% teve com os produtos de alto valor agregado uma grande
importância nas importações brasileiras. Os países Japão, Nigéria, Chile, França,
Itália e Taiwan juntos somaram 18,52% no fornecimento de produtos para o Brasil.
Quanto aos principais produtos exportados pelo Brasil no ano de 2007,
destacam-se os de baixo valor agregado o que demonstra por parte do Brasil,
dependência tecnológica, conforme observado na tabela a seguir:

Tabela 03 – Principais produtos exportados pelo Brasil em 2007


DESCRIÇÃO US$ F.O.B Part. %
TOTAL DA ÁREA 73.213.865.632 100
TOTAL DOS PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS 48.835.738.685 66,7
OLEOS BRUTOS DE PETROLEO 3.489.280.688 4,77
OUTROS GRAOS DE SOJA, MESMO TRITURADOS 3.393.057.668 4,63
39

Tabela 03 – Principais produtos exportados pelo Brasil em 2007 (Continuação)


DESCRIÇÃO US$ F.O.B Part. %
MINERIOS DE FERRO NAO AGLOMERADOS E SEUS CONC 3.135.860.825 4,28
MINERIOS DE FERRO AGLOMERADOS E SEUS CONCENTR 1.671.069.433 2,28
CAFE NAO TORRADO, NAO DESCAFEINADO, EM GRAO 1.597.908.723 2,18
OUTROS AVIOES/VEICULOS AEREOS, PESO> 15000 KG 1.407.580.860 1,92
PASTA QUIM. MADEIRA DE N/CONIF. A SODA/SULFATO 1.373.581.350 1,88
CARNES DESOSSADAS DE BOVINO, CONGELADAS 1.370.160.649 1,87
BAGACOS E OUTS.RESIDUOS SOLIDOS,DA EXTR.DO OL 1.331.127.658 1,82
PEDACOS E MIUDEZAS, COMEST. DE GALOS/GALINHAS 1.269.128.619 1,73
Fonte: MDIC (2008)

Dentre os principais produtos exportados pelo Brasil destacam-se, óleos


brutos de petróleo, grãos de soja mesmo triturados, minérios de ferro não
aglomerados e minérios de ferro aglomerados com um total de 15,96%; já café não
torrado, em grão; outros aviões/veiculos aéreos, peso>15000 kg; pasta química para
madeira; carnes desossadas de bovino, congeladas; bagaços e outros resíduos
sólidos e pedaços e miudezas comest. de galos/galinhas, detém juntos 11,40%, das
exportações.

Tabela 04 – Principais produtos importados pelo Brasil em 2007


DESCRIÇÃO US$ F.O.B Part. %
TOTAL DA ÁREA 52.637.225.129 100
TOTAL DOS PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS 23.872.332.887 45,35

OLEOS BRUTOS DE PETROLEO 4.854.281.457 9,22


NAFTAS PARA PETROQUíMICA 923.622.412 1,75
"GASOLEO" (OLEO DIESEL) 905.012.674 1,72
AUTOMOVEIS C/MOTOR EXPLOSAO, 1500<CM3<=3000 726.989.259 1,38
CATODOS DE COBRE REFINADO/SEUS ELEMENTOS 722.695.838 1,37
TRIGO (EXC. TRIGO DURO OU PARA SEMEADURA), E TRIGO 721.704.075 1,37
GAS NATURAL NO ESTADO GASOSO 646.535.438 1,23
OUTRAS PARTES PARA AVIOES OU HELICOPTEROS 596.448.402 1,13
OUTROS CLORETOS DE POTASSIO 568.841.940 1,08
DISPOSITIVOS DE CRISTAIS LIQUIDOS (LCD) 502.650.092 0,95
Fonte: MDIC (2008)

Já dentre os principais produtos importados pelo Brasil destacam-se, produtos


de alto valor agregado como óleos brutos de petróleo, naftas para petroquímica,
gasoleo (óleo diesel) e automóveis com motor explosao com um total de 14,07%; e
produtos de baixo valor agregado como, catodos de cobre refinado/seus elementos;
trigo; gás natural no estado gasoso; outras partes para aviões ou helicópteros;
40

outros cloretos de potássio e dispositivos de cristais liquidos (LCD) detém juntos


7,13%, das importações.
Ao observar na tabela nº 05, o intercâmbio comercial do Brasil, percebe-se
que em 2000, a corrente do comércio gerou um saldo negativo para o Brasil de US$
-731.743. Já a partir de 2001 começou-se a observar um pequeno aumento das
exportações brasileiras, chegando a 2006 com um saldo positiva de US$
46.456.629, o maior saldo desde o ano 2000.

Tabela 05 - Intercâmbio comercial brasileiro - 2000/2007


Ano Exportação Var. % Importação Var. % Saldo
US$ FOB (A) US$ FOB (B) (A-B)
2000 55.118.919.865 14,8 55.850.663.138 13,28 -731.743.273
2001 58.286.593.021 5,75 55.601.758.416 -0,45 2.684.834.605
2002 60.438.653.035 3,69 47.242.654.199 -15,03 13.195.998.836
2003 73.203.222.075 21,12 48.325.566.630 2,29 24.877.655.445
2004 96.677.498.766 32,07 62.835.615.629 30,03 33.841.883.137
2005 118.529.184.899 22,6 73.600.375.672 17,13 44.928.809.227
2006 137.807.469.531 16,26 91.350.840.805 24,12 46.456.628.726
2007 160.649.072.830 16,58 120.620.877.724 32,04 40.028.195.106

TOTAL 760.710.614.022 132,87 555.428.352.213 103,41 205.282.261.809


Fonte: MDIC (2008)

