Você está na página 1de 67

Taxa de Cambio no Brasil 1st Edition

Marcio Holland
Visit to download the full and correct content document:
https://ebookmass.com/product/taxa-de-cambio-no-brasil-1st-edition-marcio-holland/
Márclo Holland
organizadores

PreÍácio de Guido ltíantega

Taxa
Estudos ffi
d Gâmbio no BfâsÍl
uma perspectiva do desenvolvimento econômico
Taxa de Gâmbio no Brasil
n{^1
ffi
ffi

Preencha a Íicha de cadastro no final deste livro


e receba gratuitamente informações
sobre os lançamentos e as promoções da EIsevier.

Consulte também nosso catálogo


completo, últimos lançamentos
e serviços exclusivos no site
www.elsevier.com.br
Márcio Holland I Yoshiaki ilakano
*rüaníza$r:rçs

Taxa de Gâmbio no Brasil


Estudos de uma perspectiva do desenvolvimento econômico

ELSEVIER
Y FGV
EESP

PROJETOS G
CAMPU
O 2011, Elsevier Editora Ltda.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei ns 9.610, de 19/0211998.


Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou
transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou
quaisquer outros.

C o pidesque.' lvone Teixeira


Revisão: Mariflor Brenlla Rial Rocha e Edna Rocha
Ed ito raç ão Eletrôn i c a: Estúdio Castellani

Elsevier Editora Ltda.


Conhecimento sem Fronteiras
Rua Sete de Setembro, 111 - 16o andar
20050-006 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Rua Quintana,753 - 8o andar


04569-011 - Brooklin - São Paulo - SP - Brasil

Serviço de Atendimento ao Cliente


0800-0265340
sac@elsevier.com.br

tsBN 978-85-352-4536-3

Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de
digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação ao nosso
Serviço de Atendimento ao Cliente, para que possamos esclarecer ou encaminhar a questão.
Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a
pessoas ou bens, originados do uso desta publicação.

C P- Brasil. Catalogação-na-Íonte
I

Sindicato Nacionaldos Editores de Livros, RJ

H678t Holland, Márcio


Taxa de câmbio no Brasil/ Márcio Holland ; [organização
Yoshiaki Nakano e Márcio Hollandl / Rio de Janeiro. -
Elsevier : 2011.

Apêndice

tsBN 978-85-352-4536-3

1. Política cambial - Brasil. 2. Câmbio - Brasil. 3. Brasil -


Comércio exterior. l. Título.

11-3349. CDD: 332.4560981


CDU:336.748.3
Agradecimentos

1\ presente livro é resultado do trabalho de uma grande equipe de profes-


\rl ,or.r, alunos e instituiçóes diversas. Gostaríamos de agradecer ao Con-
selho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo
generoso apoio financeiro na forma do Edital Universal1412008; à Escola de
Economia de Sáo Paulo da Fundaçáo Getulio Vargas (EESP/FGV), sempre
um lócus privilegiado de discussáo sobre a economia brasileira, que estimulou
e apoiou esse projeto desde o seu início; à FGV Projetos, pelo importante
apoio no financiamento da ediçáo deste livro.
Na sua etapa final, este livro contou com a solidariedade de novos colegas
do Ministério da Fazenda, particularmente da Secretaria de Política Econômi-
ca, e da Assessoria Econômica do Ministério da Fazenda.
Dentro das instituiçóes, algumas pessoas acabam por se envolver mais
diretamente e, sem esse apoio, qualquer projeto torna-se muito difícil. Por
isso, gostaríamos de agradecer especialmente a César Cunha, Antônio Kfouri
Aidar, Sidnei Gonzalez, Lilian Furquim, Melina de Souza Bandeira, Teresa
Borges eLígia Helena Ourives.
Prefácio

;\ economia brasileira tem experimentado mudanças marcantes em diversas


llp.rcpectivas. Reencontramos o gosto pelo crescimento econômico; redes-
cobrimos o espírito animal empreendedor, como diziaJ. M. Keynes; e con-
quistamos a solidez fiscal e a estabilidade monetária combinada com um in-
renso processo de inclusáo social da populaçáo carente. Bastou, para isso, uma
determinaçáo de governo, associada a grande vontade da sociedade de superar
dificuldades. Para isso, foi preciso dar à sociedade brasileira a possibilidade de
descobrir a suâ vocaçáo e os caminhos para seu futuro.
No contexto internacional, o Brasil passou a ocupar uma posiçáo de des-
raque na agenda política e econômica dos grandes fóruns, tornando-se um
dos fundadores do G-20. O Brasil passou a ser referência de políticas pú-
blicas e macroeconômicas, e a pesar no delicado pêndulo das negociaçóes
internacionais.
Mas ainda há um longo caminho pela frente para consolidar o crescimento
econômico sustentável que alcançamos. Incentivar o investimento, ampliar as

obras de infraestrutura mobilizando os recursos naturais e o imenso capital


social disperso pelo país nos leva a enormes desafios na agenda da educaçáo,
da saúde, assim como da infraestrutura, entre outros. Estamos promovend.o
responsabilidade social combinada com responsabilidade fiscal; assim, vamos
construindo um novo modelo de naçáo.
Este livro, ao olhar a taxa de câmbio de uma perspectiva do desenvolvi-
menro econômico, segue na direção de buscar novas idéias para esse novo
país. Nos estudos aqui apresentados, velhos conceitos e velhos dogmas ficam
vlll TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

para trás. De modo pertinente, ao colocar a taxa de câmbio como variável


de estudo para olhar temas da economia brasileira, os autores abandonam a
idéia de que esta seja uma variável exógena, deixada ao destino dos fluxos de
capitais e comerciais; deixada à revelia de comportamentos exclusivamente de
curtíssimo pÍazo.
A associaçáo da taxa de câmbio com temas relevantes e caros ao país, como
crescimento econômico, estrutura produtiva, comércio exterior, poupança
doméstica e uso de poupança externa, entre outros, deve ser de grande inte-
resse daqueles que refletem sobre esse novo modelo de naçáo.
Reconheço que o livro é árduo em seu rigor empírico, em suas análises eco-
nométricas, e testes estatísticos presentes capítulo a capítulo; mas, náo fosse
isso, náo teríamos, talvez, o apoio necessário de suas conclusóes para pensar-
mos melhor as políticas econômicas. Afinal, como balancear a relaçáo sempre
muito complexa entre taxa de câmbio, crescimento econômico e inflaçáo? Ou
como avaliar o efetivo papel desta variável sobre o desempenho das nossas
exportaçóes e importaçóes? Ou mesmo, como relacionar o uso de poupança
externa e a taxa de câmbio? Estas e outras preocupaçóes perfazem esta obra.
A relevância das questóes justifica seu rigor empírico.
Afinal, o país experimentou, nos seus últimos oito anos , de 2003 a2010,
mudanças que devem exigir novas pesquisas e novas abordagens. De raxas
de crescimento médias anuais em rorno de 2,5o/o a.a., enrre 1980 e 2002,
passou a conviver com crescimento médio de 4o/o a.a., de 2003 a 2010. E,
o que é muito importante, capacitou-se paÍa crescer em média superior a
5o/o a.a., nos próximos anos. Nossas exportaçóes ultrapassaram a casa dos
US$200 bilhóes, e a raxa de investimento caminha para 23o/o do PIB, em
2014. o endivid.amento externo e mesmo interno, de governo, empresas,
bancos ou família, deixou de ser uma preocupaçáo. Uma nova classe média,
rePresentando mais de 50o/o da populaçáo brasileira, constituiu um mercado
doméstico dinâmico. Trata-se de um processo de reconstruçáo de um país,
tido como praticamente impossível por muitos especialistas, há menos de
uma década.
Tantas mudanças exigem muitas reflexóes novas, novo olhar sobre dados
do país, sem dogmas ou ideologia, sem prejulgamentos, como foi feito nesre
livro pelo Professor Yoshiaki Nakano, ex-secretário de Política Econômica
PREFÁCIO

e pelo Professor Márcio Holland, atual Secretário de Política Econômica do


Ministério da Fazenda. Este livro segue esta direçáo e, como outros recente-
mente publicados no país, recoloca na agenda de discussáo um Brasil novo,
diferente, sustentável e muito promissor. A escolha da taxa de câmbio como
variável de pesquisa náo poderia ter sido mais oportuna neste momento da
história econômica do Brasil.

Guido Mantega
Apresentação

ste livro é resultado de uma série de estudos realizados por professores da


f
L Escola de Economia de Sáo Paulo da Fundaçáo Getulio Vargas (EESP/
FG\0 e convidados especiais que pesquisaram as relaçóes entre a taxa de câm-
bio e diversas dimensóes da econornia brasileira, seja com relaçáo ao cresci-
mento econômico, às poupanças doméstica e externa, ao comércio exterior,
aos preço s de commodities em mercados internacionais, à mtrdança na estru-
tura da indústria brasileira, às finanças públicas e, ainda, sobre a eficiência dos
mercados futuros cambiais no Brasil.
Os estudos foram generosamente financiados pelo CNPq, conforme Edi-
tal Universal 1412008, e pela própria EESP/FGV. Grande parte dos estudos
foi desenvolvida no âmbito do Centro de Macroeconomia Aplicada (Cemap
da EESP/FG\|, sob a coordenaçáo do Professor Emerson Marçal. Coube
a nós uma compilaçáo de todo o material e dar o formato de um livro que
tivesse por foco a economia brasileira, sendo esta observada da perspectiva da
taxa de câmbio.
Nos estudos reunidos neste livro, procurou-se analisar cuidadosamente e
com base em análise rigorosa dos dados, através de técnicas econométricas,
questóes como as que se seguem:

a) Como e quando a taxa de câmbio é importante para o crescimento


econômico brasileiro?
b) A taxa de câmbio influencia eventuais alteraçóes na indústria de trans-
formaçáo, bem como a sua importância no PIB brasileiro? Há evidên-
cias de desindustrializaçâo no Brasil? Seria a taxa de câmbio um de seus
determinantes?
TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

c) Como a taxa de câmbio pode afetar o nível de poupança domésrica e os


déficits de transaçóes correnres no Brasil?
d) A taxa de câmbio é mesmo relevante para explicar o dinamismo das ex-
portaçóes brasileiras, tanto agregadas quanto desagregadas, ou mesmo
conforme seu destino internacional?
e) Como a taxa de câmbio pode afetar as exportaçóes e importaçóes brasi-
leiras?
O comportamento da taxa de câmbio explica mudanças nas arrecada-
çóes municipais?
s) A economia brasileira pode ser caracterizadacomo uma commodity cur-
rency?
h) E, por fim, pode-se dizer que o mercado futuro de câmbio é eficiente
no Brasil?

Como síntese de diversos temas da economia brasileira, este livro poderá


ser importante complemento em cursos de Economia Brasileira, Política Eco-
nômica, Desenvolvimento Econômico e Economia Internacional, em cursos
de graduaçáo em Economia e áreas afins. Como resultado de pesquisas eco-
nômicas aplicadas, com o uso de técnicas econométricas em séries temporais e
painel, este livro espera atingir um público formado por alunos e professores
de graduaçáo e pós-graduaçáo em Economia, bem como especialistas em co-
mércio exterior e autoridades econômicas voltadas para desenhos de políticas
macroeconômicas e de comércio exterior.
Mais particularmente, espera-se que este livro seja de grande importância
na formaçáo de economistas e profissionais correlacionados, em nível de gra-
duaçáo e de pós-graduaçáo, todos preocupados com questóes relevantes da
realidade econômica brasileira.