A tabela nº 05 demonstra ainda a evolução das importações brasileiras,


compreendidas entre os anos de 2000 a 2007. Percebe-se que em 2000 as
importações ultrapassaram as exportações. Somente em 2001 é que o Brasil
começou a apresentar uma retomada no crescimento das exportações. Embora o
aumento nas exportações tenha sido insignificante, o intercâmbio comercial
brasileiro foi se intensificando através dos anos, chegando em 2007 com um saldo
positivo em seu balanço comercial de US$ 40.027.080.
Enquanto as exportações brasileiras no período 2000 a 2007 cresceram
aproximadamente 191% as importações cresceram algo em torno de 116%.
41

5.2 Mercado Alemão

Quanto ao mercado alemão, segundo dados do Destatis (2008), a França


com 9,69% é o mais importante mercado para os produtos alemães. Já com 7,63%
os EUA e em seguida o Reino Unido com 7,33% e a Itália 6,72%. O Brasil, que
ocupa apenas o 28º lugar com apenas 0,71%, tem ainda uma participação
significativa baixa nas importações vindo da Alemanha.

Tabela 06 – Principais países importadores da Alemanha em 2007


Ranking Principais países importadores Bil. US$ Part. %
1 França 68.485,79 9,69
2 Estados Unidos da América 53.962,31 7,63
3 Reino Unido 51.804,58 7,33
4 Itália 47.535,52 6,72
5 Holanda 45.511,09 6,44
6 Áustria 38.498,39 5,44
7 Bélgica 37.509,34 5,3
8 Espanha 35.138,47 4,97
9 Suíça 26.526,80 3,75
10 Polônia 26.328,26 3,72
11 China 21.833,23 3,09
12 Federação Russa 20.565,45 2,91
28 Brasil 4.995,43 0,71
Total de todos países 707.071,08 100
Fonte: Destatis (2008), modificado pelo Acadêmico, Taxa de Câmbio 1 US$ = 1,370512 Euro, media
de 2007

Das exportações alemãs no ano de 2007 num valor total de 707,1 bilhões de
dollares, 64.8% foram vendidas para o mercado europeu, em seguida estão a Àsia
com 11,2% e as Américas com 10.7% e apenas 1,5% foi para a África e 0,7% para a
Austrália e Oceania. As exportações alemãs são caracterizadas pelas exportações
de produtos de alto valor agregado como pode ser observado na tabela nº 07.

Tabela 07 – Principais produtos exportados pela Alemanha em 2007

Produtos 1 000 US$ %

Automóveis e peças de automóveis 131.958.133,90 18,7


Máquinas 101.179.973,60 14,3
Produtos químicos 93.087.211,20 13,2
Metais e semifaturados 45.423.809,50 6,4
42

Tabela 07 – Principais produtos exportados pela Alemanha em 2007 (Continuação)

Produtos 1 000 US$ %

Equipamentos de geração e distribuição de electricidade 35.579.267,46 5,0


Equipamentos científicos 29.083.549,80 4,1
Produtos alimentícios 25.506.370,61 3,6
Produtos metálicos 23.516.123,17 3,3
Produtos de borracha e plásticos 23.331.758,50 3,3
Fonte: Destatis (2008), modificado pelo Acadêmico, Taxa de Câmbio 1 US$ = 1,370512 Euro, media
de 2007

Pode-se constatar na tabela n° 07, que a pauta de exportação da Alemanha


caracteriza-se pela forte presença de produtos de alto valor agregado. Durante o ano
2007, as exportações de Automóveis e autopeças máquinas (18,7%), máquinas
(14,3%), produtos químicos (13,2%), metais e semifaturados (6,4%), equipamento
para geração e distribuição de energia (5,0%), equipamento científicos (4,1%),
Produtos de Comunicações e componentes electrónicos (3,8%), produtos
alimentícios (3,6%), Produtos metálicos (3,3%) e Produtos de borracha e plásticos
(3,3%) foram responsáveis por cerca de 75,7% do total das exportações.

Tabela 08 – Principais países exportadores para Alemanha em 2007


Ranking Paises Bil. US$ Part. %
1 França 47.363,10 8,40
2 Holanda 46.936,91 8,33
3 China 39.874,59 7,07
4 Estados Unidos da América 33.291,43 5,91
5 Itália 32.358,20 5,74
6 Reino Unido 31.674,44 5,62
7 Bélgica 28.327,73 5,03
8 Áustria 23.898,59 4,24
9 Suíça 21.733,12 3,86
10 Federação Russa 20.994,20 3,72
11 República Checa 19.126,65 3,39
12 Polônia 17.601,45 3,12
24 Brasil 6.088,67 1,08
Total de todos países 563.666,06 100
Fonte: Destatis (2008), modificado pelo Acadêmico, Taxa de Câmbio 1 US$ = 1,370512 Euro, media
de 2007

Nas importações alemãs a participação da Ásia foi de 16,5%, do qual 7,07%


veio da China. A Alemanha importou das Américas 9,1%, do qual 5,9% dos EUA., e
apenas 1,08% do Brasil. Isto mostra que o Brasil tem ainda uma baixa participação
nas importações da Alemanha. Da África, vieram apenas 2,0% dos produtos
43

importados pela Alemanha; da Austrália e Oceania somente 0,3%. Dentre os


principais produtos que a Alemanha importou durante o ano de 2007 destaca-se os
produtos citados na tabela nº 09.
Quanto ás importações a Alemanha caracteriza-se também pela forte
presença de produtos de alto valor agregado. Durante o ano de 2007, 563,6 bilhões
de dollares, dos quais 71,9% vieram de países europeus. Neste sentido 16,73%
vieram da França e Holanda.

Tabela 09 - Principais produtos importados pela Alemanha em 2007

Produtos 1 000 US$ %

Produtos químicos 66.028.443,38 11,7


Automóveis e peças automóveis 55.720.569,39 9,9
Produtos de ferro e aço, metais e produtos nonferrous 46.801.593,13 8,3
Petróleo e gás 44.559.107,11 7,9
Máquinas 39.725.376,36 7,0
Comunicações de engenharia, rádio, televisão e componentes electrónicos 31.173.916,03 5,5
Produtos a indústria alimentar 25.455.760,33 4,5
Os equipamentos de geração e distribuição de electricidade 23.386.396,47 4,1
Material de escritório 22.706.549,81 4,0
Outros veículos 18.991.149,29 3,4
Fonte: Destatis (2008), modificado pelo Acadêmico, Taxa de Câmbio 1 US$ = 1,370512 Euro, media
de 2007

Os produtos químicos, automóveis e Produtos de ferro e aço (29,9%), são o


destaque da pauta de importações da Alemanha. Já as importações de Petróleo e
Gás (7,9%), máquinas (7,0%), comunicações de engenharia e telecomunicações
(5,5%), produtos a indústria alimentar (4,5%), equipamento para geração e
distribuição de energia (4,1%), material de escritorio (4,0%) e outros veiculos (3,4%),
foram responsáveis por cerca de 36,4% do total das importações.
Ao comparar os produtos importados e exportados pela Alemanha percebe-se
que os produtos com maior participação estão nas suas exportações. Com isso
constata-se que a Alemanha possui uma política incentivadora de comério exterior e
que o mercado alemão está bastante aberto para os produtos internacionais, o que
para o Brasil é uma ótima oportunidade de negócio.
44

6 COMÉRCIO BILATERAL BRASIL-ALEMANHA

As relações comerciais e econômicas entre Brasil e Alemanha já existe há


vários anos e o mercado brasileiro sempre foi muito atraente para o comércio e
investimentos alemães. Os brasileiros, por sua vez, também se interessam por uma
parceria experiente e confiável que os auxilem no processo de crescimento e
modernização do Estado.
De acordo com o site da Câmera Brasil-Alemanha (2008), o Brasil é o maior
parceiro comercial da Alemanha na América Latina. A Alemanha, entretanto, é o
quinto maior parceiro comercial do Brasil, permanecendo atrás dos EUA, Argentina,
China e Holanda. Para a Alemanha, o Brasil se posiciona em 28º lugar entre os
países consumidores de produtos alemães e, como fornecedor, ocupa o 24º lugar.
Com profundas divisões nos setores econômicos significativos quanto o
automobilístico e autopeças, máquinas e equipamentos, como o de produtos
químicos e farmacêuticos, a presença dos investimentos diretos alemães no país
tem marcado de maneira significativa a economia brasileira. Juntas, os setores
citados representam 80% das indústrias alemãs no Brasil, de acordo com a
embaixada brasileira (2008).
Isso significa novos empreendimentos em expansão e modernização dos
existentes, trazendo por meio destes investimentos a mais alta qualidade de
desenvolvimento, novos empregos, novas tecnologias e capacitação profissional.

6.1 Intercâmbio Comercial com a Alemanha

Atualmente as exportações brasileiras para Alemanha, ocupam o quinto lugar


entre os principais países de destino das vendas do Brasil. Entre essas vendas,
estão inseridos em um grupo mais reduzidos os produtos básicos e semifaturados
fortemente intensivos em recursos naturais, cujas receitas são bastantes vulneráveis
a variação dos preços perante o mercado externo.
45

As exportações brasileiras entre os anos de 2000 a 2007 corresponderam a


um montante de US$ 32.692.527.829. Já no mesmo período um montante de US$
44.264.646.926 correspondeu nas importações brasileiras da Alemanha, conforme é
observado na tabela nº 10, com constantes saldos negativos na balança comercial.

Tabela 10 – Intercâmbio comercial brasileira com a Alemanha entre 2000 e 2007


Exportação Importação Resultados
Ano US$ F.O.B. Part. % US$ F.O.B. Part. % Saldo Corrente
Comércio

(A) (B) (A-B) (A+B)


2000 2.526.819.331 4,58 4.427.822.930 7,93 -1.901.003.599 6.954.642.261
2001 2.504.137.241 4,3 4.825.163.218 8,68 -2.321.025.977 7.329.300.459
2002 2.539.954.653 4,2 4.418.971.643 9,35 -1.879.016.990 6.958.926.296
2003 3.140.328.628 4,29 4.204.010.611 8,7 -1.063.681.983 7.344.339.239
2004 4.046.538.703 4,19 5.071.762.449 8,07 -1.025.223.746 9.118.301.152
2005 5.032.337.124 4,25 6.144.464.925 8,35 -1.112.127.801 11.176.802.049
2006 5.691.017.971 4,13 6.503.272.255 7,12 -812.254.284 12.194.290.226
2007 7.211.394.178 4,49 8.669.178.895 7,19 -1.457.784.717 15.880.573.073
Fonte: MDIC (2008), modificado pelo Acadêmico

O ano que mostrou o valor mais expressivo da corrente de comércio entre os


dois países foi 2007, com quase US$ 16 bilhões. Percebe-se também, que os
valores das importações no período de 2000 a 2007 esteve superior ao das
exportações do mesmo período.
De acordo com a tabela nº 11, percebe-se que as exportações brasileiras
para a Alemanha neste período são caracterizadas principalmente por matérias-
primas e seus compostos, como Café em grão, Grão de Soja, Fumo, e Minérios de
Ferro.