Os Organizadores
Os autores

Bruno Perosa

Doutorando em Economia de Empresas na Escola de Economia de Sáo


Paulo da Fundaçáo Getulio Vargas (EESP-FGV), atualmente trabalha como
pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais da Universidade
Federal de Sáo Carlos (GEPAI-UFSCar), e do GV-Agro. Possui graduaçáo em
Ciências Econômicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Fi-
lho (Unesp) e mestrado em Engenharia de Produçáo pela UFSCar. Tem expe-
riência na âreade Economia, com ênfme em Economia dos Recursos Naturais.

Bruno Rocha da Silva

Graduaçáo e mestrado em Economia pela Universidade Federal de Per-


nambuco (UFPE). Dentre as áreas de interesse, destacam-se estatística e
econometria, modelos de crescimento econômico e distribuiçáo de renda.
Trabalha, desde 2005, na Secretaria de Política Econômica do Ministério da
Fazenda.

Cláudio Fernandes

Bacharel em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universida-


de de Sáo Paulo (USP), MBA executivo pela Business School Sáo Paulo/
TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

University of Toronto e mestrado em Finanças e Economia pela Fundaçáo


Getulio Vargas. Possui mais de 14 anos de experiência no mercado financeiro,
tendo atuado no Banco Itaú e Citibank, durante cinco anos na Tesou raria,
com ênfase em derivativos.

Diogo de Prince Mendonça

Economista formado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual


Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), possui mestrado em Economia
Aplicada pela Universidade de Sáo Paulo (USP) de Ribeiráo Preto. Tem ex-
periência na área de Economia, com ênfase em Econometria, Economia In-
dustrial e Economia Monetárra e Fiscal.

Eliane Cristina de Araújo

Professora ad.iunta da Universidade Estadual de Maringá (UEM), bacharel


em Ciências Econômicas e mestre em Economia pela mesma universidade.
Realizou um período do seu mestrado na Technische Universitât Ilmenau, na
Alemanha, e doutorado em Economia pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRI). Atua principalmente nos seguintes temas: crescimenro eco-
nômico, economia internacional e política monetária e cambial.

Emerson Fernandes Marçal

Coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Ad-


ministraçáo de Empresas de Sáo Paulo da Fundaçáo Getulio Vargas (EESP-
FGV) e professor na Universidade Mackenzie. É ..oro*ista formado pela
Universidade de Sáo Paulo (USP). Possui mestrado em Ciências Econômicas,
pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e doutorado em Eco-
nomia, pela USP. Tem experiência na ârea de Macroeconomia Aplicada e
Finanças.
Enlinson Henrique Carvalho de Mattos

Professor da Escola de Economia de Sáo Paulo da Fundaçáo Getulio Var-


gas. Graduaçáo e m€strado em Economia pela Universidade de Sáo Paulo
(USP) e doutorado na University of lllinois, nos Estados Unidos. Atualmen-
te, desenvolve projetos sobre bens fisicos ou transferência; federalismo fiscal e

provisáo de bens pelo setor público; e evidências empíricas sobre incidência e

redistribuiçáo de tributos indiretos.

Felippe Cauê Serigati

Graduado em Ciências Econômicas pela Unicamp, é mestre e d.outorand.o


em Economia de Empresas pela Escola de Economia de Sáo Paulo, Fundaçáo
Getulio Vargas (EESP-FGV). Atualmente, atua como pesquisador do Centro
de Agronegócios (GV Agro) e colaborador da revista Agroanalysis da FGV.
Realizou diversos projetos de pesquisa ligados à pobreza rural, cooperativas
agrícolas e, mais recentemente, biocombustíveis e negociaçáo coletiva em
mercados agrícolas.Tem experiência na área de Economia, com ênfase em
Economia Agrícola.

Fábio Mitsuo Fukujima Goto

Bacharel em Economia e especialista em Gestáo e Estratégia de Em-


presas pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e mestre em Economia pelo Instituto de Economia da Univer-
sidade de Kobe, Japâo, como bolsista do Ministério da Ciência e Tecnolo-
gia do governo japonês (MEXT). Dentre as áreas de interesse, destacam-se
estatística e econometria, modelos de crescimento e desenvolvimento, dis-
tribuiçáo de renda e finanças internacionais, dentre outras. Desde 2009,
é coordenador-geral da área de Modelagem Econômica da Secretaria de
Política Econômica.
TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

Fernando Carvalhaes Barbi

Graduado em Comunicaçáo Social pela Faculdade Casper Líbero, possui


mestrado em Economia de Empresas pela Escola de Economia da Fundaçáo
Getulio Vargas (EESP-FG$. Atualmente é doutorando em Economia na
mesma instituiçáo. Atua principalmente nos seguintes temas: desalinhamento
cambial, meras de inflaçáo.

Julio Henrique Alexandre Menezes da Silva

Graduaçáo e mestrado em Ciências Econômicas pela Universidade de


Brasília (UnB). Dentre as áreas de interesse, destaca-se a macroeconomia
aplicada, além de modelos de crescimento e de desenvolvimento. É servidor
do Banco Central do Brasil desde julho de 2000, onde trabalhou como
assessor na Diretoria de Liquidaçóes e Desestatizaçío. Desde setembro de
2005, está cedido à Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fa-
zenda, atuando no acompanhamento das políticas monetária e fiscal. A par-
tir de agosto de 2008, assumiu o cargo de secretário-ad.iunto de Políticas
Macroeconômicas.

Lucas lten Teixeira

Graduado em Economia pela Universidade de Sáo Paulo, cursa mestrado


acadêmico na Escola de Economia da Fundaçáo Getulio Vargas (EESP-FG\|
onde desenvolve pesquisa sobre evidências empíricas das políticas de sanea-
mento básico sobre indicadores de saúde para municípios brasileiros. Atual-
mente é analista do Banco Central do Brasil.

Luiz Carlos Bresser-Perei ra

Professor na Escola de Economia de Sáo Paulo da Fundaçáo Getulio


Vargas (EESP-FGV), possui graduaçáo em Direito pela Universidade de
OS AUTORES xvI

Sáo Paulo (USP), mestrado em Business Administration pela Michigan Sta-


te University e doutorado em Economia, também pela USP. É presidenre e
editor da Reuista de Economia do Centro de Economia Política e membro do
corpo editorial da Reuista de Ecoruornia Política.Tem experiência na área de
Economia, com mais de 40livros publicados ou organizados. Foi ministro
da Fazenda no goyerno Sarney, foi ministro da Administraçáo Federal e
Reforma do Estado, durante o primeiro mandato presidencial de Fernando
Henrique Cardoso, e ministro da Ciência e Tecnologia nos primeiros seis
meses do segundo mandato.

Maíra Camargo Scarpelli

Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Cam-


pinas (Unicamp) e mestre em Economia pela Universidade de Sáo Paulo
(USP). Atuou em projetos de pesquisa no Núcleo de Economia Industrial e
da Tecnologia (NEIT/IE - UNICAMP e no Grupo de Estudos e Pesquisas
Agroindustriais (GEPAI/UFSCar). Possui experiência nas áreas de Economia
Internacional, Industrial e de Tecnologia.

Marcio Holland

Atualmente é secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda


(MS/SPE) e professor na Escola de Economia da Fundaçáo Getúlio Vargas
(EESP-FG\), onde coordenou o programa de Pós-graduaçáo em Economia
entre 2007 e 2010. Tem pós-doutorado em Economia pela University of Ca-
lifornia, Berkeley, e doutorado em Economia pelo Instituto de Economia da
Unicamp. Realiza pesquisas sobre macroeconomia aberta e finanças interna-
cionais, especialmente sobre o comportamento da taxa de câmbio, escolha
de estratégias monetária e cambial, determinaçáo da taxa de juros e quesróes
diversas associadas com a relaçáo entre taxa de juros, taxa de câmbio, ris-
co país, entre outros. Regularmente, desenvolve pesquisas sobre crescimento
econômico a partir de modelos de crescimento com restriçóes de balanço de
pagamentos e especializaçáo produtiva.
xvil! TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

Mario Antonio Margarido

Pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de


Agricultura Abastecimento do Estado de Sáo Paulo, é economista formado
e
pela Faculdade de Economia, Administraçáo e Contabilidade da Universidade
de Sáo Paulo (FEA-USP). Realizou mesffado em Economia de Empresas pela
Escola de Administraçáo de Empresas de Sáo Paulo, da Fundaçáo Getulio
Vargas (EAESP/FGV), e doutorado em Economia Aplicada pela Escola Su-
perior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) d" USP. Atualmente, cursa
pós-doutorado na Escola de Economia de Sáo Paulo (EESP) da FGV. No IEA
desenvolve trabalhos nas áreas de comercializaçáo de produtos agropecuários,
métodos quantitativos e comércio internacional.

Nelson Henrique Barbosa Filho

Doutor em Economia pela New School of Social Research, em Nova York, é


professor de Macroeconomia e Finanças, do Instituto de Economia da Univer-
sidade Federal do Rio de Janeiro (UFR) e secretário-executivo do Ministério da
Fazenda. Exerceu as funçóes de secretário de Acompanhamento Econômico e
de secretário de Política Econômica. Dentre suas áreas de interesse, destacam-se
finanças públicas e internacionais, moedas e bancos, crescimento e desenvolvi-
mento econômico, matemáticaaplicada e econometria, entre outras.

Nelson Marconi

Professor na Escola de Economia da Fundaçáo Getulio Vargas (EESP-


FG'V), onde coordena o curso de graduaçáo em Economia, é também pro-
fessor associado da Pontificia Universidade Católica de Sáo Paulo (PUC-SP).
Possui graduaçáo em Ciências Econômicas pela PUC-SP, mestrado e douto-
rado em Economia de Empresas pela EESP-FGV, tendo realizado a extensáo
do seu doutorado na Sloan School of Management, no Massachusetts Institu-
te of Technology (MIT), em Boston. Tem experiência nas áreas de Economia
e Gestáo de Recursos Humanos, com ênfase em Macroeconomia, Desenvol-
vimento Econômico, Economia do Setor Público e Privado.
OS AUTORES xtx

Paulo Gala

Professor e coordenador do Mestrado Profissional em Finanças e Econo-


mia da Escola de Economia de Sáo Paulo da Fundaçáo Getulio Vargas (EESP/
FG'V), é economista formado pela Faculdade de Economia, Administraçáo
e Contabilidade da Universidade de Sáo Paulo (FEA-USP). Fez mestrado e
doutorado também em Economia pela EESP/FGV. Foi pesquisador visitante
nas Universidades de Columbia, em Nova York, e Cambridge, na Inglaterra,
nos anos de 2004 e 2005.