Tabela 11 – Exportações brasileiras para a Alemanha entre 2000 e 2007


Valor US$
PRODUTOS F.O.B Part. %
CAFE NAO TORRADO, NAO DESCAFEINADO, EM GRAO 3.211.424.495 9,79
MINERIOS DE FERRO NAO AGLOMERADOS E SEUS CONCENTRADOS 3.211.911.003 9,94
GRAOS DE SOJA, MESMO TRITURADOS 2.364.124.250 8,71
BAGACOS E OUTS. RESIDUOS SOLIDOS, DA EXTR. DO OLEO DE SOJA 1.413.103.344 4,53
MINERIOS DE FERRO AGLOMERADOS E SEUS CONCENTRADOS 1.369.930.917 4,27
FUMO N/MANUF.TOTAL/PARC.DESTAL.FLS.SECAS, ETC.VIRGINIA 900.240.683 2,93
PEDACOS E MIUDEZAS DE GALOS/GALINHAS, CONGELADOS 775.979.782 2,65
BOMBAS INJETORAS DE COMBUSTIVEL P/MOTOR DIESEL/SEMI 501.495.242 1,45
INJETORES PARA MOTORES DIESEL OU SEMIDIESEL 479.520.188 1,43
46

Tabela 11 – Exportações brasileiras para a Alemanha entre 2000 e 2007 (Continuação)


Valor US$
PRODUTOS F.O.B Part. %
CARNES DESOSSADAS DE BOVINO, FRESCAS OU REFRIGERADAS 420.716.446 1,25

DEMAIS PRODUTOS 4.757.634.160 14,6


Fonte: MDIC (2008), modificado pelo Acadêmico

A pauta dos principais produtos que a Alemanha importa do Brasil de acordo


com a tabela nº 11, tem o destaque em produtos não-manufaturados e
semimanufaturados como Café Não Torrado (9,79%), Minérios de Ferro não
aglomerados s seus concentrados (9,94%), Grãos de Soja (8,71%), Minérios de
Ferro aglomerados e seus concentrados (4,53%), Fumo não manufaturado (2,93%),
Pedaços e miudezas (2,65%). Já os produtos manufaturdos como Bombas Injetoras
de Combustível para Motores Diesel ou Semidiesel, Injetores para Motores Diesel ou
Semidiesel e Carnes desossadas de Bovino representam um total de 4,13%.
Já ao observar a tabela nº 12 percebe-se que as importações brasileiras
oriundas da Alemanha são caracterizadas principalmente por produtos de alto valor
agregado, como automóveis, máquinas, e produtos eletrônicos. Estes são produtos
que o Brasil possui certa dificuldade em produzir, pela falta de tecnologia e ainda
mão-de-obra não especializada, sendo necessário recorrer à importação.

Tabela 12 – Importações brasileiras da Alemanha entre 2000 e 2007


PRODUTOS Valor US$ F.O.B Part. %
PARTES E ACESS. PARA TRATORES E VEICULOS AUTOMOVEIS 1.463.949.216 3,29
CLORETOS DE POTASSIO 1.210.415.013 2,73
AUTOMOVEIS COM MOTOR EXPLOSAO, 1500<CM3<=3000 923.747.890 2,07
PARTES E ACESS. DE CARROCARIAS P/VEIC. AUTOMOVEIS 534.891.968 1,28
MÁQS. APARELHOS DE IMPRESSÃO PARA OFSET 540.921.455 1,25
MAQUINAS E APARELHOS MECANICOS COM FUNÇÃO PROPRIA 480.495.587 1,11
CAIXAS DE MARCHAS PARA VEICULOS AUTOMOVEIS 320.475.306 0,69
AUTOMOVEIS C/MOTOR EXPLOSAO, CM3>3000 287.221.428 0,64
BLOCOS DE CILINDROS, CABECOTES, P/MOTORES DIESEL/SEMI 262.647.135 0,53
COMPOSTOS HETEROCICL. C/1 CICLO PIRAZOL, N/CONDENS. 205.832.053 0,43

DEMAIS PRODUTOS 25.374.189.899 57,6


Fonte: MDIC (2008), modificado pelo Acadêmico.

Ainda quanto aos principais produtos que o Brasil importa da Alemanha de


acordo com a tabela nº 12 composta principalmente por produtos industrializados,
com destaque para partes e acessórios para tratores e veículos automóveis (3,29%),
47

cloretos de potássio (2,73%), automóveis com motor explosao, 1500<cm3<=3000


(2,07%), partes e acessórios de carroçarias (1,28%), máquinas e aparelhos de
impressão para ofset (1,25%), maquinas e aparelhos mecânicos com função própria
(1,11%), caixas de marchas para veículos automóveis (0,69%), automóveis com
motor explosao, cm3>3000 (0,64%), blocos de cilindros, cabeçotes e outros para
motores diesel ou semidiesel (0,53%) e compostos heterociclo (0,43%).
Embora a participação brasileira no mercado alemão seja ainda pequena, os
diversos produtos e setores têm a possibilidade de desenvolver as suas exportações
para a Alemanha. O aumento das exportações dependerá do quão competitivo for o
produto, a capacidade de empresário ou da empresa, de conseguir orientar-se no
mercado internacional, de adaptar o seu produto e o preço às condições de
demanda nesse mercado, e ainda orientar esforços de marketing e de distribuição,
tomando como base às condições que lá são impostas.
Outra grande dificuldade para que os exportadores brasileiros tenham acesso
ao mercado alemão são as restrições as importações que influenciam e limitam a
capacidade de exportação brasileira para aquele país.