Sérgio Kannebley Júnior

Professor da Faculdade de Economia, Administraçáo e Contabilidade da


Universidade de Sáo Paulo (FEA-USP); seus trabalhos sáo aplicaçóes empíri-
cas nas áreas de Economia Internacional, Industrial e de Tecnologia. É econo-
mista formado pela PontifíciaUniversidade Católica de Sáo Paulo (PUC-SP),
possui mestrado em Economia pela Universidadc Federal de Minas Gerais
(UFMG) e doutorado em Economia também pela USP. É p.rq,risador nível
2 do CNPq, e atualmente está vinculado a projetos de pesquisa relacionados
ao estud,o de indicadores de Ciência e Tecnologia e Comércio Exterior.
lntrodução

taxa de câmbio é uma das variáveis mais relevantes de uma economia,


especialmente da economia brasileira, por ser esta uma economia emer-
gente, exportadora de produtos baseados em recursos naturais, importadora
de bens de capital e de insumos industriais, e ter um mercado financeiro ra-
zoavelmente bem desenvolvido. Ou mesmo pelo fato de a economia brasileira
ter tido, até recentemente, grande parte da dívida pública indexada em moeda
estrangeira (dólar americano). Ou por ainda emitir, no mercado internacio-
nal, grande parte de títulos ainda indexados em dólar.
O fato é que o papel da taxa de câmbio real sobre o crescimento é uma ques-
táo controversa, especialmente para o cílso de países em desenvolvimento, como
o Brasil. Por um lado, uma apreciaçao da moeda doméstica tende a aumenrar o
poder de compra dos agentes, aumentando a absor$o doméstica e o crescimento
no curto prazo. Por outro lado, uma moeda apreciada também impacta negativa-
mente as exportaçóes líquidas, o que reduz o crescimento da renda no curto prazo.
O efeito líquido enüe esses dois impactos é desconhecido a priori.
No Capítulo 1, os autores Barbosa, Silva, Goto e Silva estudam quando
uma desvalorizaçáo cambial pode implicar maior crescimento e a partir de
quando esse estímulo começa a se dissipar. De acordo com eles, o panorama
no longo pÍazo náo é táo claro porque o impacto da apreciaçáo e a deprecia-
çáo sobre a demanda cessam depois que a taxa de câmbio real se acomoda em
um novo nível. Como, nesse caso, a taxa de câmbio real tende a se estabilizar,
a questáo relevante se torna: qual o impacto do nível da taxa de câmbio real
sobre o crescimento?
Contudo, a diversidade e a complexidade da estrutura produtiva da econo-
mia brasileira, associada à grande heterogeneidade regional, pode rornar muito
xxil TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

dificil avaliar os efeitos de alteraçóes na taxa de câmbio sobre o conjunto dessa


economia. De qualquer forma, de acordo com o Capítulo 2, a partícipaçáo
da indústria de transformaçáo no PIB brasileiro está declinando desde o iní-
cio da década de 1980, e essa tendência vem se acentuando juntamente com
a apreciaçáo da taxa de câmbio observada nos últimos anos. Nesse capítulo,
os autores Marconi e Barbi analisam esse processo de desindustrialízaçáo, en-
fatizando a influência de tal apreciaçáo e da balança comercial. Apesar de a
produçáo industrial estar crescendo, observa-se reduçáo da sua participaçáo
relativa na pauta de exportaçóes e no valor adicionado da economia.
Dado o vigor da demanda doméstica, o efeito negativo da apreciaçáo cam-
bial é de difícil identificaçáo. A proposta deste trabalho é analisar detalhada-
mente os dados setoriais, de forma a identificar padróes de transformaçáo da
produçáo que sáo imperceptíveis quando observados pela ótica da produçáo
agregada. Inicialmente, discute-se a reler,ância da indústria de transformaçáo
para o processo de desenvolvimento econômico, depois sáo expostos os fun-
damentos teóricos para o processo de desindustrializaçáo e os critérios ado-
tados para identificar sua ocorrência. Na sequência, avalia-se a evoluçáo da
produçáo setorial na economia brasileira, principalmente dos bens comercia-
lizáveis. Por fim, identifica-se uma relaçáo entre o comportamento da balança
comercial, da taxa real de câmbio e da participaçáo relativa do produto indus-
trial no PIB.
Marconi e Barbi procuram identificar também se o comportamento da
taxa de câmbio, e por consequência do comércio exterior, contribuiu para
reduzir a participaçáo da indústria de transformaçáo no valor adicionado da
economia. A análise restringe-se ao período 1995-2007, en virtude da dispo-
nibilidade de dados das Contas Nacionais.
Os resultados obtidos sugerem que as exportaçóes de todos os setores con-
siderados - subdivididos em tipos de commodities e de manufaturados - evo-
luíram no período, mas que as importaçóes, principalmente dos produtos de
média-alta e alta tecnologia, cresceram bem mais e geraram déficits comerciais
que podem ter contribuído para a reduçáo da participaçáo da indústria de
transformaçáo no PIB. Esse fato configuraria, para os autores, um processo
de doença holandesa, agravado pela valorizaçáo da taxa de câmbio decorrente,
por sua vez, do fluxo de capitais positivo.
Adicionalmente, ressalta-se que as importaçóes aumentaram principal-
mente dentre os insumos utilizados no processo produtivo. Isso indica que os
-
l

TNTRODUçÃO xxilr

exportadores compensariam o efeito da valorizaçáo do câmbio sobre suas re-


ceitas com a reduçáo de custos via importaçáo de insumos mais baratos, o que
reforça o processo de desindustrializaçáo. Os testes econométricos demons-
traram que a participaçáo da indústria de transformaçáo no PIB realmente se
reduz quando a taxa real de câmbio se valoriza, e vice-versa.
No debate brasileiro sobre a relaçáo entre taxa de câmbio e poupança,há.
duas linhas argumentativas que se destacam. Uma delas defende que, em vir-
tude das baixas taxas de poupança da economia brasileira, maior crescimento
econômico pode ser conseguido pela aceitaçáo de déficits em conta-corrente.
Nessa visáo, a absorçáo de poupança externa complementa a poupança inter-
na, aumentando a poupança total da economia, o investimento e, consequen-
temente, o crescimento econômico. De fato, com a apda da Figura I.1, pode-
forte correlaçáo negativa entre a poupança doméstica brasileira e
se observar a
o uso de poupança externa, ou seja, déficits em transaçóes correntes.
Outra linha de argumentaçáo ressalta que, em um país cuja estratégia de
crescimento é baseada em poupança externa, primeira consequência é a apre-
a

ciaçáo da taxa de câmbio. Do lado da oferta, isso implica aumento artificial

Figura 1.1 Brasil:taxa de poupança doméstica e uso de poupança externa (7947-2OO7)


em porcentagem do PlB.

7 36

6 32

5 28

4 24

3 20

2 16

1 12

0 I
-1 4

-2 0
50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 00 05 10

[.lse Poupança Externa (% PIB) * Poupança Doméstica (% PIB)

-
Fonte: lpeadata.
Elaboração: Os organizadores.
TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

dos salários, e, consequentemente, aumento do consumo e reduçáo da pou-


pança interna. Do lado da demanda, o resultado é a diminuiçáo das oportu-
nidades de investimentos lucrativos voltados para a exportaçáo, o que reduz o
investimento e a poupança interna. Nesse caso, a poupança externa em grande
parte substitui em vez de constituir um acréscimo à poupança interna.
No Capítulo 3, Gala, Araújo e Bresser-Pereira apresentam perspectivas
teóricas e empíricas que exploram o canal macroeconômico dos efeitos do
câmbio sobre a poupança doméstica. Os argumentos apresentados procura-
ram discutir os impactos do nível do câmbio real nos salários reais, taxas de
lucro, investimento agregado, poupanças externa e interna. Dentro do mo-
delo explorado, em casos de sobrevalorizaçáo, de um lado, têm-se a elevaçáo
dos salários e a reduçáo de margens de lucro nos setores de produçáo de bens
comercializáveis e, de outro, tem-se a diminuiçáo das expectativas de lucro ou
das oportunidades de investimentos voltados paÍa a exportaçáo, ambos impli-
cando queda no investimento e na poupança agregada.
Alguns autores têm argumentado que o modelo asiático náo seria executá-
vel no Brasil ou na América Latina devido ao baixo nível de poupança priva-
da. Tratando a conta-corrente dos países como resíduo, os autores alegam que
a baixa propensáo individual a consumir dos asiáticos seria responsável pelos
altos níveis de poupança doméstica e superávits em conta-corrente. O modelo
de Gala, Araújo e Bresser-Pereira inverte essa relaçáo: não é a propensáo a
poupar que explica a poupança elevada e a conta-corrente superavitária, mas
a taxa de câmbio competitiva em vez de a sobreapreciada que, de um lado,
reduz o consumo agregado e aumenta a poupança interna, e, de outro, cria
oportunidades lucrativas de investimento. Assim, o alto nível de poupança
dos asiáticos estaria baseado, segundo o modelo dos autores, na política de
taxa de câmbio competitiva ou de impedi-la de se sobreapreciar, o que impli-
caria salários reais relativamente reduzidos no curto prazo, dado um nível de
produtividade, para que se possa, com o crescimento mais rápido, aumentar
novamente o salário, no médio pÍazo.
Vale notar que essa discussáo é feita a partir de determinados níveis de
produtividade. A elevaçáo do salário real sem contrapartida de aumentos de
produtividade é problemâtica porque acaba por colocar a economia numa
tra.jetória insustentável, que geralmente termina em crise de balanço de paga-
mentos. Por outro lado, numa situaçáo de câmbio competitivo, há aumento
de lucratividade dos investimentos e exportaçóes que tende a aumentar o nível
r NTRO DUçÃO

de produtividade da economia no longo pÍazo, permitindo o aumento dos


salários reais de forma equilibrada.
A análise econométrica apresentada no trabalho indica que uma taxa de
câmbio competitiva eleva a taxa de crescimento econômico e a taxa de pou-
pança doméstica. Os resultados das estimativas apontam uma robusta e signi-
ficativa relaçáo positiva entre a desvalo rizaçáo relativa da taxa de câmbio real
e a poupança doméstica/PlB.
Além disso, é interessante notar que os resultados do modelo econométri-
co indicam que a poupança externa, efetivamente, tem um grau de displace-
merut na poupança interna ou, em outras palavras, que a taxa de substituiçáo
da poupança interna pela externa tende a ser elevada. Isso fica claro à medida
que elevaçóes na poupança externa precedem, temporalmente, reduçóes na
poupança doméstica.
De outra parte, a correlaçáo entre o comportamento da taxa de câmbio e
o saldo comercial, como observado na FiguraI,2, demonstra a grande impor-
tância dessa variável para o comércio exterior brasileiro. Note que movimen-
tos de desvalorizaçóes na taxa de câmbio estáo sempre associados a ganhos de
saldo comercial, enquanto períodos de grandes valorizaçóes cambiais acabam
por refletir em redução de tais saldos, senáo déficits comerciais. Contudo, no
Capítulo 5, Kannebley, de Prince e Scarpelli afirmam que, ao longo dos anos

Figura 1.2 Brasil: saldo comercial e taxa real de câmbio (1980-2010).