6.2 Principais acordos existentes entre Brasil e Alemanha

Com a intensificação do comércio entre os dois países, a Alemanha passou a


posição de principal parceiro comercial do Brasil na década de 1950, quando foi
assinado o primeiro Acordo entre os dois países em 04/09/1953, sobre as
Convenções e Acordos Internacionais de Respeito de Marcas de Fábrica,
Propriedade Industrial e Direitos Autoriais de que eram Signatários entre os dois
Estados e o Acordo de Investimentos e Financiamentos.
O Brasil e a Alemanha ratificam sua determinação de aprofundar a Parceria
Estratégica, por meio da intensificação das relações bilaterais em todos os níveis em
seus variados setores. Atualmente existem 36 Acordos, 12 Convênios e 8
Protocolos, entre os dois países, os quais foram ajustados durante os anos para a
melhoria dos mesmos.
48

Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE) (2008), são eles os


acordos:

Promulgação
Data de Entrada em Decreto
Título celebração Vigor nº Data
Acordo sobre as Convenções e
Acordos Internacionais Respeito de
Marcas de Fábrica, Propriedade
Industrial e Direitos Autoriais de que
eram Signatários os dois Estados. 4/9/1953 4/9/1953
Acordo sobre Restauração dos
Direitos de Propriedade Industrial e
Direitos Autorais Atingidos pela
Segunda Guerra Mundial 4/9/1953 23/5/1958 43956 3/7/1958

Acordo de Investimentos e
Financiamentos 4/9/1953 4/9/1953

Acordo sobre Convenções, sobre


Propriedade Industrial de 04 de
setembro de 1953 - Retificação ao
Acordo 20/12/1954 20/12/1954
Acordo para a Inclusão do "Land
Berlin" no Revigoramento da
Conveção Internacional sobre a
Circulação de Automóveis de 1926 10/2/1956 10/2/1956

Acordo Sobre Vistos em Passaportes 8/7/1957 1/8/1957


Acordo, por troca de Notas, sobre
Direitos de Tráfego Aéreo a serem
Regulados em Futuros Acordos 29/8/1957 29/8/1957
Acordo Sobre Transportes Aéreos
Regulares 29/8/1957 15/8/1964 54173 21/8/1964

Acordo Básico de Cooperação Técnica 30/11/1963 25/5/1964 54075 30/8/1964


Acordo Cultural 9/6/1969 17/12/1970 68107 25/1/1971

Acordo Para o Estabelecimento de um


Mecanismo de Consulta sobre
Transporte Marítimo Internacional 28/11/1969 28/11/1969

Acordo para a Aprovação de um


Convênio Especial entre a CNEN e o
Centro de Pesquisas Nucleares de
JULICH. Complementar ao Acordo
Geral sobre Cooperação nos Setores
da Pesquisa e do Desenvolvimento
Tecnológico de 09/06/69 23/4/1971 23/4/1971
49

Promulgação
Data de Entrada em Decreto
Título celebração Vigor nº Data

Acordo de Aprovação de Convênio


Especial Celebrado entre o Centro
Técnico Aeroespacial do Brasil e o
Instituto Alemão de Pesquisa e Ensaio
de Navegação Aérea e Espacial, para
a Execução de Projeto Científicos 18/11/1971 18/11/1971

Acordo de Aprovação de Convênio


Especial Celebrado entre o Conselho
Nacional de Pesquisas do Brasil e o
Centro de Pesquisas Nucleares de
Jülich para a Execução de Projetos
Científicos. 18/11/1971 18/11/1971
Acordo de Radioamadorismo 11/4/1972 11/4/1972
Acordo sobre Cooperação no Setor
Agrícola 21/1/1975 21/1/1975
Acordo sobre Cooperação no Campo
dos Usos Pacíficos da Energia
Nuclear. 27/6/1975 18/11/1975 76695 1/12/1975
Acordo sobre Transporte Marítimo. 4/4/1979 22/10/1983 88947 7/11/1983

Acordo para Substituição do Quadro


de Rotas do Acordo sobre Transportes
Aéreos Regulares, de 29 de agosto de
1957. 19/12/1979 19/12/1979

Acordo, que aprova o Adendo ao


Convênio Especial entre o Centro
Técnico Aeroespacial (CTA) e o
Instituto Alemão de Pesquisas e
Ensaio de Navegação Aérea e
Espacial (DFVLR) Relativo à
Cooperação Científica e Tecnológica
no Campo da Pesquisa Aeronáutica
Especial, de 19/11/71 14/7/1983 14/7/1983
Acordo Relativo ao Procedimento para
a Certificação de Produtos
Aeronáuticos 26/9/1987 26/9/1987
Acordo sobre Cooperação Financeira
no Montante de DM 304.858.202,00 24/10/1991 24/10/1992 586 26/6/1992

Acordo, por Troca de Notas, para a


Consecução dos Compromissos ao
Abrigo do Expirado Acordo de
Comércio e Pagamento com a RDA. 22/10/1992 22/10/1992
Acordo sobre Cooperação Financeira
para o Empreendimento "Projeto
Integrado de Proteção das Terras e
Populações Indígenas da Amazônia
Legal/Demarcação de Terras
Indígenas". 6/4/1995 28/10/1995 1671 11/10/1995
50

Promulgação
Data de Entrada em Decreto
Título celebração Vigor nº Data

Acordo sobre Cooperação Financeira


para o Empreendimento "Projetos
Demonstrativos". 6/4/1995 28/10/1995 1668 11/10/1995

Acordo sobre Cooperação Financeira


para o Empreendimento "Proteção da
Mata Atlântica/Paraná. 6/4/1995 28/10/1995 1669 11/10/1995

Acordo sobre Cooperação Financeira


para o Empreendimento "Estudos
Técnico, Econômico e de Impácto
Ambiental para a Melhoria do
Transporte de Carga e Passageiros,
no Corredor Rio de Janeiro/São Paulo-
Campinas, inclusive em seus Acessos
aos Portos da Região". 6/4/1995 28/10/1995 1676 17/10/1995
Acordo-Quadro sobre Cooperação em
Pesquisa Científica e Desenvolvimento
Tecnológico. 20/3/1996 18/2/1997 2199 8/4/1997
Acordo Básico de Cooperação
Técnica. 17/9/1996 9/3/1998 2579 6/5/1998
Acordo sobre Cooperação Financeiro
para o Empreendimento "Projetos
Demonstrativos-Reforço" 10/3/1999 19/5/2000 3.512 19/5/2000