50.000 180

40.000 160

30.000 140

20.000 120

10.000 100

-10.000
1980 1 985 1 990 1 995

$slfls Comercial Taxa Real de Câmbio

Fonte: Bacen.
-
Elaboração: Os organizadores.
TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

1990 e 2000, os saldos comerciais brasileiros respondem às variaçóes cambiais


de forma lenta (defasada) e assimétrica (resposta à desvalorizaçáo mais intensa
que à valorizaçáo).
No Capítulo 4, Marçal e Holland têm por objetivo avaliar em que medi-
da a taxa de câmbio real é um condicionante importante para a evoluçáo do
qaantum exportado brasileiro. Para tanto, é testada a existência de relaçóes
empíricas entre variaçóes na taxa de câmbio real e variaçíes no quantum ex-
portado, a saber, relaçáo de causalidade no sentido de Granger em qualquer
direçáo e correlaçáo simultânea dos choques que afetam tais séries, conforme
o método sugerido por Gourieroux Jasiak (2001). Náo foi possível obter evi-
e

dência forte de relaçáo entre a taxa de câmbio real e o quantum exportado em


termos agregados para o período analisado (1977 a 2009). Entretanto, para
várias desagregaçóes e destinos foi possível detectar a existência de pelo menos
uma dessas relaçóes entre a taxa de câmbio real e o qudntum exportado. Em
particulaÍ,para o caso dos bens básicos, náo há evidência de relaçáo robusta
entre as variáveis pesquisadas. O mesmo vale para bens intermediários. Já, para
os bens finais - bens de capital, de consumo de bens duráveis e náo duráveis -,
a evidência de relaçáoentre ataxade câmbio e o qudntum é mais forte. Como
conclusáo, o trabalho sugere que a taxa de câmbio, embora náo tenha efeitos
significativos em termos agregados, pode gerar importantes efeitos sobre a
composiçáo das exportaçóes.
Contudo, ao estudar os efeitos da taxa de câmbio sobre a dinâmica das
exportaçóes brasileiras, em termos de crescimento do quantum exportado, de-
sagregada por setores de atividade econômica ou por destinos das exporraçóes,
náo se pode facilmente dizer que haja uma relaçáo forte entre tais variáveis.
Em outras palavras, parece que a taxa de câmbio ajuda a explicar o compor-
tamento das exportaçóes somente de alguns setores, especialmente aqueles
voltados para a produçáo de bens finais (consumo durável e náo durável, e de
capital), assim como para as regióes da Uniáo Europeia e Ásia-Pacífico.
As exportaçóes de produtos primários ou intensivos em recursos naturais
se mostram muito pouco influenciadas pela taxa de câmbio. Dado que o Bra-
sil exporta para a China, predominantemente, produtos primários, a taxa de
câmbio, por exemplo, explica muito pouco a dinâmica de nossas exportaçóes
para o nosso principal parceiro comercial. Note, na Figura I.3, que a China se
tornou nosso maior parceiro comercial em detrimento de clara perda de mer-
cado com os Estados Unidos e com a area do euro. Essa alteraçáo na direçáo
r NTRoDUçÃo xxvil

Figura I.3 Brasil e seus parceiros comerciais (L990-2009). Participação relativa


(% em relação ao total exportado)

Estados Unidos Área do Euro América do Sul China

r 1990 a 2009

Fonta FM l. Di re cti on of T rade Statistics on li ne. Acesso em 71 5 I 2070.


Elaboração: Os organizadores.

das exportaçóes brasileiras vem acompanhada de mudança também na nossa


pauta de exportaçóes, ainda mais concentrada em produtos primários e basea-
dos em recursos naturais.
Dada a forte relaçáo entre a taxa de câmbio e o saldo comercial, como
mostrado anteriormente, haveria uma explicaçáo plausível de por que a raxa
de câmbio explica pouco o comportamento das exportaçóes brasileiras: pro-
vavelmente, o nosso estudo está analisando apenas o lado da demanda por
exportaçáo. Seria importante analisar também o lado da oferta de exportaçóes.
Talvez os empresários brasileiros já ajustem a sua produçáo para exportaçáo
somente de produtos competitivos por vantagens muito além de uma taxa de
câmbio. De outra parte, a taxa de câmbio afetaria fortemente o saldo comer-
cial por meio das importaçóes.
Assim, o estudo que trata os efeitos da taxa de câmbio sobre o comércio
exterior se voltou para investigar a dinâmica das importaçóes brasileiras, bem
como para analisar as exportaçóes também pelo seu lado da oferta. O que se
observou na experiência recente brasileira é uma relaçáo defasada e assimétrica
entre taxa de câmbio e balança comercial. Teoricamente, essas evidências re-
montam à teoria de hysteresis parao comércio internacional. Segundo essa pro-
posiçáo teórica, em razáo da existência de custos de entrada e saída, os expor-
tadores/importadores náo entram ou saem do mercado externo prontamente
xxvlll TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

em resposta às mudanças na taxa de câmbio real. Preferem adotar estratégias


de "esperar e ver", para tomar decisóes que devem implicar custos de saída ou
reentrada, fazendo com que valorizaçóes ou desvalorizaçíes náo gerem um
efeito imediato e simétrico sobre as exportaçóes/importaçóes.
Assim, no Capítulo 5, os autores Kannebley, de Prince e Scarpelli inves-
tigam a hipótese de hysteresis para as exportaçóes e importaçóes de produtos
manufaturados pelo Brasil no período recente. Para isso, é utilizada uma me-
dida empírica de hysteresis forte (macroeconômica), sendo testada sua signifi-
cância em equaçóes setoriais de oferta e demanda de exportaçóes e demanda
por importaçóes. Os resultados demonstram que as exportaçóes de produtos
manufaturados brasileiros sáo determinadas fortemente pela demanda inter-
nacional, sendo inclusive a medida empírica de taxa de câmbio real relevante
paÍa a relaçáo entre os preços internacionais e os preços de exportaçáo nacio-
nais. Com relaçáo à hipótese de hysteresis, esta é rejeitada paÍa o agregado de
produtos manufaturados das exportaçóes brasileiras, mas aceita em diversos
setores industriais. Para as importaçóes, essa hipótese é aceita para o agregado
das importaçóes manufaturadas e para 10 setores industriais.
Com isso, torna-se preocupante a possibilidade de a resposta do volume
importado/exportado ter caráter permanente, a despeito do caráter transitó-
rio, porém intenso, da variaçáo cambial. Ou se.ia, uma das implicaçóes da
hipótese de hysteresis no comércio exterior seria de que variaçóes cambiais,
ao alterarem as perspectivas de rentabilidade das atividades de exportaçóes/
importaçóes, e ao induzir movimento de entradalsaída do comércio exterior,
alterariam, por conseguinte, a estrutura de comércio. Sendo assim, o retorno
ao nível de pré-valorízaçáo náo estaria necessariamente garantindo que fosse
restabelecida a estrutura de comércio prevalecente que existia antes do movi-
mento contínuo de valorizaçáo.
No Capítulo 6, Mattos e Teixeira apresentam evidências empíricas sobre
a relaçáo positiva mas heterogênea entre a taxa cambial e o montante arre-
cadado de IPTU nos municípios do Brasil, no período de 2004 a 2007. Os
autores encontraram que a depreciaçáo do real em relaçáo ao dólar em um
real (comparativamente há dois anos) está associada a um aumento médio de
R$4,65 do montante arrecadado em média por habitante através do IPTU.
Uma possível explicaçáo seria que a depreciaçáo cambial faz com que agentes
econômicos possam preferir investimentos no setor imobiliário e/ou na cons-
truçáo civil, o que tende a afetar o IPTU e suas políticas de arrecadaçáo. No
TNTRODUçÃO xxtx

entanto, náo encontraram evidência de efeitos da taxa de câmbio real sobre a


arrecadaçáo do ISS de forma direta. Portanto, as administraçóes municipais
devem ter maior preocupaçáo com o efeito de variáveis agregadas, como taxa
cambial em suas administraçóes locais.
Diante do intenso debate em relaçáo à apreciaçáo cambial no Brasil, em
que se argumenta que a apreciaçáo está diretamente relacionada à expressi-
va exportaçáo de commodities, sobretudo agrícolas, no Capítulo 7, o estudo
de Margarido, Serigati e Perosa trata dessa questáo. Os autores analisaram
o mecanismo de transmissáo dos preços internacionais de commodities agrí-
colas para a taxa de câmbio real no Brasil para o período de .ianeiro de 2000
até fevereiro de 2010. Foram utilizados modelos de séries temporais (Mode-
lo ARIMA, de Funçáo de Transferência, Análise de Intervençáo e Teste de
Cointegraçáo de Johansen), p"r* a determinaçáo das elasticidades de curto e
de longo prazos.
É necessário realçar que o delineamento dos efeitos de choques de preços
de commodities sobre a taxa de câmbio é relevante, especialmente nos casos de
economias que sáo exportadoras de commodities, como é o caso do Brasil, e

que, além disso, possuem política cambial com taxa flutuante. Sendo assim,
nesse estudo sáo utilizados modelos de séries temporais para analisar a trans-
missáo de como ocorrem as variaçóes dos preços internacionais de commodi-
ties agrícolas para a taxa de câmbio real no Brasil, tanto para o curto quanto
para o longo prazo. Caso essa elasticidade de transmissáo se.ia igual ou supe-
rior à unidade, pode-se considerar que a elevaçâo dos preços de commodities,
ou seja, choques reais, tem impacto expressivo sobre a formaçáo da taxa de
câmbio brasileira. No entanto, se essa elasticidade estiver mais próxima de
zero do que da unidade, esse argumento náo se sustenta, havendo outras va-
riáveis que contribuem de forma mais significativa para a apreciaçáo cambial.
Os resultados obtidos por esse estudo demonstram que variaçóes nos preços
internacionais de commodities agrícolas náo sáo transmitidas para a taxa de
câmbio real no Brasil, no longo prazo, sendo que essa transmissáo se resume
ao curto pÍazo e, além disso, essa transmissáo é inelástica.
Finalmente, no Capítulo 8, Fernandes e Holland apresentam revisáo da
literatura empírica sobre a racionalidade das expectativas e eficiência do mer-
cado de câmbio, e a aplicam para o caso do mercad.o de câmbio brasileiro
entre 2002 e2007, em três horizontes distintos de tempo, utilizando-se: (i) de
dados da pesquisa Focus do Banco Central do Brasil para identificar se o viés
TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

de prediçáo dofortaarde devido ao prêmio de risco cambial ou à formaçáo das


expectativas; e(ii) dos métodos dos mínimos quadrados ordinários e do veror
autorregressivo. No curto pÍazo) o mercado é eficiente e irracional, enquanto
no longo pÍazo o forward náo está relacionado com o câmbio à vista. Além
disso, os autores constatam que a heterogeneidade dos agentes nesse mercado
influencia avariaçáo cambial no curto prazo) e as expectativas possuem persis-
tência após um choque estrutural.
Note que o período escolhido é imediatamente anterior à grande crise fi-
nanceira internacional que acabou por gerar efeitos diversos sobre a economia
brasileira, mas particularmente sobre balanços de empresas náo financeiras
que apresentavam posiçóes vendidas em mercado derivativo de taxa de câm-
bio muito superior aos limites adequados a sua atuaçáo produtiva ou desem-
penho econômico. O capítulo tem o objetivo de identificar comportamento
irracional no mercado de câmbio brasileiro.
Assim, este livro contempla um amplo conjunto de tópicos da economia
brasileira observada da perspectiva da taxa de câmbio. Esperamos que ele seja
uma importante leitura para todos aqueles que logram entender um pouco
mais sobre a dinâmica econômica no Brasil.