Acordo sobre Cooperação Financeira


para a Execução de Projetos para a
Preservação das Florestas Tropicais
(1997-2000) 14/2/2002 1/4/2003 4684 28/4/2003

Acordo sobre Cooperação Financeira


para a Execução de Projetos na Área
de Preservação das Florestas
Tropicais 10/6/2003 25/5/2004 5.160 28/7/2004
Acordo sobre Co-Produção
Cinematográfica 17/2/2005 20/11/2007 6.375 19/2/2008
Acordo Relativo a Isenções
Recíprocas de Impostos sobre a
Renda e o Capital de Empresas de
Transporte Marítimo e Aéreo 14/12/2005 14/12/2005
Acordo sobre Isenção de
Contribuições Sociais 13/11/2007
Quadro 1 – Acordos entre Brasil e Alemanha
Fonte: Ministério das Relações Exteriores (2008) acessado em 15/10/2008

Segundo o site do MRE (2008), o Acordo de Investimentos e Financiamentos,


o qual entrou em vigor em 04/09/1953 teve como objetivo principal fomentar as
relações econômicas entre os dois Estados, por representações e financiamentos a
51

serem concedidos a negócios de interesse para ambos e o desenvolvimento da


técnica e métodos que permitam acelerar a realização dos projetos e de iniciativa
agrícolas, industriais e de outra natureza, submetida a exame da Comissão. Outro
objetivo foi o de fomentar o intercâmbio de idéias, experiências e técnicas entre eles,
através da realização de estágios de aperfeiçoamento de técnicos brasileiros na
Alemanha e vinda de técnicos alemães ao Brasil para prestação de assistência
técnica a entidades públicas e privadas, na base de indicações específicas da
Comissão. O Governo da RFA concordou, em que empresas alemãs se unificam
com empresas brasileiras ou se estabeleçam por conta própria no Brasil, mediante
transferência de bens de produção. Os dois Governos concordaram ainda, para que
inicialmente, 30% das exportações anuais da Alemanha para o Brasil, se destinem a
bens de equipamento, pagáveis a médio e longo prazo.
Também foi apresentado no MRE o Acordo Sobre Transportes Aéreos
Regulares, qual entrou em vigor em 15 de agosto de 1964, e tem o Decreto n°
54173 do dia 21 de agosto de 1964. Neste acordo, foi estabelecida a importância da
aviação comercial para os dois países, de acordo com suas características
essenciais, as quais permitem ligações rápidas, proporcionando assim uma melhor
aproximação entre os países. Torna-se conveniente organizar a aviação de forma
segura e ordenada, sem prejuízo dos interesses regionais e nacionais, tendo em
vista o desenvolvimento da cooperação internacional no campo dos transportes
aéreos.
Segundo o site do Consulado Geral da Alemanha no Recife (2008), o Acordo
Básico de Cooperação Técnica entre Brasil e Alemanha foi firmado em 30 de
novembro de 1963, com o objetivo de contribuir para a melhoria de vida da
população menos favorecida. Este trabalho está sendo realizado através de
projetos, incentivos financeiros e consultorias técnicas em diversos setores como
agricultura, meio ambiente, educação e saúde, para micros, pequenas e médias
empresas.
A proteção e o uso sustentável dos recursos naturais, o desenvolvimento
regional integrado em locais desfavorecidos, bem como energias renováveis, são
fatores fundamentais para a futura cooperação bilateral de desenvolvimento.
De acordo com o MRE (2008) o Acordo sobre Transporte Marítimo que entrou
em vigor em 22 de outubro de 1983 através do Decreto n° 88947 do dia 07 de
Novembro do mesmo ano, teve o desejo em assegurar o desenvolvimento
52

harmonioso do intercâmbio marítimo entre a República Federal da Alemanha e a


República Federativa do Brasi, fundado assim na reciprocidade de interesses e na
liberdade do seu comércio exterior. Também foi reconhecido que o intercâmbio
bilateral de produtos deve ser acompanhado de uma interação eficaz de serviços e
com a necessidade de assegurar a eficiência e regularidade dos transportes
marítimos com fretes economicamente viáveis.
O ultimo Acordo apresentado no site do MRE foi o Acordo, por Troca de
Notas, sobre Cooperação no Setor de Energia com Foco em Energias Renováveis e
Eficiência Energética, pelo qual os dois Governos assumem o Compromisso de
Respeitar o Acordo dos Usos Pacíficos de Energia Nuclear de 27/06/1975 e demais
Acordos sobre o assunto, o qual foi assinado e teve seu ingresso em 14 de maio de
2008. Foi decidido em não alterar a vigência dos acordos bilaterais no campo dos
usos pacíficos da energia nuclear concluídos pelo Governo da República Federal da
Alemanha e pelo Governo da República Federativa do Brasil, bem como de outros
acordos celebrados entre o s dois Governos sobre a cooperação no Campo dos
Usos Pacíficos da Energia Nuclear.
Segundo o site deutsche - welle (dw) (2008), em 1975, o Kanzler federal da
RFA Helmut Schmidt e o presidente do Brasil, Ernesto Geisel, assinaram um
convênio bilateral de cooperação no setor de energia nuclear, que previa a
construção conjunta de oito centrais, uma fábrica de reatores e uma planta de
reprocessamento, bem como a exploração, extração e comercialização de urânio no
Brasil. Esse acordo renova-se automaticamente a cada cinco anos, caso não seja
anulado por uma das partes. Porém, na prática, logrou-se apenas um projeto, Angra
2, que teve seu início somente após 25 anos de obras.
Conforme o site defesabr (2008), em 16 de abril de 2002, o Governo brasileiro
assinou em Berlim um promissor Acordo de Cooperação Militar com a República
Federal da Alemanha, com o objetivo de Intenção de incrementar a cooperação
militar, identificando assim os fundamentos para a troca de experiências e de
conhecimento para o uso e benefício de ambos os lados. A cooperação poderá
acontecer com base em programas acordados entre os Estados, projetados para o
ano seguinte. Alterações nesses programas, assim como nas áreas e formas de
cooperação, poderão ser realizadas a qualquer tempo, por consentimento mútuo. O
ultimo acordo estabelecido entre Brasil e Alemanha foi o de Troca de Notas ao
Acordo entre a Alemanha e o Brasil sobre Cooperação no Setor de Energia com
53

Foco em Energias Renováveis e Eficiência Energética, no qual as Partes assumem


o Compromisso de Respeitar o Acordo dos Usos Pacíficos de Energia Nuclear de
27/6/1975 e demais Acordos sobre o Assunto, assinado em 14/05/2008, que teve
seu inicio de aplicação em 14/05/2008.
De acordo com o site do Consulado da Alemanha, o volume de recursos
assumido nos últimos anos pelos Governos do Brasil e da Alemanha representa,
aproximadamente, 93,5 milhões de euros, sendo 76 milhões de euros destinados à
Cooperação Financeira e o restante à Cooperação Técnica. O Ministério Federal de
Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) é o responsável pelo
planejamento, coordenação, negociação e financiamento dos programas e projetos
de cooperação com os países parceiros.
Percebe-se que os acordos mostram uma grande importância para os dois
países, já que o desenvolvimento do Brasil e da Alemanha deve ser visto de vários
aspectos como o avanço de diversos setores como automobilismo, tecnologia,
educação, saúde, crescimento da economia interna, diminuição do desemprego,
entre outros. Porém, para que se possa estabelecer uma parceria mais forte e
intensiva entre os dois Estados, os acordos existentes, devem ser revisados
periodicamente, e ainda, aplicar planos estratégicos para que os mesmos ajudem a
desenvolver os setores citados a terem um maior crescimento e discutir ainda sobre
novos possíveis acordos que poderão ser assinados para a melhoria da parceria
entre os dois países.

6.3 Novas possibilidades da Relação Comercial entre Brasil e


Alemanha

Apesar do histórico relacionamento econômico entre os dois países, a


Alemanha é considerada um dos mais importantes parceiros do Brasil e está
investindo principalmente no setor industrial automobilístico brasileiro, onde se
observa ainda muito dinamismo. Grandes montadoras alemãs realizaram
investimentos no Brasil, citando a Volkswagen, empresa de carros da Alemanha
que, teve um crescimento de 18,4% nas vendas do primeiro semestre de 2008 em
54

relação ao mesmo período do ano passado. Até o ano de 2011, o setor industrial
automobilístico da Alemanha, deverá investir 20 bilhões de dólares no Brasil, isso
porque jamais houve uma ação conjunta por parte dos dois países. Segundo um
estudo da Price Waterhouse (2008), o Brasil deverá ter um crescimento estável em
torno de 10% ao ano pelo menos até em 2013 e chegaria à marca de 5,1 milhões de
veículos.
Segundo o vice-presidente Adilson Primo da Associação Brasileira da Infra-
estrutura e Indústrias de Base (Abdib) (2008), os brasileiros terão o apoio de
empresas alemãs para organizar o Mundial de 2014. Investimentos em infra-
estrutura podem atingir 40 bilhões de euros. Isto vem acontecendo porque a
Alemanha teve uma grande experiência em realizar a Copa do Mundo de 2006 no
próprio país. Neste sentindo o auxílio e investimento da Alemanha em Hotéis,
aeroportos, metrôs e segurança são áreas prioritárias no Brasil e estão entre os
aspectos que apresentam maior carência de investimentos. A maior parte desse
investimento virá de empresas privadas, tanto brasileiras como estrangeiras,
incluindo as alemãs.
Por outro lado, a Alemanha se destaca como um ótimo pólo de atração de
investimentos para o Brasil, através da sua ótima localização geográfica, no centro
da Europa, excelente infra-estrutura, tecnologia da informação avançada, segurança
de investimento, clareza e desburocratização em relação às leis, mão-de-obra
qualificada dentre outros.
Existe um programa na Alemanha chamado “Invest Germany” que incentiva
companhias estrangeiras a se estabelecerem na Alemanha, com o objetivo de
aumentar sua participação em todo o mercado europeu. Este programa apresenta
vantagens de negócios e os requisitos necessários para se investir naquele país.
Este projeto se propõe a auxiliar o empresário a ter proximidade com seus
clientes, conhecer as propostas e suas condições, até mesmo os dados das cidades
onde pretende se localizar, tais como os custos de abastecimento de água e de
eletricidade, por exemplo. A vantagem deste programa para empresas brasileiras, é
o de focar mais os produtos brasileiros, tais como do setor mecânico, químico, têxtil,
calçados, serviços entre outros com a sua própria marca no mercado alemão e
europeu.
Percebeu-se que os governos do Brasil e da Alemanha por meio do apoio de
setores privados estão cada vez mais estabelecendo iniciativas para preencher as
55