Mtírcio Holland
Yoshiabi Nakano
Sumário

Agradecimentos
Prefácio vii
Apresentação xi

Os autores xiii
lntrodução xxi

cnpíruLo 1

Crescimento econômico, acumulação de capital e taxa de câmbio 1

Nelson Barbosa, )ulio Alexandre Silva, Fabio Goto e Bruno Silvo


1. lntrodução 3
2. Modelo teórico 5
3. Evidência para o caso do Brasil 1.6

{. lmplicações para a política econômica 2L

Referências 2g
Anexo: Lista das variáveis utilizadas no modelo econométrico 30

cepíruLo 2

Taxa de câmbio e composição setorial da produção 31


Nelson Marconi e Fernando Barbi
1. lntrodução 33
2. A relevância da manufatura para o desenvolvimento econômico 34
3. A fundamentação teórica do processo de desindustrialização 42
4. Evidências do processo de desindustrialização da economia brasileira 45
§. O comportamento do comércio exterior e o processo de desindustrialização da
economia brasileira 5B
6. O modelo e os testes empíricos 66
Considerações finais 69
xxxll TAXA DE CÂMBIO NO BRASIL

Referências 70
Anexo l: Relação de setores da contas nacionais (SCN) classificados nos grupos
adotados neste capítulo 72
Anexo ll: Composição dos grupos de países integrantes da Tabela 2.1 (evolução da
renda per capito e da participação da manufatura no valor adicionado) 73
Anexo lll: Participação do valor adicionado de cada setor no valor adicionado geral 74

cAPÍTULo 3

Poupança doméstica e externa ea taxa de câmbio 77


Paulo Galo, Eliane Araújo e Luiz Carlos Bresser-Pereira
1. lntrodução 79
2. Análise teórica 8r
3. Substituição da poupança interna pela externa 84
4. Câmbio e poupança doméstica: uma análise empírica para o Brasil 86
ConsideraçÕes finais 97
Referências 100

CAPÍTULo 4

Exportações brasileiras e o papel da taxa de câmbio 103


Emerson Marçal e Márcio Holland
1. lntrodução 105
2. A dinâmica das exportações brasileiras 106
3. Análise de simultaneidade, recursividade e causalidade 111,
{. Descrição da base de dados 11,4
§. Apresentação e discussão dos resultados 777
Considerações finais 130
Referências 734

cAPÍTULo s

Comércio exterior de produtos industrializados brasileiros 135


Sérgio Kannebley Júnior, Diogo de Prince e MaíraCamargo Scarpelli
1. lntrodução 137
2. Algumas aplicações do conceito dehysteresis em economia 139
I. Aplicação do modelo dehysteresis de Preisach 1,43
4. Base de dados e modelos empíricos 148
5. Resultados 151
Considerações finais 158
Referências 1.62
t- SU MÁRIO xxxil!

CAPÍTULO 6

A arrecadação municipa! no Brasil e a taxa de câmbio 165


Enlinson Mattos e LucasTeixeira
1.lntrodução 767
2. Dados L69
l. I mplementação empírica 183
Considerações finais 198
Referências 201

cRpÍruLo z

Preços internacionais de commodities e taxa de câmbio real 203


Mario Antonio Margarido, Felippe Cauê Serigati e Bruno Benzaquen Perosa
1. lntrodução 205
2. Política e debate cambial no Brasil 208
l. lmportância do agronegócio nas contas externas do Brasil 277
4. Métodos 2L6
§. Análise de resultados 217
Considerações finais 227
Referências 230

cAPíTULo 8

Eficiência no mercado cambial brasileiro 233


Cláudio Fernandes e Mórcio Holland
1.lntrodução 235
2. Modelo analítico de eficiência de mercado 237
{. Dados e metodologia econométrica 239
4. Fatos estilizados do câmbio 244
5. Retorno em excesso 25!
6. Eficiência de mercado 257
7. Racionalidade das expectativas 262
Considerações finais 265
Referências 269
a-

Sumário de figuras

Figura 1.1 Brasil: taxa de poupança doméstica e uso de poupança externa


(19+I-ZOOO7) em porcentagem do PlB. xxiii
Figura 1.2 (1980-ZOfO).
Brasil: saldo comercial e taxa real de câmbio xxv
Figura l.l Brasil e seus parceiros cômerciais (1990-2009). xxvii
Figura 1.1 Participação do lucro na renda em função da participação do capital na renda. 8
Figura 1.2 Taxa de lucro como função da participação do capital na renda. 9
Figura 1.1 Taxa de lucro efetiva e requerida. 11
Figura 1.{ Efeito de um aumento na taxa de câmbio real na participação do capital na renda. 12
Figura 1.§ Crescimento econômico de longo prazo como função da taxa real de câmbio. 76
Figura 1.6 Taxa de câmbio real (1994 = 100) e crescimento anual do PlB. 20
FiguraT./ Taxa de câmbio real no Brasil. 2l
Figura 1.8 Taxa de câmbio real, crescimento econômico e inflação. 25
Figura §.1 Relação quebrada entre taxa de câmbio e importações. 741
Figura §.2 Modelo de non-ideal relay. 743
Figura 5.3 Superposição de operadores non-ideal relay. 144
Figura 5.4 Aplicação do modelo de Preisach-Piscitelli ao comércio exterior. 745
Figura §.§ Construção da variável de histerese de Preisach-Piscitelli. 147
Figura 8.1 Câmbio spot e desvio-padrão (DP) das expectativas de mercado para 1,
6 e72 meses. 246
Figura 8.2 Spot e mediana da expectativa (Exp) realizada. 247
Figura 8.1 Spot e expectativa (Exp) a realizar. 247
Figura B.{ fwist nas expectativas do câmbio - novembro de 2001a julho de 2008. 249
Figura B.§ Spot entre julho/1998 e julho/2008. 250
Figura 8.6 Diferencial entre expectativa e paridade realizada (DES) e spot. 250
Sumário de tabelas

Tabela 1.1 Brasil: t996, primeiro trimestre de 2010 - modelos de correção de erro
para a aceleração do crescimento do PIB (a variável dependente é a segunda
diferença do logaritmo neperiano do PIB) rB
Tabela 1.2 lmplicações de uma flutuação cambial administrada para o regime de metas
de inflação 22
Tabela 2.1 Estimativa da contribuição de cada setor para a variação da produtividade
média da economia, considerando, em cada linha, uma elevação do emprego
de 5% e do valor adicionado de 10% em um tal setor 37
Tabela 2.2 Consumo intermediário - ind % dos produtos consumidos em cada setor
de atividade 4t
Tabela 2.3 Evolução da renda per capita e da participação da manufatura no valor
adicionado 49
Tabela 2.4 lndicadores de comércio exterior 59
Tabela 2.5 lndicadores de comércio exterior 60
Tabela 2.6 Evolução dos preços de exportações e importações 6z
Tabela 2.7 lndicadores de comércio exterior segundo a categoria de uso 6l
Tabela 2.8 Participação % das importações por categoria de uso no total, para cada
setor. Cálculo baseado nos valores contantes a preços de 1995 64
Tabela 2.9 Participação % da importação de intermediários (incluicombustíveis) no
consumo intermediário cálculo baseado nos valores constantes, em reais
de 1995 65
Tabela 2.10 Modelo dinâmico da participação da manufatura no produto total 68
Tabela 3.1 Teste Dickey-Fuller Aumentado (ADF): nível e diferença 9r
Tabela 3.2 Teste Phillip-Perron (PP): nível e diferença 92
Tabela 3.3 Estimativa por MQO: TS variável dependente 93
Tabela 3.4 Testes de raiz unitária nos resíduos 93
Tabela 3.5 Teste de Cointegração 94
Tabela 3.6 Equação de longo prazo (normalizada) 96
Tabela 3.7 Decomposição da variância da poupança interna 97
Tabela 4.1 Composição da pauta de exportações brasileiras (L996-2008, fator de
agregação) 108
xxxviii TAxA DE CÂMBIo No BRASIL

Tabela 4.2 Composição da pauta de exportações brasileiras (1996-2008, por intensidade


tecnológica) 109
Tabela 4.3 Dados, fontes, frequência e amostra 776
Iabela 4.4 Testes de causalidade e de simultaneidade - exportações agregadas 118
Tabela 4.5 Testes de causalidade e simultaneidade - quantum exportado agregado
contra índice de rentabilidade da Funcex 119
Tabela 4.6 Testes de causalidade e simultaneidade - exportações desagregadas por classe 720
Tabela 4.7 Testes de causalidade e simultaneidade - exportações desagregadas pela
CNAE _ IPCA 123
Tabela 4.8 Testes de causalidade e simultaneidade: exportações desagregadas por
categoria de uso - IPCA 725
Tabela 4.9 Testes de causalidade e simultaneidade - exportações desagregadas por
destino, categoria de uso e CNAE- IPCA-Estados Unidos 127
Tabela 4.10 Testes de causalidade e simultaneidade - exportações desagregadas por
destino, categoria de uso e CNAE-IPCA-China 128
Tabela 4.11 Testes de causalidade e simultaneidade - exportações desagregadas por
destino, categoria de uso e CNAE-IPCA-Mercosul 729
Tabela 4.12 Testes de causalidade e simultaneidade- exportações desagregadas por
destino, categoria de uso e CNAE-IPCA-União Europeia 131
Tabela 5.1 Equações de oferta e demanda por exportações 752
Tabela 5.2 Equações de demanda por importações para setores selecionados 156
Tabela 6.1 Total de Exportações, agrupados por Estado e país por ano da amostra 777
Tabela 6.2 Total de lmportações, agrupados por Estado e país por ano da amostra 772
Tabela 6.3 Participação dos Estados no PlB, agrupados por ano da amostra 174
Tabela 6.4 Proporção das principais receitas tributárias e de transferências no total de
receita dos municípios, agrupados por estado e país, em2OO7 176
Tabela 6.5 Proporção da dívida ativa no total do ativo dos municípios, agrupados por
estado e país, em2OO7 177
Tabela 6.6 2007
Os 10 Principais destinos das exportações brasileiras, por Estado, em 179
Tabela 6.7 As 10 Principais origens das importações brasileiras, por Estado, em2OO7 180
Tabela 6.8 Estimação do câmbio (real/US$) para as capitais brasileiras entre 2004 e2OOl 183
Tabela 6.9 Análise descritiva das variáveis 186
Tabela 6.r0 Efeitos de câmbio ePlB per copito sobre a arrecadação municipal 189
Tabelas 6.tt Estimação usando restrições populacionais 792
Tabela 6.tz Estimação usando restrições de PIB per capita 194
Tabela 6.t3 Estimação usando restrições de dados de exportações 196
Tabela 7.1 Saldo da balança comercial das principais commodities agrícolas brasileiras
(U5$ milhões) 214
Tabela 7.2 Pafticipação das principais commodities agrícolas nas exportações totais
brasileiras 2tS
Tabela 7.3 Detecção e classificação de outliers, variáveis LTCR e LlA, janeiro de 2000
a fevereiro de 2010 2tg
Tabela 7.4 Equação de autorregressão com variável de intervenção do tipo level shift,
variável dependente LlA, janeiro de 2000 a fevereiro de 2010 21]
SUMÁRIO DE TABELAS xxxtx