lacunas existentes em algumas áreas que ainda não foram exploradas no


intercâmbio privado e comercial.
Ainda segundo o site Noticenter (2008), no intercâmbio privado, o Estado de
Santa Catarina quer aumentar os intercâmbios culturais e acadêmicos com o Estado
da Bavária na Alemanha. As negociações de cooperação entre ambos os estados
iniciaram em 2000, com a visita de uma comitiva bávara ao estado catarinense.
Entre os projetos dsenvovidos, destacam-se a parceria entre a Câmera de Artes e
Oficio de Munique e a Fundação Empreender no nordeste catarinense.
Já no intercâmbio comercial, empresas do estado alemão atuam em SC, nas
cidades de Pomerode, Blumenau, Guaramirim, Corupá, Itajaí, Apíuna e Videira. O
investimento do estado catarinense na região bávara está representado pela
Fundição Tupy, de Joinville, e com uma sede de negócios em Munique, além de
participar de empresas em projetos de cooperação econômica, financiados pelos
ministérios de Economia, Infra-estrutura, Tecnologia e Transportes do Estado da
Bavária.
Outro ponto que também merece destaque é o grande potencial na área de
biotecnologia, na qual a Alemanha desenvolve projetos paralelos. É importante
procurar ao máximo o intercâmbio de pesquisa e desenvolvimento nesta área. Isto
vem acontecendo, porque, o Brasil possui uma área enorme para desenvolver a
matéria-prima da biotecnologia, como por exemplo, a cana de açúcar para a
produção de biocombustível.
O turismo brasileiro é outro setor que precisa ser desenvolvido, já que ainda é
pouco explorado nos últimos anos.
Como pode-se observar o mercado brasileiro tem um grande potencial em
diversos setores, que pode e deve ser ainda muito explorado. Resta agora um
comprometimento por parte dos governos para que se possa cada vez mais
aumentar o intercâmbio comercial entre ambos e firmar ainda mais essa parceria
que já existe há décadas.
As perspectivas são grandes em torno da parceria, não apenas pelos motivos
que podem incentivar a entrada de investimentos alemães no Brasil, mas também
pela existência no Brasil de estrutura empresarial que está cada vez mais moderna e
capaz de desenvolver projetos com parceiros estrangeiros, além de vantagens
comparativas em termos de mão-de-obra e disponibilidade de recursos naturais.
56

Porém, é preciso, que o governo brasileiro melhore a infra-estrutra de


transporte rodoviário, aéreo e ferroviário, reduza a burocracia do comércio exterior
brasileiro, tanto em nível nacional como internacional, invista na segurança do país,
para que essa parceria de investimentos possa contribuir ainda mais para a
intensificação da presença alemã no Brasil.
Esta parceria poderá contribuir ainda para a modernização da economia
brasileira, com o auxílio de recursos, tecnologia e experiência, criando assim, no que
diz respeito ao aspecto puramente comercial, condições para aumentar as
exportações brasileiras não apenas para a Alemanha, mas também para outros
países onde o elemento tecnológico tenha valor decisivo.
57

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As relações bilaterais são de extrema importância na aproximação entre


Estados, nas diversas áreas existentes como a cultural, econômica e tecnológica, o
que para o Brasil não seria diferente. Sendo o Brasil um Estado que necessita de
resultados positivos para o seu comércio, a Alemanha apresenta-se como uma
grande fonte de capacitação de recursos. Para tanto é necessário que o Brasil
realize reformas estruturais para dar maior competitividade aos seus produtos,
diversificando também a sua pauta de exportação não somente para a Alemanha,
como também para outros Estados.
Percebeu-se que o Brasil dedica uma especial atenção à Alemanha, como um
dos mais importantes parceiros comerciais dentro da União Européia, e o Brasil por
sua vez também é um dos parceiros econômicos mais importantes na América
Latina para a Alemanha.
Apesar de atualmente ser pequena a participação brasileira no mercado
alemão, entende-se que é necessária uma maior concentração de esforços para os
produtos com potencialidade para o mercado alemão, já que se acredita que o
incremento das relações bilaterais do Brasil com a Alemanha possa ser importante
para o crescimento e o desenvolvimento do Estados. Porém, o aumento e a
divulgação das exportações brasileiras depende do governo brasileiro e da
capacidade produtiva das empresas, que pretendam exportar para a Alemanha,
podendo torná-los assim mais competitivos no mercado alemão.
As exportações brasileiras para a Alemanha ocupam o quinto lugar entre os
principais países de destino das vendas brasileiras, e aumentar ainda mais as
exportações para Alemanha é um grande desafio, já que na maioria das vezes as
exportações brasileiras são realizadas por poucas empresas de grande porte e
baseados em commodities que ocorrem à base de preço no mercado mundial.
Como a Alemanha caracteriza-se por ser um Estado que importa e exporta
produtos de alto valor agregado, percebeu-se que possui uma política incentivadora
de exportação e que o mercado alemão é bastante aberto para os produtos
internacionais, haja vista que é o Estado que mais exporta e um dos que mais
importa no mundo. Neste sentido, percebeu-se a oportunidade do Brasil em
58

direcionar esforços desenvolvendo ações com o objetivo de incrementar as


exportações para aquele país.
Com um maior volume de exportação, acredita-se que o Brasil terá diversos
benefícios, mas é necessário lembrar da importância dos esforços conjuntos das
iniciativas públicas e privadas para a divulgação dos produtos brasileiros no mercado
alemão. Para isso será necessário que o governo brasileiro trabalhe de forma que
identifique os produtos com potencial de exportação, avance na melhoria dos fatores
de competitividade, reduza o “Custo Brasil” e com isso aumente sua atividade
exportadora para a Alemanha.
Pode-se finalizar este trabalho, de que os acordos existentes e os que estão
surgindo entre os dois Estados nas áreas comercial, de investimentos, financeira,
científica, tecnológica e cultural, poderão contribuir ainda mais para a modernização
da economia brasileira e ao mesmo tempo fortalecer o comércio exterior brasileiro,
tornando assim a Alemanha, um parceiro comercial cada vez mais forte.
59

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62

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário
Anibal Josef Metzdorf

Orientador de conteúdo
Prof. MSc. Luiz Carlos Coelho

Responsável pelo Estágio


Profª. Natalí Nascimeto

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