Tabela 7.5 Resultados dos testes de raiz unitária ADF, resíduos da autorregressão
com variável de intervenção do tipo levelshift, variável dependente LlA,
janeiro de 2000 a fevereiro de 2010 22O
Tabela 7.6 Estimativas do modelo Arima com variáveis de intervenção, variável LTCR
diferenciada de ordem 1, janeiro de 2000 a fevereiro de 2010 Z21-
ÍabelaT .7 Resultados do teste Ljung-Box, variável LTCR, janeiro de 2000 a fevereiro de 2010 22t
Tabela 7.9 Resultados do teste Ljung-Box, variável LlA, janeiro de 2000 a fevereiro de 2010 222
Tabela 7.8 Estimativas do modelo Arima com variável de intervenção, variável LIA
diferenciada de ordem 1, janeiro de 2000 a fevereiro de 2010 222
Tabela 7.10 Resultados do modelo de Função de Transferência com lntervenção, janeiro
de 2000 a fevereiro de 2010 224
Tabela 7.11 Resultados do teste Ljung-Box, modelo de Função de Transferência com
lntervenção, janeiro de 2000 a fevereiro de 2010 225
Tabela7.72 Resultados do caso 3 para o teste de cointegração deJohansen para a
estatística L,"ço, variáveis LTCR e UA, janeiro de 2000 a fevereiro de 2010 226
Tabela 7.13 Resultados do caso 2parao teste de cointegração deJohansen para a
estatística Àt,.ço, Vâriáveis LTCR e LlA, janeiro de 2000 a fevereiro de 2010 226
Tabela 8.t Resultados do teste de Chow paÍa a série spot novembro de 2001a julho de 2007 242
Tabela 8.2 Teste de raiz unitária da base nov/01 244
Tabela 8.3 Teste de raiz unitária da base fev/03 244
Tabela 8.4 Depreciação média anualizada realizada, esperada e prevista pelo forword
(diferencial doforward) em t para t + k. Base de nov/01 a julloT 2qB
Tabela 8.5 Causalidade de Granger do retorno em excesso das variáveis em primeira
diferença 252
Tabela 8.6 Decomposição média do Diferencial Forward entre variação cambial
esperada média e prêmio de risco médio (Nov/01ajul/O8) 254
Tabela 8.7 VAR com cointegração pelo método deJohansen - retorno em excesso,
base nov/01 255
Tabela 8.8 VAR com cointegração pelo método deJohansen - retorno em excesso,
basefev/O3 256
Tabela 8.9 Decomposição média do diferencialforwardentre variação cambial esperada
média e prêmio de risco médio (nov/01a jul/08) 251
Tabela 8.to Causalidade de Granger da eficiência de mercado das variáveis em primeira
diferença 258
Tabela 8.11 VAR com cointegração pelo método deJohansen - eficiência de mercado,
base nov/01 260
Tabela 8.tZ VAR com cointegração pelo método deJohansen - eficiência de mercado,
basefev/O3 261
Tabela 8.t3 Variação cambial realizada e esperada (nov/01a jul/08) 262
Tabela 8.t4 Causalidade de Granger da racionalidade das expectativas das variáveis
em 1a diferença 263
Tabela 8.15 VAR com cointegração pelo método deJohansen - racionalidade das
expectativas, base nov/01 267
Tabela 8.16 VAR com cointegração pelo método deJohansen - racionalidade das
expectatívas, basefev/03 268
Sumário de gráficos

Gráfico 2.1 Participação (,2.) da indústria de transformação no valor adicionado a preços

básicos de 1995 46
Grâfico2.2 Participação (Z) da indústria de transformação no valor adicionado a preços

básicos de 1995 46
Gráfico 2.3 Renda per copitae participação da manufatura no valor adicionado no período
1950-2005 (exceto ex Alem Ocid, de 1950 a 1991) 48
Gráfico2.4 agregado
Participação relativa dos setores no valor adicionado 51
Gráfico 2.5 Produtividade relativa dos setores 52
Gráfico 2.6 Participação relativa dos setores na ocupação total 53
Gráíico2.7 Participação relativa do investimento do setor no investimento da indÚstria 55
Gráfico 2.8 indÚstria
Participação setorial no investimento da 55
Gráfico 2.9 Valor do investimento setorial na indÚstria 56
Gráfico 3.1 Taxa de câmbio real e poupança privada interna em percentual do PIB
(1950-2007) BB

Gráfico 3.2 Poupança interna e poupança externa em percentual do PIB BB

Gráfico 3.3 Câmbio efetivo e câmbio corrigido (em log) 90


Gráfico 4.L Brasil: taxa real efetiva de câmbio (7970.1,- 2009.12) 2000 = 100 t7t
Gráfico 5.1 146
Gráfico 5.2 Comparação dos coeficientes de preços - demanda por exportações 154
Gráfico 5.3 Comparação dos coeficientes de preços - demanda de importações 158

GráÍico7.7 Evolução anual da balança comercial brasileira e do agronegócio de


1989 a 2009 (US$ bilhoes) 212
Grâfico7.2 Evolução dos saldos das exportações totais e do agronegócio
(Brasil, 1989 a 2009) 273
a

CAPíTULO 1

Cresci mento econômico, acu mu lação


de capital e taxa de câmbio

Neíson Barbosa, Julio Alexandre Silva, Fábio Goto e Bruno Siívo


Another random document with
no related content on Scribd:
spirit is subdued, becomes penitent, and humbly begs their prayers
that so she, too, may enter Paradise in peace.

“LEADING ACTORS IN THE DRAMAS OF THAT DAY”


It was just three weeks later than this that I received an invitation to
attend the monthly all-day performance of another and rival school of
Nō. The invitation came from one of the principal patrons of this
school, Baron M——, the gentleman who introduced the modern
postal system into Japan; it was accompanied by the offer of his box
for the day, and by a messenger from the “Nō-Kwai,” who was to
explain the differences of the rival schools. The interest of this
occasion was enhanced by the presence of a native artist, who was
making studies for a future picture, and who kindly presented us with
several sketches of the leading actors in the dramas of that day.
It seemed that this Society is more “militant” than the other; and it is
consequently more patronised by men in the army. General Noghi
and Admiral Togo were mentioned as conspicuous examples of this
claim. The patrons wished me to understand that these and many
other examples of the Samurai spirit (the so-called “Bushidō”) had
been greatly influenced by the Nō. I must confess that the
explanation seemed, from the foreign and novitiate point of view, to
be somewhat mystical; the influence alleged, more or less mythical.
But such was the claim of the school, “Nō-Kwai.” The Nō-dance,—so
they held—by its deliberate and almost motionless posturing,
followed by swift and decisive action, expresses the very essence of
the Samurai temper and habit. Doubtless these traits of the Samurai
are given dramatic representation by the Nō, where its motif and plot
are connected with some story of the ancient heroes. But whether
this is proof of the Samurai spirit influencing the Nō, or rather of the
Nō influencing the Samurai men, I was not able to decide. Indeed, it
may easily have been one of those cases of influences which work
both ways at the same time. Certainly, Japan played the great
tragedy of the war with Russia, as influenced largely by this temper
and spirit.
The first performance of this day bore the title of “Kusanagi,”—the
name of the sword worn by the Imperial Prince, Yamatotaké-no-
Mikoto. This prince was one of the most famous of those who fought
against the Ainus, or wild indigenous people which, at this time, were
still dwelling in the neighbourhood of Tokyo. While crossing an inlet
of the sea in a storm, the wife of the hero had thrown herself into the
water, believing that the sea-god would not be appeased without a
human sacrifice. This deed of self-sacrifice, she, therefore, did for
the sake of her husband and the Imperial family. And, in fact,
according to the tradition, the sea at once became miraculously
calm.
The drama opens with the usual wandering Buddhist priest, who,
after introducing himself to the audience, takes his seat at the right of
the stage. Soon after, the spirits of the Prince and his wife appear—
he with very fierce countenance and long hair; and the wife seats
herself beside the priest. But the Prince, seated in the centre of the
stage, relates at length in a dramatic song the story of his battles
with the Ainus. The savages fought so fiercely that it was with the
greatest difficulty that the princely warrior could finally subdue them.
When they set fire to the underbrush and tall grasses, it was only
with the help of Kusanagi, the “sword of the gods,” that he was able
to cut his way out to a place of safety. After dancing a wild dance,
descriptive of the battle, the fire, and his escape, the first act of this
drama comes to an end.
During the interval between the acts, the priest repeats prayers for
the repose of the souls of the hero and his wife; and when, finally,
they return to the stage in their true forms, they are informed that his
prayers have availed, their souls are saved, and that they can enter
Paradise.
It is scarcely worth while to describe the example of the Kyogen, or
comedietta, which followed this drama; it had for its theme that trial
of wits between the scapegrace son and the doting father, which has
furnished fun for so many generations of play-goers, among many
nations, from the comedies of ancient Greece and Rome down to the
present time.
The hero of the second drama of this all-day’s Nō performance was
Yorimasa, a general of the Minamoto family, who was the first to
raise arms against the Tairas; but as he struck too soon, he was
defeated on the wooded bank of the river between Nara and Kyoto.
After he fell in battle, Yoritomo and Yoshitsuné defeated the Taira
family. When the priest who introduces the performance comes upon
the stage, he first describes his journey from Nara to Kyoto. On
reaching the river Uji he dwells particularly on the exceeding beauty
of the scenery. But now the wailing of a lost spirit is heard, and the
ghost of Yorimasa appears in the guise of an old farmer. The priest
addresses him and begins to inquire into the details of the event so
celebrated in history; but the ghost replies that, since he is only a
poor and ignorant peasant, he cannot be expected to know anything
of such matters.
Soon, however, priest and peasant join in praises of the beautiful
scenery, and speak together of the temple, whose sweet-sounding
bell is heard in the distance. When reference is made to a peculiar
kind of grass growing near by, the priest recites the story of how
Yorimasa sat upon this fan-shaped grass and committed suicide,
after his defeat in battle. The temple, whose bell has just sounded,
was built in his memory. The farmer then recalls the fact that this is
the anniversary of Yorimasa’s death; he is also moved to tell once
more the story of the battle and to illustrate it by a dance. While the
priest prays for the spirit of the dead hero, the old farmer suddenly
vanishes, leaving his intercessor with Heaven alone upon the stage.
The musical accompaniment, which has grown unusually weird and
sweet, continues for some time, but finally dies away.
The popular reciter, or so-called “farce man,” now appears and
narrates the story of Yorimasa’s exploits and death, in the language
of the common folk, while conversing with the priest. During this
recital, the drums are laid upon the floor, and the musicians face
each other rather than the audience, in attitudes of repose. At the
close of the conversation, the priest speaks of his encounter with the
aged farmer, of his sudden disappearance, and of his own rising
suspicion that this seeming of a mere peasant might have been
indeed the spirit of the departed hero.
“LEADING ACTORS IN THE DRAMAS OF THAT DAY”
And now the orchestra begin again. The drums beat time and the
flute wails in company with the weird cry of “Yo-hé” from the
drummers. Soon the spirit of Yorimasa appears upon the stage; but
no longer in the guise of an aged peasant; he is gorgeously arrayed
in garments of gold brocade, with a general’s sword and fan; and in
an elaborate dance he gives his version of the story of the battle. On
being questioned by the priest, the spirit reveals himself as indeed
Yorimasa, and humbly begs for the religious man’s intercessory
prayers. The priest assures the warrior that his soul can be saved by
these prayers. Comforted by this promise, the hero then resumes the
story of the battle,—how valiantly he fought on the bridge over the
river Uji; how the enemy succeeded in crossing the river and
overcoming him. Seating himself on the stump of a broken tree, he
mourns his defeat and wasted life in a touching poem, the translation
of which is something like this:
“On the grass that is fan-shaped,
My life ended like the life of this tree;
Buried beneath the earth.
Its fruitless fate, was indeed a sad one;
For it neither blossomed nor flourished.”

The drama ends when the warrior, overcome by the memory of his
own sorrows and by grief for those slain with him in battle, throws
down his sword and weeps,—spreading out his fan before him.
The intervening farce represented the exploits of three blind men
who had stolen a Biwa, and of a friend of the owner who tried to get
it back. Then followed a slightly different version of the drama called
“Hana-ga-Tami,” or “The Flower Token,” which we had already seen
at the other theatre. And this was followed, in turn, by a farce which
made fun of the attempted frauds of three sellers of patent
medicines.
The last Nō performance of the day bore the tide of “Akogi,” the
name of a sea-side place near Ise. A fisherman has committed the
awful crime of fishing in forbidden waters,—in fact, in waters no less
sacred than those of the fish-pond of the Imperial shrines at Ise. For
this unpardonable sin he has been executed. But he has not stopped
at the crime of poaching on the preserves of the most inviolable of all
the temples. He has killed the fish which he caught, and has thus
sinned against one of the most sacred of the tenets of Buddhism.
When, then, his ghost expresses the utmost contrition and begs a
travelling priest to intercede for its salvation, he begs in vain. For he
is told that his sin is against both Heaven and the Heaven-
descended Emperor, and is therefore beyond all possible
forgiveness. At this the lost spirit goes through a wild dance, which
gives a pantomimic representation of his secret crime, and of the
throwing of his headless body into the sea; where “the waves of
water are changed for him into waves of fire.” Any severe foreign
criticism of the astonishing disproportion between this poor fellow’s
crime and the punishment it brought upon him, might easily be
modified by reminder of the old-time game-laws in England and
other European countries; as well as of the comparatively trivial
causes which have led certain Christian sects to consign their fellow
men to hopeless perdition.
The most painstaking observation and subsequent reflection did not
enable me to decide in my own mind between these rival schools of
Nō, on the ground of their relative æsthetical merits. I had valid
reasons, therefore, besides, the reasonable caution of politeness, for
declining to render any decision. It was not difficult to see, however,
that the Ho-sho-kwai, or more “militant” of the two schools, dealt with
more discretion,—not to say timorousness,—with the religious value
of the Bushidō, and with the future fate of those who, without the
faith of Buddhism, are governed by its moral code. With regard to
influence, in general, of this form of the art of dramatic
representation, upon the æsthetical and moral development of the
Japanese people, on the whole, I have no doubt of its salutary
character. Like the old Greek drama, but unlike anything which we
have, or at present seem likely to have, in this country, the Nō has
both expressed and cultivated much of what has been artistically and
ethically best of the life characteristic of the national development.
CHAPTER IX
IKEGAMI AND JAPANESE BUDDHISM

It is nearly seven hundred years since the man, known to us of to-


day as Nichiren or “Sun Lotus,” was born in the obscure and small
village of Kominato, Japan. While his doctrine and his death have
served to render celebrated the two monasteries which are head-
quarters of the sect he founded, his birth and boyhood there have
not rescued this village from its obscurity or greatly increased the
number of its inhabitants. Kominato lies on the ocean side of the
peninsula which encloses Tokyo Bay,—the body of water with the
capital city at its head and Yokohama, the principal port of the
country, on its western shore. The railroad now runs part way down
the peninsula, but does not as yet consider it worth while to extend
itself into a region which, although its coast is interesting and
picturesque, is occupied almost exclusively by fishermen and petty
tillers of the soil. The case is by no means the same, however, with
Minobu and Ikegami, the two monasteries which divide between
them the welcome task of cherishing the bones of their saintly
founder. These monasteries are much visited, not only by the
members of the sect, but also by other Japanese engaged in going
upon religious pilgrimages and more purely secular sight-seeing
excursions. At the chief annual festivals the grounds of these
monasteries, and the surrounding villages, are densely thronged with
both sightseers and devotees; and indeed with all sorts of visitors. A
few of these visitors, occasionally, are foreigners. I think, however,
that no other foreigner has visited either of the monasteries in the
same way in which it was my privilege twice to visit Ikegami, during
the Autumn of 1906.
But before giving an account of this visit I wish to say a few words as
to Nichiren and the Buddhist communion which has borne his name
during all these centuries. As is the right of all great saints and
religious reformers in the days when science had not yet claimed to
have made impossible any credit given to such stories, the entire
career of Nichiren was enveloped in the supernatural; it was even
frequently punctuated by the miraculous. His very name, “Sun-
Lotus,” is derived from a dream by his mother, in which she saw the
sun on a lotus-flower and in consequence of which she became
pregnant. From the first her offspring was endued with supernatural
power, so that he acquired the most perfect knowledge of the entire
Buddhist canon while yet in his youth. And later, when his zealous
and uncompromising denunciation of the existing government made
it possible for his enemies to persuade the Regent Tokimuné that the
doctrines of Nichiren tended to subvert the state, the executioner
sent to behead him could not compel his sword to act upon the neck
of so holy a man. What wonder that the relics of so invulnerable a
saint should be thought to have value for purposes of both protection
and cure, even after the lapse of centuries of time!
The important facts of the life of Nichiren can be briefly told. He was
born, 1222 A. D. He entered upon study for the priesthood at the
early age of twelve, and three or four years later became a tonsured
priest. His authorised biographer of to-day, Wakita Gyoziun, himself
a priest of the Nichiren sect, in deference to modern views omits all
references to miraculous experiences in the life of his master. He
makes Nichiren spend all his youth, until thirty-two years of age, in
study and travel consisting of journeys undertaken in various
directions, visiting many eminent sages and teachers of Buddhism,
in quest of the “True Doctrine.” But everywhere the wanderer found
errors, heresies, and corruptions, both of doctrine and of life. The
consequence was that Nichiren determined to “discard the opinions
of the sectaries altogether, and to search for the Truth in his own
consciousness and in the sacred writings.” This resolve led to the
discovery that this truth is to be found only in “The Holy Book of the
Lotus of the Good Law”; and, besides, it produced a courage that
became audacity in the denunciation of existing error and civil
wrongs; and, as well, a zealous confidence which generated
intolerance in the double attempt to impress his own convictions and
to controvert the heresies of the other sects. Opposition and
persecution followed as a matter of course. While these things
succeeded in restricting his work, so that when Nichiren entered
Nirvana he left behind only some forty recognised disciples, they did
not prevent the permanency of his impression upon his country.
Fifteen years ago the Nichiren sect in Japan had five thousand
temples, seven thousand priests, and more than two million of
adherents.
If I were capable of expounding credibly the theology, whether more
popular or more philosophical, of this Buddhist sect, I fear that I
could not make it understood. For it employs that manner of clothing
its conceptions in figures of speech, and of couching its syllogisms in
remotely related analogies and symbols, which characterises the
philosophy and theology of the Orient in general. But there are two
things about the Nichiren sect to which it is quite worth while to invite
attention. These are rather permanent characteristics which were
impressed upon it by the character of its founder. The first is the
appeal which it makes to the authority of the written word. It was
originally a Protestant or reforming sect; but it became almost at
once a claim to give final form to the truth in a book written by men of
old time; and this scripture must not be contested or even
questioned as to its right to demand submission. This sect has,
therefore, been more than any of the others a church militant; and,
indeed, to-day it is said to have special attractions for those
religiously inclined among the military classes. But more distinctive
still of the Nichiren sect is the peculiar type of its patriotism. The one
tenet—it has been called the “axiom”—which the founder laid down
as the basis of his life-work, was the assertion that “the prosperity or
decline of the state depends entirely upon the truth or perversion of
its religion.” Nichiren, accordingly, boldly accused both rulers and
ruled as wanderers in dangerous and fatal errors. The truth, he held,
must somehow be substituted for falsehood, or the peace and
prosperity of the country could not be attained. In this belief he
launched defiance at the government of the time; in the same belief
he had the prevision that the Mongols under Kublai Khan would
invade Japan, and it was as influenced by this prophetic vision that
he stirred up both rulers and people to resist them. In the opinion of
the faithful it was the prayers of this saint which induced the gods to
overthrow the invaders. All through its history his sect has cherished
the same militant spirit—not only in its methods of extending its own
adherents, but also in respect to the watch it has kept over the
fidelity of its members to the sect as a matter of patriotic interest in
the welfare of the country at large. Instead of “God and the Czar,” it
is “Buddha and Nippon,” which may be said to have hitherto been
the motto of the Nichiren-Shu.
The manifold and rapid changes which are being effected in all
departments of the life of the Japanese people have seldom been
more forcefully illustrated in my experience than they were by the
two visits to Ikegami, to which reference has already been made.
Beyond their local colouring, which is in itself enough to make them
interesting, they have a wider significance as showing how the
popular forms of religion which characterise the various sects of
Buddhism in Japan are adapting themselves to the exigencies and
expediences of the modern time.
The great annual festival in honor of Nichiren is held at Ikegami from
the eleventh to the thirteenth of October. But the night of the twelfth
is the culminating period of the entire celebration. On the afternoon
of this date, at the close of my lecture to the teachers of the Imperial
Educational Society, two of my former pupils were in waiting to
conduct me to Shimbashi, the “Grand Central” railway station of
Tokyo. Here two more former pupils were met, whose kindly office
was to see that a dinner should be prepared, suitable to those
expecting to spend the night upon their feet in a drizzle of rain rather
than lying dry and warm in a comfortable bed. Of these Japanese
friends, all four were teachers; but one was a priest of the Nichiren
sect who, after several years of study of philosophy in this country,
had returned to his native land to found a school for the training of
“temple boys.” The trains, which were leaving every few minutes for
Omori, the station nearest to the monastery, were all crowded to
their utmost capacity—so far as the third-class cars were concerned.
But there was abundant room for the comparatively few who chose
the second-class. By the time we left the train at Omori, darkness
had come on—a darkness made more dense and gloomy by the
character of the sky overhead, and more disagreeable by the
condition of the ground underfoot. The sights which followed,
however, were not easily to be forgotten. The roadway for the entire
two miles from Omori to Ikegami was lined with either the more
permanent shops of the village through which we were passing or
with booths extemporised for the occasion, all gaily lighted with
lamps and coloured lanterns, and so thronged with surging crowds
that independent progress was nearly or quite impossible. Indeed,
when we reached the one hundred stone steps which ascend the hill
on whose top the buildings of the monastery are standing, there was
no other way than to allow ourselves to be slowly borne upward by
the weight of the human mass. But even here, there was apparent
no pushing or rudeness of other kind.
Having arrived at the top of the stone stairway, and at least partially
extricated ourselves from the crowd, our attention was directed to
the students of the neighbouring Nichiren College, who were posted
here and there, throughout the dimly lantern-lighted grove, exhorting
the people to the religious life and expounding the tenets of the sect.
But the crowd on the outside, for the most part, was not on religion
bent. The Hondo, or main temple, however, was solidly packed with
a body of truly devout believers, all sitting on the floor and expecting
to spend the entire night in silent meditation and devout prayer.
“THE CHIEF ABBOT CAME IN TO GREET US”
With great difficulty we forced our way to the beautiful and new
priests-house which had been built in the place of a similar one
among the several monastery buildings destroyed by a recent fire.
There I was received with no small ceremony, ushered into a
waiting-room that had been reserved for us, and offered cakes and
tea. Soon the chief abbot and the vice-abbots came in to greet us
and to express their regret that, since all the rooms of the monastery
were occupied by the faithful who had come to pass the night there,
they could not entertain their guest more as they would have
desired. Before excusing himself, however, the chief abbot invited
me to bring Mrs. Ladd and, at some time in November, when the
maple trees for which Ikegami is justly celebrated should be at their
best, give them the pleasure of making us both their guests. At that
future time it was promised that we should see the best of the
temple’s treasures, and have the principles of the sect duly
expounded. For the present, one of the vice-abbots, who seemed
overflowing with religious enthusiasm, explained in a somewhat
deprecatory way that, although the authorities of the monastery did
not by any means approve of all which was done by the crowds who
attended the festival, and would not wish to have the spiritual
principles of the sect judged by this standard, they did not think it
best to check the manifestation of interest. In reply I was glad to say
that I had seen nothing suggestive of immoral conduct. I was indeed
—although I kept the thought to myself—reminded of the answer of
my Bengali friend, Mr. Kali Bannerji, who, when I asked him if the
Bengalese have any proverb corresponding to ours about “killing two
birds with one stone,” responded: “Yes, we say, going to see the
religious procession and selling our cabbages.” But it is not in India
or Japan alone that religion and cabbages are mixed up in some
such way.
The promise of another visit to Ikegami, when daylight and leisure
should make it possible to see the place and hear the doctrine much
better, accentuated our willingness at the present time to spend one-
half rather than the whole of the night in seeing the festival, however
interesting and instructive it was likely to prove to be. Not long after
midnight, therefore, we began the severer task of forcing our way
against the crowd and back to the railway station where we could
take the train for our return to Tokyo.
But, first, let us spend a few minutes in taking in more thoroughly the
remarkable scene afforded by the annual all-night festival in honour
of its founder whose birth occurred nearly seven hundred years ago.
The stately and somewhat gloomily beautiful cryptomerias, which are
the favourites for temple-groves in Japan, when seen at night
through the upward rays of myriads of coloured lanterns, form a
rarely impressive and appropriate vault for a congregation of out-
door worshippers. No cathedral pillars made by human hands can
easily rival them. The wholly frank exposure of the mixture of
motives which has brought the crowds together does not necessarily
lessen the complex impressiveness of the scene. The aged peasant
man or woman, bronzed and bowed nearly double with years of hard
labor under a semi-tropical sun, and the child-nurse with the wide-
eyed baby on her back; the timid and lady-like maiden with her
grand-dame or servant for escort, and the stalwart youth of the other
sex who has the frame of an athlete and something of the manners
of a “soshi”; tonsured priests, and temple boys, venders of eatables
and drinkables, of toys and charms, of religious notions and bric-a-
brac;—all these, and others, for various purposes have come to the
festival at Ikegami. Preaching, beating of drums, praying and
clapping of hands, the clinking of small coins as they fall into the
collection-boxes, blend in a strange low monotone of sound; while
the sight of some faces upturned in religious ecstasy and the sight of
others gaping with curiosity or giving signs of mirth, invite our
sympathy in somewhat conflicting ways. Doubtless, as we have just
been told, all that the crowds do at the annual all-night festival at
Ikegami is not to be approved in the name of religion, and perhaps
not in the name of morality; but there in the temple built by men
beneath nature’s greater temple were the “good few” of the truly
devout and faithful, according to their light and to the inner voice
which they sincerely believe has spoken to them, as it had spoken to
their patron saint, the holy Nichiren, so many centuries before.
All the way from the foot of the hundred stone steps to the station of
Omori the road was still packed with those coming to join for the
night in the festival at Ikegami. And now we were frequently
compelled to stop entirely and stand beside the way, in order to let
pass by more than two-score of those sodalities of which the sect
boasts, in all one hundred or more. There had obviously been no
small amount of friendly rivalry to influence the splendid manner in
which they had “got themselves up” for this occasion. With lanterns,
banners, and illuminations, devised to give the impression of a
superiority of initiative, so to say, and with beating of drums and
much shouting and repeating of sacred formulas, they came
tramping on in a succession quite too frequent and resistless to
favour the speed of parties going in the opposite direction. And,
although there was little of obvious rudeness, it was plainly good
policy to step well out of the way, stand still, and let them pass by.
But all things have an end; and so did, although it seemed almost
endless, the muddy and thronged road from Ikegami to Omori in the
“small hours” of the dark morning of October 13, 1906.
It was the second visit to the monastery, which occurred more than a
month later, and was made on invitation to a luncheon with him by
the chief abbot, that was most distinctive and informing. The
invitation itself—so our host assured those who conveyed it—was
entirely unique. For, although during the last fifty years foreigners
who, as tourists, had visited the monastery at their own instance,
had been offered refreshments, no other foreigners had ever been
especially invited as the abbot’s guests. Three of the same four
Japanese young men who had formerly accompanied me on my visit
to Ikegami now served as escort and companions. Although it was
past the middle of November in what had been an unusually cold
Autumn, the day was warm and moist, but without falling rain, as a
day in June. The fields were brilliant in colouring, with the ripened
rice and the great store of young and green vegetables; while the
sides of the hills were aglow with the red and yellow flame of the
maples, made the more splendid by the dark foliage of the
cryptomerias and the pines. Large crops of daikon, lettuce, onions,
Brussels-sprouts, and other eatables, gave promise of plenty for the
dwellers in the humble homes beside the way. It was a good day to
be alive, to have no work to do, and to escape from town.
When we reached Omori, since the jinrikishas which were to be sent
from the monastery had not yet arrived, we waited in the tea-house
opposite the station, where we were treated to tea and a drink
composed of hot water with an infusion of salted cherry blossoms.
The road to Ikegami was muddy, as it was on the night when we had
tramped it to attend the great annual festival in honour of Nichiren;
but how different its appearance in the sober daylight from the
impression made by its lining of illuminated bazaars and its throngs
of thousands carrying lanterns and banners! At its end, however, we
climbed the same flight of one hundred stone steps and entered the
sacred grove, now scarcely less solemn than it had been at
midnight, but lighted enough by such of the sun’s rays as could find
a way through the over-arching cryptomerias and maples, to note its
multitude of ancient and more recent tombs and memorial offerings
of stone or bronze lanterns and monuments. No person, I am sure,
who possesses even the beginnings of an emotional religious
nature, can easily avoid having feelings of mystery, awe, and
longings for inward peace, come over him on entering any one of the
most typical temple-groves of Japan.
Near the priests-house a young acolyte met us; and under his escort
we visited the sacred library, the shrine which covers the relics of
Nichiren,—although most of his bones were taken to the monastery
he had founded at Minobu,—the temple and house where he spent
his last days, under the hill, and the well from which the saint of such
olden time drew the water to make his tea. Then climbing the hill
again we wandered in the ancient cemetery where for so many
centuries so many hundreds of the faithful have esteemed it a last
privilege to lay themselves to rest. The tombs of some of the
Tokugawa family, descendants of the great Iyéyasu, who have been
patrons of the sect, are among the number buried here. At some
distance from the burial ground stands the monument which was
erected to commemorate the ship-wrecked American sailors to
whose bodies the hospitable monks of Ikegami had given a
lodgment under the trees of the consecrated grove.
“WHERE NICHIREN SPENT HIS LAST DAYS”
On returning to the monastery we were received with great
distinction by the temple servants and taken almost immediately to
the rooms in which luncheon was to be served. These rooms looked
out through shoji on a beautiful garden of gibbous-moon shape, lying
far down below the bank on whose edge the building was placed,
and backed by a circular row of pines, cryptomerias, and maples,
which climbed high up the opposite bank. In the garden was a lotus
pond and a goodly variety of shrubs and flowers. But the distinctive
thing in the garden, as well as in the neighbouring vale near the
house where Nichiren spent his last days, and, elsewhere in the
grounds, was the “kaeri-sakura,” or “second-time-blooming cherry
tree.” It ministers to the faith and affection of believers to know that
these trees customarily bloom for the second time each season at
about the date of the death of the founder saint. And, indeed, the
one which we had just seen in blossom, in the valley, was an
offshoot of a stock, a fragment of whose decayed trunk is still
preserved, and which may easily have been in blossom a century
ago this very day.
Our entertainment was evidently planned to be in princely fashion.
The rooms had been especially decorated; and the finest of the
lacquer trays and bowls and the best of the porcelain, such as were
customarily used when the Tokugawas were the guests of the abbot,
had been brought out of the store-house in honour of the occasion.
The venerable and kindly abbot soon appeared. But our host instead
of proceeding at once to luncheon, wished in person to show us the
garden, the ceremonial tea-house, and some of the choicest of the
temple’s curiosities and treasures. Among all these he seemed to
take a special pride and pleasure in the so-called “turtle-room.” Here
was a collection of representations of this animal, of varied sorts—
dried turtle-shells, turtles wrought in bronze, and turtles painted on
kakemonos. But our good abbot’s first name was Hikamé (kamé is
the Japanese word for turtle),—a sufficient explanation of his
peculiar interest in the collections in this room.
The luncheon was in purely Japanese style. On the cushions on the
floor, at the head of one room sat the abbot, and on his left, so that
they might look out upon the garden, were the two principal guests;
while in the second room, which was, however, completely opened
into the first, were the young Japanese. The food was such as is
strictly suitable for a Buddhist monk,—wholly of fruit and vegetables
and nuts, but deliciously prepared with modifications of the native
manner which had been learned by the cook, who, after taking a
course in law in Japan, had spent some years in the United States.
Before sitting down to the meal we had exchanged photographs, and
had secured the consent of the abbot to write his name in the
autograph-book of his guests. This consent turned out in a manner
disastrous in its effect upon the part played at the table by the host.
For the holy father had scarcely begun to eat, when he rose
somewhat hastily and disappeared, not to return until the luncheon
was nearly over. It was then discovered that he had been inspired
with a poem which was duly presented to us, beautifully inscribed
upon the page that had been designated for his signature. Now
every scholar knows that it is quite impossible to render the delicate
suggestiveness and subtle shades of meaning of a Japanese poem
into any other language, no matter how expert a linguist the
translator may have become. But here is an attempt at giving some
idea of what the Abbot of Ikegami wrote in the autograph-book of his
guests, about noon of November 17, 1906.

Tō-ten hachi-da awogeba ki-gi tari.


Ai wo haki en wo nomu, shiru iku-i zo?
Saku-ya san-kō ren-gaku wo yumemu.
Kin-ryū takaku maki koku-un tobu.

“In Eastern skies Something appears; its eight sides raised


aloft;
But all of them enveloped thick with mist and smoke, drunk in
and out.
Last night, at watch the third, I dreamed it as a mountain
lotus-shaped;
And shrouded in black cloud a golden dragon flying high.”

Only a part, however, of the object of this excursion had been


accomplished when we had been entertained at the Monastery of
Ikegami. I particularly wished to become acquainted with the work of
my pupil, Mr. Shibata, who after his return from his studies in this
country had succeeded in founding a college for the young priests of
the Nichiren sect in such manner as to fit them for usefulness under
conditions belonging to the moral and religious development of the
“New Japan.” Immediately after the luncheon, accordingly, we
begged leave to depart; and this granted, we bade good-bye to the
kindly, sincere, and simple-hearted abbot with feelings of respect
and affection. The jinrikishas took us to “Nichiren College” over a
road, which for much of the way was little more than a foot-path
through the fields. The buildings of the college are seated on a hill
about a half-mile from the station at Osaki and occupy at present
some 3500 tsubo (a tsubo is 6 ft. by 6 ft.) of ground. They are all new
and well adapted to their collegiate uses, being constructed in
modified Japanese style. Since the advertised hour of the address
had already passed, we went to the chapel at once; and here I spoke

Você também pode gostar